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SUS E NASF

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O QUE É O NASF? 
O NASF é uma equipe composta por profissionais de diferentes áreas de conhecimento, que 
devem atuar de maneira integrada e apoiando os profissionais das Equipes Saúde da Família, das 
Equipes de Atenção Básica para populações específicas, compartilhando as práticas e saberes em saúde 
nos territórios sob responsabilidade destas equipes. 
Criado com o objetivo de ampliar a abrangência e o escopo das ações da atenção básica, bem 
como sua resolubilidade, o NASF deve buscar contribuir para a integralidade do cuidado aos usuários do 
SUS, principalmente por intermédio da ampliação da clínica, auxiliando no aumento da capacidade de 
análise e de intervenção sobre problemas e necessidades de saúde, tanto em termos clínicos quanto 
sanitários e ambientais dentro dos territórios. 
 
QUAIS PROFISSIONAIS PODEM COMPOR UM NASF? 
Poderão compor os NASF 1, 2 e 3 as seguintes ocupações do Código Brasileiro de Ocupações - 
CBO: Médico Acupunturista; Assistente Social; Profissional/Professor de Educação Física; Farmacêutico; 
Fisioterapeuta; Fonoaudiólogo; Médico Ginecologista/Obstetra; Médico Homeopata; Nutricionista; Médico 
Pediatra; Psicólogo; Médico Psiquiatra; Terapeuta Ocupacional; Médico Geriatra; Médico Internista (clinica 
médica), Médico do Trabalho, Médico Veterinário, profissional com formação em arte e educação (arte 
educador) e profissional de saúde sanitarista, ou seja, profissional graduado na área de saúde com pós-
graduação em saúde pública ou coletiva ou graduado diretamente em uma dessas áreas. 
 
COMO É DEFINIDA A COMPOSIÇÃO DAS EQUIPES NASF NOS MUNICÍPIOS? 
A composição de cada um dos NASF será definida pelos gestores municipais e equipes Saúde da 
Família e deve considerar os critérios de prioridade identificados a partir dos dados epidemiológicos, das 
necessidades do território e das equipes de saúde que serão apoiadas. 
 
COMO IMPLANTAR EQUIPES NASF NO MEU MUNICÍPIO 
Para implantar equipes NASF, basta seguir o passo a passo abaixo. 
Passo 1: O município deverá construir projeto contendo, no mínimo, as seguintes informações: 
 
a) Área geográfica a ser coberta, com estimativa da população residente; 
b) Dados levantados em diagnóstico elaborado pelo município que justifique a implantação do NASF; 
c) Definição dos profissionais que irão compor as equipes do NASF e as principais atividades a serem 
desenvolvidas; 
d) Descrição de quais eSF serão vinculadas, bem como o código do Cadastro Nacional de 
Estabelecimentos de Saúde (CNES) da Unidade Básica de Saúde em que o NASF será credenciado; 
e) Descrição do planejamento compartilhado entre as eSF e as equipes do NASF; 
f) Proposta de fluxo dos usuários para garantia de referência e aos demais serviços da rede assistencial; 
g) Descrição da forma de recrutamento, seleção, contratação e carga horária dos profissionais do NASF. 
 
Passo 2: o município submete o projeto para aprovação do Conselho Municipal de Saúde. 
http://dab.saude.gov.br/portaldab/nasf_perguntas_frequentes.php#collapse1
http://dab.saude.gov.br/portaldab/nasf_perguntas_frequentes.php#collapse2
http://dab.saude.gov.br/portaldab/nasf_perguntas_frequentes.php#collapse3
http://dab.saude.gov.br/portaldab/nasf_perguntas_frequentes.php#collapse4
Passo 3: a Secretaria Municipal de Saúde envia as informações para análise da Secretaria Estadual de 
Saúde. 
Passo 4: a Secretaria Estadual de Saúde submete o pleito do(s) município(s) à apreciação da Comissão 
Intergestores Bipartite (CIB). 
Passo 5: a Secretaria Estadual de Saúde envia ofício para o Ministério da Saúde, comunicando o número 
de NASF aprovados. 
Passo 6: o Ministério da Saúde publica o credenciamento da(s) equipe(s) do NASF no Diário Oficial da 
União. 
Passo 7: o município credencia a(s) equipe(s) do NASF no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de 
Saúde (CNES). 
Concluído todo esse processo, o município começa a receber, na competência subsequente à 
implantação, os recursos de implantação e custeio referentes ao número de NASF implantados. Todavia, 
para manutenção destes recursos, é necessário que o município promova a alimentação mensal dos 
sistemas de informações nacionais. 
 
QUAIS MUNICÍPIOS PODEM IMPLANTAR NASF? 
Qualquer município brasileiro, desde que tenha ao menos uma equipe Saúde da Família, pode 
implantar equipes NASF. O que vai variar de um município para o outro, conforme o número de equipes 
SF que ele tiver, é a modalidade de NASF a ser implantado. 
 
O NASF DEVE TER UMA UNIDADE/ESTRUTURA FÍSICA PRÓPRIA? 
Não. Os NASF fazem parte da atenção básica, mas não se constituem como serviços com 
unidades físicas independentes ou especiais. Para exercer suas atividades, as equipes NASF devem 
ocupar o espaço físico das unidades às quais estão vinculadas, ou ainda outros espaços disponíveis no 
território, como o espaço das academias da saúde, escolas, parques, dentro outros. 
 
QUAIS AS MODALIDADES DE NASF EXISTENTES? 
Conforme a portaria 3.124 de 2012, são 3 modalidades existentes hoje: 
Modalidades Nº de equipes vinculadas Somatória das Cargas Horárias Profissionais* 
NASF 1 5 a 9 ESF e/ou EAB para populações 
específicas (CnaR, eq. Ribeirinha e 
Fluvial) 
Mínimo 200 horas semanais; Cada ocupação deve ter no 
mínimo 20h e no máximo 80h de carga horária semanal; 
NASF 2 3 a 4 ESF e/ou EAB para populações 
específicas (CnaR, eq. Ribeirinha e 
Fluvial) 
Mínimo 120 horas semanais; Cada ocupação deve ter no 
mínimo 20h e no máximo 40h de carga horária semanal; 
NASF 3 1 a 2 ESF e/ou EAB para populações 
específicas (CnaR, eq. Ribeirinha e 
Fluvial) 
Mínimo 80 horas semanais; Cada ocupação deve ter no 
mínimo 20h e no máximo 40h de carga horária semanal; 
 *Nenhum profissional poderá ter carga horária semanal menor que 20 horas. 
 
 
 
 
http://dab.saude.gov.br/portaldab/nasf_perguntas_frequentes.php#collapse5
http://dab.saude.gov.br/portaldab/nasf_perguntas_frequentes.php#collapse6
http://dab.saude.gov.br/portaldab/nasf_perguntas_frequentes.php#collapse7
QUE TIPO DE ATIVIDADES O NASF DESENVOLVE? 
O NASF trabalha na lógica do apoio matricial. Isso significa, em síntese, uma estratégia de 
organização da clínica e do cuidado em saúde a partir da integração e cooperação entre as equipes 
responsáveis pelo cuidado de determinado território. 
A ideia é que os profissionais da equipe do NASF possam compartilhar o seu saber específico com 
os profissionais da ESF, fazendo com que a equipe Saúde da Família amplie seus conhecimentos e, com 
isso,aumente a resolutividade da própria atenção básica. 
São exemplos de ações de apoio matricial: discussão de casos, atendimentos compartilhados 
(NASF + ESF vinculada), atendimentos individuais do profissional do NASF precedida ou seguida de 
discussão com a ESF, construção conjunta de projetos terapêuticos, ações de educação permanente, 
intervenções no território e na saúde de grupos populacionais e da coletividade, ações intersetoriais, ações 
de prevenção e promoção da saúde, discussão do processo de trabalho das equipes e etc. 
 
QUANDO INICIA O REPASSE DO INCENTIVO FINANCEIRO REFERENTE AO NASF? 
Após a publicação da portaria de credenciamento, o município deve cadastrar a equipe do NASF 
no CNES - Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde. Na competência subsequente à 
implantação (credenciamento + CNES), serão repassados os recursos de implantação e custeio referentes 
ao número de NASF implantados. Todavia, para manutenção dos recursos é necessário que o município 
mantenha atualizado o cadastro no CNES. 
 
QUAIS OS VALORES DO INCENTIVO FINANCEIRO DESTINADO AO NASF? 
NASF 1: incentivo de implantação por equipe do NASF - R$ 20.000,00 (em parcela única). Incentivo de 
custeio mensal por equipe do NASF - R$ 20.000,00. 
NASF 2: incentivo de implantação por equipe do NASF - R$ 12.000,00. Incentivo de custeio mensal por 
equipe do NASF - R$ 12.000,00. 
NASF 3: incentivo de implantação por equipe do NASF - R$ 8.000,00. Incentivo de custeio mensalpor 
equipe do NASF - R$ 8.000,00. 
Os incentivos serão repassados do Fundo Nacional de Saúde ao Fundo Municipal de Saúde, de acordo 
com a modalidade de NASF. 
 
É POSSÍVEL INCLUIR NO NASF PROFISSIONAIS QUE NÃO ESTÃO NO ROL DE OCUPAÇÕES 
DESCRITAS NA PORTARIA 2.488/2011? 
Sim. No entanto, a carga horária de outros profissionais não descritos na portaria 2.488 não é 
considerada no cálculo da carga horária mínima estabelecida para cada modalidade de NASF e não tem 
efeitos para repasse de recursos. 
Por exemplo, para que o NASF 1 receba o incentivo financeiro, sua equipe deve ter 200h por 
semana de profissionais cujas ocupações estejam descritas na referida portaria. Os demais, são 
complementares, excedentes. 
 
 
http://dab.saude.gov.br/portaldab/nasf_perguntas_frequentes.php#collapse8
http://dab.saude.gov.br/portaldab/nasf_perguntas_frequentes.php#collapse9
http://dab.saude.gov.br/portaldab/nasf_perguntas_frequentes.php#collapse12
http://dab.saude.gov.br/portaldab/nasf_perguntas_frequentes.php#collapse15
http://dab.saude.gov.br/portaldab/nasf_perguntas_frequentes.php#collapse15
QUAL DEVE SER A FORMA DE CONTRATAÇÃO DOS PROFISSIONAIS PARA O NASF? 
Não existe uma definição, por parte do Ministério da Saúde, de qual deve ser a forma de contrato dos 
profissionais para o NASF. O município deve avaliar suas possibilidades de fazer concurso ou processo 
seletivo público, buscar sempre a desprecarização dos vínculos trabalhistas e criar estratégias que visem 
a diminuição da rotatividade de profissionais nas equipes. 
 
QUAL O SISTEMA DE INFORMAÇÃO QUE O NASF DEVE UTILIZAR PARA REGISTRAR SUAS 
ATIVIDADES? 
O e-SUS/SISAB é o sistema de informação vigente e que deve ser utilizado pelos profissionais do NASF 
para o de suas atividades. O NASF irá utilizar as mesmas fichas que os profissionais da equipe Saúde da 
Família utilizam para este registro, a saber: ficha de atendimento individual e ficha de atendimento coletivo. 
 
Para maiores informações sobre o e-SUS, acesse: http://dab.saude.gov.br/portaldab/esus.php 
 
QUAL É A LEGISLAÇÃO VIGENTE QUE REGULAMENTA O NASF? 
Portaria nº 562, de 04 de abril de 2013. Define o valor mensal integral do incentivo financeiro do 
Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB), denominado 
como Componente de Qualidade do Piso de Atenção Básica Variável (PAB Variável). 
 
Portaria nº 548, de 04 de abril de 2013. Define o valor de financiamento do Piso de Atenção Básica 
Variável para os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) modalidade 1,2 e 3. 
 
Portaria nº 256/SAS/MS, de 11 de março de 2013. Estabelece novas regras para o cadastramento 
das equipes que farão parte dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) no Sistema de Cadastro 
Nacional de Estabelecimentos de Saúde (SCNES). 
Portaria nº 3.124/GM, de 28 de dezembro de 2012. Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, 
estabelecendo a revisão de diretrizes e normas para a organização da Atenção Básica para a Estratégia 
Saúde da Família (ESF) e o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS).Portaria nº 2.488/GM, 
de 21 de outubro de 2011. Redefine os parâmetros de vinculação dos Núcleos de Apoio à Saúde da 
Família (NASF) modalidades 1 e 2 às equipes de Saúde da Família e/ou Atenção Básica para populações 
específicas, cria a modalidade NASF 2, e dá outras providências. 
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 198/SAS/MS, de 28 de março de 2008. Inclui no Cadastro 
Nacional de Estabelecimentos de Saúde (SCNES) o tipo de estabelecimento 71 - Centro de Apoio à 
Saúde da Família 
Diário Oficial da União, Brasília-DF, Seção 1, n. 61, 31 mar. 2008, p. 71. 
 
Fonte: http://dab.saude.gov.br/portaldab/nasf_perguntas_frequentes.php 
 
 
http://dab.saude.gov.br/portaldab/nasf_perguntas_frequentes.php#collapse16
http://dab.saude.gov.br/portaldab/nasf_perguntas_frequentes.php#collapse17
http://dab.saude.gov.br/portaldab/nasf_perguntas_frequentes.php#collapse17
http://dab.saude.gov.br/portaldab/esus.php
http://dab.saude.gov.br/portaldab/nasf_perguntas_frequentes.php#collapse18
http://dab.saude.gov.br/portaldab/nasf_perguntas_frequentes.php
Saúde da família 
A saúde da família está no primeiro nível de atenção no Sistema Único de Saúde (SUS) e é 
considerada uma estratégia primordial para a organização e o fortalecimento da atenção básica. A partir 
do acompanhamento de um número definido de famílias, localizadas em uma área geográfica delimitada, 
são desenvolvidas ações de promoção da saúde, prevenção, recuperação, reabilitação de doenças e 
agravos mais frequentes. Para efetivar essas ações, é necessário o trabalho de equipes multiprofissionais 
em unidades básicas de saúde, formadas por: médico, enfermeiro, auxiliares de enfermagem, agentes 
comunitários de saúde, cirurgião-dentista, auxiliar de consultório dentário ou técnico de higiene dental. 
As equipes de saúde da família estabelecem vínculo com a população, possibilitando o 
compromisso e a co-responsabilidade dos profissionais com os usuários e a comunidade, com o desafio 
de ampliar as fronteiras de atuação e resolubilidade da atenção. Além disso, tem como estratégia de 
trabalho: conhecer a realidade das famílias pelas quais é responsável, por meio de cadastramento e 
diagnóstico de suas características sociais, demográficas e epidemiológicas; identificar os principais 
problemas de saúde e situações de risco às quais a população que ela atende está exposta; e prestar 
assistência integral, organizando o fluxo de encaminhamento para os demais níveis de atendimento, 
quando se fizer necessário. 
 
Atenção básica 
A atenção básica ou atenção primária em saúde é conhecida como a "porta de entrada" dos 
usuários nos sistemas de saúde. Ou seja, é o atendimento inicial. Seu objetivo é orientar sobre a 
prevenção de doenças, solucionar os possíveis casos de agravos e direcionar os mais graves para níveis 
de atendimento superiores em complexidade. A atenção básica funciona, portanto, como um filtro capaz 
de organizar o fluxo dos serviços nas redes de saúde, dos mais simples aos mais complexos. 
No Brasil, há diversos programas governamentais relacionados à atenção básica, sendo um deles 
a Estratégia de Saúde da Família (ESF), que leva serviços multidisciplinares às comunidades por meio das 
Unidades Básicas de Saúde (UBSs), por exemplo. Consultas, exames, vacinas, radiografias e outros 
procedimentos são disponibilizados aos usuários nas UBSs. 
A atenção básica também envolve outras iniciativas, como: as Equipes de Consultórios de Rua, 
que atendem pessoas em situação de rua; o Programa Melhor em Casa, de atendimento domiciliar; o 
Programa Brasil Sorridente, de saúde bucal; o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS), que 
busca alternativas para melhorar as condições de saúde de suas comunidades etc. 
Mais informações sobre onde encontrar as UBSs em seu município estão disponíveis no Cadastro 
Nacional de Estabelecimentos de Saúde do Ministério da Saúde e também nos sites das Secretarias 
Municipais de Saúde. 
Leia mais no Dicionário de Educação Profissional em Saúde da Escola Politécnica de Saúde 
Joaquim Venâncio (EPSJV). 
 
http://cnes.datasus.gov.br/Lista_Tot_Es_Estado.asp
http://cnes.datasus.gov.br/Lista_Tot_Es_Estado.asp
http://www.epsjv.fiocruz.br/dicionario/verbetes/ateprisau.html
Integralidade 
Um dos princípios do SUS, a integralidade está presente tanto nas discussões quanto nas práticas 
na área da saúde e está relacionada à condição integral, e não parcial, de compreensão do ser humano. 
Ou seja: o sistema de saúde deve estar preparado para ouvir o usuário, entendê-lo inserido em seu 
contexto social e, a partir daí, atender às demandas e necessidades desta pessoa. 
Pela perspectiva dos usuários, a ação integral em saúde tem sido frequentemente associada ao 
tratamento respeitoso, digno, com qualidade e acolhimento. Por isso, este valor paira como uma 
orientação geral nos serviços de saúde,já que o Estado tem o dever de oferecer um “atendimento integral, 
com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais”, como oficializou a 
Constituição Federal de 1988. 
Para atender a esta necessidade da população, o Estado deve estabelecer um conjunto de ações 
que vão desde a prevenção à assistência curativa, nos diversos níveis de complexidade. Historicamente, 
este conceito também está ligado a um movimento de medicina integral, que denunciava a especialização 
crescente dos profissionais de saúde. Com a Reforma Sanitária, a atenção integral se tornou uma das 
diretrizes do SUS. 
“A „integralidade‟ como eixo prioritário de uma política de saúde, ou seja, como meio de concretizar 
a saúde como uma questão de cidadania, significa compreender sua operacionalização a partir de dois 
movimentos recíprocos a serem desenvolvidos pelos sujeitos implicados nos processos organizativos em 
saúde: a superação de obstáculos e a implantação de inovações no cotidiano dos serviços de saúde, nas 
relações entre os níveis de gestão do SUS e nas relações destes com a sociedade” (Pinheiro, 2009). 
Referência 
PINHEIRO, Roseni. Integralidade. In: Dicionário da Educação Profissional em Saúde. Disponível 
em: <http://www.epsjv.fiocruz.br/dicionario/verbetes/intsau.html>. Acesso em 25 de mar. 2014. 
 
Equidade 
Equidade é um dos princípios doutrinários do Sistema Único de Saúde (SUS) e tem relação direta 
com os conceitos de igualdade e de justiça. No âmbito do sistema nacional de saúde, se evidencia, por 
exemplo, no atendimento aos indivíduos de acordo com suas necessidades, oferecendo mais a quem mais 
precisa e menos a quem requer menos cuidados. Busca-se, com este princípio, reconhecer as diferenças 
nas condições de vida e saúde e nas necessidades das pessoas, considerando que o direito à saúde 
passa pelas diferenciações sociais e deve atender a diversidade. 
Exemplos práticos de equidade ocorrem frequentemente nos hospitais, especialmente naqueles 
nos quais se implantou a classificação de risco, onde a prioridade no atendimento é definida por critérios 
combinados de ordem de chegada, urgência e gravidade. Por esse princípio, uma vítima de acidente grave 
passará na frente de quem necessita de um atendimento menos urgente, mesmo que esta pessoa tenha 
chegado mais cedo ao hospital. 
O princípio da equidade também norteia políticas de saúde, reconhecendo necessidades de grupos 
específicos e atuando para reduzir o impacto dos determinantes sociais da saúde aos quais estão 
http://www.epsjv.fiocruz.br/dicionario/verbetes/intsau.html
submetidos. Neste sentido, no Brasil, existem programas de saúde em acordo com a pluralidade da 
população, contemplando as populações do campo e da floresta, negros, ciganos, pessoas em situação 
de rua, idosos, pessoas com deficiência, entre outros. 
Equidade em pauta 
Economista do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e autor do livro 'SUS: o desafio de ser único', Carlos Octávio Ocké-Reis afirma que o SUS 
é instrumento inclusivo do Brasil 
 
Humanização 
A humanização é descrita, no campo da saúde, como uma aposta ético-estético-política. É uma 
aposta ética porque envolve a atitude de usuários, gestores e profissionais de saúde comprometidos e co-
responsáveis. É estética porque se refere ao processo de produção da saúde e de subjetividades 
autônomas e protagonistas. E é política porque está associada à organização social e institucional das 
práticas de atenção e gestão na rede do SUS. 
Com base nesta concepção, foi criada pelo Ministério da Saúde, em 2003, a Política Nacional de 
Humanização, atuando de forma transversal às demais políticas de saúde, a fim de impactá-las e interferir 
na qualificação da atenção e gestão do SUS. Sua criação se deve à necessidade de avanço e qualificação 
do sistema nacional de saúde, na relação e nos processos de atenção ao usuário, bem como no trabalho 
de gestores e trabalhadores da área, reconhecendo a singularidade e a capacidade criadora de cada 
sujeito envolvido. 
A Política Nacional de Humanização se pauta em três princípios: inseparabilidade entre a atenção 
e a gestão dos processos de produção de saúde, transversalidade e autonomia e protagonismo dos 
sujeitos. Além disso, está em constante atualização, em busca de coerência com os princípios do SUS, 
sendo uma política institucional construída coletivamente, envolvendo não só o governo federal, mas as 
instâncias estaduais e municipais. Para se efetivar a humanização é fundamental que os sujeitos 
participantes dos processos em saúde se reconheçam como protagonistas e corresponsáveis de suas 
práticas, buscando garantir a universalidade do acesso, a integralidade do cuidado e a equidade das 
ofertas em saúde. 
Fontes: 
Glossário da Rede HumanizaSUS 
Dicionário da Educação Profissional em Saúde 
 
Direito à saúde 
A saúde consta na Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948, no artigo XXV, que define 
que todo ser humano tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar-lhe e a sua família, saúde e 
bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais 
indispensáveis. Ou seja, o direito à saúde é indissociável do direito à vida, que tem por inspiração o valor 
de igualdade entre as pessoas. 
http://www.redehumanizasus.net/glossary/term/117
http://www.epsjv.fiocruz.br/dicionario/verbetes/hum.html
No contexto brasileiro, o direito à saúde foi uma conquista do movimento da Reforma Sanitária, 
refletindo na criação do Sistema Único de Saúde (SUS) pela Constituição Federal de 1988, cujo artigo 196 
dispõe que “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e 
econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e 
igualitário às ações e serviços para a promoção, proteção e recuperação”. 
No entanto, direito à saúde não se restringe apenas a poder ser atendido no hospital ou em 
unidades básicas. Embora o acesso a serviços tenha relevância, como direito fundamental, o direito à 
saúde implica também na garantia ampla de qualidade de vida, em associação a outros direitos básicos, 
como educação, saneamento básico, atividades culturais e segurança. 
“A criação do SUS está diretamente relacionada a tomada de responsabilidade por parte do 
Estado. A ideia do SUS é maior do que simplesmente disponibilizar postos de saúde e hospitais para que 
as pessoas possa acessar quando precisem, a proposta é que seja possível atuar antes disso, através dos 
agentes de saúde que visitam frequentemente as famílias para se antecipar os problemas e conhecer a 
realidade de cada família, encaminhando as pessoas para os equipamentos públicos de saúde quando 
necessário” (Guia de Direitos). 
 
Universalidade 
Universalidade é um dos princípios fundamentais do Sistema Único de Saúde (SUS) e determina 
que todos os cidadãos brasileiros, sem qualquer tipo de discriminação, têm direito ao acesso às ações e 
serviços de saúde. 
A adoção desse princípio fundamental, a partir da Constituição Federal de 1988, representou uma 
grande conquista democrática, que transformou a saúde em direito de todos e dever do Estado. 
Antes do SUS, apenas pessoas com vínculo formal de trabalho (carteira assinada) ou que estavam 
vinculadas à previdência social poderiam dispor dos serviços públicos de saúde. A opção para as demais 
pessoas era pagar pelos serviços privados. 
Hoje, mais de 25 anos depois da Constituição e da criação do SUS, embora o sistema sofra 
problemas financeiros, políticos e administrativos, prevalece a ideia de que o SUS é para todos os 
brasileiros e muitas políticas públicas floresceram a partir dessa visão. 
A distribuição gratuita de medicamentos para várias doenças crônicas e a reconhecida Política 
Nacional de DST/AIDS são exemplos de iniciativas que decorrem da perspectiva de se pensar a saúde 
como um direito universal.Atendimento 
O atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS), direito garantido a qualquer cidadão brasileiro, 
se dá a partir de um modelo baseado na hierarquização das ações e serviços de saúde por níveis de 
complexidade. A proposta é que casos de menor urgência possam ser resolvidos em instâncias que não 
cheguem a centros especializados de alta complexidade, melhorando a eficiência e a eficácia de todo o 
sistema. 
Desta forma, o atendimento pelo SUS acontece em três níveis de atenção: no primeiro, estão as 
Unidades Básicas ou Postos de Saúde, a “porta de entrada” ao SUS, onde são marcadas consultas e 
exames e realizados procedimentos menos complexos, como vacinação e curativos; no segundo, 
entendido como de média complexidade, estão as Clínicas, Unidades de Pronto Atendimento e Hospitais 
Escolas, que dão conta de alguns procedimentos de intervenção, bem como tratamentos a casos crônicos 
e agudos de doenças; e no terceiro, de alta complexidade, estão os Hospitais de Grande Porte, onde são 
realizadas manobras mais invasivas e de maior risco à vida. 
Além do direito de ser atendido em cada uma destas unidades de forma humanizada e sem 
discriminação, o cidadão deve ter acesso a informações sobre serviços de atendimento disponíveis em 
canais diversos (telefone, sites da internet etc.) que lhe permitem um acesso mais fácil aos serviços de 
saúde. No Portal de Saúde do Cidadão, por exemplo, o usuário acessa seu histórico de registros das 
ações e serviços, podendo conferir detalhes sobre suas internações hospitalares, com dados sobre 
atendimento ambulatorial de média e alta complexidade e aquisição de medicamentos no programa 
Farmácia Popular. Neste Portal, também é possível solicitar um pré-cadastro do Cartão SUS, documento 
de identificação projetado para facilitar o acesso à rede de atendimento do SUS e à área de Ouvidoria 
Geral do SUS. Há, ainda, um canal de teleatendimento para Ouvidoria, o Disque Saúde 136. 
 
Participação social 
Ao estabelecer como princípio organizativo do Sistema Único de Saúde (SUS) a participação 
comunitária, a Constituição Federal de 1988 apontou para a relevância da inserção da população brasileira 
na formulação de políticas públicas em defesa do direito à saúde. Além disso, atribuiu importância a 
instâncias populares na fiscalização e controle das ações do Estado, considerando as especificidades de 
cada região brasileira. 
A participação social é também denominada “participação comunitária” no contexto da saúde, 
sendo estabelecida e regulada pela Lei nº 8.142/90, a partir da criação de Conselhos de Saúde e 
Conferências de Saúde, nas três esferas de governo, bem como de colegiados de gestão nos serviços de 
saúde. Busca-se, desta maneira, que atores sociais historicamente não incluídos nos processos decisórios 
do país participem, com o objetivo de influenciarem a definição e a execução da política de saúde. 
Os Conselhos de Saúde são órgãos deliberativos que atuam como espaços participativos 
estratégicos na reivindicação, formulação, controle e avaliação da execução das políticas públicas de 
saúde. Já as Conferências de Saúde consistem em fóruns públicos que acontecem de quatro em quatro 
anos, por meio de discussões realizadas em etapas locais, estaduais e nacional, com a participação de 
segmentos sociais representativos do SUS (prestadores, gestores, trabalhadores e usuários), para 
avaliar e propor diretrizes para a formulação da política de saúde. 
Juntamente com a gestão destas instâncias e de outras redes de articulação em prol da garantia da 
participação social, o desafio que se coloca é a criação de uma eficiente rede de informação e 
comunicação ao cidadão sobre estes espaços de participação. E mais, do cidadão perceber-se como ator 
fundamental na reivindicação pelo direito à saúde. 
 
https://portaldocidadao.saude.gov.br/portalcidadao/index.htm
http://www.brasil.gov.br/saude/2012/07/cartao-sus
http://www.brasil.gov.br/saude/2009/11/disque-saude
http://pensesus.fiocruz.br/node/4
Público x Privado 
O Sistema Único de Saúde (SUS) prevê uma estrutura híbrida de gestão da saúde, baseada no 
funcionamento simultâneo de uma rede de atendimento pública e gratuita ao cidadão e outra privada, que 
atua de maneira complementar e conforme as diretrizes do SUS. Com as restrições dos serviços e 
recursos investidos pelo Estado para atender as demandas de saúde da população brasileira, o setor 
privado vem atuando sob a forma de planos e seguros de saúde, bem como de hospitais, clínicas, 
laboratórios, e consultórios particulares. 
A contradição entre a proposta de universalidade do SUS e a atuação da rede privada é ponto de 
partida para articulações e movimentos contra a tendência de privatização do setor da saúde. Além disso, 
as transferências de recursos públicos para os planos e seguros privados, o difícil ressarcimento das 
ações prestadas pelo SUS aos usuários de planos de saúde privados e a precariedade que vem 
caracterizando o crescimento desordenado da oferta privada estão na agenda das críticas do movimento 
sanitário e nas propostas de fortalecimento do SUS. 
Outro debate sobre a relação público X privado está relacionado à gestão de unidades de saúde. 
Isto porque, além da administração pública direta de unidades clínicas e hospitalares do sistema público, 
há estratégias de gestão em andamento, por meio das autarquias, organizações sociais de saúde (OS) e 
das fundações. No caso das OS, algumas críticas apontam para a ocorrência de desvios de recursos 
públicos, problemas relacionados ao acesso, relação precária com o trabalhador, entre outras questões. 
 
Conferências de Saúde 
Quando se fez valer o parágrafo único do artigo 90 da Lei n.º 378, de 13 de janeiro de 1937, na 
realização da 1ª Conferência Nacional de Saúde, iniciava-se um debate periódico e sistemático sobre a 
saúde no país, apontando as diretrizes de formulação de políticas para a área nas esferas de gestão 
municipal, estadual e nacional. Com a Constituição Federal de 1988, a participação comunitária no 
contexto da saúde é estabelecida, sendo regulada pela Lei nº 8.142/90 e definida a partir das conferências 
e dos conselhos de saúde, nas três esferas de governo, e também em colegiados de gestão nos serviços 
da área. 
No artigo 1º desta lei, estabelece-se que: 
“O SUS contará, em cada esfera de governo, sem prejuízo das funções do Poder 
Legislativo, com as seguintes instâncias colegiadas: I – a Conferência de Saúde reunir-se-
á a cada quatro anos com representação dos vários segmentos sociais, para avaliar a situação da 
saúde e propor as diretrizes para a formulação da política de saúde nos níveis correspondentes, 
convocada pelo Poder Executivo ou, extraordinariamente, por este ou pelo Conselho de Saúde; (...)”. 
Até 2015, foram realizadas 15 Conferências Nacionais de Saúde. Entidades ligadas à área da 
saúde, gestores e prestadores de serviços do setor, sociedade civil organizada e usuários ganham 
legitimidade para ocupar esses espaços. Um esforço no sentido de fazer valer a democracia popular e a 
gestão participativa no Sistema Único de Saúde (SUS). 
http://presrepublica.jusbrasil.com.br/legislacao/109610/lei-8142-90
As deliberações discutidas nas Conferências Nacionais de Saúde são resultantes dos debates ocorridos 
nos estados, através das Conferências Estaduais, que, por sua vez, resultam das propostas decorrentes 
das Conferências Municipais. É esta representatividade local que garante a legitimidade do evento como 
instância colegiada dos vários segmentos representados. As Conferências proporcionaram transformações 
históricas para a gestão da saúde no Brasil, como no caso da 8ª Conferência Nacional de Saúde, em 
1986, cujo relatório final serviu de base para a elaboração do capítulo sobre saúde da Constituição Federal 
de 1988, resultando na criação do SUS. 
 
Reforma sanitária 
O movimento da Reforma Sanitária nasceuno contexto da luta contra a ditadura, no início da 
década de 1970. A expressão foi usada para se referir ao conjunto de ideias que se tinha em relação às 
mudanças e transformações necessárias na área da saúde. Essas mudanças não abarcavam apenas o 
sistema, mas todo o setor saúde, em busca da melhoria das condições de vida da população. 
Grupos de médicos e outros profissionais preocupados com a saúde pública desenvolveram teses 
e integraram discussões políticas. Este processo teve como marco institucional a 8ª Conferência Nacional 
de Saúde, realizada em 1986. Entre os políticos que se dedicaram a esta luta está o sanitarista Sergio 
Arouca. 
As propostas da Reforma Sanitária resultaram, finalmente, na universalidade do direito à saúde, 
oficializado com a Constituição Federal de 1988 e a criação do Sistema Único de Saúde (SUS). 
 
Direito à saúde 
A saúde consta na Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948, no artigo XXV, que define 
que todo ser humano tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar-lhe e a sua família, saúde e 
bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais 
indispensáveis. Ou seja, o direito à saúde é indissociável do direito à vida, que tem por inspiração o valor 
de igualdade entre as pessoas. 
No contexto brasileiro, o direito à saúde foi uma conquista do movimento da Reforma Sanitária, 
refletindo na criação do Sistema Único de Saúde (SUS) pela Constituição Federal de 1988, cujo artigo 196 
dispõe que “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e 
econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e 
igualitário às ações e serviços para a promoção, proteção e recuperação”. 
No entanto, direito à saúde não se restringe apenas a poder ser atendido no hospital ou em 
unidades básicas. Embora o acesso a serviços tenha relevância, como direito fundamental, o direito à 
saúde implica também na garantia ampla de qualidade de vida, em associação a outros direitos básicos, 
como educação, saneamento básico, atividades culturais e segurança. 
“A criação do SUS está diretamente relacionada a tomada de responsabilidade por parte do 
Estado. A ideia do SUS é maior do que simplesmente disponibilizar postos de saúde e hospitais para que 
as pessoas possa acessar quando precisem, a proposta é que seja possível atuar antes disso, através dos 
agentes de saúde que visitam frequentemente as famílias para se antecipar os problemas e conhecer a 
realidade de cada família, encaminhando as pessoas para os equipamentos públicos de saúde quando 
necessário” (Guia de Direitos). 
 
Atendimento 
O atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS), direito garantido a qualquer cidadão brasileiro, 
se dá a partir de um modelo baseado na hierarquização das ações e serviços de saúde por níveis de 
complexidade. A proposta é que casos de menor urgência possam ser resolvidos em instâncias que não 
cheguem a centros especializados de alta complexidade, melhorando a eficiência e a eficácia de todo o 
sistema. 
Desta forma, o atendimento pelo SUS acontece em três níveis de atenção: no primeiro, estão as 
Unidades Básicas ou Postos de Saúde, a “porta de entrada” ao SUS, onde são marcadas consultas e 
exames e realizados procedimentos menos complexos, como vacinação e curativos; no segundo, 
entendido como de média complexidade, estão as Clínicas, Unidades de Pronto Atendimento e Hospitais 
Escolas, que dão conta de alguns procedimentos de intervenção, bem como tratamentos a casos crônicos 
e agudos de doenças; e no terceiro, de alta complexidade, estão os Hospitais de Grande Porte, onde são 
realizadas manobras mais invasivas e de maior risco à vida. 
Além do direito de ser atendido em cada uma destas unidades de forma humanizada e sem 
discriminação, o cidadão deve ter acesso a informações sobre serviços de atendimento disponíveis em 
canais diversos (telefone, sites da internet etc.) que lhe permitem um acesso mais fácil aos serviços de 
saúde. No Portal de Saúde do Cidadão, por exemplo, o usuário acessa seu histórico de registros das 
ações e serviços, podendo conferir detalhes sobre suas internações hospitalares, com dados sobre 
atendimento ambulatorial de média e alta complexidade e aquisição de medicamentos no programa 
Farmácia Popular. Neste Portal, também é possível solicitar um pré-cadastro do Cartão SUS, documento 
de identificação projetado para facilitar o acesso à rede de atendimento do SUS e à área de Ouvidoria 
Geral do SUS. Há, ainda, um canal de teleatendimento para Ouvidoria, o Disque Saúde 136. 
 
Vacinas 
A história das vacinas no Brasil nos remete a 1904, quando Oswaldo Cruz, então diretor geral de 
Saúde Pública (cargo que corresponde atualmente ao de ministro da Saúde) iniciou uma série de 
campanhas de saneamento e imunização. Neste ano, diante de surtos de varíola, o sanitarista tentou 
promover a vacinação em massa da população brasileira, recebendo duras críticas por parte da sociedade 
em geral. 
Mais de um século depois, o reconhecimento da importância das iniciativas de Oswaldo Cruz para 
a garantia do direito à saúde é incontestável. Atualmente, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece aos 
cidadãos brasileiros uma série de vacinas – boa parte delas produzidas nacionalmente (90%) – e mais de 
34 mil salas de vacinação pelo país. O Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, que 
completou 40 anos de existência em 2013, apresenta boas práticas na implementação da política de 
https://portaldocidadao.saude.gov.br/portalcidadao/index.htm
http://www.brasil.gov.br/saude/2012/07/cartao-sus
http://www.brasil.gov.br/saude/2009/11/disque-saude
vacinação do país, como as parcerias com laboratórios públicos para produção nacional de 
imunobiológicos, a erradicação de doenças como a poliomielite, febre amarela e varíola, e a contribuição 
para a ausência da paralisia infantil e do sarampo. 
Os calendários de vacinação voltados a públicos específicos – criança, adolescente, adulto, idoso e 
população indígena – e as campanhas vêm dando conta das vacinas prioritárias, oferecidas gratuitamente 
nos centros de saúde da rede pública. A partir de 2014, mais três vacinas foram incorporadas aos serviços 
do SUS: HPV, hepatite A e vacina para gestantes contra difteria, tétano e coqueluche. 
 
Medicamentos 
Ao estabelecer que a saúde deve ser integral, ou seja, abranger tudo o que é necessário para 
prevenir e curar doenças, o Sistema Único de Saúde (SUS) organiza a sua assistência farmacêutica 
através do Decreto Federal nº 7508, que regulamenta a Lei Orgânica nº 8080/90. Esta legislação 
estabelece a Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename), com uma seleção e padronização 
de medicamentos indicados para atendimento de doenças ou de agravos pelo SUS. 
Para ter acesso aos medicamentos previstos na Rename, o usuário precisa ter sido atendido pelo 
SUS, com prescrição feita por profissional de saúde, no exercício regular de suas funções no Sistema, em 
conformidade também com os Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas. Além disso, a prescrição 
deve estar de acordo com a relação complementar estadual, distrital ou municipal de medicamentos e a 
distribuição acontece em unidades indicadas pelo SUS. 
As diretrizes da Assistência Farmacêutica do SUS estão apresentadas na Política Nacional de 
Medicamentos, do Ministério da Saúde, que estabelece as regras para a gestão da cessão pública de 
medicamentos (nos níveis federal, estadual e municipal), observando a oferta de produtos gratuitos a 
preços reduzidos, segurança, qualidade e eficácia do que é oferecido. 
Mesmo com avanços como a política dos genéricos, as pesquisas com fitoterápicos, a política da 
Farmácia Popular e a ampliação da relação de medicamentos oferecidos, ainda é grande a desigualdade 
no acesso a medicamentos por parte da população brasileira, havendo muitas fragilidadese desafios a 
serem encarados pelos gestores. 
As fragilidades nesta área, de acordo com o 2º Censo da Indústria Farmoquímica Nacional, estão 
relacionadas à capacitação tecnológica e produtiva. Entre elas, estão: a falta de matéria-prima para 
antibióticos no Brasil, a não consolidação da produção de insumos para antineoplásicos (para câncer) e a 
ausência de investimentos para ampliar o parque produtor de medicamentos relacionados a doenças 
cardiovasculares e negligenciadas e ao sistema nervoso central. 
 
Conquistas e desafios 
Pouco mais de uma década após a criação da Constituição Federal, o sanitarista Sergio Arouca já 
lembrava que era preciso retomar os princípios básicos da reforma sanitária, que não se resumiam à 
criação do Sistema Único de Saúde (SUS). Era preciso discutir a saúde não como política do Ministério da 
http://pensesus.fiocruz.br/node/124
Saúde, mas como um dever permanente do Estado e direito do cidadão. Por isso, identificar conquistas e 
desafios do sistema de saúde brasileiro é uma tarefa contínua. 
Em decorrência das comemorações dos 25 anos do SUS, em 2013, profissionais da saúde 
produziram balanços em diversas áreas de atuação no campo da saúde coletiva. Entre as conquistas 
destacadas estão: o controle e a eliminação de doenças por meio da vacinação, socorro para 110 milhões 
de pessoas na rede pública, assistência farmacêutica, financiamento de transplantes e uma vigilância 
sanitária atuante. Além disso, nos laboratórios públicos, o foco está no cidadão, e não no mercado, o que 
também é apontado como uma conquista. 
Quanto aos desafios, esses são mais visíveis no dia a dia do SUS. A força de trabalho, a gestão do 
sistema e a administração são apontadas por especialistas e autoridades como pontos a serem 
melhorados. Com relação à atenção básica – o grande aglutinador de programas do SUS –, os desafios 
passam basicamente pela necessidade de priorização política do investimento, capaz de fazer valer, por 
exemplo, os instrumentos de gestão, a ampliação da estratégia Saúde da Família e do Programa de 
Agentes Comunitários. 
O subfinanciamento também está entre um dos obstáculos para a ampliação do acesso e melhoria 
na qualidade dos serviços. O mercado é, assim, um dos principais alvos de crítica no âmbito da saúde, já 
que existe uma renúncia fiscal a empresas que optem pelo plano de saúde privado. 
 
Financiamento 
A Constituição Federal de 1988 determina que as três esferas de governo – federal, estadual e 
municipal – financiem o Sistema Único de Saúde (SUS), gerando receita necessária para custear as 
despesas com ações e serviços públicos de saúde. Planejar este financiamento, promovendo arrecadação 
e repasse necessários de forma a garantir a universalidade e integralidade do sistema, tem se mostrado, 
no entanto, uma questão bem delicada. As restrições orçamentárias para o setor – sobretudo a falta de 
recursos nos municípios – e a necessidade premente de superá-las fazem com que as discussões sobre o 
financiamento ocupem constantemente a agenda dos movimentos sociais e políticos que atuam em defesa 
do SUS. 
Os percentuais de investimento financeiro dos municípios, estados e União no SUS são definidos 
atualmente pela Lei Complementar nº 141, de 13 de janeiro de 2012, resultante da sanção presidencial da 
Emenda Constitucional 29. Por esta lei, municípios e Distrito Federal devem aplicar anualmente, no 
mínimo, 15% da arrecadação dos impostos em ações e serviços públicos de saúde cabendo aos estados 
12%. No caso da União, o montante aplicado deve corresponder ao valor empenhado no exercício 
financeiro anterior, acrescido do percentual relativo à variação do Produto Interno Bruto (PIB) do ano 
antecedente ao da lei orçamentária anual. 
Diversas instituições organizadas reivindicam, no entanto, que a União destine pelo menos 10% 
das receitas correntes brutas para a saúde pública brasileira, o que não se consolidou com a sanção da 
Lei Complementar nº 141. Diante disso, organizou-se o Movimento Nacional em Defesa da Saúde Pública, 
Saúde + 10, com o objetivo de coletar assinaturas para um projeto de lei de iniciativa popular que 
assegure o repasse deste percentual, alterando a legislação vigente. 
Outro debate que se levanta a partir do subfinanciamento da saúde é a relação entre o público e o privado, 
já que recursos públicos acabam sendo repassados ao setor privado. 
 
Futuro da saúde 
Ao longo de seus 25 anos de existência, o Sistema Único de Saúde (SUS) atuou significativamente 
na mudança do quadro sanitário brasileiro e foi também bastante modificado por ele. Diante disso, qual 
será o futuro da saúde no Brasil? 
Atualmente, já se observa que o perfil de morbimortalidade mudou em todo o mundo, ao mesmo 
tempo em que as pessoas estão envelhecendo mais e que a taxa de fecundidade diminuiu, em torno 47% 
em todo o território nacional entre 1980 e 2000. A mortalidade geral diminuiu no Brasil no final do século 
20, especialmente quanto aos óbitos de menores de um ano, com uma redução do total de 53,7 crianças a 
cada mil nascidas vivas em 1990 para 19/1000, e aumento na esperança de vida de 69 anos em 1988 
para 72 anos em 2008 (Noronha et al., 2005). 
Tais mudanças decorreram de diferentes fenômenos, mas a presença de um sistema de saúde 
universal, interferindo diretamente no acesso aos serviços de saúde de um modo geral, é certamente um 
fator de influência. 
Para ajudar a traçar diretrizes sobre futuros prováveis do SUS, foi realizado o projeto Saúde Brasil 
2030. Trata-se de uma iniciativa de cooperação técnica da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) com a 
Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE) e o Instituto de Pesquisa 
Econômica Aplicada (Ipea), e de convênio com o Ministério da Saúde, que reuniu em uma publicação 
pesquisas de especialistas de diversas áreas sobre a temática. 
De acordo com o livro, analisar as possibilidades para o futuro da saúde se torna fundamental, pelo 
papel estratégico do setor no desenvolvimento do país. Diante da complexidade e dos processos de 
transformação em curso nas diversas áreas de atuação da saúde, é necessário planejar em prazos mais 
longos, não apenas para criar imagens de futuro, mas, especialmente, para auxiliar na gestão estratégica, 
com diretrizes voltadas ao alinhamento das ações com um cenário desejável para o país. 
 
Inovação 
Ao estabelecer as competências do Sistema Único de Saúde (SUS), a Constituição Federal de 
1988 incluiu o incremento do desenvolvimento científico e tecnológico. Para isso, desenvolveu-se, dentro 
da Política Nacional de Saúde, a Política Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde 
(PNCTIS), visando fortalecer a produção e a partilha de conhecimentos essenciais da área e uma maior 
articulação entre as ações de fomento científico-tecnológico e a política de saúde. 
Atualmente, a saúde humana é o setor de atividades que engloba a maior parte do esforço 
científico e tecnológico no Brasil, com uma grande demanda da indústria farmacêutica e de conhecimento 
para produção de itens industriais, como medicamentos, vacinas, diagnósticos, equipamentos de saúde, 
entre outros. 
O processo de construção de uma política de inovação em saúde no país iniciou-se em 1994, por 
ocasião da 'I Conferência Nacional de Ciência e Tecnologia em Saúde', se consolidando em 2003, com a 
criação, dentro do Ministério da Saúde, da Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos 
Estratégicos em Saúde. 
Investimentos em políticas nacionais de ciência, tecnologia e inovação são fundamentais, na 
medida em que a assistência farmacêutica, o fomento à pesquisa e o desenvolvimento na área de saúde 
impactam diretamente o fortalecimento e os serviços disponibilizados pelo SUS. 
 
Descentralização 
Estabelecida a partir da Constituição Federal de 1988 e regulamentada pelas Leis 8.080/90 (Lei 
Orgânica da Saúde) e 8.142/90, a descentralização da gestãoe das políticas da saúde no país – feita de 
forma integrada entre a União, estados e municípios – é um dos princípios organizativos do Sistema Único 
de Saúde (SUS). De acordo com este princípio, o poder e a responsabilidade sobre o setor são 
distribuídos entre os três níveis de governo, objetivando uma prestação de serviços com mais eficiência e 
qualidade e também a fiscalização e o controle por parte da sociedade. 
A partir do conceito constitucional do comando único, cada esfera de governo é autônoma e 
soberana em suas decisões e atividades, respeitando os princípios gerais e a participação da sociedade. 
Neste sentido, a autoridade sanitária do SUS é exercida: na União, pelo ministro da saúde; nos estados, 
pelos secretários estaduais de saúde; e, nos municípios, pelos secretários municipais de saúde. 
O Decreto 7.508 de 2011, que regulamenta a Lei 8.080/90, estabelece um novo arranjo para a 
descentralização, definindo que os serviços prestados permanecerão organizados em níveis crescentes de 
complexidade, em unidades geográficas específicas e para clientelas definidas. No entanto, a oferta de 
ações e serviços do SUS deverá se organizar a partir da constituição de regiões de saúde. 
Cada região formada nos estados deverá garantir a integralidade no atendimento através da 
parceria entre os municípios componentes, tudo isto regulado pelo Contrato Organizativo de Ação Pública 
(COAP). 
 
Determinantes sociais 
De acordo com definição da Organização Mundial de Saúde (OMS), os determinantes sociais da 
saúde estão relacionados às condições em que uma pessoa vive e trabalha. Também podem ser 
considerados os fatores sociais, econômicos, culturais, étnicos/raciais, psicológicos e comportamentais 
que influenciam a ocorrência de problemas de saúde e fatores de risco à população, tais como moradia, 
alimentação, escolaridade, renda e emprego. 
Estudos sobre determinantes sociais apontam que há distintas abordagens possíveis. Além disso, 
que há uma variação quanto à compreensão sobre os mecanismos que acarretam em iniquidades de 
saúde. Por isso, os determinantes sociais não podem ser avaliados somente pelas doenças geradas, pois 
vão além, influenciando todas as dimensões do processo de saúde das populações, tanto do ponto de 
vista do indivíduo, quanto da coletividade na qual ele se insere. 
http://pensesus.fiocruz.br/node/15
Entre os desafios para entender a relação entre determinantes sociais e saúde está o estabelecimento de 
uma hierarquia de determinações entre os fatores mais gerais de natureza social, econômica, política e as 
mediações através das quais esses fatores incidem sobre a situação de saúde de grupos e pessoas, não 
havendo uma simples relação direta de causa-efeito (Leia mais em A saúde e seus determinantes sociais). 
Daí a importância do setor saúde se somar aos demais setores da sociedade no combate às iniquidades. 
Todas as políticas que assegurem a redução das desigualdades sociais e que proporcionem 
melhores condições de mobilidade, trabalho e lazer são importantes neste processo, além da própria 
conscientização do indivíduo sobre sua participação pessoal no processo de produção da saúde e da 
qualidade de vida. 
 
SUS 
Em 1988, por ocasião da promulgação da Constituição da República Federativa do Brasil, foi 
instituído no país o Sistema Único de Saúde (SUS), que passou a oferecer a todo cidadão brasileiro 
acesso integral, universal e gratuito a serviços de saúde. Considerado um dos maiores e melhores 
sistemas de saúde públicos do mundo, o SUS beneficia cerca de 180 milhões de brasileiros e realiza por 
ano cerca de 2,8 bilhões de atendimentos, desde procedimentos ambulatoriais simples a atendimentos de 
alta complexidade, como transplantes de órgãos. Os desafios, no entanto, são muitos, cabendo ao 
Governo e à sociedade civil a atenção para estratégias de solução de problemas diversos, identificados, 
por exemplo, na gestão do sistema e também no subfinancimento da saúde (falta de recursos). 
Paralelamente à realização de consultas, exames e internações, o SUS também promove 
campanhas de vacinação e ações de prevenção de vigilância sanitária, como fiscalização de alimentos e 
registro de medicamentos. 
Além da democratização da saúde (antes acessível apenas para alguns grupos da sociedade), a 
implementação do SUS também representou uma mudança do conceito sobre o qual a saúde era 
interpretada no país. Até então, a saúde representava apenas um quadro de “não-doença”, fazendo com 
que os esforços e políticas implementadas se reduzissem ao tratamento de ocorrências de enfermidades. 
Com o SUS, a saúde passou a ser promovida e a prevenção dos agravos a fazer parte do 
planejamento das políticas públicas. 
Fonte: https://pensesus.fiocruz.br 
 
Saúde é democracia 
"Saúde é democracia” é uma expressão que decorre da ideia de que “Democracia é saúde”, 
defendida pelo sanitarista Sergio Arouca em seu discurso de abertura na 8ª Conferência Nacional de 
Saúde (8ª CNS), realizada em 1986. Naquele momento, em pleno processo de redemocratização do 
Brasil, discutia-se um novo paradigma do conceito ampliado de saúde que se materializa, apesar de todas 
as resistências políticas e econômicas, na criação do Sistema Único de Saúde (SUS). 
Em sua fala, Arouca explicou essa mudança de paradigma, a partir de sua interpretação do 
conceito de saúde proposto pela Organização Mundial de Saúde, afirmando que saúde não é 
http://www.scielo.br/pdf/physis/v17n1/v17n1a06.pdf
http://pensesus.fiocruz.br/node/5
https://pensesus.fiocruz.br/
simplesmente ausência de doença: "é um bem-estar social que pode significar que as pessoas tenham 
mais alguma coisa do que simplesmente não estar doentes: que tenham direito à casa, ao trabalho, ao 
salário condigno, à água, à vestimenta, à educação, às informações sobre como dominar o mundo e 
transformá-lo. Que tenham direito ao meio ambiente que não os seja agressivo, e que, pelo contrário, 
permita uma vida digna e decente. Direito a um sistema político que respeite a livre opinião, a livre 
possibilidade de organização e autodeterminação de um povo, e que não esteja todo tempo submetido ao 
medo da violência, daquela violência resultante da miséria, e que resulta no roubo, no ataque. Que não 
esteja também submetido ao medo da violência de um governo contra o seu próprio povo, para que sejam 
mantidos interesses que não são do povo (...)". 
Essa definição de saúde está diretamente relacionada ao conceito de democracia, não sendo 
possível melhorar a saúde das pessoas se não melhorar em paralelo a qualidade geral de vida, o que, por 
sua vez, também não é possível enquanto persistir um modelo econômico concentrador de renda e 
excludente e um modelo político autoritário. De acordo com Arouca: "era ponto de partida, antes, 
conseguir a democracia. E o lema que foi colocado no sistema de saúde durante os últimos anos foi 
exatamente esse, democracia é saúde, significando que para conseguir começar a melhorar timidamente 
as condições de saúde da população brasileira era fundamental a conquista de um projeto de 
redemocratização desse país". 
Diante do cenário recente de ameaças à democracia brasileira, a direitos sociais estabelecidos pela 
Constituição Federal de 1988 e outras conquistas da população, o site PenseSUS relembra as expressões 
"Saúde é democracia" e “Democracia é saúde”, ressaltando que, do mesmo modo que um processo 
democrático foi fundamental para implantar o SUS, a resistência a partir do movimento sanitário que lhe 
deu base e sustentabilidade se faz ainda mais necessária, em defesa da democracia em nosso país. 
 
Vigilância em saúde 
No campo da saúde, a vigilância está relacionada às práticas de atenção e promoção da saúde dos 
cidadãos e aos mecanismos adotados para prevenção de doenças. Além disso, integra diversas áreas de 
conhecimento e aborda diferentes temas, tais como política e planejamento, territorialização, 
epidemiologia,processo saúde-doença, condições de vida e situação de saúde das populações, ambiente 
e saúde e processo de trabalho. A partir daí, a vigilância se distribui entre: epidemiológica, ambiental, 
sanitária e saúde do trabalhador. 
A vigilância epidemiológica reconhece as principais doenças de notificação compulsória e investiga 
epidemias que ocorrem em territórios específicos. Além disso, age no controle dessas doenças 
específicas. 
A vigilância ambiental se dedica às interferências dos ambientes físico, psicológico e social na 
saúde. As ações neste contexto têm privilegiado, por exemplo, o controle da água de consumo humano, o 
controle de resíduos e o controle de vetores de transmissão de doenças – especialmente insetos e 
roedores. 
As ações de vigilância sanitária dirigem-se, geralmente, ao controle de bens, produtos e serviços 
que oferecem riscos à saúde da população, como alimentos, produtos de limpeza, cosméticos e 
medicamentos. Realizam também a fiscalização de serviços de interesse da saúde, como escolas, 
hospitais, clubes, academias, parques e centros comerciais, e ainda inspecionam os processos produtivos 
que podem pôr em riscos e causar danos ao trabalhador e ao meio ambiente. 
Já a área de saúde do trabalhador realiza estudos, ações de prevenção, assistência e vigilância 
aos agravos à saúde relacionados ao trabalho.

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