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Medicamentos na Prática Clinica - Barros - 1ed-387

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388 Elvino Barros, Helena M. T. Barros & Cols. 
<lendo ser fatal apesar de tratamento 
específico. Além disso, podem ocorrer 
também sintomas de hipersensibilida-
de crônica, tipo doença do soro. 
ANEMIAS MEGALOBLÁSTICAS 
A anemia megaloblástica envolve 
as condições em que a síntese de DNA 
das células da medula óssea encontra-se 
limitada pela interferência no metabolis-
mo da vitamina B12 e do ácido fálico, que 
são importantes cofatores para a síntese 
do DNA. A vitamina B12, obtida por meio 
dos alimentos de origem animal, para ser 
absorvida no íleo ter1ninal, necessita estar 
ligada ao fator intrínseco, um peptídeo se-
cretado pelas células gástricas parietais. 
Amplo estoque está disponível no fígado, 
por isso é necessário mais de três anos de 
consumo sem reposição para que a defici-
ência de vitamina B12 se desenvolva. O áci-
do fálico advém principalmente das frutas 
cítricas e dos vegetais folhosos verdes. Os 
estoques dessa substância são suficientes 
para 2-3 meses de privação. Tanto a vita-
mina B12 quanto o ácido fálico são subs-
tâncias adquiridas por meio da dieta, por 
isso as principais causas desta anemia são 
as etiologias com deficiência nutricional ou 
absortiva (Quadro 29.3). 
QUADR029.3 
Causas mais comuns de anemia megaloblástica 
Deficiência de vitamina 872 (cianocoba/amina) 
Alterações no hemograma 
na anemia megaloblástica 
A presença de VCM > 130 fl é um forte indica-
tivo da presença de anemia megaloblástica. 
Os reticulócitos estão diminuídos e o RDW 
está aumentado. Plaquetopenia e neutrope-
nia podem coexistir. 
Alterações laboratoriais na 
anemia megaloblástica 
A dosagem de ácido fálico e de vitamina B12 
é de grande utilidade. Classicamente, na defi-
ciência de vitamina B
12
, os seus níveis séricos 
encontram-se baixos(< 100 pg/ml) e o fola-
to sérico está aumentado. Na deficiência de 
ácido fálico, a medida de folato eritrocitário é 
preferível(< 150 ng/ml), pois o folato sérico 
pode apresentar variações de acordo com as 
refeições. Outros exames que podem ser soli-
citados para a realização de um melhor diag-
nóstico diferencial são o ácido metilmalônico 
(AMM) e a homocisteína. A presença de am-
bos acima dos limites normais apresenta uma 
grande sensibilidade no diagnóstico de defi-
ciência de B
12 
(AMM > 1.000 nmol/L}, sendo 
que apenas a presença de homocisteína ele-
vada é compatível com deficiência de folato. 
Outros achados laboratoriais da anemia me-
galoblástica são bilirrubina indireta aumenta-
da (hemólise intramedular), LDH (desidroge-
nase lática) elevada, refletindo a hemólise 
intramedular, e ferro sérico elevado. 
Alterações hematológicas 
na anemia megaloblástica 
A avaliação da medula óssea revela formas 
megaloblásticas (macrovalócitos) e diferen-
Deficiência dietética, ligada à falta do fator intrínseco por produção de anticorpos anticélula parietal e 
antifator intrínseco (anemia perniciosa}, gastrectomia (mesmo parcial} ou ressecção do íleo terminal, 
supercrescimento bacteriano no intestino delgado (diverticulose, anastomoses e fístulas, alça cega, 
acloridria}, doença pancreática crônica 
Deficiência de ácido fó/ico 
Deficiência dietética (alcoolismo, anorexia}, aumento das necessidades (infância/adolescência, gestação}, 
má absorção (espru tropical}, doenças associadas a aumento da proliferação celular 
Induzida por drogas 
Metotrexato, 6-mercaptopurina, sulfametoxazol-trimetoprima, zidovudina, ciclofosfamida

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