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SEMINÁRIOS CLÍNICOS
2
Gabriela Fabbro Spadari
São Paulo
Platos Soluções Educacionais S.A 
2022
SEMINÁRIOS CLÍNICOS
1ª edição
3
2022
Platos Soluções Educacionais S.A
Alameda Santos, n° 960 – Cerqueira César
CEP: 01418-002— São Paulo — SP
Homepage: https://www.platosedu.com.br/
Head de Platos Soluções Educacionais S.A
Silvia Rodrigues Cima Bizatto
Conselho Acadêmico
Alessandra Cristina Fahl 
Ana Carolina Gulelmo Staut
Camila Braga de Oliveira Higa
Camila Turchetti Bacan Gabiatti
Giani Vendramel de Oliveira
Gislaine Denisale Ferreira
Henrique Salustiano Silva
Mariana Gerardi Mello
Nirse Ruscheinsky Breternitz
Priscila Pereira Silva
Coordenador
Camila Turchetti Bacan Gabiatti
Revisor
Rogerio Adriano Bosso
Editorial
Beatriz Meloni Montefusco
Carolina Yaly
Márcia Regina Silva
Paola Andressa Machado Leal
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)_____________________________________________________________________________ 
 Spadari, Gabriela Fabbro
Seminários clínicos / Gabriela Fabbro Spadari. – São 
 Paulo: Platos Soluções Educacionais S.A., 2022. 
 32 p.
ISBN 978-65-5356-292-9
 1. Seminários. 2. Clínicos. 3. Clínica. I. Título. 3. Técnicas 
de speaking, listening e writing. I. Título. 
CDD 610.7
_____________________________________________________________________________ 
 Evelyn Moraes – CRB: 010289/O
S732s
© 2022 por Platos Soluções Educacionais S.A.
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou 
transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo 
fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de 
informação, sem prévia autorização, por escrito, da Platos Soluções Educacionais S.A.
https://www.platosedu.com.br/
4
SUMÁRIO
Apresentação da disciplina __________________________________ 05
Estudos de casos clínicos - Depressão e Luto ________________ 06
Estudos de casos clínicos - Ansiedade ________________________ 20
Estudos de Casos Clínicos – Transtorno de Estresse Pós-
Traumático (TEPT) ____________________________________________ 30
Estudos de Casos Clínicos – Infância e Adolescência _________ 40
SEMINÁRIOS CLÍNICOS
5
Apresentação da disciplina
Nesta disciplina, você entrará em contato com diferentes construtos, 
que possibilitarão o entendimento de teorias e aplicações de estratégias 
no âmbito da psicologia clínica, da linha cognitivo comportamental.
Para isso, será preciso percorrer algumas etapas, compostas, 
inicialmente, pelo estudo acerca das compreensões da depressão e do 
luto, que discutirá as distorções cognitivas, teorias e aplicabilidade da 
Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) relacionadas ao tratamento 
desse transtorno.
Posteriormente, será discutida a ansiedade, juntamente com suas 
crenças disfuncionais e Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG). 
Seguindo para o tratamento desses transtornos, o debate se dará 
sobre o Transtorno de Estresses Pós-Traumático (TEPT) da Infância e 
Adolescência, no qual, inicialmente, serão vistos os principais conceitos 
de estresse, bem como as principais características e tratamento do 
TEPT.
Em seguida, o foco será infância e adolescência, que tem como objetivo 
compreender os principais conceitos do Transtorno Afetivo Bipolar 
(TAB), bem como a interação entre TAB infantil e TCC, além das técnicas 
de tratamento e intervenção.
Bons estudos!
6
Estudos de casos clínicos - 
Depressão e Luto
Autoria: Gabriela Fabbro Spadari 
Leitura crítica: Rogério Adriano Bosso
Objetivos
• Compreender acerca da teoria relacionada a 
depressão. 
• Conhecer as principais distorções cognitivas na 
depressão.
• Entender a aplicabilidade da TCC, em casos de 
depressão.
7
1. Compreensões acerca da depressão
Conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS), estima-se que 4,4% 
da população mundial padece com depressão. Segundo a organização 
citada, no Brasil, esse índice é ainda maior: 5,8% (OMS, 2017). Para 
a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), a depressão é um 
transtorno que acomete pessoas no mundo todo, calculando que mais 
de 300 milhões de indivíduos acometidos por esse transtorno. Segundo 
a OMS (2017), afeta mais mulheres do que homens a prevalência varia 
conforme a idade, com pico em pessoas mais velhas, sendo: acima de 
7,5% entre o sexo feminino na faixa etária de 55 a 74 anos e acima de 
5,5% entre homens. Além disso, pode acometer adolescentes e crianças, 
porém, em um número menor.
A OPAS (2020) diferencia o transtorno depressivo de respostas 
emocionais breves e oscilações de humor inerentes aos problemas do 
dia a dia, sendo que o transtorno tem uma duração de rebaixamento do 
humor e anedonia pré-determinada, dessa forma, se diferenciando das 
oscilações de humor comuns.
A depressão pode se tornar um grave problema de saúde, 
principalmente, quando afeta o indivíduo por um período longo e 
com intensidade moderada ou grave (OPAS, 2020). Para Gonçalves et 
al. (2017) os transtornos depressivos (TD) têm se apresentado como 
um sério problema de saúde pública, uma vez que são altamente 
prevalentes, refletindo na saúde geral da população e gerando impactos 
psicossociais.
De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos 
Mentais–DSM-5 (APA, 2014), existem diferentes tipos de processos 
depressivo, entre eles: o transtorno disruptivo da desregulação do 
humor, o transtorno depressivo maior, o transtorno depressivo 
persistente (distimia), o transtorno depressivo causado por substância/ 
8
medicamento, ou causado por outra condição médica e o transtorno 
disfórico pré-menstrual. De acordo com o conjunto de transtornos, foco 
se dá ao transtorno depressivo maior (TDM), considerado como uma 
condição clássica em adultos.
Para Knapp e Beck (2008), os pacientes com TDM tem a percepção 
de que são malsucedidos e sem capacidade, o que resulta em 
uma autoestima baixa. Em consequência disso, acreditam que as 
outras pessoas são mais capazes e possuem mais qualidades que 
eles, por isso, temem futuro, pois acreditam que serão infelizes. 
Greenberger e Padesky (2017) acharam outras características em 
pacientes diagnosticados com TDM, como diminuição da frequência 
de tarefas vista como prazerosas e, simultaneamente, elevação de 
comportamentos de fuga e esquiva de ambientes aversivos.
O TDM é definido, pela APA (2014), por uma série de critérios, tais como: 
permanecer deprimido grande parte do tempo; falta total ou diminuída 
do prazer para realizar tarefas do cotidiano; sentimento de culpa 
exacerbada ou inutilidade; déficits nas habilidades de concentração 
e pensamento; cansaço ou falta de energia; insônia ou sonolência; 
agitação ou retardo psicomotor; perda ou ganho importante de peso; 
ideias frequentes de morte ou suicídio. Além disso, é necessário que 
esteja presente a falta de interesse nas atividades diárias e o humor 
deprimido por, pelo menos, duas semanas, acompanhado de pelo 
menos quatro dos outros sintomas citados acima (LEAHY, 2015). Além 
disso, o autor ressalta sobre a importância de, antes de diagnosticar 
um quadro, avaliar em quais contextos o paciente está inserido, além 
de assegurar se não existem outras condições médicas que podem 
acarretar sintomas depressivos.
Os episódios depressivos podem ser caracterizados em três graus: leve, 
moderado ou grave, dependendo da intensidade dos sintomas (OPAS, 
2020). No diagnóstico, deve-se levar em consideração se é um episódio 
único ou recorrente e se há sintomas psicóticos (APA, 2014).
9
Segundo a OPAS (2020), o sujeito com um episódio depressivo leve 
executará atividades sociais e trabalhos do cotidiano, com alguma 
dificuldade, porém, ao que se refere ao seu funcionamento global, não 
perceberá grandes prejuízos. Entretanto, em um episódio depressivo 
grave, provavelmente, o sujeito nessa condição não conseguirá executar 
tarefas simples ou sociais. Leahy (2015) corrobora, explicitando que 
a depressão levaa índices mais altos de absenteísmo no trabalho e 
diminui a capacidade e a produtividade do indivíduo.
Além disso, o autor citado anteriormente afirma que cerca de 80% dos 
indivíduos deprimidos relatam prejuízos em atividades diárias, o que já 
havia sido pontuado por Rodrigues e Horta (2011), ao demonstrarem 
que pessoas depressivas apresentam mais dificuldades em executar 
tarefas referente à sua própria preservação, propiciando ideações 
suicidas, planos ou até mesmo tentar cometer suicídio.
Para Powell et al. (2008), grande parte dos pacientes com depressão 
vivenciam a psicopatologia na forma crônica e recorrente. Os autores 
acreditam que o suicídio é um fator preocupante em relação a pacientes 
nessas condições. Braga e Dell’Aglio (2013) corroboram esses achados, 
alertando para sintomas depressivos, como, desânimo, falta de 
esperança, desmotivação e apatia pela vida, uma vez que acreditam 
que esses sintomas podem ocasionar em prováveis comportamentos 
suicidas. A OPAS concorda ao postular que em caso de agravamento da 
condição, a depressão pode levar ao suicídio, estimando que cerca de 
800 mil vidas são perdidas por suicídio ao ano, se tornando a segunda 
principal causa de óbito entre indivíduos com idade entre 15 e 29 anos 
(OPAS, 2020). Leahy (2015) finaliza, apontando que em pacientes com 
depressão a possibilidade de cometer suicídio é 30% maior em relação 
as pessoas não doentes, indicando a importância do tratamento tanto 
na psicoterapia como medicamentoso.
10
1.1 Distorções cognitivas frequentes na depressão
As distorções cognitivas foram compreendidas, por Beck (2014), como 
interpretações enviesada da realidade que ocasionam perturbações 
ao sujeito. Rodrigues e Horta (2011) explicaram as distorções 
como equívocos na forma de interpretar as situações, acarretando 
compreensões e pensamentos distorcidos da realidade.
Beck (2007) acredita que estas distorções estão presentes em pacientes 
com transtorno psicológicos, uma vez que costumam interpretar 
equivocadamente ambientes neutros ou até mesmo favoráveis, se 
tornando, dessa forma, tendenciosos e com pensamentos negativos 
desse indivíduo. Partindo desse pressuposto, Cunha e Baptista (2019) 
observaram, em pacientes com TDM, a presença de distorções cognitivas 
e pensamentos negativos; o que também foi apontado por Knapp e 
Beck (2008), ao afirmarem que esses indivíduos costumam recorrer aos 
pensamentos negativos, criando um modo característico de raciocínio 
que resulta em interpretações negativas distorcidas sobre si, o mundo e 
o futuro, conhecida como a tríade cognitiva.
Segundo Greenberger e Padesky (2017), a maioria das pessoas 
deprimidas têm pensamentos autocríticos, considerando essas 
cognições nocivas, pois favorece o rebaixamento da autoestima, 
autoconfiança e contribuem para problemas interpessoais, além de 
poder interferir na motivação do paciente para realizar atividades que 
irão produzir bem-estar. A cognição negativa sobre as experiências 
atuais é outra característica da depressão.
Segundo os autores citados anteriormente, o paciente, frequentemente, 
não considera os eventos por seu valor real; ocorre também as 
lembranças sobre eventos negativos relacionados às experiências 
passadas do sujeito, que têm lembranças apenas dos aspectos negativos 
da vida de forma mais vívida do que dos eventos positivos ou neutros. 
Para Greenberger e Padesky (2017), o sujeito, quando está deprimido, 
11
enxerga o futuro de uma forma extremamente negativa, nomeando 
essa previsão de que os eventos terminarão de modo negativo de 
desesperança, sendo que, em sua forma mais extrema, a desesperança 
pode estimular pensamentos suicidas.
Segundo a APA (2014), o indivíduo com TDM costuma ruminar, ser 
autocrítico, ter pensamentos pessimistas, sentimentos de desvalia e 
aversão a si mesmo, o que acarreta uma baixa autoestima. Pensamentos 
autodepreciativos costumam estar presentes devido aos sentimentos 
de desvalia, sendo que esses pensamentos podem ter o foco em 
exterminar com a própria vida, por pensar não ser digno de ter a vida ou 
por não conseguir enfrentar a dor causada pela depressão.
De acordo com o exposto acerca da importância das distorções 
cognitivas, a seguir, o Quadro 1 expõem distorções mais frequentes em 
pacientes que sofrem de depressão.
Quadro 1 – Distorções cognitivas
Tipo Conceito
Inferência
Arbitrária.
Quando o indivíduo deprimido conclui algo (geralmente, 
autodepreciativo), sem possuir nenhuma evidência que comprove 
a veracidade. 
Abstração
Seletiva.
Quando um evento negativo ou neutro é realçado enquanto os 
positivos são totalmente ignorados pela pessoa, conceituando a 
vivência depreciativa baseada nesse evento negativo.
Hipergeneralização. A partir de eventos negativos isolados, o indivíduo depressivo 
tende a dispor de uma conclusão geral negativa, expandindo esse 
pensamento para outras situações, seja no presente ou no futuro. 
Maximização ou 
minimização.
Quando o paciente deprimido maximiza seus defeitos ou atitudes 
negativas e minimizam os aspectos positivos de sua conduta ou 
situação.
Personalização. Apresenta uma tendência do indivíduo deprimido a assumir toda a 
culpa ou responsabilidade de um evento desagradável, ignorando 
que outras possibilidade e pessoas que também podem ser 
responsáveis pela situação. 
Pensamento tudo ou 
nada/ dicotómico.
Quando o sujeito visualiza apenas duas possibilidades em 
determinada situação, sendo cada uma o extremo da outra, com 
uma tendência a focar no polo negativo. 
Fonte: adaptado de Beck et al. (1997).
12
Confirmando os aspectos pontuados no Quadro 1, Leahy (2015) também 
constatou que pacientes deprimidos apresentavam certa tendência a 
apresentar pensamentos com tendência a anular aspectos positivos, 
enfatizando, dessa forma, apenas os aspectos negativos. Rodrigues 
e Horta (2011) corroboram com o autor, visto que acreditam que os 
pacientes tendem a se comportar e crer que a vida ou os eventos estão 
sendo bem piores do que na realidade são.
Medeiros e Sougey (2010) realizaram um estudo com pacientes 
adultos diagnosticado com TDM, com idade entre 18 e 65 anos, que 
teve como objetivo averiguar os principais pensamentos distorcidos 
presentes. Os resultados apontaram que os pensamentos foram: 
desesperança, hipocondria, ideias de insucesso, desejo de exterminar 
com a vida, pensamento de autocompaixão, ideias autodepreciativas, 
pensamentos de morte, pensamentos suicidas e, inclusive, pensamentos 
de culpa. Segundo os autores, a desesperança foi o pensamento mais 
predominante dentre os citados.
Wright et al. (2008) concordam que, em pacientes com depressão, 
comumente os pensamentos ocorrem em tópicos de desesperança, 
baixa autoestima e insucesso. Aquino, Dará e Simeão (2016) 
complementam, pois acreditam que, além da desesperança, outro fator 
importante para compreender a depressão é a percepção de ausência 
do sentido na vida ou vazio existencial, sendo considerado, pelos 
autores, um fator essencial e discriminante a essa psicopatologia.
Compreendendo a importância clínica dessa dimensão da 
sintomatologia depressiva, compreende-se sobre a importância do 
tratamento, sendo explicitado a seguir como a TCC intervém em 
contextos de TDM.
13
1.2 Aplicabilidade da Terapia Cognitivo Comportamental 
(TCC) em casos de depressão
Considera-se que o tratamento de transtornos depressivos, na Terapia 
Cognitivo Comportamental (TCC), leva em média de seis a doze sessões, 
entretanto, pode haver uma variação dessa média de tempo, conforme 
o grau de comprometimento, bem como o tipo do transtorno (POWELL 
et al., 2008). Corroborando com os autores, por meio de estudos, Lóos 
et al. (2018) desconstruíram a ideia de que para tratar a depressão seria 
necessário um tempo longo de psicoterapia, uma vez que este pode ser 
de curta duração, em razão de que acreditam que, mesmo em pouco 
tempo de terapia, é possível que sejam criados novos repertórios na 
cognição do paciente, assim como de esquemas mais ajustados.Para Beck (2014), a inércia do paciente com depressão corrobora com 
o humor depressivo, pois, na ausência de executar determinadas 
tarefas, esse sujeito não apresenta a chance de adquirir o sentimento de 
domínio e satisfação, o que acarreta em mais pensamentos negativos, 
que, por sua vez, acarreta em um aumento do desânimo e da letargia. 
Ainda, para a autora, no tratamento de pacientes depressivos, uma das 
metas principais é desenvolver o planejamento de atividades, visto que 
na depressão grande parte dos pacientes deixam de realizar atividades 
prazerosas e que contribuíram com a elevação do humor.
Além disso, ressalta-se que os pacientes depressivos comumente 
apresentam a crença de que a forma como se sentem naquele momento 
é imutável. Neste caso, uma parte crucial do trabalho é auxiliá-los na 
retomada de atividades anteriormente consideradas importantes, 
reforçando-os por esse empenho, uma vez que essa prática tende a 
elevar o humor e o sentimento de autoeficácia, ajudando a visualizar 
que é possível tomar posse do domínio do seu humor (BECK, 2014).
Considerando que uma das características principais do depressivo 
é a inatividade, Greenberger e Padesky (2017) acrescentam que a 
14
ativação comportamental é um dos primeiros métodos a ser inseridos 
no tratamento para depressão, dessa forma, o terapeuta estimulará 
o paciente a aumentar a quantidade de tarefas a serem realizadas 
diariamente, sempre observando a qualidade das mesma, pois os 
autores acreditam que a melhora do humor pode ser obtida por meio 
de tarefas prazerosas, aumentando, dessa forma, a autoeficácia e 
estimulando o paciente a enfrentar os desafios diários que estão ligados 
ao que o paciente acredita e valoriza.
Enquanto ao manejo clínico da TCC, em casos de depressão, Cizil e 
Beluco (2019) citam sobre a importância da psicoeducação, na qual 
é explicitado o funcionamento e aplicação do modelo cognitivo da 
TCC. Lóos et al. (2018) adicionam que a psicoeducação, tanto sobre a 
depressão quanto da abordagem, é indispensável para que o paciente 
compreenda claramente o processo psicopatológico pelo qual está 
vivenciando, como também dar ao paciente a oportunidade de 
ressignificação de crenças irracionais e cognições distorcidas.
Em seguida, é essencial realizar uma demonstração ao paciente sobre 
as evidências dos pensamentos nos comportamentos e humor (CIZIL; 
BELUCO, 2019), dessa forma, para Beck e Alford (2011), o paciente 
é guiado a pensar de forma crítica, avaliando as evidências que 
comprovam ou não seus pensamentos distorcidos. Posteriormente, 
Fernandes, Falcone e Sardinha (2012), afirmam acerca da importância de 
desenvolver um treino de habilidades sociais (THS), pois acreditam que 
essa possa ser uma técnica importante no tratamento da depressão, 
uma vez que os sujeitos depressivos tendem a se sentir fragilizados e 
sem recursos para enfrentar os problemas, o que culmina em prováveis 
sentimentos de desvalor e desamparo.
Dessa forma, a falta de habilidades sociais pode ser considerada como 
uma das causas ou consequências da depressão, pois, por não possuir 
recursos básicos de enfrentamento de conflitos, o sujeito tende a ser 
mais vulnerável a eventos estressores. Del Prette, Del Prette e Barreto 
15
(1998) apontam, ainda, o déficit de assertividade e empatia. Nessa etapa 
do tratamento, cabe ao terapeuta um trabalho de modo mais diretivo, 
auxiliando o paciente a se tornar mais independente.
Entre o leque de possibilidades de intervenções que compõem a 
abordagem estudada, Matos e Oliveira (2013) e Beck (2014), propõem, 
no Quadro 2, algumas técnicas importantes no trabalho na TCC 
aplicadas a pacientes deprimidos.
Quadro 2 – Aplicabilidade da TCC na depressão
Tipo Aplicação Objetivo
Registro de pen-
samentos disfun-
cionais (RPD).
Registrar pensamentos desadapta-
tivos, de preferência, ainda na pre-
sença do desconforto psicológico.
Permite, ao terapeuta, compreender 
pensamentos automáticos, comporta-
mentos e emoções. 
Cartões de 
enfrentamento.
Lembretes que devem ficar em 
lugares acessíveis. Os cartões 
podem ser elaborados em sessão 
ou ficar como tarefa de casa.
Auxilia o paciente a emitir respostas 
mais adaptativas a pensamentos auto-
máticos e crenças disfuncionais.
Prescrição gradu-
al de tarefas,
Realizar uma atividade que está 
gerando ansiedade, por etapas, 
realizando com o indivíduo uma 
descrição gráfica dos passos.
Diminuir a ansiedade, descrevendo 
os passos de determinada tarefa, au-
xiliando a tirar o foco do quanto está 
distante a resolução do problema, fo-
cando no que está fazendo no aqui e 
agora para a resolução.
Curtograma,
Realizar uma lista de tarefas 
das quais apreciava e realizava, 
apreciava e não realizava, não 
apreciava e realizava e não 
apreciava e não realizava.
Auxilia no autoconhecimento, como 
também leva a uma autorreflexão so-
bre o quanto está priorizando as coi-
sas que realmente gosta.
Lista de vantages 
e desvantagens.
Analisar as vantagens de tomar 
uma decisão e, do outro lado, as 
desvantagens, dando peso para 
cada item.
Consiste em auxiliar o paciente a vi-
sualizar qual é a melhor solução para 
o problema enfrentado.
16
Ativação 
comportamental.
Realizar atividades que antes eram 
prazerosas e, devido ao transtorno, 
o sujeito não tem mais desejo de 
fazê-lo.
Utiliza o comportamento para modifi-
car cognições negativas sobre deter-
minado evento ou atividade.
Relaxamento.
Psicoeduca o relaxamento muscular 
progressivo, o uso do imaginário e 
o controle da respiração.
Auxilia na ativação do sistema nervoso 
parassimpático, o que causa uma sen-
sação de relaxamento e bem-estar ao 
paciente.
Biblioterapia. Realizar a leitura de material proposto.
Auxilia o paciente adquirir compreen-
são de seu problema e adquirir estra-
tégias de enfrentamento do problema.
Debates.
Verificar a veracidade dos 
pensamentos e não aceitar como 
verdades absolutas sem antes 
questioná-los.
Auxilia a verificar a irracionalidade dos 
pensamentos desadaptativos, substi-
tuindo-os por pensamentos mais 
racionais.
Fonte: adaptado de Beck (2014); Matos e Oliveira (2013).
Sendo assim, Leahy (2019) acredita que as técnicas auxiliam no que 
concerne a ajudar o paciente a vencer os obstáculos e obter uma 
mudança no padrão de pensamento, porém, ressalta que apesar de 
algumas técnicas serem mais utilizadas pelos terapeutas, é necessário 
que o profissional entenda que distintos pacientes necessitam de 
distintas técnicas, ou seja, o que funciona perfeitamente para uma 
pessoa e/ou problema, pode não funcionar para outra, ressaltando 
a importância de adaptar o tratamento ao sujeito, não o sujeito ao 
tratamento.
Em suma, o trabalho na TCC com pacientes depressivos é identificar as 
distorções existentes, desenvolver a conceitualização individualizada 
de cada caso, desenvolvendo, a partir desse trabalho, estratégias, 
juntamente com o paciente para resolução de problemas, incentivando 
o automonitoramento, o autoconhecimento e o questionamento 
dos pensamentos automáticos e crenças distorcidas disfuncionais, 
que devem ser modificadas. Isso promove, ao paciente, autonomia, 
17
participando da elaboração de metas e realizando tarefas entre as 
sessões, estipuladas conforme o caso e sua evolução, dessa forma, 
gerando mais agilidade nos resultados e prevenindo recaídas (WRIGHT 
et al., 2018).
Segalla e Bicca (2016) explicam que a prevenção de recaída também 
se constitui como uma ferramenta importantíssima com pacientes em 
contexto de processo de alta. Na TCC, são empregadas diversas tarefas 
e técnicas com o objetivo de manter as habilidades adquiridas durante e 
depois do processo terapêutico, o que contribui para manter o paciente 
treinado e os sintomas atenuados. Entretanto, para que o tratamento 
seja efetivo Cizil e Beluco (2019), recomendam que o sujeito que esteja 
sofrendo com depressão esteja ciente de sua parte de responsabilidade 
no processo e que se empenhe para que isso aconteça. Nessa mesma 
linha depensamento, os autores reforçam que a relação terapêutica é 
imprescindível para o total sucesso no tratamento.
Referências 
AQUINO, T. A. A.; DARÁ, D. M. B.; SIMEÃO, S. S. S. Depressão, percepção ontológica 
do tempo e sentido da vida. Revista Brasileira de Terapias Cognitivas, 12(1), p. 
35-41. Porto Alegre: FBTC, 2016. Disponível em: https://www.rbtc.org.br/detalhe_
artigo.asp?id=228. Acesso em: 29 ago. 2022.
ASSOCIAÇÃO AMERICANA DE PSIQUIATRIA. Manual Diagnóstico e Estatístico de 
Transtornos Mentais: DSM-5, 2014. Disponível em: http://www.niip.com.br/wp-
content/uploads/2018/06/Manual-Diagnosico-e-Estatistico-de-Transtornos-Mentais-
DSM-5-1-pdf.pdf. Acesso em: 29 ago. 2022.
BECK, A. T.; ALFORD, A. B. Depressão: causas e tratamento. Porto Alegre, Artmed, 
2011.
BECK, A. T.; RUSH, A. J.; SHAW, B. F. Terapia cognitiva da depressão. Porto Alegre: 
Artes Médicas, 1997.
BECK, J. S. Terapia Cognitivo-Comportamental: teoria e prática. Porto Alegre: 
Artmed, 2014.
BRAGA, L. L.; DELL’AGLIO, D. D. Suicídio na adolescência: fatores de risco, depressão 
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https://www.rbtc.org.br/detalhe_artigo.asp?id=228
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http://www.niip.com.br/wp-content/uploads/2018/06/Manual-Diagnosico-e-Estatistico-de-Transtornos-Men
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18
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20
Estudos de casos clínicos -Ansiedade
Autoria: Gabriela Fabbro Spadari 
Leitura crítica: Rogério Adriano Bosso
Objetivos
• Compreender acerca da ansiedade. 
• Conhecer as principais crenças disfuncionais 
relacionadas a ansiedade.
• Transtorno de ansiedade generalizada e Terapia 
Cognitivo Comportamental (TCC).
21
1. Compreensões acerca da ansiedade
Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, 
DSM V (APA, 2014), os transtornos de ansiedade se classificam em: 
transtorno de ansiedade de separação; mutismo seletivo; fobia 
específica; fobia social; transtorno de pânico; agorafobia; transtorno 
de ansiedade generalizada; transtorno de ansiedade por substância/ 
medicamento.
De acordo com o relatório da Organização Mundial da Saúde OMS 
(WHO, 2017), entre a população brasileira, 9,3%, ou seja, mais de onze 
milhões de pessoas, sofrem de distúrbios relacionados a ansiedade. De 
acordo com Shinohara e Nardi (2001), para cada duas mulheres com 
ansiedade, apenas um homem sofre do transtorno. No Brasil, por meio 
de um estudo populacional foram encontrados os índices de prevalência 
de transtornos de ansiedade de 4,6% em crianças e 5,8% entre os 
adolescentes (FLEITLICH-BILYK; GOODMAN, 2004).
A ansiedade é descrita como um conjunto de consequências 
comportamentais e fisiológicas, relacionadas às situações de luta ou 
fuga diante a situações de perigo (KNAPP; CAMINHA, 2003).
De acordo com Porto et al. (2008), tais reações fisiológicas envolvem falta 
de ar, sudorese, tontura, taquicardia, tremores, entre outras. Entre as 
bases biológicas da ansiedade, estão áreas cerebrais como amígdala, 
córtex pré-frontal orbita e medial, tálamo, hipotálamo, hipocampo, entre 
outros. Demonstrando, assim, ser um processo não só comportamental, 
como também neurobiológico (PORTO et al., 2008). A partir do 
momento em que as reações neurofisiológicas e comportamentais 
são desproporcionais e exageradas diante de um estímulo, ou são 
diferentes do esperado diante de determinada situação, caracteriza-se 
um transtorno de ansiedade (DAVIS et al., 2014).
22
Ao analisar os pensamentos de pessoas com ansiedade, percebe-se 
que são muito intensos, frequentes e de consequências perturbadoras. 
Hirata (2019) aponta para as sete principais crenças irracionais, 
comumente encontradas entre os ansiosos, que constam no Quadro 1, a 
seguir.
Quadro 1 – Principais crenças irracionais em quadros de ansiedade
Crenças irracionais 
•	 É extremamente necessário ser amado e aprovado pelas pessoas que são 
importantes. 
•	 Para ter valor, é necessário ser competente e bem-sucedido em todos os as-
pectos da vida.
•	 É terrível e catastrófico quando as coisas não acontecem do jeito que gostaríamos 
muito que ocorresse.
•	 Se algo pode ser perigoso ou assustador, devemos ficar terrivelmente preocu-
pados e ficar ruminando sobre sua possível ocorrência.
•	 É mais fácil evitar do que enfrentar certas dificuldades ou responsabilidades da 
vida.
•	 Deve-se ficar extremamente preocupado com os problemas e as preocupações 
de outras pessoas. 
•	 Há, invariavelmente, uma solução certa, precisa e perfeita para os problemas 
humanos e é catastrófico se essa solução perfeita não é encontrada. 
Fonte: adaptado de Lipp (1999).
Tais crenças estão diretamente relacionadas aos sintomas de ansiedade, 
já que seus temas estão ligados ao medo da rejeição, perfeccionismo, 
necessidade de controle, excesso de preocupação, evitação e 
intolerância às incertezas. São essas crenças que levam o sujeito a 
interpretar as situações de forma irracional, levando ao desenvolvimento 
do Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG). Segundo Weems et al., 
23
(2000) o tema das preocupações entre crianças e adolescentes gira em 
torno de temas como: testes, furacões, agressão física, futuro, escola e 
problemas com crianças da mesma idade.
Segundo o DSM-V (APA, 2014), um diagnóstico de TAG é confirmado 
quando o sujeito apresenta ansiedade e preocupações excessivas 
por mais de seis meses, somado a presença de pelo menos três dos 
seguintes sintomas: inquietação cansar-se com facilidade, dificuldade 
em se concentrar, irritabilidade, tensão muscular e perturbação no 
sono. Um diferencial dos diagnósticos em crianças e adolescentes é 
a exigência de apenas um sintoma somático. Tais sintomas levam ao 
prejuízo significativo no funcionamento social e ocupacional. No que 
tange as consequências, a ansiedade nos adultos leva a preocupações 
excessivas acompanhadas de sintomas físicos como hiperventilação 
e tensão muscular, além de sudorese, taquicardia, insônia, fadiga e 
dificuldade de relaxar. As preocupações são de temas diversos e de 
difícil controle (ZUARDI, 2017). Esses sintomas podem causar perdas 
na qualidade das relações pessoais e, até mesmo, gerar absenteísmo e 
afastamento do trabalho.
2. Transtorno de Ansiedade Generalizada e a 
Terapia Cognitivo Comportamental (TCC)
O Transtorno de ansiedade generalizada (TAG) é definido como um 
transtorno psiquiátrico crônico e persistente, que se caracteriza pela 
preocupação excessiva que, de acordo com o Diagnóstico Estatístico de 
Transtornos Mentais – DSM V (APA, 2014), deve durar, pelo menos, seis 
meses e ser acompanhada de, pelo menos, três dos seguintes sintomas: 
inquietação, irritabilidade, fatigabilidade, perturbação do sono, tensão 
muscular e/ou dificuldade de concentração.
24
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (WHO, 2017), a 
proporção da população mundial com desordens de ansiedade em 
2015, foi estimada em 3,6%, sendo mais comuns entre as mulheres 
do que em homens (4,6% comparado à 2,6% a nível mundial). Mais 
especificamente com relação ao TAG, nos Estados Unidos, a prevalência 
estimada na população, de maneira geral, foi de 3,1%, de 2001 a 2003, e 
este fator aumenta para 5,7% quando considerado o período de vida do 
paciente, sendo também o risco entre as mulheres, o dobo com relação 
aos homens (KESSLER; WANG, 2008).
No estado de São Paulo, no Brasil, uma pesquisa comunitária, realizada 
em 2002, mostrou que a prevalência de TAG na população geral é 
de 4,2% ao longo da vida, sendo mais prevalente entre as mulheres 
(ANDRADE; WALTERS; GENTIL; LAURENTI, 2002).
Em relação a idade, considera-se que o aparecimento do TAG pode ser 
muito variável, apesar de alguns terem início na infância, a maioria se 
inicia em adultos jovens e até mesmo em idosos, que, frequentemente, 
apresentam condições crônicas de saúde física (CHOU, 2009).
Embora muitos pensem que o TAG seja um dos transtornos mentais 
mais simples e de tratamento acessível, o que induz muitas pessoas 
a não procurarem tratamento adequado, está entre os transtornos 
mentais mais encontrados na prática clínica. O TAG é caracterizado pelo 
prejuízo em áreas como memória, funções executivas, funcionamento 
social e laboral dos indivíduos, entre outros. De acordo com Hoyer, 
Becker e Marggraf, (2002), e como sugerido pelos critérios do DSM-V 
(APA, 2014), os indivíduos com TAG possuem um significativo prejuízo 
em sua funcionalidade, apresentando um escore de funcionamento 
psicossocial mais baixo que indivíduos com outros transtornos ansiosos, 
assim como quando comparados com indivíduos sem transtornos 
mentais (HOYER; BECKER; MARGRAF, 2002).
25
Além disso, é de extrema importância salientar que 84% dos indivíduos 
que apresentam TAG, frequentemente, apresentam outras doenças 
comórbidas (médicas ou psiquiátricas (JUDD et al., 1998). Dessa forma, 
é importante salientar que os prejuízos à saúde de indivíduos com TAG 
não estão somente relacionados aos critérios diagnósticos existentes 
na maioria dos casos. Uma vez que, quando associado a outro 
transtorno psiquiátrico, a sobrecarga econômica e pessoal, assim como 
a severidade dos sintomas, apresenta aumento (NUTT; BALLENGER; 
SHEEHAN et al., 2002). Como reflexo do impacto do transtorno no 
funcionamento social e laboral do indivíduo, estudos mostram que 
indivíduos com TAG apresentam médias de falta ao trabalho no último 
mês de 4,6 dias segundo Weiller,Bisserbe, Maier e Lecrubier (1998), 
superiores às médias de indivíduos sem transtornos mentais.
As opções de tratamento do TAG atuais compreendem o tratamento 
psicossocial e o tratamento farmacológico, ou uma combinação dessas 
duas modalidades. Independente da modalidade, alguns fatores no 
tratamento do TAG precisam ser considerados.
O primeiro fator é a adoção e implementação de uma estratégia de 
tratamento a longo prazo, já que o TAG é uma condição crônica. Esta 
estratégia se refere a esforços para manter os ganhos do tratamento 
por períodos prolongados e para prevenir recidivas. O segundo fator 
é a necessidade de focar uma ampla gama de características do TAG, 
incluindo vários sintomas cognitivos e somáticos. Finalmente, tendo 
em vista a relação estreita entre o TAG e as desordens depressivas, os 
tratamentos para o TAG também precisam ser capazes de reduzir os 
sintomas da depressão, uma vez que ocorrem concomitantes com o TAG 
ou complica o seu curso (STARCEVIC, 2015).
Considerando-se os três fatores discorridos, parece viável afirmar que 
o tratamento a longo prazo de pacientes acometidos com o TAG se 
beneficiaria com as terapias psicossociais, e a não utilização, quando 
possível, de terapia farmacológica reduziria os efeitos colaterais 
26
associados. Corroborando com esta ideia estão os achados de estudos 
metanálise, indicando que os protocolos de terapia cognitiva (TC) e 
terapia cognitiva comportamental (TCC) são considerados mais efetivos 
no término de sintomas de pânico e ansiedade do que os tratamentos 
exclusivamente farmacológicos (GOULD; OTTO; POLLACK, 1995).
Dessa forma, entre as inúmeras possibilidades de terapias psicossociais, 
destaca-se a TCC tipicamente conceituada como um tratamento de 
curto prazo, focado nas habilidades do paciente e que visa alterar as 
respostas emocionais mal adaptadas, alterando os pensamentos ou 
comportamentos, ou ambos (KACZKURKIN; FOA, 2015).
Ao longo dos anos, um grande número de protocolos diversos foi criado 
para que a TCC pudesse ser aplicada a pacientes com transtorno de 
estresse pós-traumático (TEPT), transtorno de ansiedade generalizada 
(TAG), transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), transtorno do pânico 
(TP), fobias específicas e transtorno de ansiedade social, bem como 
para aqueles com sintomas inespecíficos de ansiedade. Dentro da 
TCC, o tratamento pode ser realizado de formas diversas, de acordo 
com a necessidade do paciente (KACZKURKIN; FOA, 2015). A exposição 
e os métodos cognitivos representam as técnicas de TCC mais, 
frequentemente, implementadas e amplamente estudadas.
O tratamento inicial da TCC é focado no aumento da consciência por 
parte do paciente de seus pensamentos automáticos, e um trabalho 
posterior terá como foco as crenças nucleares e subjacentes. O 
tratamento pode começar identificando e questionando pensamentos 
automáticos, o que pode ser feito por meio da orientação do terapeuta 
para que o paciente avalie tais pensamentos, principalmente, quando há 
uma excitação emocional durante a sessão (KNAPP; BECK, 2008).
Especificamente para o tratamento do TAG, a TCC auxilia os pacientes 
a detectarem sinais desencadeantes de ansiedade e a aprender 
habilidades de enfrentamento, que visam os sintomas psíquicos e 
27
somáticos da ansiedade (BORKOVEC; RUSCIO, 2001) e seus resultados 
parecem se manter relativamente satisfatórios a longo prazo (CUIJPERS 
et al., 2014).
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30
Estudos de Casos Clínicos – 
Transtorno de Estresse Pós-
Traumático (TEPT)
Autoria: Gabriela Fabbro Spadari 
Leitura crítica: Rogério Adriano Bosso
Objetivos
• Compreender os principais conceitos sobre estresse.
• Conhecer as principais características do Transtorno 
de Estresse Pós-traumático (TEPT). 
• Entender acerca do tratamento do Transtorno de 
Estresse Pós-traumático (TEPT). 
31
1. Conceitos acerca do estresse
De acordo com os estudos de Lipp e Malagris (2001), o estresse é um 
conjunto de reações do organismo, com fatores psicológicos e físicos, 
que disparam quando o indivíduo se vê em uma situação em que há 
necessidade de se adaptar ou situação que gere medo, excitação, 
irritação, confusão e/ou extrema felicidade.
Para Lazarus e Folkman (1984), não necessariamente será o evento, 
em si, que gerará o estresse, mas interpretação que o sujeito fará dela, 
assim sendo, a definição do que é estressante para uma pessoa, não 
necessariamente será estressante para outra, ou seja, as pessoas podem 
reagir de formas diferentes diante do mesmo estímulo.
Lipp e Malagris (2011) afirmam que o estresse é um processo que visa 
reestabelecer o equilíbrio do organismo. Esse processo de restabelecer 
o equilíbrio dos organismos é dividido em quatro fases, que, segundo 
Lipp (2000), são: alerta, resistência, quase exaustão e exaustão, descritas 
a seguir, no Quadro 1.
Quadro 1 – Fases com as principais características 
relacionadas ao estresse
Fase Principais características
Alerta.
•	 Conjunto de processos naturais de respostas a estressores, geralmente, 
iguais para todas as pessoas, ou seja, um alarme natural.
•	 Sintomas, como sudorese excessiva, taquicardia, respiração ofegante e 
picos de hipertensão (MALAGRIS, 2006; SELYE,1936). 
Resistência.
•	 O organismo tenta reestabelecer a homeostase interna, dispendendo 
muita energia para que sobreviva e consiga eliminar ou se adaptar a 
situação (LIPP; MALAGRIS, 2001).
•	 Sintomas o cansaço excessivo, problemas de memória e dúvidas sobre 
si mesmo.
32
Quase 
exaustão.
•	 O organismo inicia um processo de desorganização emocional, tornan-
do-se vulnerável biologicamente.
•	 Processo de adoecimento ocorre.
•	 Nesse estágio, o reestabelecimento da saúde já traz consigo mais se-
quelas e desgastes, podendo aparecer doenças causadas pelo enfra-
quecimento (LIPP; MALAGRIS, 2006).
Exaustão.
•	 Quando o organismo não consegue reestruturar seu equilíbrio e a ener-
gia para essa adaptação se extingue.
•	 O adoecimento grave pode ocorrer, e o reestabelecimento completo é 
quase impossível, essa é a última fase, a exaustão (LIPP; MALAGRIS, 
2011).
Fonte: elaborado pela autora.
Vale salientar, conforme Lipp e Malagris (2001), que não 
necessariamente todos os indivíduos devam passar por todas as 
fases mencionadas acima, ou seja, no caso da pessoa se adaptar, ou 
até mesmo o gerador de estresse ser eliminado, automaticamente 
os sintomas ocasionados pelo estresse reduzem ou cessam. Em 
contrapartida, caso o estressor perpetue ou a adaptação do sujeito não 
ocorra, tende a avençar pelas fases de forma sequencial (LIPP, 2000).
Os estressores podem ser externos e internos. Os externos são 
considerados aqueles que apresentam sua origem externamente, 
ou seja, nas outras pessoas ou no ambiente, como, por exemplo, na 
adolescência, responsabilidades excessivas, mudanças significativas 
ou frequentes, morte na família, certos métodos de ensino escolar não 
adaptados para a realidade dos alunos, conflitos emocionais, punições, 
pais e professores estressados, escolha profissional e vestibular; e, 
na fase adulta, com o casamento, perda do emprego, dificuldades 
financeiras, crise no trabalho, morte do cônjuge, entre outros 
(GONZAGA, 2011; LIPP, 2019).
Com referência aos fatores internos, por sua vez, são aqueles 
relacionados com características próprias do indivíduo, sua história de 
33
vida, seu modo de pensar, sentir e agir. Caracterizam-se na adolescência: 
ansiedade, timidez, autoestima, insegurança, medo de rejeição, medo 
do fracasso, desacordos entre expectativas e exigências de sucesso e 
o verdadeiro potencial (GONZAGA, 2011; LIPP, 2019). Para os autores, 
na fase adulta, percebe-se a ansiedade, depressão, comportamentos 
obsessivos compulsivos, raiva e crenças irracionais.
A adolescência é a fase de maior vulnerabilidade ao estresse e isso 
ocorre devido a quantidade de fatores que influenciam essa fase, desde 
as mudanças hormonais, descoberta da sexualidade, as tecnologias e 
também as escolhas profissionais (LIPP; MALAGRIS; NOVAIS, 2007). Os 
sintomas apresentados podem ser: dificuldades de memória, alteração 
no apetite, cansaço constante, tensão muscular, dúvidas quanto a si 
próprio, insônia, irritabilidade excessiva, ansiedade ou angústia diárias, 
depressão, apatia, uso de substâncias ilícitas e/ou uso de álcool, a fim de 
sentir bem-estar (LIPP et al., 2007).
O estresse na fase adulta pode ser notado por meio do aparecimento 
dos sintomas: respiração rápida, sudorese palmar, taquicardia, 
hiperacidez gástrica, cefaleia, dificuldade de relacionamento 
interpessoal, sensação de estar doente sem a presença de problemas 
físicos, desinteresse por qualquer atividade não relacionada ao motivo 
causador do estresse, irritabilidade, ansiedade, depressão e raiva 
(MALAGRIS; FIORITO; CARAÍBA, 2006).
O diagnóstico do estresse pode ser feito por meio de vários 
instrumentos (testes psicológicos, de uso restrito do psicólogo), como o 
Manual do Inventário de Sintomas de Stress para Adultos (LIPP, 2000). 
No caso dos adolescentes, existe a escada de Stress para Adolescentes 
(ESA), de Tricoli e Lipp (2000), e acerca das crianças temos a Escala de 
Stress Infantil (ESI), de Lipp e Lucarelli (1998).
A terapêutica, no caso dos adultos, pode ser feita por meio do Treino do 
controle do estresse (LIPP, 1984), que afirma que os quatro pilares para 
34
se controlar o stress são: reestruturação do pensamento, alimentação 
balanceada, exercícios físicos e relaxamento mental e físico. Segundo 
Lipp, Pereira e Sadir (2005), por meio do Treino do Controle do estresse 
(LIPP, 1984), o sujeitoaprende não só o que é estresse qualidade de vida, 
como também: a identificar seus sintomas e a intensidade dos mesmos; 
a diferenciar as fontes internas das fontes externas de estresse, 
afastando-se destas, quando for possível; modificando seu pensamento, 
para poder conseguir eliminar os estressores internos; lidar melhor com 
a ansiedade; técnicas para lidar com o estresse e aprende a utilizar a 
parte boa de si, visando maior produtividade.
Nos adolescentes, a terapêutica conta com um componente a mais, 
os pais. Estes podem auxiliar, segundo Lipp et al. (2007), por meio 
de posturas que contenham compreensão: da fase de rebeldia; 
análise do passado: relembrar de como era quando tinha a idade 
do filho; disciplina: equilíbrio entre disciplina e liberdade, deixar que 
o adolescente participe na tomada de decisões importes; firmeza: 
mostrar-se seguro na tomada de decisões, só imponha regras que você 
e ele consigam cumprir; saber ouvir: converse com ele, dê a devida 
atenção e entenda a intensidade das situações e emoções que ele 
está vivenciando; incentivar: ajude seu filho a confiar nele mesmo, seja 
por meio do esporte, da música, da arte; enfatize o positivo: elogie as 
características positivas do seu filho.
O estresse influencia o jovem que está em processo de escolha 
profissional e prestes a prestar o vestibular podendo, segundo Gonzaga 
(2011), implicar não só na postergação ou insegurança na escolha 
profissional, como também prejudica o processo da prova. Isso se dá, 
pois a soma dos estressores com as consequências do estresse acaba 
impactando direto no desempenho e no processo de aprendizado 
devido as características dos sintomas e consequências já mencionados.
35
2. Transtorno de Estresse 
Pós-Traumático (TEPT)
Historicamente, as consequências emocionais da exposição a traumas 
têm sido descritas há muitos anos na literatura. O conceito surgiu a 
partir dos estudos de veteranos e sobreviventes civis de guerra, com sua 
inclusão, em 1980, na terceira edição do Manual Diagnóstico e Estatístico 
dos Transtornos Mentais da Associação Psiquiátrica Americana (DSM-III).
Com a evolução dos estudos, o conceito sofreu algumas alterações, que 
podem ser observadas no Quadro 2.
Quadro 2 – Evolução do conceito de TEPT
DSM-III (1980). Exposição a um evento catastrófico = pessoa traumatizada.
DSM-IV (1994). Exposição a um evento catastrófico mais resposta emocional intensa (medo, desespero, ou horror) = pessoa traumatizada.
DSM-5 (2014). Experiência traumática mais desenvolvimento de sintomas = pessoa traumatizada.
Fonte: elaborado pela autora.
Para Vazquez-Aquino (2019), o TEPT é considerado uma síndrome 
composta por três tipos de sintomas, segundo a APA (2014): 1) intrusões 
associadas ao fato traumático, como imagens recorrentes, sensação de 
se reviver o trauma na forma de flashbacks, pesadelos, pensamentos e 
reações fisiológicas ou psicológicas de intenso sofrimento; 2) evitação 
de estímulos associados ao trauma com embotamento afetivo; perda 
de interesse em atividades antes significativas, alterações negativas em 
cognição e no estado de humor; 3) alteração marcante na excitação e 
na reatividade com transtornos de sono, concentração, hipervigilância, 
irritabilidade, sobressalto exagerado.
36
Além disso, outras fontes podem estar correlacionadas, entre elas: 
exposições a eventos de cunho violento, como as guerras; ameaça ou 
ocorrência real de agressão física (exemplo: assalto) e violência sexual; 
sequestro, ataque terrorista, tortura, encarceramento como prisioneiro 
de guerra; desastres naturais ou perpetrados pelo homem; acidentes 
aéreos e/ou automobilísticos graves.
No que tange às principais características do TEPT, três principais fatores 
devem ser considerados, que podem ser observados no Quadro 3 a 
seguir.
Quadro 3 – Fatores correlacionados ao TEPT
Revivência. Pensamentos invasivos e lembranças do trauma.
Esquiva. Retraimento social e fuga de situações.
Hiperreatividade e/ou hiperfunção do sistema nervoso autônomo.
Fonte: elaborado pela autora.
A partir do exposto no Quadro 3, considera-se a revivência dos 
sintomas a persistência de pensamentos, sensações e comportamentos 
relacionados ao evento traumático. Tais memórias são intrusivas, 
impossibilitando outros tipos de pensamentos, trazendo à tona 
sintomas de desgaste psicológico (exemplo: terror) ou reações 
fisiológicas anormais (exemplos: pulso acelerado, respiração rápida 
ou sudorese). Em relação aos sintomas de hipervigilância, ressalta-
se a reação de sobressalto, reação de proteção exagerada a ruídos 
ou movimentos dos outros. E, não menos importante os sintomas de 
evitação/ entorpecimento compreendidos como anestesia emocional, 
ou seja, tendência a reprimir sentimentos de cunho positivo, bem como 
negativos. Comumente relacionado com evitação de pensamentos, 
sensações, atividades, pessoas e locais relacionados ao evento 
traumático original.
37
3. Prevenção e tratamento
A intervenção psicológica deverá ser realizada, preferencialmente, de 
24 até 72 horas após o evento, para que ocorra a dessensibilização do 
estresse agudo e profilaxia do stress pós-traumático.
Experimentos mostraram que o relato de uma vivência traumática evoca 
emoções e respostas fisiológicas aversivas na hora, mas têm efeitos 
benéficos em longo prazo. Expressar emoções que foram guardadas 
durante muito tempo, constitui o encerramento de um trabalho ativo e 
desgastante de inibição, que estava prejudicando a saúde do sujeito.
Quadro 4–Objetivos do tratamento
Recuperar o senso pessoal de controle e estabilidade.
A integração do desconhecido, do inaceitável, do inesperado e do incompreensível. 
Facilitar ao paciente ver o evento crítico como uma exceção.
Comparação com o que poderia ter acontecido de ainda pior.
Reintepretação do evento traumático, mudando de catastrófico para ruim. 
Redução da importância do mesmo no esquema maior da vida.
Fonte: elaborado pela autora.
Na psicoterapia, dentro da abordagem cognitivo comportamental, é 
possível ressignificar pensamentos e crenças irracionais, bem como as 
percepções relacionadas ao transtorno, desenvolver estratégias de lidar 
com tais situações com menos sofrimento, que se desencadeie menos 
processos de estresse ou acometimento dos indivíduos. Para isso, 
algumas técnicas são indicadas, que podem ser observadas abaixo no 
Quadro 5.
38
Quadro 5 – Principais técnicas
Técnicas de exposição gradual.
Trabalhar crenças e sentimentos negativos relacionados à culpa.
Reestruturação dos conteúdos evocados por meio da psicoeducação e 
reestruturação cognitiva.
Outro aspecto importante da recuperação de traumas é aprender com o que 
aconteceu, assim como ensinar ao indivíduo formas de se proteger.
Intervenção junto à família, se necessário.
Fonte: elaborado pela autora.
Contudo, é clara a importância de um tratamento com foco na Terapia 
Cognitivo Comportamental (TCC), visando a redução de danos e melhora 
do quadro do paciente.
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Transtornos Mentais: DSM-5, 2014. Disponível em: http://www.niip.com.br/wp-
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40
Estudos de Casos Clínicos – 
Infância e Adolescência
Autoria: Gabriela Fabbro Spadari 
Leitura crítica: Rogério Adriano Bosso
Objetivos
• Compreender os principais conceitos sobre 
Transtorno Afetivo Bipolar (TAB). 
• Conhecer a interação em TAB infantil e terapia 
cognitivo comportamental (TCC).
• Entender as principais formas de tratamento da 
depressão infantil, por meio da TCC. 
41
1. Transtorno Afetivo Bipolar (TAB): 
etiologia e sintomas
O Transtorno Afetivo Bipolar (TAB) é caracterizado por oscilações 
importantes do humor entre a exaltação ou euforia e depressão, 
apresentando um curso recorrente e crônico, implicando em elevado 
grau de morbidade e incapacidade na vida do indivíduo (SANCHES; 
JORGE, 2004). O TAB é considerado como um dos transtornos mentais 
potencialmente graves e prevalentes. Tem como característica a 
ocorrência de episódios depressivos e episódios maníacos ou mistos, no 
TAB Tipo I, ou hipomaníacos, no Tipo II, sucedidos ou intercalados com 
períodos de remissão, tendo um curso prolongado, de início precoce 
(CLEMENTE, 2015).
O diagnóstico de TAB, na infância, é bem controverso em torno 
dos sintomas apresentados por crianças e adolescentes (RODHE; 
TRAMONTINA, 2005). Segundo Braga, Kunzler e Hua (2008), o TAB na 
infância e adolescência, se apresenta clinicamente diferente do que na 
vida adulta, para outros, se apresenta clinicamente de forma semelhante 
aos adultos, com episódios claros de alteração do humor (mania ou 
depressão), com alteração do funcionamento basal (SANTOS; KRIEGER, 
2014).
O tratamento do TAB é realizado, principalmente, com medicamentos 
estabilizadores de humor (NETO, 2004), porém, há evidências sugerindo 
que a psicoterapia pode modificar o curso do transtorno bipolar, 
podendo melhorar o funcionamento social e ocupacional destes 
pacientes. A abordagem da Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) 
tem sido muito estudada nos casos de TAB, com boas evidências sobre a 
eficácia no tratamento dos pacientes bipolares (KNAPP; ISOLAN, 2005).
A TCC é uma abordagem teórica que foi desenvolvida a partir dos 
trabalhos de Albert Ellis, nos anos 1950 ,e por Aaron Beck, no início dos 
42
anos 1960, tendo como pressuposto que não é a situação por si só que 
determina o que as pessoas sentem, mas o modo como interpretam 
uma situação (BECK, 1997). Sendo assim, objetiva reestruturar e 
ressignificar os pensamentos distorcidos, desenvolvendo soluçoes 
práticas, produzindo, assim, mudanças e melhora emocional (KNAPP; 
BECK, 2008).
Transtorno Afetivo Bipolar (TAB)
O Transtorno Afetivo Bipolar (TAB) atinge, aproximadamente, 30 
milhões de pessoas no mundo todo, segundo as estimativas da 
Organização Mundial da Saúde (WHO, 2008), podendo gerar um prejuízo 
na capacidade funcional para a vida do indivíduo, dependendo da 
duração e gravidade dos sintomas (FU-I, 2007). De acordo com o Código 
Internacional de Doenças- CID-10 (WHO, 1993), o TAB é caracterizado 
pela ocorrência de dois ou mais episódios graves de alterações do 
humor e do nível de atividade do indivíduo, podendo ser tanto para a 
elevação do humor e o aumento da energia e da atividade, considerado 
como hipomania ou mania, como para um rebaixamento do humor, 
com redução de energia e da atividade, ou seja, depressão (WHO, 1993).
Este transtorno se diferencia em dois principais tipos: o Tipo I, onde deve 
ocorrer pelo menos uma fase de mania, que pode ter sido precedido ou 
seguido de episódios hipomaníacos ou depressivos maiores; o Tipo II, 
que é constituído por um ou mais episódios depressivos maiores e pelo 
menos um episódio hipomaníaco (BOSAIPO; BORGES; JURUENA, 2017, 
RENK, 2014).
Além disso, considera-se que os episódios apresentam diferentes 
tempos de durações, ou seja, na fase maníaca, a duração mínima deverá 
ser de uma semana; na fase de hipomania, o período deverá ser de 
pelo menos quatro dias consecutivos; e no episódio depressivo maior, 
os sintomas devem estar presentes pelo período de duas semanas, 
representando uma mudança ao funcionamento anterior (SADOCK; 
43
SADOCK, 2011). Os sintomas do TAB devem estar presentes na maior 
parte do dia, por quase todos os dias (APA, 2014).
De acordo com o Manual Diagnóstico Estatístico de Transtorno Mentais–
DSM-V (APA, 2014), no TAB Tipo I os sintomas dos episódios maníacos 
são marcados, principalmente, pela presença de humor anormal, 
elevado, expansivo ou irritável, por determinado período. Também 
ocorre um aumento persistente da energia, presente na maior parte do 
dia e redução da necessidade de sono, por pelo menos uma semana. 
Podem ocorrer mudanças rápidas e breves do humor, alternando entre 
euforia, disforia e irritabilidade, denotando como labilidade (CLEMENTE, 
2015).
Neste período, a pessoa pode iniciar vários projetos novos ao 
mesmo tempo, apresentar autoestima inflada, com variação da 
autoconfiança, sem críticas e acentuada grandiosidade, podendo 
apresentar delírios (APA, 2014). A fala pode ficar acelerada, não se 
atendo ao que é dito, com fuga de ideias e mudanças repentinas 
dos tópicos, devido ao pensamento mais acelerado (WAGNER, 2009). 
Ocorre distratibilidade e aumento da impulsividade, da fantasia e do 
comportamento sexual. Nesta fase, devido ao humor expansivo, aos 
pensamentos de grandiosidade e juízo crítico prejudicado podem levar 
a comportamentos imprudentes, como compras em excesso, direção 
perigosa, descontrole financeiro e promiscuidade sexual (RODRIGUES, 
2017).
Em contrapartida, a fase depressiva no TAB Tipo I, é marcada por 
humor deprimido e/ou diminuição/ perda de prazer e interesse nas 
atividades, sendo mais duradoura e incapacitante ao longo do tempo 
(DIAS et al., 2010). Pode apresentar perda ou ganho de peso, insônia 
ou hipersonia, agitação ou retardo psicomotor, fadiga ou perda de 
energia, baixa autoestima com sentimentos de inutilidade e culpa, 
diminuição da concentração e capacidade de pensar e pensamentos 
de morte (ALVAREZ, 2010). No Tipo II, os sintomas são semelhantes 
44
ao Tipo I, sendo que a característica predominante é a impulsividade 
(APA, 2014). Contudo, segundo Santos e Krieger (2014), a intensidade 
e a duração da hipomania são mais brandos, com menos prejuízos 
funcionais, ou seja, o episodio não é grave a ponto de causar prejuizo 
acentuado no funcionamento social ou profissional ou para necessitar 
de hospitalização, não tendo caracteristicas psicoticas (APA, 2014).
Todavia, ressalta-se que, em ambos os tipos de TAB, acarreta o risco de 
suicídio, estimado em pelo menos quinze vezes mais que a população 
geral(APA,2014). Incluem-se também no DSM-V, outros transtornos 
relacionados, que podem ser visualizados no Quadro 1, a seguir, com a 
forma resumida dos subtipos do Transtorno Bipolar (BOSAIPO; BORGES; 
JURUENA, 2017; APA, 2014).
Quadro 1– Critérios diagnóicos
Transtorno Critérios
Bipolar tipo I. 
É necessária a ocorrência de pelo menos um episódio maníaco, 
que pode ter sido antecedido ou seguido de episódios hipomanía-
cos ou depressivos.
Bipolar tipo II. É necessária a ocorrência de um ou mais episódios depressivos maiores e, pelo menos, um episódio hipomaníaco atual ou anterior.
Ciclotímico.
É caracterizado por períodos com sintomas hipomaníacos, que 
não preenchem os critérios para um episódio hipomaníaco; e pe-
ríodos com sintomas depressivos, que não satisfazem os critérios 
para um episódio depressivo maior. Os sintomas precisam ser per-
sistentes, por pelo menos dois anos (um ano para crianças e ado-
lescentes) e os intervalos dos sintomas não podem durar mais de 
dois meses. 
Bipolar e transtorno 
relacionado induzido 
por substância/ medi-
camento.
Apresenta as características de mania, hipomania ou depressão, 
entretanto, os sintomas se desenvolvem durante ou logo após a 
intoxicação por substância ou exposição a uma medicação; ou a 
substância/medicamento envolvido é capaz de produzir tais sinto-
mas. É necessário haver confirmação da substância/ medicamen-
to, por meio de evidências da história clínica, de exames físicos ou 
laboratoriais. 
45
Bipolar e transtorno re-
lacionado devido a ou-
tra condição médica.
Os sintomas de humor ocorrem como consequência fisiopatológi-
ca direta de uma outra condição médica, sendo necessário haver 
evidências decorrentes da história clínica, de exames físicos ou 
laboratoriais.
Outro transtorno bipo-
lar e transtorno relacio-
nado especificado.
Este se aplica quando os sintomas característicos do transtorno 
bipolar e transtorno relacionado causam sofrimento clinicamen-
te significativo, prejuízo nas áreas social, ocupacional ou outras 
áreas importantes do funcionamento, mas não preenchem comple-
tamente os critérios para qualquer tipo de transtorno dessa classe, 
e o clínico escolhe comunicar a razão específica pela qual a mani-
festação não preenche os critérios para qualquer transtorno bipolar 
ou relacionado.
Bipolar e transtorno 
relacionado não espe-
cificado
Este se aplica quando os sintomas característicos do transtorno 
bipolar e transtorno relacionado, causam sofrimento clinicamen-
te significativo, prejuízo nas áreas social, ocupacional ou outras 
áreas importantes do funcionamento predominam, mas não preen-
chem completamente os critérios para qualquer tipo de transtorno 
dessa classe, e o clínico escolhe não comunicar a razão específica 
pela qual a manifestação não preenche os critérios para qualquer 
transtorno bipolar ou relacionado, pois não há informação suficien-
te para fazer um diagnóstico mais específico.
Fonte: adaptado de APA (2014); Bosaipo, Borges e; Juruena (2017).
De acordo com Santos e Krieger (2014), o TAB de início precoce, se 
apresenta clinicamente de forma semelhante aos adultos, com episódios 
claros de alteração do humor (mania ou depressão), com alteração do 
funcionamento basal (SANTOS; KRIEGER, 2014).
Sendo assim, veremos a respeito das principais características do TAB 
em crianças.
Transtorno Afetivo Bipolar na infância
Apesar de existirem incertezas referentes ao diagnóstico de TAB 
de início precoce, esse transtorno afeta tanto o desenvolvimento, 
como o crescimento emocional das crianças e adolescentes (RODHE; 
TRAMONTINA, 2005). Nessa faixa etária, o TAB pode se apresentar de 
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forma contínua, por meio de uma alternância de episódios maníacos 
e depressivos, conhecida como ciclagem rápida, onde a alteração do 
humor mais marcante é a irritabilidade, com poucos períodos de humor 
eutímico entre os episódios (WAGNER, 2009).
Um dos desafios encontrados na identificação de transtornos 
psiquiátricos na infância, é decorrente da fase de desenvolvimento em 
que a criança se encontra, pois tendem a expressar seus problemas e 
desconfortos emocionais, por meio de comportamentos desadaptados 
e desviantes (BIRD; DUARTE, 2002). Outro desafio, que se encontra 
ao realizar um diagnóstico psiquiátrico na infância e adolescência, é 
a coincidência entre fenômenos próprios do desenvolvimento com 
sintomas de vários transtornos mentais.
Considera-se também que a falta de um padrão de ajustamento pré-
mórbido bem definido, que sirva como parâmetro de comparação para 
avaliar a alteração do funcionamento, leva a uma dificuldade a mais 
ao realizar o diagnóstico de TAB na infância (CLEMENTE, 2015). Apesar 
de haver sugestões de sintomas equivalentes ou substituto para essa 
fase, tanto no DSM-V (APA, 2014), como na CID-10 (WHO, 1993), estes 
parecem não ser suficientes em alguns casos para concluir o diagnóstico 
de TAB na infância/ adolescência (BRAGA; KUNZLER; HUA, 2008). Uma 
vez que, segundo Lee Fui (2004), existem grupos de crianças que 
apresentam todos os sintomas da classificação de TAB, tanto para o Tipo 
I como para o Tipo II, e um outro grupo que apresenta somente alguns 
sintomas, que não são considerados os principais, mas que também 
apresentam um severo comprometimento no funcionamento global (LEE 
FU-I, 2004).
Nos episódios de mania, nesta faixa etária, podem ocorrer maior 
hiperatividade, excitação constante, irritabilidade e labilidade emocional, 
podendo apresentar também sintomas de euforia e grandiosidade, 
segundo Teles (2016) e Wagner (2009), verborragia e hipersexualidade, 
conforme Santos e Krieger (2014), e sintomas físicos, como dores 
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de cabeça, dores abdominais e cansaço (CLEMENTE, 2015). Podem 
apresentar também maior distratibilidade, com redução da atenção, 
comportamento agressivo intermitente ou sintomas mistos, ciclos 
rápidos, segundo Moreno (2005) ou ciclos ultrarrápidos, conforme 
Boarati, Cavalcanti e Fu-i, (2006), quando a alternância se dá em 
períodos de dias a semanas (CLEMENTE, 2015). Nestes ciclos, segundo 
Lee Fu-i (2004) e Rodhe e Tramontina (2005), pode acontecer alternância 
entre tristeza, irritabilidade ou euforia, com bruscas alterações diárias de 
humor. Também pode ocorrer sintomas depressivos mistos, conforme 
Moraes, Silva, e Andrade (2007), momentos de choro isolados, auto 
e hetero agressão, fala mais rápida que o de costume e diminuição 
da necessidade de sono, pontuado por Lee Fu-i, (2000) e Braga et al. 
(2008), podendo durar horas ou dias. Podem apresentar agitação, sono, 
apetite irregular, sintomas psicóticos e ideação suicida conforme Braga 
et al. (2008) e Sadock e Sadock (2011). Vale ressaltar que os episódios 
de mania na infância são raros (SANTOS; KRIEGER, 2014). Já na fase 
depressiva, podem apresentar retardo psicomotor alternando com 
agitação, presença de sintomas psicóticos, reações de (hipo)mania após 
uso de antidepressivo, hipersonia, hiperfagia ou irritabilidade (LEE FU-I, 
2004; TELES, 2016).
O TAB pode apresentar comorbidades com outros transtornos 
(BOARATI; CAVALCANTI; FU-I, 2006), como: transtornos de ansiedade, 
transtorno disruptivo, transtorno do controle de impulsos ou da 
conduta, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade e transtorno 
por uso de substância (PETERSEN; WAINER, 2011; APA, 2014). Existe 
uma semelhança do quadro de hipomania com o transtorno de déficit 
de atenção e hiperatividade (TDAH), podendo ocasionar confusão entre 
estes dois Transtornos (LEE FU I, 2000). O TAB, com início precoce, pode 
ocasionar grandes prejuízos ao desenvolvimento integral da criança 
(MORAES; SILVA; DE ANDRADE, 2007).
Portanto, para evitar prejuízos futuros relacionados ao desenvolvimento 
infantil, o diagnóstico e tratamento precoces são importantes e 
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necessários para reduzir a cronicidade, morbidade, mortalidade 
relacionada a tal condição e ao sofrimento do paciente (LEE FU I, 2000; 
BRAGA, et al., 2008; WAGNER, 2009). Sendo assim, o foco se dá ao 
tratamento do TAB.
O tratamento do

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