Buscar

Medicamentos na Prática Clinica - Barros - 1ed-376

Prévia do material em texto

O climatério é o período fisiológico de transição entre a fase reprodutiva 
e não reprodutiva da mulher. A menopausa, data do último ciclo menstrual, 
ocorre em torno dos 50 anos de idade. A falência ovariana fisiológica desen-
volve-se de maneira insidiosa, iniciando anos antes da ocorrência da menopau-
sa. Em geral, o declínio da função ovariana começa entre 35 e 40 anos. Nesse 
período, há uma redução da resposta ovariana às gonadotrofinas hipofisárias, 
que resulta na diminuição dos níveis de hor1nônios femininos, estrogênios (E) e 
progesterona (P), com consequente elevação dos hormônios luteinizante (LH) 
e folículo-estimulante (FSH). Os sintomas incluem irregularidade menstrual, 
ciclos anovulatórios, fogachos (sensação de calor intenso na face, pescoço e 
tronco acompanhada de rubor facial e diaforese), alteração do humor, perda da 
libido e atrofia vaginal, a qual cursa com ressecamento vaginal, dispareunia, va-
ginites, infecções urinárias e piora da incontinência urinária. Estão relacionadas 
também ao período do climatério a osteoporose e a cardiopatia isquêmica. 
A terapia hormonal (TH) no climatério objetiva repor os hormônios deficientes nessa etapa 
da vida, teoricamente exercendo os mesmos efeitos dos produtos endógenos. Entretanto, 
está indicada apenas para o alívio dos fogachos (E + P) e por tempo limitado. Há uma 
redução significativa no número de fogachos nas pacientes tratadas com estrogeniotera-
pia, independentemente da adição de progesterona. Em mulheres com queixas de atrofia 
vaginal, induz melhoria no trofismo e na lubrificação vaginal. 
A indicação para a prevenção de osteoporose deve ser cautelosa. O uso 
de E + P ou só de E previnem a perda óssea em mulheres perimenopáusicas e 
pós-menopáusicas e reduzem o risco de fraturas por osteoporose em 25-500/o. 
O estriol, entretanto, não tem efeito na proteção óssea. 
Não existe indicação para a prescrição de TH para a prevenção primária e secundária de 
doença cardiovascular, pois a TH está associada a maior risco de eventos mórbidos car-
diovasculares. A terapia estrogênica oral aumenta o risco de eventos tromboembólicos, 
tromboembolismo venoso e embolia pulmonar em aproximadamente 2,7 vezes. A TH é 
fator de risco estabelecido para câncer de mama. Entretanto, o risco de câncer de mama 
não parece ser aumentado em usuárias de estrogênio por curtos períodos de tempo (5 
anos ou menos), e a maioria dos estudos mostra aumento do risco após uso prolongado 
(acima de 5 anos) de TH combinada, persistindo por mais de 20 anos após a suspensão do 
uso. Há um aumento do risco de acidente vascular encefálico (AVE) isquêmico em mulhe-
res usuárias de TH combinada.

Continue navegando