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CUSTO INDUSTRIAL
A disciplina de Custos Industriais destina-se ao fornecimento de informações aos gestores, especialmente para aqueles que trabalham no setor industrial, de forma que possam tomar decisões coerentes e adequadas a cada situação que necessite de indicadores relacionados a custos.
Essas informações estão baseadas em várias técnicas e procedimentos contábeis já conhecidos e tratados na contabilidade financeira e ampliados pela contabilidade de custos, onde são colocados em uma perspectiva diferente, em grau de detalhe mais analítico ou em forma de apresentação e classificação diferenciada, de maneira a auxiliar o processo decisório.
A disciplina de Custos Industriais também se vale, em suas aplicações, de outros campos de conhecimento não circunscritos à contabilidade. Aproveita conceitos da administração da produção, da estrutura organizacional, bem como da administração financeira.
O domínio de seu conteúdo possibilita desenvolver competências e habilidades que nos ajudam a entender como as nossas decisões afetam os custos e o desempenho da empresa.
Objetivos
· Descrever os princípios básicos de terminologia contábil e classificar, analisar e gerenciar custos quanto a sua natureza;
· Explicar o comportamento dos custos, em função da implementação de decisões, e as várias abordagens para sua estimativa;
· Aplicar a implementação do conhecimento adquirido, na ocorrência de oportunidades no mercado.
1. Introdução em Custos Industriais
Traremos a visão de que o cálculo do custo dos produtos tem acompanhado a evolução econômica, estando inserido dentro dos procedimentos aplicáveis à contabilidade financeira, tornando-se fundamental a partir da Revolução Industrial, dado o incrível aumento do volume de produção e a consequente formação de maiores níveis de estoque.
Veremos que o conhecimento dos custos é condição essencial para gerenciar os processos produtivos, independentemente do setor e do porte econômico onde esteja inserida a organização, auxiliando seus gestores na tomada de decisões
2. Terminologia aplicável a custos
Identificaremos como realizar o correto registro das informações dos gastos realizados pelas organizações, que têm a possibilidade de assumir diversos significados, podendo ser um custo, despesa, um investimento ou uma perda.
Verificaremos ainda que os custos são apropriados aos produtos e que existem alguns sistemas de custeio para apropriação desses custos, que visam atender às normas contábeis e fiscais de apresentação dos resultados e propiciar a realização de análises gerenciais e obtenção de indicadores para melhor gestão do processo produtivo
3. Princípios para avaliação do custo do produto
Vamos verificar como os custos de produção são formados para serem acumulados e apropriados ao produto. Vamos entender que existem maneiras em que os custos são definidos e formados ao longo do processo de produção, sendo que em cada etapa é calculado parte da formação desse custo e que, quando finalizado o processo de produção, o produto entra no estoque com o seu custo unitário.
Entenderemos o conceito de confrontação da receita, onde o custo somente é apresentado no resultado quando esta é realizada. Para isso, é necessário calcular o valor do custo do produto que foi retirado do estoque e que, dependendo do método de cálculo, pode assumir valores diferentes.
4. Análise Custo-Volume-Lucro
O método de custeio variável será apresentado em contraponto ao método de custeio por absorção, que rege a contabilidade financeira.
Veremos que esse método é utilizado para fornecer informações gerenciais fundamentais para avaliar o volume ótimo de produção e venda, capaz de garantir a remuneração de todos os custos e despesas da empresa e ainda proporcionar auferir um lucro.
Vamos ainda conhecer os indicadores capazes de avaliar o grau de risco das operações em função dos distintos volumes possíveis de produção e venda.
5. Critérios de Rateio dos Custos Indiretos e o Método de Custeio ABC
Vamos verificar que critérios podem ser utilizados para rateio dos custos indiretos. Estudaremos também o critério de departamentalização, no qual o processo de produção é fracionado pela estrutura organizacional, que consiste em dividir as principais atividades e tarefas organizacionais por responsabilidade, recursos e atividades homogêneas.
Além dos conceitos de departamentalização, vamos entender o Custeio Baseado em Atividades-ABC, que adota tratamento dos custos indiretos através da análise das atividades, dos seus direcionadores de custos e dos seus utilizadores.
6. Mensuração do Comportamento de Custo
Identificaremos o conceito de direcionadores de custo e como os custos se comportam em decorrência de alterações realizadas nos níveis de atividade. Para isso, veremos que os gestores precisam identificar as funções de custos que melhor explicam esse comportamento.
Vamos analisar ainda quais metodologias podem ser utilizadas para determinar essa função, que vai desde métodos subjetivos até métodos estatísticos.
Vamos identificar também que a tarefa mais difícil na análise do comportamento de custos é coletar dados de alta qualidade e confiabilidade sobre os direcionadores de custos, além dos problemas comuns que incluem as mudanças de tecnologia e distorções provocadas pela inflação que afetam esses resultados.
7. Gestão sobre Comportamento de Custos
Exploraremos o processo de tomada de decisão, centrando-nos na decisão de aceitar ou rejeitar um pedido especial. Decisões sobre fabricação própria ou terceirização; fazer ou comprar; substituir ou manter equipamentos.
Veremos a distinção entre itens relevantes e irrelevantes na tomada de decisão. Custos de oportunidade e restrições de capacidade que levam a decisões sobre o conjunto de produtos a serem oferecidos, rentabilidade do cliente sob a ótica da relevância e a irrelevância de custos passados também serão analisados.
8. Outros Conceitos de Custos e Análise de Variações
A aula é destinada à discussão sobre produção conjunta e sobre a dificuldade em atribuir os custos conjuntos aos coprodutos, sendo que todos os métodos são arbitrários não havendo o melhor. Apesar disso, veremos que alguns métodos serão discutidos e aplicados por meio de exemplos resolvidos.
Vamos definir ainda como tratar subprodutos e sucatas e entender o conceito de custo-padrão e sua relevância para a análise das variações. Em seguida, vamos identificar outras formas de classificação dos custos visando melhor gerenciamento dos custos para ampliar o resultado do período.
9. Custos em Empresas Comerciais e Prestadoras de Serviços
Nesta aula, vamos ver que custos não são calculados somente em empresas industriais, mas também em empresas comerciais e prestadores de serviços.
Empresas do setor de comercialização compram produtos tangíveis e depois os vendem sem alterar a sua forma básica, compondo o estoque desses serviços. Mas, neste caso, como calcular o custo?
Empresas do setor de serviços fornecem apenas serviços ou produtos intangíveis que não podem ser estocados para venda e que geram custos somente quando são prestados. O que é custo nesse caso? Na penúltima aula, vamos fazer essas distinções e complementar o entendimento sobre a formação dos custos.
10. Formação do Preço de Venda
Vamos estudar a precificação em curto prazo e precificação em longo prazo. Veremos que preço é uma das decisões mais importante no processo gerencial de uma empresa, pois representa a fonte de recursos que a operação é capaz de gerar.
O nível de custos e o volume da atividade, bem como a composição da estrutura das despesas e o regime tributário, irão determinar o nível de preço do produto e a rentabilidade do negócio.
Vamos entender, por fim, que com uma adequada análise da estrutura de custos, a empresa pode definir os preços de seus produtos que contribuam para a sustentação  
Custos Industriais / Aula 01 - Introdução em Custos Industriais
· Introdução
O cálculo do custo dos produtos tem acompanhado a evolução econômica, estando inserido nos procedimentos aplicáveis à Contabilidade,tornando-se fundamental a partir da Revolução Industrial, dado o incrível aumento do volume de produção e a consequente formação de maiores níveis de estoque.
Conhecer custos é uma condição essencial para gerenciar os processos produtivos, independentemente do setor e do porte econômico onde esteja inserida a organização. Isso auxilia seus gestores na tomada de decisões. Esse gestor pode ser o presidente da empresa, o gestor de produção, ou um funcionário. Independentemente de quem está tomando a decisão, o entendimento da formação dos custos dos produtos e o conhecimento dos fatores que causam mudanças na formação desses custos são fundamentais para a competitividade da empresa.
Vamos pensar juntos? Como o aumento da competição global, os avanços tecnológicos, o modelo de gestão da organização, a capacitação e treinamento do funcionário, a liderança dos gestores, a garantia de qualidade dos processos e outro grande número de fatores podem afetar os custos?
Para começar a entender essas e outras questões, nesta aula vamos primeiro analisar como surgiu a necessidade de calcular o custo industrial e como este conceito é utilizado para melhorar a gestão das organizações.
· Objetivos
Descrever a evolução do conceito de Contabilidade de Custos.
Reconhecer a importância do cálculo do custo como ferramenta para cálculo do valor dos produtos.
Desenvolvedor
Fonte: O comércio existiu durante todo período medieval e teve um forte crescimento a partir do século XI. https://pymex.pe/suplementos/miscelanea/de-marco-polo-a-mark-zuckerberg-la-evolucion-del-empreendedor - Acesso em: 12 set. 2017.
Evolução dos Sistemas Contábeis e Informação de Custos
A necessidade de apurar custos tem sua origem nos procedimentos adotados na Era Renascentista, período Pós-Feudalismo, quando renascem as atividades comerciais entre cidades.
Com o fortalecimento do comércio, surge a preocupação em relação ao valor do patrimônio e da atividade comercial. Controlar o estoque de mercadorias e apurar o custo da mercadoria vendida era a grande dificuldade dos comerciantes, na época.
A evolução do comércio trouxe, então, a necessidade de modificação do processo de produção, pois era necessário ter mais produtos para atender a demanda do mercado.
Com o surgimento da máquina a vapor e sua utilização na indústria e nos transportes e, posteriormente, com o uso do motor à combustão, o processo de produção evoluiu. Aumentou muito o volume produzido, o que deu maior produtividade aos fatores de produção, fortalecendo o crescimento das indústrias. Essa fase constitui a chamada Revolução Industrial.
O que são os fatores de produção?
Em um conceito mais genérico, fatores de produção são todos os recursos utilizados para obtenção de um produto (mercadoria - bem tangível; ou um serviço - bem intangível).
Da Economia, tiramos o conceito de que esses fatores são terra, capital e trabalho, que, ao serem utilizados, dentro de um processo produtivo, geram produtos.
No nosso caso, sempre que nos referirmos aos fatores de produção, estaremos tratando de:
Insumo - Todo e qualquer tipo de material utilizado para a produção de um determinado tipo de produto, mas que não, necessariamente, faz parte dele.
Matéria-prima - Todo o material que está agregado no produto e que é empregado na sua fabricação, tornando-se parte dele.
Consequências da Revolução Industrial 
Vamos entender melhor a consequência da Revolução Industrial para o cálculo do valor dos estoques.
É fácil concluir que a preocupação anterior de apuração do valor do patrimônio da atividade comercial foi estendida para a avaliação do valor da produção realizada.
Ou seja, surge a necessidade de compreender o custo dos recursos empregados e como eles são apropriados nos produtos industrializados.
Complicando a Função do Contador
Imagine como ficou mais complexa a função do contador!
O que antes era simplesmente o registro do valor pago nas compras das mercadorias, para formação de seu estoque, passou a ser o registro de uma série de valores pagos pelos fatores de produção utilizados e que precisavam ser alocados aos produtos.
Assim, acompanhando a evolução dos sistemas produtivos, os sistemas de registros de dados contábeis ganhavam importância, por representar a forma de organizar os dados e gerar para os administradores as informações necessárias para a tomada de decisão. Os sistemas de informações de apuração de custos surgem nesse contexto.
Principais Conceitos da Contabilidade
Agora vamos estudar os principais conceitos tratados pela Contabilidade Financeira, Contabilidade de Custos e Contabilidade Gerencial e como utilizar cada uma delas.
· CONTABILIDADE FINANCEIRA
A Contabilidade Geral ou Financeira refere-se à informação contábil, sendo estruturada segundo conceitos, princípios e procedimentos legais estabelecidos pelos órgãos reguladores nacionais e internacionais.
Requer uma padronização, de forma a garantir uniformidade na apresentação dos resultados para as entidades externas, ou seja, fornecedores, governo, bancos etc., que têm interesses na análise desses resultados.
· CONTABILIDADE DE CUSTOS
A Contabilidade de Custos surge, então, pela necessidade de calcular o custo do estoque nas indústrias.
Vamos entender, com a ajuda de alguns autores, o conceito mais moderno de Contabilidade de Custos:
A Contabilidade de Custos “mede e relata informações financeiras e não financeiras relacionadas ao custo de aquisição e à utilização de recursos, fornecendo informações para tomada de decisões, que agregam valor aos clientes e reduzem os custos de produtos e serviços” (HORNEGREN; DATAR; FOSTER, 2004, p.2, 3)
“Os custos são determinados para se atinjam os objetivos relacionados à determinação do Lucro, ao controle das operações e à tomada de decisões”. (MEGLIORINI, 2012, p.2)
Clique aqui e leia mais sobre a Contabilidade de Custos.
· CONTABILIDADE GERENCIAL
A Contabilidade Gerencial surgiu, assim, dentro do conceito associado à Contabilidade de Custos, ou seja, não somente o valor do estoque é calculado, mas também um conjunto de informações extremamente relevantes para o desenvolvimento da empresa, para apoiar:
O processo de planejamento e controle, a partir da identificação dos padrões de custos e orçamentos, possibilitando comparação de resultados entre períodos;
A tomada de decisão, analisando como o melhor gerenciamento do custo de produção possibilita aumentar a competitividade da empresa, no curto e médio prazo.
De forma mais abrangente a Contabilidade Gerencial pode ser definida como “o processo de identificar, mensurar, acumular, analisar, preparar, interpretar e comunicar informações que auxiliem gestores a atingir objetivos organizacionais” (HORNEGREN; SUNDEM; STRATTON, 2004, p.4).
Exercícios:
Questão 1: Quais as informações proporcionadas pela Contabilidade de Custos?
A Contabilidade de Custos mede e relata as informações financeiras e não financeiras relativas à aquisição e ao consumo de recursos de uma organização, proporcionando informações para a Contabilidade Financeira e Gerencial.
Vejamos as principais diferenças entre a Contabilidade gerencial e a Contabilidade financeira:
Fonte: HORNEGREN; SUNDEM; STRATTON, 2004, p.5
Exercícios:
Questão 2: Quando se conceitua a Contabilidade, do ponto de vista dos seus usuários, ela pode ser dividida em:
R: Financeira e gerencial
Formação de Custos na Cadeia de Valor da Empresa
Você deve se lembrar da constante discussão da falta de competitividade dos produtos brasileiros perante os produtos chineses. Isto ocorre porque os fatores de produção na China são mais baratos do que os nossos, o que possibilita obter um menor custo de produção e, por consequência, condições de comercializar produtos a preços mais competitivos.
Como a Contabilidade Gerencial pode contribuir para aumentar a competitividade?
Já vimos o conceito de Contabilidade de Custos, ou seja, que devem ser apurados os custos com os fatores de produção que serão apropriados aos produtos e serviços.
Entendemos que a Contabilidade de Custos surge em decorrência da necessidade decalcular o custo dos produtos vendidos.
Compreendemos que a evolução desses conceitos forma a Contabilidade Gerencial, que analisa informações financeiras e não financeiras para apoio à decisão e melhor gestão da sua Cadeia de Valor.
Mas qual o significado de Cadeia de Valor?
Michael Porter, escritor, consultor de empresas e professor da Harvard Business School, tem desenvolvido vários estudos nas áreas de Administração e Economia, e apresentou em seu livro, publicado em 1985, sobre Vantagens Competitivas, que a empresa deve organizar suas atividades de relevância em macroprocessos, para que se possa compreender o comportamento dos custos e as fontes existentes e potenciais de diferenciação. Essa análise ele denominou de mapeamento da Cadeia de Valor.
Cadeia de Valor, portanto, é uma metodologia que ajuda a analisar as atividades desenvolvidas nas organizações, através das quais cria-se valor e vantagem competitiva. Ou seja, é um conjunto de atividades que uma organização realiza para criar valor para os seus clientes.
Criar valor representa, então, entregar um conjunto de benefícios para o cliente que garantam satisfação com seus produtos e relacionamento com a empresa.
Questão 3: Como a Contabilidade Gerencial pode contribuir para adicional valor à empresa?
R:As empresas adicionam valor através das atividades principais de sua cadeia de valor e os gestores de todas essas atividades são usuários das informações geradas através da Contabilidade Gerencial, que possibilita ter uma melhor avaliação dos custos de produção.
Atividades primárias e atividades de apoio
Além disso, uma Cadeia de Valor diferencia as atividades primárias e as atividades de apoio!
· ATIVIDADES PRIMÁRIAS
As atividades primárias são aquelas envolvidas na criação física do produto e na sua venda e transferência para o comprador, bem como na assistência após a venda.
Essas atividades principais envolvidas na formação dos custos referem-se:
À relação com sua fonte de suprimentos - nesse caso trata do relacionamento com fornecedores, ou seja, processo de aquisição, transporte e armazenamento de insumos e matérias-primas necessárias à geração dos produtos;
Às operações - atividades associadas ao uso das matérias-primas, insumos e demais componentes de transformação para obtenção do produto e sua disponibilidade nos estoque para o processo de venda.
· ATIVIDADES DE APOIO
Já as atividades de apoio são aquelas necessárias à gestão da empresa, que consomem recursos, mas não estão envolvidas diretamente na formação dos produtos. Portanto, não geram custos, mas cujo volume de gastos pode comprometer a rentabilidade da empesa, precisando estar alinhada com o volume de produção e vendas.
Interação da Disciplina de Custos Industriais com outras Disciplinas
Como foi visto, o conceito de Custos envolve todas as atividades de uma organização, sendo necessário o entendimento desse conceito e o domínio da forma de calcular os custos dos produtos, para uso em distintas áreas de conhecimento no campo da gestão.
• Planejar a produção;
• Desenvolver um projeto de novo produto ou processo;
• Realizar orçamentos;
• Controlar resultados financeiros;
• Comparar padrões;
Essas são questões, entre outras, que requerem o uso dos conceitos trabalhados na gestão de custos.
Questão 4: Assinale a frase que para você NÃO REPRESENTA a Contabilidade de Custos.
“Possibilita atender aos requisitos legais e dos acionistas”.
Atividade Proposta
Com base no seu entendimento sobre o assunto tratado nesta aula, complete a frase com as palavras faltantes:
A ______________ mede e relata as informações financeiras e não financeiras relativas à aquisição e ao consumo dos ______________ de uma organização que são posteriormente apropriados aos produtos e serviços, fornecendo informações tanto para a Contabilidade ______________ quanto a Contabilidade ______________.
R:A Contabilidade de Custos mede e relata as informações financeiras e não financeiras relativas à aquisição e ao consumo dos fatores de produção de uma organização que são posteriormente apropriados aos produtos e serviços, fornecendo informações tanto para a Contabilidade financeira quanto a Contabilidade gerencial.
TEMA 3	
Custos Industriais / Aula 02 - Terminologia aplicável a custos
· Introdução
Nesta aula, vamos conhecer a importância do uso adequado das terminologias associadas à palavra gasto, para correto registro das informações. Vamos entender sobre a classificação dos custos em fixos, variáveis, diretos e indiretos e verificar que os custos fixos e os custos variáveis diferem entre si em relação ao volume produzido (aqueles que não variam com a produção e os que variam).
Além disso, analisaremos que os custos diretos e indiretos diferem em relação à forma como são alocados, ou seja, os custos diretos possuem medida clara, direta e objetiva de alocação, mas os custos indiretos não, sendo necessária sua alocação com base em sistemas subjetivos de rateio.
Verificaremos ainda que existem alguns sistemas de custeio para apropriação dos custos, sendo o método de custeio por absorção (utilizado para atender às normas contábeis e fiscais de apresentação dos resultados) e o método de custeio variável (mais voltado para se obter análises gerenciais) os mais utilizados.
· Objetivos
Identificar os conceitos associados a gastos e sua classificação.
Diferenciar as formas de classificação dos custos e as análises decorrentes.
Reconhecer o significado de custos e despesas na demonstração de resultados.
Os diferentes significados de gastos
Para comunicar e estabelecer bases de comparação, é importante definir e padronizar os conceitos técnicos que estão sendo utilizados. A contabilidade de custos trata dessas definições técnicas, de forma que as informações obtidas possam ser corretamente interpretadas.
Fornece respostas para estes tipos de questão:
· Despesa com matéria-prima ou custo de matéria-prima?
· Despesa com mão de obra ou custo da mão de obra?
· Gasto com imóveis ou investimento com imóveis?
· Sobra de materiais na produção é perda ou custo?
Gasto
Termo genérico que tem vários significados, dependendo de sua aplicação.
Pode ser:
• Investimento;
• Custo;
• Despesa;
• Perda.
Representa um sacrifício financeiro ou desembolso, realizado pela organização, na aquisição de bens e serviços, para que esta possa desenvolver sua atividade fim.
O gasto pode se referir ao pagamento de mão de obra, imóveis, salários, taxas, consumo de energia, aluguel, propriedades, ações, serviços, etc., ou seja, tudo que é consumido na empresa e precisa ser pago.
Portanto, já entendemos o que é um gasto! Agora vamos ver quando esse gasto é registrado como custo ou despesa, pois esses termos são encontrados na demonstração de resultados das organizações.
Custo
É um gasto relacionado ao produto. Refere-se aos gastos com o consumo dos fatores de produção e aquisição de mercadorias. Ou seja, todos os gastos incorridos no processo produtivo até o momento em que os produtos são colocados no estoque e disponíveis para a venda.
Despesa
É um gasto relacionado ao consumo de bens e serviços necessários para a geração de receitas e manutenção dos negócios da empresa e não relacionados à obtenção dos produtos e serviços.
Investimento
Gasto registrado em uma conta do Ativo, no Balanço Patrimonial, relacionado à aquisição de um bem ou serviço, que tem como objetivo gerar benefícios futuros.
Quando esse investimento se relacionar à aquisição de um bem durável, será tratado como imobilizado, registrando no Ativo e o seu valor de depreciação anual tratado como custo. 
Se o bem for não durável e estiver vinculado a um consumo futuro, será registrado no Ativo, na conta de estoque e somente será tratado como custo quando utilizado no processo produtivo.
Perda
Bem ou serviço consumido de forma anormal ou involuntária.
É um gasto não intencional e, portanto, considerado como Perda Anormal. Essas perdas são reconhecidas como despesas e apropriadas diretamente no resultado do período em que ocorrem.
Note que existem as Perdas Normais decorrentesdo processo produtivo, que representam um desperdício, sendo, portanto, consideradas um custo e não uma perda.
Desembolso
Representa o evento de pagamento por um bem ou serviço, podendo ocorrer no momento do gasto, antes, ou após o gasto ocorrer, sendo regido pelo Regime Contábil de Caixa.
O desembolso não afeta a apuração do gasto apresentado no Demonstrativo de Resultados (DRE), que é regido pelo Regime Contábil de Competência. Assim, é preciso não confundir o período de registro do gasto, com o efetivo desembolso ou pagamento.
Exemplo:
· GASTO CUJO DESEMBOLSO OCORRE APÓS O EVENTO DE COMPRA
Situação: Um gerente de fábrica faz um compra de insumos para a fábrica, com pagamento em 30 dias.
Nesse caso, o desembolso ocorre após o gasto ter sido realizado. Portanto, o gasto ocorre quando foi feita a compra dos insumos e o efetivo pagamento ocorre somente 30 dias após a compra.
· GASTO COM DESEMBOLSO ANTERIOR AO EVENTO DE COMPRA
Situação: Um gerente de compras faz uma encomenda de mercadorias para a sua loja, com pagamento antecipado e entrega em 30 dias. Nesse caso, o desembolso é antecipado, pois ocorre antes do gasto ser registrado. Antes é apenas um pedido, pois não entrará nenhuma mercadoria no estoque.
· GASTO COM DESEMBOLSO NO MOMENTO DE GASTO
Situação: Um gerente de compras faz uma compra de materiais para a fábrica e realiza o pagamento à vista.
Nesse caso, o desembolso ocorre no mesmo momento em que o gasto ocorre.
Exercícios:
Questão 1: Qual a diferença entre Custos e Despesas?
Custos são os gastos incorridos com bens e serviços necessários ao processo de fabricação e/ou colocação do produto disponível para o mercado. Despesas são gastos incorridos com bens e serviços necessários à geração de receitas por parte da empresa, não associados à produção e ao produto.
Apresentação desses conceitos no Demonstrativo de Resultados do Exercício (DRE)
Agora vamos ver como são apresentadas as informações de custos e despesas na estrutura sintética do Demonstrativo de Resultados, definido pela contabilidade financeira.
Mas antes, vamos apresentar algumas definições da contabilidade que precisam ser obedecidas para a apresentação dessas informações:
Princípio da Competência
Custos, despesas e receitas devem ser reconhecidos no período em que ocorrer o seu fato gerador, de forma independente ao pagamento (desembolso) ou recebimento.
Princípio da Realização da Receita
Ocorre a realização da receita quando da transferência do bem ou serviço vendido para terceiros, de forma independente do recebimento.
Princípio da Confrontação
Despesas/custos devem ser reconhecidos à medida que são realizadas as receitas que ajudam a gerar (direta ou indiretamente).
O custo do produto, após sua finalização em um processo de produção ou de entrada de mercadoria, será registrado em uma conta de estoque do Ativo Circulante no Balanço Patrimonial e somente será lançado no demonstrativo de resultados (DRE) quando o produto for vendido.
Atendendo a esses princípios, tem-se a definição de Custo do Produto Vendido, que representa o total de custos que foi apropriado aos produtos vendidos no período e que será apresentado no Demonstrativo de Resultados do Exercício.
Exercícios:
Questão 2: No mês de janeiro, a área comercial totalizou vendas no valor de R$1.000,00, com entrega imediata e prazo de pagamento em 5 parcelas iguais, sem entrada. Nesse caso, é correto afirmar que, pelo regime de competência, o lançamento da receita no Demonstrativo de Resultados será de:
R$1.000,00
O Demonstrativo de Resultados do Exercício (DRE) é um relatório contábil que tem como objetivo principal apresentar de forma vertical o resultado apurado em relação ao conjunto de operações realizadas em um determinado período.
Uma visão resumida do DRE apresenta as seguintes contas:
Demonstrativo de Resultado
(+) Receita de vendas
(-) Custo dos produtos vendidos
(=) Lucro Bruto
(-) Despesas
(=) Lucro Operacional
(-) Imposto de Renda e CSLL (contribuição social sobre o lucro líquido
(=) Lucro líquido
Explicando em números
Vamos aplicar os conceitos apresentados utilizando dados da Indústria Alfa e compor o seu Demonstrativo de Resultados.
Primeiro passo: Identificar os gastos que representam custos de produção e calcular o total dos custos do período.
Segundo passo: Identificar os gastos que representam as despesas e calcular o total de despesa do período.
Terceiro passo: Elaborar o Demonstrativo de Resultados.
Se considerarmos que o resultado da produção do período, que gerou o custo de R$710 mil, no nosso exemplo, foi todo vendido, então, pelo princípio de confrontação da receita, todos os custos e despesas incorridos no período são levados para o Demonstrativo de Resultados do Período (DRE), que terá a seguinte informação:
Classificação dos custos
ondemand_videoVídeo.
Os custos podem ser classificados quanto ao Volume de Produção e quanto ao Produto.
Custo Direto
Considera-se que um gasto realizado com um determinado item é um Custo Direto, quando for possível associar o consumo desse item no processo de elaboração do produto, de forma clara e facilmente quantificável, ou seja, existe a possibilidade de rastrear o efetivo uso do item pelo produto.
Os Custo Diretos são, então, apropriados pelos produtos de forma direta, bastando apenas calcular quanto do item foi consumido pelo produto.
Custo Indireto
O gasto com um item será classificado como Custo Indireto quando não for possível fazer essa associação de forma clara e fácil, ou seja, quando o esforço para rastrear o efetivo uso do item pelo produto for tão trabalhoso que não compensa realizar esse cálculo.
Os Custos Indiretos irão requerer um critério de rateio para que possam ser apropriados pelo produto. Mas isso será tema explorado em outro item, pois existem várias formas de realizar esse rateio.
Como realizar a classificação?
Agora vamos ver a forma de classificar em Custo Fixo ou Custo Variável.
Vamos imaginar que você resolva ser um empreendedor, por exemplo, de um pequeno restaurante. Para que esse restaurante possa funcionar, primeiro você terá de conseguir um espaço, comprar os equipamentos necessários, comprar materiais de utilização na cozinha e no salão, comprar mesas e cadeiras, comprar itens de iluminação, decoração, além dos gastos com os serviços de energia, água, gás, telecomunicações e de ter uma equipe para trabalhar na cozinha, no estoque, na compra de insumos, limpeza e outros itens relacionados ao processo de produção.
Isso tudo terá de estar pronto antes mesmo de você inaugurar seu restaurante!
Depois que ele passar a funcionar, você terá de comprar os itens necessários para fazer a comida que será vendida, além das bebidas e outras coisas que você considera interessante comercializar.
Tudo que você providenciou para que o restaurante ficasse pronto e pudesse ser inaugurado representa seu Custo Fixo e todos os gastos que você terá no dia a dia para oferecer seus itens de consumo no restaurante serão seus Custos Variáveis.
Logo:
· CUSTOS FIXOS
São todos os gastos que não variam em função dos volumes produzidos e que irão existir, independentemente de você ter gerado receita de venda de seus produtos.
· CUSTOS VARIÁVEIS
São gastos que variam proporcionalmente de acordo com os volumes produzidos, ou seja, irão existir em função da decisão do volume que será produzido, para geração de receita de venda de seus produtos.
Graficamente, pode-se representar esses custos da seguinte forma:
Na tabela, os itens ficam assim classificados:
Exercícios:
Questão 3: Analise as sentenças, classificando os itens em Custo Fixo (F) ou Custo Variável (V) e depois assinale a alternativa correta:
( ) Consumo de diesel dos ônibus de uma empresa de transporte.
( ) Salários e encargos sociais do pessoal de uma empresa de transporte.
( ) Depreciação do prédio de uma fábrica de armas.
( ) Pólvora utilizada em uma fábrica de fogos de artifícios.
( ) Aluguel do prédio da fábrica de fogos de artifícios.
V – F – F – V – F
Pouca variedade nas lojas
Você já reparou que algumas lojas têmpoucos itens para serem vendidos, ou seja, as prateleiras estão vazias?
Já pensou que isso pode estar acontecendo porque os custos fixos são tão altos que não existem recursos para comprar os itens para serem vendidos?
Pois é, nesses casos, a estrutura de custos fixos está tão pesada que não existem recursos para ter itens que gerem receita. E esse é um caminho para o insucesso do negócio!
Gerenciar o tamanho dos custos fixos é uma decisão fundamental para o sucesso de um negócio, seja ele qual for, pois estes representam os compromissos mensais da empresa que precisam ser arcados pelo volume de produção realizado.
Um planejamento adequado do tamanho da estrutura fixa de produção é fundamental para o sucesso de qualquer empreendimento.
Classificação dos custos quanto ao processo de produção
Os custos podem ser classificados ainda em Custos Primários e Custos de Transformação ou Conversão, quando analisados sob a ótica do processo de produção.
· CUSTO PRIMÁRIO
Refere-se ao custo relacionado aos itens essenciais necessários para elaboração do produto. São considerados, neste caso, a matéria-prima e a mão de obra direta de fabricação.
Note que somente a matéria-prima é considerada como custo primário. Embalagens e outros insumos utilizados na produção do produto, classificados como custo direto, não são considerados custos primários.
· CUSTO DE TRANSFORMAÇÃO OU CONVERSÃO
Refere-se ao custo relacionado à mão de obra direta e aos custos indiretos de fabricação
E as Despesas?
Seguem a mesma definição aplicada para os custos, ou seja, são classificadas como:
Despesas não são classificadas em diretas e indiretas, somente os custos!
Vamos supor, usando novamente o exemplo do restaurante, que você estruture um sistema de entrega de refeição em domicílio.
Se você precisar entregar muitas refeições ao mesmo tempo, terá que contratar uma equipe especializada, ter veículos para agilizar a entrega (afinal a refeição precisa chegar quentinha), comprar as embalagens térmicas, consumir combustível, comprar uniformes etc. Todos esses itens aumentarão ou diminuirão em função do volume de produtos vendidos e entregues, sendo classificados como Despesas Variáveis.
E os demais gastos realizados para o restaurante funcionar no salão?
Você terá que contratar equipe de caixa, equipe para servir e repor alimentos no salão, para gerenciar as atividades administrativas, além da remuneração dos sócios. Esses gastos representam as Despesas Fixas do restaurante, que, assim como os Custos Fixos, independem do volume produzido. 
Vamos voltar ao exemplo da Indústria Alfa e classificar as despesas em fixas e variáveis.
Exercícios:
Questão 4: A Indústria Kaele Emene S.A., para fabricar 1.000 unidades do produto K, teve que realizar os seguintes gastos:
Matéria-prima direta: R$40.000,00;
Embalagem do produto: R$10.000,00;
Mão de obra direta: R$30.000,00;
Mão de obra indireta: R$10.000,00;
Outros custos fixos de fabricação: R$20.000,00.
Com esses dados, considera-se como custo primário e custo de transformação os respectivos valores de qual alternativa?
R$70.000,00 e R$60.000,00
Questão 5: Considere os seguintes gastos:
Matéria-prima: R$ 30 mil;
Aluguel de fábrica: R$10 mil;
Mão de obra direta de fábrica: R$ 20 mil;
Custos fixos diversos: R$ 40 mil.
É correto afirmar que o custo de transformação ou conversão é:
R$ 70 mil
 R: Cálculo do custo
Uma empresa apresentou no mês 1 um custo total de R$35.000,00 para uma produção de 700 unidades. No mês 2, o custo total foi de R$41.000,00 para uma produção de 850 unidades.
Com esses dados, calcule qual foi o total de custos fixos e custos variáveis no mês 1 e no mês 2, sabendo-se que não houve variação de preços.
Atividade Proposta
Cálculo do custo
Uma empresa apresentou no mês 1 um custo total de R$35.000,00 para uma produção de 700 unidades. No mês 2, o custo total foi de R$41.000,00 para uma produção de 850 unidades.
Com esses dados, calcule qual foi o total de custos fixos e custos variáveis no mês 1 e no mês 2, sabendo-se que não houve variação de preços.
Sabe-se que o custo que se altera, em função de uma variação no volume produzido, é o custo variável, e que o valor de custo fixo não se altera.
Neste caso, a variação ocorrida entre o mês 1 e 2 foi de R$ 6.000,00 (41.000,00 – 35.000,00) para uma variação na produção de 150 unidades (850 – 700), o que representa um custo variável unitário de R$40,00 (6.000/150).
 R: A composição dos custos entre fixos e variáveis é:
 TEMA 4 
Custos Industriais / Aula 03 - Princípios para avaliação do custo do produto
· Introdução
Nesta aula, vamos conhecer como os custos de produção são formados para serem acumulados e apropriados ao produto, suas definições e classificação.
Veremos que empresas do setor industrial compram materiais e componentes e os convertem em vários produtos acabados, que são estocados para posterior venda. Mas como calcular os custos de cada um dos produtos produzidos e lançados no estoque? E quando os produtos levam mais de um período para serem desenvolvidos e entregues ao cliente? Sabemos que nem todos os produtos são produzidos para estoque, alguns são produzidos por encomenda. Nesse casos, como calcular o custo de produção? As respostas teremos ao longo do estudo do conteúdo.
Aqui, estudaremos ainda os sistemas de acumulação de custos que trabalham essas questões e propiciam calcular o custo que será apropriado ao produto em cada etapa de seu processo de produção. Além disso, vamos avaliar os métodos existentes de avaliação do item no estoque, informação relevante para uma série de decisões empresariais.
· Objetivos
Explicar os sistemas de acumulação de custos.
Calcular o custo de produção equivalente.
Calcular o Custo do Produto Vendido (CPV).
Sistemas de Acumulação de Custos
Em um parque industrial, encontramos empresas com produção contínua que fabricam produtos padronizados, em série, e outras que fabricam produtos sob encomenda.
Nesses casos, como os custos são acumulados e transferidos para os produtos?
Vamos entender as diferenças entre esses dois sistemas:
· PRODUÇÃO SOB ENCOMENDA
Nesse tipo de produção, os produtos têm como característica não serem encontrados em prateleiras do estoque. Antes de serem fabricados, é necessário receber um pedido do cliente.
Os custos são acumulados em contas representativas e específicas do produto e o total somente é apurado e conhecido quando da finalização da produção. O período de fabricação pode ser de poucos dias ou superior a vários anos. Sendo assim, classificado em curto prazo (inferior a 1 ano) ou longo prazo (superior a 1 ano).
Pelo princípio da confrontação da receita (visto na Aula 2), os custos vão sendo acumulados em fichas de custo e transferidos para o resultado quando da sua finalização.
No caso de encomendas de longo prazo, ao fim do exercício, podem ser transferidos valores proporcionais de custo e receita, sendo que os dados de custo se referem ao custo já incorrido, o que não representa o efetivo desembolso realizado, o mesmo ocorrendo com a receita.
· PRODUÇÃO CONTÍNUA OU EM SÉRIE
Nesse caso, são produtos de prateleira, produzidos para formar estoque e posterior venda.
A produção obedece a uma sequência de operações. Cada qual realizada por um departamento (ou setor) que consome de forma padronizada os fatores de produção.
Os custos são acumulados a cada etapa desse processo de produção e associados a um dado volume produzido. O custo unitário de um produto é a soma dos custos dos processos envolvidos, dividido por sua produção equivalente, no período.
Para melhor entender a formação dos custos na indústria nessa modalidade, vamos retornar ao conceito de Fatores de Produção utilizados no processo produtivo:
· Para produzir a manufatura, é necessário requisitar ao estoque matéria-prima, insumo e embalagem do produto (quando houver), que são levados para a fábrica para realizar o processo de transformação. Esses itens saem do estoque com um determinado valor calculado, que, ao ser transferido para a fábrica, passa a compor o custo demateriais consumidos no período (vamos chamar o custo desse conjunto de itens de materiais – MA).
· Cada etapa do processo de transformação vai utilizar a mão de obra diretamente envolvida na produção de cada linha de produto (o valor gasto com essa mão de obra será denominado de mão de obra direta - MOD) e vamos ainda somar os demais fatores produtivos necessários ao processo de produção (vamos chamar esse conjunto de custos indiretos de fabricação - CIF).
Resumindo, temos:
CPP = MA + MOD + CIF
Vamos utilizar nosso exemplo da Indústria Alfa, apresentado na Aula 2, para colocar em números essas definições!
Podemos calcular o Custo da Produção do Período (CPP) como sendo:
CPP = 350.000 + 60.000 + 300.000 = 710.000
O custo unitário de produção de cada produto é calculado como o custo total dividido pelas quantidades produzidas no período.
Por exemplo, nesse caso, se o total acumulado de R$710.000,00 tivesse gerado 10.000 itens, o custo unitário seria de R$ 71,00.
Como ficaria essa divisão se nem todos os produtos fossem finalizados no fim do período ou se tivessem sido finalizados produtos iniciados em outros períodos?
Para iniciar essa explicação, vamos antes entender como é formado o estoque no processo de produção!
No processo industrial, os estoques são formados por:
Matéria-prima – Materiais colocados à disposição da manufatura, mas que, enquanto estiverem no estoque, não formam o custo do período. É um investimento que foi realizado para gerar benefícios futuros, quando esses materiais forem processados pela fábrica.
Produtos em Elaboração – Ao longo do processo produtivo, os custos das unidades elaboradas em uma linha de produção, departamento, ou setor, vão sendo transferidos, até a completa finalização do produto. Pode ser que no final do período (que aqui vamos considerar como o fechamento contábil mensal), nem todos os produtos estejam acabados, ou seja, alguns produtos podem ter começado a ser construídos e não foram finalizados.
Produtos Acabados – Sempre que a manufatura finaliza o produto, este não recebe mais custos. O seu valor de produção portanto, passa a compor o valor do estoque dos produtos acabados.
Como fica o cálculo do custo do produto?
Já vimos que o conceito de custo da produção do período é formado por:
CPP = MA + MOD + CIF
E também vimos que, ao longo do período de produção que compõe o CPP, é possível iniciar e finalizar a produção de produtos e finalizar, ainda, produtos que foram iniciados em períodos anteriores.
Além disso, é possível, que seja iniciado o processo de produção de alguns produtos e que, ao final do período, estes não estejam finalizados.
Como atribuir o custo desse período?
GABARITO
Certamente, uma unidade não finalizada não pode receber o mesmo custo de uma que já foi concluída. Assim, para resolver essa questão, converte-se a produção em andamento em unidades equivalentes de produção acabada.
Haverá unidades com 10%, 30%, 75% ou qualquer outra proporcionalidade calculada. Dessa forma, divide-se os custos da produção do período pelas unidades acabadas e por estas em andamento, na proporção em que se encontram.
Vamos considerar, neste caso, a seguinte regra para o cálculo do custo unitário:
Incluir o custo da produção do período
Inclui todos os custos incorridos no período para:
• iniciar e finalizar produtos;
• Finalizar produtos iniciados em períodos anteriores; e
• Iniciar a fabricação de produtos que serão finalizados posteriormente.
Esse conjunto já foi anteriormente denominado de CPP.
Incluir o custo dos produtos semielaborados
Esses produtos tiveram sua produção iniciada em período anterior, foram contabilizados no estoque de produtos semielaborados com um valor proporcional à produção anterior, sendo este valor migrado para o período em que forem finalizados.
Vamos chamar este conjunto de Estoque Inicial de Produtos em Elaboração (EIPE) e vamos somar estes custos ao CPP.
Excluir o custo dos produtos semielaborados
Esses serão encaminhados para o estoque, pois não serão finalizados no período em apuração. Esses produtos recebem parcela equivalente ao consumo dos fatores de produção utilizados no período.
Vamos chamar este conjunto de Estoque Final de Produtos em Elaboração (EFPE).
Custo do Produto Acabado (CPA)
O CPA utilizado para cálculo do custo unitário do produto acabado a ser lançado na conta de estoque é formado por:
CPA = CPP + EIPE - EFPE
Esquematicamente, podemos visualizar, da seguinte forma, esses custos:
Conceitos em números
Vamos considerar os dados da Indústria Alfa e supor que são do mês de janeiro, mas, agora, as 10.000 unidades, antes consideradas para cálculo do custo unitário, serão consideradas somente 8.000 unidades iniciadas e terminadas no mês e 2.000 unidades iniciadas e não finalizadas, ficando no estoque de produtos em elaboração.
8.000 unidades iniciadas e terminadas
2.000 unidades iniciadas e não finalizadas
____________________________________
10.000 unidades
Se considerarmos que essas 2.000 unidades estão num estágio de produção que equivale a 50% do custo de um produto acabado, temos que o custo total (R$ 710.000,00) agora é dividido por 9.000 unidades (8.000 + 50% de 2.000) e o custo unitário passa a ser R$78,89.
Neste caso, foi considerado que não havia estoque inicial de produtos em elaboração, para fins de rateio do CPP.
E como fica o cálculo do custo unitário em fevereiro?
Vamos supor que o custo total de produção - CPP apurado em fevereiro tenha sido de R$ 746.000,00 (lembrar: compõe o custo de produção o total gasto em materiais, mão de obra direta e custos indiretos de fabricação) e também que toda a produção iniciada e não finalizada de janeiro (2.000 unidades) seja finalizada no mês de fevereiro (ou seja, completado os 50% da produção equivalente faltante), e ainda que nesse mês também se inicie uma produção de 9.000 unidades e que se finalize o período com 4.000 produtos em elaboração, num estágio de 60% de produção equivalente.
Então, o mês de fevereiro recebe os custos das unidades semielaboradas de janeiro, complementa essa produção somando o custo proporcional de fevereiro, apropria custos para as unidades iniciadas e finalizadas no período e transfere custos das unidades equivalentes, para o próximo período, e, assim, sucessivamente.
Os cálculos do custo unitário de produção do período, da produção acabada e dos produtos em elaboração ficam assim demonstrados na Tabela: 
Custo do Produto Vendido (CPV)
Já vimos que o CPV é calculado quando existe a venda, ou seja, quando o produto acabado é retirado do estoque e entregue para um terceiro que passa a ter a propriedade sobre ele.
Nesse momento, faz-se a apuração da receita de vendas e o custo do produto vendido, independentemente de ter ocorrido desembolso ou recebimento, e incluímos esses valores no demonstrativo de resultado (DRE).
Como calcular o custo do produto retirado do estoque?
GABARITO
Podemos considerar que o valor do estoque está sempre sendo modificado, em função de entradas e saídas de itens do estoque. Isso porque cada item pode ter tido um valor diferente de produção e de aquisição.
Assim, o custo de produtos vendidos é resultado dessa movimentação, ou seja, considera o valor do estoque existente, acrescido do valor dos produtos que entraram no estoque no período e reduzido do valor dos produtos que estejam sendo vendidos.
Logo, pode-se deduzir que o total de custos dos produtos vendidos será obtido da seguinte maneira:
CPV = CPA + EIPA – EFPA
Onde:
CPA = é o custo dos produtos acabados no período;
EIPA = é o valor do estoque no início do período (já existente) de produtos acabados;
EFPA = é o valor do estoque final que restará de produtos acabados (valor dos produtos que não foram vendidos).
Exercícios:
Questão 1: No exercício de início de suas atividades, a Cia. Mercúrio produziu 20.000 unidades de determinada peça. Não havia estoque inicial e, durante o período, foram vendidas 16.000 unidades ao preço de R$30,00 cada uma.
Os custos e despesas da companhia, no referido exercício, foram:
Custos e despesasvariáveis, por unidade:
• Matéria-prima R$8,00;
• Mão de obra direta R$5,00;
• CIF Variáveis R$4,00;
• Gastos variáveis 10% do preço de venda.
Custos e despesas fixos totais do mês:
• Aluguel da fábrica R$40.000,00;
• Depreciação dos equipamentos industriais R$18.000,00;
• Outros gastos de fabricação R$50.000,00;
• Salário do pessoal da administração R$30.000,00;
• Demais gastos administrativos R$20.000,00.
Com base nesses dados, o custo da produção do período (CPP) e custo do produto vendido (CPV) é de:
CPP = 418.000,00 e CPV = 334.400,00
CPP = 498.000,00 e CPV = 398.400,00
CPP = 448.000,00 e CPV = 358.400,00
CPP = 558.000,00 e CPV = 446.400,00
CPP = 508.000,00 e CPV = 406.400,00
Questão 2: Tem-se os seguintes lançamentos no período:
• Custo de Produção do Período (CPP) = R$40.500,00;
• Custo dos Produtos Acabados (CPA) = R$30.000,00;
• Custo dos Produtos Vendidos (CPV) lançado no Demonstrativo de Resultados = R$28.250,00;
• Estoque inicial do período de produtos em elaboração (EIPE) = R$5.200,00;
• Estoque inicial do período de produtos acabados (EIPA) = R$4.500,00.
Com esses dados, calcule qual o valor do estoque final dos produtos em elaboração (EFPE) e dos produtos acabados (EFPA).
GABARITO
Se CPA = EIPE + CPP – EFPE, tem-se que: 30.000 = 5.200 + 40.500 - EFPE ➨ EFPE = 15.700,00
Se CPV = EIPA + CPA – EFPA, tem-se que: 28.250 = 4.500 + 30.000 – EFPA ➨ EFPA = 6.250,00
Questão 3: Sabendo-se que foram produzidas 2.000 unidades de um produto, tendo sido apurado:
• Total de custos fixos de R$12.000,00;
• Total de custos variáveis de R$13.000,00; e
• Total de despesas variáveis de R$15.000,00
Considerando o método de custeio por absorção, calcule o custo unitário do produto vendido, sabendo-se que toda a produção foi vendida.
GABARITO
CPV = CPP = 12.000 + 13.000 = 25.000
Custo unitário = 25.000 / 2.000 = 12,50
Métodos de Avaliação do Estoque
Como já citamos, o estoque é um ativo da empresa, ou seja, possui valor e representa uma expectativa de receita futura.
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Quanto mais rápido o produto sair do estoque, mais rápido a empresa usufrui desse benefício.
Além disso, vimos que existe uma movimentação constante no estoque, o que supõe que o valor desse estoque total está sempre sendo alterado por essas entradas e saídas de itens.
Na indústria, a formação do estoque de produtos acabados é decorrente da finalização do processo de produção. O valor desses produtos quando entram no estoque é o custo de produção que foi apropriado a cada produto. No caso das empresas comerciais, esse valor decorre do custo de aquisição da mercadoria que será revendida.
Sabemos que os custos podem variar ao longo dos períodos, em decorrência de alterações nos preços dos fatores de produção e do custo de aquisição.
Como calcular, então, o valor do produto no estoque, para cálculo do custo do produto vendido? Ou seja: Qual o valor do estoque a cada momento? Qual o valor unitário do item no estoque?
Existem três métodos de avaliação do custo desse produto quando sai do estoque:
· MÉTODO PEPS/FIFO
Primeiro a Entrar e Primeiro a Sair / First in First out
As entradas no estoque são feitas em diversas datas e estas datas registradas no estoque pelo custo de produção.
Os primeiros produtos a sair são os mais antigos, ou seja, aqueles que entraram primeiro no estoque, sendo esse o valor que é transferido para formar o custo do produto vendido.
· MÉTODO UEPS/LIFO
UEPS / LIFO – Último a Entrar e Primeiro a Sair / Last in First out
Difere do método anterior, os primeiros a sair são os últimos a entrar.
A legislação fiscal brasileira não permite o uso deste critério, pois avalia como maior o custo, diminuindo o resultado tributável (no caso de economias com inflação).
· MÉTODO CMP
CMP – Custo Médio Ponderado
Consiste em analisar o estoque pelo custo médio dos produtos estocados, calculado a cada nova movimentação de produtos (entrada e saída).
Demonstrações desses Métodos
Suponha 3 lotes de itens que entraram no estoque, no total de 21 itens:
•Lote 1 com 8 produtos ao valor unitário de R$100,00;
•Lote 2 com 7 produtos ao valor unitário de R$120,00;
•Lote 3 com 6 produtos ao valor unitário de R$130,00.
Valor total do estoque: R$2.420,00.
Esquematicamente, tem-se a seguinte demonstração:
Considerando a venda de 10 produtos, como se calcula o valor do custo desses produtos e o saldo do estoque?
No PEPS: Primeiro que Entra, Primeiro que Sai
Serão vendidos 8 produtos ao valor de R$100,00 cada, mais 2 ao valor de R$120,00. O que dará um valor total de CPV de R$1.040,00, restando em estoque R$1.380,00.
No UEPS: Último que Entra, Primeiro que Sai
Serão vendidos 6 produtos ao valor de R$130,00 cada, mais 4 ao valor de R$120,00, o que dará um valor total de CPV de R$1.160,00, restando em estoque R$1.260,00.
No CMP: Custo Médio Ponderado
Nesse método, não importa a ordem de entrada ou saída dos itens e sim o valor médio do estoque.
Como o valor médio é de R$115,24 (total de 2.420/21 itens), o CPV será de R$1.152,40 e o saldo do estoque de R$1.267,60.
Vale ressaltar que esse método requer um controle online de todas as movimentações realizadas de entrada e saída do estoque.
Usando a Ficha de Controle de Estoque
Vamos ver como demonstrar essa movimentação com a Ficha de Controle de Estoque!
Suponha que foram vendidas 180 unidades de um dado produto. Ao analisar o estoque de produtos acabados para calcular o custo do produto vendido, verificou-se os seguintes dados:
• 100 Unidades, a R$5,50 cada, do Lote 1;
• 150 Unidades, a R$6,00 cada, do Lote 2;
• 130 Unidades, a R$8,50 cada, Lote 3.
Agora, vamos elaborar a ficha de controle de estoque e calcular o CPV pelos três métodos!
Método PEPS/FIFO
Veja que nesse método o valor da saída do estoque dos 180 itens é calculado considerando a saída de 100 itens ao valor unitário de R$5,50 e os demais 80 itens são retirados do lote de 150 itens que tem valor unitário de R$6,00.
Obedecendo à regra do “primeiro a entrar no estoque, primeiro a sair do estoque”, o valor do Custo do Produto Vendido (CPV) a ser lançado no Demonstrativo de Resultados (DRE) é de R$1.030,00.
Método UEPS/LIFO
Nesse método, o valor da saída do estoque dos 180 itens é calculado considerando a saída dos últimos 130 itens que entraram no estoque, ao valor unitário de R$8,50, e os demais 50 itens são retirados do lote de 150 itens que tem valor unitário de R$6,00.
Obedecendo à regra de “último a entrar no estoque, primeiro a sair do estoque”, o valor do Custo do Produto Vendido (CPV) a ser lançado no Demonstrativo de Resultados (DRE) é de R$ 1.405,00.
Vale lembrar que esse método não é aceito na legislação brasileira.
Método CMP
Por esse método, a cada movimentação de entrada ou saída do estoque é calculado o valor médio unitário dos itens. Assim, por essa regra, o valor do Custo do Produto Vendido (CPV) é apurado como sendo o produto da quantidade de itens que saem do entoque pelo valor médio unitário do estoque no momento da saída dos itens.
O valor a ser lançado no Demonstrativo de Resultados (DRE) é de R$ 1.210,26.
Vale ressaltar que esse método requer um controle online de todas as movimentações realizadas de entrada e saída do estoque.
Exercícios:
Questão 4: A Casa de Ferragens, ao verificar seu estoque de dobradiças, constatou que estava zerado. Fez, então, as seguintes compras, que lhe permitiu atender aos seguintes pedidos de clientes:
	Dia
	Entrada no estoque
	Valor total
	Saída do Estoque
	04
	500 u.
	5.000,00
	-
	12
	600 u.
	6.300,00
	-
	15
	-
	-
	800 u.
	18
	200 u.
	2.400,00
	-
	20
	500 u.
	5.600,00
	-
	25
	-
	-
	400 u.
Nesse caso, o CPV a ser lançado no Demonstrativo de Resultados do mês pelos métodos PEPS e CMP é:
PEPS = 12.500,00 e CMP = 12.650,91
PEPS = 6.800,00 e CMP = 6,649,09
PEPS = 12.780,00 e CMP = 6.520,00
PEPS = 12.500,00 e CMP = 12.780,00
PEPS = 12.650,00 e CMP = = 12.780,00
Exercícios:
Questão 5: Considere a seguinte movimentação de estoque e calcule o custo total dos produtos vendidos no final do período, tendo como base o método PEPS.
Dia 01 = Estoqueinicial de 1 unidade a custo de R$ 100,00
Dia 05 = compra de 10 unidades a R$ 120 cada
Dia 07 = Venda de 8 unidades
Dia 15 = Compra de 12 unidades a R$ 130 cada
Dia 20 = Venda de 11 unidades
Dia 25 = Compra de 15 unidades a R$ 150 cada
Dia 28 = Venda de 15 unidades
Dia 30 = Compra de 5 unidades a R$ 170 cada
Método PEPS
GABARITO
Atividade proposta
Questão 1: Suponha que a Indústria Alfa tem uma linha de produção que envolve três produtos:
• Supremo;
• Luxo; e
• Comum.
No mês, foram registrados os seguintes dados de produção:
	Itens
	Supremo
	Luxo
	Comum
	Unidades produzidas
	80
	120
	100
	Custos totais de materiais diretos
	84,00
	54,00
	62,00
	Mão de obra direta
	14,00
	28,00
	8,00
O Custo Indireto de Fabricação (CIF) mensal tem valor total de R$150,00. Foi definido um critério de rateio dos custos indiretos como sendo proporcionais ao custo da mão de obra direta de cada produto (MOD).
Sabe-se que foram vendidas no período 50 unidades do produto Supremo, 80 do Luxo e 70 do Comum. Não havia saldo inicial no estoque de produtos acabados.
Calcular o Custo do Produto Vendido (CPV) e o saldo do estoque.
GABARITO
	Itens
	Supremo
	Luxo
	Comum
	Unidades produzidas
	80
	120
	100
	Custos totais de materiais diretos
	84,00
	54,00
	62,00
	Mão de obra direta
	14,00
	28,00
	8,00
	Rateio CIF
	42,00
	84,00
	24,00
	Custo total de produção
	140,00
	166,00
	94,00
	Custo de produção unitário – Cpu
	1,75
	1,38
	0,94
	Unidades vendidas
	50
	80
	70
	CPV – Cpu x venda
	87,50
	110,67
	65,80
	Saldo no estoque – unidades
	30
	40
	30
	Saldo no estoque em valor
	52,50
	55,33
	28,20
O Custo total dos produtos vendidos é de R$263,97 e o valor em estoque é de R$136,03.
Questão 2: Cálculo do custo
A fábrica de sorvetes M. Branco iniciou suas atividades no mês de janeiro. Nesse mês, foram adquiridos R$150.000,00 em matérias-primas. No final do mês, foram apuradas as seguintes informações utilizadas para cálculo dos custos:
A produção consumiu 80% da matéria-prima adquirida;
O valor gasto com a mão de obra direta totalizou no mês R$60.000,00;
Os custos indiretos de transformação totalizaram no mês R$80.000,00;
O valor da produção do mês não finalizada foi de R$30.000,00;
Foi vendida 95% da produção acabada no período.
Calcular o custo do produto vendido lançado no demonstrativo de resultado do período.
GABARITO
Resolvendo:
Com base nesses dados podemos concluir que:
O custo da produção do período (CPP) foi de:
MA = 80% de 150.000 = 120.000
MOD = 60.000
CIF = 80.000
CPP = 120.000 + 60.000 + 80.000 = 260.000
O custo do produto acabado (CPA) foi de:
EIPE = 0 - como a produção se iniciou nesse mês, não existe estoque de produtos em elaboração
EFPE = 30.000
CPA = CPP + EIPE – EFPE = 260.000 + 0 – 30.000 = 230.000
O custo do produto vendido (CPV) foi de:
EIPA = 0 - como a produção se iniciou nesse mês, não existe estoque de produtos acabados
EFPA = 5% de 230.000 = 11.500 – parte do estoque de produtos acabados que permanecerá no estoque
CPV = CPA + EIPA – EFPA = 230.000 + 0 – 11.500 = 218.500
O valor do custo do produto vendido (CPV) a ser lançado no demonstrativo de resultados do mês de janeiro será de R$218.500,00.
TEMA 5
Custos Industriais / Aula 04 - Análise Custo-Volume-Lucro
· Introdução
Nesta aula, vamos identificar que a contabilidade de custos promove a apresentação dos resultados da operação através do Método de Custeio Variável, possibilitando elaborar uma nova forma de calcular o resultado operacional do período, mais adequada ao efetivo controle dos resultados da operação.
Vamos analisar também as informações obtidas por indicadores decorrentes desse método, que mensuram o risco operacional da empresa não gerar resultado suficiente para cobrir todos os seus gastos comprometidos.
Ao final da aula, você terá entendido a diferença entre essa análise e a análise realizada através do Método de Custeio por Absorção e saberá utilizar os dois métodos na tomada de decisão.
· Objetivos
Explicar os métodos de custeio para apropriação dos custos.
Calcular o Ponto de Equilíbrio da operação.
Descrever a margem de contribuição ponderada.
Explicar o grau de alavancagem operacional.
Métodos de Apropriação de Custos
Os métodos de apropriação de custos definem a forma como os custos e as despesas serão apropriados e tratados para obtenção de informações que atendam tanto a contabilidade financeira quanto a contabilidade gerencial.
Esses métodos contribuem para a análise da formação de preços e desenvolvimento de indicadores para gerenciamento dos custos e das despesas.
São dois os métodos básicos de custeio, pois, embora haja outras sistemáticas, todos têm como base estes métodos:
· MÉTODO DE CUSTEIO POR ABSORÇÃO
Atende às normas da contabilidade financeira. Tem como regra que os produtos absorvem todos os custos, sem necessidade de separação contábil em custos fixos ou custos variáveis.
Os custos dos produtos são contabilizados em uma conta de estoque e são apresentados no demonstrativo de resultados quando são vendidos. Já as despesas são lançadas diretamente no Resultado do período.
Esse método atende ao princípio da confrontação da receita e do regime contábil de competência, estabelecido pela contabilidade.
Veja o esquema básico:
· MÉTODO DE CUSTEIO VARIÁVEL
Utilizado para fins gerenciais, sendo eficiente para a tomada de decisão. Não atende às regras da contabilidade financeira, na medida em que os produtos absorvem somente os gastos variáveis, sejam custos ou despesas.
Os gastos fixos, tanto custos quanto despesas, são apresentados diretamente no resultado, de forma independente ao evento da venda do produto.
Veja o esquema básico:
Saiba mais
Pelo Método de Custeio Variável, ao serem subtraídos da receita de vendas os gastos incorridos para que a venda seja realizada (custos e despesas variáveis), obtém-se um resultado chamado Margem de Contribuição, que deve ser suficiente para remunerar todos os gastos incorridos no período e ainda ter uma margem de lucro.
Assim:
• Margem - sobra da receita depois de deduzir os gastos variáveis necessários para que a venda fosse realizada;
• Contribuição - contribui para cobrir os gastos fixos que a empresa incorre, independente da venda ocorrer.
Comparação entre o Método de Custeio por Absorção e o Método de Custeio Variável
Vamos retornar aos dados da Indústria Alfa. Suponhamos agora que, da produção de 10.000 unidades, tenham sido vendidas no mês 7.000 unidades, ao preço de R$125,00. Vejamos como ficaria a DRE, segundo os dois métodos:
Produção de 10.000 unidades
Custos Fixos totais – R$360.000,00
Custos Variáveis totais – R$350.000,00
Despesas Fixas totais – R$190.000,00
Despesas Variáveis totais – R$125.000,00
CPP - Custo total unitário de produção do período – 710.000/ 10.000 = 71,00
CVu - Custo variável unitário do período = 350.000 / 10.000 = 35,00
DVu - Despesa variável unitária do período = 125.000 /10.000 = 12,50
Calculando o Demonstrativo de Resultados pelos dois métodos:
	DRE ABSORÇÃO
	Receita de Vendas (7.000 x 125)
	875.000
	(-) CPV (7.000 x 71,00)
	497.000
	(=) Lucro Bruto
	378.000
	(-) Despesas do período
	315.000
	(=) Lucro Operacional
	63.000
	DRE Variável
	Receita de Vendas (7.000 x 125)
	875.000
	(-) Custo variável produtos vendidos (7.000 x 35)
	245.000
	(-) Despesa variável produtos vendidos (7.000 x 12,5)
	87.500
	(=) Margem de Contribuição
	542.500
	(-) Despesas Fixas do período
	190.000
	(-) Custo Fixo do período
	360.000
	(=) Resultado Operacional
	-7.500
Pelo Método de Custeio Variável, é possível comprovar que o volume de vendas foi insuficiente para gerar uma margem de contribuição capaz de cobrir todos os gastos fixos do período.
Se a análise considerasse somente o resultado obtido pelo Método de Custeio por Absorção, com o resultado alcançado de lucro de R$63.000,00, não seria possível essa visualização.
Isso é explicado porque os custos fixos das unidades não comercializadas (um total de 3.000 unidades), pelo Método de Absorção, estão lançados em uma conta do estoque e não oneram o resultado (noDRE).
Já pelo Método de Custeio Variável, todo o custo fixo do período é lançado no resultado do período, como se fosse despesa, diminuindo o resultado operacional.
Atenção
Essa análise objetiva, assim, demonstrar o efetivo gasto fixo realizado com a operação do período e avaliar se foram gerados recursos suficientes para remunerar esses gastos.
Lembre-se: Essa é a grande diferença entre esses dois métodos.
Questão 1: Considere os seguintes dados:
Compra de materiais – R$30.000,00;
Custo indiretos de fabricação fixos – R$30.000,00;
Mão de obra direta – R$10.000,00;
Custos indiretos de fabricação variáveis – R$5.000,00;
Despesas fixas – R$19.000,00;
Despesas variáveis – R$6.000,00;
Receita de vendas – R$120.000,00;
Estoque final de matéria-prima – R$1.000,00.
Sabendo que a Produção foi de 1.000 unidades e a Venda de 700 unidades e que não havia estoque inicial de produtos acabados, calcule o lucro operacional, apurado pelo Método de Custeio por Absorção e pelo Método de Custeio Variável, e assinale a alternativa CORRETA:
R$ 43.200,00 / R$ 31.200,00
R$ 42.500,00 / R$ 32.700,00
R$ 21.000,00 / R$ 21.000,00
R$ 43.200,00 / R$ 32.700,00
R$ 20.000,00 / R$ 20.000,00
Questão 2: Suponha os seguintes dados do período:
Preço de venda: R$150,00;
Comissão de Vendas: 3% sobre o preço;
Custo Variável unitário: R$70,00;
Custo Fixo: R$600.000,00;
Despesas fixas: R$80.000,00;
Produção total: 10.000 unidades;
Unidades vendidas: 8.000 unidades.
Nesse caso, calcule o resultado operacional, considerando os dois métodos de apuração (Método de Custeio por Absorção e Método de Custeio Variável):
GABARITO
	DRE ABSORÇÃO
	DRE VARIÁVEL
	Receita de Venda
	1.200.000
	Receita de Venda
	1.200.000
	(-) Custo Variável – (70 x 8.000)
	560.000
	(-) Custo Variável – (70 x 8.000)
	560.000
	(-) Custo fixo (600.000/10.000 x 8.000)
	480.000
	(-) Despesas Variáveis – (3% x 7 x 8.000)
	36.000
	(=) Lucro Bruto
	160.000
	(=) Margem de Contribuição
	604.000
	(-) Despesas Fixas
	80.000
	(-) Custo Fixo
	600.000
	(-) Despesas Variáveis – (3% x 7 x 8.000)
	36.000
	(-) Despesas fixas
	80.000
	(=) Lucro Operacional
	44.000
	(=) Lucro Operacional
	76.000
Contexto de Análise Custo-Volume-Lucro (CVL)
Como já foi citado, o Método de Custeio Variável não atende aos princípios contábeis, mas, em contrapartida, propicia realizar uma análise robusta das relações entre os volumes de produção, a geração de receitas, os níveis de custos fixos e variáveis, bem como os lucros relacionados.
Fornece importantes indicadores, como a Margem de Contribuição Unitária e o Ponto de Equilíbrio.
Margem de Contribuição Unitária
Diferença entre o preço de venda e o gasto variável por unidade. No exemplo apresentado, a Margem de Contribuição Unitária é:
PV – CVu - DVu = 125 – 35,00 - 12,50 = 77,50 → de cada unidade vendida, resta da receita um total de R$77,50 para remunerar parcela dos custos fixos.
Essa informação nos induz à seguinte pergunta:
Quantas unidades devem ser vendidas para que sobrem parcelas de R$77,50 suficientes para cobrir todos os gastos fixos incorridos no período, que vão existir independentemente se houve ou não produção e venda?
Para responder a essa pergunta, temos que desenvolver o conceito de Ponto de Equilíbrio.
Ponto de Equilíbrio
Ponto de Equilíbrio é o nível de volume de produção e venda que possibilita a obtenção de uma margem de contribuição total capaz de cobrir todos os gastos fixos (custos e despesas), com lucro igual a zero.
É fácil entender esse conceito, observando o seguinte diagrama:
Onde:
$Pe – receita e gasto total no ponto de equilíbrio
QPe – Quantidade vendida no ponto de equilíbrio
ondemand_videoVídeo.
É necessário calcular o volume de produção e venda capaz de colocar a empresa em seu Ponto de Equilíbrio.
Lembre-se que esse conceito representa uma situação onde os dois lados da balança (gastos e receitas) têm o mesmo valor. Estando, portanto, equilibrados.
No gráfico, volumes superiores ao Ponto de Equilíbrio indicam que a empresa estará auferindo lucros. Volumes inferiores significam que não existem recursos suficientes para cobrir os gastos, estando em uma área de prejuízo.
O Ponto de Equilíbrio pode ser analisado sob três conceitos:
• Contábil;
• Econômico; e
• Financeiro.
Logo, os métodos de apuração do Ponto de Equilíbrio são os seguintes:
· PONTO DE EQUILÍBRIO OU PONTO DE EQUILÍBRIO CONTÁBIL (PEC)
Ponto em que, contabilmente, a empresa não apresenta lucro ou prejuízo.
O lucro é igual a zero. É aquele que deve ser considerado, quando não for especificado outro tipo.
O cálculo das quantidades que precisam ser vendidas para que se atinja o Ponto de Equilíbrio é feito através da divisão dos custos e despesas fixas pela margem de contribuição unitária.
Esquematicamente, tem-se:
QPec = Gastos Fixos Totais / Margem de contribuição Unitária
· PONTO DE EQUILÍBRIO ECONÔMICO (PEE)
Ponto em que a empresa é capaz de cobrir seus custos e despesas e ainda gerar o Resultado ou lucro mínimo desejado.
O cálculo das quantidades que precisam ser vendidas para que se atinja o PEE é feito através da divisão do somatório dos custos e despesas fixas somados ao objetivo de lucro desejado, pela margem de contribuição unitária.
Esquematicamente, tem-se:
QPee = Gastos Fixos Totais + Lucro Desejado / Margem de contribuição Unitária
· PONTO DE EQUILÍBRIO FINANCEIRO (PEF)
Ponto em que os itens que não apresentam desembolso de caixa são desconsiderados.
O cálculo das quantidades que precisam ser vendidas, para que se atinja o PEF, é feito considerando que o somatório dos custos fixos e despesas fixas é descontado dos itens que não representam efetivo desembolso, sendo esse resultado dividido pela da margem de contribuição unitária.
Um exemplo de gasto não financeiro é a conta de depreciação dos bens imobilizados, que é calculada como sendo um custo ou uma despesa, mas que efetivamente não representa um desembolso.
Outra conta é a provisão para débitos incobráveis (devedores duvidosos) que a legislação possibilita que seja lançada como uma despesa, mas que, efetivamente, não representa um gasto.
Esquematicamente, tem-se:
QPef = Gastos Fixos Totais - Gastos não Financeiros / Margem de contribuição Unitária
Atenção
Vamos ver em exemplos como ficam essas definições! Ponto de Equilíbrio.
Exercícios
Questão 3: Considerando:
• Preço de venda de R$15,00;
• Gasto fixo de R$100,00;
• Gasto variável unitário de R$10,00;
• Valor de depreciação de R$20,00, já incluído no gasto fixo; e
• Objetivo de lucro de R$60,00.
Tem-se que a quantidade, nos Pontos de Equilíbrio contábil, econômico e financeiro, é, respectivamente: 
GABARITO
QPe =20 / QPee = 32 / QPef = 16
Ponto de Equilíbrio para vários produtos
O Ponto de Equilíbrio pode ser calculado de forma exata e simples quando se trabalha com apenas um produto. Entretanto, o mais comum é que as empresas comercializem mais de um produto.
Nesse caso, deve-se calcular, inicialmente, um Ponto de Equilíbrio geral em quantidades, utilizando para o cálculo a margem de contribuição ponderada e, em seguida, com base na mesma proporção de participação de cada margem de contribuição em relação ao seu total, calcular as quantidades a serem produzidas por produto.
Conhecido o Ponto de Equilíbrio por produto em unidades, bastará multiplicar pelo preço de venda para se conhecer o Ponto de Equilíbrio por produto em valor.
Exercícios
Questão 4: Considere os seguintes dados de unidades de vendas por produtos e respectiva margem de contribuição unitária:
• Produto A – 20 unidades / R$3,00 de margem de contribuição unitária;
• Produto B – 80 unidades / R$2,00 de margem de contribuição unitária;
• Produto C - 100 unidades / R$1,00 de margem de contribuição unitária.
Pede-se calcular o Ponto de Equilíbrio por produto que mantém a mesma composição do mix de produtos, dado um custo fixo total de R$255,00.
GABARITO
Produto A = 16 unidades; Produto B = 64 unidades; Produto C = 80 unidades.
Outra questão que deve ser analisada quanto à composição do “mix” de produtos refere-se aos fatores limitantes de produção,como, por exemplo, qual o máximo de horas máquina ou limite de mão de obra disponível.
Nesse caso, em que se encontra uma barreira limitante, não basta reduzir a produção do produto menos rentável, ou seja, de menor margem de contribuição unitária, pois, em alguns casos, pode ser que esse produto tenha menor consumo do fator limitante.
O cálculo do ponto de equilíbrio deve considerar reduzir a produção até respeitar o limite máximo do fator limitante.
Vamos mais uma vez ver um exemplo para detalhar esse conceito.
Suponha dois produtos, sendo que o primeiro tem uma margem de contribuição unitária de R$240,00 e o segundo de R$375,00.
Produto A
R$ 240,00
Produto B
R$ 375,00
A fábrica tem 600 horas máquinas disponíveis para produção dos itens, sendo que o produto 1 consome 2 horas máquinas por unidade e o produto 2 consome 5 horas máquina.
Pela análise simples da margem de contribuição, a escolha recai no produto 2 pois tem maior margem de contribuição.
Ponderando-se pelas horas disponíveis de produção o cálculo, deve-se considerar:
• Produto 1 → 600h / 2h = 300 itens x 240,00 = R$72.000,00 de margem total
• Produto 2 → 600h / 5 = 120 itens x 375,00 = R$45.000,00 de margem total
Por esse raciocínio, considerando o uso dos recursos do fator limitante é mais rentável o primeiro produto do que o segundo.
Reflexão
Entender o comportamento dos custos, das despesas e da receita, em decorrência de alterações no volume de produção e de vendas permite utilizar o potencial informativo do Ponto de Equilíbrio de maneira eficaz.
Sabe-se que os custos variáveis oscilam de acordo com as mudanças de volume, ao passo que os custos fixos permanecem constantes quando os níveis de produção aumentam ou diminuem.
O mesmo raciocínio pode ser aplicado na classificação das despesas. Esse comportamento dos custos e das despesas, bem como da receita, é apropriado dentro de uma certa capacidade instalada, denominada de intervalo de variação relevante, ou faixa relevante.
Nesse intervalo, pode-se admitir um comportamento linear para os gastos variáveis, ou seja, aumentam ou diminuem em função do volume, e constantes para os gastos fixos, dentro desse intervalo.
Conclui-se assim, que fora desse intervalo relevante, outras condições de gastos fixos e variáveis serão obtidas, alterando-se as relações até então válidas.
(MEGLIORINI, 2012, p.154)
Margem de segurança operacional
ondemand_videoVídeo.
A MSO representa a quantidade de produção e venda que pode ser realizada acima do Ponto de Equilíbrio, dentro da faixa relevante calculada.
Suponha os seguintes dados simplificados:
Venda = 10 unidades
Gastos variáveis = R$2.000.00 por unidade
Gastos fixos = R$ 12.000,00
Preço de venda = R$ 4.000,00
QPe = 12.000 /(4.000-2.000) = 6 unidades
MSO = 10 u. – 6 u. = 4 unidades
Isso significa que as vendas podem ser reduzidas em 4 unidades, ou seja, de 10 unidades para 6 unidades vendidas, sem que entre na área de prejuízo. Assim, caso o nível de vendas esteja muito próximo do Ponto de Equilíbrio, a margem de segurança é muito frágil, ou seja, existe risco na operação.
O risco operacional está associado à instabilidade na geração do lucro, decorrente de alterações no volume de vendas. Logo, empresas que tenham uma estrutura muito cara em gastos fixos têm naturalmente maior risco de não conseguir cobrir todos os seus custos, com a receita de vendas. Isso mais uma vez reforça a importância da segregação dos gastos em fixos e variáveis
Outro indicador nessa direção é o cálculo do Grau de Alavancagem Operacional (GAO), que mede os efeitos provocados no lucro, decorrente de alterações ocorridas em vendas. Quanto maior esse grau, maior será o risco da operação.
Esse indicador é calculado pela seguinte relação:
GAO = Variação percentual do lucro / Variação percentual da receita
ou
GAO = Margem de Contribuição / Lucro Operacional
Exercícios:
Questão 5: Dado um nível de produção de 100 mil unidades de um produto, vendido ao preço de R$16,00, tem-se que a Margem de Segurança Operacional (MSO) em unidades e em valor, sabendo-se que o gasto variável unitário é de R$10,00 e o gasto fixo total é de R$180.000,00, é de:
MSO = 30.000 unidades / R$480.000,00
MSO = 70.000 unidades / R$420.000,00
MSO = 30.000 unidades / R$1.120.000,00
MSO = 34.000 unidades / R$544.000,00
MSO = 70.000 unidades / R$1.120.000,00
Atividade proposta
Uma empresa deseja saber qual dos seus dois produtos é mais rentável. O produto A é vendido por R$800,00, enquanto o produto B é vendido por R$535,00.
O cálculo de custo realizado apurou que cada hora-máquina (HM) custa R$10,00 para a empresa. Sabe-se que o produto A consome 12 HM para produzir uma unidade, enquanto o produto B apenas 3 HM. Além disso, a matéria-prima necessária para a fabricação do produto A custa R$205,00, a do produto B custa R$75,00.
Pede-se:
Qual a margem de contribuição de cada um dos produtos?
GABARITO
A Margem de contribuição unitária (MgC) de cada produto é = Preço deduzido dos custos variáveis.
Assim:
MgC do Produto A = 800 – (12 x 10) – 205 = 475,00
MgC do Produto B = 535 – (3 x 10) – 75 = 430,00
Se a empresa tiver apenas 600 HM disponíveis para fabricação desses produtos e desejar maximizar os lucros, qual dos produtos deve escolher produzir? Por quê?
GABARITO
Para a maximização dos lucros, calcula-se qual produto dá maior retorno para o total de HM disponível, dividindo-se o total de horas máquina (600 HM) pelo total de horas requerido por produto, multiplicado pela MgC unitária de cada produto.
Assim:
Produto A = 600 / 12 = 50 itens x 475 = R$23.750,00
Produto B = 600 / 3 = 200 itens x 430 = R$86.000,00
Logo, comprova-se que o produto B é o que dá maior retorno.
TEMA 6
Custos Industriais / Aula 05 - Critérios de Rateio dos Custos Indiretos e o Método de Custeio ABC
· Introdução
Já vimos anteriormente que os Custos Indiretos de Fabricação (CIF) são os gastos identificados com a função de produção ou elaboração do serviço a ser comercializado e que não podem ser facilmente associados diretamente a um produto ou serviço específico.
Vimos também que quando a estrutura de custos indiretos é muito onerosa tende a ter um comportamento de custo fixo. Se esses custos não forem corretamente divididos, poderão distorcer o resultado de um produto.
Nesta aula, vamos verificar quais critérios podem ser utilizados para rateio dos custos indiretos. Os rateios desses custos ganham importância à medida que buscam estabelecer critérios justos para essa transferência para os produtos.
Veremos que o critério de departamentalização, no qual o processo de produção é fracionado pela estrutura organizacional, e a metodologia de Custeio Baseado em Atividades, o ABC (Activity Based Costing), adotam tratamento dos custos indiretos através da análise das atividades, dos seus direcionadores de custos e dos seus utilizadores, aprimorando esse rateio.
· Objetivos
Explicar os métodos de rateio dos custos indiretos para apropriação nos produtos.
Reconhecer a importância e o método de departamentalização na empresa.
Descrever a apropriação dos custos pelo método de Custeio ABC (Activity Based Costing).
Objeto de Custos e Direcionadores de Custo
O sistema de custeio típico acumula custos, através de uma coleta de dados de custos, de forma organizada por meio de um sistema da contabilidade, para posterior apropriação dos custos em algum objeto de custos.
Agora é necessário entender dois novos conceitos:
· OBJETO DE CUSTOS
Qualquer coisa para a qual uma medida de custos é calculada.
Um objeto de custo pode ser:
• Um departamento/centro de custo da estrutura organizacional (o que facilita avaliar a eficiência do setor);
• Um produto ou um cliente ou uma área de mercado (o que possibilita avaliar a sua rentabilidade).
· DIRECIONADORES DE CUSTO
“É uma variável, como o nível de atividade ou volume, que afeta os custos em dado período de tempo, ou seja, existe um relacionamento de causa e efeito entre uma mudança no nível de atividade ou volume e no nível de custos totais”. (HORNEGREN, DATAR, FOSTER. p.29)
São exemplos:

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