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1 ENFERMAGEM EM TERAPIA INTENSIVA PEDIÁTRICA 1 Sumário NOSSA HISTORIA .................................................................................. 2 UTI PEDIÁTRICA .................................................................................... 4 ATRIBUIÇÕES DO TÉCNICO DE ENFERMAGEM NA UTI PEDIÁTRICA ........................................................................................................................... 6 PREPARO DO LEITO HOSPITALAR .................................................... 11 CRITÉRIOS PARA ADMISSÃO EM UTI PEDIATRICA ......................... 19 UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA PEDIÁTRICA: DIAGNÓSTICOS E INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM MAIS FREQUENTES ......................... 21 ACESSO VENOSO POSSÍVEL EM PEDIATRIA ................................... 44 ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS EM PEDIATRIA ................... 60 CATETERISMO VESICAL ..................................................................... 95 INTUBAÇÃO EM SEQUÊNCIA RÁPIDA EM PEDIATRIA ................... 113 REFERÊNCIAS ................................................................................... 139 2 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 3 UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA (UTI) Os Serviços de Tratamento Intensivo têm por objetivo prestar atendimento a pacientes graves e de risco que exijam assistência médica e de enfermagem ininterruptas, além de equipamento e recursos humanos especializados. Toda Unidade de Tratamento Intensivo deve funcionar atendendo a um parâmetro de qualidade que assegure a cada paciente: direito à sobrevida, assim como a garantia, dentro dos recursos tecnológicos existentes, da manutenção da estabilidade de seus parâmetros vitais; direito a uma assistência humanizada; uma exposição mínima aos riscos decorrentes dos métodos propedêuticos e do próprio tratamento em relação aos benefícios obtidos; monitoramento permanente da evolução do tratamento assim como de seus efeitos adversos. Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), que constitui-se de um conjunto de elementos funcionalmente agrupados, destinado ao atendimento de pacientes graves ou de risco que exijam assistência médica e de enfermagem ininterruptas, além de equipamento e recursos humanos especializados. Os Serviços de Tratamento Intensivo dividem-se de acordo com a faixa etária dos pacientes atendidos, nas seguintes modalidades: Neonatal - destinado ao atendimento de pacientes com idade de 0 a 28 dias. Pediátrico - destinado ao atendimento de pacientes com idade de 29 dias a 18 anos incompletos. Adulto - destinado ao atendimento de pacientes com idade acima de 14 anos. 4 - Pacientes na faixa etária de 14 a 18 anos incompletos podem ser atendidos nos Serviços de Tratamento Intensivo Adulto ou Pediátrico, de acordo com o manual de rotinas do Serviço. Denomina-se UTI Especializada aquela destinada ao atendimento de pacientes em uma especialidade médica ou selecionados por grupos de patologias, podendo compreender: cardiológica, coronariana, neurológica, respiratória, trauma, queimados, dentre outras. Denomina-se Centro de Tratamento Intensivo (CTI) o agrupamento, numa mesma área física, de duas ou mais UTI's, incluindo-se, quando existentes, as Unidades de Tratamento Semi-Intensivo. UTI PEDIÁTRICA A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é um espaço no qual se convive com pacientes em estado grave e que muitas vezes estão em risco iminente de morte. Assim, o cuidado prestado nesse setor resulta, muitas vezes, em desgaste para a equipe de enfermagem que passa a maior parte do tempo com o paciente, vivenciando com ele e seu familiar, momentos de alegria e tristeza. A enfermagem exerce, primordialmente, a função de cuidar e de administrar, além de organizar, controlar e favorecer as práticas de cuidado. O trabalho do enfermeiro intensivista é permeado por múltiplas demandas de atenção “decorrentes da complexidade do cuidado prestado, do próprio ambiente de trabalho e das exigências provenientes, tanto da prestação de cuidado aos pacientes quanto da própria instituição de saúde”. Portanto, o uso da atenção no trabalho do enfermeiro é essencial para a realização das suas atividades diárias, que envolvem tanto o planejamento quanto a prestação do cuidado direto a pacientes e famílias. No tocante ao ambiente das Unidades de Terapia Intensiva Pediátrica (UTIP), são desenhadas para proporcionar cuidados e tratamentos complexos para as crianças criticamente enfermas. Possuem recursos humanos, máquinas, equipamentos e dispositivos complexos para cumprir esses objetivos. Especificamente no que diz respeito aos recursos humanos, profissionais se organizam em um trabalho interdisciplinar e especializado para oferecer 5 adequada assistência às crianças e familiares durante a internação. Por se tratar de uma unidade fechada de cuidados, o enfermeiro permanece maior parte do tempo ao lado da criança e da família, estreitando os vínculos. Este é o momento de envolver a família, favorecer a recuperação da criança e praticar a boa comunicação, exigindo muita competência e habilidade do enfermeiro. O trabalho do enfermeiro caracteriza-se por complexas situações que demandam atenção para o desenvolvimento das suas atividades. (BRAGA et al., 2015) ATRIBUIÇÕES DO ENFERMEIRO RESPONSÁVEL TÉCNICO O profissional irá atuar nas diversas áreas do hospital, em assistência direta e indireta ao paciente e na gestão de equipes. Integrando a equipe multidisciplinar em busca de promover uma assistência de qualidade ao paciente seguindo a ética profissional e os princípios da instituição. Planejar, organizar, coordenar, executar, supervisionar e avaliar as atividades inerentes a sua área de atuação, observando normas, rotinas e diretrizes técnicoadministrativas; Participar de reuniões; Cumprir e fazer cumprir normas e rotinas da instituição, bem como, o Código de Ética, a Legislação de Enfermagem, Regimento Interno e os Princípios e Diretrizes do SUS; Executar e/ou supervisionar as atribuições técnicas pertinentes ao serviço; Promover ambiente seguro, confortável e silencioso ao paciente; Promover o inter-relacionamento com os membros da equipe de saúde; 6 ATRIBUIÇÕES DO TÉCNICO DE ENFERMAGEM NA UTI PEDIÁTRICA Prestar cuidados de Enfermagem por delegação do enfermeiro, tais como: De higiene e conforto, pequenos curativos, controlar peso, altura sinais vitais, administrar medicamentos prescritos, aplicar oxigenioterapia, nebulização, enteroclisma, enema, fazer aplicação de calor/frio; Realizar testes para subsídios diagnósticos como glicosúria, hgt; Curativos simples, entre outros; Auxiliar médico/enfermeirona realização de procedimentos especiais aos pacientes; Receber, conferir e guardar, roupas medicamentos e matérias de consumo solicitadas para o serviço; Participar dos procedimentos pós-morte. Auxiliar médico enfermeiro na realização de procedimentos especiais, de urgência e emergência aos pacientes ADMISSÃO DE PACIENTE EM UTI As internações eletivas são normalmente decorrentes de procedimentos cirúrgicos. Quando a cirurgia é programada, realiza-se a reserva de leito em UTI. Como a reserva de leito em UTI é feita considerando o quadro clínico do paciente e a probabilidade de complicações operatórias, muitas vezes o leito é reservado e não utilizado. 7 Os responsáveis pela UTI devem elaborar rotinas e procedimentos descrevendo os critérios clínicos que são considerados para a admissão do paciente. As internações de urgência/emergência podem ser provenientes de pronto-socorros, unidades de internação e centro cirúrgico (transferência interna). Nesses casos há uma alteração no quadro clínico do paciente, sendo necessários cuidados intensivos. Os responsáveis pela UTI devem elaborar rotinas e procedimentos descrevendo os critérios clínicos que são considerados para a admissão do paciente. Há necessidade também de elaboração de protocolos de conduta para a situação de falta de leito para atendimento de pacientes nessas condições. As internações provenientes de transferência externa (outra instituição) seguem a rotina de contato para solicitação de vaga, com fornecimento de informações sobre o estado clínico do paciente. O ideal é que esse contato seja entre médicos. Após a liberação de vaga, é indicado que haja contato entre os enfermeiros, para fornecimento de informações detalhadas. Responsabilidades dos Profissionais no Processo de Admissão Para que a admissão do paciente para a UTI seja realizada de forma rápida e segura, poderá ser estabelecido um protocolo que descreva as atividades de responsabilidade das equipes envolvidas. Uma sugestão de protocolo para o recebimento de um paciente na UTI compreende as seguintes fases: 1. Solicitação de vaga/leito disponível: A unidade origem solicita a vaga para o médico responsável pelo plantão e discute com o enfermeiro o melhor leito a ser designado para o paciente. A unidade de origem será responsável pelo transporte e pela segurança do paciente, mantendo suas condições clínicas e hemodinâmicas; 2. Enfermeiro do setor de origem: O enfermeiro transmite por telefone o caso do paciente ao enfermeiro da UTI, com dados relevantes sobre: hipótese diagnóstica e dias de internação, breve exame físico e condições 8 gerais do paciente, necessidade de suporte ventilatório, bombas de infusão ou outro equipamento que poderá ser utilizado pelo paciente. Após a passagem de plantão, o enfermeiro da UTI confirma o horário para a transferência do paciente; 3. Enfermeiro da UTI e equipe de enfermagem: O enfermeiro da UTI designa o funcionário que irá receber o paciente mediante escala e transmite a ele informações necessárias para a montagem do box/leito. É importante determinar quem responde pela montagem e checagem do ventilador. Alguns hospitais têm fisioterapeutas e técnicos de engenharia responsáveis pela montagem e checagem do ventilador. Se não houver esse profissional na UTI, a tarefa poderá ser realizada pelo enfermeiro ou técnico de enfermagem devidamente treinado. PROCEDIMENTOS DE ADMISSÃO Na Admissão do paciente deverão estar presentes o enfermeiro, médico e dois técnicos de enfermagem para a realização do transporte e a admissão. Após a acomodação no leito, o paciente deverá ser identificado com pulseira e orientado sobre todos os procedimentos que serão realizados. O paciente deverá ser monitorizado e submetido imediatamente à verificação de sinais e à investigação do traçado eletrocardiográfico. As drogas e medicações deverão ser colocadas em bombas de infusão conforme prescrição médica, e em seguida, deve-se iniciar rigoroso controle e aprazamento dessas drogas. Instalar oxigenoterapia ou ventilação conforme prescrição médica. O enfermeiro realizará exame físico completo e registrá-lo em Evolução de Enfermagem quando da admissão do paciente. REGISTRO DE ENFERMAGEM O registro de enfermagem tem como objetivo garantir a comunicação entre os profissionais, fornecendo respaldo legal e segurança, pois constituem o documento que relata todas as ações de enfermagem aplicadas ao paciente. 9 ANOTAÇÕES DE ENFERMAGEM As anotações de enfermagem fornecem dados para o enfermeiro estabelecer o plano de cuidados e a prescrição de enfermagem para o paciente. É uma descrição dos cuidados ministrados e a resposta do paciente para esses cuidados. A anotação de enfermagem pode ser realizada por todos os membros da equipe de enfermagem, ou seja, enfermeiros e técnicos de enfermagem. Algumas regras norteiam a elaboração da anotação de enfermagem: Letra legível; Informações claras, conscisas, objetivas e pontuais; Descrição dos fatos em ordem cronológica; Registro de data e hora (no início do relato); Assinatura, e carimbo do profissional no final do relato. Sem rasuras, linhas ou espaços em branco; Deve conter relato e observações de todos os cuidados prestados; Deve conter a resposta do paciente aos cuidados prestados, incluindo sinais e sintomas; Deve conter apenas abreviaturas previstas em literatura ou autorizadas pela instituição. ANOTAÇÃO DE ADMISSÃO Deverá ter alguns dados registrados como: Data e hora da admissão; Condições de chegada; Presença de acompanhante; Condições de higiene; 10 Queixas relacionadas ao motivo da internação; Procedimentos e cuidados realizados no ato da admissão; Orientações fornecidas ao paciente e ao acompanhante. Exemplo de anotação de admissão Ás 10 horas admitido a esta unidade, proveniente do Centro Cirúrgico, em 1ºPOI de revascularização do miocárdio, acompanhado pelo médico, equipe de enfermagem, sob aos cuidados do Dr José, encontra-se sedado, responsivo a estimulos dolorosos e verbais, mantendo intubação com cânula orotraqueal de número 9,0 em ventilação mecânica de transporte osíris, acesso central duplo lumen em veia subclávia direita, recebendo itens 2 e 3 conforme prescrição médica. Dreno pleural em HTD e mediastinal sem débito, oscilantes, mantidos ambos em aspiração contínua. Com curativo oclusivo em região torácica, sem sinais de sujidade ou sangramento externo. SVD com débito de 100ml de aspecto amarelo citrino. Instalado monitorização multiparâmetros, em ventilação mecânica Takaoka com parametros de suporte. Ás 10:20 Realizado controle de sinais vitais, glicemia capilar, higiene intima (evacuação ausente), massagem de conforto, troca de roupas de cama, mudança de decúbito, rodízio de oximetria. Segue em observação da enfermagem. 11 REGRAS IMPORTANTES PARA A ELABORAÇÃO DAS ANOTAÇÕES DE ENFERMAGEM CONFORME DETERMINAÇÃO DO CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM , ENTRE AS QUAIS: 1. Devem ser precedidas de data e hora, conter assinatura e identificação do profissional com o número do Coren. ==> Somente a checagem do(s) item(ns) cumprido(s) ou não, através de símbolos, como /, ou , √ respectivamente, NÃO cumpre(m) os requisitos legais de validação de um documento. Daí a importância de registrar, por escrito, nas Anotações de Enfermagem, a administração da medicação, ou a recusa, aponto o nome completo, número do Coren e categoria profissional. ==> A Evolução deve ser realizada referindo-se às últimas 24 horas, baseando-se nas respostas diante das intervenções preestabelecidas por meio da prescrição de enfermagem, bem como quanto aos protocolos em que o paciente está inserido, mantido ou sendo excluído; ==> Sinais e sintomas – todos osidentificados por meio da simples observação e os referidos pelo paciente. Os sinais vitais mensurados devem ser registrados pontualmente, ou seja, os valores exatos aferidos, e nunca utilizar somente os termos “normotenso, normocárdico, etc.” PREPARO DO LEITO HOSPITALAR Conceito: preparo do leito hospitalar para receber um paciente ou para manter a cama ocupada limpa. Responsáveis pela execução: enfermeiro, auxiliar e técnico de enfermagem ou funcionários do serviço de hotelaria. 12 LEITO FECHADO Consiste no leito que está desocupado, aguardando para receber um paciente. Deve ser preparado aproximadamente duas horas após ter sido feita a limpeza geral permitindo o arejamento do ambiente. Materiais necessários: Um lençol; Um virol (lençol de cima); Um traçado ou forro; Um impermeável; Uma colcha; Luvas de procedimento (se necessário); Uma toalha de banho e uma toalha de rosto; Uma fronha; Um cobertor (se necessário); Hamper; Camisola ou pijama; Material acessório conforme rotina hospitalar (jarro, copo, bacias, comadre, papagaio, dentre outros). Etapas para execução: 1. Higienizar as mãos conforme recomendações da ANVISA/OMS; 2. Reunir o material necessário e levar até o quarto; 3. Deixar o material na ordem que será utilizado sobre a mesa de cabeceira ou na cadeira; 4. Retirar a roupa de cama suja e colocá-la no hamper próximo ao leito; 5. Estender o primeiro lençol sobre o leito pretendo-o por baixo por meio de dobras nas pontas do lençol na cabeceira e nos pés. Para manter o lençol esticado usa-se também fazer um nó com as pontas do lençol, sob o colchão. Alguns serviços disponibilizam lençóis com elástico. 6. Estender o lençol móvel sobre o leito prendendo-o sob o lençol na parte mais próxima (se necessário utilizar o impermeável também); 13 7. Estender o lençol de cima, colocando a bainha rente ao colchão, na cabeceira da cama, fazendo uma prega no centro (em forma de envelope), aos pés da cama. É a prega de conforto; 8. Passar para o lado mais distante e proceder a arrumação do forro e lençol; 9. Colocar o cobertor (se necessário) a dois palmos da cabeceira, estendendo-o sobre o lençol; 10. Colocar a colcha também a dois palmos da cabeceira, fixando-a no cobertor ou lençol decima com uma pequena dobra; 11. Virar as roupas aos pés da cama, cobrindo o canto, primeiro com o lençol de cima e cobertores, e depois só com a colcha, cuidando sempre para não desfazer o que está pronto. Para isso a segurar com uma das mãos e fazer a dobra com a outra; 12. Cobrir o travesseiro com a fronha e colocá-lo sobre a cama já pronta; 13. Dispor as toalhas, camisola ou pijama sobre a cama; 14. Verificar se está tudo em ordem e providenciar o material acessório, conforme rotina do hospital; 15. Higienizar as mãos conforme recomendações da ANVISA/OMS. LEITO ABERTO Consiste no leito que está sendo ocupado por um paciente que pode se locomover. Materiais necessários: Peças de roupas que forem necessárias para a troca do leito (ver materiais do leito fechado); Luvas de procedimento; Saco para resíduos. 14 Etapas para execução: 1. Higienizar as mãos conforme recomendações da ANVISA/OMS; 2. Reunir o material necessário e levá-lo ao quarto; 3. Deixar o material na ordem que será utilizado sobre a mesa de cabeceira ou na cadeira; 4. Retirar a roupa de cama usada (se necessário) e coloca-la no hamper próximo ao leito; 5. Arrumar o leito conforme etapas do leito fechado. Contudo, fazer dobra no virol/cobertor/colcha em um ângulo de 90°, no lado que for melhor para o paciente; 6. Verificar se está tudo em ordem e providenciar o material acessório, conforme rotina do hospital. 7. Higienizar as mãos conforme recomendações da ANVISA/OMS. LEITO DE OPERADO É feito para aguardar o paciente que está na sala de cirurgia ou em exame, sob anestesia. Têm por finalidade proporcionar conforto, segurança, prevenir infecções e facilitar a colocação do paciente no leito. Materiais necessários: O mesmo para o leito fechado, acrescido de: Forro para cabeceira; Suporte de soro; Esfigmomanômetro e estetoscópio Saco plástico para resíduos; Comadre ou papagaio. 15 Etapas para execução: 1. Higienizar as mãos conforme recomendações da ANVISA/OMS; 2. Reunir o material necessário e levar até o quarto; 3. Deixar o material na ordem que será utilizado sobre a mesa de cabeceira ou na cadeira; 4. Retirar a roupa de cama suja coloca-la no hamper próximo ao leito e fazer a limpeza do local; 5. Colocar o lençol de baixo da mesma maneira que é colocado leito fechado; 6. Colocar o impermeável e o lençol móvel, geralmente no centro da cama. Porém, o local pode variar conforme a cirurgia; 7. Colocar as demais roupas sem fazer cantos; 8. Nos pés, dobrar as roupas para cima, deixando-as rente ao colchão; 9. Enrolar ou dobrar tudo para o lado que melhor se adaptar à entrada do paciente. Pode-se também dobrar em forma de envelope no sentindo da largura; 10. Na cabeceira dobrar o forro em forma de leque, colocando os travesseiros junto ao leito apoiados no beiral da cama; 8. Deixar na mesinha somente o material necessário para o paciente; 9. Dependendo da cirurgia, deixar disponíveis frascos de drenagem, oxigênio, aspirador e suporte para soro; 10. Verificar se está tudo em ordem e providenciar o material acessório, conforme rotina do hospital; 11. Higienizar as mãos conforme recomendações da ANVISA/OMS. 16 LEITO COM PACIENTE É o leito ocupado por um paciente que não pode se locomover. Em sua maioria o leito é arrumando durante o banho no leito, para evitar perda de tempo e esforços. Materiais necessários: Os mesmos para o leito fechado. Etapas para execução: 1. Higienizar as mãos conforme recomendações da ANVISA/OMS; 2. Reunir o material necessário e levar até o quarto; 3. Preparar o ambiente (evitar correntes de ar) e se necessário, colocar o biombo; 4. Calçar as luvas; 5. Dobrar a roupa de cama necessária, colocando-a no espaldar da cadeira. Deixar no sentido do comprimento facilitando a recolocação na cama; 6. Colocar o paciente para o lado esquerdo, dobrando sob ele as roupas de baixo; 7. Retirar, gradativamente, o lençol móvel, o impermeável, e o lençol de baixo, ao mesmo tempo em que se colocam as roupas limpas sobre o colchão, fazendo os cantos e prendendo-os; 8. Passar o paciente para o lado já pronto; 9. Continuar a retirada gradativa da roupa usada e a colocação da limpa, fazendo os cantos; 10. Colocar, peça por peça, a roupa usada no hamper; 11. Trocar a fronha do travesseiro; 12. Deixar o paciente confortável no centro da cama; 17 13. Trocar o virol, mantendo o paciente coberto; 14. Colocar a colcha e/ou cobertor; 15. Dobrar o lençol sobre a colcha e finalizar fazendo o canto; 16. Verificar se está tudo em ordem e providenciar o material acessório, conforme rotina do hospital. 17. Higienizar as mãos conforme recomendações da ANVISA/OMS. Observações: Evite cansar o paciente; A troca do leito deve ser realizada quantas vezes forem necessárias durante o plantão; O preparo do leito visa proporcionar conforto ao paciente pela mudança de roupa, estimular a circulação com a mudança de posição e observar o aspecto geral do paciente; O leito deve ser preparado de acordo com a sua finalidade; Sempre utilizar lençóis limpos, secos e sem pregas; Caso reutilize os lençóis, não deixar migalhas e/ou fios de cabelos; Observar o estado de conservação dos colchões, travesseiros e roupas de cama; Em caso de doente grave, a troca de cama deverá ser feita por duas pessoas, para evitar esforço demasiadodo paciente e da equipe de enfermagem, e consequentemente obter rapidez e eficácia no cuidado prestado; Durante a arrumação, o paciente deverá ser afastado para o lado contrário àquele em que se está trabalhando. O paciente ficará em decúbito dorsal lateral ou dorsal, conforme sua preferência e condições; Não sacudir as roupas de cama; Não arrastar as roupas de cama pelo chão; Não transportar as roupas de cama junto ao seu corpo. 18 CRITÉRIOS DE PRIORIZAÇÃO PARA INTERNAMENTO EM UTI: PRIORIDADE 1 - Pacientes criticamente enfermos, em coma ou não, e instáveis que necessitam de cuidados de Terapia Intensiva e monitoração que não pode ser provida fora do ambiente de UTI. Usualmente, esses tratamentos incluem suporte ventilatório, drogas vasoativas contínuas, etc. Nesses pacientes, não há limites em se iniciar ou introduzir terapêutica necessária. Exemplos destes doentes incluem choque ou pacientes com instabilidade hemodinâmica, pacientes em insuficiência respiratória aguda necessitando de suporte ventilatório, inclusive neonatal; prematuro abaixo de 1500g na primeira semana de vida. PRIORIDADE 2 - Pacientes que necessitam de monitoração intensiva e podem potencialmente necessitar intervenção imediata. Não existe limite terapêutico geralmente estipulado para estes pacientes. Exemplos incluem pacientes com condições co-mórbidas crônicas (como as terapias renais substitutivas) que desenvolvem doenças agudas graves clínicas ou cirúrgicas; prematuros acima de 30 semanas, nas primeiras horas de vida, em uso de suporte respiratório, tipo CPAP nasal, que fizeram uso do surfactante pulmonar e estão compensados clínica e laboratorialmente; desconforto respiratório decorrente de pneumotórax não hipertensivo. PRIORIDADE 3 - Pacientes criticamente enfermos mas que têm uma probabilidade reduzida de sobrevida pela doença de base ou natureza de sua doença aguda. Esses pacientes podem necessitar de tratamento intensivo para aliviar uma doença aguda, mas limites ou esforços terapêuticos podem ser estabelecidos como não intubação ou reanimação cardio-pulmonar. Exemplos incluem pacientes com neoplasias metastáticas complicadas por infecção, tamponamento ou obstrução de via aérea; prematuros extremos – abaixo de 25 semanas e/ou peso abaixo de 500g; mal formações incompatíveis com a vida; hemorragia intra /peri /ventricular de grande extensão. 19 UTI NEONATAL OU PEDIATRICA Nenhum critério pode ser considerado isoladamente, pois o quadro de gravidade é aferido pelo quadro geral do paciente, associando-se à sua condição atual, à sua patologia de base, evolução clínica e patologias associadas. CRITÉRIOS PARA ADMISSÃO EM UTI PEDIATRICA Choque Coma Desnutrição grave com descompensação metabólica Diálise peritoneal Insuficiência cardíaca Insuficiência de múltiplos órgãos Insuficiência renal aguda Intoxicação exógena Necessidade de nutrição parenteral Ventilação mecânica Patologias neurológicas que comprometem a respiração Politraumatizado Pós-operatório Septicemia Traumatismo craniano FC <90 ou >150 bpm {Crianças > 1 ano de idade: >160 bpm ou < 60 bpm} PAS >150 / PAM >100 mmHg FR >70 ipm Na <120 ou>160 mEq/l 20 K <2,5 ou >5,5 mEq/l PO2 <65 torr ou SO2 <90% PCO2 >65 torr pH <7,2 ou >7,5 NaHCO3 <15 Glicemia >300 mg% Ca >8,3 mg% TAC crânio alterada com hemorragia, contusão, hidrocefalia com descompensação, outras patologias que levem a instabilidade do paciente Glasgow <8 ou queda >2 ECG – arritmias com instabilidade Crianças > 1 ano de idade: >160 bpm ou < 60 bpm; ADMISSÃO DO PACIENTE NA UTI o Monitorização; o Oxigenoterapia; o Verificação dos sinais vitais; o Avaliação do acesso venoso ou realização; o Coleta dos exames laboratoriais e rotina de culturas; o Administração de drogas; o Intubação s/n; o Realização de RX; o Controle do peso; o Aspiração s/n; o Higienização s/n; 21 UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA PEDIÁTRICA: DIAGNÓSTICOS E INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM MAIS FREQUENTES Objetivo: identificar os mais frequentes diagnósticos de enfermagem da Classificação da NANDA-I e as intervenções de enfermagem da Classificação das Intervenções de Enfermagem - NIC. Metodologia: estudo de campo, descritivo-exploratório, de abordagem quantitativa. Foram avaliados prontuários de 39 crianças/adolescentes na Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica de um Hospital Universitário. Após a coleta, os dados foram processados pelo programa Excel 2007 e realizadas as análises estatísticas: descritiva e comparativa. O estudo teve o projeto de pesquisa aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, sob o parecer 15/2009. Resultados: os diagnósticos mais frequentes de enfermagem foram: Risco de aspiração, Resposta disfuncional ao desmame ventilatório e Integridade da pele prejudicada; enquanto que as intervenções de enfermagem foram: Monitoração dos sinais vitais, Supervisão da pele, Assistência ventilatória e Monitoração respiratória. Conclusão: a utilização das classificações de enfermagem pode, além de colaborar para a qualidade do serviço prestado, reforçando os saberes de enfermagem essenciais para o restabelecimento da criança, também criar um corpo de conhecimento dentro das unidades assistenciais. (LUCIANA DE LIONE MELO, MICHELLE SCHNEIDER DOS SANTOS, 2014) A maior parte das crianças/adolescentes teve como causa da hospitalização, diagnósticos clínicos, por vezes com a presença de mais de um diagnóstico por paciente, sendo as doenças do aparelho respiratório as mais frequentes, conforme demonstrado na Tabela 1. 22 A criança é particularmente suscetível a desenvolver doenças do sistema respiratório, pois existem diversos fatores inter-relacionados que favorecem essa evolução, que vão desde peculiaridades anatômicas a características fisiológicas e imunológicas, tais como o pequeno diâmetro das vias aéreas que produz uma maior tendência à obstrução, a caixa torácica mais complacente, a função muscular intercostal e a diafragmática menos maduras favorecendo a exaustão, a incoordenação tóraco-abdominal durante o sono REM que prejudica a higiene brônquica. Na Tabela 2 estão apresentados os diagnósticos de enfermagem identificados e organizados a partir dos domínios da Classificação dos Diagnósticos de Enfermagem da NANDA-I, sendo diagnosticados 35 diagnósticos de enfermagem distintos, o que equivale a uma média de 3,38 diagnósticos/criança. 23 Os diagnósticos de enfermagem: risco de aspiração, resposta disfuncional ao desmame ventilatório e integridade da pele prejudicada foram identificados em 14, 11 e 10 crianças/adolescentes, respectivamente. O diagnóstico risco de aspiração justifica-se pelo fato de que a aspiração pulmonar pode ter consequências graves para criança, como pneumonites aspirativas e atelectasias, podendo evoluir para o óbito. Além disso, a maioria das crianças utiliza sondas gástricas ou enterais, seja para administração de dieta ou para minimizar o desconforto gástrico em virtude da ventilação mecânica. O diagnóstico: resposta disfuncional ao desmame ventilatório vai ao encontro da frequência de doenças do sistema respiratório encontrada (61,70%). A incapacidade da criança de ajustar-se a níveis diminuídos de suporte ventilatório mecânico, interrompendo e prolongando o processo de desmame é multifatorial. 24 Sabe-se que mesmo diante dos benefícios universalmente aceitos da ventilação mecânica (VM) em crianças com insuficiência respiratória, os riscos associados a esta prática exigem que a equipe de cuidado intensivo busque constantemente conhecimentos que possam embasar a decisão de interromper a VM o mais cedo possível. De um lado,a extubação, injustificadamente, tardia está associada a um tempo maior de permanência na UTI, maior risco de pneumonia associada à ventilação e maior mortalidade. De outro lado, a interrupção prematura da ventilação está intimamente relacionada à falha de extubação e à necessidade de reintubação, com desfechos adversos que incluem hospitalização prolongada, custos mais elevados, maior necessidade de traqueostomia e maior mortalidade. É importante salientar que o diagnóstico: resposta disfuncional ao desmame ventilatório pode estar associado à extubação acidental, que ocorre principalmente durante quatro cuidados de enfermagem: banho no leito, transporte para exames, troca de fixação do dispositivo ventilatório e mudança de decúbito, sendo necessárias intervenções de enfermagem que minimizem este acontecimento. Integridade da pele prejudicada, pode ser definido como epiderme e/ou derme alteradas. Na unidade em estudo, este diagnóstico é frequente devido a procedimentos invasivos, incisões cirúrgicas e lesões cutâneas, principalmente as dermatites de fraldas. Em estudo realizado em 2013 que buscou identificar diagnósticos e intervenções de enfermagem em 35 crianças internadas na clínica pediátrica de um hospital escola utilizando a Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem (CIPE®), identificou-se que os diagnósticos de enfermagem mais frequentes foram Ansiedade com 88,5%, Sono e repouso preservados com 74,2%, Pele hipocorada com 68,5% e Desenvolvimento infantil normal 65,7%16. Estes dados apresentam especificidades dos diagnósticos de enfermagem da CIPE® semelhantes aos encontrados no presente estudo. 25 Para os 35 diagnósticos de enfermagem identificados foram propostas 33 intervenções de enfermagem segundo a Classificação das Intervenções de Enfermagem (NIC), conforme explicitado na Tabela 3. A Tabela 3 evidencia as 33 intervenções de enfermagem prescritas no período compreendido pelo estudo. Apesar do serviço em questão ter implantado oficialmente o processo de enfermagem utilizando a Classificação das Intervenções de enfermagem – NIC, desde 2007, verificou-se nos prontuários, intervenções de enfermagem prescritas sem a utilização da referida classificação e da identificação de diagnósticos de enfermagem que as sustentem. Estudo realizado em centro de terapia intensiva pediátrica de um hospital- escola localizado no interior do Estado de São Paulo demonstrou que, as 26 atividades de enfermagem mencionadas espontaneamente pelas enfermeiras para atender a um determinado diagnóstico de enfermagem também não abarcavam as possibilidades disponíveis na NIC. Contudo, quando lhes eram apresentadas as diversas atividades da NIC, as mesmas referiam realizar um grande número das atividades mencionadas. Destaca-se ainda na Tabela 3, que das 33 intervenções de enfermagem prescritas, muitas delas se repetiram mais de uma vez, tendo a somatória total de 94 manifestações sendo que as mais frequentes foram: monitoração de sinais vitais (9/94 9,57%), supervisão da pele (9/94 9,57%), assistência ventilatória (9/94 9,57%), monitoração respiratória (7/94 7,44%), controle de vias aéreas (5/94 5,31%), desmame da ventilação mecânica (5/94 5,31%) e controle de infecção (5/94 5,31%). As intervenções de enfermagem assistência ventilatória, controle de vias aéreas, desmame da ventilação mecânica, monitoração respiratória, monitoração de sinais vitais foram prescritas para o diagnóstico resposta disfuncional ao desmame ventilatório. Desta forma, é possível observar que as intervenções de enfermagem estão relacionadas a um dos diagnósticos de enfermagem mais frequentes. Apesar de ser constatado que os enfermeiros identificaram e prescreveram cuidados específicos para o diagnóstico de enfermagem resposta disfuncional ao desmame ventilatório, consensuou-se a necessidade de elaboração de um protocolo de intervenções de enfermagem, uma vez que um planejamento minucioso pode trazer vantagens como diminuição dos índices de insucesso e reintubações, diminuição da mortalidade, menor tempo de internação na unidade de terapia intensiva e, consequente redução dos custos hospitalares. Além dos aspectos relevantes apontados para a elaboração de um protocolo de intervenções de enfermagem para um cuidado específico, há outro a ser considerado - a autonomia do enfermeiro. A Classificação das Intervenções de Enfermagem - NIC viabiliza a implementação de atividades consideradas independentes da prescrição médica, o que demonstra sua aplicabilidade, além 27 de comprovar a importância do papel do enfermeiro na resolubilidade dos diagnósticos de enfermagem. Em relação ao diagnóstico integridade da pele prejudicada, evidenciou-se a intervenção supervisão da pele em nove prescrições (9,57%). Porém, outras intervenções preconizadas pela NIC como cuidados com úlceras de pressão, cuidados com lesões, cuidados com local de incisão não foram determinados. A intervenção cuidados com local de incisão, definida como Limpeza, monitoração e promoção da cicatrização em ferida fechada por suturas, grampos ou clipes, poderia ser prescrita em casos de crianças com lesões na incisão operatória. Contudo, não se encontrou esta intervenção nos prontuários, apesar das atividades de enfermagem prescritas denotarem sua implementação, principalmente nos pós-operatórios de cirurgias cardíacas. Além dos problemas oriundos da incisão cirúrgica, decorrente das cirurgias cardíacas, contribuir na identificação do diagnóstico de enfermagem integridade da pele prejudicada, há outros eventos durante o período pós- operatório que colaboram para manutenção deste diagnóstico como necessidade de imobilidade devido aos diversos dispositivos instalados na criança como dreno de mediastino e torácico, cateter de pressão arterial invasiva, cateter rígido para diálise peritoneal, a interferência dos anestésicos na vasodilatação e vasoconstrição da pele reduzindo a perfusão para as proeminências ósseas e regiões que se encontram sob pressão, a vasoconstrição periférica e diminuição da oxigenação tecidual em função da circulação extracorpórea. A intervenção supervisão da pele é implementada no cotidiano do serviço estudado, devido à dermatite de fraldas, evento comum em crianças. A dermatite de fraldas é uma afecção cutânea no local da pele coberta de fraldas, ocorrendo por contato prolongado com fraldas úmidas e materiais impermeáveis, com consequente maceração e irritação da pele. Outras recomendações expressas na literatura com relação ao diagnóstico integridade da pele prejudicada e que são parte integrante do cuidado independente de enfermagem são o uso cuidadoso de adesivos para fixação de dispositivos como cateter venoso, tubo endotraqueal, o uso de 28 eletrodos que contenham resina vegetal, pois este material diminui as lesões por ser de fácil remoção, não causando desconforto à criança e mantendo a integridade da epiderme. Vale advertir que o uso da tintura de benjoim deve ser limitado por resultar em adesões severas com posterior lesão da pele, além da possibilidade de absorção cutânea dessa substância, podendo causar reações imediatas e tardias. Outra intervenção de enfermagem implementada apenas em cinco crianças foi o controle de infecção (5,31%), a sétima intervenção mais prescrita na Unidade de terapia intensiva pediátrica. Entretanto, esta intervenção é sugerida para atender diversos diagnósticos de enfermagem identificados como integridade da pele prejudicada (8,33%), risco de infecção (6,81%), ventilação espontânea prejudicada (6,06%), proteção ineficaz (3,27%) e integridade tissular prejudicada (0,75%). Esta constatação merece destaque já que nesta unidade há um montante considerável de procedimentos invasivos que expõe a criança a maior contato com patógenos. Outros fatores de riscosão defesas primárias e secundárias inadequadas e o uso de agentes farmacêuticos imunossupressores. Com respeito ao diagnóstico de enfermagem risco de aspiração, o mais frequente na unidade, evidenciou-se que a intervenção precaução contra aspiração foi prescrita somente para duas crianças (2,12%). Outras intervenções prescritas foram controle de vias aéreas artificiais (2,12%) e posicionamento (2,12%) também em número reduzido, o que serve de alerta, já que as crianças hospitalizadas na Unidade estudada apresentam vários fatores de risco como alimentação por sondas, deglutição prejudicada, esvaziamento gástrico retardado, presença de sonda endotraqueal e de traqueostomia. Ademais, vale ressaltar ainda que a utilização da NIC, em especial, pode facilitar a construção de protocolos de cuidados, nomear atividades realizadas, facilitar o registro dessas atividades e conferir maior visibilidade ao processo de trabalho do enfermeiro. 29 OXIGENOTERAPIA “A hipóxia é danosa para o organismo. Em uma situação de emergência, a determinação da causa da disfunção respiratória pode ser impossível e até mesmo desnecessária antes do início de algumas das operações do manejo emergencial das vias aéreas. A oxigenoterapia deve ser instituída emergencialmente” (Carvalho WB., 2006). OBJETIVOS GERAIS E CLÍNICOS 1. Manutenção da oxigenação tecidual adequada. 2. Correção da hipoxemia aguda pela elevação dos níveis alveolar e sanguíneo de oxigênio. 3. Redução dos sintomas associados à hipoxemia crônica, podendo também melhorar a função mental. 4. Redução da carga de trabalho que a hipoxemia impõe no sistema cardiopulmonar. LIBERAÇÃO DE OXIGÊNIO A liberação de O2 tecidual depende de: • débito cardíaco (DC) e da distribuição de O2 pelo organismo; • grau de vasoconstrição arterial; • fatores que alteram a curva de dissociação da hemoglobina. A eficiente oxigenação depende também de: • adequada ventilação alveolar; • adequada relação ventilação-perfusão (V/Q); • ausência de shunts direita-esquerda. 30 O transporte gasoso ocorre no plasma (2%) e na hemoglobina (98%), e depende de um DC adequado. Sabe-se que aproximadamente 1 molécula de hemoglobina carreia 4 moléculas de oxigênio (ou 13 mL). Alguns fatores podem alterar a curva de dissociação da oxi-hemoglobina, tais como: 1. Desvio para a direita: diminui a afi nidade da hemoglobina com o oxigênio, portanto, tem-se aumento de temperatura, de PCO2, de H+ e de 2,3- difosfoglicerato (DPG). 2. Desvio para a esquerda: aumenta a afi nidade da hemoglobina com o oxigênio, portanto, tem-se diminuição de temperatura, de PCO2, de H+ e de 2,3- DPG. Sabe-se que como o neonato tem hemoglobina fetal circulante (HbF) até aproximadamente 6 meses, ele “carrega” grande quantidade de oxigênio aos tecidos, o que mantém uma SatO2 ≥ 97% e uma PO2 igual a 50 a 70 mmHg. AVALIAÇÃO DA NECESSIDADE DE OXIGENOTERAPIA (TABELA 1) Existem 3 formas básicas para determinar a necessidade de oxigenoterapia: • mensurações laboratoriais para confirmar a hipoxemia: gasometria; • doença e condições clínicas; • avaliação à beira do leito: sinais de desconforto respiratório. 31 INDICAÇÕES 1. Hipoxemia comprovada: • crianças > 28 dias: PaO2 < 60 mmHg ou SatO2 < 90%; • neonatos: PaO2 < 50 mmHg ou SatO2 < 88% (por causa da HbF). 2. Situações agudas em que há suspeita de hipoxemia. 3. Traumatismo grave. 4. Infarto agudo do miocárdio (IAM). 5. Terapia de curto prazo (p.ex.: recuperação pós-anestésica [RPA]). CONTRAINDICAÇÕES Não existe nenhuma contraindicação absoluta. 32 PRECAUÇÕES E/OU POSSÍVEIS COMPLICAÇÕES 1. PaO2 > 60 mmHg: pode deprimir a ventilação em alguns pacientes com hipercapnia crônica. 2. Fração inspirada de oxigênio (FiO2) > 0,5: pode causar atelectasia, intoxicação por O2 e/ou depressão ciliar ou leucocitária. 3. PaO2 > 80 mmHg nos recém-nascidos pré-termos (RNPT): pode causar retinopatia da prematuridade. 4. Aumento da PaO2 nos lactentes cardiopatas: pode fechar ou contrair o canal arterial. 5. Diminuição da FiO2 durante a broncoscopia: evita a ignição intratraqueal. 6. Aumento da FiO2: aumenta o risco de incêndio. 7. Pode ocorrer contaminação bacteriana quando são utilizados nebulizadores ou umidificadores. MONITORAÇÃO 1. Avaliação clínica incluindo condições cardíaca, neurológica e pulmonar. 2. Avaliação dos parâmetros fisiológicos (PaO2 e SatO2), em conjunção com o início da terapia, ou: • dentro das 12 horas iniciais com FiO2 ≥0,4; • dentro das 8 horas iniciais com FiO2 ≥ 0,4; • dentro das 72 horas iniciais do IAM; • dentro das 2 horas iniciais de qualquer pneumopatia; • dentro da primeira hora de vida do neonato. 33 VERIFICAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS 1. Todos os sistemas de liberação de O2 devem ser checados pelo menos 1 vez/dia. 2. Checagens mais frequentes são necessárias nos sistemas: • suscetíveis à variação da FiO2; • aplicados em pacientes com via aérea artifi cial; • liberando uma mistura gasosa aquecida; • aplicados em pacientes clinicamente instáveis ou que necessitam de FiO2 ≥ 0,5. TOXICIDADE DO OXIGÊNIO (TABELA 2) 1. Afeta sobretudo os pulmões e o sistema nervoso central (SNC). 2. Dois fatores principais determinam os efeitos nocivos do O2: PO2 e o tempo de exposição. 3. Os efeitos neurológicos centrais incluem tremores, contrações e convulsões. 34 BRONCOPNEUMONIA O paciente exposto a uma PaO2 elevada durante um período prolongado apresenta sinais similares de broncopneumonia (BCP). Aparecem infiltrados irregulares na radiografia, mais proeminentes nos campos pulmonares inferiores. DEPRESSÃO DA VENTILAÇÃO A supressão do estímulo hipóxico faz alguns pneumopatas hipoventilarem ao receber oxigênio. Nesses pacientes, a resposta normal às PCO2 elevadas é atenuada, sendo a falta de O2 (detectada pelos quimiorreceptores periféricos) o estímulo principal da respiração. A elevação dos níveis sanguíneos de O2 nesses pacientes suprime os quimiorreceptores periféricos e, consequentemente, deprime o estímulo ventilatório e eleva a PCO2. Níveis elevados de O2 no sangue também podem romper o equilíbrio V/Q normal, acarretando um aumento da PaCO2. O fato da oxigenoterapia fazer alguns indivíduos hipoventilarem nunca deve impedir a administração do O2. A prevenção da hipóxia deve ser sempre a primeira prioridade. ATELECTASIA DE ABSORÇÃO A atelectasia sobrevem em razão de um processo de difusão gasosa desencadeado pelo oxigênio. A pressão total do gás bloqueado na parte distal da obstrução está próxima de 760 mmHg, ao passo que a soma das pressões parciais do gás, no sangue venoso misturado, que se apresenta na interfacealveolar, é inferior a 760 mmHg em razão de uma pressão parcial fraca de oxigênio no sangue venoso. O equilíbrio das pressões parciais acontece pela difusão dos gases alveolares para o sangue. O alvéolo diminui o volume correspondente à quantidade de oxigênio absorvido. A pressão dos demais gases alveolares é mantida em seus níveis atmosféricos, isto é , no caso do CO2, um gradiente venoso-alveolar de 40 a 45 mmHg, e do nitrogênio, um gradiente nulo (573 – 573: 0). De fato, a queda de O2 no alvéolo supera o aumento da taxa de CO2 de tal maneira que a soma das pressões parciais no sangue venoso será 35 consideravelmente inferior à pressão atmosférica. Essa diferença de pressão alcançada (60 mmHg) explica a continuidade da difusão do gás, o que reduz ainda mais o volume alveolar até o colapso completo. Ver Figura 1. DISPOSITIVOS: SISTEMAS DE LIBERAÇÃO Existem 4 modelos básicos: 1. Sistemas de baixo fluxo. 2. Sistemas de alto fluxo. 3. Sistemas com reservatório. 4. Cercados. São importantes as seguintes perguntas para a indicação dos sistemas: 1. Sabe-se quanto deO2 é liberado pelo sistema? 2. A FiO2 liberada é fixa ou varia de acordo com as alterações da demanda do paciente? Existem diferenças entre os sistemas de liberação de oxigênio: 36 1. Baixo fluxo: o fluxo inspiratório do paciente frequentemente ultrapassa o liberado pelo dispositivo, resultando em uma diluição aérea (área sombreada). Além disso, quanto maior o fluxo, maior a quantidade de ar inspirada e menor a FiO2. 2. Alto fluxo: sempre excede o fl uxo do paciente e, por essa razão, a FiO2 é fi xa. 3. Com reservatório: também obtém-se uma FiO2 fixa; este sistema armazena um volume (fluxo X tempo) que é maior ou igual ao VC do paciente. APLICAÇÃO Sabe-se que no ar do ambiente existem: nitrogênio + oxigênio + argônio + gás carbônico. Para que seja calculado um valor aproximado da FiO2, podem ser utilizadas as seguintes fórmulas: Cálculo da FiO2 (só para O2): (4 X nº litros de O2) + 21 Cálculo da FiO2 (2 gases: ar comprimido e O2): em que: LAC: litros de ar comprimido; LO2: litros de oxigênio. Lembrando que na relação correta para os dispositivos que utilizam ar comprimido e oxigênio, deve-se utilizar uma proporção maior de ar comprimido do que de oxigênio (exatamente para evitar a toxicidade do O2). 37 SISTEMAS DE BAIXO FLUXO Esses sistemas fornecem O2 suplementar com até 8 L/min, sempre diluí do no ar atmosférico: a FiO2 é baixa e variável. Cânula nasal, cateter nasal e cateter nasotraqueal são os tipos de sistema de baixo fluxo descritos a seguir. Cânula nasal (Figura 2) • Adultos: fluxo de 1 a 8 L/min; • lactentes: fluxo < 2 L/min; • FiO2 variável; • vantagens: fácil utilização, descartável, barata e bem tolerada; • desvantagens: instável, fácil de deslocar, causa ressecamento das mucosas e presença de pólipos e desvios de septo bloqueiam o fluxo; • melhor uso: domiciliar, terapia prolongada, FiO2 baixa e em paciente estável. Cateter nasal (Figura 3) • Conectado ao umidifi cador; • adultos: fluxo de 1 a 8 L/min; 38 • lactentes: não é utilizado; • FiO2 variável; • vantagens: boa estabilidade, descartável e barato; • desvantagens: difícil colocação; necessita de troca regular; pode provocar reflexo de vômito, deglutição de ar e aspiração; e presença de pólipos e desvios de septo que bloqueiam o fluxo; • melhor uso: broncoscopia e terapia prolongada. Cateter transtraqueal (Figura 4) • Conectado ao umidificador; • adultos: fluxo de 1 a 4 L/min; • lactentes: não é utilizado; • FiO2 variável; • vantagens: menor utilização e elimina a irritação nasal; • desvantagens: custo elevado, complicações cirúrgicas, infecções e rolhas; • melhor uso: terapia prolongada e quando não há aceitação do O2 nasal. 39 SISTEMAS COM RESERVATÓRIO Incorporam um mecanismo de coleta e armazenamento de O2 entre as inspirações do paciente. Fornecem FiO2 comparável à dos sistemas sem reservatório, mas com fluxos menores. Cânula com reservatório, máscara simples, máscara de reinalação parcial e máscara de não reinalação são os tipos de sistema com reservatório descritos abaixo. Cânula com reservatório (Figura 5) • Fluxo de 1 a 4 L/min; • FiO2 variável; • vantagens: menor utilização, menor custo, elimina a irritação nasal, aumenta a tolerância ao exercício e aumenta a mobilidade; • desvantagens: desagradável; incômoda e o padrão respiratório afeta o desempenho; • melhor uso: tratamento domiciliar e para pacientes que necessitam de maior mobilidade. 40 Máscara simples (Figura 6) • Fluxo de 5 a 12 L/min; • FiO2 variável; • vantagens: de rápida e fácil colocação, barata e descartável; • desvantagens: desconfortável, deve ser removida para a alimentação e bloqueia o vômito de pacientes inconscientes; • melhor uso: emergências e terapia de curto prazo. Máscara de reinalação parcial e de não reinalação (Figura 7) • Fluxo de 6 a 10 L/min; • FiO2 variável; 41 • vantagens: de rápida e fácil colocação, barata e descartável; • desvantagens: desconfortável, deve ser removida para a alimentação, bloqueia o vômito de pacientes inconscientes e há risco potencial de sufocação; • melhor uso: emergências e terapia de curto prazo. SISTEMAS DE ALTO FLUXO Fornecem uma determinada concentração de O2 em fluxos iguais ou superiores ao fluxo inspiratório máximo do paciente. A máscara de Venturi é o tipo de sistema de alto fluxo descrito a seguir (Figura 8): • fluxo variado; • FiO2 fixa; • vantagens: de fácil colocação, FiO2 estável e precisa; • desvantagens: desconfortável, barulhenta, deve ser retirada para alimentação e a FiO2 varia com a pressão retrógrada; • melhor uso: em pacientes instáveis que necessitam de FiO2 baixa e precisa. 42 SISTEMAS DE DOIS GASES (AR COMPRIMIDO E OXIGÊNIO) Colocar o paciente em um ambiente fechado com O2 atmosférico controlado é uma das formas mais antigas de oxigenoterapia. Atualmente, os sistemas de 2 gases são muito utilizados nos lactentes, por meio de incubadoras, tendas e halos ou capacetes. Incubadoras (Figura 9) • Fluxo de 8 a 15 L/min; • FiO2 variável; • vantagens: fornecem controle de temperatura; • desvantagens: caras, incômodas, de difícil higienização, limitam a mobilidade do recém-nascido (RN) e há risco de incêndio; 43 • melhor uso: em lactentes que necessitam de suplementação de O2 e regulação térmica precisa. Tendas (Figura 10) • Fluxo de 12 a 15 L/min; • FiO2 variável; • vantagens: fornecem aerossolterapia concomitante; • desvantagens: caras, incômodas, provocam um fluxo de ar turbulento, de difícil higienização, limitam a mobilidade do RN e há risco de incêndio; • melhor uso: em crianças pequenas que necessitam de baixa a moderada FiO2 e de aerossol. 44 Halos ou capacetes (Figura 11) • Fluxo ≥ 7 L/min; • FiO2 fixa; • vantagens: grande variação de FiO2; é mais fisiológico que a tenda, por proporcionar um fluxo de ar helicoidal; • desvantagens: de difícil higienização; • melhor uso: em lactentes que necessitam de suplementação de O2. CONCLUSÃO A prevenção da hipóxia deve ser sempre prioridade. Ao selecionar ou recomendar algum sistema de liberação de oxigênio, devem ser considerados os 3 “Ps”: o propósito, o paciente e a performance.(TORRE et al., [s.d.]) ACESSO VENOSO POSSÍVEL EM PEDIATRIA O acesso venoso define-se por canulação venosa central o posicionamento de um dispositivo de acesso vascular de forma que a sua extremidade atinja a veia cava inferior ou superior. É um dos procedimentos realizados durante a hospitalização da criança para administração de soluções hidroeletrolíticas e medicamentos. Apesar disso, nos lactentes entre 0 a 2 anos de idade, encontramos as maiores dificuldades para puncionar e manter um 45 acesso venoso periférico porque a rede venosa é menos calibrosa e menos visível. Ainda na prática pediátrica, é um processo desafiador pois a técnica deve ser realizada com destreza e habilidade, para não expor a criança a outras punções desnecessárias (SOARES, 2018; CONCEIÇÃO, 2019). A punção em si não se restringe apenas ao ato de inserir a agulha no leito venoso, este procedimento é bem mais amplo, envolve todo um contexto ao redor da realidade da criança e de seus familiares. Esse procedimento ao realizar pode causar sofrimento e angústia à criança. Apesar do sofrimento, é o melhor caminho a seguir para o tratamento. Pode-se afirmar que a criança tenha uma percepção positiva em relação à punção venosa, é necessário que o profissional responsável pelo procedimento trabalhe antecipadamente, por meio do diálogo, demonstrando a criança o que será realizado, como e quais materiais serão utilizados (ALENCAR, 2008). As principais indicações para o acesso venoso: 1. Monitorização hemodinâmica invasiva(pressão venosa central, pressão de artéria pulmonar, débito cardíaco por termodiluição); 2. Acesso vascular para a infusão de soluções cáusticas, irritantes ou hiperosmóticas; 3. Terapêutica substitutiva renal de urgência (hemofiltração, hemodiálise); 4. Acesso vascular de longo prazo para nutrição parenteral prolongada ou quimioterapia; 5. Reposição rápida de fluidos ou sangue no trauma ou cirurgia; 6. Estimulação cardíaca artificial temporária; 7. Acesso venoso em pacientes com veias periféricas ruins (ARAUJO, 2003; KREMER; RIBEIRO; JÚNIOR, 2018). O presente estudo tem como objetivo descrever os possíveis acessos venosos utilizados na população infantil. Espera-se que esta pesquisa sirva de subsídios para outros estudos relacionados ao tema e contribuir com a comunidade acadêmica com este estudo a fim de incentivar novas pesquisas. A importância do tema sobre o acesso venoso é ter acesso a corrente sanguínea 46 para infundir a medicação. Desse modo, a pesquisa justifica-se pela necessidade de conhecer os principais acessos venosos, disponível na literatura, quanto ao uso de cateterismo na unidade de pediatria. METODOLOGIA Esse trabalho caracteriza-se como uma pesquisa bibliográfica, de caráter descritivo e exploratório e foram selecionados artigos da literatura internacional, publicados em português, inglês ou espanhol, por meio dos resumos disponibilizados na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), especificamente nas bases de dados da Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Google Acadêmico, e na Scientific Electronic Library Online (SCIELO). Para a busca de artigos foram selecionados conforme os Descritores em Ciência da Saúde (DeCS/BIREME), os termos “acesso venoso”, “pediatria”, “punções venosas”, “cateter” e “complicações”. Os critérios de inclusão: artigos disponíveis eletronicamente, no idioma português; publicados no período de 2000 a 2019 e que apresentassem a temática proposta no título, no resumo ou no descritor e exclusão dos artigos a serem lidos, consideraram-se os artigos e periódicos publicados antes de 2000 e os quais não se relacionavam com os descritores. O levantamento dos dados foi baseado no referencial proposto por Gil, 2002 em: (a) leitura exploratória; (b) leitura seletiva, por meio do título e de respectivo resumo os artigos que respondiam ao objetivo do estudo; (c) leitura analítica, para ordenando as informações detectadas nos artigos encontrados; (d) leitura interpretativa, desejando à compreensão do material selecionado e à construção do arcabouço teórico para análise. 47 RESULTADOS E DISCUSSÃO Essa forma de apresentação serve para propiciar ao leitor maior clareza na avaliação da aplicabilidade do estudo. A primeira escolha é através das veias tributárias da veia cava superior, em especial as veias jugulares externa e interna, veia subclávia, veia axilar e veia basílica. Porém, o acesso através de ramos da veia cava inferior é também utilizado, sendo executado através da punção de veia femoral ou dissecção da croça da safena. Esse procedimento pode ser realizado em crianças de todas as idades, é altamente seguro e com poucas complicações (LEMOS, 2008). Podemos visualizar na Figura 1 os acessos venosos em pediatria. O acesso venoso em crianças é importante escolher o local onde o procedimento será realizado. 48 Ao selecionar o local para acesso venoso, o principal objetivo é proporcionar um tratamento com segurança e eficácia que realiza as necessidades do Recém-nascido (RN). Os seguintes fatores que devem ser considerados antes de selecionar o local para punção venosa: idade gestacional, peso, condição das veias, motivo da terapia, condições gerais, mobilidade e habilidade motora do RN. Além disso, na seleção do local de punção venosa, devem ser evitadas veias: lesadas, avermelhadas, inchadas, próximas de áreas previamente infectadas, locais próximos de um acesso recentemente utilizado; região de articulação e veia muito pequena para o tamanho do cateter (PROCIANOY; LEONE, 2004). O Quadro 1 apresenta os locais para a punção venosa e considerações sobre o seu acesso. 49 O acesso venoso central em RN é indicado quando necessitar de monitoração da Pressão Venosa Central (PVC) realização de exsanguinotransfusão, utilização para infusão de glicose e impossibilidade de acesso venoso periférico. O acesso venoso periférico em RN é indicado quando apresentam estabilidade hemodinâmica e respiratória, administração de solução para hidratação e medicação. A gravidade da doença que o RN apresenta pode definir o tipo de acesso venoso e o Quadro 2 apresenta indicação, vantagem, desvantagens e complicações.(CARLOS et al., 2019) 50 Fonte: CHEHUEN NETO; CASTRO; MOREIRA, 2016; DI SANTO, et al., 2017. Em comparação aos sítios de punção venosa central periférica, a via intraóssea possui diversas vantagens (Tabela 3). 51 Os acessos vasculares são muito utilizados em recém-nascidos permite a coleta de amostras de sangue, infusão de medicamentos, soluções, e a monitorização hemodinâmica do doente. O acesso vascular pode ser efetuado por punção percutânea ou por dissecção cirúrgica do vaso sanguíneo a ser cateterizado que podem ser veias e artérias. Quando não é possível a colocação nas emergências de acessos habituais é utilizada o acesso intraósseo. O Quadro 3 demonstra as indicações e os acessos vasculares no recém- nascido. 52 No trabalho de Alencar (2008) foi elaborado um algoritmo para o auxílio na decisão da melhor opção de acesso venoso em um RN conforme a Figura 2. 53 Os fatores de riscos e compilações dos acessos venosos profundos e arterial invasivo conforme a localização estão representados no Quadro 4 e 5. 54 As emergências em Pronto-Socorro Infantil possuem particularidades em relação às dos adultos. Entre elas, a dificuldade que frequentemente encontramos em conseguir acesso venoso. Uma vez estabelecida a emergência e não obtido o acesso venoso periférico, está indicado o acesso intraósseo. 55 Na punção intraóssea na criança podemos utilizar os seguintes locais: a tíbia em sua região proximal que é a punção mais indicada devida a camada da pele ser fina e não interferir nos procedimentos, o fêmur em sua porção distal, o calcâneo e o úmero. A Tabela 4 resume os sítios de inserção do acesso intraósseo no adulto e na criança. A via intraóssea como todos os procedimentos invasivos possui algumas complicações que podem estar relacionadas com erros durante a execução da técnica ou desconhecimento, como nas infiltrações (que decorrem do extravasamento de fluidos) e fraturas, osteomielite, sepse, celulite e abscesso. Algumas dessas complicações estão relacionadas a falhas na técnica de assepsia para punção ou manipulação dos dispositivos. A síndrome compartimental e a necrose tecidual correlacionam-se à ocorrência do extravasamento de fluidos. Embolia gordurosa também pode ocorrer, apesar de não haver casos descritos na literatura, pois a medula óssea de crianças praticamente não possui gorduras. A Tabela 5 resume as complicações ao acesso intraósseo. 56 CONCLUSÃO Os dados levantados na revisão da literatura evidenciaram a grande variedade de dispositivos e técnicas para o acesso venoso em recém-nascidos, bem como de suas características e indicações, tornando fácil a identificação dos possíveis fatores capazes de interferir na vida útil. Nesse estudo podemos concluir que para caracterizar os possíveis acessos venosos foi encontrado: a primeira escolha para a realização do acesso venoso é através das veias tributárias da veia cava superior, das veias jugulares externa e interna, veia subclávia, veia auxiliar e a veia basílica. São utilizadostambém o acesso através de ramos da veia cava inferior é também utilizado, como segunda escolha, sendo executado através da punção de veia femoral ou dissecção da croça da safena. Esse procedimento pode ser realizado em crianças de todas as idades, é altamente seguro e com poucas complicações. Devemos observar ao fazer o acesso venoso o local, as condições do paciente ou da criança para que o risco de complicações seja o menor possível. Os cateteres venosos centrais de inserção periférica são uma opção de acesso venoso central em crianças neonatal e esse procedimento pode ser utilizado por enfermeiros qualificados por apresentar uma alternativa segura com poucas complicações. Ao realizar o acesso venoso o profissional da saúde com a sua experiencia, técnica e os recursos oferecidos deve escolher o local de inserção adequado para realizar ou executar o procedimento, refletir acerca das indicações, vantagens, desvantagens e possíveis complicações no paciente. 57 SINAIS VITAIS EM CRIANÇAS- VALORES DE REFERENCIA Os sinais vitais são parâmetros para avaliar as funções vitais e podem orientar no diagnóstico inicial e acompanhar a evolução do quadro clinico do paciente. As alterações da função corporal geralmente refletem-se na temperatura do corpo, na pulsação, na respiração e na pressão arterial, podendo indicar enfermidade. DEVEMOS CONSIDERAR AS SEGUINTES CONDIÇÕES PARA OBTENÇÃO DOS SINAIS VITAIS: • Condições ambientais, tais como temperatura e umidade no local, que podem causar variações nos valores; • Condições pessoais, como exercício físico recente, tensão emocional e alimentação, que também podem causar variações nos valores; • Condições do equipamento, que devem ser apropriados e calibrados regularmente. O socorrista deve estar atento, pois o uso de equipamentos inapropriados ou descalibrados podem resultar em valores falsos. FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA: IDADE VALORES PREMATUROS 50 IRP/M 58 LACTENTES 30-40IRP/M 1ANO 25-30IRP/M PRÉ- ESCOLAR 20-25IRP/M 10 ANOS +20IRP/M FREQUÊNCIA CARDÍACA NORMAL: IDADE PULSAÇÃO MÉDIA NORMAL RECÉM- NATO 70-170 120 11 MESES 80-160 120 2 ANOS 80-130 110 4 ANOS 80-120 100 6 ANOS 75-115 100 8 ANOS 70-110 90 10 ANOS 70-110 90 ADOLESCENTES 60-110 +70-65 59 TEMPERATURA: -ORAL: 35,80C-37,20C – RETAL: 36,20C-380CF -AXILAR:35,90C-36,70C MÉDIA DOS VALORES DA PRESSÃO ARTERIAL: IDADE MÉDIA VALORES- SÍSTOLE/DIÁSTOLE 0-3 MESES 75/50MMHG 3 MESES-6 MESES 85/65 MMHG 6 MESES-9 MESES 85/65 MMHG 9 MESES-12 MESES 90/70 MMHG 1 ANOS-3 ANOS 90/65 MMHG 3 ANOS-5 ANOS 95/60 MMHG 5 ANOS-7 ANOS 95/60 MMHG 7 ANOS- 9 ANOS 95/60 MMHG 60 9 ANOS- 11 ANOS 100/60 MMHG 11 ANOS- 13 ANOS 105/65 MMHG 13 ANOS- 14 ANOS 110/70 MMHG ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS EM PEDIATRIA INTRODUÇÃO A administração de medicamentos é o processo de preparo e introdução de fármaco no organismo humano, visando a obtenção de um efeito terapêutico. Essa é uma das ações da equipe de enfermagem que trabalha em pediatria, requerendo conhecimento sobre cálculo da dose, ação farmacológica, dose terapêutica, efeitos colaterais e sinais de toxicidade de cada um dos medicamentos prescritos às crianças. Antes de preparar um medicamento é indispensável verificar o período de validade determinado pelo fabricante, o aspecto e o rótulo do frasco do medicamento. Na criança pequena, o metabolismo, a excreção, a distribuição e efeitos farmacológicos das medicações são influenciados pelo grau de maturação orgânica. A enfermagem precisa: Descobrir a técnica ou forma de conseguir a confiança da criança. Explicar o que vai fazer e pedir cooperação. Compreender as reações de oposição da criança. 61 PREPARO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE PARA A ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS Para garantir a segurança do cliente e o efeito da droga, o profissional deve elaborar a assistência de maneira a respeitar os preceitos técnicos da administração de medicamentos e o preparo psicológico de acordo com a faixa etária. Na área pediátrica, a realização de procedimentos potencialmente dolorosos merece algumas considerações relativas às habilidades de compreensão e colaboração da criança/adolescente e da família, pois durante o processo de crescimento e desenvolvimento ocorrem mudanças de comportamento que determinarão o tipo de assistência de enfermagem prestada. Como as técnicas de administração de medicamentos não exigem preparo físico específico, privilegiaremos a descrição do preparo psicológico, que tem como objetivo fornecer informações sobre o procedimento, diminuir a ansiedade, estimular a participação e possibilitar algum domínio da situação. Antes disso, não deixamos de enfatizar que a técnica não compreende somente o momento da aplicação do medicamento, mas envolve desde a abordagem a ser feita com a criança/adolescente e a família até a inclusão de um plano de cuidados nos casos de tratamentos duradouros. Entendemos que procedimentos dolorosos tais como injeções parenterais trazem ansiedade e insegurança à criança/adolescente, deixando-a com medo e resistente ao procedimento; assim sendo, é necessário propiciar um meio de alívio para as tensões e medos, utilizando-se do brinquedo terapêutico, da massagem e da musicoterapia antes, durante e depois do procedimento. O preparo é indicado para todas as idades, incluindo os recém nascidos, porque pressupõe-se a inclusão dos pais no cuidado, no qual eles representam principal fonte de apoio em situações desconhecidas e estressantes. O envolvimento dos pais no procedimento permite que exerçam o seu papel, portanto, essa participação será incentivada e apoiada desde que desejem ou 62 tenham condições de permanecer ao lado do filho, auxiliando-o a enfrentar a situação par que todos saiam fortalecidos da experiência. As intervenções são realizadas de acordo com a idade: LACTENTE (0 A 12 MESES) Propicie ambiente adequado privativo e tranquilo. Mantenha os pais na linha de visão ou coloque um objeto familiar ao lado do lactente, se os pais não puderem permanecer no local. Aproxime os pais assim que possível. Empregue medidas sensoriais para confortar a criança: chupeta, toque, balanço e voz suave. Aceite manifestações de desagrado: choro, movimentação constante. Realize as aplicações fora do berço no caso de lactentes. INFANTE (1 A 3 ANOS) Acrescente ao preparo do lactente: Realize sessões de 5 a 10 minutos com brinquedos para explicar o procedimento logo antes da sua realização. Distraia a criança com objetos, música. Demonstre o comportamento desejado e dê uma orientação de cada vez empregando termos simples. Não invente e nem minta à criança dizendo: “não vai doer”, “se ficar boazinha vai ganhar presente”, isso trará insegurança à criança que poderá enxergar a equipe de enfermagem com desconfiança rompendo vínculos pré-estabelecidos. Não contenha a criança desnecessariamente, uma vez que o objetivo é de realizar um procedimento seguro com sua colaboração. Informe que o procedimento acabou. Elogie sempre a criança proporcionando confiança e segurança a ela. 63 PRÉ-ESCOLAR (4 A 6 ANOS) Acrescente ao preparo do infante Ofereça explicações verbais em sessões de até 15 minutos. Ser sempre sincero, dizer à criança que ela pode chorar, gritar, reclamar, estimulando a expressão de sentimentos e idéias. Permita escolha e participação sempre que possível. Estimule a expressão de sentimentos e ideias. ESCOLAR (7 A 10/11 ANOS) Acrescente ao preparo do pré-escolar Empregue terminologia técnica correta para explicar o procedimento. Planeje sessões mais longas ou em grupo: até 30 minutos. Oriente sobre técnicas de autocontrole: respiração profunda,pensar em outra coisa, conversar. Proporcione privacidade. ADOLESCENTE (12 A 18 ANOS) Acrescente ao preparo do escolar Ofereça explicações adicionais sobre causas e consequências do procedimento. Aceite regressões do comportamento. Encoraje o questionamento. 64 VIAS DE ADMINISTRAÇÃO VIA ORAL Os medicamentos administrados por via oral podem ser apresentados em forma de xarope, drágea, cápsula ou emulsão. Dependendo da idade e do desenvolvimento da criança, as drágeas precisam ser esmagadas com o uso do almofariz, adicionando-se água suficiente para sua dissolução. 65 Fonte: (GUEDES”, 2018) Diluir num mínimo possível de solvente. Muito medicamento de uma vez, a criança pode cuspir e sufocar-se. Comprimidos devem ser amassados. Podem ser diluídos em água, sucos. Não diluir em alimento. Essa via é contraindicada: Quando há recusa total da criança. Dificuldade em deglutir. Náuseas e vômitos persistentes. A maioria dos medicamentos pediátricos são prescritos em: mg/kg/dose LEMBRE-SE 66 Diarréia persistente ou infecciosa. Estado de coma ou inconsciência. Atresia de esôfago. VIA NASAL As instilações nasais visam ao tratamento de infecções das mucosas nasais, facilitando a respiração. É importante adequar o horário deste procedimento antes da alimentação permitindo que a criança se alimente e durma tranquila. Os frascos das instilações nasais devem ser individualizados. 67 Fonte: (GUEDES”, 2018) VIA OTOLÓGICA A medicação otológica é administrada gota a gota no conduto externo do ouvido. Esta medicação é usada para alívio da dor, auxilio no tratamento de infecções otológicas e limpeza do conduto auditivo. O procedimento é feito de acordo com a prescrição médica. Os frascos de instilações otológicas devem ser individualizados. 68 Fonte: (GUEDES”, 2018) VIA OFTÁLMICA É a colocação de medicamento nas conjuntivas oculares. Deve ser administrada somente sob prescrição médica. As gotas oftálmicas são usadas para auxiliar o tratamento de infecções oculares, alívio de dor, limpeza dos olhos e para exames oftalmológicos. Os frascos de instilações devem ser individualizados. 69 Fonte: (GUEDES”, 2018) VIA RETAL É a introdução de medicamentos no reto, através do ânus. É administrado sob forma de supositório e enema. Supositório: É uma medicação moldada de forma anatômica para ser inserida no ânus. Este procedimento é realizado pelo auxiliar de enfermagem responsável pela criança sob supervisão do enfermeiro. 70 Fonte: (GUEDES”, 2018) ENEMA: É a introdução de líquidos no reto com objetivo de limpeza do trajeto intestinal para a realização de exames, cirurgias etc. A realização do enema é atribuição do auxiliar de enfermagem responsável pela criança sob supervisão do enfermeiro. 71 72 Fonte: (GUEDES”, 2018) VIA INTRADÉRMICA A injeção intradérmica é aplicada em uma área localizada entre a epiderme e o tecido subcutâneo. Geralmente, para tratamento e/ou teste de hipersensibilidade e dessensibilização, é utilizada a face interna do antebraço ou região escapular, onde a pilosidade é menor, facilitando leitura da reação aos alérgenos, enquanto que a vacinação da BCG é aplicada na inserção inferior do deltóide direito. Esta via de administração por ser aplicada superficialmente e, em dosagem mínima (frações de 0,1 ml a 0,5 ml), usa-se agulha (13x3,8mm ou 4,5mm). A fim de prevenir a absorção sistêmica, a penetração da agulha na pele não deve ultrapassar 2mm (Fig 1), e a substância injetada deve formar uma pequena pápula. Os efeitos adversos da injeção intradérmica são decorrentes da falha na administração do medicamento ou vacina como aplicação profunda (subcutânea), da dosagem incorreta com maior volume que o necessário e da 73 contaminação. 74 VIA SUBCUTÂNEA A injeção subcutânea é aplicada logo abaixo da superfície da pele (Fig 2) por meio de agulha e seringa hipodérmicas. Esta via é utilizada principalmente para drogas que precisam ser lentamente absorvidas. Vacinas como antirrábica, a tríplice viral e a insulina têm indicação específica por esta via, pois caso a medicação atinja o músculo, ela chegará rapidamente à 49 corrente sanguínea. A quantidade a ser injetada não deve exceder 1 ml; caso a dose prescrita seja superior, esta deve ser fracionada e aplicada em locais diferentes. Os locais para aplicar a injeção são: a parede abdominal (hipocôndrio direito e esquerdo), a face anterior e externa da coxa, a face anterior e externa do braço, a região glútea e a região dorsal, logo abaixo da cintura. 75 76 VIA INTRAVENOSA É uma via de ação rápida, pois o medicamento passa pelo processo de absorção, e por ser ministrada diretamente no plasma, sua ação é imediata. Esta via de administração permite o emprego de uma variedade de soluções, em volumes maiores que os comumente aplicados em outras vias e tolera, dentro de certos limites, soluções hipo e hipertônicas, sendo a principal vantagem da administração a rápida absorção, importante sobretudo em situações de emergência, quando a criança necessita de medicação imediata, ou em crianças criticamente doentes. Como desvantagens, podemos citar o risco aumentado de infecção, repercussão imediata e fulminante em caso de alergia à substância, e aumento considerável da ansiedade e possível trauma psicológico quando a criança não é preparada apropriadamente pela equipe de enfermagem. Geralmente, os medicamentos endovenosos em pediatria devem ser rediluídos conforme o protocolo de cada hospital. A medicação endovenosa pode ser ministrada: Diretamente na veia: “em bolo” (conectando a seringa ao dispositivo intravenoso, após diluição ou rediluição). Este procedimento é indicado nas emergências, em crianças acima de 2 anos de idade, quando é necessário uma resposta rápida ou quando o volume líquido é restrito; geralmente relacionado com as patologias renais e cardíacas. Diluída em bureta ou bomba de seringa: reduz os riscos de rápida infusão, permite a rediluição da droga em pequeno volume, facilitando o controle e a anotação do volume infundido. Soluções (bomba de infusão): mistura-se a droga a grandes volumes de fluidos. Geralmente eletrólitos, vitaminas adicionadas ao soro glicosado ou fisiológico infundidos em até 24h. 77 TIPOS DE CATÉTERES: Escalpes Intravenosos Periféricos de curta permanência (Scalps): possui asas que podem ser dobradas para cima, para facilitar a introdução na veia e a fixação. A numeração é ímpar: 19, 21, 23, 25, 27. Sendo que o mais usado para adulto é o n.º 21 e para crianças o n.º 25 e 27. Quanto maior a numeração menor é o calibre da agulha. Cateteres Intravenosos Periféricos de longa permanência (Abocath® ou Jelco): são mais dolorosos na punção, mas podem permanecer por mais tempo na veia, pois a agulha é retirada, ficando o dispositivo de polietileno. A numeração é par: 14, 16, 18, 20, 22, 24. Em pediatria utilizamos mais os números 22 e 24. LOCAIS MAIS COMUNS PARA PUNÇÃO VENOSA: a- Veias do couro cabeludo ( região frontal, temporal, auricular posterior): - Observar: tricotomia do couro cabeludo, contenção da criança, permitir que tenha espaço para respirar. - Vantagens: contenção apenas dos M.M.S.S, a infiltração é identificada facilmente, a agulha pode ser contida facilmente, há diversos vasos na mesma área. - Desvantagens: raramente usada após 2 anos de idade. - Contraindicação: hidrocefalia, craniotomias. 78 b- Veias dos M.M.S.S. (veias metacarpianas dorsais, arco venoso dorsal, veia cefálica acessória, veia cefálica, veia basílica, veia mediana cubital, veia mediana antebraquial):
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