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1 Daniela dos Santos Domingues Marino Metodologia de ensino de literatura em língua portuguesa e inglesa no Ensino Fundamental e Ensino Médio 2 AULA 9 O ensino de literaturas na contemporaneidade É consenso entre muitos teóricos do ensino de literatura que há uma discrepância entre o que é sugerido por documentos de base da educação e o que é de fato praticado em sala de aula. Os desafios resultam de baixo investimento em políticas públicas de incentivo à leitura, como campanhas e espaços dedicados à leitura de lazer. Dados de indicativos como o INAF – Indicador Nacional de alfabetismo funcional, demonstram que não só o número de leitores no país é muito baixo se comparado com países cujos alunos se saem melhor em olimpíadas e competições relacionadas à sua língua nativa, como a porcentagem de pessoas que são consideradas analfabetas funcionais é muito alta. Na falta de programas com abordagens eficazes nas escolas, os professores que se especializam acabam desenvolvendo seus próprios métodos, que são publicados em formas de artigos e teses acadêmicas. Os desafios 3 Criatividade no ensino de literaturas Tendo em vista os mencionados, nós já havíamos falado sobre as diversas possibilidades midiáticas para estimular a leitura. A utilização de histórias em quadrinhos, RPGs, cinema, teatro, internet e redes sociais como ferramentas para auxiliar a ampliar o repertório dos alunos é algo que já faz parte da realidade de muitas escolas. Por isso, iniciativas bem sucedidas atualmente podem servir de inspiração para que possamos repensar nossas aulas. Metodologia desenvolvida pela escritora e PhD em literatura Sonia Rodrigues. Traz proposta de criatividade estruturada na qual os participantes aprendem o passo a passo de diferentes tipos de textos com jogos. Dentro da pedagogia da imaginação do Almanaque da Rede, os alunos participam de permanente gincana cultural. Todos os textos – narrativas, dissertações, diálogos são pontuadas. A plataforma ajuda alunos a ganharem proficiência, habilidades e segurança para escrever criativamente. A parametrização da avaliação e os comentários entre pares proporciona visão crítica da escrita e fortalice o protagonismo individual e coletivo. Almanaque da rede 4 A partir das histórias em quadrinhos é possível trabalhar com as teorias do discurso, gêneros textuais, estudos linguísticos, intertextualidade, tradução, adaptação, criação de roteiros, criação de diálogos, entre outros. Os pesquisadores Paulo Ramos e Waldomiro Vergueiro, em seu livro Quadrinhos na educação: da Rejeição à prática, apresentam várias propostas de atividades que podem ser realizadas em sala de aula. Fanzines e HQ 5 Além dos repositórios de pós-graduação de cursos de educação e literatura, há diversos materiais disponíveis em anais de eventos acadêmicos que fornecem uma perspectiva a partir de ações realizadas por professores em diversas escolas. Livros da série Quadrinhos & Educação e cursos de pós-graduação ou de extensão na área, também possibilitam ampliar o nosso conhecimento sobre atividades para serem realizadas em aula. 6 Vídeo: até 00:45 https://www.youtube.com/watch?v=qUaXCFtKFQI https://www.youtube.com/watch?v=qUaXCFtKFQI 7 Ainda que você não esteja familiarizado com RPGs e games de maneira geral, há diversos artigos e teses acadêmicas que demonstram as vantagens de se utilizar as ferramentas que os alunos já estão acostumados para que o diálogo entre narrativas de mídias diferentes aconteça. Crianças menos que 10 anos já produzem vídeos e animações em aplicativos de celulares. Usar suas habilidades para que trabalhem em grupo na produção de algum projeto que envolva o que eles consideram hobbies, além de possibilitar maior engajamento da turma, também favorece a aproximação do professor de seus alunos, afinal, ele deixa de ser aquela figura distante que não entende nada de diversão e passa a trabalhar com atividades que fazem parte do contexto onde os alunos estão inseridos. Espelhos Alice, a personagem mais famosa de Lewis Carroll, serviu de inspiração tanto para American McGee’s Alice, quanto para o premiado Device 6. Fonte: https://istoe.com.br/405553_LITERATURA+EM+GAMES/ 8 “Por conta da antítese que parece haver entre o ensino de Língua Portuguesa e de leitura e o estilo de vida contemporâneo, o primeiro é visto hoje, pelos estudantes, como necessário apenas para realizar as provas escolares ou passar pelos processos seletivos das universidades, de modo que os alunos, em geral, ao se depararem com um livro clássico2 , se mostram entediados antes mesmo de abri-lo. De que maneira, então, podemos modificar tal visão, colocar os estudantes em contato com a linguagem literária, bem como com as possibilidades linguísticas trazidas por ela e mostrar-lhes o quanto a leitura pode ser interessante, sem “obrigar-lhes” a ler? Uma possibilidade é através do jogo de RPG. Como estamos falando de adolescentes, nativos da cultura digital, o RPG, apesar de não ser um jogo tão recente, é uma atividade que traz vários elementos dos recursos digitais, como os já citados anteriormente: a interatividade, liberdade de escolha, o dinamismo, entre outros, além do contato direto com um grupo, outro atrativo para os estudantes.”
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