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Estrutura organizacional, avaliação, controle e regulação do sus CAP 1

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ESTRUTURA 
ORGANIZACIONAL, 
AVALIAÇÃO, CONTROLE 
E REGULAÇÃO DO SUS
UNIASSELVI-PÓS
Autoria: Milena da Silva Santos
Indaial - 2020
1ª Edição
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Reitor: Prof. Hermínio Kloch
Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol
Equipe Multidisciplinar da Pós-Graduação EAD: 
Carlos Fabiano Fistarol
Ilana Gunilda Gerber Cavichioli
Jairo Martins 
Jóice Gadotti Consatti
Marcio Kisner
Norberto Siegel
Julia dos Santos
Ariana Monique Dalri
Marcelo Bucci
Revisão Gramatical: Equipe Produção de Materiais
Diagramação e Capa: 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Copyright © UNIASSELVI 2020
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri
 UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
S237e
 Santos, Milena da Silva
 Estrutura organizacional, avaliação, controle e regulação do SUS. / 
Milena da Silva Santos. – Indaial: UNIASSELVI, 2020.
 115 p.; il.
 ISBN 978-65-5646-237-0
 ISBN Digital 978-65-5646-238-7
1. Sistema único de saúde. - Brasil. II. Centro Universitário Leonardo 
da Vinci.
CDD 610
Sumário
APRESENTAÇÃO ............................................................................5
CAPÍTULO 1
Conceitos do Sus .............................................................................7
CAPÍTULO 2
Articulação e Integração no Sus.....................................................45
CAPÍTULO 3
Desafios do Sus .............................................................................81
APRESENTAÇÃO
Neste livro, você entenderá como funcionam os mecanismos de deliberação 
e de gestão do Sistema Único de Saúde (SUS), baseados na participação 
na valorização dos mecanismos de controle social, e como eles auxiliam na 
construção das Políticas Estaduais e Municipais de Saúde.
O Sistema Único de Saúde (SUS) é um dos maiores e mais complexos 
sistemas de saúde pública do mundo, abrangendo desde o simples atendimento 
para avaliação da pressão arterial, por meio da Atenção Primária, até o 
transplante de órgãos, garantindo acesso integral, universal e gratuito para 
toda a população do país. Com a sua criação, o SUS proporcionou o acesso 
universal ao sistema público de saúde, sem discriminação. A atenção integral 
à saúde, não somente aos cuidados assistenciais, passou a ser um direito de 
todos os brasileiros, desde a gestação e por toda a vida, com foco na saúde com 
qualidade de vida, visando à prevenção e à promoção da saúde (BRASIL, 2006).
No decorrer dos estudos, veremos que a gestão das ações e dos serviços 
de saúde deve ser solidária e participativa entre os três entes da Federação: a 
União, os Estados e os Municípios. A rede que compõe o SUS é ampla e abrange 
tanto as ações quanto os serviços de saúde. Engloba a atenção primária, média 
e serviços de alta complexidade, os serviços de urgência e emergência, a 
atenção hospitalar, as ações e serviços das vigilâncias epidemiológica, sanitária 
e ambiental e a assistência farmacêutica.
Antes de iniciarmos o primeiro capítulo, vejamos, de acordo com 
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2020), as responsabilidades dos entes que compõem 
o SUS.
A gestão federal da saúde é realizada por meio do Ministério da Saúde. 
O governo federal é o principal financiador da rede pública de saúde. 
Historicamente, o Ministério da Saúde aplica metade de todos os recursos gastos 
no Brasil em saúde pública em todo o país, os estados e municípios, em geral, 
contribuem com a outra metade dos recursos. O Ministério da Saúde formula 
políticas nacionais de saúde, mas não realiza as ações. Para a realização dos 
projetos, depende de seus parceiros (estados, municípios, ONGs, fundações, 
empresas etc.). Também tem a função de planejar, elaborar normas, avaliar e 
utilizar instrumentos para o controle do SUS.
Os estados possuem secretarias específicas para a gestão de saúde. O 
gestor estadual deve aplicar recursos próprios, inclusive nos municípios, e os 
repassados pela União. Além de ser um dos parceiros para a aplicação de 
políticas nacionais de saúde, o estado formula suas próprias políticas de saúde. 
Ele coordena e planeja o SUS em nível estadual, respeitando a normatização 
federal. Os gestores estaduais são responsáveis pela organização do 
atendimento à saúde em seu território.
O gestor municipal deve aplicar recursos próprios e os repassados pela 
União e pelo estado. O município formula suas próprias políticas de saúde e é 
um dos parceiros para a aplicação de políticas nacionais e estaduais de saúde. 
Ele coordena e planeja o SUS em nível municipal, respeitando a normatização 
federal. Pode estabelecer parcerias com outros municípios para garantir o 
atendimento pleno de sua população, para procedimentos de complexidade que 
estejam acima daqueles que pode oferecer.
CAPÍTULO 1
CONCEITOS DO SUS
A partir da perspectiva do saber-fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
• Conceituar processos de atenção e regulação, na diretriz do SUS, visando o 
controle social, análise e gestão.
• Entender as decisões da regulação, fazendo um diagnóstico desde a criança 
até o idoso.
• Aprender como se dá a regulação, através dos acessos dos serviços de saúde.
8
 ESTruTurA orGANiZACioNAL, AVALiAÇÃo, CoNTroLE E rEGuLAÇÃo Do SuS
9
CONCEITOS DO SUS Capítulo 1 
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Prezado acadêmico, neste capítulo, você dominará os conceitos e diretrizes 
do SUS, bem como a política nacional de regulação e os acessos dos serviços de 
saúde, desde a infância até a geriatria.
Entendemos que o SUS corresponde a um conceito de saúde que implica na 
complexidade, na diversidade e na amplitude da produção da vida humana. Entre 
os novos caminhos para a saúde que o SUS pode nos trazer, está a possibilidade 
de inovação ao campo conceitual da atenção à saúde, principalmente no que diz 
respeito à confi guração de redes regionalizadas e hierarquizadas para a atenção. 
Vejamos que, essas redes precisam, por princípios éticos e legais, considerar 
como suas diretrizes, o atendimento integral, a descentralização da gestão e a 
participação social.
Quando falamos em SUS, implicamo-nos necessariamente com os caminhos 
da descentralização da gestão setorial, da integralidade da atenção à saúde e da 
participação popular com poder deliberativo. São essas as direções de processos 
de trabalho na gestão e a organização do trabalho e das práticas cotidianas. A 
cada diretriz correspondem possibilidades distintas, mas sempre entrecruzadas, 
estabelecendo rotações de eixo e produção de sentidos.
Você estudará o que está defi nido na lei, a produção efetiva de movimentos 
sociais, como demanda e necessidade de pessoas, e que o SUS deve buscar 
dar conta de pensar e organizar um sistema de saúde que corresponda ao 
conceito abrangente de saúde como expressões da vida, conforme nos indicam a 
Constituição Federal (1988) e a Lei Orgânica da Saúde (1990).
2 CONCEITOS E DIRETRIZES DA 
REGULAÇÃO EM SAÚDE
A Organização Mundial de Saúde (OMS) conceitua a saúde como o estado 
de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de 
doenças. Em seu sentido mais abrangente, a saúde é a resultante das condições 
de alimentação, habitação, educação, renda, meio ambiente, trabalho, transporte, 
emprego, lazer, liberdade, acesso e posse de terra e acesso a serviços de saúde. 
Equilíbrio dinâmico, harmonia, integração corpo e mente espiritualidade. À medida 
que os anos passam, o autocuidado deve aumentar (BRASIL, 2006).
Antes de tudo, vejamos a população brasileira em números, de acordo com 
o Censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística (IBGE), somos 
10
 ESTruTurA orGANiZACioNAL, AVALiAÇÃo, CoNTroLE E rEGuLAÇÃo Do SuS
190.732.694 milhões de brasileiros, 84% vivem em áreas urbanas e para cada 
100 mulhereshá 95,9 homens, ou seja, existem mais de 3,9 milhões de mulheres 
a mais que homens.
Ainda, no crescimento das regiões brasileiras entre os censos de 2000-
2010, levantou-se que: a Região Sudeste, com 80.353.724 pessoas, de 42,8% 
para 42,1% cresceu 10,97%; a Região Nordeste, com 53.078.137, de 28,2% para 
27,8%, cresceu 11,18%; a Região Sul, com 27.384.815, de 14,8% para 14,4%, 
cresceu 9,07%; a Região Norte, com 15.865.678, aumentou de 7,6% para 8,3%, 
cresceu 22,98%; e a Região Centro-Oeste, com 14.050.340, de 6,9% para 7,4%, 
cresceu 20,94%) (IBGE, 2010). 
O censo ainda nos traz que São Paulo lidera com 41.252.160 pessoas, 
seguido de Rio de Janeiro com 6.323.037, Salvador com 2.676.606, Brasília logo 
atrás com 2.562.963, Fortaleza com 2.447.409, em sexto lugar, Belo Horizonte 
com 2.375.444 e, em décimo lugar, no país, está Porto Alegre com 1.409.939 
pessoas.
De acordo com Veras (2009), o crescimento da população idosa 
é um fenômeno mundial e, no Brasil, as modifi cações ocorrem de 
forma radical e bastante acelerada. A cada ano, 650 mil novos idosos 
são incorporados à população brasileira, a maior parte com doenças 
crônicas e alguns com limitações funcionais.
A seguir, uma fi gura revelando que, em 2025, teremos, nesta população, mais 
idosos do que jovens. Trazemos aqui uma indagação, se estamos preparados 
para o envelhecimento do país, se temos diretrizes nesta faixa etária? 
11
CONCEITOS DO SUS Capítulo 1 
Pós-graduando, vale a leitura de artigos sugeridos e a discussão 
grupal, a critério, no ambiente onde você está inserido. 
Um dos artigos sugeridos é Desigualdade social e saúde 
entre idosos brasileiros: um estudo baseado na Pesquisa Nacional 
por Amostra de Domicílios, de Maria Fernanda Lima-Costa e 
colaboradores, disponível em: https://www.scielo.br/pdf/csp/
v19n3/15878.pdf.
Sugerimos também a leitura do artigo intitulado Condições de 
saúde, capacidade funcional, uso de serviços de saúde e gastos com 
medicamentos da população idosa brasileira: um estudo descritivo 
baseado na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, acessando 
o link https://www.scielo.br/pdf/csp/v19n3/15877.pdf, bem como do 
artigo Doenças crônicas não transmissíveis no Brasil: repercussões 
do modelo de atenção à saúde sobre a seguridade social, disponível 
em: https://www.scielo.br/pdf/csc/v9n4/a02v9n4.pdf, ambos escritos 
por Aloyzio Achutti e Maria Ines Reinert Azambuja.
FIGURA 1 – ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO BRASILEIRA, 
POR SEXO, NOS ANOS 2000, 2025 E 2050
FONTE: IBGE (2010, s.p.)
12
 ESTruTurA orGANiZACioNAL, AVALiAÇÃo, CoNTroLE E rEGuLAÇÃo Do SuS
Vistos esses artigos, damo-nos conta de que a saúde brasileira 
carece de assistência, principalmente na população idosa por ser 
a mais fragilizada e necessitada. Com base nos textos, qual sua 
opinião frente aos artigos lidos?
R.: 
Continuando em nossa linha de pensamento, vimos que os idosos são a 
maioria no país, vejamos como se deu o índice de envelhecimento nas regiões e 
onde precisamos ampliar e regular os serviços para acesso em sua totalidade nas 
faixas etárias.
TABELA 1 – ÍNDICE DE ENVELHECIMENTO POR ANO, SEGUNDO REGIÕES BRASIL
Índice de envelhecimento, por ano, segundo regiões Brasil, 1991, 1996, 2000 e 
2005
Região 1991 1996 2000 2005
Brasil 21,0 25,0 28,9 33,9
Norte 10,9 12,9 14,7 16,6
Nordeste 18,4 22,0 25,5 30,3
Sudeste 25,4 30,3 34,8 40,8
Sul 24,1 28,6 33,4 39,3
Centro-Oeste 14,7 18,3 22,1 26,4
FONTE: IBGE (2010, s.p.)
O índice de envelhecimento mostra a participação crescente de idosos em 
relação aos jovens na população, evidenciando a redução do índice de natalidade 
e o aumento da esperança de vida ao nascer, conforme a tabela a seguir.
TABELA 2 – TAXA BRUTA E TAXA PADRONIZADA DE 
NATALIDADE, POR ANO, SEGUNDO REGIÕES BRASIL
Taxa bruta e taxa padronizada de natalidade, por ano, segundo regiões Brasil, 
1991, 1995, 2000 e 2004
Região 1991 1995 2000 2004
Bruta Bruta Bruta Padronizada Bruta Padronizada
Brasil 23,39 21,97 21,06 20,94 18,17 18,11
Norte 31,93 30,14 28,63 28,15 23,62 22,75
Nordeste 26,81 25,13 24,29 24,23 21,66 21,26
13
CONCEITOS DO SUS Capítulo 1 
Sudeste 20,23 19,20 18,71 18,52 15,87 15,84
Sul 21,49 19,77 17,96 18,41 14,83 15,61
Centro-Oes-
te 24,38 22,34 20,70 19,22 19,16 17,95
FONTE: IBGE (2010, s.p.)
No período, observam-se valores decrescentes para todas as regiões 
brasileiras. Os dados padronizados evidenciam as diferenças regionais, sendo 
que as regiões Norte e Nordeste apresentam os mais elevados níveis de 
natalidade e as regiões Sul e Sudeste os mais reduzidos.
GRÁFICO 1 – ESPERANÇA DE VIDA AO NASCER REGIÕES BRASILEIRAS
FONTE: IBGE (2010, s.p)
Concluímos com essas ilustrações que nasce menos brasileiros do que 
morrem, tornando, assim, nosso país um país de “cabelos brancos”.
Verifi ca-se que existe uma tendência ao aumento na estimativa de vida ao 
nascer, em anos de vida, fechando com dados populacionais, que evidenciam um 
aumento no número de idosos. Justifi ca-se, então, ações de saúde pontuais para 
essa população.
TABELA 3 – ESPERANÇA DE VIDA AO NASCER: INDICADOR DA REGIÃO SUL
FONTE: IBGE (2010, s.p.)
14
 ESTruTurA orGANiZACioNAL, AVALiAÇÃo, CoNTroLE E rEGuLAÇÃo Do SuS
Cabe lembrarmos que os princípios do SUS conceituados a 
seguir, são de acordo com a Constituição Federal (1988), disponível 
no site do Ministério da Saúde.
• Universalização: a saúde é um direito de cidadania de 
todas as pessoas e cabe ao Estado assegurar este direito, sendo 
que o acesso às ações e serviços deve ser garantido a todas as 
pessoas, independentemente de sexo, raça, ocupação ou outras 
características sociais ou pessoais.
• Equidade: o objetivo desse princípio é diminuir 
desigualdades. Apesar de todas as pessoas possuírem direito aos 
serviços, as pessoas não são iguais e, por isso, têm necessidades 
distintas. Em outras palavras, equidade signifi ca tratar desigualmente 
os desiguais, investindo mais onde a carência é maior.
• Integralidade: este princípio considera as pessoas como 
um todo, atendendo a todas as suas necessidades. 
FONTE: <http://bvsms.saude.gov.br/ultimas-noticias/3295-
lei-n-8080-30-anos-de-criacao-do-sistema-unico-de-
saude-sus#:~:text=Princ%C3%ADpios%20do%20
SUS%3A,outras%20caracter%C3%ADsticas%20sociais%20
ou%20pessoais.>. Acesso em: 11 nov. 2020.
Para isso, é importante a integração de ações, incluindo a promoção da 
saúde, a prevenção de doenças, o tratamento e a reabilitação. 
O princípio de integralidade pressupõe a articulação da saúde com outras 
políticas públicas, para assegurar uma atuação intersetorial entre as diferentes 
áreas que tenham repercussão na saúde e qualidade de vida dos indivíduos. 
Ainda, sobre os princípios organizativos, o Ministério da Saúde (2020) traz, 
regionalização e hierarquização: os serviços devem ser organizados em níveis 
crescentes de complexidade, circunscritos a uma determinada área geográfi ca, 
planejados a partir de critérios epidemiológicos e com defi nição e conhecimento 
da população a ser atendida. 
A regionalização é um processo de articulação entre os serviços que já 
existem, visando seu comando unifi cado. Já a hierarquização deve proceder 
à divisão de níveis de atenção e garantir formas de acesso a serviços que façam 
parte da complexidade requerida pelo caso, nos limites dos recursos disponíveis 
em uma dada região.
15
CONCEITOS DO SUS Capítulo 1 
 O texto anterior nos dá uma ideia de como o SUS foi construído. 
Será que temos clareza de nossos direitos e deveres? Com base 
nesta indagação, solicitamos que você registre sua resposta no 
espaço a seguir. Estes registros poderão questionar certezas ou 
elucidar dúvidas que possuímos em relação às nossas ações e 
atitudes.
R.: 
Descentralização e comando único: descentralizar é redistribuir poder 
e responsabilidade entre os três níveis de governo. Com relação à saúde, 
descentralização objetiva prestar serviços com maior qualidade e garantir o 
controlee a fi scalização por parte dos cidadãos. 
No SUS, a responsabilidade pela saúde deve ser descentralizada até o 
município, ou seja, devem ser fornecidas ao município condições gerenciais, 
técnicas, administrativas e fi nanceiras para exercer esta função.
Para que valha o princípio da descentralização, existe a concepção 
constitucional do mando único, em que cada esfera de governo é autônoma e 
soberana nas suas decisões e atividades, respeitando os princípios gerais e a 
participação da sociedade.
Participação popular: a sociedade deve participar no dia a dia do sistema. 
Para isso, devem ser criados os Conselhos e as Conferências de Saúde, que 
visam formular estratégias, controlar e avaliar a execução da política de saúde.
Para falarmos nos conceitos e diretrizes da regulação na saúde pública, 
precisamos lembrar um pouco da história. O INAMPS – Instituto Nacional de 
Assistência Médica da Previdência Social –, fazia um repasse fi nanceiro segundo 
média histórica com teto físico e fi nanceiro e não levava em conta a demanda e 
não atendia à necessidade da população. 
Em, 1988, cria-se a Constituição do SUS, grande marco na saúde pública até 
os dias atuais, logo após, em 1990, com a Lei nº 8.080, regulamentou-se o SUS 
16
 ESTruTurA orGANiZACioNAL, AVALiAÇÃo, CoNTroLE E rEGuLAÇÃo Do SuS
(com o artigo 16 da Constituição) e a Lei nº 8.142, que regulamenta o repasse 
de recursos e cria os Conselhos Municipais de Saúde, grande marco na história, 
podendo contar com esse importante instrumento até hoje. 
A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 é também 
chamada de “Constituição Cidadã”. Ela é considerada um marco fundamental 
na redefi nição das prioridades da política do Estado na área da saúde coletiva. É 
ela que marca a criação do Sistema Único de Saúde como um sistema de direito 
universal, descentralizado e participativo.
Em 1993, com a Lei nº 8.689, extingue-se o INAMPS, cria-se o INSS – 
Instituto Nacional de Seguridade Social – e se permite a transferência de recursos 
humanos do estado e da União para o município. Através da Norma Operacional 
Básica (NOB), em 1996, dá-se início ao processo de municipalização com níveis 
de gestão incipiente, parcial e semiplena, defi nindo as competências do Município, 
Estado e União. 
Em suma, na regulação, o município é responsável pela gestão da atenção 
básica e o estado e a união pela gestão da alta complexidade, sendo assim, os 
responsáveis deverão organizar e executar, incluir a proposta, inserir a estratégia, 
organizar o fl uxo de usuários, garantir a infraestrutura, selecionar, contratar 
e remunerar as equipes, programar as ações, alimentar as bases, realizar o 
monitoramento, qualifi car os recursos, fi rmar, monitorar e avaliar os indicadores, 
consolidar, acompanhar e avaliar o trabalho, estimular e viabilizar a capacitação, 
buscando parcerias com organizações governamentais.
Seguindo a história na saúde pública, cria-se a NOB 98, de 1998, que traz 
a Gestão Plena do Sistema e a Plena de Atenção Básica (PAB), com pactuação 
de indicadores para avaliação e acompanhamento das ações do município. Aqui, 
o repasse de recursos se dá com valor fi xo per capita e mais valor específi co de 
acordo com a adesão dos municípios a projetos e programas do Ministério da 
Saúde (2020).
Em 1999, a Portaria nº 1.399 do MS regulamenta a NOB SUS 01/1996, 
dispondo sobre a transferência de recursos fundo a fundo. 
De acordo com Ministério da Saúde, acesso em 2020, desde 2001, a 
Norma Operacional de Assistência à Saúde (NOAS) estabelece um conjunto de 
estratégias com defi nições de responsabilidades assumidas em conjunto pela 
União, estados e municípios: organização de sistemas funcionais de assistência 
à saúde e ações de atenção básica que devem ser desenvolvidas por todos 
os municípios de acordo com o perfi l epidemiológico. Aqui, a transferência de 
recursos se dava através do Piso de Atenção Básica Ampliada (PABA) com 
17
CONCEITOS DO SUS Capítulo 1 
Em 2006, cria-se o Pacto pela Saúde, através da Portaria GM nº 
399, de 22 de fevereiro. O pacto se divide em Pacto pela Vida, Pacto 
de Gestão do SUS e Pacto em Defesa do SUS. 
• O Pacto pela Vida traz as questões de saúde do idoso, câncer 
de colo uterino e de mama, mortalidade infantil e materna, doenças 
emergentes e endêmicas com ênfase na tuberculose, hanseníase, 
dengue, malária e infl uenza, promoção da saúde e fortalecimento da 
atenção básica. 
• O Pacto pela Defesa do SUS busca implementar um projeto 
permanente de mobilização social, elaborar e divulgar a carta dos 
direitos dos usuários do SUS. 
• O Pacto de Gestão visa defi nir, de forma inequívoca, a 
responsabilidade de cada instância gestora do SUS, estabelecer 
as diretrizes para gestão do SUS, bem como os desafi os atuais 
para atenção básica: a gestão e planejamento, o fi nanciamento, 
os recursos humanos, a organização do trabalho, a estrutura 
física e equipamentos, os sistemas de informação, a assistência 
algumas ações de média complexidade à Atenção Básica, repassava uma 
parcela fi xa de R$ 12,00/habitante/ano e uma parcela variável com a adesão 
do município a programas e projetos do MS, como Programa Saúde da Família 
(PSF), Assistência Farmacêutica Básica e Qualifi cação do SUS (QUALISUS) etc.
FIGURA 2 – FINANCIAMENTOS DA SAÚDE
FONTE: Ministério da Saúde (2020, s.p.)
18
 ESTruTurA orGANiZACioNAL, AVALiAÇÃo, CoNTroLE E rEGuLAÇÃo Do SuS
farmacêutica, o conselho gestor e controle social, a integração das 
ações de vigilância em saúde e a integração entre Atenção Básica 
(AB) e serviços especializados. 
FIGURA 3 – FIGURA ILUSTRATIVA SOBRE AS DIMENSÕES DO PACTO
FONTE: Ministério da Saúde (2020, s.p.)
A Portaria nº 1.996/2007 defi ne a política de Educação Permanente em 
Saúde, reafi rma seus princípios como norteadores para a construção de tal política 
e das ações educativas na saúde, recolocando a questão de que as demandas 
para a formação e desenvolvimento dos trabalhadores no SUS sejam defi nidas a 
partir da identifi cação dos problemas cotidianos referentes à atenção, à saúde e 
à organização do trabalho. Além disso, reafi rma a compreensão e tratamento da 
gestão da educação na saúde (formação e desenvolvimento) como uma questão 
de natureza tecnopolítica, uma vez que envolve mudanças nas relações, nos 
processos, nos atos de saúde, nas organizações e nas pessoas. 
Reafi rma, também, a necessidade de articulação intra e interinstitucional 
que cria compromissos entre as diferentes redes de gestão, de serviços de saúde 
e educação e do controle social, possibilitando o enfrentamento criativo dos 
problemas e uma maior efetividade das ações de saúde e educação. 
As ações de Educação na Saúde passam a compor o Pacto de Gestão, do 
Pacto pela Saúde. A responsabilidade pelas ações de educação na saúde está 
incluída na agenda da gestão do SUS, como atividade que pode e deve contribuir 
para o seu desenvolvimento, consolidando mudanças nas práticas de saúde em 
19
CONCEITOS DO SUS Capítulo 1 
 A educação permanente de saúde faz parte da saúde e da 
regulação, pois sem a uniformidade das informações não se 
faz política de saúde efi caz. Para pensar, anotar e despertar 
interesses, existe uma Política de Educação Permanente em Saúde 
no âmbito municipal? Que estrutura organizacional é responsável 
pela condução dessa política no âmbito municipal? Qual a dotação 
orçamentária destinada à Política Municipal de Educação Permanente 
em Saúde? Qual a participação das instâncias de controle social na 
formulação e implementação dessa política? O Plano Municipal de 
Saúde contempla as questões da formação e desenvolvimento dos 
trabalhadores para o SUS? Que linhas de ação estão contempladas 
na Política Municipal de Educação Permanente em Saúde? O que foi 
realizado nos últimos dois anos nessa área?
R.: 
direção ao atendimento dos princípios fundamentais do SUS. 
Os gestores passam a contar com o fi nanciamento federalregular e 
automático para a Educação na Saúde, por meio do Bloco de Financiamento 
da Gestão com repasse Fundo a Fundo. Assim, terão condições de planejar 
regionalmente no curto, médio e longo prazo ações educativas de formação e 
desenvolvimento que respondam às necessidades do sistema e estejam de 
acordo com a realidade local.
A Educação Permanente em Saúde (EPS) tem o objetivo de constituir 
uma rede de ensino-aprendizagem no exercício de trabalho no SUS, com a 
sua recomposição na direção das necessidades da população/usuários como 
cidadãos de direitos. Afi nal, no setor da saúde ocorre uma concentração do saber 
em áreas técnicas de profi ssionais específi cos, que anulam as realidades locais 
em prol do conhecimento técnico que impõe uma linha de prescrições ao trabalho. 
Portanto, faz-se necessário ampliar as possibilidades de respostas para além do 
normatizado, por meio da interação intersubjetiva, em direção às necessidades 
de saúde dos usuários/população (CECCIM, 2005).
20
 ESTruTurA orGANiZACioNAL, AVALiAÇÃo, CoNTroLE E rEGuLAÇÃo Do SuS
Atualmente, o SUS vem passando por intensivos movimentos 
que visam sua qualifi cação e efetivação enquanto política de saúde 
no Brasil. Esses movimentos incluem:
• A Portaria nº 4.279/2010 que estabelece as diretrizes para a 
organização da Rede de Atenção à Saúde no âmbito do Sistema 
Único de Saúde (SUS).
• O Decreto nº 7.508/2011 que regulamenta a Lei nº 8.080 
e dispõe sobre a organização do Sistema Único de Saúde (SUS), 
o planejamento da saúde, a assistência à saúde e a articulação 
interfederativa. 
• A Portaria nº 1.459/2011 que institui a Rede Cegonha. 
• A Portaria nº 1.654/2011 instituindo o Programa Nacional de 
Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB) e 
o Incentivo Financeiro do PMAQ-AB.
• A Portaria nº 2.979/2011, dispondo sobre a transferência de 
recursos aos Estados e Distrito Federal para qualifi cação de gestão 
no SUS. 
• A Rede de Atenção Integral em Saúde Mental e o processo 
de implantação das Linhas de Cuidado em Saúde Mental, Álcool e 
outras Drogas.
Cada um destes documentos, portarias, decretos, pactuações trazem 
implicações para os arranjos da gestão, da atenção, do controle social e da 
formação, impactando diretamente nos modos de organizar o processo de 
trabalho em saúde. Novos coletivos, comissões, grupos condutores de caráter 
multiprofi ssional e intersetorial, apoio institucional, matriciamento se expandem da 
atenção para a gestão. 
Os indicadores podem ser sociais, econômico-fi nanceiros e de saúde, dentre 
outros. Dentre os indicadores de saúde, destacamos os indicadores de morbidade 
(doença), de mortalidade e de cobertura assistencial.
Para se organizar todo este fl uxo, os municípios constroem o Plano de Saúde, 
que é um documento de intenção política, de diagnóstico, de estratégias, de 
prioridades e de metas vistos sob uma ótica analítica. Trata-se de um instrumento 
referencial básico que refl ete as diferentes realidades de saúde de uma população 
para propor estratégias de enfrentamento dos problemas evidenciados.
21
CONCEITOS DO SUS Capítulo 1 
No âmbito do Sistema de Planejamento do SUS, defi ne-se como Plano 
de Saúde o instrumento que, a partir de uma análise situacional, apresenta 
as intenções e os resultados a serem buscados no período de quatro anos, 
expressos em objetivos, diretrizes e metas.
O Plano deve ser construído com base nos níveis de atenção e diagnóstico 
de cada município. Um planejamento bem feito, dar-se-á uma regulação de 
qualidade.
FIGURA 4 – ILUSTRATIVA SOBRE O SISTEMA DE SAÚDE
FONTE: Ministério da Saúde (2020, s.p.)
O processo de formulação do Plano de Saúde, além de requisito legal, é um 
dos mecanismos relevantes para se assegurar o princípio de unicidade do SUS e 
a participação social.
 Ele deve ser submetido na íntegra ao Conselho de Saúde correspondente, 
para apreciação e modifi cações que julgarem necessárias. As ações, os recursos 
fi nanceiros e outros elementos que dão sequência prática ao Plano não são 
objeto de explicitação no instrumento Plano de Saúde. A Programação Anual em 
Saúde é uma etapa posterior, que será contemplada após a conclusão do Plano 
Municipal de Saúde.
Em síntese, o Plano de Saúde deve ser a expressão das políticas e dos 
compromissos de saúde numa determinada esfera de gestão. É a base para a 
execução, o monitoramento, a avaliação e a gestão do sistema de saúde.
22
 ESTruTurA orGANiZACioNAL, AVALiAÇÃo, CoNTroLE E rEGuLAÇÃo Do SuS
Vale a pena assistirmos ao fi lme Os Intocáveis, link do trailer 
no https://www.youtube.com/watch?v=u3AUxnzuNKs, ele conta a 
história de um milionário tetraplégico que contrata um homem da 
periferia para ser o seu acompanhante, apesar de sua aparente falta 
de preparo. No entanto, a relação que antes era profi ssional cresce e 
vira uma amizade que mudará a vida dos dois. 
O que queremos despertar em você, acadêmico, é que devemos 
a todo instante nos colocar no lugar do outro. Somos trabalhadores do 
SUS ou da saúde privada, trabalhamos com doenças na maioria das 
vezes impossíveis de serem esperadas. E, ao mesmo tempo, temos 
uma burocracia a seguir. Fazer planejamento, faz-se necessário de 
acordo com a legislação e padronização, mas também, atingir os 
anseios do usuário.
Compete ao SUS, o cuidado com seus trabalhadores, para além do 
ordenamento de recursos humanos e a formação em todos os sentidos possíveis. 
Emerge a necessidade de formular novos desenhos formativos compatíveis com 
os movimentos desencadeados pelo próprio SUS, pois a qualidade de vida é um 
conceito multidimensional que abrange aspectos físicos, sociais e emocionais.
O acolhimento faz parte de uma das diretrizes de maior relevância ética/
estética/política da Política Nacional de Humanização do SUS, sendo aplicado 
não somente ao usuário, mas a todos os envolvidos nos processos. Como diretriz, 
podemos inscrever o acolhimento como uma tecnologia do encontro, um regime 
de afabilidade construído a cada encontro e, através destes, a construção de uma 
rede de conversações afi rmadoras de relações de potência nos processos de 
produção de saúde (FRANCO, 1999).
O acolhimento não é um espaço ou um local, mas uma postura ética, 
não pressupõe hora ou profi ssional específi co para fazê-lo e implica em 
compartilhamento de saberes, angústias e invenções tomando para si a 
responsabilidade de “abrigar e agasalhar”, sempre respeitando as suas 
demandas, com responsabilidade e resolutividade sinalizada pelo caso em 
questão (TEIXEIRA, 2003).
Por não se tratar de formulações baseadas unicamente em repasses 
sistemáticos e maciços de informações, mas da educação viva em ato, 
acompanhando o trabalho vivo em ato da saúde, é que surge a proposta de 
composição de caminhos, percursos e itinerários formativos. Não se faz regulação 
sem união e sem seguir leis, isto é uma diretriz.
23
CONCEITOS DO SUS Capítulo 1 
Com base no modelo teórico, você consegue vincular algo de 
sua experiência a este fi lme. Alguma vez se deu conta que seria 
direito do usuário, mas a legislação assim não permitia, descreva 
no espaço que segue. A regulação está próxima do planejamento na 
sua opinião?
R.: 
3 POLÍTICA NACIONAL DE 
REGULAÇÃO
A Política Nacional de Regulação, instituída pela Portaria GM/MS nº 
1.559/2008, está organizada em três dimensões integradas entre si: Regulação 
de Sistemas de Saúde, Regulação da Atenção à Saúde e Regulação do Acesso 
à Assistência, que devem ser desenvolvidas de forma dinâmica e integrada, com 
o objetivo de apoiar a organização do sistema de saúde brasileiro, otimizar os 
recursos disponíveis, qualifi car a atenção e o acesso da população às ações e 
aos serviços de saúde (BRASIL, 2017).
Com o objetivo de implementar a operacionalização da Central Nacional de 
Regulação de Alta Complexidade (CNRAC), foi editada a Portaria SAS nº 688, de 
6 de abril de 2017, que reformula Regulamento Técnico da CNRAC e dasCERAC 
– Centrais Estaduais de Regulação de Alta Complexidade (BRASIL, 2017).
Constatada a necessidade de complementação da rede de saúde, deverá 
ser observada a preferência que as entidades privadas, sem fi ns lucrativos, têm 
em participar do sistema de saúde (Lei nº 8.080/1990, art. 24 e 25) (BRASIL, 
2017).
Conforme previsto na Portaria nº 2.567/2016, com estas entidades deverá 
ser celebrado o instrumento de contrato quando houver a prestação de serviços 
de saúde.
A Regulação do Acesso à Assistência, em especial, consiste na ordenação 
e qualifi cação dos fl uxos de acesso às ações e serviços de saúde, de modo 
a otimizar a utilização dos recursos assistenciais disponíveis e promover a 
24
 ESTruTurA orGANiZACioNAL, AVALiAÇÃo, CoNTroLE E rEGuLAÇÃo Do SuS
transparência, a integralidade e a equidade no acesso às ações e aos serviços, 
em tempo oportuno, dispondo, para tal, entre outros instrumentos, de diretrizes 
operacionais e protocolos de regulação (BRASIL, 2017).
Como estratégia da Regulação do Acesso à Assistência, foi instituída, 
no âmbito do SUS, a Central Nacional de Regulação de Alta Complexidade, 
por meio da Portaria GM/MS nº 2.309/2001, com a fi nalidade de organizar a 
referência interestadual de pacientes que necessitam de assistência em 
alta complexidade nas especialidades de cardiologia, neurologia, oncologia, 
traumatologia e ortopedia e procedimentos cirúrgicos relativos à cirurgia 
bariátrica (BRASIL, 2017).
Quanto ao sistema de informação disponibilizado pelo Ministério da Saúde 
(2020), o Sistema de Regulação (SISREG) é um sistema web, criado para o 
gerenciamento de todo complexo regulador, por meio de módulos que permitem 
a regulação do acesso de consultas, exames, procedimentos de média e alta 
complexidade, bem como a regulação das internações de urgência e cirurgias 
eletivas (BRASIL, 2017).
Com o intuito de estabelecer prazo para que Estados, Distrito Federal e 
Municípios comprovem ao Ministério da Saúde a execução dos recursos 
fi nanceiros transferidos para a implantação e/ou implementação de Complexos 
Reguladores e informatização das Unidades de Saúde, no âmbito do Sistema 
Único de Saúde (SUS), nos termos do disposto no art. 14, da Portaria GM/MS 
nº 2.923/2013, o Ministério da Saúde editou a Portaria GM/MS nº 2.615, de 22 
de agosto de 2018, prevendo a data de 31/12/2018 como limite máximo para a 
comprovação da execução dos recursos (BRASIL, 2017).
A fi m de estabelecer incentivo fi nanceiro de investimento e custeio para 
fomento das ações de regulação, no âmbito do SUS, o Ministério da Saúde 
editou as seguintes portarias: Portaria GM/MS nº 2.923/2013, Portaria GM/MS 
nº 1.792/2012 e Portaria GM/MS nº 2.655/2012.
Faça uma pausa aqui. Pense na sua realidade como profi ssional 
ou cidadão. Em seu município, como são as demandas na saúde 
pública. São seguidos critérios de acordo com a política nacional?
R.: 
25
CONCEITOS DO SUS Capítulo 1 
Vamos falar um pouquinho em protocolos: sem eles não 
há regulação, os Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas 
(PCDT) são documentos que estabelecem critérios para o 
diagnóstico da doença ou do agravo à saúde; o tratamento 
preconizado, com os medicamentos e demais produtos apropriados, 
quando couber; as posologias recomendadas; os mecanismos de 
controle clínico; e o acompanhamento e a verifi cação dos resultados 
terapêuticos, a serem seguidos pelos gestores do SUS (BRASIL, 
2006). 
Devem ser baseados em evidência científi ca e considerar critérios de efi cácia, 
segurança, efetividade e custo-efetividade das tecnologias recomendadas 
(BRASIL, 2006).
As Diretrizes Diagnósticas e Terapêuticas (DDT) em oncologia são 
documentos baseados em evidência científi ca que visam nortear as melhores 
condutas na área da Oncologia (BRASIL, 2006). 
A principal diferença em relação aos PCDT é que, por conta do sistema 
diferenciado de fi nanciamento dos procedimentos e tratamentos em oncologia, 
este documento não se restringe às tecnologias incorporadas no SUS, mas 
ao que pode ser oferecido a este paciente, considerando que o fi nanciamento 
é repassado como procedimento para o atendimento aos centros de atenção 
e a autonomia desses na escolha da melhor opção para cada situação clínica 
(BRASIL, 2006).
Os Protocolos de Uso são documentos normativos de escopo 
mais estrito, que estabelecem critérios, parâmetros e padrões para 
a utilização de uma tecnologia específi ca em determinada doença ou 
condição (BRASIL, 2006).
As Diretrizes Nacionais Brasileiras são documentos norteadores 
das melhores práticas a serem seguidas por profi ssionais de saúde e 
gestores, sejam eles do setor público ou privado da saúde (BRASIL, 
2006).
As Diretrizes 
Nacionais 
Brasileiras são 
documentos 
norteadores das 
melhores práticas 
a serem seguidas 
por profi ssionais de 
saúde e gestores, 
sejam eles do setor 
público ou privado 
da saúde (BRASIL, 
2006).
26
 ESTruTurA orGANiZACioNAL, AVALiAÇÃo, CoNTroLE E rEGuLAÇÃo Do SuS
As Linhas de Cuidados apresentam a organização do sistema de saúde 
para garantir um cuidado integrado e continuado, com o objetivo de atender às 
necessidades de saúde do usuário do SUS em sua integralidade (BRASIL, 2006).
As diretrizes para a organização de Redes de Atenção à Saúde (RAS), 
no âmbito do SUS, propostas pelo Ministério da Saúde, evidenciam a Atenção 
Básica como centro de comunicação da RAS, assumindo um papel-chave na sua 
estruturação como ordenadora da Rede e coordenadora do cuidado (BRASIL, 
2006). 
Para tanto, a Atenção Básica, a partir das Unidades Básicas de Saúde 
(UBS), deve ser o nível fundamental de um sistema de atenção à saúde, pois 
constitui a porta de entrada preferencial, ou seja, o primeiro contato dos usuários 
com o sistema, sendo o primeiro elemento de um processo contínuo e integral de 
atenção (BRASIL, 2006).
A regulação assistencial ou regulação do acesso, entendida como a 
“disponibilização da alternativa assistencial mais adequada à necessidade do 
cidadão, de forma equânime, ordenada, oportuna e qualificada”, é um poderoso 
mecanismo de organização e gestão da rede de atenção à saúde no âmbito 
municipal, trazendo benefícios para a população usuária dos serviços (BRASIL, 
2006). 
Na gestão, o processo regulatório favorece a resolução dos casos que 
exigem a ação coordenada de vários pontos da rede de atenção, além de permitir 
o conhecimento mais aprofundado e dinâmico da rede assistencial (BRASIL, 
2006).
Também favorece a identificação das áreas críticas e das necessidades 
de saúde de maneira ampliada, orientando para o melhor controle dos gastos, 
melhor utilização dos recursos e qualidade na prestação de serviços. Esses 
processos devem ocorrer nos seus vários locos de produção do cuidado, sejam 
eles realizados em uma UBS – a partir da microrregulação qualificada in loco 
ou nas Coordenadorias Regionais de Saúde (CRS), Complexos Reguladores 
Municipal, Estadual e Nacional. Alguns instrumentos são muito importantes nesse 
processo, entre eles os Protocolos de Regulação do Acesso, que compreendem 
diretrizes para a solicitação e uso adequado e racional das tecnologias de apoio 
diagnóstico e terapias especializadas (BRASIL, 2006). 
Estes documentos estabelecem critérios qualificados de avaliação de risco, 
identificando as prioridades e garantindo a agilidade no acesso para aqueles 
pacientes que mais necessitam. A estes se somam outros instrumentos como 
27
CONCEITOS DO SUS Capítulo 1 
A população brasileira está cada vez mais velha, seguindo uma 
tendência que se observa desde 1992. Pessoas com 60 anos ou 
mais, que eram 7,9% da população brasileira em 1992, passaram 
a ser 11,1% no ano de 2008. Já são quase 21 milhões de pessoas 
com mais de 60 anos. A proporção de brasileiros idosos aumentou 
5,7% em 2008 em relação a 2007. O Estado do Rio de Janeiro tem a 
maior proporção de pessoas com mais de 60 anos e concentra quase 
15,0% dos brasileiros nessa faixa etária.No Rio Grande do Sul e em 
São Paulo, eles representam 13,5% e 11,9% respectivamente, do 
total de residentes (IBGE, 2010).
os Sistemas de Informação em Saúde da Regulação, que tem como objetivo 
principal sistematizar e gerenciar as rotinas desde o Complexos Reguladores até 
a microrregulação que ocorre nas UBS (BRASIL, 2006).
Faça a leitura de pelo menos um protocolo da regulação 
de serviços de saúde, você encontrará em: www.saude.gov.br_
regulaçao. 
Você conseguiu vislumbrar novos horizontes em termos de 
modelos de organização da regulação? A partir destes enfoques, 
para melhor sistematização de suas ideias, sugerimos que elabore 
um texto, uma síntese.
R.: 
28
 ESTruTurA orGANiZACioNAL, AVALiAÇÃo, CoNTroLE E rEGuLAÇÃo Do SuS
Vamos aprofundar os estudos na saúde frágil do idoso, 
para entendermos a importância da regulação dos serviços de 
atendimento a esta faixa etária.
De acordo com Oliveira, Wender e Marinheiro (2010), a 
fratura de fêmur está entre as lesões traumáticas mais comuns na 
população idosa, podendo ocorrer na região proximal, distal ou ainda 
na diáfi se femoral. Causada geralmente por traumas pequenos e 
não intencionais, como as quedas da própria altura, que ocorrem 
em função da senescência ou de fatores extrínsecos, representa 
importante causa de mortalidade e de incapacidade na população de 
60 anos ou mais.
No Brasil, existe atualmente em torno de 20 milhões de pessoas com idade 
igual ou superior a 60 anos, representando aproximadamente 10,0% da população 
brasileira. Em 2025, o Brasil será o sexto país do mundo em número de idosos, 
com estimativa de 32 milhões de idosos (BRASIL, 2010).
O Brasil hoje é um “jovem país de cabelos brancos” (Jornal ZH).
 Reportagem do Jornal Zero Hora (ZH), esta mesma frase 
em uma de suas matérias. A população brasileira envelheceu 
rapidamente nos últimos anos, uma população mais suscetível às 
doenças. Como você vê as políticas públicas, neste sentido, dentro 
da regulação, você entende que os idosos são prioritários?
R.: 
29
CONCEITOS DO SUS Capítulo 1 
Na Argentina, estudo realizado em 26 centros médicos de agosto de 2001 a 
julho de 2002, a fi m de determinar a incidência de fratura de quadril na cidade de 
Rosário, concluiu que, na população de 65 anos ou mais, a incidência foi 646 por 
100.000 (847 para mulheres, 343 para homens); o sexo feminino sofreu 2,5 vezes 
mais quedas que o sexo masculino. O risco para indivíduos com idade inferior a 
69 anos de idade foi o mesmo para ambos os sexos, porém a partir dos 70 anos 
aumenta exponencialmente para o sexo feminino. A fratura do colo femural do 
idoso tem como opções de tratamento a osteossíntese e as artroplastias parcial e 
total do quadril (OLIVEIRA; WENDER; MARINHEIRO, 2010).
Siqueira et al. (2007) afi rmam que as quedas de idosos são atualmente uma 
das maiores preocupações, pela frequência e pelas consequências em relação à 
qualidade de vida, já que, segundo Gama e Gómez-Conesa (2008), as quedas 
seguem representando uma destacada causa de perda funcional, ingresso 
precoce em instituições e aumento de morbidade e mortalidade dos idosos. 
A osteoporose é uma doença osteometabólica caracterizada pela diminuição 
da densidade mineral óssea, com alterações na sua microestrutura que conduzem 
a um aumento da fragilidade óssea e uma tendência a fraturas por traumatismos 
pouco intensos. Estas constituem o verdadeiro problema de saúde pública 
devido a sua alta taxa de morbimortalidade e altos custos. Estima-se que 70,0% 
das fraturas de quadril esperadas para 2050 ocorrerão na Ásia, América Latina 
e África. No Brasil, dados epidemiológicos sobre a incidência ou prevalência de 
fraturas são escassos (OLIVEIRA; WENDER; MARINHEIRO, 2010).
As mulheres idosas com fratura de fêmur proximal têm 1,5 vezes mais 
chance de morrer que uma sem fratura no período de dois anos. Diversos estudos 
relatam que pacientes idosos com fratura do fêmur proximal após quatro meses de 
recuperação tem 43,0% da sua capacidade comprometida (OLIVEIRA; WENDER; 
MARINHEIRO, 2010).
As cirurgias de revisão são mais frequentes nos casos tratados com fi xação, 
porém a taxa de mortalidade tardia (13 anos) é a mesma para todos esses 
tratamentos. O tratamento da fratura tem por fi nalidade restaurar a anatomia 
óssea, a função do membro e reabilitar o paciente efetivamente, devolvendo 
sua funcionalidade para executar as atividades que realizava antes do evento 
(OLIVEIRA; WENDER; MARINHEIRO, 2010).
Alguns estudos vêm demonstrando o impacto fi nanceiro dos recursos 
médico-hospitalares utilizados no tratamento da fratura de fêmur para o sistema 
de saúde e para a sociedade.
30
 ESTruTurA orGANiZACioNAL, AVALiAÇÃo, CoNTroLE E rEGuLAÇÃo Do SuS
O custo indireto do comprometimento músculo esquelético excede os custos 
diretos (80% versus 20%). O custo social e econômico da fratura de fêmur se 
eleva ainda mais pelo fato de que, após um período variável de internação, as 
taxas de mortalidade permanecem altas, os cuidados médicos permanecem 
intensivos e programas de reabilitação por longos períodos se tornam necessários 
(OLIVEIRA; WENDER; MARINHEIRO, 2010).
 Constatou-se que a fratura de quadril é um grave problema para a gestão 
fi nanceira do setor de saúde e representa uma iniciativa que visa a conscientizar 
os vários atores do sistema para a importância do custo na tomada de decisão. 
A pessoa idosa merece destaque neste cenário por ser o principal ator da tríade: 
sistema (forma de remuneração dos serviços de saúde), assistência (tecnologia 
em crescente infl ação) e resultado (custo-benefício) do tratamento (OLIVEIRA; 
WENDER; MARINHEIRO, 2010).
Com a educação dos diagnosticados com osteoporose, é possível conseguir 
reduções importantes dos dados de fraturas e consequente melhoria da qualidade 
de vida, porque se entende que a educação para a saúde, feita por grupos 
especializados, poderá ajudar os profi ssionais de saúde, pessoas e famílias a 
atingirem a qualidade de vida (BRASIL, 2006). 
Visto que o custo na saúde pública é imenso, quanto mais se investe, mais se 
tem crise, das internações realizadas, o custo médio com Autorização Internação 
Hospitalar (AIH) foi de R$ 972,00 para cada paciente, destas, dados apontam que 
metade vai para Unidade Terapia Intensiva (UTI), com um custo adicional de R$ 
478,00. 
O envelhecimento é um direito personalíssimo e, sua proteção, 
um direito social. É obrigação do Estado garantir à pessoa idosa a 
proteção à vida e à saúde, mediante políticas sociais públicas que 
permitam um envelhecimento saudável e em condições de dignidade 
(art. 8º e 9º do Estatuto do Idoso). A política do idoso está dentro da 
regulação de uma forma muito leviana, pois o que se cobra não há 
possibilidade na prática (CECCIM, 2005).
31
CONCEITOS DO SUS Capítulo 1 
Para se ter uma regulação efetiva, os recursos humanos devem 
ser capacitados para tal, então, foi a Organização Pan-americana 
da Saúde (OPAS) quem difundiu, na década de 1980, a ideia de 
que para alcançar o desenvolvimento dos sistemas de saúde da 
região era preciso elaborar uma estratégia capaz de promover a 
adesão dos trabalhadores aos processos de mudança no cotidiano 
e seus processos de trabalho. Isso porque era necessário propor 
uma alternativa capaz de responder ao esgotamento do modelo 
de educação continuada, caracterizado pela atualização de 
conhecimentos específi cos por meio de capacitações pontuais para 
determinadas categorias profi ssionais. Embora a EPS possa abranger 
diversas ações de capacitação, elas serão necessariamente parte de 
uma estratégia maior, tendo como horizonte a mudança institucional.
Diante do exposto, frente ao Estatuto do Idoso, 2017, como 
você vê a política nacional de regulação, estão ambos inseridos um 
no outro.
As ações de capacitação e formação são as consideradas competências 
do SUS, tanto na Constituição Federal, quanto na Lei Orgânica da Saúde. 
Compete ao SUS, conforme assumea Constituição Federal (1988), no artigo 
200, ordenar a formação de recursos humanos na área da saúde e incrementar o 
desenvolvimento científi co e tecnológico. 
Todo município deve formular e promover a gestão da educação permanente 
em saúde e processos relativos a ela, orientados pela integralidade da atenção à 
saúde, criando, quando for o caso, estruturas de coordenação e de execução da 
política de formação e desenvolvimento, participando do seu fi nanciamento.
32
 ESTruTurA orGANiZACioNAL, AVALiAÇÃo, CoNTroLE E rEGuLAÇÃo Do SuS
FIGURA 4 – ASSISTÊNCIA EM SAÚDE NO SUS
FONTE: Ministério da Saúde (2020, s.p.)
A Lei Orgânica da Saúde (1990), nos Art. 12 e 13, indica a criação de 
comissões intersetoriais com a fi nalidade de articular programas e políticas de 
interesse para a saúde, entre elas os recursos humanos e a ciência e tecnologia. 
O Art. 14 afi rma que deverão ser criadas Comissões Permanentes de 
integração entre serviços de saúde e instituições de ensino profi ssional e superior, 
com a fi nalidade de propor prioridades, métodos e estratégias para a formação e 
educação de trabalhadores do Sistema único de Saúde.
A efetiva consolidação do SUS exige (por imposição ética) novas estéticas à 
formação. Nesse caso, não se está falando de uma política educativa informativa 
e corretiva cujo SUS se coloca como um lugar para o exercício prático e o acúmulo 
de experiência, mas como experimentação de um processo vivo em ato. 
Avanço: conforme a Constituição Federal de 1988, a “Saúde 
é direito de todos e dever do Estado” (BRASIL, 1988, s.p.). No 
período anterior à CF/1988, o sistema público de saúde prestava 
assistência apenas aos trabalhadores vinculados à Previdência 
Social, aproximadamente 30 milhões de pessoas com acesso aos 
serviços hospitalares, cabendo o atendimento aos demais cidadãos 
às entidades fi lantrópicas.
33
CONCEITOS DO SUS Capítulo 1 
 Converse com seus pais, avós e/ou pessoas mais velhas que 
você e pergunte como era ir ao serviço público de saúde antes de 
1990.
R.: 
Também quando há novos integrantes no quadro de recursos humanos, 
conforme Araújo et al. (2006), sugere que o acolhimento seja feito aos poucos 
para que tanto alunos como servidores sintam-se parte integrante da equipe e 
sugere quatro principais objetivos:
1. diminuir a inquietação dos recém-chegados;
2. diminuir o turnover (rotatividade);
3. otimizar o tempo;
4. desenvolver expectativas realísticas, no sentido de não permitir 
devaneios por parte do recém-chegado e despropósitos por parte 
da empresa.
Em princípio, o treinamento se concentrava apenas no desenvolvimento de 
habilidades técnicas, mas com as atuais exigências do mercado, é preciso ir além, 
investir em educação complementar, treinamento em formação de equipe, tomada 
de decisões e capacidade de comunicação, como, também, instrução nas áreas 
de informática e tecnologia.
Os principais objetivos de um acolhimento são (UFRN, 2004): contribuir 
para fortalecer o desempenho profi ssional dos novos colaboradores, promover o 
acolhimento e integração dos novos servidores à instituição e as suas atividades 
específi cas, criar canais igualitários de acesso à informação para todos os novos 
colaboradores, construir um banco de dados que ofereça subsídios para estudos 
futuros sobre a variação do desempenho entre alunos, estagiários, servidores, 
cumprir com à legislação sobre estágio probatório do servidor público. 
34
 ESTruTurA orGANiZACioNAL, AVALiAÇÃo, CoNTroLE E rEGuLAÇÃo Do SuS
4 REGULAÇÃO DO ACESSO À 
SERVIÇOS DE SAÚDE
Para termos saúde integral, como lemos anteriormente, há a necessidade de 
acesso aos serviços de saúde. Para entendermos como o acesso aos serviços é 
base importante para nossa saúde, como sugestão, assista ao fi lme Sicko: SOS 
saúde, que dá uma ideia de como esta questão é abordada.
 No contexto em que está inserido, você percebe de que forma 
são estes acessos aos serviços de saúde? Apresente sua opinião 
referente aos acessos de saúde que têm em sua região. Quais são 
os pontos positivos e pontos negativos nestes acessos de saúde.
R.: 
Vamos seguindo nossos estudos, considerando a Lei nº 8.080, de 19 de 
setembro de 1990, em seu Art. 2º § 1º que é: 
Dever do Estado de garantir a saúde na formulação e execução 
de políticas econômicas e sociais que visem à redução de 
riscos de doenças e de outros agravos e no estabelecimento 
de condições que assegurem acesso universal e igualitário 
às ações e aos serviços para a sua promoção, proteção e 
recuperação (BRASIL, 1990). 
Na mesma lei, é defi nida Vigilância Epidemiológica, em seu Art. 6º § 2º: 
Entende-se por um conjunto de ações que proporcionam 
o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer 
mudança nos fatores determinantes e condicionantes de 
saúde individual ou coletiva, com a fi nalidade de recomendar 
e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou 
agravos (BRASIL, 1990).
Considerando ainda, na mesma Lei, em seu Art. 7º, diz que:
As ações e serviços públicos de saúde e os serviços privados 
contratados ou conveniados que integram o Sistema Único de 
35
CONCEITOS DO SUS Capítulo 1 
A professora titular Deisy Ventura, coordenadora do doutorado 
em Saúde Global e sustentabilidade da Faculdade de Saúde 
Pública (FSP) da Universidade de São Paulo (USP) e presidente da 
Associação Brasileira de Relações Internacionais (ABRI), escreve 
uma matéria intitulada Coronavírus: não existe segurança sem 
acesso universal à saúde, que é o verdadeiro retrato da regulação 
do acesso à saúde. Assim, dizemos que não existe segurança sem 
acesso universal, afi nal, o nosso SUS preconiza tal.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou ontem, 30 de 
janeiro, que o coronavírus é uma emergência internacional de saúde 
pública, com base no Regulamento Sanitário Internacional vigente 
em 196 países desde 2007. A declaração produz efeitos positivos, 
como o de chamar a atenção dos governos para um tema de saúde, 
incentivar o compartilhamento de informações, inclusive científi cas e 
encorajar investimentos em pesquisa. Também pode produzir efeitos 
negativos como o pânico, a inversão de prioridades em saúde pública 
e a profusão de notícias falsas. Pode, sobretudo, criar a equivocada 
impressão de que o coronavírus é atualmente a maior ameaça à 
saúde pública mundial, quando ele é não mais do que a ponta de um 
Saúde (SUS), são desenvolvidos de acordo com as diretrizes 
previstas no art. 198 da Constituição Federal, obedecendo 
ainda aos seguintes princípios:
I - universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos 
os níveis de assistência;
II - integralidade de assistência, entendida como conjunto 
articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e 
curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em 
todos os níveis de complexidade do sistema;
III - preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua 
integridade física e moral;
IV - igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou 
privilégios de qualquer espécie;
V - direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua 
saúde;
VI - divulgação de informações quanto ao potencial dos 
serviços de saúde e a sua utilização pelo usuário;
VII - utilização da epidemiologia para o estabelecimento 
de prioridades, a alocação de recursos e a orientação 
programática;
VIII - participação da comunidade;
IX - descentralização político-administrativa, com direção única 
em cada esfera de governo:
a) ênfase na descentralização dos serviços para os municípios;
b) regionalização e hierarquização da rede de serviços de 
saúde.
36
 ESTruTurA orGANiZACioNAL, AVALiAÇÃo, CoNTroLE E rEGuLAÇÃo Do SuS
descomunal iceberg.
O coronavírus é a sexta emergência internacional declarada 
pela OMS. A primeira foi a gripe A (H1N1), entre 2009 e 2010, 
propagada a partir do México. A segunda foi a expansão do 
poliovírus, sobretudo em regiões de confl itos armados, declarada 
em 2014 e ainda em vigor. Aterceira e a quinta referem-se ao vírus 
ebola, sendo declaradas, respectivamente, entre 2014 e 2015 na 
África Ocidental; e em 2019 na República Democrática do Congo. 
A quarta emergência teve como epicentro o Brasil: foi a síndrome 
congênita do vírus Zika, em 2016.
É difícil comparar tais emergências porque suas causas e 
características são múltiplas e complexas. O traço comum entre 
elas é justamente o conceito de emergência de saúde pública de 
importância internacional (sigla em inglês: PHEIC). Segundo o 
Regulamento Sanitário Internacional, a declaração de emergência 
não se deve ao número de casos, à letalidade de uma doença ou 
mesmo ao desempenho dos países que são seu epicentro. O que 
motiva tal declaração é o risco de propagação internacional da 
ameaça, além da necessidade de coordenação intergovernamental 
da resposta.
Em outras palavras, se cada Estado adotar medidas por conta 
própria, em uma escala que pode ir da negligência ao exagero, sem 
levar em conta informações e recursos compartilhados por centros de 
pesquisa, agências internacionais e outros Estados, as possibilidades 
de controle da doença serão radicalmente diminuídas, enquanto as 
de causar danos desnecessários serão muito aumentadas.
No plano das relações internacionais, há um elemento decisivo 
na nova emergência: o de ter a China como epicentro. O surto de 
Síndrome Respiratória Aguda Grave (sigla em inglês: SARS), 
ocorrido em 2003, também na China, teve crucial importância na 
história da saúde global. A tomada de consciência sobre o impacto 
do vertiginoso aumento do tráfego internacional de pessoas sobre a 
propagação internacional das doenças contribuiu para desbloquear 
as negociações do Regulamento Sanitário Internacional, que se 
arrastavam há anos. A relevância econômica e o regime político 
da China são complicadores que a OMS deverá gerir com máxima 
cautela durante esta emergência.
Devem ser igualmente objeto de cautela as liberdades 
fundamentais e a dignidade das pessoas. Segundo a Organização 
Mundial do Turismo, um bilhão e meio de viagens internacionais 
ocorreram em 2019 para fi ns de turismo e negócios. Comparado a 
este dado, o número de migrantes internacionais é muito inferior, 
sendo estimado em cerca de 300 milhões. Mesmo o número de 
37
CONCEITOS DO SUS Capítulo 1 
pessoas refugiadas não supera estimativas de cerca de 40 milhões. 
No entanto, em geral são migrantes e refugiados, e não turistas ou 
executivos, os alvos de represálias indevidas durante emergências 
sanitárias. Com razão, a OMS destaca em suas recomendações 
a importância de evitar a discriminação e o estigma por conta da 
origem, pois o que garante a segurança de todos é que as pessoas, 
em qualquer caso, sejam alvo de cuidado e respeito.
Por fi m, cabe abordar a possibilidade de chegada do coronavírus 
ao Brasil, lembrando que só existe segurança sanitária verdadeira 
em sistemas capazes de cobrir a totalidade do território com acesso 
universal à saúde. A detecção de uma doença não pode depender de 
recursos fi nanceiros para pagar um atendimento, e ainda menos a 
sua prevenção e o seu tratamento.
Este sistema já existe no Brasil: é o Sistema Único de Saúde 
(SUS). Apesar de seu subfi nanciamento crônico e incontáveis 
mazelas, o SUS revelou para o mundo a Síndrome Congênita do 
Vírus Zika, graças aos notáveis profi ssionais de saúde que atuam 
no sertão nordestino e aos centros de pesquisa que resistem aos 
ataques brutais à ciência brasileira recentemente intensifi cados.
FONTE: Adaptado de <jornal.usp.br/?p=298903>. Acesso em: 10 nov. 2020. 
Quais são as políticas públicas/ações de acesso existentes no 
seu município para a qualifi cação da saúde pública? De que forma 
o profi ssional/serviços de saúde que está na ponta da rede pode 
atuar para ajudar pessoas dependentes aos acessos dos serviços 
de saúde?
R.: 
38
 ESTruTurA orGANiZACioNAL, AVALiAÇÃo, CoNTroLE E rEGuLAÇÃo Do SuS
Acadêmico, uma refl exão sobre a intoxicação e a cervejaria, de 
Antonio Dercy Silveira Filho.
Parabéns aos servidores da saúde pública de Belo Horizonte 
e Minas Gerais que conseguiram estabelecer o nexo causal 
entre a “misteriosa doença” que atingiu inicialmente um bairro de 
classe média alta de BH e a contaminação de um lote da cerveja 
Belorizontina. A mais vendida do selo que a produz. O SUS é uma 
das maiores conquistas da sociedade brasileira.
No Brasil, em decorrência do envelhecimento da população, o gasto com 
saúde deverá crescer como proporção do PIB e deverá acarretar, em 2050, um 
gasto total em saúde de 10,3% do PIB.21.
FIGURA 5 – ENVELHECIMENTO HUMANO
FONTE: <https://joysoria.fi les.wordpress.com/2010/08/2uykoqs.
jpg>. Acesso em: 10 nov. 2020.
A saúde pública merece o melhor, todos acabam utilizando a 
saúde pública de alguma forma. Cabe a todos construir um futuro 
melhor e isto é tarefa diária e contínua. Para que isso seja possível 
e não passe apenas de belas palavras, cada um deve cumprir o seu 
papel de forma adequada, com engajamento, dedicação, satisfação, 
ética, conhecimento, formação e honestidade. 
39
CONCEITOS DO SUS Capítulo 1 
Vamos pensar nos acessos aos serviços de saúde. Você que defende 
o fi m do SUS ou o fi m da estabilidade do servidor, ou pior, a substituição de 
toda mão de obra laboral pública estatal pela privada, pense e responda para 
si mesmo: você mora num bairro classe média alta? Acha que não usa o SUS 
pois ele é só para os pobres? Toma cerveja? Então poderia ser você um dos 
contaminados que fi caram doentes, certo? Sem o SUS, a iniciativa privada iria 
fazer uma investigação dessas? Onde está o interesse econômico? Nas pessoas 
saudáveis ou doentes chegando aos hospitais e consultórios? Supondo que uma 
equipe de trabalhadores da iniciativa privada, não estáveis, pagos para fazerem 
a Vigilância Epidemiológica e Sanitária o fi zessem e descobrissem que a cerveja 
mais vendida é a culpada da nova doença. Diante dos interesses econômicos e 
políticos que estruturam nossa sociedade, o que aconteceria com a investigação? 
O que aconteceria com esses trabalhadores sem estabilidade?
A população toda precisa do SUS, considerado o maior plano nacional, pois 
precisamos do SUS para qualquer intervenção, mesmo tendo outros planos de 
saúde, o SUS ainda sai na frente, quem faz as vacinas? Quem investiga AIDS? 
Quem faz a Vigilância Epidemiológica? Quem faz os curativos? Quem faz a 
vigilância sanitária? A melhoria das condições de saúde da população só pode 
advir de uma política econômica socialmente justa que permita condições de vida 
mais adequadas à maioria da população.
5 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Ao fi nalizarmos este capítulo, é importante reforçar que devemos fortalecer e 
expandir as ações do SUS e o acesso aos serviços, com mobilização comunitária, 
avaliação contínua e melhoria da gestão das políticas de saúde e acesso aos 
serviços. 
Para isso, profi ssionais da equipe multiprofi ssional da saúde deverão sempre 
ser capacitados para atender, visando garantir a melhoria da qualidade de vida 
dos munícipes, promovendo os direitos dos pacientes, conforme preconiza o 
SUS, que é prevenir, vigiar, promover e recuperar a saúde. Oferecendo suporte 
aos profi ssionais de saúde futuros para melhor compreenderem a complexidade 
do sistema e, assim, prestarem atendimento mais qualifi cado.
De um lado, a tarefa da formação e desenvolvimento de pessoal e da 
produção de conhecimento, de outro, a tarefa da implementação de uma rede 
de atendimento e cuidados relativos à saúde das populações, imprimindo uma 
dimensão coletiva à saúde e pedindo a formulação de novas disposições para 
a educação em saúde. A gestão do setor da saúde tem aí um novo signifi cado 
relevante: a estruturação de si mesma de maneira descentralizada, capaz de 
40
 ESTruTurA orGANiZACioNAL, AVALiAÇÃo, CoNTroLE E rEGuLAÇÃo Do SuS
estimular gestões descentralizadas e regionalizadas em diferentes esferas de 
Governo, constituindo-se como desafio do desenho da rede do SUS. 
O capítulo teve a intenção de provar que sem articulação não se faz uma rede 
estruturada, como profi ssionais ou futuros profi ssionais de saúde ou até mesmo 
apaixonados pela saúde pública que, quando se trata de sistema único de saúde, 
todo investimento é pouco, pois o tratamento pode se tornar mais caro e mais 
agressivo do que a prevenção e a promoção da qualidade de vida. A regulação 
se deu a partir dos conceitos dos processos de atenção e regulação, na diretriz 
do SUS, visando o controle social, análise e gestão, bem como entendemos as 
decisões da regulação, fazendo um diagnóstico desde a criança até o idoso, 
encerrando os estudos de acessos dos serviços de saúde.
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para que Estados, Distrito Federal e Municípios comprovem, ao Ministério da 
Saúde, a execução dos recursos fi nanceiros transferidos para a implantação e/
ou implementação de Complexos Reguladores e informatização das Unidades 
de Saúde, no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS, nos termos do 
disposto no art. 14, da Portaria nº 2.923/GM/MS, de 28 de novembro de 2013. 
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implementação de Centrais de Regulação de Consultas e Exames e Centrais de 
Regulação de Internações Hospitalares de que trata a Portaria nº 1.559/GM/MS, 
de 1º de agosto de 2008, e implementação de Unidade Solicitante no âmbito do 
Sistema Único de Saúde (SUS). Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/
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Norma Operacional Básica do Sistema Único de Saúde – NOB SUS 01/96. 
Disponível em: http://www.redeblh.fi ocruz.br/media/in98 [1].pdf. Acesso em: 11 
42
 ESTruTurA orGANiZACioNAL, AVALiAÇÃo, CoNTroLE E rEGuLAÇÃo Do SuS
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CAPÍTULO 2
ARTICULAÇÃO E INTEGRAÇÃO NO SUS
A partir da perspectiva do saber-fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
• Integrar com diferentes políticas de pesquisa no campo de gestão das redes de 
atenção em saúde.
• Entender a articulação e a integração do SUS, necessariamente com os 
caminhos da regulação, avaliação, auditoria, bem como saúde suplementar.
• Articular com as esferas do SUS, para que a integração seja realizada de forma 
total.
46
 ESTruTurA orGANiZACioNAL, AVALiAÇÃo, CoNTroLE E rEGuLAÇÃo Do SuS
47
ARTICULAÇÃO E INTEGRAÇÃO NO SUS Capítulo 2 
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Neste capítulo, o especializando entenderá o papel do gestor público e 
privado e de suas equipes e dos programas e ações.
Quanto mais alta na hierarquia a função gestora exercida, maior o poder 
político que o profi ssional pode exercer em relação a outros profi ssionais, incluindo 
os cogestores. Eles devem seguir legislação específi ca, sendo amparados pela
Lei nº 8.080, que, em seu art. 198, traz a seguinte colocação: 
As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede 
regionalizada e hierarquizada, organizada de acordo com as 
diretrizes: 
I- descentralização, com direção única em cada esfera de 
governo; 
II- atendimento integral, com prioridade para as atividades 
preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais; 
III- participação da comunidade (BRASIL, 1990). 
Em síntese, concluiremos que o exercício do poder em saúde se caracteriza 
em três grandes grupos: o administrativo, o técnico e o político.
2 REGULAÇÃO, CONTROLE, 
AVALIAÇÃO E AUDITORIA
Iniciaremos o capítulo falando do papel dos Gestores Estaduais e Municipais 
da Saúde, de acordo com Ministério da Saúde (2020) e sobre a importância de 
cada gestor na regulação, controle, avaliação e auditoria, que é: 
• Elaborar normas técnicas referentes à atenção à saúde da 
pessoa idosa no SUS.
• Defi nir recursos orçamentários e fi nanceiros para a implementação 
da política, programas, ações e serviços, considerando a 
composição tripartite.
• Promover a articulação intra e intersetorial para a efetivação 
da Política, programas, ações e serviços à população local e 
regional.
• Implementar as diretrizes de educação permanente, 
estabelecendo mecanismos para qualifi cação dos profi ssionais 
do Sistema Estadual e Local de Saúde do SUS e Complementar. 
• Estabelecer instrumentos e indicadores de gestão para o 
acompanhamento e avaliação do impacto das ações e serviços.
• Manter a articulação com municípios para apoio à implementação 
48
 ESTruTurA orGANiZACioNAL, AVALiAÇÃo, CoNTroLE E rEGuLAÇÃo Do SuS
e supervisão das ações. 
• Exercer a vigilância sanitária no tocante à saúde da pessoa idosa 
e ações decorrentes no seu âmbito.
• Apresentar e aprovar a proposta de inclusão da política de saúde 
da pessoa idosa nos conselhos de saúde.
• Executar as deliberações das Conferências do Idoso.
• Promover a continuidade de serviços sociais e de saúde, 
acessíveis, de baixo e médio custo, de alta qualidade e 
adequados para a terceira idade (necessidade direitos).
• Oferecer treinamento e educação para cuidadores formais e 
informais e aos próprios idosos. 
• Propiciar educação permanente aos profi ssionais. 
• Reconhecer e permitir a participação ativa dos idosos nas 
atividades de geração de renda e redução da pobreza. 
• Proporcionar oportunidades de trabalho formal, informal e 
voluntário aos idosos para aumentar a renda mensal.
• Incentivar a participação integral dos idosos na vida familiar e 
comunitária.
• Assegurar proteção, segurança, autonomia e dignidade.
• Reduzir as iniquidades nos direitos sociais e humanos das 
mulheres mais velhas. 
Pesquisando no dicionário Signifi cados (2020, s.p.), a palavra 
auditoria tem seguinte defi nição: “Auditoria é um exame sistemático 
das atividades desenvolvidas em determinada empresa ou setor, 
que tem o objetivo de averiguar se elas estão de acordo com as 
disposições planejadas e/ou estabelecidas previamente, se foram 
implementadas com efi cácia e se estão adequadas”.
As fi guras a seguir são imagens da logomarca do Sistema Único de Saúde e 
da Agência Nacional de Saúde, fi scalizadora do sistema privado.
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ARTICULAÇÃO E INTEGRAÇÃO NO SUS Capítulo 2 
Sabemos que não há diferença de auditoria pública ou privada, 
quando um serviço está bem organizado. Então, mãos à obra.
Vamos falar da auditoria, o Departamento Nacional de Auditoria 
do SUS (Denasus), departamento vinculado à Secretaria de Gestão 
Estratégica e Participativa (SGEP), é a unidade do Ministério da 
Saúde competente para realizar atividade de auditoria para verifi car 
a adequação das ações e serviços públicos de saúde e a sua 
regularidade quanto aos aspectos técnico-científi cos, contábeis, 
fi nanceiros e patrimoniais da aplicação dos recursos do SUS.
FIGURA 1 – SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE E AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE
FONTE: <https://bit.ly/32NZ88P>; <https://bit.ly/38PybWb>. Acesso em: 15 nov. 2020.
A atividade de controle exercida pelo Denasus, a Auditoria, somada às 
atividades de supervisão e de monitoramento próprias da gestão, representam o 
controle interno do SUS. 
Além disso, nos termos do Decreto nº 1.651/1995, que regulamenta o 
Sistema Nacional de Auditoria (SNA), o Denasus é o órgão de atuação federal do 
Sistema e, de acordo com a Lei nº 8.689/1993, o órgão central do SNA.
 A missão do Denasus, de acordo com o site do Ministério da Saúde (2020, 
s.p.), é: 
Realizar auditoria no SUS, contribuindo para qualifi cação da 
gestão, visando melhoria da atenção e do acesso às ações e 
aos serviços de Saúde" e a visão é "ser referência em auditoria, 
reconhecido pela construção do SNA e sua contribuição para 
a universalização do acesso e qualidade da atenção à saúde 
do SUS.
50
 ESTruTurA orGANiZACioNAL, AVALiAÇÃo, CoNTroLE E rEGuLAÇÃo Do SuS
O Denasus tem suas competências elencadas no Art. 40 do Anexo I - 
Estrutura Regimental do Ministério da Saúde, acesso ao site em 2020, o Decreto 
nº 8.901/2016, que representam três macroatividades desenvolvidas com vistas a 
atingir a sua consecução,

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