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Material Didático 
I N S T I T U T O N A C I O N A L S A B E R
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A
D
O
S
 
Enfoques quantitativo e qualitativo da pesquisa 
científica 
 
 
INSTITUTO NACIONAL SABER 
 
O Instituto Nacional Saber tem por objetivo especializar 
profissionais em diversas áreas, capacitando alunos e os inserindo no 
mercado de trabalho, fazendo com que tenham destaque e ampliem suas 
carreiras. 
Nosso objetivo não é apenas oferecer conhecimento, mas formar 
profissionais capacitados e aptos para exercer as profissões que 
desejam, para participar do desenvolvimento de sua sociedade, e 
colaborar na sua formação contínua. 
Oferecemos conteúdos elaborados por conceituais profissionais, e 
tendo em vista os esforços de nossos colaboradores para a entrega do 
mais seleto conhecimento, assim aproximando-o ainda mais do mercado 
de trabalho. 
Pensando na necessidade dos nossos alunos em realizar o curso 
de forma flexível e mais acessível, o Instituto disponibiliza a 
especialização (Pós-Graduação Lato sensu), 100% EAD com 
reconhecimento do MEC, e com a mesma qualidade e peso de um estudo 
presencial. 
 
 
Desejamos sucesso e bons estudos! 
Equipe Instituto Nacional Saber 
 
 
 
 
 
 
 
Sumário ........................................................................................................................ 3 
1 Enfoques quantitativo e qualitativo da pesquisa científica ---------------------- 4 
1.1 Características do enfoque quantitativo ----------------------------------------- 4 
1.2 Características do enfoque qualitativo -------------------------------------------- 7 
1.3 Comparação entre os enfoques---------------------------------------------------- 10 
1.4 Referências ------------------------------------------------------------------------------ 15 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
4 
 
 
Enfoques quantitativo e qualitativo da 
pesquisa científica 
 
 
 
A pesquisa científica é definida por Sampieri, Collado e Lucio (2013) como um 
conjunto de processos sistemáticos, críticos e empíricos que são utilizados para se 
estudar um fenômeno. Quando estes processos se baseiam em dados oriundos de 
levantamentos amostrais ou então de práticas de contagem, diz-se que a pesquisa é 
quantitativa. Assim, o enfoque quantitativo é aquele que tem como base a 
quantificação do fenômeno, ou seja, a tradução em números das informações 
coletadas, o que requer o uso de recursos estatísticos para a análise. Por outro lado, 
quando a metodologia de pesquisa considera aquilo que o ser humano interpreta ou 
analisa indutivamente, diz-se que a pesquisa é qualitativa. A seleção do enfoque mais 
apropriado para um determinado estudo deve ser baseada no problema de interesse, 
nos recursos disponíveis, nas habilidades e no treinamento do pesquisador e no 
público-alvo da pesquisa. Faz-se necessário então conhecer em maior profundidade 
os aspectos relativos a cada um dos enfoques. Este capítulo foi elaborado pelo Prof. 
Dr. Leonardo Contri Campanelli. 
1.1 Características do enfoque quantitativo 
A pesquisa quantitativa se baseia na abordagem das Ciências Naturais para 
produzir dados numéricos e fatos concretos. Visa estabelecer relações de causa e 
efeito entre duas variáveis por meio de métodos matemáticos, computacionais ou 
estatísticos. Este tipo de pesquisa também é conhecido como pesquisa empírica, pois 
pode ser medida com precisão. Os dados coletados pelo pesquisador podem ser 
divididos em categorias ou hierarquizados, ou ainda podem ser medidos em termos 
de unidades de medida. Gráficos e tabelas de dados brutos podem ser construídos 
com o auxílio da pesquisa quantitativa, facilitando a análise dos resultados. Sampieri, 
Collado e Lucio (2013) destacam a característica sequencial e comprobatória do 
enfoque quantitativo, o que quer dizer que uma etapa necessariamente precede à 
etapa seguinte, não podendo haver alteração de ordem. A Figura 1 mostra a 
 
5 
 
sequência típica. 
 
 
 
 
 
Figura 1 – Fases do processo quantitativo da pesquisa científica. Fonte: 
Sampieri, Collado e Lucio (2013) 
 
A pesquisa quantitativa começa com a ideia acerca do estudo de um fenômeno, 
a partir da qual o pesquisador formula o problema a ser pesquisado. De posse do 
problema e de uma revisão da literatura que compila as informações já existentes 
sobre a temática do problema, constrói-se o suporte ou marco teórico, ou seja, o 
conjunto de ideias que guia o trabalho do pesquisador de forma clara e organizada e 
permite visualizar o alcance da pesquisa. O marco teórico, por sua vez, permite o 
levantamento das hipóteses que o pesquisador verifica se são ou não corretas para o 
desenho dos testes apropriados ao estudo. Note que as hipóteses antecedem a coleta 
de dados. Para tal coleta, são necessários procedimentos de medição padronizados 
e coerentes do ponto de vista científico, os quais geram números para serem 
 
 
 
A pesquisa quantitativa é aquela que se fundamenta em dados numéricos 
para descrever, prever ou controlar as variáveis de interesse. 
 
6 
 
analisados estatisticamente. A precisão numérica conferida pelo 
enfoque quantitativo reduz a possibilidade de distorções. 
Antes de prosseguir, é conveniente observar um exemplo. O Instituto Brasileiro 
de Geografia e Estatística (IBGE) é o principal órgão no país que fornece dados 
geográficos e estatísticos. Suas pesquisas são tipicamente baseadas na coleta de 
dados através de questionários e entrevistas fechadas. Esses dados são então 
transformados em números, tabelas e gráficos como forma de quantificação do 
fenômeno pesquisado, o que classifica tais pesquisas em quantitativas. Este exemplo 
do IBGE permitir confirmar a afirmação feita por Mussi et al. (2019) de que a pesquisa 
quantitativa busca determinar indicadores e tendências presentes na realidade. O 
levantamento de dados representativos e objetivos possibilita o que os autores 
chamam de materialização físico-numérica, ou seja, que as variáveis sejam 
mensuradas e analisadas numericamente sem qualquer aspecto subjetivo. De fato, a 
explicação científica no enfoque quantitativo não se interessa por pessoalidades e, 
portanto, deve ser independente do pesquisador; seu interesse concentra-se no 
coletivo, que é o que predomina como característica de um grupo. 
O alvo deste enfoque pode ser resumido como sendo a explicação e a previsão 
dos fenômenos, em que se buscam regularidades na amostra estudada que possam 
ser extrapoladas para uma população ampla. Isto é conhecido como generalização, 
que é considerado um critério de grande importância para avaliar a qualidade de um 
estudo quantitativo (POLIT; BECK, 2010). Nesse sentido, Mussi et al. (2019) 
estabelecem uma relação da qualidade do estudo com a qualidade das diversas fases 
da Figura 1, incluindo a complexidade do modelo estatístico. Essa complexidade não 
deve ser entendida como excesso, mas sim como precisão frente ao desenho da 
pesquisa. Se as fases do processo quantitativo forem seguidas de maneira rigorosa 
juntamente com algumas regras lógicas, os resultados naturalmente têm a qualidade 
e a confiabilidade necessárias para que as conclusões contribuam com a geração do 
conhecimento científico. 
Em suma, as seguintes suposições fundamentam o enfoque quantitativo: 
 A realidade é objetiva, “lá fora” e independente do pesquisador, ou seja, 
é algo 
que pode ser estudado objetivamente; 
 
7 
 
 O pesquisador deve permanecer distante e independente 
do que está sendo pesquisado; 
 Os valores do pesquisador não interferem e nem se tornam parte da 
pesquisa, ou seja, a pesquisa é isenta de valores; 
 A pesquisa é baseada principalmente em formas dedutivas de lógica, 
sendo teorias e hipóteses testadas em uma ordem de causa e efeito; 
O objetivo é desenvolver generalizações que contribuam para a teoria e 
permitam ao pesquisador prever, explicar e compreenderalgum fenômeno 
 
1.2 Características do enfoque qualitativo 
Diferentemente do quantitativo, o enfoque qualitativo não faz uso de um 
ferramental estatístico como base para o entendimento de um fenômeno e, portanto, 
não tem a intenção de realizar uma medição numérica. Dalfovo, Lana e Silveira (2008) 
definem a pesquisa qualitativa como aquela que trabalha principalmente com dados 
qualitativos, de modo que números e conclusões baseadas neles podem até existir, 
porém possuem um papel de menor relevância nas análises. Mussi et al. (2019) 
resumem o enfoque qualitativo de uma maneira muito interessante: trata-se de um 
tipo de pesquisa que permite aos pesquisadores se adentrarem em situações que não 
são respondidas pelos números. Além disso, neste enfoque é importante a 
interpretação dos fenômenos pelo pesquisador com base em suas opiniões, 
necessitando de um contato direto entre o pesquisador e o personagem sendo 
pesquisado. 
 
 
 
 
 
 
 
A pesquisa qualitativa não se fundamenta em números ou análises estatísticas, 
mas sim na interpretação dos fenômenos. 
 
8 
 
Quanto ao processo de pesquisa qualitativa, Sampieri, Collado e 
Lucio (2013) destacam que as perguntas de pesquisa e as hipóteses podem vir não 
só antes da coleta dos dados, como ocorre na pesquisa quantitativa, mas também 
durante e depois. A Figura 2 representa esquematicamente esse fato. Note que a 
revisão da literatura e consequentemente o desenvolvimento do marco teórico podem 
sofrer complementações em qualquer etapa da pesquisa, podendo inclusive dar 
suporte ao trabalho final. Geralmente faz-se necessário retornar às fases anteriores 
para redesenhar o estudo frente à necessidade de modificar a amostra escolhida para 
a pesquisa em razão de algum imprevisto durante o desenvolvimento do estudo, de 
analisar informações encontradas ao longo do estudo e não consideradas 
inicialmente, entre outros. Portanto, é lógico dizer que a definição da amostra, a coleta 
de dados e sua análise ocorrem praticamente de modo simultâneo no enfoque 
qualitativo. 
 
Figura 2 – Fases do processo qualitativo da pesquisa científica. Fonte: 
Sampieri, Collado e Lucio (2013) 
O enfoque qualitativo surge para aumentar a valorização de significados e 
aspectos sociais que são oprimidos pelos dados observáveis ou modelos teóricos de 
ampla aplicabilidade prática que são produzidos pela pesquisa quantitativa. Para 
muitos pesquisadores das Ciências Sociais e Humanas, o enfoque quantitativo não é 
suficiente para a geração do conhecimento científico. O personagem de pesquisa 
 
9 
 
nestas áreas envolve seres humanos que agem conforme seus valores, 
sentimentos e experiências, que estabelecem relações próprias e que fazem parte de 
um ambiente passível de alterações. De fato, mudanças de caráter cultural, 
econômico e histórico não são passíveis de controle, tornando complexo o processo 
interpretativo e de generalização. É por isso que se empregam observações não 
estruturadas, entrevistas abertas, discussões em grupo, interação com comunidades, 
etc. para a construção de hipóteses durante o processo investigativo. 
É por causa da preocupação com o contexto em que a pesquisa se insere que 
há naturalmente uma ligação entre o comportamento das pessoas e a formação da 
experiência. Minayo e Sanches (1993) mencionam o surgimento de uma relação 
próxima e íntima entre sujeito e objeto da pesquisa por serem seres da mesma 
natureza. Essa proximidade, no entanto, não deve ser confundida com parcialidade, 
pois o pesquisador deve buscar sempre manter-se neutro. Mais do que a neutralidade, 
o pesquisador deve ser capaz de identificar os pequenos detalhes do contexto da 
pesquisa, inclusive não menosprezando aspectos quantitativos. Essas características 
todas requerem um pesquisador preparado, que desenvolva um estudo tão profundo 
da literatura quanto é o seu conhecimento de causa sobre a pesquisa. 
Diante de uma característica de maior flexibilidade, a pesquisa qualitativa 
possui confiabilidade e qualidade diretamente relacionadas à maneira como o 
pesquisador administra as suas inclinações, justamente por ele ser o instrumento da 
coleta de dados (THOMAS; NELSON; SILVERMAN, 2012). Uma forma de avaliar se 
a pesquisa é confiável e autêntica é empregando a técnica de triangulação: utilizar 
três fontes independentes de dados para sustentar a conclusão (por exemplo, dados 
vindos da observação, dados de entrevistas com estudantes e dados de entrevistas 
com professores). A validação da pesquisa qualitativa pode passar também pela sua 
aceitação por parte dos participantes, quando o pesquisador compartilha com eles as 
conclusões e checa o grau de concordância, confirmando-se assim o impacto real da 
pesquisa na sociedade (MUSSI et al., 2019). 
Em suma, as seguintes suposições fundamentam o enfoque qualitativo: 
 Existem múltiplas realidades que devem ser incluídas (a do pesquisador, 
as dos indivíduos sendo investigados e a do leitor ou público interpretando 
os resultados); 
 
10 
 
 O pesquisador interage com aqueles que ele estuda e 
trabalha ativamente para minimizar a distância entre ele e os 
pesquisados; 
 A pesquisa está vinculada ao contexto do universo pesquisado; 
 As categorias de interesse emergem dos informantes, ao invés de serem 
identificadas a priori pelo pesquisador; 
 O objetivo é revelar e descobrir padrões ou teorias que ajudem a explicar 
um fenômeno de interesse; 
 Determinações de precisão envolvem a verificação das informações com 
participantes ou a “triangulação” entre diferentes fontes de informação. 
1.3 Comparação entre os enfoques 
É natural se perguntar qual dos enfoques é o melhor para a pesquisa científica. 
O fato é que não há um enfoque melhor ou pior do que o outro. Enquanto o quantitativo 
permite a generalização dos resultados, um melhor controle sobre os fenômenos e a 
comparação objetiva entre estudos similares, o qualitativo permite a riqueza da 
interpretação, a descrição de experiências únicas e uma flexibilidade do processo 
investigativo. Note que o primeiro soa mais apropriado para as Ciências Exatas e 
Naturais (como a Biologia, a Física e a Química) e o segundo para as Ciências Sociais 
e Humanas (como a Filosofia, a Sociologia e a Psicologia). Apesar dessa preferência, 
os dois enfoques são úteis para qualquer campo de pesquisa e devem ser 
selecionados para propiciarem análises coerentes do fenômeno sob investigação. Por 
isso, o conhecimento das forças e fraquezas de cada enfoque é de extrema 
importância para a seleção adequada. Os Quadros 1 e 2 trazem respectivamente as 
principais forças e fraquezas de cada enfoque. 
Quadro 1 – Resumo das principais forças associadas a cada enfoque 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
Enfoque Descrição das 
forças 
 
 
 
 
 
 
Quantitativo 
Objetividade científica: a interpretação dos dados quantitativos 
pode ser dada por meio de análises estatísticas e, como as 
estatísticas são baseadas nos princípios da matemática, a abordagem 
quantitativa é vista como cientificamente objetiva e racional. 
Útil para testar e validar teorias já construídas. 
Análise rápida: softwares sofisticados eliminam grande parte da 
necessidade de análise de dados prolongada, especialmente com 
grandes volumes de dados envolvidos. 
Replicação: os dados quantitativos são baseados em valores 
medidos e podem ser verificados por outros, uma vez que dados 
numéricos são menos susceptíveis a ambiguidades de interpretação. 
Hipóteses também podem ser testadas devido ao uso da análise 
estatística. 
 
 
 
 
 
 
Qualitativo 
Por causa do envolvimento próximo do pesquisador, o 
pesquisador ganha uma visão privilegiada do campo. Isso permite que 
o pesquisador encontre questões que muitas vezes passam 
despercebidas (como sutilezas e complexidades) pelas indagações 
científicas mais positivistas. 
As descrições qualitativas podem desempenhar o importantepapel de sugerir possíveis relações, causas, efeitos e processos 
dinâmicos. 
A análise qualitativa permite ambiguidades/contradições nos 
dados, que são reflexo da realidade social. 
A pesquisa qualitativa utiliza um estilo descritivo/narrativo; essa 
pesquisa pode ser particularmente benéfica para o profissional, pois 
ele pode recorrer a relatórios qualitativos para examinar formas de 
conhecimento que de outra forma não estariam disponíveis, obtendo 
assim novos insights. 
 
Fonte: Adaptado de McLeod (2019). 
 
12 
 
Enfoque Descrição das fraquezas 
 
 
 
 
Quantitativo 
Contexto: experimentos quantitativos não ocorrem em ambientes 
naturais. Além disso, eles não permitem que os participantes 
expliquem suas escolhas ou o significado que as perguntas podem ter 
para esses participantes. 
Conhecimento do pesquisador: um conhecimento deficiente acerca 
da aplicação de análises estatísticas pode afetar negativamente a 
análise e a interpretação subsequente. 
Variabilidade da quantidade de dados: tamanhos amostrais 
grandes são necessários para uma análise mais precisa. Estudos 
quantitativos de pequena escala podem ser menos confiáveis, 
afetando a capacidade de generalização. 
Viés de confirmação: o pesquisador pode deixar de observar 
fenômenos devido ao foco na teoria ou no teste de hipóteses, em vez de 
na teoria da geração de hipóteses. 
 
 
 
 
Qualitativo 
Por causa do tempo e dos custos envolvidos, as pesquisas 
qualitativas geralmente não extraem amostras de conjuntos de dados 
de grande escala. 
O problema da validade ou confiabilidade adequada é uma crítica 
importante. Devido à natureza subjetiva dos dados qualitativos e sua 
origem em contextos únicos, é difícil aplicar padrões convencionais de 
confiabilidade e validade. 
Por exemplo, devido ao papel central desempenhado pelo 
pesquisador na geração de dados, não é possível replicar estudos 
qualitativos. Além disso, contextos, situações, eventos, condições e 
interações não podem ser replicados de forma alguma, nem podem ser 
feitas generalizações para um contexto mais amplo do que aquele 
estudado com alguma confiança. 
O tempo necessário para coleta, análise e interpretação dos dados é 
longo. A análise de dados qualitativos é difícil e o conhecimento 
especializado de uma área é necessário para tentar interpretar dados 
qualitativos, e muito cuidado deve ser tomado ao fazê-lo, por exemplo, 
ao se procurar sintomas de uma doença mental. 
Fonte: Adaptado de McLeod (2019). 
 
13 
 
Um exemplo de que ambos os enfoques podem ser aplicados em 
qualquer área, justificando assim a necessidade de cautela na escolha do mais 
apropriado é o seguinte: pense em um engenheiro civil. Para levantar um prédio, ele 
se baseia em cálculos matemáticos e dados estatísticos de resistência de materiais e 
estruturas similares construídas em terrenos similares (este é um estudo quantitativo); 
ao mesmo tempo, ele pode enriquecer o seu conhecimento levantando as 
experiências vividas por outros profissionais ou então as necessidades de futuros 
moradores do prédio através de entrevistas abertas (este é um estudo qualitativo) 
(SAMPIERI; COLLADO; LUCIO, 2013). Voltando à pesquisa científica, é preciso que 
o pesquisador se oriente pelo contexto, pelos recursos disponíveis para a pesquisa, 
por seus objetivos, entre outros. Cada fase da pesquisa possui a sua particularidade 
a depender do enfoque, o que pode também contribuir para a escolha. Estas 
particularidades encontram-se comparadas no Quadro 3. 
 
Quadro 3 – Resumos das diferenças entre os enfoques em cada etapa do 
processo de pesquisa. 
 
Dimensão Enfoque 
quantitativo 
Enfoque Qualitativo 
Formulação do 
problema 
Delimitado, 
demarcado e específico; 
pouco flexível; descrição de 
fatos naturais. 
Aberto, livre e sem delimitação; 
muito flexível; significado humano 
dado aos fenômenos. 
Relação entre o 
pesquisador e o 
fenômeno 
estudado 
De distância, 
independência e 
neutralidade; não se afetam; 
são separados. 
De aproximação e 
interdependência; se 
influenciam; não são separados. 
 
Criação da teoria 
A partir da 
comparação da pesquisa 
anterior com os resultados 
(estes são uma extensão dos 
estudos anteriores). 
Não se fundamenta em estudos 
anteriores, mas é criada ou construída 
a partir dos dados empíricos obtidos. 
 
14 
 
 
Papel da revisão da 
literatura 
Crucial por orientar a 
pesquisa; necessária para a 
definição da teoria, 
hipóteses, desenho e 
demais fases do processo. 
Menos importante no início; 
pode auxiliar no 
desenvolvimento do processo. 
Hipóteses 
Estabelecidas e 
testadas para que sejam 
aceitas ou rejeitadas. 
Criadas durante a pesquisa e ao 
seu final. 
Desenho da 
pesquisa 
Estruturado e 
predeterminado (precede a 
coleta de dados). 
Aberto, flexível e
 construído durante a 
pesquisa. 
Objetivos da 
pesquisa 
Teste de hipóteses; 
correlações estatísticas e 
causais entre os fatos; 
generalização dos dados. 
Compreensão e interpretação de 
fenômenos. 
Amostra 
pesquisada 
Muitos personagens 
envolvidos; definida 
estaticamente; 
representativa de um grupo 
maior. 
Poucos personagens envolvidos; 
escolhas individuais, propositais e 
intencionais. 
Natureza e tipo 
dos dados 
Quantitativa (dados 
numéricos); dados 
confiáveis e sólidos. 
Qualitativa (textos, narrativas, 
significados etc.); dados profundos e 
enriquecedores. 
Instrumentos de 
coleta de dados 
Instrumentos padronizados, 
ou seja, experimentos, 
observação dirigida,
 questionários 
fechados, escalas, etc. 
Próprio pesquisador, através da 
observação dos participantes, 
entrevistas individuais ou coletivas, 
abertas ou fechadas, etc. 
Análise dos 
dados 
Uso de técnicas estatísticas; 
baseada em variáveis; 
impessoal; posterior à coleta 
de dados. 
Varia com a forma de coleta de dados; 
baseada na indução analítica, em 
casos ou pessoas e suas 
manifestações; simultânea à coleta de 
dados. 
Representação dos 
dados 
Formato de números. 
Formato de textos, imagens, peças 
audiovisuais, documentos e objetos 
pessoais. 
Apresentação dos 
resultados 
Tabelas, diagramas e 
modelos estatísticos. 
Narrativas, fragmentos de textos, 
vídeos, áudios, fotografias e mapas, 
diagramas, matrizes e modelos 
 
15 
 
conceituais. 
Relatório de 
resultados 
Tom objetivo, impessoal e 
não emotivo. 
Tom pessoal e emotivo. 
Fonte: Adaptado de Sampieri, Collado e Lucio (2013). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O enfoque de pesquisa mais apropriado é sempre aquele que traz 
mais benefícios para o entendimento e a compressão do fenômeno 
pesquisado. 
 
16 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BIBLIOGRAFIA 
 
 
 
DALFOVO, M. S.; LANA, R. A.; SILVEIRA, A. Métodos quantitativos e 
qualitativos: um resgate teórico. Revista Interdisciplinar Científica Aplicada, v. 2, n. 
4, p. 1-13, 2008. 
MCLEOD, S. A. What’s the difference between qualitative and quantitative 
research? Simply Psychology, 30 de jul. de 2019.
 Disponível em: 
<www.simplypsychology.org/qualitative-quantitative.html>. Acesso em: 5 de jul. 
de 2022. 
MINAYO, A. C. S.; SANCHES, O. Quantitativo-Qualitativo:
 Oposição ou Complementaridade? Cadernos de Saúde Pública, v. 9, n. 3, 
p. 239-262, 1993. 
MUSSI, R. F. F. et al. Pesquisa Quantitativa e/ou Qualitativa: distanciamentos, 
aproximações e possibilidades. Revista SUSTINERE, v. 7, n. 2, p. 414-430, 2019. 
POLIT, D. F.; BECK, C. T. Generalization in quantitative and qualitative 
research: Myths and strategies. International Journal of Nursing Studies, v. 47, p. 
http://www.simplypsychology.org/qualitative-quantitative.html
http://www.simplypsychology.org/qualitative-quantitative.html
 
17 
 
1451-1458, 2010. 
SAMPIERI, R. H.; COLLADO, C. F.; LUCIO, M. P. B. Metodologia de 
Pesquisa. 5. ed. Porto Alegre: Penso, 2013. 
THOMAS, J. R.;NELSON, J. K.; SILVERMAN, S. J. (org.). Métodos de 
Pesquisa em Atividade Física. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2012. 
 
	Enfoques quantitativo e qualitativo da pesquisa científica
	BIBLIOGRAFIA

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