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APELAÇÃO
1.1 Cabimento
Das sentenças:
Das decisões interlocutórias do 1015 do CPC cabem agravo de instrumento.
Ex: Indeferimento de justiça gratuita, cabe agravo de instrumento.
Já as decisões interlocutórias que não estão previstas no 1015 do CPC, estão no 1009 § 1º do CPC. 
Ex: decisão de indeferimento de prova (1009 do CPC), deixa seguir até o juiz proferir sentença e aí entra com apelação.
Discutindo primeiro a decisão interlocutória (o indeferimento de prova) e depois a sentença. Ex: sentença está incorreta por x e por y.
Lembrando, quando ocorrer urgência em recorrer e a apelação for inútil (caso de segredo de justiça) caberá agravo de instrumento. Visto que o 1015 do CPC possui taxatividade mitigada, como afirma a tese 988 do STJ.
REQUISITOS DA APELAÇÃO:
1- Nomes e qualificações do apelante e do apelado.
2- Exposição do fato e do direito (resumo do processo\0
3- Razões (causa de pedir)
4- Pedido (ou a reforma ou a anulação da sentença)
1.2 Procedimento
A apelação é dirigida ao juízo que proferiu a sentença.
Ex: Se o mérito foi julgado pelo juiz da 3ª comarca de Mogi das Cruzes, a apelação é dirigida a ele (aquele juízo).
Juiz dá 15 dias ao apelado para ele apresentar contrarrazões e depois desse prazo os altos são enviados ao tribunal.
Vale lembrar que o juiz não pode fazer juízo de admissibilidade, (quando o juízo a quo verifica, após a interposição do recurso, se este deve ser ou não ser recebido e processado. Faz – se análise da presença ou ausência dos pressupostos objetivos e subjetivos, assim positiva, o recurso será conhecido) quem faz isso é o tribunal (no exemplo de Mogi quem faz o juízo de admissibilidade é o TJSP).
Caso o juiz faça juízo de admissibilidade, o que está fora de sua competência cabe reclamação, artigo 988 § 1º do CPC – preservar a competência do tribunal, com ação promovida direto no tribunal de justiça.
O Ministério Público também pode reclamar.
Juízo de retratação: 
Interposta a apelação o juiz tem 5 dias para se retratar nas seguintes situações:
1- Sentença sem resolução de mérito (artigo 485 do CPC) e indeferimento de petição inicial.
Ex: Indeferimento de petição inicial, sentença sem resolução de mérito, artigo 485 CPC.
2- Sentença de improcedência liminar (artigo 332 do CPC) 
· Julga liminarmente improcedente o pedido (antes da citação).
Isso ocorrerá no caso de os pedidos contrariarem os incisos do artigo 332.
Ex: Ilegitimidade para causa, o juiz julgará improcedente antes de citar o réu.
· Após a apelação o juiz pode se retratar...
Se ele se retrata: O processo segue na 1ª instância.
Se ele não se retrata: O apelado será ouvido em 15 dias e envia os altos ao tribunal.
1.4 Efeitos:
1- Efeito devolutivo e efeito suspensivo na apelação artigo 1013 caput CPC:
A apelação admitida devolve ao tribunal a matéria impugnada. Ou seja, com a apelação admitida segue para ser julgada pelo tribunal.
2- Planos: extensão, horizontal e a profundidade, plano vertical
Extensão - Há três consequências do efeito devolutivo:
1º - O tribunal não pode julgar matéria que não fpo ibjeto de recurso!
Ex: Juiz julgou “Xe Y” e só apelou por “X”; o tribunal só vai julgar “X.
Tamtum devolutium quantum apelatum, “só se devolve aquilo que se apelou.
2º - O tribunal não pode piorar a situação do recorrente.
Proibição da reformatium in pejus. 
Ex: O autor pede 100, o juiz concede 60. Se só autor recorre, ou o tribunal concede 60 ou 100. Se só o réu recorre, concede 60 ou menos. Ou mantém ou diminui.
3º - O tribunal não pode conhecer de fatos que não foram alegados em primeira instância. 
Salvo se deixou de fazê-lo por força maior, artigo 1014 CPC.
Profundidade – São as exceções a regra do efeito devolutivo;
Ex: artigo 485 § 3º CPC
Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando:
I - indeferir a petição inicial;
II - o processo ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes;
III - por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias;
IV - verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo;
V - reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada;
VI - verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual;
VII - acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou quando o juízo arbitral reconhecer sua competência;
VIII - homologar a desistência da ação;
IX - em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmissível por disposição legal; e
X - nos demais casos prescritos neste Código.
§ 1º Nas hipóteses descritas nos incisos II e III, a parte será intimada pessoalmente para suprir a falta no prazo de 5 (cinco) dias.
§ 2º No caso do § 1º, quanto ao inciso II, as partes pagarão proporcionalmente as custas, e, quanto ao inciso III, o autor será condenado ao pagamento das despesas e dos honorários de advogado.
§ 3º O juiz conhecerá de ofício da matéria constante dos incisos IV, V, VI e IX, em qualquer tempo e grau de jurisdição, enquanto não ocorrer o trânsito em julgado.
§ 4º Oferecida a contestação, o autor não poderá, sem o consentimento do réu, desistir da ação.
§ 5º A desistência da ação pode ser apresentada até a sentença.
§ 6º Oferecida a contestação, a extinção do processo por abandono da causa pelo autor depende de requerimento do réu.
§ 7º Interposta a apelação em qualquer dos casos de que tratam os incisos deste artigo, o juiz terá 5 (cinco) dias para retratar-se.
Artigos:
933 CPC, surgimento de fato novo
Art. 933. Se o relator constatar a ocorrência de fato superveniente à decisão recorrida ou a existência de questão apreciável de ofício ainda não examinada que devam ser considerados no julgamento do recurso, intimará as partes para que se manifestem no prazo de 5 (cinco) dias.
§ 1º Se a constatação ocorrer durante a sessão de julgamento, esse será imediatamente suspenso a fim de que as partes se manifestem especificamente.
§ 2º Se a constatação se der em vista dos autos, deverá o juiz que a solicitou encaminhá-los ao relator, que tomará as providências previstas no caput e, em seguida, solicitará a inclusão do feito em pauta para prosseguimento do julgamento, com submissão integral da nova questão aos julgadores.
1013 § 1º ao 4º CPC
Art. 1.013. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada.
§ 1º Serão, porém, objeto de apreciação e julgamento pelo tribunal todas as questões suscitadas e discutidas no processo, ainda que não tenham sido solucionadas, desde que relativas ao capítulo impugnado.
§ 2º Quando o pedido ou a defesa tiver mais de um fundamento e o juiz acolher apenas um deles, a apelação devolverá ao tribunal o conhecimento dos demais.
§ 3º Se o processo estiver em condições de imediato julgamento, o tribunal deve decidir desde logo o mérito quando:
I - reformar sentença fundada no art. 485 ;
II - decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente com os limites do pedido ou da causa de pedir;
III - constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese em que poderá julgá-lo;
IV - decretar a nulidade de sentença por falta de fundamentação.
§ 4º Quando reformar sentença que reconheça a decadência ou a prescrição, o tribunal, se possível, julgará o mérito, examinando as demais questões, sem determinar o retorno do processo ao juízo de primeiro grau.
§ 5º O capítulo da sentença que confirma, concede ou revoga a tutela provisória é impugnável na apelação.
1014 CPC
Art. 1.014. As questões de fato não propostas no juízo inferior poderão ser suscitadas na apelação, se a parte provar que deixou de fazê-lo por motivo de força maior.
Teoria da Causa Madura
Tribunal julga sem devolver os autos ao juiz.
Necessidade de uma causa “madura” para um julgamento (causa pronta para o julgamento de mérito).
Casos:
1- Reforma sentença sem resolução de mérito. (hipótese do artigo 485 CPC).
Sentença sem resolução demérito > apelação > tribunal refaz a sentença e 
julga o mérito pela 1ª vez e não devolve para o juiz julgar.
Obs: é possível que dessa decisão não caiba recurso domérito acima do pedido.
2- Declarar nulidade da sentença ultrapetita (concede mais do que foi pedido) ou extrapetita (diverso do pedido).
O tribunal julga (declara nulidade nesse caso) sem devolver o caso ao juiz.
3- Reconhecer a omissão quanto ao julgamento de um pedido.
Ex: juiz deixa de julgar um dos pedidos feitos pelo autor. Esse pedido que o juiz deixou de julgar é julgado pelo TJ. Cabe embargo de declaração também, mas é preferível embargar primeiro e se der errado apela.
4- Declarar nulidade da sentença por falta de fundamentação.
Tribunal julga, profere sentença nula e não devolve a decisão ao juiz.
1.4 Suspenção
Efeito suspensivo na apelação: A qualidade que impede a produção de efeitos da sentença.
Efeito suspensivo legal: artigo 1012 CPC.
Decorre de lei, não é preciso requerer.
Excepcionalmente a lei prevê hipóteses nas quais a apelação não tem efeito suspensivo legal, nesses casos o apelante poderá requerer o efeito suspensivo judicial. Alguns casos estão no artigo § 1º CPC e na legislação especial.
1.5 Colegiado Ampliado
Técnica de complementação do julgamento não unanime.
Apela e vai para o tribunal; câmara ou turma.
Se o resultado não for unanime (2x1) o julgamento continuará com a convocação de novos desembargadores em número suficiente para alterar o resultado.
Ex: resultado anterior: 2x1 >
Entram 2 novos desembargadores >
Se o julgamento terminar 3x0 o julgamento conclui-se aí, artigo 942 caput CPC.
Obs: Isso também se aplica ao agravo de instrumento e a ação rescisória, artigo 942 § 3º CPC.
No caso do agravo de instrumento, além do resultado não unanime é necessário a reforma de uma decisão de mérito. Ação rescisória, além da decisão não unanime precisa do pedido julgado procedente.
Artigo 356 CPC: Decisão interlocutória de mérito cabe agravo (julgamento antecipado parcial do mérito).
Ação rescisória
Para derrubar/reincidir a coisa julgada (prazo de 2 anos para promover essa ação).
Cabe nos casos do artigo 966 CPC. Deve ser sempre proposta no tribunal, nunca na 1ª instância.
- Ação rescisória com votação não unanime, julgada improcedente, conclui-se aí.
-Ação rescisória julgada procedente com votação não unanime, convocam mais juízes.
Realiza a criação de memoriais (resumo a ser levado ao relator e aos outros juízes) e se ganhar 1 voto com isso vai para colegiado ampliado.
Faz sustentação oral (levando fatos!)
STJ julga tudo no colegiado ampliado.
AGRAVO DE INSTRUMENTO
2.1 – Cabimento
2.2 – Requisitos 
2.3 – Comunicação
2.4 – Efeito Suspensivo e Ativo 
Das decisões interlocutórias do artigo 1015 cabem agravo de instrumento.
Parágrafo único do artigo 1015 CPC 
Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias proferidas na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no processo de execução e no processo de inventário.
- Toda decisão interlocutória no:
· Inventário
· Liquidação de sentença
· Cumprimento de sentença
· Processo de execução
Das decisões interlocutórias fora do artigo 1015 CPC, cabe apelação, artigo 1009 § 1º CPC.
Ex:
· Em caso de indeferimento de prova cabe apelação
· Multa por não comparecimento em audiência cabe apelação
Espera a sentença e discute na apelação a decisão interlocutória e a sentença.
Tese 988 do STJ: o artigo 1015 CPC tem uma taxatividade mitigada, ou seja, quando h0ouver urgência em recorrer decorrente da inutilidade da apelação caberá agravo de instrumento.
2.2 Requisitos
- Nomes das partes 
- Nomes e endereços dos advogados (endereço eletrônico também)
- Exposição do fato e do direito
- Razões e Pedido
O agravo de instrumento é interposto direto no tribunal (não passa pelo juiz).
Em caso de processo físico precisam existir as peças:
Existem peças obrigatórias e peças facultativas
Obrigatórias: cópias da petição inicial, da contestação, da petição que ensejou a decisão, da própria decisão, das procurações e da certidão de intimação ou outro documento que comprove a tempestividade.
Facultativas: são quaisquer outros documentos que o agravante queira juntar.
Obs: se os autos forem eletrônicos a juntada das peças será sempre facultativa.
Se os autos forem físicos e faltar uma peça obrigatória o relator aplicará o artigo 932 parágrafo único CPC (5 dias para juntar esse documento que faltou).
2.3 Comunicação
Artigo 1018 CPC
Art. 1.018. O agravante poderá requerer a juntada, aos autos do processo, de cópia da petição do agravo de instrumento, do comprovante de sua interposição e da relação dos documentos que instruíram o recurso.
§ 1º Se o juiz comunicar que reformou inteiramente a decisão, o relator considerará prejudicado o agravo de instrumento.
§ 2º Não sendo eletrônicos os autos, o agravante tomará a providência prevista no caput, no prazo de 3 (três) dias a contar da interposição do agravo de instrumento.
§ 3º O descumprimento da exigência de que trata o § 2º, desde que arguido e provado pelo agravado, importa inadmissibilidade do agravo de instrumento.
Se o juiz quiser durante o agravo ele pode se retratar. Se ele se retratar o agravo perde o objeto e é extinto.
Se os autos forem físicos o agravante terá o prazo de três dias para comunicar o juiz a interposição do agravo, juntando cópias da petição do agravo e do comprovante de interposição, e relacionar as peças que instruíram o agravo. Se o agravando alegar e provar que essa comunicação não foi realizada o agravo não será conhecido. Caso não faça isso o tribunal pode não conhecer o agravo.
2.4 Efeito Suspensivo Ativo
O agravo de instrumento não tem poder suspensivo legal.
O agravante poderá requerer ao relator o efeito suspensivo ou efeito ativo (antecipação de tutela recursal) 995 parágrafo único CPC e 1019 inciso I CPC.
Ex: Pedido de liminar para cirurgia e o juiz concede a liminar > o plano de saúde entra com agravo pedindo para o relator suspender a decisão até o julgamento do agravo. >
Já quando se concede algo, solicita-se o efeito ativo ou “antecipação de tutela recursal”.
AGRAVO INTERNO
Artigo 1021 CPC
3.1- Cabimento
3.2- Regularidade formal
3.3- Multa
3.1 Cabimento
O agravo interno é o recurso cabível das decisões monocráticas dos integrantes dos tribunais.
Em decisões colegiadas não cabe agravo interno.
3.2 Regularidade formal
O agravante deve impugnar de maneira especificada os fundamentos da decisão agravada (muito importante fazer isso!)
Ex: O relator julga monocraticamente o recurso com base no artigo 932 incisos III, IV e V. Recorro, pois o agravo não foi conhecido e faço agravo interno explicando o motivo das decisões agravadas, mas nunca apenas repetir a apelação anterior, pois com isso o agravo não será conhecido!
3.3 Multa
Se o agravo for julgado manifestamente inadmissível ou improcedente por votação unanime o tribunal por decisão fundamentada poderá aplicar uma multa ao agravante de 1 a 5% do valor atualizado da causa.
Enquanto não depositado o valor da multa o agravante não poderá interpor outros recursos.
- Beneficiários de justiça gratuita e fazenda pública também pagam, mas ao final do processo.
- Agravo de instrumento não tem sustentação oral, exceto quando se trata de uma tutela de urgência.
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
Artigo 1022 CPC
4.1 Cabimento
Cabe contra qualquer decisão
- Decisão interlocutória
- Sentença
- Acordão
- Decisão Monocrática
Precisa alegar uma dessas situações:
· Obscuridade: A falta de clareza compromete a compreensão da decisão que não está clara.
· Contradição: A decisão Judicial contém afirmações incompatíveis.
· Erro Material: Erro de cálculo ou inexatidão material. Ex: erro de digitação. O erro material pode ser declarado de ofício ou alegado em qualquer tempo, inclusive após trânsito em julgado.
· Omissão: Ausência de resolução de uma matéria de ordem pública, de um argumento relevante, ou de um pedido do autor (o juiz deve conhecer de ofício, oou seja, sem requerimento das partes).
Obs: Argumento relevante é aquele que se fosse acolhido alteraria o resultado da decisão
Artigo 489 § 1º inciso IV
IV - não enfrentar todos os argumentosdeduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador;
Artigo 1022 parágrafo único
Parágrafo único. Considera-se omissa a decisão que:
I - deixe de se manifestar sobre tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em incidente de assunção de competência aplicável ao caso sob julgamento;
II - incorra em qualquer das condutas descritas no art. 489, § 1º.
Dois exemplos de omissão:
- Quando não julga um pedido do autor
Ex: Falta fundamentação.
4.2 Caráter infringente
(Efeito modificado)
A decisão dos embargos modifica o conteúdo da decisão embargada.
O caráter infringente é admitido como uma ocorrência lógica e natural do provimento dos embargos, mas não pode ser o único objeto dos embargos.
Quando os embargos puderem modificar o conteúdo da decisão