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Desenvolvimento da oclusão ORTODONTIA Prof. Indiara Porto Em todas as áreas da odontologia, a melhor abordagem é prevenção! Processo normal de maturação óssea e de suas estruturas vizinhas Desenvolvimento da oclusão Características de normalidade e fatores de poderiam afetá-las Maloclusões mais frequentes nessas fases de desenvolvimento Determinar onde e quando o ortodontista deve atuar para evitar ou minimizar o aparecimento de maloclusões na dentição permanente Possíveis traumas psicológicos que envolvem os pacientes com problemas estéticos Dentição decídua Dentadura mista Dentição permanente Dentição decídua Origem pré-natal 7ª e 10ª semana de vida intrauterina: Origem embrionária dos dentes decíduos (odontogênese) 15ª semana VIU: diferenciação dos tecidos dentários (dentinogênese) anomalias de números: supranumerários, adonontias... Até 4º mês VIU: forma básica dos arcos dentários (germes dentários em desenvolvimento e osso basal em crescimento, enquanto a língua se adapta ao espaço reservado para ela). 6 meses pós-natal: crescimento vertical do processo alveolar ganho de altura no terço inferior da face Displasia ectodérmica Síndrome genética Oligodontia (falta de dentes) Osso alveolar quase inexistente Início da dentição decídua: Quando incisivos inferiores e superiores irrompem, são guiados pela musculatura peribucal e língua, estabelecendo a guia incisal no encontro com o antagonista. Primeiros indícios de processo de mastigação. Língua fica no interior da cavidade bucal pelos dentes anteriores. Ganho dimensão vertical da face. Modificação das funções musculares. A regulação neuromuscular da relação maxilar é importante para o desenvolvimento da oclusão. A articulação dentária começa com a irrupção dos incisivos. À medida que surgem outros dentes novos, os músculos aprendem a efetuar os movimentos oclusais funcionais necessários. No nascimento: presença de germes dentários. 6 meses (+-2): incisivo central inferior decíduo 9 meses (+-2): incisivo lateral decíduo 1 ano (+-3): primeiro molar inferior decíduo 18 meses (+-3): canino decíduo 2 anos (+-6): dentição decídua completa com a irrupção do segundo molar decíduo 3 anos: raízes de todos os dentes decíduos completas. Arcos dentários com forma semicircular Espaços disponíveis mais que suficientes para um alinhamento harmonioso dos dentes decíduos. Os dentes são orientados quase que perpendicularmente ao plano oclusal (linha imaginária tangenciando as bordas incisais dos incisivos centrais e cúspides dos últimos molares). Dentes inferiores ocluem suavemente para lingual em relação aos superiores. O processo irruptivo só inicia após a formação radicular. A sequência normal de irrupção é muito mais importante do que a cronologia. 3 e 5 anos: dentadura decídua completa, em situação de repouso, sem grandes novidades. Repouso aparente: processo irruptivo continua acelerado dentro do osso alveolar. Clinicamente, o repouso se mantém se não houver interferência negativa: perda de dentes precoce hábitos nocivos acidentes traumáticos Alterações graves: perda de espaço mordida cruzada mordida aberta Tratamentos com aparelhos removíveis ou fixos. Padrão de irrupção na dentição decídua varia: estado nutricional infantil nascimento prematuro amamentação condições sistêmicas nível socioeconômico gênero mãe (suplementação durante a gravidez) Número e tamanho dos dentes decíduos 20 dentes 8 incisivos 4 caninos 8 molares 1 2 34 12 3 4 5 6 7 8 1 2 3 4 5 6 7 8 12 3 4 5 6 7 8 1 2 3 4 5 6 7 8 5 6 78 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 55 4 4 33 2 2 1 1 Dentes dos meninos maiores que meninas, principalmente caninos. Anomalias de números são mais frequentes na dentição permanente. Dentes supranumerários (clínico ou radiografia panorâmica) Características normais da dentição decídua: Mais tolerante (mordida em topo, suave protrusão, mordida aberta leve e até mesmo sobremordida exagerada) Dois tipos de arcos descritos por Baume: Arco tipo I de Baume Arco tipo II de Baume Arco tipo I de Baume Presença de espaços generalizados entre os dentes na região anterior Arco tipo II de Baume Sem espaços ou com suaves apinhamentos e mais estreito transversalmente Espaços primatas: Diastemas características entre incisivos laterais e caninos decíduos superior Diastemas entre caninos e primeiros molares decíduos inferior Favorável no tipo II Não é garantia (50-40-10) Ausência de curva de spee: Implantação vertical dos dentes decíduos Inclinação dos incisivos Estabelece a dimensão vertical e as funções musculares se modificam fortemente. Sobremordida e sobresaliência corrigida com a irrupção dos molares promovendo aumento da dimensão vertical e deslocamento mandibular para anterior. Incisivos verticais formando ângulo aberto. Classificação de molares decíduos (planos terminais): Plano terminal reto Plano terminal com degrau mesial para a mandíbula Plano terminal com degrau distal para a mandíbula Plano terminal reto: Faces distais dos segundos molares decíduos superior e inferior então no mesmo plano vertical Plano terminal com degrau mesial para a mandíbula: A face distal do segundo molar decíduo inferior se encontra em uma relação anterior ou mesial com a face distal do segundo molar decíduo superior Plano terminal com degrau distal para a mandíbula: A face distal do segundo molar decíduo superior oclui mesialmente à face distal do segundo molar decíduo inferior Os primeiros molares permanentes são guiados pela superfície distal dos segundos molares decíduos. Fundamental exame clínico ortodôntico semestral. Plano terminal reto Plano terminal com degrau mesial para a mandíbula Relação molar normal Classe III Maloclusões relacionadas à dentição decídua: Mordida aberta anterior Mordida cruzada posterior unilateral ou bilateral Mordida cruzada anterior Perdas precoces Mordida aberta anterior Hábitos de sucção Perda precoce de dentes decíduos Podem se autocorrigir Mordida cruzada Ausência ou diminuição do tempo de amamentação aumenta a probabilidade Não se autocorrige Intervenção necessária Perdas precoces de incisivos Comprometimento estético Interposição de língua Mordida aberta anterior Dentadura mista Fase de transição entre a dentição decídua e permanente Dentes decíduos e permanentes na cavidade bucal Dura aproximadamente 7 anos Como os molares permanentes obtém espaço para irromper? Como os incisivos permanentes obtém espaço para irromper? Como os caninos e pré-molares permanentes obtém espaço para irromper? Se divide em 3 períodos: Primeiro período transitório (irrupção ativa) Período inter transitório (atividade irruptiva intraóssea) Segundo período transitório (irrupção ativa) Primeiro período transitório (irrupção ativa): Irrupção de primeiros molares permanentes associada à esfoliação e irrupção dos incisivos superiores e inferiores Para que isso aconteça é necessário espaço Como os molares permanentes obtém espaço para irromper? Espaço criado a partir de crescimento mandibular (reabsorção da parede anterior e aposição óssea da parede posterior do ramo mandibular) Irrompe por distal do último molar decíduo Molares superiores irrompem mais vertibularizados Em oclusão, estabelecem o início da curva de Spee e da curva de Wilson Como os incisivos permanentes obtém espaço para irromper? Diferença de 7,6mm arco superior e 6mm no arco inferior Crescimento existente durante a troca de dentes Espaços primatas e diastemas fisiológicos anteriores na dentição decídua Ao irromperem, os incisivos apresentam outra caraterística bem marcante: pequena inclinação no sentido distal, a qual gera pequenos diastemas na região anterior (Fase do Patinho Feio). Apinhamentos leves (até 4mm) Autocorrigíveispelo crescimento transversal Não devem ser tratados Valores de apinhamento acima ou esfoliação dentária excessiva devem ser encaminhados ao ortodontista Período inter transitório: Incisivos permanentes, caninos e molares decíduos e primeiros molares permanentes. Momento de calmaria Grandes mudanças intraósseas, reabsorção de caninos e molares decíduos, formação de raízes Melhor posicionamento dos incisivos (lábio e língua) Segundo período transitório (irrupção ativa): Substituição dos dentes decíduos restantes Irrupção de segundo molar permanente Como os caninos e pré-molares permanentes obtém espaço para irromper? Depende essencialmente do espaço livre de Nance. Espaço disponível para caninos e pré-molares permanentes irromperem. Incisivos permanentes são maiores que incisivos decíduos. O diâmetro mesiodistal do grupo de caninos e molares decíduos é maior que os que vão substituir. Espaço livre de Nance: Diferença entre decíduos e sucessores que deixa: Maxila: 1mm de cada lado Mandíbula: 1,7 e 2mm de cada lado Dentição permanente Dentição decídua: Completa com a irrupção do segundo molar decíduo (2 anos) Dentadura mista: Dentes decíduos e permanentes na boca (6 anos) 1º período transitório (incisivos e primeiros molares permanentes) Período inter transitório 2º período transitório (troca de caninos e molares decíduos e irrupção de segundos molares permanentes) Dentição permanente: Irrupção de caninos e pré- molares permanentes Completa aos 12 anos com a irrupção de segundos molares permanentes 1 1 2 2 3 3 4 4 5 5 6 6 7 7 8 8 Maxila 1º molar Incisivo central Incisivo lateral 1º pré-molar 2º pré-molar Canino 2º molar 3º molar Mandíbula 1º molar Incisivo central Incisivo lateral Canino 1º pré-molar 2º pré-molar 2º molar 3º molar 1 2 3 4 5 6 7 8 1 2 3 4 5 6 7 8 Distância intercanina: Aumenta 5mm na maxila e 3mm na mandíbula. Importante para melhor acomodação dos incisivos permanentes. Distância inter pré-molar: Não há grandes alterações. Distância inter molar: Aumenta 4mm na maxila e 2mm na mandíbula. Importante para melhor acomodação dos incisivos permanentes. Comprimento do arco: Aumento que também fornece espaço para os incisivos (incisivos superiores mais para vestibular e inferiores mais para lingual - ação da língua). Encurtamento devido à diminuição do perímetro. Perímetro do arco: Mesial de primeiro molar à mesial de primeiro molar do lado oposto. Diminui em média 5mm (deslocamento mesial tardio dos molares, componente anterior de força, desgastes interproximais e posicionamento dos incisivos inferiores. Espaço livre de Nance: Diferença entre decíduos e sucessores que deixa: Maxila: 1mm de cada lado Mandíbula: 1,7 e 2mm de cada lado Permite uma movimentação para mesial, convertendo uma oclusão de topo a topo para uma chave de oclusão normal. Oclusão normal A oclusão normal envolve: Presença de todos os dentes permanentes Ausência de diastemas ou apinhamentos Relação normal de molares e caninos Sobressaliência e sobremordida normais Oclusão normal: 3% da população. Dentes permanentes ordenados e alinhados nos arcos dentários e em harmonia com a forças estáticas e dinâmicas. Além disso, saúde periodontal e integridade da ATM. Oclusão estática e funcional. Oclusão aceitável: 27% da população. Mastigação satisfatória, dicção razoável, autóclise, saúde periodontal e estética aceitável. Maloclusão: 70% da população. Qualquer desvio de uma dessas características de normalidade. Oclusão normal estática: 6 chaves de Andrews. 1) Relação interarcos: Molar: cúspide mesiovestibular, crista marginal e cúspide mesioligual. Pré-molares: relação cúspide-ameia. Caninos: relação cúspide-ameia caninos e pré-molar inferior. Incisivos: superiores sobrepõem os inferiores e linha média coincidente. 2) Angulação da coroa ou inclinação mesiodistal: Angulação positiva. 3) Inclinação de coroa ou torque vestíbulo-lingual: Inclinação positiva superior. Inclinação negativa inferior. 4) Ausência de rotações: 5) Contatos justos: 6) Curva de Spee: plana ou leve (2,5mm). Oclusão normal funcional: 1) Oclusão mutuamente protegida: Dentes anteriores protegem os posteriores durante os movimentos mandibulares protrusivos. Dentes posteriores protegem os anteriores durante o fechamento bucal. 2) Oclusão cêntrica: 1 dente oclui com dois dentes do arco oposto (exceto incisivos centrais inferiores e terceiros molares superiores) Distância mesiodistal dos superiores é maior que inferiores até segundo pré-molar. Molares, inferior é maior. Dentes superiores sobrepassam dentes inferiores. Guia de desoclusão anterior: incisivos em oclusão MIH, dentes posteriores desocluem cerca de 2mm. Guia de desoclusão pelo canino: desoclusão feita pelo canino em lateralidade. BIBLIOGRAFIA Obrigada!