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TUTORIA 05- CLIMATÉRIO

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1 Gabrielle Nunes 
SAÚDE DA MULHER: CLIMATÉRIO 
CLIMATÉRIO 
CLIMATÉRIO MENOPAUSA 
É a fase de transição entre o período reprodutivo e o não 
reprodutivo da mulher, caracterizado por uma gama de 
modificações endócrinas, biológicas e clínicas, 
compreendendo parte da menacme até a menopausa. 
DURAÇÃO: Apresenta duração variável, mas em geral, 
ocorre entre 40 a 65 anos. 
É um marco do climatério e corresponde ao último ciclo 
menstrual espontâneo da mulher, reconhecida após 12 
meses consecutivos de amenorreia. Se dá em média aos 
51 anos de idade: 
 Menopausa precoce: antes dos 40 anos de 
idade; 
 Menopausa tardia: após os 55 anos. 
PERIMENOPAUSA 
Intervalo, do início dos sintomas de irregularidade menstrual até o final do primeiro ano após a menopausa. É nesse 
momento que se iniciam os eventos endócrinos, clínicos e biológicos indicativos da aproximação menopausal. 
SISTEMA DE ESTADIAMENTO DO STAGES OF REPRODUCTIVE AGING WORKSHOP (STRAW) 
É um sistema de classificação dos estágios reprodutivos baseado do estadiamento clínico, e nomeia estas fases em: pré-
menopausa (ou menacme), perimenopausa (transição menopausal) e pós-menopausa. De acordo com esta 
classificação, o período menstrual final, estágio 0, serve de base para os outros estágios. 
MENACME 
Intervalo reprodutivo inclui -5 a -3, sendo o estágio -5 logo após a menarca (sem regularidade no ciclo menstrual), o 
-4 quando os ciclos são regulares e o -3, período reprodutivo terminal (ciclo menstrual regular com elevação do 
hormônio folículo estimulante=FSH). 
TRANSIÇÃO MENOPAUSAL 
A transição menopausal começa quando a mulher apresenta uma alteração no intervalo entre ciclos maior que 7 
dias ou um período menstrual ausente, Esta transição é dividida nos estágios -2 que é a fase inicial (onde a ausência 
de ciclo mentrual é intermitente e pouco frequente) e -1, a fase tardia (quando a mulher fica pelo menos 60 dias sem 
menstruar). 
PÓS-MENOPAUSA 
A pós-menopausa é dividida em 2 estágios: o inicial, +1, do período menstrual final até 5 anos, e o estágio tardio, + 
2, que se inicia a partir de 5 anos após o período mentrual final e continua até a morte 
 
 
 
2 Gabrielle Nunes 
EPIDEMIOLOGIA 
A população mundial tem sofrido o impacto de um processo de envelhecimento acelerado nos últimos anos, resultando 
no aumento da longevidade: no Brasil, expectativa de vida ao nascer para as mulheres é de 79,1 anos, determinando 
aproximadamente metade da vida no período peri e pós-menopáusico. 
 A média de idade de ocorrência da menopausa foi de 46,5 ± 5,8 anos; 
 Mais de 80% das mulheres pós-menopáusicas reportam ao menos um sintoma relacionado a esse período, sendo 
os vasomotores os mais comuns; destas 20% tem sintomas SEVEROS que influenciam na qualidade de vida; 
FISIOPATOLOGIA 
Essas e outras etapas da vida reprodutiva feminina são regidas pela função ovariana e sua respectiva produção 
hormonal. A ocorrência pode ser de forma natural ou artificial, após procedimentos clínicos ou cirúrgicos que levem a 
parada da produção hormonal ovariana. 
É UM EVENTO OVARIANO SECUNDÁRIO À ATRESIA FISIOLÓGICA DOS FOLÍCULOS PRIMORDIAIS. 
Formação dos folículos na vida intrauterina > apoptose celular durante toda a vida > crescimento e atresia contínua 
dos folículos durante o envelhecimento reprodutivo (processo irrecuperável e ininterrupto) 
O declínio paralelo da quantidade e qualidade dos folículos contribui 
para: Diminuição da fertilidade; alterações hormonais importantes, 
responsáveis pelas alterações fisiológicas características do período peri 
e pós-menopáusico. 
A DIMINUIÇÃO MACIÇA DO NÚMERO DE FOLÍCULOS OVARIANOS (- AMH) 
RESULTA: 
 Queda gradual da inibina B, que, por sua vez, desativa o 
feedback negativo sobre a hipófise, liberando a secreção de FSH na 
tentativa de aumentar o recrutamento folicular. O resultado dos níveis 
elevados de FSH é a aceleração da depleção folicular até o seu 
esgotamento; 
 
 Queda nos níveis de estradiol > não faz feedback positivo p/ o 
pico de LH > anovulação > sem produção de corpo lúteo e sem síntese 
de progesterona > amenorreia; 
 
 Queda nos níveis de estradiol > queda gradual da inibina B > 
picos de GnRh, FSH e LH; marcadamente elevados nos primeiros anos 
após a menopausa, decrescendo com o envelhecimento; 
(-) Massa folicular (+) Estroma ovariano, porção responsável pela 
produção de testosterona e androstenediona. De maneira geral, a 
síntese dos esteroides androgênicos está diminuída, porém a produção 
remanescente é suficiente para manter os ovários ativos. Esses 
androgênios, principalmente a androstenediona, servem como 
substrato para a aromatização periférica; 
 A produção de estrógeno no ovário é quase nula. Já, por meio 
da aromatização periférica da androstenediona no tecido adiposo, a 
produção da estrona é mantida e, mesmo em pequenas concentrações 
circulantes, passa a ser o principal estrogênio na pós-menopausa. Quanto à progesterona, não há mais 
produção 
OBS: A dosagem do hormônio anti-mulleriano (AMH) é o marcador mais confiável para avaliar a reserva ovariana, 
havendo, entretanto, grande limitação pela questão do custo. Ele é produzido pelas células da granulosas de folículos 
pré-antrais e antrais. É considerada uma boa reserva ovariana um valor de AMH acima de 1,5 ng/ml.. 
ALTERAÇÕES 
 
3 Gabrielle Nunes 
OVARIANAS: É no período do climatério que se verifica redução progressiva importante das dimensões dos ovários. 
Mulheres após a menopausa apresentam menor volume ovariano que na pré-menopausa, sugerindo que a alteração 
volumétrica seja principalmente relacionada com a redução da capacidade funcional. 
 O ovário tem mais ou menos 9 cm³ 
 
ALTERAÇÕES NOS ESTEROIDES SUPRARRENAIS:. Queda na síntese de androstenediona, pregnenolona e sulfato de 
desidroepiandrosterona (SDHEA) 
ALTERAÇÕES NO NÍVEL DE GLOBULINA DE LIGAÇÃO AO HORMÔNIO SEXUAL: Os principais esteroides sexuais, estradiol e 
testosterona, circulam no sangue ligados a um transportador de glicoproteínas produzido no fígado, conhecido como 
globulina de ligação ao hormônio sexual (SHBG). A produção de SHBG declina após a menopausa, o que pode 
aumentar os níveis de estrogênio e testosterona livres ou não ligados. 
ALTERAÇÕES ENDOMETRIAIS: o endométrio refletirá o efeito do estrogênio atuando sem oposição à progesterona. 
Portanto, alterações proliferativas ou alterações proliferativas desordenadas diretamente o nível sistêmico de estrogênio 
e de progesterona e, consequentemente, podem ser muito diferentes dependendo da fase da transição menopáusica. 
Durante a fase inicial da transição menopáusica, o endométrio reflete ciclos ovulatórios que prevalecem nesse período. 
são achados frequentes no exame patológico de amostras de biópsia endometrial. Com a menopausa, o endométrio 
se torna atrófico em razão da ausência de estimulação estrogênica. 
DIAGNÓSTICO 
DIAGNÓSTICO: É CLÍNICO, não havendo necessidade de dosagens hormonais para confirmá-lo quando há 
irregularidade menstrual ou amenorreia e quadro clínico compatível. Porém, níveis de FSH acima de 40 mUI/mL e 
estradiol (E2) menores do que 20 pg/mL são característicos do período pós-menopáusico; 
EXAMES COMPLEMENTARES 
Muitos sintomas característicos da menopausa também podem refletir condições patológicas e, em muitos casos, há 
indicação de realizar exames para excluir outras causas. 
Além disso o rastreamento e a identificação das doenças crônicas, em especial daquelas de mais interesse para esse 
período da vida, deve fazer parte obrigatória do protocolo de investigação de mulheres no climatério. 
DEVE-SE, PORTANTO, SOLICITAR: FSH, TSH, Prolactina, Beta HCG, mamografia, Papanicolau, USG transvaginal, 
densitometria óssea, perfil lipídico, glicemia, colonoscopia e sangue oculto nas fezes. 
EXAME CLIMATÉRIO VALOR DE REFERÊNCIAFSH >40mUI/mL Fase folicular 2,4 a 9,2mU/mL 
Meio do ciclo 3,9 a 13 mU/mL 
Lútea 0,6 a 8 mU/mL 
ESTRADIOL (E2) < 20pg/mL Fase folicular 19 a 144 pg/mL 
 
4 Gabrielle Nunes 
Meio do ciclo 63 a 313pg/mL 
Lútea 55 a 214mU/mL 
AMH AMH < 1,5ng/mL em queda AMH > 1,5ng/mL 
 
CONSEQUÊNCIAS DO HIPOESTROGENISMO +QUADRO CLÍNICO GERADO 
Receptores estrogênicos existem em diferentes concentrações em vários locais do organismo – como pele, ossos, vasos, 
coração, diversas regiões do cérebro, mama, útero, vagina, uretra e bexiga – e a redução nos níveis de estrogênio 
circulante gera efeitos diferentes para cada mulher. 
ALTERAÇÕES NO CICLO MENTRUAL 
Ciclos anovulatórios: irregularidade menstrual, com alteração na intensidade do fluxo, na duração ou frequência da 
menstruação. Essa irregularidade reflete os ciclos anovulatórios cada vez mais comuns e, por consequência, as 
alterações no padrão de secreção tanto do estrogênio quanto da progesterona tendem a se iniciar com 
encurtamento dos ciclos e progredir para períodos de amenorreia cada vez mais longos até a parada total. A 
amenorreia prolongada é característica da deficiência de estrogênio. O padrão de fluxo menstrual também pode 
variar, sendo comum ocorrer sangramento aumentado 
 Nessa fase, o desenvolvimento de patologias orgânicas como miomas e pólipos é favorecido e, nos casos de 
sangramento uterino intenso, é mandatória a investigação e exclusão de patologias endometriais; 
SINTOMAS VASOMOTORES > aumento dos riscos cardiovasculares, ósseos e cognitivos 
Episódios de fogachos e suores noturnos, resultando no sintoma mais comum da transição menopausal e pós-
menopausa inicial; 
QUEDA NOS NÍVEIS SÉRICOS ESTROGÊNICOS > ALTERAÇÕES EM NEUROTRANSMISSORES CEREBRAIS > INSTABILIDADE NO 
CENTRO TERMORREGULADOR HIPOTALÂMICO > PEQUENOS AUMENTOS DA TEMPERATURA CORPORAL. 
FOGACHO ** 
súbita sensação de calor intenso que se inicia na face, pescoço, parte superior dos troncos e braços, e se generaliza 
+ ENRUBECIMENTO DA PELE + SUDORESE; 
 Dura entre 2 a 4 minutos várias vezes ao dia; 
 Acontece mais durante a noite, prejudicando a qualidade do sono e contribuindo para irritabilidade, 
cansaço durante o dia e diminuição na capacidade de concentração; 
Aumento do fluxo sanguíneo cutâneo, taquicardia, aumento da temperatura da pele devido à vasodilatação e, 
eventualmente, palpitações; 
ALTERAÇÕES COGNITIVAS, DO HUMOR E DO SONO 
ALTERAÇÕES NO SONO 
Menor duração, aumento nos episódios de despertar noturno e menor eficácia do sono 
 Menor duração do sono é responsável por sequelas orgânicas como aumento da prevalência de hipertensão e 
diabetes mellitus. Além disso, consequências psicológicas são evidentes, acarretando cansaço e prejudicando 
as atividades diárias. Depressão e ansiedade também estão correlacionadas 
ALTERAÇÕES DE HUMOR 
O mecanismo responsável pelo aumento do risco ainda é desconhecido, porém a variação dos níveis séricos de 
estrogênio parece estar mais associada com efeitos depressivos do que com a própria concentração hormonal 
absoluta. 
ALTERAÇÕES COGNITIVAS 
QUEIXAS: Diminuição da atenção e alterações da memória (verbal) 
FISIOPATOLOGIA: queda dos estrogênios > papel modulatório nos sistemas neurotransmissores, influenciando o 
desempenho nas tarefas de aprendizagem e memória. 
Parece que o efeito da deficiência estrogênica na memória e outras funções cognitivas não são permanentes nas 
mulheres após menopausa natural. Para aquelas que sofreram menopausa artificial, devido à queda abrupta níveis 
séricos dos hormônios ovarianos (incluindo androgênios), os efeitos na cognição são mais importantes e parecem 
responder à TH quando iniciada no momento da ooforectomia 
 A terapia hormonal com objetivo apenas de melhora cognitiva não está indicado. Além disso, iniciar a TH em 
mulheres com idade superior aos 65 anos parece aumentar o risco de demência, não melhora o desempenho 
cognitivo e não previne a doença de Alzheimer. 
TONTURAS ou LABIRINTITE + CEFALEIA 
 
5 Gabrielle Nunes 
 Sensação de desequilíbrio 
 Vertigem 
 Zumbidos nos ouvidos 
 Mal estar 
 Náuseas 
ALTERAÇÕES EM FÂNEROS E PELE 
 Declínio do colágeno, elastina e da espessura da pele (+flacidez, +rugas,- elasticidade); 
- A mulher perde 30% da produção de colágeno nos primeiros 5 anos da pós-menopausa; 
 Pele seca (pelo envelheciemento fisiológico) 
 Cabelos mais finos e quebradiços, podendo aumentar o padrão de queda (redução da massa capilar); 
 Pêlos faciais: níveis elevados dos andrógenos > aumento da oleosidade e dos pelos, principalmente mento e 
buço; 
 SÍNDROME DO OLHO SECO: irritação ocular, secura, pressão, sensação de corpo estranho, aspereza e queimação, 
assim como fotofobia; esses sintomas parecem estar relacionados tanto à redução dos níveis de estrogênio, 
quanto à de androgênios 
ALTERAÇÕES CORPORAIS E METABÓLICAS 
ALTERAÇÕES NA COMPOSIÇÃO CORPÓREA 
Aumento de gordura (aumento de 5-10% ao ano), com modificação do padrão da sua distribuição, declínio da 
massa magra e de massa óssea. 
 As variações da composição corpórea, assim como a distribuição central/ abdominal dessa gordura, estão 
relacionadas com doenças cardiovasculares, diabetes, câncer, doenças respiratórias e infecciosas; 
Além das alterações hormonais, a falta de exercicio físico e o aumento de consumo de alimentos corroboram para 
essas alterações corpóreas durante o climáterio. 
DIMINUIÇÃO DA MASSA MAGRA/ SARCOPENIA (queda de 1-0,6% ao ano) > DECLÍNIO DA FORÇA e ENERGIA 
MUSCULAR (+/- 50 anos) 
 Maior risco a síndromes geriátrias: sarcopenia e obesidade sarcopênica; 
ALTERAÇÕES UROGENITAIS E SEXUAIS 
SÍNDROME GENITURINÁRIA DA MENOPAUSA (SGM) ou ATROFIA VULVOVAGINA (AVV): compreende alterações 
histológicas e físicas da vulva, vagina e trato urinário baixo devidas à deficiência estrogênica. É uma condição 
comum que acomete quase metade das mulheres na menopausa. 
 VULVA: Perda do tecido adiposo dos grandes lábios; pele mais fina e plana; rarefação dos pelos; 
 VAGINA: (1) Mais curta e estreita, diminuindo suas rugosidades, principalmente na ausência de atividade sexual; 
(2) Epitélio vaginal fino e lubrificação prejudicada pela queda na secreção glandular; (3) pH alcalino, 
propiciando infecções e vaginite atrófica; (4) queda na vascularização vaginal; 
- Maior risco a ferimentos, sangramentos; 
 PELVE: (1) Perda de colágeno e elastina nas estruturas pélvicas; (2) Redução de tônus da musculatura pélvica; (3) 
Aumento de peso exercendo força sobre a bexiga; (4) Bexiga irritável; 
SINTOMAS 
Essas alterações anatômicas resultam em: 
 Sintomas genitais: ressecamento, ardência e irritação; 
 Sintomas sexuais: Ausência de lubrificação, desconforto ou dor – dispareunia, piora da função sexual ; 
 Sintomas urinários: Urgência miccional, disúria, infecções recorrentes do trato urinário, piora da incontinência 
urinária preexistente. 
 Devido à deficiência estrogênica, o agravamento das distopias genitais é facilitado 
ALTERAÇÕES CARDIOVASCULARES 
No período pós-menopáusico, devido ao hipoestrogenismo, o perfil hormonal das mulheres passa a ser androgênico 
e a prevalência da SÍNDROME METABÓLICA (SM) aumenta, o que pode explicar de forma parcial o aumento da 
incidência de DOENÇA CARDIOVASCULAR (DCV) após a menopausa. 
Devido ao novo perfil hormonal, perde-se a atividade protetora do estrogênio para eventos endoteliais e há o 
desenvolvimento de componentes da SM: 
 Observa-se aumento da adiposidade central (intra-abdominal), mudança para um perfil lipídico e lipoproteico 
mais aterogênico, com o aumento da concentração de colesterol total à custa da lipoproteína de baixa 
densidade (LDL), dos triglicerídeos (TG) e da redução de lipoproteína de alta densidade (HDL), o principal preditor 
para eventos isquêmicos cardíacos. 
 Observa aumento da glicemia e dos níveis de insulina. A transição menopáusica por si só é fator de risco para a 
síndrome, independentemente de idade,hábitos de vida e composição corporal 
ALTERAÇÕES ARTICULARES 
 
6 Gabrielle Nunes 
Além das alterações ósseas, as alterações articulares fazem parte das queixas comuns das mulheres de meia-idade. 
Cerca de 50% a 60% das mulheres nesse período referem dor ou rigidez articular, porém parece que os sintomas são 
relacionados ao status menopausal; 
 Artralgia e mialgia; 
ALTERAÇÕES ÓSSEAS 
 
OSTEOPOROSE: a queda de estrógenos no período pós-menopausa leva à produção aumentada de citocinas 
(especialmente IL-1, IL-6 e TNF), presumivelmente a partir de células no tecido ósseo. Estas estimulam a atividade 
RANK-RANKL (ligante do RANK) e suprime a produção de OPG, cuja função é prevenir a reabsorção óssea. Existe 
certa atividade osteoblástica compensatória, mas ela é inadequada para manter o ritmo com a reabsorção óssea 
pelos osteoclastos. Enquanto a reposição de estrógenos pode melhorar um pouco a perda óssea, tal terapia está 
crescentemente associada a riscos cardiovasculares. 
 DMO: < (-2,5) dp Z 
 Aumento do risco de fratura 
 
ASPECTOS PSICOLÓGICOS DO CLIMATÉRIO 
As limitações impostas e a insegurança proveniente do quadro clínico 
exacerbado, em decorrência de forte deficiência estrogênica, possam influir 
desfavoravelmente no estado emocional da mulher e interferir no 
relacionamento familiar, na adaptação sexual e na integração social. Alguns 
sintomas psíquicos atribuídos a essa fase são: diminuição da autoestima, 
irritabilidade, labilidade afetiva, sintomas depressivos, dificuldade de 
concentração e memória, dificuldades sexuais e insônia. 
 
FATORES INFLUENCIADORES 
 Menopausa mais precoce: altitude elevada, insuficiência ovariana mais precoce, estresse, deficiência nutricional, 
tabagismo, histerectomia prévia, genética/antecedente familiar [doenças auto-imune, idiopática, síndrome de 
turner, quimioterapia e radioterapia] 
 Menopausa mais tardia: genética/antecedente familiar; multiparidade; 
FATORES SOCIOECONÔMICOS PARIDADE TABAGISMO 
Mulheres com longas jornadas de 
trabalho + tarefas estressantes > 
mais chances de menopausa mais 
cedo. 
Nulíparas > mais precoce 
O aumento da paridade 
correlaciona-se à menopausa mais 
tardia devido a diminuição do 
número de ciclos menstruais 
ovulatórios; 
a idade da instalação da menopausa 
é antecipada de 12 a 18 meses. 
- Existe uma deficiência estrogênica 
causada diretamente pelo tabaco; 
ALTITUDE NUTRIÇÃO FATORES CIRÚRGICOS E MEDICAMENTOSOS 
Mulheres que vivem em países de 
altitudes maiores podem 
apresentar a menopausa em 
idade mais precoce; 
Deficiência nutricional e baixo peso 
levam à ocorrência precoce da 
idade da menopausa; 
Quimioterapia, radioterapia pélvica, 
cirurgias ovarianas e histerectomia 
também podem resultar em 
antecipação da menopausa. 
 
TRATAMENTOS 
LINHA DO TEMPO: 
 DÉCADAS DE 80 E 90: Todo mundo ganha terapia hormonal (TH); estrogênio sintético ou equino e progesterona 
em doses altas; 
 INÍCIO DOS ANOS 2000: Estudos WHI > suspende total de TH > aumento do risco de câncer de mama e de 
doenças cardiovasculares 
 2020: TH adaptada para casos sintomáticos; 
TERAPIAS DE REPOSIÇÃO HORMONAL 
 
7 Gabrielle Nunes 
A terapêutica hormonal (TH) da menopausa envolve uma gama de hormônios, diferentes vias de administração e doses 
e esquemas diversos. 
Os riscos e benefícios da TH diferem entre as mulheres durante a transição da menopausa em comparação com aquelas 
mais velhas. O início da TH em mulheres com mais de 10 anos de pós-menopausa pode associar-se ao aumento no risco 
de doença cardiovascular (DCV). Entretanto, se iniciada na peri e pós-menopausa inicial, a TH pode diminuir o risco 
cardiovascular, conceito conhecido como “janela de oportunidade”. 
 A TH deve ser iniciada preferencialmente nos primeiros 5 anos de sintomas climatéricos; 
 Não devemos iniciar TH após 10 anos de menopausa ou em mulheres >60anos; 
 GRUPO IDEAL P/ INICIAR TRATAMENTO: mulheres de 50-59 anos; 
OBJETIVOS DA TERAPIA HORMONAL: Alívio dos sintomas; redução de eventos adversos relacionados a pós-menopausa 
(sarcopenia, fraturas ósseas, alterações no sono e na cognição); 
CONTRAINDICAÇÃO: casos de câncer de mama, doença hepática ativa, Ca de mama e endométrio, porfiria, 
sangramento vaginal de causa desconhecida, doenças coronarianas ou cerebrovascular, LES, meningioma, histórico 
de trombose venosa profunda, tromboembolismo pulmonar, infarto agudo do miocárdio ou acidente vascular cerebral. 
BENEFÍCIOS DA TERAPIA HORMONAL (TH) 
Dentre os principais benefícios para o uso da TH, podemos destacar o tratamento dos sintomas vasomotores e da atrofia 
vulvovaginal e a prevenção da osteoporose e fraturas osteoporóticas, que são indicações consagradas. 
SINTOMAS VASOMOTORES > é considerado indicação primária para TH. 
A TH é considerada o tratamento mais efetivo para essas mulheres no alívio desses sintomas. Em geral, os efeitos da 
TH sobre os sintomas vasomotores são com doses convencionais de estrogênios, entretanto terapias com baixas doses 
de ECs 0,3 mg, 17-β-estradiol 1 mg e 17-β-estradiol transdérmico 0,025 mg também são efetivas nos sintomas 
vasomotores. Entretanto, o tempo para o alívio adequado dos sintomas é maior, podendo demorar de seis a oito 
semanas. 
ATROFIA VULVOVAGINAL 
As terapias de primeira linha para sintomas leves incluem hidratantes vaginais e lubrificantes. Para as mulheres com 
sintomas moderados a severos, as preparações de baixa dose de estrogênio vaginal são eficazes e geralmente 
seguras. 
A terapêutica estrogênica promove o crescimento celular vaginal, a maturação celular e a recolonização com 
lactobacilos, aumenta o fluxo sanguíneo vaginal, diminui o pH vaginal para os valores da menacme, melhora a 
espessura e a elasticidade vaginal e a resposta sexual, com repercussões positivas para a saúde vaginal e sexual. 
FUNÇÃO SEXUAL 
A TH sistêmica ou estrogênio terapia local pode melhorar a satisfação sexual por aumentar a lubrificação vaginal, o 
fluxo sanguíneo e a sensibilidade da mucosa vaginal e melhorar a dispareunia. A TH pode apresentar benefícios sobre 
a função sexual. Contudo, são poucas as evidências que demonstram efeito significativo da TH sobre interesse sexual, 
excitação, orgasmo ou desejo sexual hipoativo independentemente do seu efeito no tratamento de outros sintomas 
da menopausa. 
PERDA DE MASSA ÓSSEA 
Redução da incidência de todas as fraturas relacionadas à osteoporose, incluindo fraturas vertebrais e de quadril. 
Evidências indicam que a prevenção da perda de DMO existe tanto para TH em doses convencionais quanto para 
baixas doses, por via oral (ECs e 17-β-estradiol) e transdérmica (17-β-estradiol); 
Contudo, esse efeito protetor da TH sobre a DMO reduz rapidamente com a descontinuação do tratamento. 
Entretanto, iniciar a TH com o único propósito de prevenir fraturas em mulheres após os 60 anos de idade não é 
recomendado. Na manutenção da TH em mulheres após os 60 anos de idade para prevenção ou tratamento da 
osteoporose, devem-se considerar os riscos em longo prazo quando comparada a outros tratamentos não hormonais 
de comprovada eficácia. 
SISTEMA CARDIOVASCULAR 
O TH tem potencial para melhorar o risco cardiovascular por meio dos seus efeitos benéficos sobre a função vascular, 
os níveis lipídicos e o metabolismo da glicose. 
DIABETES 
O risco de diabetes tipo 2 parece diminuir com uso da TH, pela redução da resistência à insulina não relacionada ao 
índice de massa corpórea (IMC). 
 
8 Gabrielle Nunes 
RISCOS DA TERAPIA HORMONAL 
OS MALEFÍCIOS DA TRH, POR SUA VEZ, INCLUEM: O aumento da incidência de câncer de mama (risco maior de 1,24 a 
2,74 vezes após 2 a 5 anos de uso) e de câncer ovariano; Aumento da mortalidade por doença arterial coronariana 
(quando a terapia é iniciada após 10 anos da menopausa ou após 60 anos da paciente; terapia iniciada antes disso 
possui efeito protetor); Aumento do risco de AVC, incremento em 2 vezes do risco de TVPe embolia pulmonar; Risco 
aumentado para demência 
CONTRA-INDICAÇÕES RELATIVAS: HAS; DM2; TEV; obesidade; dislipidemias; CONTRA-INDICAÇÕES ABSOLUTAS: Doença 
hepática em atividade; câncer de mama, ovários, colo de útero e endométrio; eventos recentes; 
 Realizar testes de função hepática antes da prescrição; 
 Investigar qualquer sangramento uterino anormal anteriormente ao TH > importância da colposcopia, da USG 
endovaginal e demais exames anteriormente ao início da TH; 
CÂNCER DE MAMA (<1/1000 ano) 
O efeito da TH sobre o risco de câncer de mama pode depender do tipo de TH, da dose duração do uso, regime, via 
de administração, exposição prévia e características individuais, assim como, se a terapia é associada com 
progesterona. 
 É maior perigosos que o hormônio estimule o desenvolvimento de uma CA preexistente não diagnosticado 
previamente, do que necessariamente provoque o surgimento de um nódulo. 
TROMBOEMBOLISMO VENOSO (2/1000 ano) 
Embora raro em mulheres até 60 anos de idade, o risco relacionado à TH para eventos tromboembólicos venosos 
graves aumenta com a idade e está associado positivamente com obesidade e trombofilias. Não há evidência de 
risco aumentado de TEV com uso de baixa dose de estrogênio via vaginal empregado no tratamento da atrofia 
vulvovaginal. O risco familiar de DCV, de AVC e de TEV deve ser considerado ao se iniciar a TH. 
 Dar preferencia ao estradiol ou Estriol vaginal 
DOENÇA DA VESICULA BILIAR 
 O uso da TH por via oral aumenta o risco de doenças da vesícula biliar 
 
RISCOS X BENEFÍCIOS: Na avaliação dos benefícios e riscos da TH, o tempo de manutenção do tratamento deve ser 
considerado de acordo com os objetivos da prescrição e com os critérios de segurança na utilização. O uso de TH é 
uma decisão individualizada em que a qualidade de vida e os fatores de risco, como idade, tempo de pós-menopausa, 
e risco individual de tromboembolismo, de DCV e de câncer de mama, devem ser avaliados. O momento do início da 
TH, a dose e a via de administração têm importante papel na tomada de decisão 
REGIMES TERAPÊUTICOS 
A TH PODE SER DIVIDIDA EM DUAS CATEGORIAS, A TERAPÊUTICA ESTROGÊNICA ISOLADA E A TERAPÊUTICA 
ESTROPROGESTACIONAL, CONHECIDA COMO TERAPÊUTICA COMBINADA: 
1. Indica-se, para mulheres sem útero, a realização de monoterapia com estradiol. 
 
2. Para as demais pacientes, são recomendadas formas combinadas de estrogênio e progestogênio (aplicação 
contínua ou com pausas de 7 dias após 21 dias de uso). A adição do progestagênio para pacientes com útero é 
necessária para proteção endometrial, contrabalançando os efeitos proliferativos do estrogênio e diminuindo, dessa 
forma, os riscos de hiperplasia de câncer endometrial. 
OPÇÕES TERAPÊUTICAS: 
 TIBOLONA: Molécula sintética que mimetiza os efeitos do estrogênio, da progesterona e dos androgênios (pode 
melhorar libido, massa muscular e força muscular); tem efeito quase que nulo em mamas e no endométrio; 
 SERMS (Moduladores seletivos dos receptores de estrogênio, ex. Raloxifeno): utilizado quando as pacientes não 
podem receber estrogênio diretamente; utilizado quando se deseja ter efeitos em massa óssea (osteoporose), 
tratamento de ondas de calor; 
 ESTRÔGENIO: Melhora mais intensa nos efeitos vasoativos e nas atrofia; 
 
9 Gabrielle Nunes 
O estrogênio pode ser utilizado por via oral, transdérmica, intramuscular, intranasal, subcutânea e vaginal. Devido aos 
riscos, a terapia deve ser realizada sempre na menor dose possível e no menor período possível, devendo sempre se 
decidir confrontando riscos, benefícios e sintomas ainda apresentados pela paciente 
VAGINAL TRANSDÉRMICO ORAL 
Tratamento preferencial 
para atrofia e síndrome 
urogenital, menor risco 
global; 
Preferível para intolerância da via oral, em 
pacientes com diabetes mellitus, risco de 
tromboembolismo ou com hipertriglicemia; 
Poupa o fígado da 1º passagem da droga, 
simula melhor o status fisiológico; 
Induz aumento metabólico hepático, 
maior impacto na melhora do 
metabolismo da insulina, mas mais 
trombogênico; 
DOSE MAIORES > + CONTRAINDICAÇÕES 
 
OBS -VIA ORAL: Na administração oral do medicamento há mecanismo de primeira passagem. Os níveis hepáticos 
elevados de estrogênios ativam algumas vias metabólicas, resultando no aumento da globulina carreadora dos 
hormônios sexuais (SHBG), o que pode reduzir níveis séricos das frações livres do androgênio, assim como há aumento 
nos valores séricos de triglicerídeos e da lipoproteína de alta densidade (HDL) e redução da lipoproteína de baixa 
densidade (LDL). Pode ocorrer também estimulação do sistema renina-angiotensina e de fatores de coagulação; 
OBS-VIA VAGINAL: A via vaginal é a primeira 
opção de tratamento na atrofia vulvovaginal 
para efeitos locais dos estrogênios. Embora o 
efeito seja predominantemente local, os ECs e o 
estriol podem apresentar absorção a depender 
da dose e do tempo de uso; 
 Realiza-se uma dose diária de ataque; 
 
 
 
 
TERAPIAS NÃO HORMONAIS 
A terapia hormonal não é tão efetiva quando feita de forma isolada, nesse sentido é necessário manter um estilo de 
vida saudável: 
 Evitar álcool em excesso; 
 EVITAR TABACO: O tabagismo é considerado um fator de risco p/ o uso da TH, se a mulher persistir com o uso, indicar 
somente estrógenos via vaginal; 
 DIETA EQUILIBRADA COM BAIXO TEOR DE AÇUCARES E GORDURAS; 
ACOMPANHAMENTO 
MÉDICO 
Ginecologista + clínicos 
 Mamografia 
 USG endovaginal 
 Densitometria óssea 
 CCO 
 Exames de sangue 
 
10 Gabrielle Nunes 
- A obesidade é outro fator de risco p/ a TH. A estroma produzida pela aromatização nos tecidos adiposos eleva o risco 
para neoplasia de endométrio; CONDUTA: prescrever preferencialmente Estradiol transdérmico (menor sobrecarga 
hepática) + associar progestágeno (SIU); 
- DIABETES TIPO II: Mulheres com altos índices glicêmicos também são considerados de maior risco p/ TH; o estradiol 
aumenta a queima de energia e facilita a função da insulina; Mulheres com a DM2 controlada podem utilizar os 
hormônios, a TH pode melhorar o controle glicêmico e postergar a evolução da diabetes; 
- DISLIPIDEMIA: fazer uma avaliação mais completa: (01) se houver um controle adequado utilizar TH transdérmica (evitar 
vias de passagem hepática); (02)se não houver o controle adequado fazer o uso de tratamentos alternativos para os 
sintomas e associar tratamento específico 
 ATIVIDADE FÍSICA REGULAR; 
- HIPERTENSÃO: Em HAS de recente diagnóstico e bom controle clínico a TH pode melhorar a resposta aos anti-
hipertensivos, usar Estradiol transdérmico. Em mulheres com HAS descontrolada o TH deve ser desconsiderado; 
 CONTROLE DE PESO – IMC < 30mg/m² 
PROBLEMA 05: NÃO AGUENTO MAIS! 
Jacira, jovem senhora de 49 anos, relata dificuldade para dormir há mais ou menos 6 meses. Nos últimos meses vem 
observando irritabilidade, choro fácil, certo grau de intolerância, cansaço físico e às vezes tristeza sem motivo aparente. 
No último mês apresentou ardor à micção, prurido vulvovaginal, um calor diferente no corpo e aumento de peso. 
Procurou Dr. Túlio, clínico da UBS do bairro, que suspeitou de infecção urinária e medicou para depressão. Jacira 
informou ser filha mais velha de uma família de seis irmãs. 
 Além das doenças da infância (sarampo, catapora, papeira), aos 15 anos foi operada de cisto de ovário em 
caráter de urgência. Teve menarca aos 12 anos e desde muito cedo apresentou tensão pré́-menstrual (TPM). Aos 30 
anos, devido a episódios de menorragia e dismenorreia, foi diagnosticado adenomiose uterina após ultrassonografia 
endovaginal. Embora tivesse tido indicação para histerectomia, não seguiu a orientação médica. Há mais ou menos um 
ano a menstruação estava irregular e há 7 meses não menstrua. 
 Seus pais estão vivos. A mãe com sobrepeso, portadora de hipertensão arterial e o pai, portador de 
cardiopatia isquêmica e diabetes. Relata ter umatia materna com câncer de mama e a bisavó́ paterna faleceu de 
câncer do endométrio. 
 Ao exame físico: Bom estado geral, PA= 145x90mmHg, ausculta cardiorrespiratória normal, eupneica, 
abdômen sem visceromegalias, ausência de edemas em membros inferiores, anictérica, pele levemente ressecada, 
tireoide normopalpável. Foram solicitados exames de rotina (hemograma, sumário de urina, glicemia e parasitológico 
de fezes), não revelando alterações significativas. Devido à persistência dos sintomas e reclamação do marido pelo seu 
desinteresse sexual, procurou o ginecologista que solicitou os seguintes exames: lipidograma, estradiol (E2), testosterona 
plasmática total, TSH, T4 livre, FSH, LH, prolactina, ultrassonografia pélvica/abdominal e endovaginal, densitometria 
óssea, colposcopia e colpocitologia oncótica. 
No retorno foram observados os seguintes resultados: 
 Dr. Túlio, após verificar os exames, discutiu com Jacira a possibilidade de terapia de reposição 
hormonal, cuja reaça ̃o foi de preocupaça ̃o pois sua comadre falou horrores sobre o uso de hormônios na menopausa: 
“dão câncer, infarto no coração e coagulam o sangue”.

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