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Aula 3- DENTADURA MISTA 1. PRIMEIRO PERÍODO TRANSITÓRIO -> O período transitório prolonga-se por aproximadamente 2 anos e caracteriza-se pela irrupção clínica dos primeiros molares permanentes e substituição dos incisivos decíduos pelos incisivos permanentes. -> A transição da dentadura decídua para a dentadura permanente estende-se por um período prolongado do desenvolvimento infantil, aproximadamente dos 6 aos 12 anos de idade. -> A partir da dentadura mista, desprendemo-nos do referencial cronológico para trabalhar com outras duas idades biológicas: primeiramente a idade dentária e ocasionalmente a idade óssea. ● A idade óssea será consultada apenas nas crianças com discrepâncias antero- posteriores; ● já a idade dentária norteará o ortodontista, durante a dentadura mista, quanto à época de tratamento -> A oportunidade de tratamento interceptor é direcionada mais pela idade dentária do que pela idade cronológica. Quando há incongruências entre idade cronológica e dentária, esta última será decisiva. -> O desfecho do primeiro período transitório é marcado pelo término da irrupção ativa dos incisivos laterais superiores. -> Ao término da irrupção ativa, o periodonto passa por um processo adaptativo, com migração do tecido gengival para cervical, expondo gradativamente a coroa clínica. Esse processo de adaptação do periodonto de proteção pode ser chamado de irrupção passiva, pois conduz à completa exposição da coroa dentária à cavidade bucal. -> Devido ao caráter transitório da relação sagital entre os primeiros molares permanentes durante a dentadura mista, a relação de caninos deve continuar servindo como referencial para definir a relação anteroposterior entre os arcos dentários. A relação de caninos relaciona-se com o padrão facial e apresenta estabilidade durante o desenvolvimento da dentição. -> Os germes dos incisivos permanentes localizam-se por lingual das raízes dos seus antecessores decíduos. A circunferência da região do processo alveolar que abriga os germes dos incisivos permanentes é menor que o perímetro do arco dentário onde esses dentes irão irromper, o que justifica a posição apinhada (apinhamento intraósseo) dos incisivos permanentes na fase de germe. Imagem: apinhamento intraósseo dos germes dos incisivos permanentes, previamente à irrupção. Note a sobreposição de imagens da coroa dos incisivos centrais e laterais, tanto no arco superior quanto no inferior. -> Relação sagital normal entre os arcos dentários na dentadura mista: relação canino Classe I, plano terminal reto na dentadura decídua e relação de topo entre os primeiros molares permanentes. Essa relação anteroposterior entre os primeiros molares permanentes tem caráter transitório, alterando-se nas fases finais da dentadura mista. -> Variação normal da relação anteroposterior entre os arcos dentários na dentadura mista: relação canino Classe I, plano terminal degrau mesial e relação molar em chave de oclusão. A relação de Classe I entre os primeiros molares permanentes pode ser estabelecida desde o primeiro período transitório em crianças com redução da dimensão mesiodistal dos segundos molares inferiores decíduos. -> A esfoliação dos incisivos centrais inferiores decíduos é seguida pela irrupção dos sucessores permanentes. ● É muito comum que, no momento da emergência na cavidade bucal, os incisivos centrais inferiores mostrem-se suavemente deslocados para lingual. Durante o caminho em direção ao plano oclusal, esses dentes alinham-se espontaneamente pela atuação da língua. -> Em algumas crianças, no entanto, os incisivos centrais inferiores irrompem com um deslocamento lingual mais marcante, com a permanência dos antecessores decíduos no arco dentário. A retenção prolongada dos incisivos centrais decíduos ocorre em consequência do trajeto ectópico dos incisivos permanentes para lingual, que estimula apenas a rizólise parcial dos antecessores decíduos. ● A conduta indicada nesses casos é simplesmente a extração do incisivo decíduo antecessor. -> .Na maioria das crianças, os incisivos centrais superiores irrompem com um diastema entre eles, em decorrência de uma estrutura anatômica interposta entre as hemimaxilas, a sutura intermaxilar. ● Em condições de normalidade, ele diminui com a irrupção dos incisivos laterais superiores e se fecha espontaneamente, ao final da dentadura mista, com a irrupção dos caninos superiores. -> Quando os incisivos permanentes apontam na boca, nem sempre o espaço disponível para eles está prontamente presente. Teoricamente, os incisivos inferiores permanentes somente irromperiam alinhados em crianças com diastemas generalizados na dentadura decídua, cuja amplitude somada equivale a aproximadamente 6 mm. Nas demais crianças, o espaço extra para o alinhamento dos incisivos permanentes não está prontamente disponível no arco dentário no momento da irrupção. O aumento da distância intercaninos, que coincide com o primeiro período transitório, somado à inclinação vestibular dos incisivos permanentes (aumento do perímetro do arco dentário), proverá o espaço remanescente. -> A irrupção ectópica dos incisivos laterais inferiores direciona-se para distal e pode constituir o primeiro passo na definição da transposição entre incisivos laterais e caninos inferiores. -> As mais importantes alterações dimensionais dos arcos dentários que ocorrem no primeiro período transitório envolvem o aumento do perímetro do arco e o aumento da distância entre caninos relacionados diretamente ao mecanismo de compensação para acomodar os incisivos permanentes. -> Os movimentos irruptivos dos dentes permanentes em direção à cavidade bucal associam-se aos estágios de formação radicular. O deslocamento do germe em direção ao arco dentário inicia-se no estágio de um quarto de formação radicular.4 Quando um dente aponta na cavidade bucal, geralmente a raiz mostra três quartos de sua formação completa; quando alcança o plano oclusal, a raiz apresenta o seu comprimento completo, faltando apenas o fechamento apical. -> Características de normalidade da oclusão no primeiro período transitório da dentadura mista. 2. PERÍODO INTERTRANSITÓRIO -> A fase chamada de período intertransitório da den- tadura mista inicia-se quando os incisivos laterais supe- riores alcançam o plano oclusal e termina quando um dos caninos ou molares decíduos esfolia-se naturalmente -> o período intertransitório retrata um estágio passivo da dentadura mista, isento de altera- ções dimensionais clinicamente perceptíveis nos arcos dentários. -> Características de normalidade nesse estágio de desenvolvimento oclusal são as seguintes: 1. A relação sagital entre os arcos dentários continua sendo determinada pela chave de canino, como nos estágios anteriores (dentadura decídua e primeiro período transitório da dentadura mista). A chave de canino normal é estabelecida quando a ponta da cúspide do canino superior assenta na ameia entre o canino e primeiro molar decíduos inferiores. Nesse estágio, os primeiros molares permanentes encontram-se em oclusão, mas a relação sagital entre eles pode se alterar após a esfoliação dos segundos molares decíduos, no segundo período transitório. Por essa razão, podemos encontrar uma relação Classe II entre os molares permanentes quando a relação de caninos é Classe I. Prevalece a leitura da relação de caninos para o diagnóstico sagital entre os arcos dentários. 2. Na relação entre incisivos normal, com trespasse horizontal positivo, de cerca de 2 mm, e trespasse vertical positivo com o terço incisal do inferior sobreposto pelo incisivo superior. 3. Relação caixa-tampa com o arco superior envolvendo todo o arco inferior. 4. Alinhamento ou pequenas irregularidades dos incisivos permanentes. Nessa fase, pequenos diastemas não representam irregularidade, em virtude de seu caráter de transitoriedade -> Fase do patinho feio: um conjunto de eventos comuns à dentadura mista, abarcando a desproporção entre o tamanho dos incisivos permanentes e as dimensões da face infantil, a presença de diastema entre os incisivoscentrais e a distoangulação dos incisivos laterais permanentes. 3. SEGUNDO PERÍODO TRANSITÓRIO -> Os eventos biológicos que caracterizam esse período abarcam a esfoliação dos caninos e dos molares decíduos e a irrupção dos caninos permanentes e dos pré-molares, bem como a irrupção dos segundos molares permanentes. ->No arco inferior, a sequência de irrupção mais comum direciona-se de mesial para distal: canino, primei- ro pré-molar, segundo pré-molar e segundo molar.5 No arco superior, os caninos geralmente são os últimos dentes a irromper no perímetro do arco dentário. -> O segundo período transitório da dentadura mista encerra-se com a irrupção dos segundos molares permanentes. Pode-se dizer que, nesse estágio, o paciente alcançou a maturidade oclusal. 2. Sequencia favoravel de erupção a) Arco superior: ● primeiros molares; ● incisivos centrais; ● incisivos laterais ● 1 P.M ● 2 P.M ● canino ● 2° molar b) Arco inferior: ● primeiros molares ● incisivos centrais ● incisivos laterais ● caninos ● primeiro pré-molar ● segundo pré-molar ● segundo molar 3. Características Oclusais: -> Início em torno de 6 anos; -> Erupção dos 1° molar permanente; -> Esfoliação dos incisivos centrais e laterais permanentes; -> Fases com alterações dentárias e crescimento ósseo
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