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SAÚDE DA MULHER III Talita B. Valente ATM 2023A 1 CLIMATÉRIO CONCEITOS: Menopausa = Última menstruação é reconhecida após 12 meses consecutivos de amenorreia, o diagnóstico é clínico. A menopausa precoce ocorre quando se estabelece antes dos 40 a. de idade, e tardia após os 55a. Menopausa precoce: Insuficiência ovariana prematura está associada a níveis elevados do hormônio folículo-estimulante. Pós-menopausa = Descreve os anos que se seguem após a menopausa. Intervalo de tempo entre o último caramênio (menstruação) e a senectude. Perimenopausa = 3-5 anos que precedem a última menstruação e um 1 após a mesma. Climatério = Período da vida da mulher compreendido entre o final da fase reprodutica e asenilidade. Em geral varia dos 40 aos 65 a. de idade. Nesse período ocorre a menopausa. Fatores que influenciam: • Fatores socioeconômicos - Longas jornadas de trabalho e atividades estressantes podem causar menopausa mais cedo • Tabagismo - Antecipação da menopausa em 12 a 18 meses. • Paridade - Mulheres núliparas têm menopausa mais precocemente, enquanto o aumento da pariedade correlaciona-se com menopausa mais tardia. • Altitude - Mulheres de países de altitudes maiores podem ter menopausa mais cedo. • Nutrição deficiente e baixo peso: levam a instituição mais precoce da menopausa. FISIOLOGIA: 1. Insuficência do corpo lúteo, determinando irregularidades menstruais, como polimenorreía, evoluindo mais tardiamente para amanorréia por anovulação temporária ou definitiva, 2. Com a instalação da menopausa, ocorre redução, até o quase total desaparecimento da progesterona, do estradiol e da inibina, decorrente da falência folicular, redução das células secretoras e diminuição dos receptores das gonadotrofinas. • Para compensar as perdas desses hormônios ocorre um aumento da secreção de androstenediona (principal esteroide secretado pelo ovário na pós-menopausa, pelo estroma do ovário e pelas suprarrenais, que irá sofrer conversão periférica para estrogênios, principalmente estrona). • Mudanças também ocorrem na unidade H-H, com hiperfunção e hipertrofia evidente, caracterizada pelo aumento dos níveis das gonadotrofinas. • A transição menopausal é caracterizada pela irregularidade do ciclo menstrial devido a variabilidade hormonal e ovulação inconstante. • No ovário 90% da produção do estradiol provém do folículo dominante e, os demais folículos, são responsáveis pela produção de inibina B e do hormônio antimülleriano. • Esses produtos dos ovários, por meio de alças de feedback, determinam o aumento ou a redução de hormônio folículo-estimulante (FSH) e hormônio luteinizante (LH) na hipófise, conforme a fase do ciclo. • A diminuição maciça do número de folículos ovarianos resulta na diminuição gradual da inibina B, que desativa o feedback negativo sobre a hipófise, liberando a secreção de FSH e aumentando o recrutamento folicular • Enquanto houver folículos suficientes, a ovulação ainda é mantida e os níveis de estradiol permanecerão dentro da normalidade. Porém, a contínua perda da reserva folicular diminui os níveis de estradiol que não são mais suficientes para estimular o pico de LH, encerrando assim os ciclos ovulatórios. • Sem a ovulação propriamente dita, não há produção de corpo lúteo e, consequentemente, de progesterona. • Na pós-menopausa, na tentativa de estimular uma adequada produção de estradiol pelos ovários, a hipófise é ativada por picos de GnRH e secreta grandes quantidades de gonadotrofinas, levando as mulheres a um estado de hipogonadismo hipergonadotrófico. • Os níveis de FSH e LH são marcadamente altos nos primeiros anos após a menopausa, decrescendo com o envelhecimento. • Não há mais produção de progesterona. Já os estrogênios seguem sendo produzidos, porém em níveis muito menores se comparados à menacme. SAÚDE DA MULHER III Talita B. Valente ATM 2023A 2 • No ovário, a produção de estradiol é quase nula, e a estrona, produzida por meio da aromatização periférica da androstenediona, mesmo em pequenas quantidades, passa a ser o principal estrogênio circulante na pós- menopausa. • Não há necessidade de dosagens hormonais para se confirmar o diagnóstico de menopausa, frente a uma mulher acima dos 40 anos, com amenorreia há mais de um ano e quadro clínico compatível, outros exames para investigação são dispensáveis. • Porém, níveis de FSH acima de 40 mUI/mL e E2 menores do que 20 pg/mL são característicos. • As alterações nos níveis circulantes dos esteroides sexuais afetam a atividade reprodutiva e, de forma não menos importante, outros órgãos e suas funções. • Receptores estrogênicos existem em diferentes concentrações em vários locais do organismo, como pele, ossos, vasos, coração, diversas regiões do cérebro, mama, útero, vagina, uretra e bexiga, gerando efeitos diferentes para cada mulher em decorrência da carência estrogênica QUADRO CLÍNICO: • Importante: o Idade da menarca o Data da menopausa o E como cada uma se instalou • Alterações atróficas: a síndrome geniturinária da menopausa (atrofia vulvovaginal), acontece devido a deficiência de estrogênio. o É comum, e caráter progressivo se o tratamento adequado não for imposto, afetando a saúde e sexualidade. o Vulva: perde tecido adiposo dos grandes lábios e a pele fica seca e fina, com diminuição dos pelos. o Vagina: passa a ser mais curta e estreita, perdendo a rugosidade, tornando o epitélio mais fino. A lubrificação fica prejudicada principalmente na ausência de atividade sexual. Também se apresenta friável, sangramento ao toque e vulnerável a traumas. o Para recuperar o epitélio podemos dar uma carga vaginal de hormônio e depois manter, utilizamos os cremes vaginais. • Alterações no ciclo menstrual: a queixa mais frequente é a irregularidade menstrual, refletindo a perda progressiva da função reprodutiva ovariana. o Tende a se iniciar com encurtamento dos ciclos e progredir para períodos de amenorreia cada vez mais longos até a parada total dos ciclos. - Nesta fase inexiste os fogachos. o Devido a flutuação hormonal e variação de níveis de estrogênio, muitas vezes sem reposição adequada da progesterona, pode-se desenvolver miomas e pólipos. o Nos casos de sangramento uterino intenso, deve-se investigar: patologias endometriais, carcinoma de endométrio e atrofia vaginal. • Sintomas Vasomotores: Os sintomas mais comuns são os fogachos, referidos em 80% das mulheres. o Cada episódio dura 2-4 minutos, diversas vezes ao dia. o É mais comum a noite, prejudicando o sono e aumentando a irritabilidade. o Outros sintomas: estresse, ansiedade e depressão. Decorrentes do hipoestrogenismo. • Distúrbios do sono: Distúrbios do sono, incluindo menor duração, despertar noturno e menor eficácia do sono são os sintomas mais referidos. o A menor duração do sono é responsável pelo aumento da prevalência da HAS e Diabetes melito, além de cansaço, ansiedade e depressão. SAÚDE DA MULHER III Talita B. Valente ATM 2023A 3 • Alterações sexuais: A falta de estrogênio diminui a vascularização vaginal, levando a dificuldade para lubrificação e a disfunção sexual na pós-menopausa. o O hipoestrogenismo não é fator isolado na causa das disfunções sexuais. • Alterações cognitivas: São citados sintomas como esquecimento, perda de memória verbal, piora da atenção e processamento rápido das informações e demência. o Segundo um estudo, as mudanças metabólicas que ocorrem no cérebro durante o climatério, períoso de desenvolvimento da menopausa na mulher, podem deixá-lasmais vulneráveis ao Alzheimer. • Doenças cardiovasculares: O risco global é duas vezes maior no período pós menopausa do que na menacme. o Essa diferença de prevalência é atribuída devido a perda do fator protetor - estrogênio - para eventos endoteliais. Como consequência, ocorre o aumento da concentração de colesterol total e queda dos níveis de HDL. o A redução do HDL faz parte da síndrome metabólica. O período pós menopáusico é facilitador, já que devido às alterações nos perfis hormonais, há acúmulo de gordura central e desequilíbrio no perfil lipídico. A transição menopáusica por si só é fator de risco para a síndrome. o Evidências atuais não justificam o uso da terapia hormonal para prevenção primária ou secundária de DCV. • Osteoporose: o É a redução da massa óssea com alterações na microestrutura, levando ao aumento da sua fragilidade e das fraturas por traumatismos pouco intensos. o Pode resultar de: § Falha na produção de um esqueleto com a massa e a força ósseas ótimas no crescimento; § Reabsorção óssea excessiva com redução da massa óssea e deterioração da microestrutura do esqueleto; § Resposta inadequada da formação óssea para a reabsorção excessiva. o Deficiência estrogênica que induz a liberação de fatores teciduais, como IL e IL-6, PGE2 e TNF- alfa, que estimulam uma maior atividade osteoclástica, aumentando a reabsorção óssea. - Levando ao predomínio da reabsorção sobre a formação óssea. o Solicitar densitometria como exame de rotina em todas as mulheres que entrarem na menoupausa anualmente, se resultado normal, bianualmente. § Densitometria da coluna vertebral/fêmur! o Conduta na avaliação da osteoporose na menopausa: § Avaliar os fatores de risco de fratura: § Determinar a densitometria óssea da coluna e do fêmur. § Avaliar as causas secundárias nos casos mais graves e imprevistos: Hipogonadismos primário e secundário, hiperparatireoidismo, síndrome de cushing, prolactinomas, acromegalias, doenças inflamatórias intestinais (redução da absorção), tabagismo, alcoolismo, neoplasias. o Tratamento: § Não farmacológico: prática de atividade física, evitar hábitos nocivos (tabagismo e alcoolismo), dieta rica cálcio e vitamina D, evitar quedas e fraturas. § Suplementar cálcio e vitamina D em regiões em que pacientes tomam menos sol. SAÚDE DA MULHER III Talita B. Valente ATM 2023A 4 § A terapia hormonal deve ser considerada em mulheres com osteoporose, quando diagnosticada nos primeiros anos da menopausa. O melhor período para o tratamento é o inicial, após 5 anos da menopausa já não há mais evidência de benefício da TH. § Farmacológico: Risidronato 150 (1x/semana) -> Melhor tto. • Raloxifeno - pacientes com Ca mama. TRATAMENTO: • Abordagem individualizada: Avaliação dos antecedentes pessoais, familiares, menstruais, sexuais e obstétricos colaboram muito para o entendimento do momento. A orientação sexual não pode ser esquecida. Investigar métodos de anticoncepção utilizados, a vulnerabilidade a DSTs. Sintomas urinários, como infecções ou incontinência, atividade física, patologias concomitantes, uso de medicações, alergias e problemas pessoais, do relacionamento amoroso e familiar. Investigação de doenças (DM, HAS, CA, DCV, TGI, Osteoporose). Medidas de prevenção e preservação da saúde. • Conduta frente a mulher com menopausa: o Orientações e esclarecimento sobre as condições do organismo nesse período, devido à carência hormonal. o Estimular medidas de promoção da saúde: bons hábitos dietéticos, manter peso ideal, praticar atividades físicas e consumo excessivo de álcool e fumo. o Prevenção de doenças (osteoporose, cardiopatias e rastreamento de neoplasias - mama, cólon e colo uterino) o Avaliação criteriosa da indicação de terapia de reposição hormonal SAÚDE DA MULHER III Talita B. Valente ATM 2023A 5 • Avaliação da mulher no climatério: o Anamnese o Exame físico completo o Citopatológico o Mamografia - Bianual entre os 40 e 50 anos e anual a partir dos 50 anos o Avaliação endometrial: não invasiva (US e teste progesterona) e invasivos (citologia endometrial, biópsia aspirativa, curetagem uterina e histeroscopia). § Se climatérica e em pré menopausa com irregularidade menstrual -> Investigar endométrio (descartar patologias orgânicas - como hiperplasia endometrial ou carcinoma de endométrio). O ideal é uma eco pós-menstrual, se estiver espessado tem algo de errado. § Boa avaliação do endométrio antes da terapia hormonal - Sempre solicitar eco TV antes. Uma boa avaliação do endométrio antes do início da terapia hormonal é fundamental, pois assegura ao ginecologista que qualquer sangramento irregular, no início da terapia, seja secundário à própria reposição hormonal e não à causa orgânica. § Os métodos não invasivos são de maior utilidade na paciente pós-menopáusica. § O teste de progesterona consiste no uso de um progestágeno, VO, por 7 dias, e na observação da ocorrência de sangramento vaginal posteriormente. No caso de haver sangramento, se diz que o teste é positivo, sugerindo a presença de, pelo menos, um endométrio proliferativo na cavidade uterina e indicando a necessidade de se associar outro método de avaliação endometrial. Quando não há sangramento após a suspensão do progestágeno (teste negativo), provavelmente o endométrio é atrófico. § A ecografia transvaginal tem um grande valor devido à facilidade e fidelidade em determinar a espessura do endométrio. Vários estudos mostraram que o endométrio normal de uma mulher pós-menopáusica (sem terapia hormonal e sem sangramento vaginal) pode medir até 5 mm, e que endométrios mais espessos devem ser investigados. Já em mulheres que utilizam TH, podem ser considerados normais endométrios de até 10 mm (Estudo do Hospital de Clínicas POA - Sem patologia, espessura de 5-8) § Antes TH fazer investigação se espessura maior que 5. § A citologia pode ser feita no consultório - aspiração - bom para diagnóstico de carcinoma, falha hiperplasia. § Biópsia também pode ser feita no consultório - falsos negativos. § Histeroscopia - visualização total e biopsia dirigida, maioria dispensa anestesia. § Curetagem precisa de ambiente hospitalar e pode não pegar patologia focal • Objetivo: Corrigir os distúrbios menstruais, aliviar sintomas vasomotores, melhorar aspectos relacionados a sexualidade/síndrome gênito-urinária, realizar prevenção/tratamento de doenças cardiovasculares, osteoporose e dos cânceres mais frequentes. O principal é melhorar a qualidade de vida. TERAPIA HORMONAL: • A terapia de reposição hormonal (TRH) com estrogênio permanece como a primeira linha de tratamento para o manejo dos sintomas vasomotores e suas consequências e deve ser indicada para mulheres sintomáticas com menos de 60 anos, que estejam na perimenopausa ou com menos de dez de menopausa, e não apresentem contraindicações formais para o seu uso. • Em mulheres que possuem útero, a TRH estrogênica deve ser sempre combinada com algum progestogênio, de forma cíclica ou contínua, com o intuito de proteção endometrial contra hiperplasia e câncer de endométrio. • Apesar de o benefício mais clássico da TRH sistêmica ser relacionado ao alívio dos sintomas vasomotores, há evidências consistentes sobre a sua ação no tratamento da atrofia urogenital e na prevenção e tratamento da osteoporose. • Alívio dos sintomas vasomotores, conservação do trofismo vaginal, preservação do osso e da pele, melhora do bem estar geral e melhora da sexualidade. • Via oral ou transdérmica: mesma resposta. o VO: hipercolesterolemia, aumento do risco de trombose. • Usar sempre a menor dose no menor tempo possível. • Esquema contínuo: útil em TMP, dismenorreia,menorragia ou endometriose. • Na década de 90 ocorreu o apogeu da TRH -> Estrogenoterapia pós-menopausa na prevenção da doença coronariana e a demência, e evitar a perda de massa óssea. • Atualmente, após várias publicações, ocorreu o estabelecimento de critérios para tratamento da menopausa tais como idade da paciente, tempo de menopausa, sintomas, doses, vias de administração, comorbidades etc, e surgimento da individualização. SAÚDE DA MULHER III Talita B. Valente ATM 2023A 6 • Endocrine society scientific statements: Estudo que selecionou apenas ensaios clínicos com metodologia controlada e classificando todas as conclusões com o método GRADE (Grading of Recommendations Assessment, Development and Evaluation). Todas as conclusões a respeito dos riscos e benefícios da THM classificadas de acordo com o grau de evidência. o GRAU A: § Alívio dos sintomas vasomotores → estrógeno; redução de 75% na frequência e 87% na severidade dos sintomas vasomotores nas usuárias de hormonioterapia (estrogênio conjugado/estradiol oral). § Melhora dos sintomas urogenitais (incluem: bexiga hiperativa (BHA), incontinência urinária (IU), infecção recorrente do trato urinário (IRTU) e atrofia vagina) com a estrogenoterapia local ou sistêmica; § THM é a terapia de primeira linha para mulheres pós-menopausadas que apresentam alto risco de fratura e estejam abaixo dos 60 anos de idade; O estrógeno isolado ou associado à progesterona é eficaz na prevenção da perda óssea associada à menopausa e na redução da incidência de fratura vertebral e não vertebral, incluindo pacientes de baixo risco. Mesma efetividade dos bifosfonatos na prevenção em pct de alto risco. § A reposição estroprogestativa reduz o risco de câncer de cólon. A reposição estroprogestativa reduz o risco de câncer de cólon. § A THM aumenta o risco de fenômenos tromboembólicos em ~2x→ risco incrementado pela obesidade, trombofilia, idade >= 60 anos, cirurgia e imobilização; • A via de administração do estrógeno, a dosagem e o tipo de progestágeno associado ao estrógeno podem afetar o risco do evento tromboembólico. § Estrógeno sem oposição induz a estímulo do endométrio, mas a associação estroprogestativa confere proteção endometrial; • A administração de estrógeno sem oposição induz a estímulo do endométrio, aumentando risco de câncer e hiperplasia endometrial. A associação estroprogestativa confere proteção endometrial. § O risco de AVC aumenta exponencialmente com a idade, a THM aumenta um pouco mais esse risco. • O risco de acidente vascular cerebral (AVC) aumenta exponencialmente com o avançar da idade. A THM pode ser responsável por 1 caso adicional em 10.000 mulheres que iniciaram o tratamento antes dos 50 anos de idade, 2 casos para mulheres entre 55 e 60 anos e 7 casos para mulheres com idade superior a 65 anos. § Estudos observacionais e metanálises → estrógeno prescrito na mulher jovem em perimenopausa acarreta diminuição do risco de doença de Alzheimer ou retarda seu aparecimento→ “timing”; • Acredita-se que o “timing” do início da reposição é crítico nesses casos à semelhança dos eventos cardiovasculares. THM iniciada após os 60 anos de idade não melhora a memória. O estrógeno parece possuir diferentes efeitos no cérebro dependentes da idade da paciente, idade no início da reposição, tipo de menopausa. § A administração de estrógeno isolado ou associado à progesterona aumenta a percentagem de densidade mamária (PMD) e o raloxifeno diminui o risco de câncer de mama. o GRAU B: § A menopausa pode ser considerada fator de risco para a doença arterial coronária em mulheres → JANELA DE OPORTUNIDADE; § Estrógeno isolado ou combinado à progesterona está associado à diminuição no risco de diabetes melito tipo II (DMII); • Os efeitos da THM no metabolismo dos hidratos de carbono podem ser diretos, isto é, no pâncreas ou na musculatura esquelética, melhorando a sensibilidade à insulina, ou indiretos, reduzindo o acúmulo de gordura visceral. § As usuárias de THM ganham menos peso e gordura corporal que as não usuárias. • Ganho de peso é a principal causa de má adesão pelas usuárias, porém a maioria dos estudos conclui que as usuárias de THM ganham menos peso e gordura corporal que as não usuárias. • CONTRAINDICAÇÕES ABSOLUTAS À ESTROGENOTERAPIA: o Câncer de mama; o Câncer de endométrio; o Tromboembolismo agudo; o Hepatopatia aguda e/ou grave; o Cardiopatia grave; o Sangramento uterino sem causa diagnosticada. SAÚDE DA MULHER III Talita B. Valente ATM 2023A 7 • QUANDO COMEÇAR E QUANDO PARAR A THM: o THM deve ser administrada precocemente → Perimenopausa (50-59 anos) → pode conferir proteção CV; § Os consensos atuais são unânimes quando relatam que os benefícios da THM são máximos quando iniciada na perimenopausa. A mulher de 50 a 59 anos ou com menos de 10 anos de menopausa é o grupo alvo e representa a faixa de mulheres na qual os benefícios na grande maioria das vezes superam os riscos. o Os dados atuais são inconsistentes para definir quando interromper a THM → a decisão de manter a hormonioterapia deve ser individualizada; § Deve ser individualizada com base nos sintomas, monitorizada e mantida enquanto os benefícios forem superiores aos riscos sempre sob supervisão médica. o Mulheres acima dos 60 anos de idade não devem iniciar a THM; o THM continua sendo a terapêutica de escolha para os sintomas menopausais e sua segurança depende da boa indicação, monitorização e individualização. o Não deve ser indicada para tratamento específico das disfunções sexuais. SAÚDE DA MULHER III Talita B. Valente ATM 2023A 8 TERAPIA NÃO HORMONAL: • Usar caso tumores dependentes de estrogênio, TE agudo ou história prévia, trombofilia, sangramento vaginal ou lesões do endométrio à esclarecer, doenças do fígado. • Objetivam o controle dos sintomas vasomotores (em ordem de maior para menor efeito): o Paroxetina 12,5 a 25 mg/dia (Interfere na atividade do tamoxifeno, não usar em pacientes com Ca de mama) o Venlafaxina 75 mg/ dia (Para pacientes com Ca de mama) o Fluoxetina 20 mg/dia (Pode diminuir a libido) e (Interfere na atividade do tamoxifeno, não usar em pacientes com Ca de mama) o Citalopram o Desvenlafaxina o Sertralina (não superior ao placebo) o Gabapentina 300 mg- 3x ao dia- reduz fogachos o Clonidina 0,1 mg - 2x ao dia- menor eficácia e mais efeitos colaterais o Propranolol 80-120 mg/ dia o Vitamina E 800 UI - reduz 1 fogacho ao dia o Fitoestrogênios- sem consenso, apresentações sem padrão, superior ao placebo, EA não especificados.
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