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SAÚDE MENTAL E CUIDADO DE 
ENFERMAGEM EM PSIQUIATRIA
Saúde M
ental e Cuidado de Enferm
agem
 em
 Psiquiatria
Thais Rose BaudraccoThais Rose Baudracco
GRUPO SER EDUCACIONAL
gente criando o futuro
Nesta unidade serão abordados os temas introdutórios à saúde mental e as modi� ca-
ções que têm sofrido ao longo dos anos. Sua história, inicialmente tão conturbada, foi 
acompanhada pela área da enfermagem. 
Doenças mentais sempre foram uma incógnita para a humanidade, mas os avanços 
cientí� cos comprovaram os mecanismos � siopatológicos dos transtornos mentais. O 
funcionamento neurológico modi� ca uma série de neurotransmissores, bem como a 
sua circuitaria neural. Enquanto algumas causas são conhecidas, outras necessitam 
de mais estudos. É isso, portanto, que faz esta área interessante, já que as linhas de 
conhecimentos e pesquisas nunca se esgotam. 
O mandamento da enfermagem de ressaltar sempre o atendimento humanizado e 
holístico é intrínseco à assistência em saúde mental. Os conhecimentos técnico-cien-
tí� cos inerentes à disciplina, a importância do cuidar do ser como um todo, de esta-
belecer contato e relacionamento terapêutico, faz com que a saúde mental tenha um 
olhar diferenciado em relação ao paciente.
Os aspectos clínicos são relevantes, contudo, o enfermeiro que trabalha com saúde 
mental deve ter um olhar apurado, livre de preconceitos e com o psiquismo aberto 
para compreender as pessoas acometidas por doenças mentais. 
SAÚDE MENTAL E CUIDADO DE 
ENFERMAGEM EM PSIQUIATRIA
Capa_SER_ENFERMA_SMCEP.indd 1,3 05/10/2020 11:42:12
© Ser Educacional 2019
Rua Treze de Maio, nº 254, Santo Amaro 
Recife-PE – CEP 50100-160
*Todos os gráficos, tabelas e esquemas são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência.
Informamos que é de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos. 
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio 
ou forma sem autorização. 
A violação dos direitos autorais é crime estabelecido pela Lei n.º 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do 
Código Penal.
Imagens de ícones/capa: © Shutterstock
Presidente do Conselho de Administração 
Diretor-presidente
Diretoria Executiva de Ensino
Diretoria Executiva de Serviços Corporativos
Diretoria de Ensino a Distância
Autoria
Projeto Gráfico e Capa
Janguiê Diniz
Jânyo Diniz 
Adriano Azevedo
Joaldo Diniz
Enzo Moreira
Thais Rose Baudracco
DP Content
DADOS DO FORNECEDOR
Análise de Qualidade, Edição de Texto, Design Instrucional, 
Edição de Arte, Diagramação, Design Gráfico e Revisão.
SER_ENFERMA_SMCEP_UNID1_1.indd 2 05/10/2020 11:36:33
Boxes
ASSISTA
Indicação de filmes, vídeos ou similares que trazem informações comple-
mentares ou aprofundadas sobre o conteúdo estudado.
CITANDO
Dados essenciais e pertinentes sobre a vida de uma determinada pessoa 
relevante para o estudo do conteúdo abordado.
CONTEXTUALIZANDO
Dados que retratam onde e quando aconteceu determinado fato;
demonstra-se a situação histórica do assunto.
CURIOSIDADE
Informação que revela algo desconhecido e interessante sobre o assunto 
tratado.
DICA
Um detalhe específico da informação, um breve conselho, um alerta, uma 
informação privilegiada sobre o conteúdo trabalhado.
EXEMPLIFICANDO
Informação que retrata de forma objetiva determinado assunto.
EXPLICANDO
Explicação, elucidação sobre uma palavra ou expressão específica da 
área de conhecimento trabalhada.
SER_ENFERMA_SMCEP_UNID1_1.indd 3 05/10/2020 11:36:33
Unidade 1 - Comunicação e relacionamento terapêutico
Objetivos da unidade ........................................................................................................... 12
Comunicação e relacionamento terapêutico ................................................................. 13
Conceito de saúde e doença mental ................................................................................ 15
Funções psíquicas e psicopatologia ................................................................................ 18
Consciência ...................................................................................................................... 18
Atenção ............................................................................................................................. 20
Tempo e espaço ............................................................................................................... 21
Memória ............................................................................................................................ 22
Sensopercepção ............................................................................................................. 23
Reforma psiquiátrica no Brasil .......................................................................................... 24
Serviços de atendimento em saúde mental e psiquiatria ............................................ 26
Correntes psiquiátricas e tratamento dos distúrbios mentais .................................... 28
Tratamentos psiquiátricos.............................................................................................. 31
Papel da enfermagem em saúde mental e psiquiatria .................................................. 31
Orientação e educação em saúde mental ....................................................................... 33
Teoria de crise ...................................................................................................................... 35
Sintetizando ........................................................................................................................... 38
Referências bibliográficas ................................................................................................. 40
Sumário
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Sumário
Unidade 2 - Aspectos fundamentais para a realização da assistência de enfermagem 
em saúde mental
Objetivos da unidade ........................................................................................................... 45
Teoria da psicodinâmica ..................................................................................................... 46
Fases do desenvolvimento psicossocial de Freud .................................................... 48
Psicodinâmica no tratamento de transtornos psiquiátricos .................................... 49
A psicodinâmica do trabalho em enfermagem .......................................................... 50
Processo de enfermagem em saúde mental e psiquiatria ........................................... 51
Cuidado de enfermagem à pessoa submetida à psicofarmacoterapia ...................... 53
Tipos de psicofármacos ................................................................................................. 54
Desafios à adesão de tratamento com psicofármacos ............................................ 58
Álcool e drogas ..................................................................................................................... 60
Tratamento no CAPS-AD ................................................................................................ 64
Saúde mental e trabalho ..................................................................................................... 65
A síndrome de burnout na enfermagem ...................................................................... 67
Teoria do estresse ................................................................................................................ 68
Explicação neuroendócrina ao estresse ..................................................................... 69
A relação da família com o portador de transtorno mental ......................................... 71
Sintetizando ........................................................................................................................... 73
Referências bibliográficas .................................................................................................76
SER_ENFERMA_SMCEP_UNID1_1.indd 5 05/10/2020 11:36:33
Sumário
Unidade 3 - Intervenções de enfermagem em pessoas acometidas 
por transtornos mentais I
Objetivos da unidade ........................................................................................................... 82
Intervenções de enfermagem à pessoa com comportamento esquizofrênico e 
transtornos delirantes ......................................................................................................... 83
Demência precoce e esquizofrenia ............................................................................. 83
Dopamina .......................................................................................................................... 84
Serotonina ........................................................................................................................ 85
Glutamato .......................................................................................................................... 86
Outros fatores que podem contribuir para a gênese da esquizofrenia ................. 87
Outros transtornos delirantes ....................................................................................... 88
Intervenções de enfermagem em esquizofrenia e outros transtornos delirantes ...... 98
Intervenções de enfermagem à pessoa com comportamento decorrente de 
 transtornos de humor ........................................................................................................... 90
Depressão ......................................................................................................................... 90
Neurobiologia da depressão ......................................................................................... 91
Transtorno afetivo bipolar (TAB) ................................................................................... 93
Fisiopatologia do TAB ..................................................................................................... 95
Intervenções de enfermagem nos indivíduos acometidos por transtornos de humor 96
Intervenções de enfermagem à pessoa com comportamento decorrente dos 
 transtornos de personalidade ............................................................................................ 97
Grupo A ............................................................................................................................. 98
Grupo B ............................................................................................................................. 99
Grupo C ............................................................................................................................ 103
Intervenções de enfermagem aos indivíduos acometidos por transtornos de personalidade .. 104
Sintetizando ......................................................................................................................... 105
Referências bibliográficas ............................................................................................... 106
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Sumário
Unidade 4 - Intervenções de enfermagem em pessoas acometidas por transtornos 
mentais II
Objetivos da unidade ......................................................................................................... 109
Intervenções de enfermagem a pessoas com transtornos de ansiedade ............... 110
Gênese da ansiedade ................................................................................................... 111
Transtornos fóbicos....................................................................................................... 113
Transtorno do pânico .................................................................................................... 114
Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) ....................................................... 115
Intervenções de enfermagem em pessoas acometidas por transtornos de
ansiedade ..................................................................................................................117
Intervenções de enfermagem a pessoas com manifestações de comportamento 
decorrente de demência ................................................................................................... 119
Doença de Alzheimer (DA) ........................................................................................... 119
Demência Vascular (DV) .............................................................................................. 122
Demência com Corpos de Lewy (DCL) ....................................................................... 123
Demência Frontotemporal (DFT) ................................................................................. 124
Intervenções de enfermagem em pessoas acometidas por demências ............. 126
Enfermeiro no serviço de emergência psiquiátrica: intervenções de enfermagem .... 127
Comportamentos propensos à crise e intervenções de enfermagem ................. 128
Sintetizando ......................................................................................................................... 132
Referências bibliográficas ............................................................................................... 133
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Nesta unidade serão abordados os temas introdutórios à saúde mental e as 
modifi cações que têm sofrido ao longo dos anos. Sua história, inicialmente tão 
conturbada, foi acompanhada pela área da enfermagem. 
Doenças mentais sempre foram uma incógnita para a humanidade, mas os 
avanços científi cos comprovaram os mecanismos fi siopatológicos dos transtornos 
mentais. O funcionamento neurológico modifi ca uma série de neurotransmisso-
res, bem como a sua circuitaria neural. Enquanto algumas causas são conhecidas, 
outras necessitam de mais estudos. É isso, portanto, que faz esta área interessan-
te, já que as linhas de conhecimentos e pesquisas nunca se esgotam. 
O mandamento da enfermagem de ressaltar sempre o atendimento humani-
zado e holístico é intrínseco à assistência em saúde mental. Os conhecimentos 
técnico-científi cos inerentes à disciplina, a importância do cuidar do ser como um 
todo, de estabelecer contato e relacionamento terapêutico, faz com que a saúde 
mental tenha um olhar diferenciado em relação ao paciente.
Os aspectos clínicos são relevantes, contudo, o enfermeiro que trabalha com 
saúde mental deve ter um olhar apurado, livre de preconceitos e com o psiquismo 
aberto para compreender as pessoas acometidas por doenças mentais. 
SAÚDE MENTAL E CUIDADO DE ENFERMAGEM EM PSIQUIATRIA 9
Apresentação
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Dedico este material à Damaris (In Memoriam), Celso (In Memoriam), 
Marcel, e à luz da minha vida, Sofi a.
A professora Thais Rose Baudracco é 
especialista em Enfermagem Oncoló-
gica, graduada em Enfermagem e pes-
quisadora em Ciências da Saúde nas 
áreas de Neurociências e Neuro-onco-
logia pela UNIFESP/EPM e pela Faculda-
de de Medicina da USP. Ministrou aulas 
da disciplina de Saúde Mental para cur-
sos de nível técnico e de graduação em 
Enfermagem de 2005 a 2013.
Currículo Lattes:
http://lattes.cnpq.br/0994094532355127
SAÚDE MENTAL E CUIDADO DE ENFERMAGEM EM PSIQUIATRIA 10
A autora
SER_ENFERMA_SMCEP_UNID1_1.indd 10 05/10/2020 11:36:37
COMUNICAÇÃO E 
RELACIONAMENTO 
TERAPÊUTICO
1
UNIDADE
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Objetivos da unidade
Tópicos de estudo
 Reconhecer a importância da comunicação no relacionamento terapêutico 
para a assistência de enfermagem em saúde mental; 
 Estabelecer o significado de saúde e doença mental; identificar os aspectos 
inerentes ao adoecimento mental;
 Identificar as principais funções psíquicas; conhecer as principais alterações 
nas funções psíquicas que as doenças mentais podemcausar;
 Conhecer a razão do surgimento do movimento antimanicomial; 
 Conhecer os principais serviços de atendimento em saúde mental depois da 
Reforma Psiquiátrica; 
 Conhecer os principais aspectos históricos das correntes psiquiátricas; 
 Identificar o papel da enfermagem em saúde mental e psiquiatria; 
 Estabelecer a importância da educação em saúde mental para a população; 
 Conhecer o que é crise em saúde mental; estabelecer as etapas para 
assistência de enfermagem ao paciente com crise.
 Comunicação e relacionamento 
terapêutico
Conceito de saúde e doença 
mental
 Funções psíquicas e psicopa-
tologia
 Consciência
 Atenção
 Tempo e espaço
 Memória
 Sensopercepção
 Reforma psiquiátrica no Brasil
 Serviços de atendimento em 
saúde mental e psiquiatria
 Correntes psiquiátricas e trata-
mento dos distúrbios mentais
 Tratamentos psiquiátricos
 Papel da enfermagem em saúde 
mental e psiquiatria
 Orientação e educação em saú-
de mental
 Teoria de crise
SAÚDE MENTAL E CUIDADO DE ENFERMAGEM EM PSIQUIATRIA 12
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Comunicação e relacionamento terapêutico
A comunicação e o relacionamento terapêutico são instrumentos fundamen-
tais na assistência de enfermagem na saúde mental, e procuram estabelecer 
um espaço de acolhimento e vínculo entre o enfermeiro e o paciente durante o 
processo de tratamento. 
Assim, segundo Firmino e colaboradores (2018), esses instrumentos se re-
lacionam com a teoria da enfermeira e educadora norte-americana, Hildegard 
Elizabeth Peplau (1909-1999), que publicou sua obra em 1952, denominada In-
terpersonal relations in nursing, resultado de seu doutorado em enfermagem psi-
quiátrica. 
O livro de Peplau aborda o relacionamento interpessoal em enfermagem, na 
medida em que a autora considera o paciente como um ser holístico, ou seja, 
um ser completo sob o ponto de vista biopsicossocial e espiritual (FIRMINO e 
colaboradores, 2018). 
Sabe-se que a enfermagem envolve diversas situações delicadas no cotidia-
no, tais como sofrimento, dor, angústia e medo. Portanto, diante desse cenário 
de vulnerabilidade, as relações interpessoais são de suma importância para es-
tabelecer a confi ança e o vínculo entre enfermeiros, pacientes e familiares, a 
fi m de proporcionar melhor qualidade de vida do paciente no enfrentamento da 
doença que o acomete (KATORSKI e colaboradores, 2005).
De acordo com a teoria de Peplau, a assistência de enfermagem deve ser 
individualizada, pautada na problemática e nas necessidades do paciente. Desse 
modo, sua teoria sofreu infl uências de ciências comportamentais, 
que permitiram classifi cá-la como interacio-
nista e explicativa, na medida em que o 
processo de relacionamento interpes-
soal é inerente à enfermagem, a partir 
da interação que se estabelece entre 
enfermeiro-paciente (FIRMINO e colabo-
radores, 2018). 
Para que o processo de interação ocorra, 
há quatro etapas envolvidas no processo de enfermagem de 
Peplau, demonstradas no Quadro 1:
SAÚDE MENTAL E CUIDADO DE ENFERMAGEM EM PSIQUIATRIA 13
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QUADRO 1. AS QUATRO ETAPAS NO PROCESSO DE ENFERMAGEM DE PEPLAU
1 - Orientação Primeiro contato com o paciente e estabelecimento das necessidades frente à sua problemática.
2 - Identifi cação Vínculo com o paciente para estabelecer um espaço de acolhimento, confi ança e segurança durante o tratamento. 
3 - Exploração
O enfermeiro é reconhecido pelo paciente como profi ssional que 
compreende as necessidades das relações interpessoais naquele 
momento. Ele deve, portanto, explorar os serviços que esse 
profi ssional tem a oferecer. 
4 - Resolução Satisfeitas as necessidades do paciente, ele deve estar apto para retornar ao seu lar. 
Primeiro contato com o paciente e estabelecimento das necessidades Primeiro contato com o paciente e estabelecimento das necessidades Primeiro contato com o paciente e estabelecimento das necessidades Primeiro contato com o paciente e estabelecimento das necessidades 
Vínculo com o paciente para estabelecer um espaço de acolhimento, 
Primeiro contato com o paciente e estabelecimento das necessidades 
Vínculo com o paciente para estabelecer um espaço de acolhimento, 
Primeiro contato com o paciente e estabelecimento das necessidades 
Vínculo com o paciente para estabelecer um espaço de acolhimento, 
O enfermeiro é reconhecido pelo paciente como profi ssional que 
Primeiro contato com o paciente e estabelecimento das necessidades 
Vínculo com o paciente para estabelecer um espaço de acolhimento, 
O enfermeiro é reconhecido pelo paciente como profi ssional que 
compreende as necessidades das relações interpessoais naquele 
Primeiro contato com o paciente e estabelecimento das necessidades 
frente à sua problemática.
Vínculo com o paciente para estabelecer um espaço de acolhimento, 
confi ança e segurança durante o tratamento. 
O enfermeiro é reconhecido pelo paciente como profi ssional que 
compreende as necessidades das relações interpessoais naquele 
Primeiro contato com o paciente e estabelecimento das necessidades 
frente à sua problemática.
Vínculo com o paciente para estabelecer um espaço de acolhimento, 
confi ança e segurança durante o tratamento. 
O enfermeiro é reconhecido pelo paciente como profi ssional que 
compreende as necessidades das relações interpessoais naquele 
momento. Ele deve, portanto, explorar os serviços que esse 
Primeiro contato com o paciente e estabelecimento das necessidades 
frente à sua problemática.
Vínculo com o paciente para estabelecer um espaço de acolhimento, 
confi ança e segurança durante o tratamento. 
O enfermeiro é reconhecido pelo paciente como profi ssional que 
compreende as necessidades das relações interpessoais naquele 
momento. Ele deve, portanto, explorar os serviços que esse 
Satisfeitas as necessidades do paciente, ele deve estar apto para 
Primeiro contato com o paciente e estabelecimento das necessidades 
frente à sua problemática.
Vínculo com o paciente para estabelecer um espaço de acolhimento, 
confi ança e segurança durante o tratamento. 
O enfermeiro é reconhecido pelo paciente como profi ssional que 
compreende as necessidades das relações interpessoais naquele 
momento. Ele deve, portanto, explorar os serviços que esse 
Satisfeitas as necessidades do paciente, ele deve estar apto para 
Primeiro contato com o paciente e estabelecimento das necessidades 
frente à sua problemática.
Vínculo com o paciente para estabelecer um espaço de acolhimento, 
confi ança e segurança durante o tratamento. 
O enfermeiro é reconhecido pelo paciente como profi ssional que 
compreende as necessidades das relações interpessoais naquele 
momento. Ele deve, portanto, explorar os serviços que esse 
Satisfeitas as necessidades do paciente, ele deve estar apto para 
Primeiro contato com o paciente e estabelecimento das necessidades 
frente à sua problemática.
Vínculo com o paciente para estabelecer um espaço de acolhimento, 
confi ança e segurança durante o tratamento. 
O enfermeiro é reconhecido pelo paciente como profi ssional que 
compreende as necessidades das relações interpessoais naquele 
momento. Ele deve, portanto, explorar os serviços que esse 
Satisfeitas as necessidades do paciente, ele deve estar apto para 
Primeiro contato com o paciente e estabelecimento das necessidades 
frente à sua problemática.
Vínculo com o paciente para estabelecer um espaço de acolhimento, 
confi ança e segurança durante o tratamento. 
O enfermeiro é reconhecido pelo paciente como profi ssional que 
compreende as necessidades das relações interpessoais naquele 
momento. Ele deve, portanto, explorar os serviços que esse 
profi ssional tem a oferecer. 
Satisfeitas as necessidades do paciente, ele deve estar apto para 
Primeiro contato com o paciente e estabelecimento das necessidades 
frente à sua problemática.
Vínculo com o paciente para estabelecer um espaço de acolhimento, 
confi ança e segurançadurante o tratamento. 
O enfermeiro é reconhecido pelo paciente como profi ssional que 
compreende as necessidades das relações interpessoais naquele 
momento. Ele deve, portanto, explorar os serviços que esse 
profi ssional tem a oferecer. 
Satisfeitas as necessidades do paciente, ele deve estar apto para 
Primeiro contato com o paciente e estabelecimento das necessidades 
Vínculo com o paciente para estabelecer um espaço de acolhimento, 
confi ança e segurança durante o tratamento. 
O enfermeiro é reconhecido pelo paciente como profi ssional que 
compreende as necessidades das relações interpessoais naquele 
momento. Ele deve, portanto, explorar os serviços que esse 
profi ssional tem a oferecer. 
Satisfeitas as necessidades do paciente, ele deve estar apto para 
Primeiro contato com o paciente e estabelecimento das necessidades 
Vínculo com o paciente para estabelecer um espaço de acolhimento, 
confi ança e segurança durante o tratamento. 
O enfermeiro é reconhecido pelo paciente como profi ssional que 
compreende as necessidades das relações interpessoais naquele 
momento. Ele deve, portanto, explorar os serviços que esse 
profi ssional tem a oferecer. 
Satisfeitas as necessidades do paciente, ele deve estar apto para 
retornar ao seu lar. 
Primeiro contato com o paciente e estabelecimento das necessidades 
Vínculo com o paciente para estabelecer um espaço de acolhimento, 
confi ança e segurança durante o tratamento. 
O enfermeiro é reconhecido pelo paciente como profi ssional que 
compreende as necessidades das relações interpessoais naquele 
momento. Ele deve, portanto, explorar os serviços que esse 
profi ssional tem a oferecer. 
Satisfeitas as necessidades do paciente, ele deve estar apto para 
retornar ao seu lar. 
Primeiro contato com o paciente e estabelecimento das necessidades 
Vínculo com o paciente para estabelecer um espaço de acolhimento, 
confi ança e segurança durante o tratamento. 
O enfermeiro é reconhecido pelo paciente como profi ssional que 
compreende as necessidades das relações interpessoais naquele 
momento. Ele deve, portanto, explorar os serviços que esse 
profi ssional tem a oferecer. 
Satisfeitas as necessidades do paciente, ele deve estar apto para 
retornar ao seu lar. 
Primeiro contato com o paciente e estabelecimento das necessidades 
Vínculo com o paciente para estabelecer um espaço de acolhimento, 
confi ança e segurança durante o tratamento. 
O enfermeiro é reconhecido pelo paciente como profi ssional que 
compreende as necessidades das relações interpessoais naquele 
momento. Ele deve, portanto, explorar os serviços que esse 
profi ssional tem a oferecer. 
Satisfeitas as necessidades do paciente, ele deve estar apto para 
retornar ao seu lar. 
Primeiro contato com o paciente e estabelecimento das necessidades 
Vínculo com o paciente para estabelecer um espaço de acolhimento, 
O enfermeiro é reconhecido pelo paciente como profi ssional que 
compreende as necessidades das relações interpessoais naquele 
momento. Ele deve, portanto, explorar os serviços que esse 
profi ssional tem a oferecer. 
Satisfeitas as necessidades do paciente, ele deve estar apto para 
retornar ao seu lar. 
Vínculo com o paciente para estabelecer um espaço de acolhimento, 
O enfermeiro é reconhecido pelo paciente como profi ssional que 
compreende as necessidades das relações interpessoais naquele 
momento. Ele deve, portanto, explorar os serviços que esse 
profi ssional tem a oferecer. 
Satisfeitas as necessidades do paciente, ele deve estar apto para 
retornar ao seu lar. 
Vínculo com o paciente para estabelecer um espaço de acolhimento, 
O enfermeiro é reconhecido pelo paciente como profi ssional que 
compreende as necessidades das relações interpessoais naquele 
momento. Ele deve, portanto, explorar os serviços que esse 
Satisfeitas as necessidades do paciente, ele deve estar apto para 
O enfermeiro é reconhecido pelo paciente como profi ssional que 
compreende as necessidades das relações interpessoais naquele 
momento. Ele deve, portanto, explorar os serviços que esse 
Satisfeitas as necessidades do paciente, ele deve estar apto para 
O enfermeiro é reconhecido pelo paciente como profi ssional que 
compreende as necessidades das relações interpessoais naquele 
momento. Ele deve, portanto, explorar os serviços que esse 
Satisfeitas as necessidades do paciente, ele deve estar apto para Satisfeitas as necessidades do paciente, ele deve estar apto para Satisfeitas as necessidades do paciente, ele deve estar apto para Satisfeitas as necessidades do paciente, ele deve estar apto para 
 Fonte: FIRMINO, 2018.
Diante do processo de enfermagem da teorista Peplau, faz-se necessário abor-
dar outro instrumento fundamental para que o vínculo entre enfermeiro-paciente 
seja obtido: a comunicação terapêutica, que é um fator indispensável para o êxito 
do processo assistencial de enfermagem. 
Sabe-se que a comunicação é um instrumento importante para as interações 
humanas, pois é por meio dela que se expressam sentimentos, informações e ne-
cessidades a serem atendidas pela equipe de enfermagem, que também usará 
esse recurso para orientar, informar e planejar ações de enfermagem para o pa-
ciente em tratamento (PONTES; LEITÃO; RAMOS, 2008). 
Para que a comunicação seja efi caz, antes de tudo, é necessário que haja em-
patia. A humanização da enfermagem passa pela habilidade de colocar-se no lugar 
do outro. A partir da empatia, então, a interação, o vínculo e o processo comu-
nicativo obterão êxito. Em seguida, deve haver um emissor da mensagem e um 
receptor para que a informação seja decodifi cada. 
No trabalho de Pontes, Leitão e Ramos (2008), a comunicação terapêutica visa 
identifi car e atender às necessidades de saúde do paciente, para que o processo 
de enfermagem possa incentivar a aprendizagem e transmitir ao cliente confi ança 
e segurança diante da sua estadia em determinada instituição de saúde. 
Silva (1996) afi rma que o processo de comunicação é rea-
lizado pelo corpo inteiro e o profi ssional da área da saúde 
deve estar preparado para decodifi car as linguagens fala-
das (verbais) e as não faladas, denominada comunicação 
não-verbal.
SAÚDE MENTAL E CUIDADO DE ENFERMAGEM EM PSIQUIATRIA 14
SER_ENFERMA_SMCEP_UNID1_1.indd 14 05/10/2020 11:37:11
A percepção do profi ssional da área da saúde deve estar apurada, pois res-
salta-se que mais de 50% da comunicação entre as pessoas é realizada por meio 
de sinais, gestos e expressões corporais. Desse modo, o processo de comunica-
ção para o paciente faz com que ele se sinta acolhido ou rejeitado diante de um 
grupo e, assim, sentirá confi ança ou insegurança diante do grupo que o assiste 
(SILVA, 1996).
Para Sequeira (2014), a comunicação terapêutica é uma metacomunicação, 
no sentido que pressupõe o conhecimento de todos os componentes comunica-
tivos por parte da equipe de saúde, o que infl uenciará no resultado terapêutico. 
Diante disso, o autor cita algumas das principais técnicas de comunicação não-
-verbal, tais como a escrita, o toque, a distância, o olhar, o silêncio, o tom de voz, 
informações, aceitação, entre outros fatores. 
Segundo Pontes, Leitão e Ramos (2008) a comunicação é um ato dinâmi-
co, pois o emissor pode ser o receptor da mensagem e vice-versa, 
portanto, o profi ssional de enfermagem ou da área da 
saúde precisa desenvolver habilidades comunicativas 
para que ele possa decifrar as informações verbais e 
não-verbais, a fi m de estabelecer um relacionamen-
to interpessoal com o paciente e, assim, promover a 
saúde do indivíduo em tratamento. 
Conceito de saúde e doença mental
O conceito de saúde é complexo, pois não signifi ca apenas a mera ausência 
de doença, é algo mais amplo a ser discutido por todos os profi ssionais da área 
da saúde. Segundo Morais e colaboradores (2012), há três conceitos sobre saúde, 
de acordo com os seguintes aspectos: 
• O modelo médico, que conceitua saúde como ausência de doença;• O conceito da Organização Mundial da Saúde (OMS), de 1947, de completo 
bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença; 
• O conceito ecológico, que consiste no conjunto de contextos biopsicosso-
ciais e culturais. 
O conceito de saúde da OMS leva em consideração todos os fatores que 
englobam o ser humano, no entanto, a palavra “completo” levanta indagações. 
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Alguns autores relatam a utopia que o termo desencadeia o questionamento: 
será mesmo que todos podem usufruir de um bem-estar total em suas vidas? 
Ao levar em consideração fatores existentes nas grandes cidades, como, 
por exemplo, o trânsito e, por consequência, o tempo gasto durante o percurso 
para o trabalho, será que isso não afeta a saúde do trabalhador? Então, o con-
ceito de totalidade acaba irreal no mundo de hoje, pois sempre haverá algo que 
não traz completo bem-estar. 
Se é tão complexo conceituar saúde, como definir o que é saúde mental? 
Para Sampaio (1998), saúde mental é todo o comportamento que se ajusta 
à sociedade, ou melhor, a racionalidade, sob inúmeros enfoques sociais, tais 
como religiosos, jurídicos, econômicos (sob a economia capitalista), entre ou-
tros. Assim, tudo que for contrário à normalidade desenvolvida pelo homem 
moderno, é insanidade. 
De acordo com o Ministério da Saúde (2003), o termo saúde mental está 
relacionado não somente ao diagnóstico de transtornos mentais, mas com a 
tarefa de promover a saúde, reabilitar e reinserir o paciente na sociedade. 
Para a OMS, saúde mental é um estado de bem-estar em que o ser huma-
no pode mostrar as suas capacidades, 
enfrentar os estresses do cotidiano, 
ser produtivo em sua atividade labo-
ral, prosperar e contribuir com a so-
ciedade na qual convive (World Health 
Organization, 2001 apud Ribeiro e co-
laboradores, 2015). Contudo, sabe-se 
que a maioria dos indivíduos pode não 
ter em sua vida a chance de obter to-
dos os fatores preconizados pela OMS, 
não por falta de capacidade, mas pelas 
condições que possuem e pelo local onde vivem. 
Assim, a sociedade põe o homem e sua saúde mental à prova diante de 
todas as dificuldades encontradas na vida, tais como desemprego, violência, 
falta de habitação, saúde e educação minimamente adequadas. Nesse sentido, 
as dificuldades externas podem desencadear as doenças mentais, principal-
mente se o indivíduo já for propenso, a partir de sua genética ou neurobiologia. 
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DIAGRAMA 1. INTERLIGAÇÕES DE FATORES INTERNOS E EXTERNOS E DOENÇA MENTAL
Fatores
comportamentais
Fatores
biológicosDoença mental
Fatores
sociais
Fatores
psicológicos
Fonte: OMS, 2002. (Adaptado).
A partir desse diagrama, percebemos que a doença mental é intrínseca a 
todos os fatores que envolvem o indivíduo durante a sua vida. Assim, saúde e 
doença mental não são eventos separados, mas estão diretamente interliga-
dos com tudo que ocorre ao redor do ser humano e como ele lida com esses 
acontecimentos. 
Sendo assim, a doença mental é uma alteração na forma de pensar, 
organizar e expressar os sentimentos diante de eventos estressores ou situa-
ções do cotidiano que acarretam um grande sofrimento psíquico ao indivíduo. 
Veja o Diagrama 1 sobre os fatores envolvidos na doença mental:
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Desse modo, as funções psíquicas serão descritas separadamente.
Transtornos mentais Funções psíquicas comprometidas
Transtornos psico-orgânicos Orientação, atenção, memória, inteligência e linguagem.
Transtornos afetivos, neuróticos 
e de personalidade Afeto, motivação, psicomotricidade e personalidade. 
Transtornos psicóticos Sensopercepção, pensamento, julgamento, realidade versus fantasia, vivência do EU.
Orientação, atenção, memória, inteligência e linguagem.Orientação, atenção, memória, inteligência e linguagem.Orientação, atenção, memória, inteligência e linguagem.Orientação, atenção, memória, inteligência e linguagem.
Afeto, motivação, psicomotricidade e personalidade. 
Orientação, atenção, memória, inteligência e linguagem.
Afeto, motivação, psicomotricidade e personalidade. 
Orientação, atenção, memória, inteligência e linguagem.
Afeto, motivação, psicomotricidade e personalidade. 
Orientação, atenção, memória, inteligência e linguagem.
Afeto, motivação, psicomotricidade e personalidade. 
Sensopercepção, pensamento, julgamento, realidade 
Orientação, atenção, memória, inteligência e linguagem.
Afeto, motivação, psicomotricidade e personalidade. 
Sensopercepção, pensamento, julgamento, realidade 
Orientação, atenção, memória, inteligência e linguagem.
Afeto, motivação, psicomotricidade e personalidade. 
Sensopercepção, pensamento, julgamento, realidade 
Orientação, atenção, memória, inteligência e linguagem.
Afeto, motivação, psicomotricidade e personalidade. 
Sensopercepção, pensamento, julgamento, realidade 
Orientação, atenção, memória, inteligência e linguagem.
Afeto, motivação, psicomotricidade e personalidade. 
Sensopercepção, pensamento, julgamento, realidade 
versus fantasia, vivência do EU.
Orientação, atenção, memória, inteligência e linguagem.
Afeto, motivação, psicomotricidade e personalidade. 
Sensopercepção, pensamento, julgamento, realidade 
versus fantasia, vivência do EU.
Orientação, atenção, memória, inteligência e linguagem.
Afeto, motivação, psicomotricidade e personalidade. 
Sensopercepção, pensamento, julgamento, realidade 
versus fantasia, vivência do EU.
Orientação, atenção, memória, inteligência e linguagem.
Afeto, motivação, psicomotricidade e personalidade. 
Sensopercepção, pensamento, julgamento, realidade 
versus fantasia, vivência do EU.
Orientação, atenção, memória, inteligência e linguagem.
Afeto, motivação, psicomotricidade e personalidade. 
Sensopercepção, pensamento, julgamento, realidade 
versus fantasia, vivência do EU.
Orientação, atenção, memória, inteligência e linguagem.
Afeto, motivação, psicomotricidade e personalidade. 
Sensopercepção, pensamento, julgamento, realidade 
versus fantasia, vivência do EU.
Orientação, atenção, memória, inteligência e linguagem.
Afeto, motivação, psicomotricidade e personalidade. 
Sensopercepção, pensamento, julgamento, realidade 
versus fantasia, vivência do EU.
Afeto, motivação, psicomotricidade e personalidade. 
Sensopercepção, pensamento, julgamento, realidade 
versus fantasia, vivência do EU.
Afeto, motivação, psicomotricidade e personalidade. 
Sensopercepção, pensamento, julgamento, realidade 
versus fantasia, vivência do EU.
Sensopercepção, pensamento, julgamento, realidade Sensopercepção, pensamento, julgamento, realidade Sensopercepção, pensamento, julgamento, realidade 
 Fonte: DALGALARRONDO, 2008.
Consciência
Há inúmeras defi nições sobre consciência. A palavra é de origem latina, pro-
veniente da junção de dois vocábulos: cum (com) + scio (conhecer): conhecimento 
compartilhado consigo mesmo.
Assim, o signifi cado de consciência é o conhecimento compartilhado consigo 
mesmo, mas como percebê-lo? O signifi cado pode ser abordado de vários modos; 
sob o ponto de vista fi losófi co, psicanalítico, das teorias psicológicas e das teorias 
neurobiológicas, às quais este material deve se ater.
Funções psíquicas e psicopatologia 
O estudo das funções psíquicas, de modo isolado, serve para fi ns didáticos, 
pois as funções psíquicas estão interligadas, ou seja, o paciente adoece em sua 
totalidade e não somente em apenas uma função. Lembre-se do conceito de 
doença mental anterior, pois saúde e doença mental estão relacionadas entre 
si, bem como os fatores que as cercam, tais como comportamento, sociedade, 
biologia, emoções e assim por diante. 
O Quadro 2 demonstra exatamente a interligação das funções psíquicas.Observe: 
QUADRO 2. RELAÇÃO DAS FUNÇÕES PSÍQUICAS AFETADAS NOS TRANSTORNOS MENTAIS
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Segundo Dalgalarrondo (2008), os fatores anatomofisiológicos da consciência, 
recaem sobre a explicação da estrutura do sistema reticular ativador ascendente 
(SARA), localizado no tronco encefálico. Ele se irradia ao córtex cerebral, por meio 
de projeções talâmicas. Veja a Figura 1:
SARA
Impulsos visuais
Formação reticular 
Tronco encefálico
Vias ascendentes Via descendentes
Impulsos auditivos 
Cerebelo 
Tálamo
Bulbo
Figura 1. Sistema reticular ativador ascendente (SARA). Fonte: FIORINI, 2018. 
No local indicado na Figura 1, ocorre a filtragem da informação, que é processa-
da pelo indivíduo, ou seja, a ativação cortical é realizada pelos neurônios da parte 
superior da ponte e do mesencéfalo, os quais recebem impulsos ascendentes, tais 
como estímulos extrínsecos (órgãos dos sentidos) ou intrínsecos (visceral e pro-
prioceptivos) (DALGALARRONDO, 2008).
EXPLICANDO
O sono é uma alteração normal do nível de consciência, dividido em dois 
modos: a) sincronizado e b) sono rapid eye moviments, o sono REM. O pri-
meiro está relacionado com a diminuição e aumento da atividade simpáti-
ca e parassimpática, respectivamente, já no segundo há uma dessincroni-
zação de traçados eletroencefalográficos, bem como da atonia muscular 
(DALGALORRONDO, 2008). É importante salientar, adicionalmente, que 
muitos são os fatores que podem desencadear o rebaixamento do nível de 
consciência, entre eles o estado de coma, que não apresenta atividade 
espontânea e nem consciência, mas sinais anormais.
As estruturas relacionadas com o funcionamento e nível de consciência englo-
bam o SARA, o tálamo, córtex parietal direito e pré-frontal direito, ou seja, há uma 
grande importância de estruturas do lado direito cerebral. 
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Atenção
A atenção é a direção da consciência, ou seja, o estado de concentração 
mental diante de um objeto, para que o ser humano possa receber, fi ltrar, orga-
nizar e responder aos estímulos. Pode-se dividir o processo de atenção em dois 
tipos: a atenção voluntária, que é ativa e intencional, e a atenção involuntária, 
em que algo desperta um interesse momentâneo, ou seja, por meio de eventos 
discrepantes (DALGALARRONDO, 2008).
Por exemplo, o indivíduo está assistindo televisão na sala de sua casa e cai 
um objeto na cozinha, o que causa bastante barulho. Desse modo, a atenção é 
voltada para o barulho naquele momento. 
Em relação à sua direção, pode-se descrevê-la como externa, quando está 
relacionada aos órgãos dos sentidos, e interna, quando se volta para o mundo 
subjetivo do indivíduo. Desse modo, o autor relata que ela pode ser focal, isto 
é, concentrada em algo específi co, ou dispersa, quando não há um foco deter-
minado. A capacidade da atenção pode ser apresentada com tenacidade (focar 
no objeto) e estabelecer a vigilância, que é a capacidade de mudar o foco de um 
objeto para outro. 
As estruturas do sistema nervoso que estão envolvidas no processo de 
atenção são: o córtex, localizado no tronco encefálico, o tálamo e o corpo es-
triado, na região subcortical. Já as estruturas corticais envolvidas são: córtex 
parietal posterior direito, córtex pré-frontal, giro cingulado anterior e 
lobo temporal medial (sistema límbico) (DALGALARRONDO, 2008). 
Sabe-se que o foco da atenção e da motivação está contido no córtex fron-
tal do cíngulo. Também se faz necessário salientar que as respostas geradas 
pelo estímulo são realizadas pelo córtex pré-frontal e as respostas emocionais 
e motivacionais são dadas no sistema límbico, localizado no lobo temporal me-
dial (DALGALARRONDO, 2008).
Quando o indivíduo apresenta transtornos mentais de humor, há uma 
grande difi culdade de concentração e diminuição da atenção. Nos transtor-
nos de ansiedade, entre eles o transtorno obsessivo compulsivo (TOC), de-
monstra-se um aumento excessivo de atenção e vigilância. Nos transtornos 
psicóticos, tal como a esquizofrenia, há uma diminuição central de atenção 
(DALGALARRONDO, 2008).
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Tempo e espaço
A capacidade de situar-se quanto a si mesmo e ao ambiente denomina-se 
orientação. Ela é uma agregação entre os processos de atenção, percepção 
e memória. Sabe-se que o sintoma mais comum em doenças neurológicas e 
transtornos mentais está associado ao processo de desorientação (DALGALAR-
RONDO, 2008).
A orientação espacial está associada com a localização e distância de um 
ponto ao outro e a orientação espacial, que exige um desenvolvimento cogni-
tivo maior, é descrita como a ciência do momento cronológico vivido, ou seja, 
dia, ano, hora e idade. 
As três estruturas encefálicas comprometidas quando há desorientação 
são: lesões corticais difusas, presentes na doença de Alzheimer (DA), relaciona-
das ao sistema límbico, presentes na síndrome de Korsakoff , e lesões no tronco 
encefálico e sistema reticular adjacente anterior (SRAA), presentes no delirium 
(DALGALARRONDO, 2008).
Outras estruturas encefálicas estão envolvidas na alteração da orientação, 
tais como lobo parietal, responsável pela orientação topográfi ca e geográfi ca, 
o próprio hemisfério direito, responsável pela direção e pela distância, o córtex 
occipital associativo, que sob alteração não consegue captar o principal elemen-
to a partir de um estímulo visual. E também os circuitos hipocampais e o córtex 
pré-frontal, associados à percepção temporal (DALGALARRONDO, 2008).
Temporo-espacial
Para a vida psíquica há dois tipos de tempo: o subjetivo (interno, imensurá-
vel) e o objetivo (externo e mensurável). As possíveis alterações que ocorrem 
no tempo e espaço podem indicar dano à consciência, pensamento e memória. 
É importante salientar que as alterações ocorridas no tempo e espaço são efei-
tos secundários de défi cits da consciência e da memória. 
Em pacientes com síndrome depressiva grave, o 
tempo pode deixar de fl uir, o tempo é mais lento e, 
muitas vezes, parece que está encurtado. Em relação 
ao espaço, pacientes com depressão relatam o tem-
po como encurtado, impenetrável por outros ou por si 
mesmos (DALGALARRONDO, 2008).
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Porém, pacientes com transtorno de humor bipolar, na fase maníaca, podem 
ter a sensação de tempo acelerado, há uma fuga de ideias e distração intensa. 
Em termos de espaço, na fase maníaca, o espaço pode estar dilatado, amplo 
e isso faz com que esse paciente possa invadir o espaço de outras pessoas 
(DALGALARRONDO, 2008).
Memória
A memória está relacionada com o nosso nível de consciência, atenção e interes-
se afetivo, que ocorrem diante de um fato aprendido, consciente ou não. Muitos são 
os fatores e mecanismos que envolvem o processo de memorização e que o fazem 
tão importante na construção da personalidade do indivíduo. Sem a memória, o ser 
humano perde a sua individualidade (DALGALARRONDO, 2008).
Sob o ponto de vista neurocientífi co, as unidades de memória estão localizadas 
no hipocampo, amígdala e córtex entorrinal e estão relacionadas às memórias de 
curta e média duração. A memória a longo prazo está localizada no córtex cerebral 
frontal e temporoparietoccipital (DALGALARRONDO, 2008).
A memória pode ter caráter consciente e não-consciente e, portanto, é classifi ca-
da da seguinte forma (DALGALARRONDO, 2008):
• Memória explícita: dados da própria história de vida do indivíduo; 
• Memória implícita: quando não é consciente (aprender a andar de bicicleta, 
falar outro idioma, entre outros); 
• Memória declarativa: relativa a fatos, acontecimentos, dados autobiográficos;
• Memória não declarativa: nadar, tocar instrumentos musicais, entre outros. 
Ainda há a classifi cação de acordo com as estruturas cerebrais envolvidas. A me-
mória de trabalho está relacionada com 
a atenção e concentração e está localiza-
da na estrutura pré-frontal do córtex ce-
rebral. A memória episódica é bastante 
importante sob o ponto de vista neuro-
lógico e psiquiátrico e está relacionada 
com a experiência pessoal ocorrida e as 
estruturas neurológicas envolvidas no hi-
pocampo, córtex entorrinal e perirrinal. 
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A memória semântica está relacionada com o seu armazenamento e signifi cado. Já a 
memória de procedimento está relacionada com algo aprendido sob a ótica motora, 
como dirigir, digitar no computador, desvendar quebra-cabeças e aprender regras 
gramaticais de um novo idioma, por exemplo. As estruturas cerebrais envolvidas 
são os lobos frontais, gânglios da base e cerebelo (DALGALARRONDO, 2008).
A amnésia é causada pelas alterações de memória sob o ponto de vista psico-
patológico e ocorre a partir da perda de memória fi xada, lembrada ou armazenada. 
As agnosias são difi culdades de reconhecimento de estímulos sensoriais e as al-
terações de memórias do reconhecimento podem estar associadas às doenças psi-
quiátricas delirantes e não delirantes, tal como um déjà vu, em que há nítida percep-
ção de ter passado por aquele momento anteriormente (DALGALARRONDO, 2008).
As alterações de memória estão relacionadas a muitas doenças, tais como doen-
ça de Alzheimer (DA), transtorno obsessivo compulsivo (TOC), demência senil, abu-
so de drogas ilícitas e outros outros fatores que causam alteração do processo de 
memorização.
Sensopercepção
Os órgãos dos sentidos são responsáveis pelo reconhecimento das sensa-
ções referentes aos estímulos externos, tais como luz, som, calor, sabor, chei-
ros e pressão tátil, que se autorregulam para manter a sobrevivência do indiví-
duo (DALGALARRONDO, 2008).
A percepção é a decodifi cação psíquica de estímulos sensoriais, da qual fa-
zem uso a consciência e das estruturas neurológicas para emitir uma determi-
nada resposta, bem como sentimentos, memória e representações pessoais. 
Por exemplo: o pôr do sol pode ter uma representação muito forte para uma 
pessoa e para outra não. 
A sensopercepção se relaciona com a memória, portanto, a imaginação 
também faz parte dessa função psíquica; para imaginar algo é necessário que 
haja um registro de algo memorizado ou uma nova criação de uma imagem. 
Nas psicopatologias associadas aos distúrbios de senso-
percepção, encontram-se as psicoses. Uma delas é a es-
quizofrenia, que pode apresentar sinais de défi cit nessa 
função psíquica. 
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Sabe-se que as alterações de sensopercepção são subdivididas em alucina-
ção e delírio. As alucinações também são alterações no sistema sensorial, tais 
como ouvir vozes, ver algo que não é real, sentir insetos rastejando na pele, 
sentir odores ou sabores desagradáveis. Já o delírio está relacionado à imagi-
nação e alterações que causam uma desorganização cerebral global.
Reforma psiquiátrica no Brasil
Segundo Yasui (2010), os indícios de uma Reforma Psiquiátrica pairavam 
indiretamente no Brasil desde o fi nal do século XIX, por meio de grandes au-
tores da literatura brasileira, tais como Machado de Assis e Lima Barreto, em 
razão do início da crítica ao sistema psiquiátrico, embrionário até então. Poste-
riormente, médicos psiquiatras como Nise da Silveira iniciaram ações como as 
práticas integrativas, no intuito de humanizar a assistência aos pacientes com 
transtornos mentais internados em hospitais psiquiátricos.
Muitos autores relatam que a Reforma Psiquiátri-
ca foi um movimento social e econômico, que por 
meio de políticas públicas opôs-se à ditadura mi-
litar de 1964, que fez dos hospitais psiquiátricos 
um depósito de pessoas doentes.
Entretanto, somente em meados da década de 
70, o Brasil iniciou um processo político para a reformu-
lação psiquiátrica em seu sistema de saúde. Desse modo, a crítica 
ao sistema de internação em hospitais foi um dos principais 
assuntos abordados, tais como a criação de redes de aten-
dimento extra-hospitalares e a participação da comuni-
dade em programas de atendimento de saúde mental 
(YASUI, 2010). 
ASSISTA
As terríveis condições de tratamento para doentes men-
tais no Brasil foram retratadas no fi lme Bicho de Sete 
Cabeças (2000), que conta a trajetória de Neto, internado 
à força em uma instituição para doentes mentais. 
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Na década de 80, o Brasil sofreu uma grande crise nos recursos de saúde e 
isso fez com que as Ações Integradas de Saúde (AIS) fossem criadas em 1983, 
para que se ampliassem os recursos de saúde no país. Durante as AIS, surgi-
ram as suas diretrizes pautadas na universalidade do atendimento, integralida-
de e equidade da atenção à saúde, bem como a democratização por meio da 
participação da população e do controle social por ela (DIAS, 2007).
Paralelamente aos princípios de mudanças do sistema de saúde do país, 
também foi elaborado um relatório pelo Instituto Nacional de Assistência Mé-
dica da Previdência Social (INAMPS) que mostrava o grande número de inter-
nações psiquiátricas no Brasil (crescimento anual de 15%). Desse modo, na ten-
tativa de reduzir esse número, surgiu a Portaria n° 3.108 que recomendava as 
seguintes medidas:
a) ser predominantemente extra-hospitalar; b) ser exercida por 
equipe multidisciplinar; c) incluir-se numa estratégia de atenção 
primária de saúde; d) utilizar recursos intermediários entre o 
ambulatório e a internação integral, como hospital-dia, hospital-
-noite, pré-internação, pensão e oficina protegidas; e) restringir 
a internação aos casos estritamente necessários; f) promover 
a implantação progressiva de pequenas unidades psiquiátricas 
em hospitais gerais (BRASIL, 1982 apud DIAS, 2007, p. 52).
No fim da década de 80, surgiram os movimentos antimanicomiais e, a par-
tir de 1990, apareceu um novo modelo de saúde com a criação da Lei Orgânica 
8080/90 que implementou o Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil. 
Nos anos 90, criou-se a legislação da Declaração de Caracas, durante a Con-
ferência Regional para a Reestruturação da Assistência Psiquiátrica, legislação 
à qual o Brasil aderiu (BERLINCK; MAGTAZ; TEIXEIRA, 2008).
Em 10 de novembro de 1999, a Lei n° 9.867 trouxe um marco para 
o país por meio do desenvolvimento de programas de suporte psi-
cossocial para pacientes com transtornos mentais que 
tinham acompanhamento nos serviços comunitários. 
Em 06 de abril de 2001, a Lei n° 10.216 foi instaura-
da para dar proteção aos direitos das pessoas que 
sofrem com doenças mentais (BERLINCK; MAGTAZ; 
TEIXEIRA, 2008).
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Mais tarde, houve incentivos fi nanceiros do governo brasileiro para que os 
pacientes fossem reintegrados à sociedade e fi cassem longe dos manicômios 
e hospitais psiquiátricos. Tais medidas foram, sem dúvida, um grande avanço 
para a assistência dos indivíduos com transtornos mentais, bem como para o 
aumento da qualidade de vida e dignidade dessas pessoas. 
Serviços de atendimento em saúde mental e psiquiatria
Com o surgimento do Movimento Nacional da Luta Antimanicomial, no 
final dos anos 70 e 80, o Brasil foi obrigado a rever as leis e assistências 
oferecidas aos pacientes com transtornos mentais em resposta ao con-
junto de denúncias realizadas por trabalhadores em saúde mental que re-
lataram a precariedade de suas atividades laborais e os maus-tratos aos 
pacientes internadosnesses manicômios (LEAL; DE ANTONI, 2013). 
A partir do avanço realizado pela política de saúde do País com a im-
plementação do SUS, também se vislumbrou uma luz 
com as mudanças no sistema de assistência de saú-
de mental, que foram instituídas paulatinamente 
entre os anos 1990 e 2003. Aos poucos, os mani-
cômios foram substituídos por instituições de saú-
de extra-hospitalares e regras e deveres mais duros 
foram instituídos no funcionamento de hospitais psiquiátri-
cos, principalmente com a instauração da Lei n°10.216 de 2001 
(BERLINCK; MAGTAZ; TEIXEIRA, 2008).
Sabe-se que a redução dos leitos em hospitais psiquiátricos ainda está 
em progresso, porém, há uma tentativa de ampliar os atendimentos am-
bulatoriais nos Centros de Apoio Psicossociais (CAPS), locais que oferecem 
assistência aos pacientes com transtornos mentais pelo SUS. 
Sendo assim, o CAPS é considerado um local de referência 
e de tratamento a pessoas que sofrem com transtornos 
mentais severos e persistentes, os quais justificam a perma-
nência do paciente em um lugar de atendimento intensivo, 
comunitário, personalizado e promotor de saúde (BRASIL, 
2004 apud LEAL; DE ANTONI, 2013, p.88).
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Os CAPS são classificados de acordo com a sua complexidade de aten-
dimento e porte, tais como, CAPS I, CAPS II e CAPS III que variam de acordo 
com o número de habitantes do local a ser coberto por eles, bem como os 
CAPSi, que realizam atendimento às crianças e adolescentes e o CAPSad, 
que assistem aos usuários de álcool e drogas (LEAL; DE ANTONI, 2013).
Como o CAPS tem o intuito de promover a saúde, cada paciente tem um 
plano terapêutico para determinar a frequência de atendimento que será 
providenciado para ele. Se for preciso um atendimento intensivo, o com-
parecimento ao ambulatório é diário, no semi-intensivo, o paciente deve 
comparecer no máximo três vezes por semana ao CAPS e no atendimento 
não intensivo, uma vez por semana (D’RAMOS, 2014).
É importante salientar que o CAPS conta com uma equipe multidiscipli-
nar para atendimento de seus pacientes, tais como enfermeiros, psiquia-
tras, psicólogos, assistentes sociais, educadores físicos, pedagogos, fonoau-
diólogos, médicos clínicos, entre outros (D’RAMOS, 2014).
A intersetorialidade parte do pressuposto de que o indivíduo necessita 
de assistência como um todo, assim, estabelece-se a parceria com diversos 
setores, tais como educação, trabalho, segurança e habitação. Entretanto, 
ainda é um desafio fazer com que inúmeros setores se interliguem para o 
objetivo final: a reabilitação do paciente com transtorno mental (LEAL; DE 
ANTONI, 2013). 
O processo de reabilitação de um paciente com transtorno mental acar-
reta numa reconstrução do exercício de cidadania e de dignidade humana. 
Entretanto, esse processo precisa do entendimento e do auxílio de todos 
os envolvidos, tais como os profissionais da área da saúde, usuários e seus 
familiares e a comunidade em geral. Só assim haverá uma mudança nas po-
líticas de saúde para garantir a reintegração dos pacientes com transtorno 
mental à sociedade (NASI; SCHNEIDER, 2011).
E os hospitais psiquiátricos? Ainda existem? Sim, eles ainda existem em 
menor número e, desde as denúncias realizadas, nos anos 70 e 80, hou-
ve mudanças. Os hospitais psiquiátricos recebem uma inspeção rigorosa e 
respaldada em leis de proteção aos pacientes com transtornos mentais e li-
vre de tortura e maus-tratos aos pacientes. Entretanto, muitas irregularida-
des são encontradas por todos os hospitais psiquiátricos ainda existentes. 
SAÚDE MENTAL E CUIDADO DE ENFERMAGEM EM PSIQUIATRIA 27
SER_ENFERMA_SMCEP_UNID1_1.indd 27 05/10/2020 11:37:33
Vale ressaltar que a internação é uma decisão voluntária em conjunto com 
médicos e a família do indivíduo, mas não compulsória, como ocorria no pas-
sado (CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA, 2019).
Ainda há as residências terapêuticas para pacientes que fo-
ram abandonados, ou não possuem família. Lá eles 
dividem a casa com pessoas com doenças mentais 
de diversos níveis e organizam a própria rotina me-
diante a aderência ao tratamento no CAPS da região 
que habitam. 
Correntes psiquiátricas e tratamento dos distúrbios mentais
No decorrer dos séculos, os indivíduos com transtornos mentais foram 
marginalizados e colocados para fora das cidades que moravam. Muitos foram 
atirados ao mar ou em rios para que as cidades fossem limpas da loucura, e 
para que esses doentes não causassem problemas à comunidade civil (MILLA-
NI; VALENTE, 2008).
Já no século XVIII, Philippe Pinel (1745-1826), interessou-se pela psiquiatria e 
passou a tratar pessoas com doenças mentais com base na observação de seus 
comportamentos. Ele concluiu que as doenças mentais eram baseadas no am-
biente em que os doentes viviam, bem como na hereditariedade. Desse modo, 
ele introduziu a terapia ocupacional como forma de tratamento e baniu os trata-
mentos humilhantes oferecidos aos doentes na época. 
No século seguinte, outro nome importante para 
psiquiatria e neurologia nasceu no ano de 1825, 
Jean-Martin Charcot. Charcot descreveu inúmeras 
doenças neurológicas e tratou seus pacientes no 
Hospital La Salprêtrière. Suas explanações e aulas se 
tornaram famosas e percorreram toda a Europa. Um de seus rela-
tos mais famosos foi sobre a condição que algumas mulheres 
apresentavam em decorrência de alguns traumas, que resul-
tavam em paralisia temporária do corpo, surdez, cegueira 
e ausência da fala, o que foi denominado como histeria. 
Observe a Figura 2:
SAÚDE MENTAL E CUIDADO DE ENFERMAGEM EM PSIQUIATRIA 28
SER_ENFERMA_SMCEP_UNID1_1.indd 28 05/10/2020 11:37:33
Note que a Figura 2 é representação de uma aula de Charcot aos seus assis-
tentes de medicina e a mulher que aparece é uma paciente com crise epilépti-
ca, considerada como crise histérica nessa época. 
Um dos discípulos famosos de Charcot foi Sigmund Freud (1856-1939), ju-
deu nascido em Freiberg, atual República Tcheca. Freud, denominado o pai da 
psicanálise, foi um dos discípulos de Charcot e familiarizou-se com a histeria e 
aprendeu técnicas de hipnose. Nesse caso, a histeria seria curada pela hipnose, 
por meio do acesso ao inconsciente, onde estavam as origens dos traumas. 
Um dos discípulos de Freud foi Carl Gustav Jung (1875-1961), que mais tarde 
rompeu com o seu mentor para criar uma ideia de consciente coletivo e arqué-
tipos. Já no Brasil, destacamos Nise da Silveira (1905-1999), aluna de Jung, num 
momento em que a medicina e a psiquiatria eram compostas, em sua maioria, 
por homens. Ela foi revolucionária em sua época por ser contra o tratamento 
agressivo dado aos doentes mentais internados e incluiu a prática integrativa, 
como a pintura, nos tratamentos desses indivíduos.
Figura 2. Reprodução do quadro Une leçon clinique à La Salpêtrière, de Pierre-André Brouillet Charroux, 1887.
ASSISTA
Para conhecer mais sobre Nise e sua abordagem artís-
tica no tratamento de doenças mentais, assista ao filme 
Nise: o coração da loucura (2016) e saiba mais sobre a 
trajetória da psiquiatra brasileira. 
SAÚDE MENTAL E CUIDADO DE ENFERMAGEM EM PSIQUIATRIA 29
SER_ENFERMA_SMCEP_UNID1_1.indd 29 05/10/2020 11:37:49
Observe a linha do tempo, em mais detalhes, das ações voltadas aos doen-
tes mentais no Quadro 3:
Época Ações para os doentes mentais
Grécia e Roma Antiga Castigo ou presente dos deuses mitológicos.
Inquisição e Idade Média
Possessões demoníacas e bruxaria; indivíduos com 
doenças mentais condenados à morte e queimados em 
fogueiras.
Século XV Expulsos das cidades.
Século XVI
Expulsos das cidades;
Doentes mentais eram levados por navios para serem 
atirados ao mar ou rios.
Século XVII
Locais de internações (cárcere); 
Os doentes eram agredidos fi sica e moralmente, muitas 
vezes eram obrigados a realizar trabalhos forçados.
Século XVIIIAsilos (internações); 
Comportamentos observados por Phillipe Pinel, início de 
tratamento médico para os doentes mentais, porém, Pinel 
defendia o isolamento social para os doentes mentais.
Século XIX
Hospitais psiquiátricos; 
Charcot inicia estudo e tratamento dos pacientes com 
doenças neurológicas e mentais. Um dos seus discípulos 
foi Sigmund Freud, o pai da psicanálise, que aprofundou 
o seu estudo sobre o inconsciente e técnicas de hipnose 
em casos de histeria.
Século XV
Locais de internações (cárcere); 
Os doentes eram agredidos fi sica e moralmente, muitas 
vezes eram obrigados a realizar trabalhos forçados.
Fonte: BRASIL, 2008.
QUADRO 3. ÉPOCA E AÇÕES SOBRE OS DOENTES MENTAIS
Castigo ou presente dos deuses mitológicos.Castigo ou presente dos deuses mitológicos.Castigo ou presente dos deuses mitológicos.
Possessões demoníacas e bruxaria; indivíduos com 
Castigo ou presente dos deuses mitológicos.
Possessões demoníacas e bruxaria; indivíduos com 
doenças mentais condenados à morte e queimados em 
Castigo ou presente dos deuses mitológicos.
Possessões demoníacas e bruxaria; indivíduos com 
doenças mentais condenados à morte e queimados em 
Castigo ou presente dos deuses mitológicos.
Possessões demoníacas e bruxaria; indivíduos com 
doenças mentais condenados à morte e queimados em 
Castigo ou presente dos deuses mitológicos.
Possessões demoníacas e bruxaria; indivíduos com 
doenças mentais condenados à morte e queimados em 
Castigo ou presente dos deuses mitológicos.
Possessões demoníacas e bruxaria; indivíduos com 
doenças mentais condenados à morte e queimados em 
Castigo ou presente dos deuses mitológicos.
Possessões demoníacas e bruxaria; indivíduos com 
doenças mentais condenados à morte e queimados em 
Castigo ou presente dos deuses mitológicos.
Possessões demoníacas e bruxaria; indivíduos com 
doenças mentais condenados à morte e queimados em 
Castigo ou presente dos deuses mitológicos.
Possessões demoníacas e bruxaria; indivíduos com 
doenças mentais condenados à morte e queimados em 
fogueiras.
Castigo ou presente dos deuses mitológicos.
Possessões demoníacas e bruxaria; indivíduos com 
doenças mentais condenados à morte e queimados em 
fogueiras.
Expulsos das cidades.
Doentes mentais eram levados por navios para serem 
Castigo ou presente dos deuses mitológicos.
Possessões demoníacas e bruxaria; indivíduos com 
doenças mentais condenados à morte e queimados em 
fogueiras.
Expulsos das cidades.
Doentes mentais eram levados por navios para serem 
Possessões demoníacas e bruxaria; indivíduos com 
doenças mentais condenados à morte e queimados em 
Expulsos das cidades.
Doentes mentais eram levados por navios para serem 
Possessões demoníacas e bruxaria; indivíduos com 
doenças mentais condenados à morte e queimados em 
Expulsos das cidades.
Doentes mentais eram levados por navios para serem 
Possessões demoníacas e bruxaria; indivíduos com 
doenças mentais condenados à morte e queimados em 
Expulsos das cidades.
Expulsos das cidades;
Doentes mentais eram levados por navios para serem 
Possessões demoníacas e bruxaria; indivíduos com 
doenças mentais condenados à morte e queimados em 
Expulsos das cidades.
Expulsos das cidades;
Doentes mentais eram levados por navios para serem 
atirados ao mar ou rios.
Possessões demoníacas e bruxaria; indivíduos com 
doenças mentais condenados à morte e queimados em 
Expulsos das cidades.
Expulsos das cidades;
Doentes mentais eram levados por navios para serem 
atirados ao mar ou rios.
doenças mentais condenados à morte e queimados em 
Expulsos das cidades;
Doentes mentais eram levados por navios para serem 
atirados ao mar ou rios.
Expulsos das cidades;
Doentes mentais eram levados por navios para serem 
atirados ao mar ou rios.
Expulsos das cidades;
Doentes mentais eram levados por navios para serem 
atirados ao mar ou rios.
Doentes mentais eram levados por navios para serem 
atirados ao mar ou rios.
Doentes mentais eram levados por navios para serem 
atirados ao mar ou rios.
Doentes mentais eram levados por navios para serem Doentes mentais eram levados por navios para serem Doentes mentais eram levados por navios para serem Doentes mentais eram levados por navios para serem 
Os doentes eram agredidos fi sica e moralmente, muitas Os doentes eram agredidos fi sica e moralmente, muitas 
vezes eram obrigados a realizar trabalhos forçados.
Locais de internações (cárcere); 
Os doentes eram agredidos fi sica e moralmente, muitas 
vezes eram obrigados a realizar trabalhos forçados.
Locais de internações (cárcere); 
Os doentes eram agredidos fi sica e moralmente, muitas 
vezes eram obrigados a realizar trabalhos forçados.
Comportamentos observados por Phillipe Pinel, início de 
Locais de internações (cárcere); 
Os doentes eram agredidos fi sica e moralmente, muitas 
vezes eram obrigados a realizar trabalhos forçados.
Comportamentos observados por Phillipe Pinel, início de 
tratamento médico para os doentes mentais, porém, Pinel 
Locais de internações (cárcere); 
Os doentes eram agredidos fi sica e moralmente, muitas 
vezes eram obrigados a realizar trabalhos forçados.
Comportamentos observados por Phillipe Pinel, início de 
tratamento médico para os doentes mentais, porém, Pinel 
defendia o isolamento social para os doentes mentais.
Locais de internações (cárcere); 
Os doentes eram agredidos fi sica e moralmente, muitas 
vezes eram obrigados a realizar trabalhos forçados.
Comportamentos observados por Phillipe Pinel, início de 
tratamento médico para os doentes mentais, porém, Pinel 
defendia o isolamento social para os doentes mentais.
Locais de internações (cárcere); 
Os doentes eram agredidos fi sica e moralmente, muitas 
vezes eram obrigados a realizar trabalhos forçados.
Comportamentos observados por Phillipe Pinel, início de 
tratamento médico para os doentes mentais, porém, Pinel 
defendia o isolamento social para os doentes mentais.
Charcot inicia estudo e tratamento dos pacientes com 
Locais de internações (cárcere); 
Os doentes eram agredidos fi sica e moralmente, muitas 
vezes eram obrigados a realizar trabalhos forçados.
Asilos (internações); 
Comportamentos observados por Phillipe Pinel, início de 
tratamento médico para os doentes mentais, porém, Pinel 
defendia o isolamento social para os doentes mentais.
Charcot inicia estudo e tratamento dos pacientes com 
doenças neurológicas e mentais. Um dos seus discípulos 
foi Sigmund Freud, o pai da psicanálise, que aprofundou 
Locais de internações (cárcere); 
Os doentes eram agredidos fi sica e moralmente, muitas 
vezes eram obrigados a realizar trabalhos forçados.
Asilos (internações); 
Comportamentos observados por Phillipe Pinel, início de 
tratamento médico para os doentes mentais, porém, Pinel 
defendia o isolamento social para os doentes mentais.
Charcot inicia estudo e tratamento dos pacientes com 
doenças neurológicas e mentais. Um dos seus discípulos 
foi Sigmund Freud, o pai da psicanálise, que aprofundou 
o seu estudo sobre o inconsciente e técnicas de hipnose 
Locais de internações (cárcere); 
Os doentes eram agredidos fi sica e moralmente, muitas 
vezes eram obrigados a realizar trabalhos forçados.
Asilos (internações); 
Comportamentos observados por Phillipe Pinel, início de 
tratamento médico para os doentes mentais, porém, Pinel 
defendia o isolamento social para os doentes mentais.
Charcot inicia estudo e tratamento dos pacientes com 
doenças neurológicas e mentais. Um dos seus discípulos 
foi Sigmund Freud, o pai da psicanálise, que aprofundou 
o seu estudo sobre o inconsciente e técnicas de hipnose 
Locais de internações (cárcere); 
Os doentes eram agredidos fi sica e moralmente, muitas 
vezes eram obrigados a realizar trabalhos forçados.
Asilos (internações); 
Comportamentos observados por Phillipe Pinel, início de 
tratamento médico para os doentes mentais, porém, Pinel 
defendia o isolamento social para os doentes mentais.
Hospitais psiquiátricos; 
Charcot inicia estudoe tratamento dos pacientes com 
doenças neurológicas e mentais. Um dos seus discípulos 
foi Sigmund Freud, o pai da psicanálise, que aprofundou 
o seu estudo sobre o inconsciente e técnicas de hipnose 
Os doentes eram agredidos fi sica e moralmente, muitas 
vezes eram obrigados a realizar trabalhos forçados.
Asilos (internações); 
Comportamentos observados por Phillipe Pinel, início de 
tratamento médico para os doentes mentais, porém, Pinel 
defendia o isolamento social para os doentes mentais.
Hospitais psiquiátricos; 
Charcot inicia estudo e tratamento dos pacientes com 
doenças neurológicas e mentais. Um dos seus discípulos 
foi Sigmund Freud, o pai da psicanálise, que aprofundou 
o seu estudo sobre o inconsciente e técnicas de hipnose 
Os doentes eram agredidos fi sica e moralmente, muitas 
Os doentes eram agredidos fi sica e moralmente, muitas 
vezes eram obrigados a realizar trabalhos forçados.
Asilos (internações); 
Comportamentos observados por Phillipe Pinel, início de 
tratamento médico para os doentes mentais, porém, Pinel 
defendia o isolamento social para os doentes mentais.
Hospitais psiquiátricos; 
Charcot inicia estudo e tratamento dos pacientes com 
doenças neurológicas e mentais. Um dos seus discípulos 
foi Sigmund Freud, o pai da psicanálise, que aprofundou 
o seu estudo sobre o inconsciente e técnicas de hipnose 
Os doentes eram agredidos fi sica e moralmente, muitas 
Os doentes eram agredidos fi sica e moralmente, muitas 
vezes eram obrigados a realizar trabalhos forçados.
Comportamentos observados por Phillipe Pinel, início de 
tratamento médico para os doentes mentais, porém, Pinel 
defendia o isolamento social para os doentes mentais.
Hospitais psiquiátricos; 
Charcot inicia estudo e tratamento dos pacientes com 
doenças neurológicas e mentais. Um dos seus discípulos 
foi Sigmund Freud, o pai da psicanálise, que aprofundou 
o seu estudo sobre o inconsciente e técnicas de hipnose 
Os doentes eram agredidos fi sica e moralmente, muitas 
vezes eram obrigados a realizar trabalhos forçados.
Os doentes eram agredidos fi sica e moralmente, muitas 
vezes eram obrigados a realizar trabalhos forçados.
Comportamentos observados por Phillipe Pinel, início de 
tratamento médico para os doentes mentais, porém, Pinel 
defendia o isolamento social para os doentes mentais.
Hospitais psiquiátricos; 
Charcot inicia estudo e tratamento dos pacientes com 
doenças neurológicas e mentais. Um dos seus discípulos 
foi Sigmund Freud, o pai da psicanálise, que aprofundou 
o seu estudo sobre o inconsciente e técnicas de hipnose 
em casos de histeria.
Locais de internações (cárcere); 
Os doentes eram agredidos fi sica e moralmente, muitas 
vezes eram obrigados a realizar trabalhos forçados.
Comportamentos observados por Phillipe Pinel, início de 
tratamento médico para os doentes mentais, porém, Pinel 
defendia o isolamento social para os doentes mentais.
Hospitais psiquiátricos; 
Charcot inicia estudo e tratamento dos pacientes com 
doenças neurológicas e mentais. Um dos seus discípulos 
foi Sigmund Freud, o pai da psicanálise, que aprofundou 
o seu estudo sobre o inconsciente e técnicas de hipnose 
em casos de histeria.
Locais de internações (cárcere); 
Os doentes eram agredidos fi sica e moralmente, muitas 
vezes eram obrigados a realizar trabalhos forçados.
Comportamentos observados por Phillipe Pinel, início de 
tratamento médico para os doentes mentais, porém, Pinel 
defendia o isolamento social para os doentes mentais.
Hospitais psiquiátricos; 
Charcot inicia estudo e tratamento dos pacientes com 
doenças neurológicas e mentais. Um dos seus discípulos 
foi Sigmund Freud, o pai da psicanálise, que aprofundou 
o seu estudo sobre o inconsciente e técnicas de hipnose 
em casos de histeria.
Locais de internações (cárcere); 
Os doentes eram agredidos fi sica e moralmente, muitas 
vezes eram obrigados a realizar trabalhos forçados.
Comportamentos observados por Phillipe Pinel, início de 
tratamento médico para os doentes mentais, porém, Pinel 
defendia o isolamento social para os doentes mentais.
Charcot inicia estudo e tratamento dos pacientes com 
doenças neurológicas e mentais. Um dos seus discípulos 
foi Sigmund Freud, o pai da psicanálise, que aprofundou 
o seu estudo sobre o inconsciente e técnicas de hipnose 
em casos de histeria.
Locais de internações (cárcere); 
Os doentes eram agredidos fi sica e moralmente, muitas 
vezes eram obrigados a realizar trabalhos forçados.
Comportamentos observados por Phillipe Pinel, início de 
tratamento médico para os doentes mentais, porém, Pinel 
defendia o isolamento social para os doentes mentais.
Charcot inicia estudo e tratamento dos pacientes com 
doenças neurológicas e mentais. Um dos seus discípulos 
foi Sigmund Freud, o pai da psicanálise, que aprofundou 
o seu estudo sobre o inconsciente e técnicas de hipnose 
em casos de histeria.
Locais de internações (cárcere); 
Os doentes eram agredidos fi sica e moralmente, muitas 
vezes eram obrigados a realizar trabalhos forçados.
tratamento médico para os doentes mentais, porém, Pinel 
defendia o isolamento social para os doentes mentais.
Charcot inicia estudo e tratamento dos pacientes com 
doenças neurológicas e mentais. Um dos seus discípulos 
foi Sigmund Freud, o pai da psicanálise, que aprofundou 
o seu estudo sobre o inconsciente e técnicas de hipnose 
em casos de histeria.
Locais de internações (cárcere); 
Os doentes eram agredidos fi sica e moralmente, muitas 
vezes eram obrigados a realizar trabalhos forçados.
Charcot inicia estudo e tratamento dos pacientes com 
doenças neurológicas e mentais. Um dos seus discípulos 
foi Sigmund Freud, o pai da psicanálise, que aprofundou 
o seu estudo sobre o inconsciente e técnicas de hipnose 
Locais de internações (cárcere); 
Os doentes eram agredidos fi sica e moralmente, muitas 
vezes eram obrigados a realizar trabalhos forçados.
Charcot inicia estudo e tratamento dos pacientes com 
doenças neurológicas e mentais. Um dos seus discípulos 
foi Sigmund Freud, o pai da psicanálise, que aprofundou 
o seu estudo sobre o inconsciente e técnicas de hipnose 
Locais de internações (cárcere); 
Os doentes eram agredidos fi sica e moralmente, muitas 
vezes eram obrigados a realizar trabalhos forçados.
doenças neurológicas e mentais. Um dos seus discípulos 
foi Sigmund Freud, o pai da psicanálise, que aprofundou 
o seu estudo sobre o inconsciente e técnicas de hipnose 
Locais de internações (cárcere); 
Os doentes eram agredidos fi sica e moralmente, muitas 
vezes eram obrigados a realizar trabalhos forçados.
foi Sigmund Freud, o pai da psicanálise, que aprofundou 
o seu estudo sobre o inconsciente e técnicas de hipnose 
Locais de internações (cárcere); 
Os doentes eram agredidos fi sica e moralmente, muitas 
vezes eram obrigados a realizar trabalhos forçados.
o seu estudo sobre o inconsciente e técnicas de hipnose 
Os doentes eram agredidos fi sica e moralmente, muitas 
vezes eram obrigados a realizar trabalhos forçados.
Os doentes eram agredidos fi sica e moralmente, muitas 
vezes eram obrigados a realizar trabalhos forçados.
Os doentes eram agredidos fi sica e moralmente, muitas 
vezes eram obrigados a realizar trabalhos forçados.
Os doentes eram agredidos fi sica e moralmente, muitas 
vezes eram obrigados a realizar trabalhos forçados.
SAÚDE MENTAL E CUIDADO DE ENFERMAGEM EM PSIQUIATRIA 30
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Tratamentos psiquiátricos
Os tratamentos psiquiátricos antigos eram baseados em exorcismos, con-
denações à morte em fogueiras, trepanação craniana, que consistia na abertu-
ra de um orifício no crânio da pessoa doente, com o objetivo de o mal escapar 
por ali, além de abandono e extermínio. Ademais, quando os pacientes com 
transtornos mentais passaram a ser presos, foram expostos a trabalhos for-
çados, acorrentados, agredidos fi sicamente, expostos às inúmeras violências 
degradantes físicas e morais. 
Com o avanço da sociedade, da ciênciae da medicina, os pacientes foram 
internados em hospitais psiquiátricos, local de assistência médica para os 
doentes, mesmo que ainda rudimentares. Além disso, é importante salientar 
que algumas técnicas foram largamente usadas nessas instituições, tais como 
a lobotomia, imersão em banheira com gelo, restrições ao leito por correntes, 
terapia de eletrochoque aleatório, por falta de bom comportamento e isola-
mento social total.
Hoje, muitos avanços foram alcançados, tais como psicofármacos que ge-
ram menos efeitos colaterais, psicoterapias, terapias integrativas, tais como 
ioga, pintura, poesia, teatro, danças, artesanatos e outras práticas que auxiliam 
na reabilitação dos pacientes com doenças mentais. 
Papel da enfermagem em saúde mental e psiquiatria 
As ideias sobre reforma no ambiente asilar, lideradas pioneiramente por 
Pinel, trouxeram um colaborador chamado Pussin, um enfermeiro que tentou 
organizar o ambiente interno dos asilos e transformá-los em ambientes mais 
parecidos com hospitais (OLIVEIRA; ALESSI, 2003).
No Brasil, o Hospital Nacional de Alienados criou a Escola Profi ssional de 
Enfermeiros e Enfermeiras voltada para a assistência em saúde mental. Com o 
seu surgimento, criou-se a Lei n° 791, de 27 de setembro de 1890, destinando 
o curso às mulheres pobres e carentes, o que facilitava a subordinação delas 
aos médicos, evitando, assim, confl itos. O que não era possível, quando os cui-
dados dos doentes mentais estavam nas mãos de freiras católicas (OLIVEIRA; 
ALESSI, 2003).
SAÚDE MENTAL E CUIDADO DE ENFERMAGEM EM PSIQUIATRIA 31
SER_ENFERMA_SMCEP_UNID1_1.indd 31 05/10/2020 11:37:55
No Hospital Pedro II, fundado em 1852, no Rio de Janeiro, surgiu a primei-
ra escola de enfermagem brasileira voltada para assistência aos pacientes 
acometidos por doenças mentais. É importante salientar que a enfermagem 
moderna de Florence Nightingale não incluía a assistência em saúde mental, 
tampouco a Escola de Enfermagem Ana Nery incluiu doenças mentais em seu 
currículo quando inaugurada. A disciplina de doenças mentais passou a fazer 
parte do curso apenas em 1949 (OLIVEIRA; ALESSI, 2003).
Os movimentos de Reforma Psiquiátrica foram responsáveis por muitas 
mudanças sociais, econômicas e de saúde pública para a assistência mais 
digna aos pacientes com doenças mentais. Além disso, os trabalhadores da 
área da saúde, inclusive a enfermagem, necessitavam de um ambiente laboral 
mais salutar. Assim, com os avanços na área de políticas públicas de saúde, 
surgiram os novos modelos de assistência ao paciente acometido por doenças 
mentais, os CAPS. Desse modo, a equipe de enfermagem também modificou o 
seu modo de assistência, que passou a ser pautado na promoção de saúde e 
reabilitação do paciente nas áreas física, social e emocional.
As atribuições do enfermeiro no CAPS compreendem a administração da 
enfermagem, controle das medicações, cuidado com o bem-estar e higiene 
pessoal, atividades burocráticas, treinamento da equipe de enfermagem e ob-
servação dos usuários que não estão participando das atividades oferecidas 
(KATORSKI e colaboradores, 2010).
Em relação à assistência psicossocial, o enfermeiro é responsável pelo aco-
lhimento, atenção à família e ao usuário de forma individual, coordenação de 
atividades terapêuticas, participação nas assembleias, reuniões de equipe e 
interdisciplinares, visitas domiciliares, atividades de lazer e socialização, bem 
como o acompanhamento em consultas. O enfermeiro também supervisiona 
as medicações, desde o recebimento até a sua administração, herança da épo-
ca manicomial que ainda se faz necessária (KATORSKI e colaboradores, 2010).
Para Lopes (2012), o papel do enfermeiro está relacionado com as 
consultas de enfermagem, na medida que elas são neces-
sárias para orientar o paciente e a sua família em relação 
ao tratamento e à doença, bem como encaminhar o pa-
ciente ao corpo clínico e psiquiátrico. Ressalta-se a escu-
ta ativa, a utilização de escalas em casos de dependência 
SAÚDE MENTAL E CUIDADO DE ENFERMAGEM EM PSIQUIATRIA 32
SER_ENFERMA_SMCEP_UNID1_1.indd 32 05/10/2020 11:37:55
de álcool e drogas ilícitas, depressão e demência senil. O enfermeiro promove 
ações preventivas de saúde para a população de risco e vulnerabilidade, bem 
como avalia o potencial suicida em pacientes com depressão grave e encoraja 
todos os pacientes a aderirem ao tratamento.
Outro campo que ganha bastante para o serviço de enfermagem são as 
práticas integrativas complementares (PIC), que foram aprovadas em 2006. De-
nominadas Práticas Integrativas Complementares (PNPIC), no SUS, elas visam 
implantar serviços de medicina tradicional chinesa, acupuntura, fi toterapia, 
crenoterapia e medicina antroposófi ca. Assim, notou-se que a PIC auxilia no 
processo de formação de vínculo e confi ança entre os pacientes e profi ssionais 
da saúde (CARVALHO; NÓBREGA, 2017).
Sendo assim, a atuação do enfermeiro em saúde mental e na psiquiatria 
possui um campo enorme de conhecimento e desenvolvimento de atividades, 
principalmente com as PICS. Muitos profi ssionais, entretanto, desconhecem 
essas ações integrativas, que não visam abandonar o tratamento tradicional, 
mas como o próprio nome indica, visam integrá-las às medidas terapêuticas 
para que o paciente com doença mental tenha uma melhor qualidade de trata-
mento e, consequentemente, uma melhor reabilitação.
Orientação e educação em saúde mental
A orientação e a educação em saúde mental são práticas intrínsecas à as-
sistência aos pacientes que estão em sofrimento psíquico. Segundo a resolu-
ção do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), n°0599/2018, sobre a norma 
técnica de atuação da equipe de enfermagem em saúde mental e psiquiatria, 
fi ca explícito que é dever do enfermeiro orientar o paciente e a família sobre a 
doença que o acomete, bem como o mecanismo de ação dos psicofármacos e 
seus efeitos colaterais e, principalmente, estabelecer a importância da aderên-
cia ao tratamento tradicional em conjunto com as PICs, para que o objetivo fi nal 
seja a reabilitação do paciente. 
Sabe-se que as doenças mentais ainda carregam estigmas e preconceitos 
frente à população em geral, assim, o enfermeiro é uma peça fundamental 
para a conscientização da comunidade civil sobre as doenças psiquiátricas, afi -
nal, é de caráter humano ter preconceito diante do desconhecido. 
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No Distrito Federal, no ano de 2009, enfermeiros da área de saúde mental 
criaram uma cartilha de orientação para a comunidade, discorrendo sobre a 
inclusão social em saúde mental. Nesse material, encontram-se dados sobre 
psicopatologias, o que são os CAPS, locais de auxílio (tanto privados quanto 
públicos), e o importante papel da comunidade na atenção à saúde mental. As-
sim, percebe-se que a orientação é uma forma de educação em saúde mental. 
Observe a Figura 3:
Figura 3. Cartilha de orientação em saúde mental realizada por enfermeiros da atenção básica. Fonte: Secretaria de 
Estado de Saúde do Distrito Federal, 2009.
Desse modo, ressaltam-se os trabalhos de relatos de experiências na edu-
cação em saúde mental e destaca-se a importância da intersetorialidade na 
promoção de saúde, não somente sob os aspectos biológicos, mas também 
econômicos, culturais, sociais e políticos. Isso só ocorre por meio da educação 
em saúde mental, para que pacientes e familiares obtenham qualidade de vida 
mesmo ao enfrentarem o sofrimento psíquico (RUIZ; LIMA; MACHADO, 2004).
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Tão importante quanto a educação popular em saúde mental é a educação 
permanente dos trabalhadores dessa área. Assim como os modelos assisten-
ciais foram substituídos no tratamento e assistência aos pacientes com doença 
mental, tambémhouve inúmeras mudanças nesse setor. Dessa forma, quanto 
mais os profi ssionais da área da saúde estiverem atualizados, melhor será a 
qualidade de assistência prestada aos usuários dessas instituições de saúde. 
Segundo o trabalho de Mota, Silva e Souza (2016), muitos profi ssionais da 
área de saúde mental resistem às mudanças no novo modelo de assistência 
implementado desde a Reforma Psiquiátrica Brasileira, pois trata-se de uma 
área diferente da enfermagem tradicional, que traz condutas próprias em seu 
modelo de assistência. Mesmo assim, a assistência de enfermagem de modo 
holístico faz todo o sentido na área de saúde mental, que trabalha com a com-
plexidade da mente humana. 
Teoria de crise
A teoria de crise em saúde mental, datada de 1944, está relacionada com 
o psiquiatra alemão, naturalizado americano, Erich Lindemann (1900-1974), 
especialista em comportamento humano. Ele aplicou os seus conhecimentos 
em vítimas de um grande incêndio ocorrido na cidade de Boston, nos Estados 
Unidos. Ele observou que as pessoas que sofreram perdas de entes queridos 
nesse trágico episódio adaptaram-se à situação com a ausência da pessoa 
falecida. Assim, uma nova rotina fora criada por esses indivíduos, bem como 
novos relacionamentos e interações sociais. 
Lindemann relatou em seu estudo que acontecimentos inevitáveis geram 
estresse emocional e, a partir disso, necessitam de uma resposta adaptativa, 
ou seja, frente a um acontecimento inesperado é necessário que haja novas 
condutas dos indivíduos acometidos por ele, por meio de uma adaptação sú-
bita, fator que gera tensão sob o ponto de vista psíquico (ORNELAS, 1997).
Martins (2017), que parte do signifi cado da palavra crise para explicar essa 
teoria, relata que toda situação inesperada e negativa, para ser transposta, 
necessita de decisões que acarretam grandes processos de transformação e 
questionamentos. Já Silva (2013), classifi ca as crises como situacionais, que 
representam perda de emprego, falecimento de ente querido ou gravidez 
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indesejada, e as fortuitas, que são os acidentes graves, terremotos, incên-
dios e as demais situações de desastres. As crises surgem com semanas ou 
meses após o acontecimento e são evidenciadas por síndrome do pânico, 
medo excessivo, raiva, automutilações, entre outros sintomas. 
No passado, antes da Reforma Psiquiátrica, pacientes que se encontravam 
em estado de crise relacionados aos sintomas agudos de doenças psiquiá-
tricas, tais como delírios, alucinações, agressividade, embotamento afetivo, 
entre outros, eram internados em hospitais psiquiátricos para a supressão 
desses sintomas, a fim de retornar o doente ao seu estado de equilíbrio. Com 
o fim dos manicômios diante da Reforma Psiquiátrica, o indivíduo acometido 
por uma doença mental passou a ser visto, ou pelo menos deveria ser perce-
bido, como um ser holístico e não uma pessoa desprovida de razão, perdida 
em sua própria realidade (MARTINS, 2017).
Hoje, os serviços de atenção primária em saúde mental tentam encorajar 
o paciente a superar sua crise por meio de interações sociais, apoio e acolhi-
mento. Vale ressaltar que os sintomas do paciente em crise causam bastante 
estranheza e medo à população, por isso muitos serviços de emergência ten-
tam findar esses sintomas para que a pessoa retorne a um estado brando, 
aceito pela sociedade. 
É necessário, nesse sentido, ater-se ao momento de vida que aquele indi-
víduo se encontra, a partir do conhecimento das relações familiares e contex-
tos econômicos e sociais. O paciente em crise sofre por não saber explicar o 
que ocorre naquele momento, é um transbordamento de emoções desorga-
nizadas ou incapazes de serem expressas. 
No estudo de Dias, Ferigato e Fernandes (2020), o atendimento à crise por 
diversos serviços de saúde passa, ainda, pelo desconhecimento, criação e 
atualização de protocolos próprios a serem seguidos por estas instituições. 
O que leva ao atendimento equivocado do paciente em crise. Infelizmente, 
o modelo psiquiátrico anterior ainda se faz presente na cabeça e nos 
comportamentos dos próprios profissionais da área saúde e, obvia-
mente, resultam numa internação compulsória em hospi-
tais psiquiátricos, sem ao menos informar ao CAPS que o 
paciente faz tratamento. O objetivo é extinguir qualquer 
sintoma estranho à sociedade. 
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Outro problema relatado pelos autores citados, foi a complexidade da 
falta de entrosamento entre os demais sistemas de saúde e as redes de 
assistência em saúde mental, o que gera um socorro também equivocado 
(DIAS; FERIGATO; FERNANDES, 2020).
Assim, como é realizado o atendimento de uma crise? O atendimento 
em crise é pautado na resolução de problemas com o objetivo de oferecer 
um espaço de escuta e de comunicação, acolhedor e humanizado, a fim 
de proporcionar um relacionamento terapêutico baseado no estabeleci-
mento de confiança e, por fim, no resultado de mudanças, sem que a per-
sonalidade do paciente se modifique para o enfrentamento do problema 
(SILVA, 2013).
Muitas vezes, se o paciente estiver muito agitado, pede-se uma pres-
crição médica junto com a administração de determinada medicação para 
acalmar o paciente. Por fim, se nada adiantar, a contenção mecânica é uti-
lizada para a proteção do paciente e dos demais profissionais envolvidos 
na assistência (SILVA, 2013). O papel da enfermagem é fundamental para 
que não haja sofrimento do paciente contido. 
Nesse sentido, o atendimento ao paciente nem sempre é fácil, pois traz 
muitas inseguranças à equipe. Porém, faz-se necessário um me-
lhor entendimento dos profissionais de enfermagem e um bom 
conhecimento técnico-científico de cuidado humani-
zado, para que os pacientes não sofram indiscrimi-
nadamente. 
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SER_ENFERMA_SMCEP_UNID1_1.indd 37 05/10/2020 11:38:23
Sintetizando
Vimos a importância do relacionamento e da comunicação terapêutica para 
o estabelecimento de uma forma de acolhimento humanizado. As teorias de 
Peplau sobre relacionamento interpessoal como forma de construção de con-
fiança e vínculo, juntamente com o espaço de escuta ativa para uma boa inte-
ração entre enfermeiro-paciente, foram fundamentais para essa humanização. 
É importante salientar que o processo de comunicação é realizado por meio da 
comunicação falada ou não falada. 
Vimos, também, que o significado de saúde e doença mental são subjetivos 
e, às vezes, utópicos. Entretanto, fica claro que a saúde e a doença mental não 
são processos independentes, mas interligados, principalmente se levarmos em 
conta o ambiente e as situações biopsicossociais vivenciadas pelo paciente. 
Ainda, percebemos que as funções psíquicas não são independentes entre 
si e que elas se interligam para que se estabeleçam a consciência, as noções de 
tempo e espaço, memória, sensopercepção e atenção. Fica claro que as doenças 
mentais podem afetar inúmeras funções psíquicas e isso faz com que o indivíduo 
desenvolva uma determinada patologia. O entendimento da fisiologia de cada 
função psíquica é de suma importância para que se compreenda os aspectos 
psicopatológicos dos transtornos mentais.
Diante da visão da psiquiatria clássica sobre o indivíduo com doença mental, 
que julgava o paciente como um ser sem consciência, foi necessário que hou-
vesse uma transformação para que a sociedade e os profissionais da saúde per-
cebessem o doente como uma pessoa completa, que sofre de uma patologia 
pouco compreendida até então. Desse modo, movimentos sociais e políticos 
surgiram para que o paciente acometido por doença mental fosse assistido de 
forma mais digna e humanizada e que os manicômios fossem substituídos por 
serviços ambulatoriaisde atenção primária. 
Em sequência, abordamos os novos serviços de atendimentos em saúde 
mental, criados após a Reforma Psiquiátrica, com o objetivo de promover a saú-
de por meio de tratamentos multiprofissionais. Os CAPS podem ter a numeração 
de I até III, de acordo com o número habitantes de um determinado local. Ainda 
existem os CAPS que atendem crianças e adolescentes, denominados CAPSi, e 
os CAPSad, que atendem dependentes químicos. 
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Também vimos diferentes abordagens no tratamento de doenças mentais. 
Pinel observou os comportamentos das pessoas acometidas por doenças men-
tais. Nos séculos seguintes, Charcot também foi de suma importância para o 
entendimento e tratamento de doença mental. Mais tarde, Freud e Jung inicia-
ram estudos sobre o inconsciente e perceberam que a mente humana era muito 
mais do que estrutura anatômica. No Brasil, Nise da Silveira foi revolucionária 
por denunciar os tratamentos desumanizados nos hospitais psiquiátricos, além 
de inserir o que chamamos de práticas complementares à assistência tradicional 
no tratamento de seus pacientes. 
Vimos, ainda, que o enfermeiro possui um papel fundamental na assistência 
ao paciente com transtornos mentais, a fim de reabilitá-lo e incluí-lo na socieda-
de. O seu trabalho burocrático é de suma importância para o bom funcionamen-
to da unidade, seja no CAPS ou nos hospitais. Também estudamos que é função 
do enfermeiro desenvolver materiais de educação popular para que o precon-
ceito contra as doenças mentais seja sanado, bem como para que os próprios 
pacientes e seus familiares entendam a doença em questão e seu tratamento. 
Por fim, vimos que crise é uma resposta brusca e adaptativa a um acon-
tecimento inesperado, que pode ser classificada de duas maneiras: como si-
tuacionais e fortuitas. Assim, a assistência de enfermagem para a pessoa em 
crise visa estabelecer acolhimento, comunicação terapêutica, espaço de escuta 
e relacionamento terapêutico. O segundo passo é solicitar a prescrição e admi-
nistração de medicação para acalmar o paciente e, em último caso, se a pessoa 
em crise estiver agressiva, a equipe deve contê-la mecanicamente. O papel do 
enfermeiro é fundamental na contenção mecânica para que o paciente não 
sofra maus-tratos.
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ASPECTOS 
FUNDAMENTAIS 
PARA A REALIZAÇÃO 
DA ASSISTÊNCIA DE 
ENFERMAGEM EM 
SAÚDE MENTAL
2
UNIDADE
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Objetivos da unidade
Tópicos de estudo
 Conhecer a teoria da personalidade e as fases de desenvolvimento psicossocial 
de Freud;
 Avaliar a prática de abordagem psicodinâmica em transtornos mentais e a 
psicodinâmica do trabalho nas atividades de enfermagem;
 Identificar os psicofármacos, sua ação e efeitos adversos;
 Realizar a assistência de enfermagem ao paciente que usa psicofármacos de 
maneira individualizada e direcionada;
 Reconhecer o trabalho de assistência de enfermagem ao indivíduo dependente 
de drogas psicoativas no CAPS-AD e relacionar esse trabalho com a saúde mental;
 Considerar medidas preventivas para adoecimento psíquico no trabalho;
 Estudar o papel da família no tratamento de saúde mental e os métodos de 
inclusão familiar na rede psicossocial.
 Teoria da psicodinâmica
 Fases do desenvolvimento 
psicossocial de Freud
 Psicodinâmica no tratamento 
de transtornos psiquiátricos
 A psicodinâmica do trabalho 
em enfermagem
 Processo de enfermagem em 
saúde mental e psiquiatria
 Cuidado de enfermagem à pessoa 
submetida à psicofarmacoterapia
 Tipos de psicofármacos
 Desafios à adesão de tratamento 
com psicofármacos
 Álcool e drogas
 Tratamento no CAPS-AD
 Saúde mental e trabalho
 A síndrome de burnout na 
enfermagem
 Teoria do estresse
 Explicação neuroendócrina ao 
estresse
 A relação da família com o 
portador de transtorno mental
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Teoria da psicodinâmica
A teoria psicodinâmica é muito ampla e não existe um conceito único so-
bre ela. Basicamente, a abordagem psicodinâmica tenta entender o comporta-
mento em termos de funcionamento da mente, com ênfase na motivação e no 
papel da experiência passada; ela analisa os pensamentos do indivíduo e sua 
perspectiva de mundo. Para abordar a teoria psicodinâmica, é necessário falar 
sobre a constituição de personalidade e seus teoristas. O pioneiro a desenvol-
ver teoria de personalidade foi Sigmund Freud (1856–1939).
Freud nasceu em Freiberg, no antigo Império Austríaco, hoje território da 
República Tcheca. Proveniente de família judia, mudou-se para Viena aos qua-
tro anos de idade e lá viveu por quase toda a vida. Aos 17 anos, entrou na fa-
culdade de Medicina e iniciou as primeiras pesquisas em enguias sobre células 
sexuais. Posteriormente, voltou seu estudo para fi siologia do sistema nervoso 
(SN), formou-se em 1881 e foi trabalhar no Hospital Geral de Viena, onde se 
interessou por doenças do SN. Ele, então, ouviu falar do médico francês Jean 
Martin Charcot e consegue licença para seguir o estágio no hospital La Salpê-
trière, interessando-se ainda por histeria e hipnose, uma vez que Charcot re-
latou que a histeria aparecia devido à presença de alguns traumas do passado.
Figura 1. Sigmund Freud e sua mãe, Amalia Freud, em 1925. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 04/09/2020.
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EXPLICANDO
Histeria (do grego hystéra = útero), termo extinto que atualmente pode designar 
o transtorno de personalidade histriônica ou o transtorno dissociativo, é um 
transtorno de origem desconhecida que pode causar paralisia, cegueira, surdez, 
dores e desmaios sem causa biológica, que autores antigos acreditavam ser uma 
condição exclusivamente feminina e pela qual os médicos tinham pouco interesse 
científico por acreditarem se tratar de dissimulação. Charcot, por seu turno, asso-
ciava os sinais e sintomas da histeria com traumas do passado. Um dos métodos 
utilizados para a investigação, por criar ou retirar os sintomas, era a hipnose.
Figura 2. Ilustração da teoria psíquica de Freud. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 04/09/2020. (Adaptado).
Consciente
Ego Pré-consciente
Superego 
Inconsciente
Id
Anos mais tarde, na terceira parte da obra Interpretação dos Sonhos, Freud 
descreveu a concepção geral do aparelho psíquico e seu funcionamento. Segun-
do sua definição, ele é formado por consciente, pré-consciente e inconsciente, 
que não fazem parte de nenhuma estrutura anatômica, estando em locais meta-
fóricos que constituem a mente:
Consciente: é responsável pelo raciocínio, pensamento, percepção e tudo que 
faz o indivíduo estar ciente em determinado momento. O seu objetivo é captar in-
formações internas e externas, além de controlar o que é evocado pelo indivíduo;
Pré-consciente: está situado entre o consciente e o inconsciente. É forma-
do por informações que ficam na memória e que estão fora do alcance da cons-
ciência, porém podem ser acessados com um poucode esforço;
Inconsciente: é formado por desejos e ausência de temporalidade, e não 
pode ser acessado voluntariamente. 
Posteriormente, Freud complementou sua teoria sobre aparelho psíquico 
com novas instâncias denominadas id, ego e superego.
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Desse modo, é possível classifi car a segunda instância da seguinte forma:
Id: existe desde o nascimento e representa a parte mais primitiva da 
mente, formada a partir da obtenção de desejos e evitação da dor. É ina-
cessível ao indivíduo; 
Ego: ajuda o id a satisfazer os desejos e está baseado no princípio de reali-
dade. Controla o desejo do id, mas não o inibe, e funciona como um 
mediador entre id e superego. Desenvolve-se um pouco depois 
do nascimento;
Superego: desenvolve-se na infância, por volta 
dos três anos de idade, a partir dos ensinamentos 
dos pais, vivência da criança e ambiente cultural. 
O superego é o termômetro moral do indivíduo e, 
portanto, inibe os desejos do id.
Fases do desenvolvimento psicossocial de Freud
Segundo Freud, nas fases de desenvolvimento psicossocial encontram-se 
as fases oral, anal, fálica, de latência e genital. A fase oral vai do nascimento 
até um ano e meio, aproximadamente, e está relacionada com a sobrevivência, 
visto que o bebê consegue o alimento e o reconhecimento do mundo por meio 
da boca – como o choro e o sorriso, por exemplo. 
A fase anal acontece entre um ano e meio e cerca de três anos e meio de 
idade, coincidindo com o controle dos esfíncteres da criança. Ela relaciona a 
produção de fezes com a capacidade de produzir algo bom. Assim, são pessoas 
que doam e criam algo. Por outro lado, as crianças que retêm as fezes têm uma 
tendência maior à procrastinação e a difi culdades de doar, crescendo como 
pessoas avarentas. 
A fase fálica ocorre dos três aos cinco anos e está relacionada à zona erógena, 
marcada também pela ausência ou presença de falo, o qual representa o poder, a 
força e a virilidade. A criança não associa a curiosidade pelos genitais com prazer 
erótico, como é na vida adulta. Nessa fase ocorre o complexo de Édipo, o qual se 
refere ao desejo ou ódio, de forma inconsciente, pelas pessoas próximas a ela, 
geralmente os pais. Trata-se de uma triangulação na constituição familiar, na qual, 
segundo Freud, a menina desenvolve inveja do pênis e, por isso, distancia-se da 
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Psicodinâmica no tratamento de transtornos psiquiátricos
A compreensão do psiquismo por 
meio de processos dinâmicos concei-
tua superfi cialmente a abordagem psi-
codinâmica, a qual é norteada à com-
preensão da problemática (insight) 
que atinge o indivíduo. Tanto a teoria 
quanto a abordagem psicodinâmica 
estão centradas na psicanálise, a qual 
tenta resolver os confl itos baseados 
na reorganização e no desenvolvimen-
to da personalidade.
A teoria psicodinâmica tenta compreender os sintomas de determinado 
transtorno mental e encontrar alternativas para lidar com a situação. Para 
Gorgati, Holcberg e Oliveira, em artigo publicado em 2002 na Revista Brasi-
leira de Psiquiatria, a abordagem psicodinâmica em transtornos alimentares 
leva em consideração a história do indivíduo, as relações familiares e sociais 
e o impacto na vida da pessoa acometida pelo transtorno. 
Já para Costa, Mota e Milheiro, como descrito em artigo publicado na Revista 
Psicologia: Teoria e Prática em 2013, a abordagem psicodinâmica no tratamento 
de transtorno de personalidade borderline (limítrofe) tem limitações e necessita 
de estudos para que sua efi cácia seja conhecida em indivíduos com transtornos 
de personalidade.
mãe e a substitui como objeto de afeto pelo pai, ao passo que o menino vê o pai 
como um obstáculo na sua relação afetuosa com a mãe.
De acordo com Nasio, no livro Édipo: o complexo do qual nenhuma criança 
escapa, de 2007, como não há a consumação do desejo, as crianças desse-
xualizam os pais e nasce o superego. Freud relata a presença de uma fase 
de latência em que a criança está preocupada com seu desenvolvimento so-
cial e intelectual, dos 6 aos 12 anos. Depois, há a fase genital, em torno dos 
12 anos, quando ocorre interesse pelos outros. Outros teoristas, como Carl 
Gustav Jung, também desenvolveram teorias de personalidade. 
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O que pode ser relevante para a enfermagem a partir da abordagem psi-
codinâmica é o fato de estabelecer um espaço de acolhimento e escuta ativa, 
a fi m de conhecer a história do indivíduo e das suas relações pessoais, de 
modo que o enfermeiro, junto ao psicólogo ou psiquiatra, encontre a melhor 
maneira de fazer com que a pessoa tenha alternativas mais adaptadas ao seu 
sofrimento psíquico.
A psicodinâmica do trabalho em enfermagem
De acordo com Molinier, em artigo de 2004 na Revista Produção, os estudos 
sobre psicodinâmica do trabalho datam do fi nal da década de 1970 e foram 
criados por Christophe Dejours. O seu principal objetivo de estudo foi relacio-
nar a dinâmica entre sofrimento e prazer, presente na atividade laboral.
Traesel e Merlo, em artigo de 2009 para a revista Psico, afi rmam que, no 
tema de psicodinâmica do trabalho, a capacidade do sofrimento virar prazer 
no trabalho de enfermagem está ligada ao reconhecimento do trabalho de en-
fermagem pelo paciente e do aspecto do cuidar. Por outro lado, os trabalhos 
burocráticos causam sofrimento aos enfermeiros, em razão do distanciamento 
do cliente que as atividades administrativas demandam.
Assim, as autoras ressaltam que se faz necessária a abertura das organiza-
ções hospitalares para oferecer um espaço terapêutico aos profi ssionais de en-
fermagem, a fi m de que eles exponham e compartilhem com os demais colegas 
suas frustrações e problemas em relação ao trabalho.
Kolhs, Olschowsky e Ferraz, em artigo de 2019 para a Revista Brasileira de 
Enfermagem, cujo estudo foi realizado em um CAPS-AD (Centro de Atendimento 
Psicossocial – Álcool e Drogas) sob a luz da psicodinâmica do trabalho, desta-
cam que muitos foram os depoimentos de frustração em relação às 
difi culdades em lidar com os usuários e suas recaídas, bem como 
o preconceito e a falta de reconhecimento do trabalho 
desempenhado no CAPS-AD pelas outras instituições 
de saúde da rede primária e pela população em ge-
ral. As reuniões multiprofi ssionais do serviço, por-
tanto, são uma importante ferramenta para a ver-
balização das frustrações e problemas enfrentados.
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Processo de enfermagem em saúde mental e psiquiatria
As fases do processo de enfermagem em saúde mental são as mesmas do 
processo em qualquer especialidade da área; o que o diferencia dos outros pro-
cessos é o enfoque ao transtorno psiquiátrico e ao comportamento do cliente 
em relação à sua patologia. O processo de enfermagem segue as seguintes 
fases: avaliação, diagnóstico, identifi cação de resultados, planejamento de 
cuidados, implementação e avaliação dos efeitos esperados.
De modo mais detalhado, é necessário entender o que se espera da avalia-
ção de enfermagem em saúde mental, como o motivo da procura do serviço de 
saúde, os riscos que o paciente apresenta de acordo com a psicopatologia e as 
necessidades no contexto biopsicossocial deste usuário.
A partir disso, alguns diagnósticos são incluídos na explicação do processo de 
enfermagem em saúde mental, como difi culdades de relacionamento, limitações 
no autocuidado por conta do sofrimento psíquico, patologias que ocorrem em 
paralelo com a queixa, entre outros. Na fase de identifi cação de resultados, são 
estabelecidos objetivos fi nais com o usuário e as metas para a evolução fi nalespe-
radas a partir de seu plano de cuidados, com ênfase no usuário e na família.
O planejamento de cuidados deve 
ser direcionado e individualizado ao 
paciente e a documentação desse pla-
no é essencial às atribuições da equipe 
de enfermagem. A comunicação te-
rapêutica em conjunto com o acolhi-
mento é importante para que o plano 
de enfermagem seja implantado, bem 
como a necessidade de obter um am-
biente terapêutico e ênfase ao autocui-
dado, se for viável. Por fi m, há a avaliação do processo de enfermagem, se ele 
atingiu os objetivos propostos ou se há necessidade de alterações para que ele 
seja mais efi ciente.
Para Garcia, em artigo publicado na Revista Brasileira de Enfermagem em 2017, 
o enfermeiro que presta assistência em saúde mental deve ter conhecimento 
em saúde, em como abordar corretamente o cliente, em coletar dados e infor-
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mações e organizá-las para estabelecer o plano de cuidados, além de intervir e 
avaliar todo o processo de enfermagem.
De acordo com o trabalho de Waidman e colaboradores, apresentado na Acta 
Paulista de Enfermagem em 2012, no âmbito da Estratégia de Saúde da Família 
(ESF), por meio da aproximação maior entre profissionais da saúde com os pa-
cientes, fica implícita a assistência às necessidades de pessoas com transtornos 
psiquiátricos, em conjunto com a família do assistido. Para os autores, apesar dos 
problemas enfrentados pelos enfermeiros do ESF em assistir indivíduos com psi-
copatologia, tal cuidado se faz necessário. Somente com a ação do enfermeiro é 
possível orientar e educar a comunidade para a construção de novos projetos de 
reabilitação social para quem sofre com transtornos mentais.
Para Mesquita e Tavares, em seu artigo publicado em 2020 na Revista Enferma-
gem Atual, o processo de enfermagem por meio de suas intervenções cria a pos-
sibilidade de melhora do quadro de saúde do indivíduo com transtorno mental.
A enfermagem em saúde mental se distingui (sic) por possuir, 
como componente central, a necessidade do entendimento do 
processo psicoterápico a partir do estabelecimento de vínculo 
da relação paciente-enfermeiro. A origem dos problemas de 
saúde mental é multifatorial e, para dar suporte a ações tera-
pêuticas, o enfermeiro na saúde mental contemporânea deve 
assumir, como característica positiva do cuidado, a promoção 
de diversos momentos e maneiras de atuar com o sujeito no 
melhor sentido para sua existência, implementando o proces-
so de enfermagem para tomar como forma de cuidar singular 
e direcionado, consolidando a atuação profissional (MESQUITA; 
TAVARES, 2020, p. 128-129).
Com isso, a comunicação e o relacionamento terapêutico criam o vín-
culo necessário para que o processo de enfermagem seja executado 
de forma eficaz para uma melhor qualidade de vida dessa 
população. Fica evidente que mais estudos são neces-
sários sobre essa temática, para que novas políticas 
de saúde mostrem a importância de ações para uma 
população tão marginalizada e, para que tais mudan-
ças ocorram, o enfermeiro é peça fundamental. 
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Cuidado de enfermagem à pessoa submetida à 
psicofarmacoterapia
Segundo artigo de Baes e Juruena
publicado na revista Medicina em 
2017, a partir dos anos 1950, os psi-
cofármacos deram uma nova espe-
rança no tratamento de pessoas com 
transtornos mentais. Com eles, uma 
nova visão sobre psicopatologias foi 
iniciada, bem como o funcionamen-
to e a epidemiologia dos transtornos 
mentais, o que trouxe uma maior efi -
cácia aos diagnósticos médicos. Para 
que uma pessoa possa fazer uso de 
psicofármacos, é necessário que o 
médico leve em conta fatores como 
sintomatologia, idade, doenças preexistentes, interações medicamentosas 
e escalas de mensuração específi cas para determinado transtor-
no mental.
Farmacocinética
Os psicofármacos atuam no sistema nervoso cen-
tral (SNC) e têm a capacidade de atravessar a bar-
reira hematoencefálica (BHE). Eles chegam ao SNC 
pela corrente sanguínea e a sua absorção conta 
com alguns fatores, como a via de administração da 
droga, com melhor absorção por via endovenosa. En-
tretanto, os efeitos colaterais são maiores. Se a via de administração for a oral, 
considerada a mais segura, sua absorção será mais lenta.
O fl uxo sanguíneo encefálico e a BHE infl uenciam a distribuição da droga 
no SNC. É importante ressaltar que os psicofármacos são lipossolúveis, não 
apresentando difi culdades para atravessar a BHE e atingir o seu sítio de ação. 
A metabolização é realizada, em sua maioria, pelo fígado, e a excreção é feita 
pelos rins, intestino ou bile.
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Farmacodinâmica
Sob os fatores farmacodinâmicos, isto é, os efeitos que a droga causa 
no organismo, de acordo com Baes e Juruena, os psicofármacos ligam-se 
aos receptores das células encefálicas e estabelecem as suas ações. Os an-
tidepressivos inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS), como 
fl uoxetina, paroxetina e sertralina, ligam-se aos transportadores de termi-
nal pré-sináptico do neurônio e inibem a recaptação do neurotransmissor 
(dopamina ou noradrenalina), fazendo com eles fi quem mais tempo na fen-
da sináptica e causem uma sensação de bem-estar ao indivíduo.
Desse modo, manifesta-se nas fendas sinápticas a presença do neuro-
transmissor serotonina, também chamado de 5-HT, em grande quantidade 
e por muito mais tempo, que faz com que o antidepressivo gere uma sensa-
ção de bem-estar em quem possui sinais e sintomas de depressão. Os efei-
tos farmacodinâmicos determinam os efeitos colaterais dos psicofármacos, 
mas é preciso entender que cada organismo reage de maneira diferente.
Há pessoas que, ao fazer uso de uma dose de 20 mg por dia de fl uoxetina, têm 
uma resposta boa o sufi ciente para sua psicopatologia, enquanto outras precisam 
de uma dose maior para que a medicação faça o mesmo efeito. É preciso salientar 
que, com o passar do tempo, algumas doses de psicofármacos precisam ser alte-
radas, dado que o indivíduo já não responde à dose inicial.
Os indivíduos que usam psicofármacos podem experimentar 
alguns efeitos adversos das medicações, o que vem a 
interferir na adesão ao tratamento medicamento. 
Por isso, o enfermeiro e sua equipe devem assis-
tir os pacientes que fazem uso dessas drogas, a 
fi m de que haja melhor controle dos efeitos ad-
versos e adesão ao tratamento. 
Tipos de psicofármacos
Ansiolíticos
Marcolan e Urasaki, em artigo para a Revista da Escola de Enfermagem da 
USP publicado em 1998, dizem que os ansiolíticos aliviam a ansiedade e a 
tensão emocional. Entretanto, essas medicações são usadas muitas vezes 
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de forma abusiva, o que causa de-
pendência e mascara os sinais, não 
tratando a real causa da ansiedade. 
Os ansiolíticos mais conhecidos são 
clonazepam (Rivotril), lorazepam (Lo-
rax), diazepam (Valium), midazolam 
(Dormonid), bromazepam (Lexotan) 
e alprazolam (Frontal).
Os candidatos a fazer uso dos ansio-
líticos, ou benzodiazepínicos (BDZ), são 
os indivíduos que: apresentam estres-
se emocional transitório, crises convul-
sivas, espasmos musculares e delirium 
tremens (relacionado com dependência 
alcoólica). Os efeitos colaterais obser-
vados são congelamento emocional (a 
pessoa perde a capacidade de demonstrar sentimentos diante de um aconte-
cimento), sedação, letargia, desinibição, ansiedade, euforia e, em idosos, pode 
haver rebaixamento do nível de consciência.
Assistência de enfermagem ao indivíduo que faz uso de BDZ
O paciente e a família devem ser orientados sobre osefeitos da medicação 
e suas reações adversas, prestar atenção em sinais de retirada abrupta de BDZ, 
como ansiedade, insônia, convulsões, alucinações, delírios, agitação e irritabili-
dade, dando atenção às interações medicamentosas e ao melhor horário para 
a medicação ser administrada – se possível, à noite.
Antipsicóticos ou neurolépticos
Utilizados no tratamento de psicoses, eles são um tipo de droga que não 
“cura” a psicose, mas diminuem os sintomas de delírios, impulsos agressivos, 
agitação psicomotora, entre outros sintomas. Marcolan e Urasaki relatam os 
efeitos colaterais dos antipsicóticos:
sedação, hipotensão ortostática, sialosquese, retenção urinária, 
constipação intestinal, sonolência, icterícia colestática, aumen-
to de peso, amenorréia, galactorréia, ginecomastia, arritmias 
cardíacas, perda da libido, inibição da ejaculação, impotência e 
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frigidez transitórias, reações alérgicas. E comum o aparecimento 
da síndrome extrapiramidal onde ocorre parkinsonismo; acatisia 
que se caracteriza por uma inquietude involuntária, onde por 
exemplo o paciente marcha sem sair do lugar; distonias mus-
culares, principalmente de língua, boca e pescoço. O uso pro-
longado de neurolépticos pode desencadear a discinesia tardia, 
quando ocorrem movimentos involuntários, coreoatetósicos da 
boca, língua, extremidades e tronco (1998, p. 211).
As medicações mais utilizadas como antipsicóticos típicos são o haloperidol 
(Haldol), flufenazina (Anatensol) e clorpromazina (Amplictil). Entretanto, exis-
tem antipsicóticos atípicos de segunda e terceira geração que oferecem menos 
efeitos colaterais, como risperidona (Risperdal), quetiapina (Seroquel) e zote-
pina (Zoleptil). 
Assistência de enfermagem ao indivíduo que faz uso de neurolépticos
A assistência de enfermagem ao paciente que faz uso de neurolépticos 
deve ser bem rigorosa, pois alguns deles causam muitas reações adversas. 
Paciente e familiares são orientados sobre os efeitos da medicação e pre-
cauções, como ingerir após as refeições para evitar irritação gástrica, não 
ingerir álcool concomitantemente, não mudar de posição de forma brus-
ca, em razão do risco de hipotensão postural, entre outros. As interações 
medicamentosas entre clozapina (Leponex) e lítio aumentam significativa-
mente o risco de convulsões e confusão mental, por isso é importante sa-
lientar que a clozapina pode ser substituída por antipsicóticos de segunda 
e terceira geração para evitar os efeitos das interações medicamentosas. 
O haloperidol (Haldol) e o lítio causam efeitos tóxicos ao SNC, e requerem 
rigorosa higiene bucal em razão da sialosquese. 
Antidepressivos
Atualmente, há um grande número de antidepressivos no 
mercado. Eles começaram a ser descobertos a par-
tir da Segunda Grande Guerra, como a iproniazida 
(usada para tratamento de tuberculose). Tal subs-
tância atua como inibidora da monoamina oxida-
se (iMAO) e os médicos começaram a perceber o 
seu efeito positivo no humor de pacientes. Porém, 
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ASSISTA
No filme Geração Prozac, de 2001, é apresentada uma percepção, 
através da personagem, de questões relativas não só ao medica-
mento presente no título do filme, mas também como seu uso no 
tratamento da depressão maior é apenas parte do processo de recu-
peração, e não a cura.
Existem também os antidepressi-
vos tricíclicos (ADT), que funcionam nas 
fendas pré-sinápticas e pós-sinápticas, 
e inibem principalmente os transpor-
tadores de serotonina e noradrenalina, 
ou ainda podem ser seletivos e inibir só 
o transportador da noradrenalina. As-
sim, de acordo com Rosa, Cavalcante e 
Terra Júnior, em artigo de 2018 para a 
Revista Científica da Faculdade de Educa-
ção e Meio Ambiente, os neurotransmis-
sores ficam mais tempo na fenda si-
náptica. Os ADTs mais conhecidos são 
amitriptilina (Tryptanol), clomipramina 
(Anafranil), bupropiona (Wellbutrin) e 
nortriptilina (Pamelor). 
os efeitos colaterais eram significativos e essa droga foi descartada, como 
lembrado por Bittencourt, Caponi e Maluf em artigo divulgado em 2013 pela 
revista Mana.
Ao longo dos anos, muitas pesquisas foram realizadas, a fim 
de encontrar uma droga eficiente para o tratamento da depres-
são, mas só nos anos 1980 que os ISRS foram criados, 
como a fluoxetina (Prozac). Outros ISRS conhecidos 
são sertralina (Zoloft) e paroxetina (Pondera), cita-
lopram (Procimax), escitalopram (Lexapro), ven-
lafaxina (Efexor), desvenlafaxina (Deller), entre 
muitos outros. 
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Desafios à adesão de tratamento com psicofármacos
Czarnobay, em artigo de 2018 para a revista Cogitare Enfermagem, diz que 
os desafi os à adesão ao tratamento com psicofármacos são muitos, sendo 
um fator preocupante para toda a equipe multidisciplinar, incluindo a equipe 
de enfermagem. Os fatores mais comuns para que a adesão não ocorra são 
a falta de entendimento sobre a ação da medicação, os efeitos adversos, re-
sistência ao tomar os psicofármacos, 
fundamentalismo religioso, falta de 
apoio familiar e fi nanceiro e abuso de 
drogas e álcool. 
Por outro lado, nota-se o quão 
importante é o estabelecimento de 
vínculo e relacionamento terapêutico, 
para que o usuário faça o uso correto 
do psicofármaco e se habitue ao tra-
tamento com mais facilidade. Assim, o 
enfermeiro deve ter um conhecimen-
to rigoroso sobre psicofarmacologia 
para auxiliar o indivíduo com alguma 
psicopatologia a realizar o tratamen-
to medicamentoso para uma melhor 
qualidade de vida. 
Assistência de enfermagem ao indivíduo que faz uso de antidepressivos
Marcolan e Urasaki lembram que é importante explicitar ao indivíduo que 
faz uso de antidepressivo de que o efeito da droga é notado somente entre 20 
a 30 dias após uso ininterrupto, sem esquecer de avisar à família e ao pacien-
te sobre o tratamento e seus efeitos adversos, como alteração de sono, ape-
tite, perda ou aumento de peso, diarreia ou obstipação intestinal, sudorese, 
diminuição da libido, náusea, tontura e cefaleia, atentando-se para aumento 
de pressão arterial – a paroxetina usada com ácido acetilsalicílico aumenta a 
potencialização do antidepressivo – para comportamentos que indicam riscos 
para suicídio. 
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QUADRO 1. RESUMO DE ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM À PSICOFARMACOTERAPIA
Psicotrópicos Efeitos adversos Assistência de enfermagem
Ansiolíticos
Congelamento emocional (perda 
da capacidade de demonstrar 
sentimentos diante de um aconte-
cimento), sedação, letargia, desi-
nibição, ansiedade, euforia e, em 
idosos, pode haver rebaixamento 
do nível de consciência.
• Orientar o paciente e a família sobre os 
efeitos e reações adversas da medicação;
• Atentar-se a sinais de retirada abrupta 
de BDZ, que podem causar ansiedade, 
insônia, convulsão, alucinação, delírio, 
agitação e irritabilidade;
• Atenção às interações 
medicamentosas;
• O melhor horário para a medicação 
ser administrada é à noite.
Neurolépticos
De acordo com o trabalho de Mar-
colan e Urasaki (p. 211), pode haver 
“Sedação, hipotensão ortostática, 
sialosquese, retenção urinária, 
constipação intestinal, sonolência, 
icterícia colestática, aumento de 
peso, amenorréia, galactorréia, 
ginecomastia, arritmias cardía-
cas, perda da libido, inibição da 
ejaculação, impotência e frigidez 
transitórias, reações alérgicas. 
É comum o aparecimento da 
síndrome extrapiramidal onde 
ocorre parkinsonismo; acatisia que 
se caracteriza por uma inquietude 
involuntária, onde por exemplo o 
paciente marcha sem sair do lugar; 
distonias musculares, principalmen-
te delíngua, boca e pescoço. O uso 
prolongado de neurolépticos pode 
desencadear a discinesia tardia”. 
• Orientar paciente e família sobre os efei-
tos da medicação e reações adversas;
• Orientar o paciente a não ingerir 
álcool em conjunto com antipsicóticos;
• A medicação deve ser ingerida após as 
refeições para evitar irritação gástrica;
• Orientar paciente a não mudar de 
posição de forma brusca, em razão do 
risco de hipotensão postural;
• As interações medicamentosas entre 
clozapina (Leponex) e lítio aumentam o 
risco de convulsões e confusão mental;
• A clozapina pode ser substituída por 
antipsicóticos de segunda e terceira 
geração para evitar os efeitos das 
interações medicamentosas. 
Antidepressivos
Alteração de sono e de apetite, 
perda ou aumento de peso, 
diarreia ou obstipação intestinal, 
sudorese, diminuição da libido, 
náusea, tontura e cefaleia.
• Orientar o indivíduo que faz uso de 
antidepressivo que o efeito da droga 
é notado somente entre 20 a 30 dias 
após o uso da medicação;
• Orientar a família e paciente em 
relação ao tratamento e seus efeitos 
adversos;
• Atentar para aumento de pressão 
arterial – a paroxetina usada com ácido 
acetilsalicílico aumenta a potencializa-
ção do antidepressivo;
• Atentar para comportamentos que 
indicam riscos para suicídio.
Congelamento emocional (perda Congelamento emocional (perda 
da capacidade de demonstrar 
sentimentos diante de um aconte-
Congelamento emocional (perda 
da capacidade de demonstrar 
sentimentos diante de um aconte-
cimento), sedação, letargia, desi-
nibição, ansiedade, euforia e, em 
Congelamento emocional (perda 
da capacidade de demonstrar 
sentimentos diante de um aconte-
cimento), sedação, letargia, desi-
nibição, ansiedade, euforia e, em 
idosos, pode haver rebaixamento 
Congelamento emocional (perda 
da capacidade de demonstrar 
sentimentos diante de um aconte-
cimento), sedação, letargia, desi-
nibição, ansiedade, euforia e, em 
idosos, pode haver rebaixamento 
Congelamento emocional (perda 
da capacidade de demonstrar 
sentimentos diante de um aconte-
cimento), sedação, letargia, desi-
nibição, ansiedade, euforia e, em 
idosos, pode haver rebaixamento 
do nível de consciência.
Congelamento emocional (perda 
da capacidade de demonstrar 
sentimentos diante de um aconte-
cimento), sedação, letargia, desi-
nibição, ansiedade, euforia e, em 
idosos, pode haver rebaixamento 
do nível de consciência.
Congelamento emocional (perda 
da capacidade de demonstrar 
sentimentos diante de um aconte-
cimento), sedação, letargia, desi-
nibição, ansiedade, euforia e, em 
idosos, pode haver rebaixamento 
do nível de consciência.
Congelamento emocional (perda 
da capacidade de demonstrar 
sentimentos diante de um aconte-
cimento), sedação, letargia, desi-
nibição, ansiedade, euforia e, em 
idosos, pode haver rebaixamento 
do nível de consciência.
De acordo com o trabalho de Mar-
da capacidade de demonstrar 
sentimentos diante de um aconte-
cimento), sedação, letargia, desi-
nibição, ansiedade, euforia e, em 
idosos, pode haver rebaixamento 
do nível de consciência.
• Orientar o paciente e a família sobre os 
efeitos e reações adversas da medicação;
De acordo com o trabalho de Mar-
colan e Urasaki (p. 211), pode haver 
sentimentos diante de um aconte-
cimento), sedação, letargia, desi-
nibição, ansiedade, euforia e, em 
idosos, pode haver rebaixamento 
do nível de consciência.
• Orientar o paciente e a família sobre os 
efeitos e reações adversas da medicação;
De acordo com o trabalho de Mar-
colan e Urasaki (p. 211), pode haver 
“Sedação, hipotensão ortostática, 
cimento), sedação, letargia, desi-
nibição, ansiedade, euforia e, em 
idosos, pode haver rebaixamento 
do nível de consciência.
• Orientar o paciente e a família sobre os 
efeitos e reações adversas da medicação;
• Atentar-se a sinais de retirada abrupta 
de BDZ, que podem causar ansiedade, 
De acordo com o trabalho de Mar-
colan e Urasaki (p. 211), pode haver 
“Sedação, hipotensão ortostática, 
sialosquese, retenção urinária, 
constipação intestinal, sonolência, 
idosos, pode haver rebaixamento 
• Orientar o paciente e a família sobre os 
efeitos e reações adversas da medicação;
• Atentar-se a sinais de retirada abrupta 
de BDZ, que podem causar ansiedade, 
insônia, convulsão, alucinação, delírio, 
De acordo com o trabalho de Mar-
colan e Urasaki (p. 211), pode haver 
“Sedação, hipotensão ortostática, 
sialosquese, retenção urinária, 
constipação intestinal, sonolência, 
icterícia colestática, aumento de 
• Orientar o paciente e a família sobre os 
efeitos e reações adversas da medicação;
• Atentar-se a sinais de retirada abrupta 
de BDZ, que podem causar ansiedade, 
insônia, convulsão, alucinação, delírio, 
De acordo com o trabalho de Mar-
colan e Urasaki (p. 211), pode haver 
“Sedação, hipotensão ortostática, 
sialosquese, retenção urinária, 
constipação intestinal, sonolência, 
icterícia colestática, aumento de 
peso, amenorréia, galactorréia, 
ginecomastia, arritmias cardía-
• Orientar o paciente e a família sobre os 
efeitos e reações adversas da medicação;
• Atentar-se a sinais de retirada abrupta 
de BDZ, que podem causar ansiedade, 
insônia, convulsão, alucinação, delírio, 
De acordo com o trabalho de Mar-
colan e Urasaki (p. 211), pode haver 
“Sedação, hipotensão ortostática, 
sialosquese, retenção urinária, 
constipação intestinal, sonolência, 
icterícia colestática, aumento de 
peso, amenorréia, galactorréia, 
ginecomastia, arritmias cardía-
• Orientar o paciente e a família sobre os 
efeitos e reações adversas da medicação;
• Atentar-se a sinais de retirada abrupta 
de BDZ, que podem causar ansiedade, 
insônia, convulsão, alucinação, delírio, 
agitação e irritabilidade;
De acordo com o trabalho de Mar-
colan e Urasaki (p. 211), pode haver 
“Sedação, hipotensão ortostática, 
sialosquese, retenção urinária, 
constipação intestinal, sonolência, 
icterícia colestática, aumento de 
peso, amenorréia, galactorréia, 
ginecomastia, arritmias cardía-
• Orientar o paciente e a família sobre os 
efeitos e reações adversas da medicação;
• Atentar-se a sinais de retirada abrupta 
de BDZ, que podem causar ansiedade, 
insônia, convulsão, alucinação, delírio, 
agitação e irritabilidade;
• Atenção às interações 
• O melhor horário para a medicação 
De acordo com o trabalho de Mar-
colan e Urasaki (p. 211), pode haver 
“Sedação, hipotensão ortostática, 
sialosquese, retenção urinária, 
constipação intestinal, sonolência, 
icterícia colestática, aumento de 
peso, amenorréia, galactorréia, 
ginecomastia, arritmias cardía-
• Orientar o paciente e a família sobre os 
efeitos e reações adversas da medicação;
• Atentar-se a sinais de retirada abrupta 
de BDZ, que podem causar ansiedade, 
insônia, convulsão, alucinação, delírio, 
agitação e irritabilidade;
• Atenção às interações 
• O melhor horário para a medicação 
De acordo com o trabalho de Mar-
colan e Urasaki (p. 211), pode haver 
“Sedação, hipotensão ortostática, 
sialosquese, retenção urinária, 
constipação intestinal, sonolência, 
icterícia colestática, aumento de 
peso, amenorréia, galactorréia, 
ginecomastia, arritmias cardía-
• Orientar o paciente e a família sobre os 
efeitos e reações adversas da medicação;
• Atentar-se a sinais de retirada abrupta 
de BDZ, que podem causar ansiedade, 
insônia, convulsão, alucinação, delírio, 
agitação e irritabilidade;
• Atenção às interações 
medicamentosas;
• O melhor horário para a medicação 
ser administrada é à noite.
colan e Urasaki (p. 211), pode haver 
“Sedação, hipotensão ortostática, 
sialosquese, retenção urinária, 
constipação intestinal, sonolência, 
icterícia colestática, aumento de 
peso, amenorréia, galactorréia, 
ginecomastia, arritmias cardía-
• Orientar o paciente e a família sobre os 
efeitos e reações adversas da medicação;
• Atentar-se a sinais de retirada abrupta 
de BDZ, que podem causar ansiedade, 
insônia, convulsão, alucinação, delírio, 
agitação e irritabilidade;• Atenção às interações 
medicamentosas;
• O melhor horário para a medicação 
ser administrada é à noite.
sialosquese, retenção urinária, 
constipação intestinal, sonolência, 
icterícia colestática, aumento de 
peso, amenorréia, galactorréia, 
ginecomastia, arritmias cardía-
• Orientar paciente e família sobre os efei-
efeitos e reações adversas da medicação;
• Atentar-se a sinais de retirada abrupta 
de BDZ, que podem causar ansiedade, 
insônia, convulsão, alucinação, delírio, 
agitação e irritabilidade;
• Atenção às interações 
medicamentosas;
• O melhor horário para a medicação 
ser administrada é à noite.
constipação intestinal, sonolência, 
icterícia colestática, aumento de 
peso, amenorréia, galactorréia, 
ginecomastia, arritmias cardía-
• Orientar paciente e família sobre os efei-
tos da medicação e reações adversas;
• Atentar-se a sinais de retirada abrupta 
de BDZ, que podem causar ansiedade, 
insônia, convulsão, alucinação, delírio, 
agitação e irritabilidade;
• Atenção às interações 
medicamentosas;
• O melhor horário para a medicação 
ser administrada é à noite.
peso, amenorréia, galactorréia, 
ginecomastia, arritmias cardía-
• Orientar paciente e família sobre os efei-
tos da medicação e reações adversas;
de BDZ, que podem causar ansiedade, 
insônia, convulsão, alucinação, delírio, 
• Atenção às interações 
medicamentosas;
• O melhor horário para a medicação 
ser administrada é à noite.
• Orientar paciente e família sobre os efei-
tos da medicação e reações adversas;
• Orientar o paciente a não ingerir 
álcool em conjunto com antipsicóticos;
• O melhor horário para a medicação 
ser administrada é à noite.
• Orientar paciente e família sobre os efei-
tos da medicação e reações adversas;
• Orientar o paciente a não ingerir 
álcool em conjunto com antipsicóticos;
• A medicação deve ser ingerida após as 
• O melhor horário para a medicação 
ser administrada é à noite.
• Orientar paciente e família sobre os efei-
tos da medicação e reações adversas;
• Orientar o paciente a não ingerir 
álcool em conjunto com antipsicóticos;
• A medicação deve ser ingerida após as 
refeições para evitar irritação gástrica;
• O melhor horário para a medicação 
ser administrada é à noite.
• Orientar paciente e família sobre os efei-
tos da medicação e reações adversas;
• Orientar o paciente a não ingerir 
álcool em conjunto com antipsicóticos;
• A medicação deve ser ingerida após as 
refeições para evitar irritação gástrica;
• O melhor horário para a medicação 
ser administrada é à noite.
• Orientar paciente e família sobre os efei-
tos da medicação e reações adversas;
• Orientar o paciente a não ingerir 
álcool em conjunto com antipsicóticos;
• A medicação deve ser ingerida após as 
refeições para evitar irritação gástrica;
• Orientar paciente e família sobre os efei-
tos da medicação e reações adversas;
• Orientar o paciente a não ingerir 
álcool em conjunto com antipsicóticos;
• A medicação deve ser ingerida após as 
refeições para evitar irritação gástrica;
• Orientar paciente e família sobre os efei-
tos da medicação e reações adversas;
• Orientar o paciente a não ingerir 
álcool em conjunto com antipsicóticos;
• A medicação deve ser ingerida após as 
refeições para evitar irritação gástrica;
• Orientar paciente e família sobre os efei-
tos da medicação e reações adversas;
• Orientar o paciente a não ingerir 
álcool em conjunto com antipsicóticos;
• A medicação deve ser ingerida após as 
refeições para evitar irritação gástrica;
• Orientar paciente e família sobre os efei-
tos da medicação e reações adversas;
• Orientar o paciente a não ingerir 
álcool em conjunto com antipsicóticos;
• A medicação deve ser ingerida após as 
refeições para evitar irritação gástrica;
• Orientar o paciente a não ingerir 
álcool em conjunto com antipsicóticos;
• A medicação deve ser ingerida após as 
refeições para evitar irritação gástrica;
álcool em conjunto com antipsicóticos;
• A medicação deve ser ingerida após as 
refeições para evitar irritação gástrica;
• A medicação deve ser ingerida após as 
refeições para evitar irritação gástrica;
• A medicação deve ser ingerida após as 
refeições para evitar irritação gástrica;ginecomastia, arritmias cardía-
cas, perda da libido, inibição da 
ginecomastia, arritmias cardía-
cas, perda da libido, inibição da 
ejaculação, impotência e frigidez 
ginecomastia, arritmias cardía-
cas, perda da libido, inibição da 
ejaculação, impotência e frigidez 
transitórias, reações alérgicas. 
ginecomastia, arritmias cardía-
cas, perda da libido, inibição da 
ejaculação, impotência e frigidez 
transitórias, reações alérgicas. 
É comum o aparecimento da 
síndrome extrapiramidal onde 
ocorre parkinsonismo; acatisia que 
ginecomastia, arritmias cardía-
cas, perda da libido, inibição da 
ejaculação, impotência e frigidez 
transitórias, reações alérgicas. 
É comum o aparecimento da 
síndrome extrapiramidal onde 
ocorre parkinsonismo; acatisia que 
se caracteriza por uma inquietude 
ginecomastia, arritmias cardía-
cas, perda da libido, inibição da 
ejaculação, impotência e frigidez 
transitórias, reações alérgicas. 
É comum o aparecimento da 
síndrome extrapiramidal onde 
ocorre parkinsonismo; acatisia que 
se caracteriza por uma inquietude 
involuntária, onde por exemplo o 
paciente marcha sem sair do lugar; 
ginecomastia, arritmias cardía-
cas, perda da libido, inibição da 
ejaculação, impotência e frigidez 
transitórias, reações alérgicas. 
É comum o aparecimento da 
síndrome extrapiramidal onde 
ocorre parkinsonismo; acatisia que 
se caracteriza por uma inquietude 
involuntária, onde por exemplo o 
paciente marcha sem sair do lugar; 
distonias musculares, principalmen-
ginecomastia, arritmias cardía-
cas, perda da libido, inibição da 
ejaculação, impotência e frigidez 
transitórias, reações alérgicas. 
É comum o aparecimento da 
síndrome extrapiramidal onde 
ocorre parkinsonismo; acatisia que 
se caracteriza por uma inquietude 
involuntária, onde por exemplo o 
paciente marcha sem sair do lugar; 
distonias musculares, principalmen-
te de língua, boca e pescoço. O uso 
ginecomastia, arritmias cardía-
cas, perda da libido, inibição da 
ejaculação, impotência e frigidez 
transitórias, reações alérgicas. 
É comum o aparecimento da 
síndrome extrapiramidal onde 
ocorre parkinsonismo; acatisia que 
se caracteriza por uma inquietude 
involuntária, onde por exemplo o 
paciente marcha sem sair do lugar; 
distonias musculares, principalmen-
te de língua, boca e pescoço. O uso 
prolongado de neurolépticos pode 
ejaculação, impotência e frigidez 
transitórias, reações alérgicas. 
É comum o aparecimento da 
síndrome extrapiramidal onde 
ocorre parkinsonismo; acatisia que 
se caracteriza por uma inquietude 
involuntária, onde por exemplo o 
paciente marcha sem sair do lugar; 
distonias musculares, principalmen-
te de língua, boca e pescoço. O uso 
prolongado de neurolépticos pode 
desencadear a discinesia tardia”. 
transitórias, reações alérgicas. 
É comum o aparecimento da 
síndrome extrapiramidal onde 
ocorre parkinsonismo; acatisia que 
se caracteriza por uma inquietude 
involuntária, onde por exemplo o 
paciente marcha sem sair do lugar; 
distonias musculares, principalmen-
te de língua, boca e pescoço. O uso 
prolongado de neurolépticos pode 
desencadear a discinesia tardia”. 
refeições para evitar irritação gástrica;
síndrome extrapiramidal onde 
ocorre parkinsonismo; acatisia que 
se caracteriza por uma inquietude 
involuntária, onde por exemplo o 
paciente marcha sem sair do lugar; 
distonias musculares, principalmen-
te de língua, boca e pescoço. O uso 
prolongado de neurolépticos pode 
desencadear a discinesia tardia”. 
refeições para evitar irritação gástrica;
ocorre parkinsonismo; acatisia que 
se caracteriza por uma inquietude 
involuntária, onde por exemplo o 
paciente marcha sem sair do lugar; 
distonias musculares, principalmen-
te de língua, boca e pescoço. O uso 
prolongado de neurolépticos pode 
desencadeara discinesia tardia”. 
refeições para evitar irritação gástrica;
• Orientar paciente a não mudar de 
posição de forma brusca, em razão do 
ocorre parkinsonismo; acatisia que 
se caracteriza por uma inquietude 
involuntária, onde por exemplo o 
paciente marcha sem sair do lugar; 
distonias musculares, principalmen-
te de língua, boca e pescoço. O uso 
prolongado de neurolépticos pode 
desencadear a discinesia tardia”. 
refeições para evitar irritação gástrica;
• Orientar paciente a não mudar de 
posição de forma brusca, em razão do 
involuntária, onde por exemplo o 
paciente marcha sem sair do lugar; 
distonias musculares, principalmen-
te de língua, boca e pescoço. O uso 
prolongado de neurolépticos pode 
desencadear a discinesia tardia”. 
refeições para evitar irritação gástrica;
• Orientar paciente a não mudar de 
posição de forma brusca, em razão do 
risco de hipotensão postural;
• As interações medicamentosas entre 
clozapina (Leponex) e lítio aumentam o 
Alteração de sono e de apetite, 
paciente marcha sem sair do lugar; 
distonias musculares, principalmen-
te de língua, boca e pescoço. O uso 
prolongado de neurolépticos pode 
desencadear a discinesia tardia”. 
refeições para evitar irritação gástrica;
• Orientar paciente a não mudar de 
posição de forma brusca, em razão do 
risco de hipotensão postural;
• As interações medicamentosas entre 
clozapina (Leponex) e lítio aumentam o 
risco de convulsões e confusão mental;
Alteração de sono e de apetite, 
perda ou aumento de peso, 
diarreia ou obstipação intestinal, 
distonias musculares, principalmen-
te de língua, boca e pescoço. O uso 
prolongado de neurolépticos pode 
desencadear a discinesia tardia”. 
refeições para evitar irritação gástrica;
• Orientar paciente a não mudar de 
posição de forma brusca, em razão do 
risco de hipotensão postural;
• As interações medicamentosas entre 
clozapina (Leponex) e lítio aumentam o 
risco de convulsões e confusão mental;
Alteração de sono e de apetite, 
perda ou aumento de peso, 
diarreia ou obstipação intestinal, 
prolongado de neurolépticos pode 
desencadear a discinesia tardia”. 
refeições para evitar irritação gástrica;
• Orientar paciente a não mudar de 
posição de forma brusca, em razão do 
risco de hipotensão postural;
• As interações medicamentosas entre 
clozapina (Leponex) e lítio aumentam o 
risco de convulsões e confusão mental;
• A clozapina pode ser substituída por 
Alteração de sono e de apetite, 
perda ou aumento de peso, 
diarreia ou obstipação intestinal, 
refeições para evitar irritação gástrica;
• Orientar paciente a não mudar de 
posição de forma brusca, em razão do 
risco de hipotensão postural;
• As interações medicamentosas entre 
clozapina (Leponex) e lítio aumentam o 
risco de convulsões e confusão mental;
• A clozapina pode ser substituída por 
antipsicóticos de segunda e terceira 
Alteração de sono e de apetite, 
perda ou aumento de peso, 
diarreia ou obstipação intestinal, 
refeições para evitar irritação gástrica;
• Orientar paciente a não mudar de 
posição de forma brusca, em razão do 
risco de hipotensão postural;
• As interações medicamentosas entre 
clozapina (Leponex) e lítio aumentam o 
risco de convulsões e confusão mental;
• A clozapina pode ser substituída por 
antipsicóticos de segunda e terceira 
geração para evitar os efeitos das 
Alteração de sono e de apetite, 
perda ou aumento de peso, 
diarreia ou obstipação intestinal, 
refeições para evitar irritação gástrica;
• Orientar paciente a não mudar de 
posição de forma brusca, em razão do 
risco de hipotensão postural;
• As interações medicamentosas entre 
clozapina (Leponex) e lítio aumentam o 
risco de convulsões e confusão mental;
• A clozapina pode ser substituída por 
antipsicóticos de segunda e terceira 
geração para evitar os efeitos das 
interações medicamentosas. 
Alteração de sono e de apetite, 
perda ou aumento de peso, 
diarreia ou obstipação intestinal, 
• Orientar paciente a não mudar de 
posição de forma brusca, em razão do 
risco de hipotensão postural;
• As interações medicamentosas entre 
clozapina (Leponex) e lítio aumentam o 
risco de convulsões e confusão mental;
• A clozapina pode ser substituída por 
antipsicóticos de segunda e terceira 
geração para evitar os efeitos das 
interações medicamentosas. 
Alteração de sono e de apetite, 
perda ou aumento de peso, 
diarreia ou obstipação intestinal, 
• Orientar o indivíduo que faz uso de 
posição de forma brusca, em razão do 
risco de hipotensão postural;
• As interações medicamentosas entre 
clozapina (Leponex) e lítio aumentam o 
risco de convulsões e confusão mental;
• A clozapina pode ser substituída por 
antipsicóticos de segunda e terceira 
geração para evitar os efeitos das 
interações medicamentosas. 
Alteração de sono e de apetite, 
perda ou aumento de peso, 
diarreia ou obstipação intestinal, 
• Orientar o indivíduo que faz uso de 
antidepressivo que o efeito da droga 
é notado somente entre 20 a 30 dias 
• As interações medicamentosas entre 
clozapina (Leponex) e lítio aumentam o 
risco de convulsões e confusão mental;
• A clozapina pode ser substituída por 
antipsicóticos de segunda e terceira 
geração para evitar os efeitos das 
interações medicamentosas. 
Alteração de sono e de apetite, 
perda ou aumento de peso, 
diarreia ou obstipação intestinal, 
• Orientar o indivíduo que faz uso de 
antidepressivo que o efeito da droga 
é notado somente entre 20 a 30 dias 
• As interações medicamentosas entre 
clozapina (Leponex) e lítio aumentam o 
risco de convulsões e confusão mental;
• A clozapina pode ser substituída por 
antipsicóticos de segunda e terceira 
geração para evitar os efeitos das 
interações medicamentosas. 
diarreia ou obstipação intestinal, 
• Orientar o indivíduo que faz uso de 
antidepressivo que o efeito da droga 
é notado somente entre 20 a 30 dias 
• As interações medicamentosas entre 
clozapina (Leponex) e lítio aumentam o 
risco de convulsões e confusão mental;
• A clozapina pode ser substituída por 
antipsicóticos de segunda e terceira 
geração para evitar os efeitos das 
interações medicamentosas. 
• Orientar o indivíduo que faz uso de 
antidepressivo que o efeito da droga 
é notado somente entre 20 a 30 dias 
após o uso da medicação;
• Orientar a família e paciente em 
relação ao tratamento e seus efeitos 
risco de convulsões e confusão mental;
• A clozapina pode ser substituída por 
antipsicóticos de segunda e terceira 
geração para evitar os efeitos das 
interações medicamentosas. 
• Orientar o indivíduo que faz uso de 
antidepressivo que o efeito da droga 
é notado somente entre 20 a 30 dias 
após o uso da medicação;
• Orientar a família e paciente em 
relação ao tratamento e seus efeitos 
• A clozapina pode ser substituída por 
antipsicóticos de segunda e terceira 
geração para evitar os efeitos das 
interações medicamentosas. 
• Orientar o indivíduo que faz uso de 
antidepressivo que o efeito da droga 
é notado somente entre 20 a 30 dias 
após o uso da medicação;
• Orientar a família e paciente em 
relação ao tratamento e seus efeitos 
antipsicóticos de segunda e terceira 
geração para evitar os efeitos das 
interações medicamentosas. 
• Orientar o indivíduo que faz uso de 
antidepressivo que o efeito da droga 
é notado somente entre 20 a 30 dias 
após o uso da medicação;
• Orientar a família e paciente em 
relação ao tratamento e seus efeitos 
• Orientar o indivíduo que faz uso de 
antidepressivo que o efeito da droga 
é notado somente entre 20 a 30 dias 
após o uso da medicação;
• Orientar a família e paciente em 
relação ao tratamento e seus efeitos 
• Orientar o indivíduo que faz uso de 
antidepressivo que o efeito da droga 
é notado somente entre 20 a 30 dias 
após o uso da medicação;
• Orientar a família e paciente em 
relação ao tratamento e seus efeitos 
adversos;
• Orientar o indivíduo que faz uso de 
antidepressivo que o efeito da droga 
é notado somente entre 20 a 30 dias 
após o usoda medicação;
• Orientar a família e paciente em 
relação ao tratamento e seus efeitos 
adversos;
antidepressivo que o efeito da droga 
é notado somente entre 20 a 30 dias 
após o uso da medicação;
• Orientar a família e paciente em 
relação ao tratamento e seus efeitos 
adversos;
• Orientar a família e paciente em 
relação ao tratamento e seus efeitos 
• Orientar a família e paciente em 
relação ao tratamento e seus efeitos relação ao tratamento e seus efeitos 
diarreia ou obstipação intestinal, diarreia ou obstipação intestinal, 
sudorese, diminuição da libido, 
diarreia ou obstipação intestinal, 
sudorese, diminuição da libido, 
diarreia ou obstipação intestinal, 
sudorese, diminuição da libido, 
náusea, tontura e cefaleia.
diarreia ou obstipação intestinal, 
sudorese, diminuição da libido, 
náusea, tontura e cefaleia.
diarreia ou obstipação intestinal, 
sudorese, diminuição da libido, 
náusea, tontura e cefaleia.
diarreia ou obstipação intestinal, 
sudorese, diminuição da libido, 
náusea, tontura e cefaleia.
diarreia ou obstipação intestinal, 
sudorese, diminuição da libido, 
náusea, tontura e cefaleia.
diarreia ou obstipação intestinal, 
sudorese, diminuição da libido, 
náusea, tontura e cefaleia.
diarreia ou obstipação intestinal, 
sudorese, diminuição da libido, 
náusea, tontura e cefaleia.
sudorese, diminuição da libido, 
náusea, tontura e cefaleia.
• Atentar para aumento de pressão • Atentar para aumento de pressão 
arterial – a paroxetina usada com ácido 
acetilsalicílico aumenta a potencializa-
• Atentar para aumento de pressão 
arterial – a paroxetina usada com ácido 
acetilsalicílico aumenta a potencializa-
adversos;
• Atentar para aumento de pressão 
arterial – a paroxetina usada com ácido 
acetilsalicílico aumenta a potencializa-
adversos;
• Atentar para aumento de pressão 
arterial – a paroxetina usada com ácido 
acetilsalicílico aumenta a potencializa-
ção do antidepressivo;
• Atentar para comportamentos que 
adversos;
• Atentar para aumento de pressão 
arterial – a paroxetina usada com ácido 
acetilsalicílico aumenta a potencializa-
ção do antidepressivo;
• Atentar para comportamentos que 
• Atentar para aumento de pressão 
arterial – a paroxetina usada com ácido 
acetilsalicílico aumenta a potencializa-
ção do antidepressivo;
• Atentar para comportamentos que 
indicam riscos para suicídio.
• Atentar para aumento de pressão 
arterial – a paroxetina usada com ácido 
acetilsalicílico aumenta a potencializa-
ção do antidepressivo;
• Atentar para comportamentos que 
indicam riscos para suicídio.
• Atentar para aumento de pressão 
arterial – a paroxetina usada com ácido 
acetilsalicílico aumenta a potencializa-
ção do antidepressivo;
• Atentar para comportamentos que 
indicam riscos para suicídio.
• Atentar para aumento de pressão 
arterial – a paroxetina usada com ácido 
acetilsalicílico aumenta a potencializa-
ção do antidepressivo;
• Atentar para comportamentos que 
indicam riscos para suicídio.
• Atentar para aumento de pressão 
arterial – a paroxetina usada com ácido 
acetilsalicílico aumenta a potencializa-
ção do antidepressivo;
• Atentar para comportamentos que 
indicam riscos para suicídio.
arterial – a paroxetina usada com ácido 
acetilsalicílico aumenta a potencializa-
• Atentar para comportamentos que 
indicam riscos para suicídio.
acetilsalicílico aumenta a potencializa-
• Atentar para comportamentos que 
indicam riscos para suicídio.
• Atentar para comportamentos que 
indicam riscos para suicídio.
• Atentar para comportamentos que 
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Álcool e drogas
Seja por fuga dos problemas cotidianos, autoafi rmação, religiosidade, 
curiosidade ou para se sentir parte de um grupo, o ser humano sempre buscou 
novas sensações fora da realidade. Segundo Pratta e Santos, em artigo de 2009 
publicado na revista Psicologia: Teoria e Pesquisa, essa busca milenar pelo pra-
zer e diminuição do sofrimento fez com que o ser humano enveredasse pelo 
caminho do uso de substâncias psicoativas e abuso de drogas.
Álcool
O consumo de bebida alcoólica é 
comum em diversas culturas, diante 
de inúmeras situações, como comemo-
rações, reunião com amigos, réveillon, 
após um dia exaustivo de trabalho e as-
sim por diante. Quando o indivíduo não 
consegue realizar as atividades de vida 
diária sem uma dose de álcool, há um 
processo de dependência. O vício em 
álcool é um problema de saúde pública 
e traz muitos malefícios ao usuário, à 
família e a todas a pessoas envolvidas 
nesse contexto.
De acordo com Haes, em artigo na revista Medicina, divulgado em 2010, o 
álcool é uma substância depressora do SNC e está relacionada com a poten-
cialização do GABA, neurotransmissor inibitório cujos efeitos são conhecidos: 
euforia, desinibição social – algumas pessoas falam mais, outras fi cam tristes, 
agressivas –, relaxamento, rubor facial, défi cit na coordenação motora e, em 
altas doses, até coma. 
Em pessoas com dependência alcoólica, há uma potencialização contrária 
de neurotransmissores, ou seja, o NMDA (neurotransmissor de glutamato) com 
efeito excitatório é ativado e, por esse motivo, a crise de abstinência causa 
sinais e sintomas como tremores, convulsões, náuseas, vômitos, ansiedade, 
sudorese, cefaleia e delirium tremens, relacionado com tremores, alucinações, 
confusão mental, aumento da temperatura corporal e da atividade simpática.
SAÚDE MENTAL E CUIDADO DE ENFERMAGEM EM PSIQUIATRIA 60
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O uso abusivo de álcool (mais do que 14 doses semanais) é responsável 
por muitas doenças psiquiátricas, neurológicas, cardíacas, renais e hepáticas. 
O tratamento deve ser realizado de forma acolhedora e holística, bem como 
com o apoio da família, primordial para o sucesso no processo.
Cocaína
Ferreira e Martini, em artigo de 2001 para a Revista Brasileira de Psiquiatria, de-
claram que, há mais de 4500 anos, as grandes civilizações andinas conheciam e 
faziam uso da planta de coca, algo provado em escavações nas regiões da Bolívia e 
do Peru. Seu uso mais famoso foi na Medicina, quando o extrato de cocaína foi iso-
lado pelo químico alemão Albert Niemann. Daí por diante, a cocaína passou a ser 
conhecida como fármaco milagroso, cujo uso tratava a dependência de morfina.
Figura 3. Anúncio de bala de cocaína para tratar dor de dente em 1885. Fonte: LÓPEZ-MUÑOZ; GONZÁLEZ, 2020.
Foi nas mãos de Freud que a cocaína se tornou popular, por meio da divul-
gação, em 1884, do livro denominado Über Coca (Sobre a cocaína), no qual o 
médico indicava o uso terapêutico da droga para histeria, sífilis, estimulante 
sexual, depressão, exaustão emocional, asma e anestésico local. Freud tam-
bém usava cocaína diariamente, em uma dose de 200 mg. Todavia, oito anos 
mais tarde, ele mudou sua opinião mediante os casos de dependência de co-
caína e desaconselhava o uso. Alguns autores, como Ferreira e Martini, além de 
Callegraro, que escreveu O novo inconsciente: como a terapia cognitiva e as neu-
rociências revolucionaram o modelo do processamento mental, de 2011, relatam 
que a cocaína auxiliou Freud no processo de construção de seu trabalho sobre 
inconsciente, por ser uma teoria sem possibilidade de comprovação científica.
SAÚDE MENTAL E CUIDADO DE ENFERMAGEM EM PSIQUIATRIA 61
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Vesícula 
sináptica
Receptor de 
dopamina
Transportador 
de dopamina
Fenda sináptica
Transportador de dopamina 
bloqueado por cocaína
Intensidade do sinal
Dopamina
Cocaína
Figura 4. Cocaína acumula dopamina na sinapse, bloqueando o transportador de dopamina e causando uma resposta 
intensificada na célula receptora. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 04/09/2020. (Adaptado).
Conforme informações da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas, a co-
caína é uma droga atualmente ilícita que causa grande dependênciae pode ser 
usada de forma aspirativa e injetável. Ela age no SNC como um bloqueador de 
monoaminas (serotonina, noradrenalina e dopamina) e, assim, causa euforia, se-
gurança, sensação de controle e alerta, porém pode desencadear paranoia em 
algumas pessoas. Quando passa o efeito da droga, o usuário cai em um estado de-
pressivo, o que o leva a usar a droga novamente. Há grande risco de overdose, con-
vulsão, acidente vascular cerebral (AVC) e morte por parada cardiorrespiratória.
Maconha
Segundo Carlini, em artigo para o Jornal Brasileiro de Psiquiatria, em 2006, a 
maconha veio do continente africano para o Brasil no século XVI e passou a ser 
cultivada no País. Indicada para uso terapêutico, em dispepsias, hipnótico, se-
dativo e calmante, os efeitos da maconha estão relacionados com relaxamento, 
percepções de cores e sons de forma mais intensa e alguns usuário tornam-se 
prolixos, entretanto outras pessoas tornam-se mais ansiosas e confusas.
SAÚDE MENTAL E CUIDADO DE ENFERMAGEM EM PSIQUIATRIA 62
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De acordo com a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas, o uso crôni-
co da planta, a longo prazo, afeta a memória, atenção, processamento de infor-
mações, podem causar doenças respiratórias, piorar quadros de esquizofrenia 
e dificultar a aprendizagem, como exposto por Ribeiro, em artigo escrito em 
2005 para a Revista da Associação Médica Brasileira.
Crack
A dependência pelo uso do crack ganha as manchetes dos jornais pelo gran-
de problema social que causa nas grandes metrópoles, como a Cracolândia, na 
cidade de São Paulo, onde um aglomerado de pessoas em situação de extrema 
vulnerabilidade social e de saúde usam a droga a céu aberto.
Figura 5. Pedras de crack. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 04/09/2020.
Teixeira, Engstrom e Ribeiro, em 2017 na revista Saúde Debate, descreveram 
o termo “crack” como referente ao som produzido no processo de aquecimento 
da cocaína e bicarbonato de sódio que formam o cristal de crack. Por ter uma 
capacidade de dependência súbita e relativamente barata, a droga se tornou 
popular da década de 1990 até os dias de hoje. O crack causa os mesmos efei-
tos da cocaína, mas, como seu efeito é muito rápido, o indivíduo quer fazer uso 
da droga novamente em um curto espaço de tempo.
Ecstasy
Essa droga ganhou popularidade nos anos 1990, por meio das festas de 
música eletrônica (raves) e baladas. Assim, tornou-se conhecida como ecstasy, 
Michael Douglas, MD, bala, entre outros nomes.
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Figura 6. Comprimidos de ecstasy. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 04/09/2020.
Pela defi nição dada por Xavier, em artigo de 2008 na Revista Psiquiatria 
Clínica, ela é uma substância química identifi cada como 3,4-metilenodioxime-
tanfetamina, ou MDMA, mas há outras variações da droga. Ela age no SNC pela 
liberação excessiva de neurotransmissores, como serotonina, noradrenalina e 
dopamina. Seus efeitos são felicidade extrema, euforia, hipersensibilidade ao 
toque, aumento de temperatura corporal e aumento da libido. Nos dias seguin-
tes ao uso, o indivíduo experimenta um grande estado depressivo, ansiedade e 
exaustão, denominado de Blue Tuesday (terça-feira triste).
Tratamento no CAPS-AD
O problema da dependência de álcool e drogas é uma questão muito maior 
do que o sofrimento psíquico, pois afetam as esferas social, política, ambiental, 
econômica, biológica e de segurança. 
Sabe-se que, antes de haver a reforma psiquiátrica (RF), os indi-
víduos dependentes de substâncias psicoativas (IDSP) 
não tinham um tratamento direcionado às suas ne-
cessidades. Entretanto, com a política de atenção 
primária após a RF, novas estratégias foram estu-
dadas para a implementação de uma assistência 
de saúde melhor direcionada aos IDSP, como relata-
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do por Azevedo e Miranda em traba-
lho apresentado na revista Escola Anna 
Nery em 2010.
Segundo o trabalho de Kantorski, 
publicado na Revista Mineira de En-
fermagem em 2010, há uma grande 
preocupação dos enfermeiros que 
trabalham no CAPS-AD com a adesão 
ao tratamento medicamentoso, pois é 
necessário que haja a diminuição dos 
sintomas de abstinência para que o indivíduo consiga estar melhor “equilibra-
do” para enfrentar o tratamento. 
Ainda conforme Kantorski, o acolhimento inicial ao IDSP é realizado pela 
escuta terapêutica por parte do enfermeiro do CAPS-AD, a fi m de oferecer um 
cuidado integral para encaminhar o usuário a outros profi ssionais que traba-
lham no CAPS-AD. Portanto, tal ação proporciona aos enfermeiros um olhar 
maior diante de atividades mais amplas da assistência de enfermagem no aten-
dimento de saúde mental.
Saúde mental e trabalho
Os transtornos mentais confi guram os principais motivos de afastamento 
do trabalho no Brasil. Isto demonstra que relação entre saúde mental e traba-
lho é intrínseca ao desenvolvimento de transtornos psíquicos durante a vida 
laboral. Lima, conforme publicado nos Cadernos de Psicologia Social do Trabalho 
em 2013, aponta que os principais problemas de adoecimento mental estão 
relacionados a questões pessoais no trabalho e critica a ação de al-
gumas empresas em preocupar-se somente com o atendimento 
individual à pessoa com psicopatologia, uma vez que 
o atendimento deveria ser coletivo, a fi m de sanar 
todos os problemas de relacionamentos dentro do 
ambiente de trabalho. 
Assim, de acordo com Lima, ao detectar os pro-
blemas envolvidos no ambiente de trabalho, novas 
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ações devem ser executadas junto ao 
trabalhador adoecido e à equipe de 
trabalho. Silva, Bernardo e Souza, em 
artigo de 2016 para a Revista Brasilei-
ra de Saúde Ocupacional, indicam que 
o mundo altamente globalizado e com 
velocidade de informações, em espe-
cial na área de tecnologia, e as novas 
gestões de acompanhamento da velo-
cidade mundial de inovações são res-
ponsáveis por causar um grande dé-
ficit no bem-estar do trabalhador, em 
razão da necessidade de eventual as-
sessoria nas novas formas de trabalho 
em um mundo com imensa velocidade 
de informações. 
Apesar de um mundo tão globali-
zado e veloz, a compreensão sobre a 
relação entre adoecimento psíquico 
e trabalho é incompreendida, dado 
que o trabalhador é visto como o úni-
co culpado pelo adoecimento. No ar-
tigo de Silva, Bernardo e Souza, está 
descrito que:
O trabalhador é tratado, nesse sentido, como descuidado e ir-
responsável frente a acidentes e ao adoecimento, desconside-
rando-se pressões, exigências, prazos e outras formalidades 
que caracterizam o trabalho contemporâneo, especialmente em 
países de economia dependente como o Brasil e outros da Amé-
rica Latina (2016, p. 2).
Indivíduos que trabalham em longas jornadas ou são denominados como vi-
ciados em trabalho ou são vistos como empregados exemplares dentro de uma 
empresa, já que o trabalhador assalariado lida com um mundo extremamente 
competitivo, o que ressalta a precarização do ambiente laboral dos trabalhadores. 
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1. Dedicação 
intensifi cada
2. Descaso com as
necessidades pessoais
3. Recalque de 
confl itos
4. Reinterpretação
dos valores
5. Negação de 
problemas
7. Despersonalização
9. Colapso físico
e mental
10. Estado de
emergência
8. Tristeza 
intensa
6. Recolhimento e 
aversão a reuniões
Figura 7. As fases da síndrome de burnout. Fonte: BUSIN, 2018. (Adaptado).
Segundo Silva, Bernardo e Souza, quando este trabalhador adoece men-
talmente, ele sente-se sozinho diante da falta de apoio do empregador e de 
políticas de saúde no âmbito daassistência em nosso país ao acometido por 
doença mental em razão do trabalho.
A síndrome de burnout na enfermagem
A síndrome de burnout, ou síndrome do esgotamento profi ssional, é cons-
tantemente associada aos trabalhadores da área da saúde, principalmente à 
equipe de enfermagem, os quais trabalham na linha de frente do cuidado ao 
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cliente durante 24 horas por dia, sete dias por semana, mesmo com muitas 
instituições não oferecendo instalações, equipamentos e materiais adequados 
para o trabalho de enfermagem. 
No trabalho de Merces, apresentado na Revista Baiana de Enfermagem em 
2016, que relata a síndrome de burnout na atenção básica de saúde, pois a 
falta de pessoal, os baixos salários, a precariedade das instalações do local de 
trabalho, os confl itos que surgem com a equipe de saúde e a sobrecarga de 
atendimento levam os membros da equipe de enfermagem ao adoecimento 
pela síndrome do esgotamento profi ssional.
Os sinais e sintomas compreendem exaustão emocional, despersonaliza-
ção (estranho a si mesmo, realiza as atividades em modo automático), fadiga, 
insônia, cefaleia, agressividade, difi culdade de concentração, alteração de hu-
mor, falta de apetite e défi cit de memória, fatores que podem levar o trabalha-
dor ao afastamento do trabalho.
Mudanças essenciais mantêm o bem-estar do trabalhador, como organiza-
ção do ambiente de trabalho, cursos de atualização e capacitação, melhores 
salários, contratação de mais funcionários e resolução de confl itos pessoais no 
ambiente de trabalho. Essas medidas preventivas devem ser adotadas, mas há 
um grande desafi o para que sejam empregadas corretamente. 
Teoria do estresse
De acordo com Silva, Goulart e Guido, em artigo para a Revista Científi ca Sena 
Aires, em 2018, o cientista e médico Hans Selye (1907–1982) notou que pacientes 
desencadeavam sintomas semelhantes ao adentrarem à clínica médica, como 
perda de peso, fraqueza muscular e inapetência, o que ele denominou de “sín-
drome de estar doente”. Para explicar melhor esse fenômeno, Selye realizou um 
estudo científi co com animais e os submeteu a inúmeras situações agressivas.
As mesmas respostas foram notadas, independentemente da situação: au-
mento do córtex da glândula suprarrenal, atrofi a do timo e úlceras gastrointes-
tinais. A partir de então, o cientista relacionou esses sinais com o signifi cado 
de estresse biológico e denominou de síndrome de adaptação geral (SAG), ou 
síndrome do estresse biológico. Logo, observam-se três fases na síndrome: a) 
reação de alarme, b) resistência e c) exaustão.
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A fase a consiste em uma reação do organismo para compreender o que 
ocorre à sua volta de modo a atender às necessidades exigidas, defendendo 
o organismo de determinada ameaça. Para isso, o corpo responde com au-
mento de frequência cardíaca, sudorese, aumento ou diminuição da pressão 
arterial, fadiga, tensão muscular, alterações gástricas e intestinais, entre ou-
tros sinais de esgotamento.
Na fase b, que manifesta-se devido a uma reação à adaptação ao evento 
estressor, os sinais são ansiedade, diminuição da libido, medo, irritabilidade 
e aumento ou diminuição de apetite. Por último, na fase c, os mecanismos 
de adaptação falham e são notados os sinais e sintomas de doenças gas-
trointestinais, depressão, cardiopatia e pneumopatia, o que pode resultar 
em morte, se nenhuma intervenção for feita.
Explicação neuroendócrina ao estresse
A explicação da síndrome do estresse biológico tem um caráter neuroen-
dócrino para Selye e é baseada em dois eixos: hipotálamo – hipófi se – córtex 
da glândula suprarrenal; e hipotálamo – sistema nervoso simpático – medu-
la da glândula suprarrenal. No primeiro eixo, o hipotálamo libera corticotro-
fi na (CRH), o qual estimula a hipófi se e aumenta a produção do hormônio 
adrenocorticotrófi co (ACTH), que age no córtex das glândulas suprarrenais 
e aumentam os níveis de cortisol e aldosterona. O resultado dessa casca-
ta de produção de hormônios durante um evento estressor desencadeia 
transtornos comportamentais, alterações de peso, insônia ou hipersonia, 
diminuição de respostas imunológicas, hipertensão arterial sistêmica (HAS) 
e doenças gástricas.
Já no segundo eixo, conforme Silva, Goulart e Guido, o siste-
ma nervoso simpático (SNS), infl uenciado pela ação de hipófi se, 
estimula a liberação de adrenalina e noradrenalina 
pela medula suprarrenal, que ocasionam sinais e 
sintomas parecidos com uma situação de luta ou 
fuga: midríase, hiperidrose, taquicardia, dilata-
ção brônquica, diminuição do débito urinário e 
aumento das atividades musculares e mentais.
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Estresse
Sistema nervoso autônomoPredomínio 
simpático
Isquemia
Alterações do ritmo
Catecolaminas
Suprarrenais
Ateromas
Plaquetas
ACTH
Defi ciência 
imunológica
Sistema límbico
Hipotálamo
Hipófi se
Figura 8. Esquema da fi siopatologia do estresse. Fonte: MIRANDA-VILELA, 2019. (Adaptado).
Anos mais tarde, Selye apresentou a ideia de que o estresse também pode 
ter um efeito positivo e ajuda o indivíduo a enfrentar os problemas do coti-
diano – no entanto, sua teoria é baseada em eventos estressores físicos. Nos 
anos 1980, foi proposta a teoria de estresse baseada em eventos psicológicos, 
denominada de teoria interacional, e que pode ser dividida em duas fases: na 
primeira, o indivíduo signifi ca o evento e isso pode desencadear uma respos-
ta; na segunda fase, ocorre a adaptação ao evento estressor ou as estratégias 
para o enfrentamento são avaliadas.
Existem muitas outras defi nições e estudos sobre o que os eventos estres-
sores psicológicos e/ou físicos desencadeiam no indivíduo, mas o importante 
é saber que esses efeitos podem trazer efeitos negativos e, assim, levam ao 
adoecimento físico e psíquico da pessoa, levando à perda de qualidade de vida 
e problemas em todas as áreas de sua vida.
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A relação da família com o portador de transtorno mental
A família do indivíduo acometido por psicopatologia passa a ter um con-
tato mais próximo aos profi ssionais da área da saúde, que atuam na rede de 
atenção primária de saúde mental, e por consequência auxiliam no tratamento 
do parente em sofrimento psíquico, o que pode trazer muitos benefícios para 
todas as partes envolvidas. 
De acordo com Bielemann, como expresso em artigo para a revista Texto & 
Contexto em 2009, antes da reforma psiquiátrica (RP), a família era uma mera 
observadora. Com as mudanças ocorridas, a relação familiar tornou-se mais 
estreita, observando que o sucesso no tratamento está diretamente relaciona-
do com o apoio familiar.
ASSISTA
Nos anos 1950, Nise da Silveira, uma psiquiatra que não 
concordava com os tratamentos convencionais para es-
quizofrenia, assumiu o setor de terapia ocupacional de um 
hospital psiquiátrico no Rio de Janeiro e utilizou uma forma 
inovadora no cuidado com os pacientes. No trailer do fi lme 
Nise - o coração da loucura, baseado em fatos reais, é 
possível observar um pouco dos hospitais psiquiátricos da 
época, que pareciam prisões em que os pacientes viviam 
de maneira desumana e os médicos indicavam cirurgias no 
cérebro, como a lobotomia, para tratamentos psiquiátricos. 
A família possui também o papel de cuidadora da pessoa acometida por 
transtorno psiquiátrico e é de suma importância a inclusão da família na rede 
de atenção primária, porque é o local de orientação, de resolução de dúvidas, 
sem esquecer dos sentimentos do membro familiar que podem ser avaliados 
por profi ssionais preparados para este tipo de situação,em razão do estres-
se no cuidado de um familiar doente. Com visitas domiciliares realizadas pela 
equipe do CAPS, há um trabalho de acolhimento do familiar através do diálogo 
com o parente cuidador do paciente, trazendo informações importantes para o 
manejo terapêutico no tratamento do indivíduo. 
Para Mielke e colaboradores, como descrito em artigo para a Revista Eletrô-
nica de Enfermagem em 2010, a família era considerada culpada pelo adoeci-
mento psicológico do parente no modelo manicomial e, por esse motivo, era 
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afastada do parente adoecido. No modelo atual, a família é uma ferramenta 
importante na reabilitação do indivíduo com transtorno psiquiátrico, embora, 
muitas vezes, vá ao serviço de saúde com sentimentos de exaustão, desespe-
rança, culpa e impotência diante do cuidado com o familiar adoecido.
O serviço de atenção primária tem o objetivo de oferecer apoio 
e esclarecimento diante da problemática enfrentada pelo familiar 
do indivíduo diagnosticado com transtorno psiquiátri-
co. Os caminhos para inclusão da família vão das vi-
sitas domiciliares às participações em oficinas de 
atividades, bem como o acolhimento em espaços 
de escuta para estabelecer o vínculo entre família, 
usuário e profissionais que trabalham no CAPS.
Figura 9. Centro Atenção Psicossocial. Fonte: Portal O Dia, 2019.
Cuidar de um familiar acometido por um transtorno psiquiátrico pode ser um 
grande desafio à família; ter um lugar de apoio e acolhimento faz toda a diferen-
ça no processo de reabilitação do usuário. É importante que paciente e família 
possuam esta rede de apoio para que a saúde física e psicológica, bem como a 
qualidade de vida, esteja melhor. 
SAÚDE MENTAL E CUIDADO DE ENFERMAGEM EM PSIQUIATRIA 72
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Sintetizando
A teoria psicodinâmica leva em conta a história de vida do indivíduo e como 
ele pode se adaptar frente à problemática, de acordo com funcionamento de 
seus pensamentos. Tal teoria tem base em modelos psicanalíticos e na teoria da 
personalidade. Sigmund Freud foi o principal expoente da teoria da personali-
dade, baseada no conceito de aparelho psíquico, modelo que ele utilizou para 
formular a segunda tópica, a qual se sustenta no entendimento da interação 
entre id, ego e superego. Assim, ele relacionou esses estudos com as fases psi-
cossociais do desenvolvimento humano, classificadas em: fase oral, fase anal, 
fase fálica, fase de latência e fase genital.
De acordo com as explicações da construção do modelo de personalida-
de, a abordagem psicodinâmica tenta entender o funcionamento da mente ao 
analisar os pensamentos do indivíduo e, assim, procura alternativas para lidar 
com transtornos psiquiátricos. No final da década de 1970, a psicodinâmica do 
trabalho passou a estudar a relação de saúde mental com o trabalho, com em-
basamento nos princípios de prazer e sofrimento. Essa teoria pode ser usada 
no trabalho de enfermagem para apontar dificuldades e frustrações, a fim de 
encontrar meios para extravasar sentimentos em relação ao trabalho, por meio 
de um espaço terapêutico de escuta.
O processo de enfermagem é composto pelas seguintes fases: avaliação, 
diagnóstico, identificação de resultados, planejamento, implementação e avalia-
ção final. Para que o processo de enfermagem seja realmente eficaz, a comuni-
cação e o relacionamento terapêutico são instrumentos fundamentais para criar 
vínculo e confiança entre paciente, enfermeiro e a família do assistido.
Dessa forma, o enfermeiro precisa de um conhecimento global sobre saúde, 
bem como saber sobre a psicopatologia e seus aspectos psíquicos e 
comportamentais. Assim, o enfermeiro é peça fundamental para 
que haja promoção, tratamento e a reabilitação de uma 
população tão marginalizada pela sociedade. A assis-
tência de enfermagem ao indivíduo que faz uso de 
psicofármacos é importante para adesão ao trata-
mento, mesmo frente aos inúmeros efeitos adver-
sos existentes no uso dessas drogas.
SAÚDE MENTAL E CUIDADO DE ENFERMAGEM EM PSIQUIATRIA 73
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Os psicofármacos trouxeram uma nova esperança para o tratamento de in-
divíduos com transtornos psiquiátricos e as principais classificações deles são 
ansiolíticos, antipsicóticos e antidepressivos. A assistência de enfermagem está 
relacionada com o conhecimento dos efeitos adversos e o enfermeiro deve ofe-
recer medidas de conforto, estabelecendo um relacionamento terapêutico para 
orientar e educar o usuário e a família a fim de uma melhor adesão ao tratamento.
As substâncias psicoativas sempre fizeram parte da história da humanidade. 
Com a evolução da ciência, comprovou-se que muitas substâncias psicoativas 
causavam – e ainda causam – prejuízos aos seus usuários. Ao longo dos anos, a 
questão de dependência de álcool e outras drogas ganhou uma nova visão para 
uma abordagem melhor direcionada aos IDSP. O enfermeiro assume, então, um 
papel mais amplo no cuidado integral a esses usuários.
Os problemas no trabalho têm relação com relacionamentos interpessoais 
ineficazes, e a intervenção psicológica deve ser coletiva, não somente no traba-
lhador adoecido. Para que o adoecimento mental não ocorra, faz-se necessário 
o olhar do empregador à dinâmica de trabalho da empresa, bem como o rela-
cionamento interpessoal de seus trabalhadores, adotando medidas preventi-
vas contra o adoecimento mental no trabalho em todas as áreas, em especial 
na área de enfermagem, na qual muitos trabalhadores são afetados pela sín-
drome do esgotamento profissional.
Selye percebeu, no início do século XX, que muitos pacientes apresentavam 
os mesmos sintomas de fraqueza, falta de apetite e emagrecimento. Em estu-
dos laboratoriais, diferentes eventos agressivos geravam a mesma resposta aos 
animais, o que foi descrito como síndrome do estresse biológico, com inúmeros 
sintomas negativos e podendo levar o indivíduo à morte. Muitos anos mais tar-
de, o estresse teve um efeito positivo ao fazer com que a pessoa tenha maior 
cautela no enfrentamento dos problemas cotidianos. O estresse tam-
bém gera uma resposta cognitiva, que pode ou não levar a pessoa 
ao adoecimento psíquico.
Antes da reforma psiquiátrica, a família era man-
tida afastada do parente em sofrimento psíquico. 
Com as mudanças ocorridas no setor da Psiquia-
tria, a família passou a ser incluída no auxílio do 
tratamento do ente adoecido. Cuidar de uma pessoa 
SAÚDE MENTAL E CUIDADO DE ENFERMAGEM EM PSIQUIATRIA 74
SER_ENFERMA_SMCEP_UNID2.indd 74 05/10/2020 11:39:34
com transtorno mental traz muitos sentimentos, como impotência, incertezas, 
culpa e exaustão. O CAPS e seus trabalhadores têm como objetivo oferecer ao 
familiar um espaço de escuta e acolhimento para ajudar na criação de vínculo 
com o usuário e familiares, bem como angariar informações sobre a situação 
cotidiana da família e de seu ente adoecido. Com a inclusão da família ao trata-
mento do usuário há sucesso na qualidade de vida, tanto na pessoa acometida 
por transtorno psiquiátrico quanto na sua família. 
SAÚDE MENTAL E CUIDADO DE ENFERMAGEM EM PSIQUIATRIA 75
SER_ENFERMA_SMCEP_UNID2.indd 75 05/10/2020 11:39:34
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INTERVENÇÕES 
DE ENFERMAGEM 
EM PESSOAS 
ACOMETIDAS POR 
TRANSTORNOS 
MENTAIS I
3
UNIDADE
SER_ENFERMA_SMCEP_UNID3.indd 81 05/10/2020 11:39:42
Objetivos da unidade
Tópicos de estudo
 Conhecer as características da esquizofrenia, identificar seus sinais, sintomas e 
tipos, compreender sua fisiopatologia e o processo de intervenção de enfermagem;
 Identificar outros transtornos delirantes;
 Explorar os principais transtornos de humor;
 Identificar os sinais e sintomas da depressão e compreender sua neurobiologia;
 Analisar as características do transtorno de humor bipolar sua fisiopatologia e 
as fases dos transtornos I e II; 
 Compreender as principais intervenções de enfermagem na depressão e no 
transtorno afetivo bipolar;
 Conhecer as principais características dos transtornos de personalidade, 
algumas de suas alterações estruturais cerebrais e as principais intervenções 
de enfermagem.
 Intervenções de enfermagem à 
pessoa com comportamento esqui-
zofrênico e transtornos delirantes
 Demência precoce e esquizofrenia
 Dopamina
 Serotonina
 Glutamato
 Outros fatores que podem contri-
buir para a gênese da esquizofrenia
 Outros transtornos delirantes
 Intervenções de enfermagem 
em esquizofrenia e outros trans-
tornos delirantes
 Intervenções de enfermagem à 
pessoa com comportamento de-
corrente de transtornos de humor
 Depressão
 Neurobiologia da depressão
 Transtorno Afetivo Bipolar (TAB)
 Fisiopatologia do TAB
 Intervenções de enfermagem 
nos indivíduos acometidos por 
transtornos de humor
 Intervenções de enfermagem à pes-
soa com comportamento decorrente 
dos transtornos de personalidade
 Grupo A
 Grupo B
 Grupo C
 Intervenções de enfermagem 
nos indivíduos acometidos por 
transtornos de personalidade
SAÚDE MENTAL E CUIDADO DE ENFERMAGEM EM PSIQUIATRIA 82
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Intervenções de enfermagem à pessoa com comporta-
mento esquizofrênico e transtornos delirantes
Segundo Silva (2006), a esquizofrenia é uma doença grave, idiopática e com-
plexa que atinge 1% da população mundial e que ocorre no fi m da adolescência 
e início da fase adulta, geralmente. Porém, há crianças e adolescentes com es-
quizofrenia, embora isto seja um pouco mais raro. 
Esta doença é mais frequente em homens do que em mulheres e pode de-
sencadear alucinações (relacionados ao sistema sensorial) ou delírios (crença em 
uma realidade alternativa), como ocorre por exemplo com o indivíduo que acre-
dita ser um espião e possuir um chip implantado no corpo, ou mesmo ser Deus.
Além disso, os indivíduos acometidos por essa doença possuem défi cit 
no autocuidado, distanciamento social, desorganização de pensamentos, dis-
cursos pobres, confusão mental e difi culdades em lidar com sentimentos e 
emoções, entre outros. 
Demência precoce e esquizofrenia
O termo “demência precoce” foi introduzido pelo psiquiatra alemão Emil 
Kraepelin (1856-1926), no fi nal do século XIX. Ele defi niu demência precoce com 
base no modelo médico vigente e acreditava que doenças psiquiátricas pos-
suem caráter biológico e genético. Deste modo, a demência precoce poderia 
ser dividida em três subtipos – hebefrênica, paranoide e catatônica – e seus 
sintomas eram apresentados por meio de alucinações, défi cit de atenção, esva-
ziamento afetivo, sintomas de catatonia, difi culdades de compreensão e apren-
dizagem de novos conteúdos e défi cit no curso do pensamento. 
Kraepelin também compreendeu que a demência precoce possuía uma di-
nâmica diferente da psicose maníaco-depressiva e da paranoia, e assim as clas-
sifi cou de formas distintas. Sua teoria foi criticada pela ausência de explicações 
mais detalhadas sobre o curso da demência precoce. Devido a isso, posterior-
mente, Bleuler (1857-1939) renomeou a demência precoce de esquizofrenia e 
acrescentou alguns dados à teoria de seu antecessor, Kraepelin (CAMPOS, 2010).
Assim, para Bleuler, a esquizofrenia é caracterizada por fundamentos pri-
mários e secundários, os quais são constituídos por ideias desconexas, am-
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biguidade, autismo, alterações de afeto, alucinações e delírios. Com os anos 
seguintes, muitos avanços são encontrados para entender a esquizofrenia, 
como mecanismos psicopatológicos, estruturas e funcionamento cerebrais, o 
surgimento dos neurolépticos para tratamento da doença e estudos de com-
portamento e imagens, bem como suas diferentes classifi cações. Entretanto, 
como a esquizofrenia é uma psicopatologia complexa, a evolução de seu curso 
ainda é discutida.
ASSISTA
Assista ao filme Uma mente brilhante (2001), dirigido por Ron Howard. 
O longa conta a história de John Nash, um matemático brilhante que 
passa a sofrer com diversos delírios e alucinações e acaba por ser 
diagnosticado com esquizofrenia.
Fisiopatologia da esquizofrenia
O surgimento dos antipsicóticos ou neurolépticos, a partir da década de 50, 
fi zeram com que os estudos neuropatológicos da esquizofrenia se voltassem 
diretamente para o funcionamento dos neurotransmissores. Isto se deu por-
que a clorpromazina teve uma resposta satisfatória no tratamento de esquizo-
frenia. No início dos anos 50, e alguns anos mais tarde, outros pesquisadores 
identificaram que o Amplictil® e o haloperidol (Haldol®) também tiveram êxito 
no tratamento experimental com ratos.
Dopamina
O que se propôs pelo uso dos neurolépticos é que eles seriam antagonistas 
dos receptores de dopamina, e assim aumentariam os níveis desse neurotrans-
missor (NT). Sabe-se também que a ingestão de anfetaminas pode induzir um 
quadro semelhante de esquizofrenia em pessoas saudáveis, além de poten-
cializar uma crise em indivíduos com predisposição a esta psicopatologia, por 
inibir o transportar de dopamina, o que resulta em uma maior liberação de 
dopamina pelos neurônios pré-sinápticos. 
Ou seja: a esquizofrenia está relacionada com uma grande liberação de do-
pamina na fenda sináptica e isso faz com que haja predominantemente sinto-
mas positivos, como alucinação e delírios (SILVA, 2006).
SAÚDE MENTAL E CUIDADO DE ENFERMAGEM EM PSIQUIATRIA 84
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1. Vesículas de 
dopamina
2. Liberação de
dopamina na
sinapse
3. Ligação dos receptores 
de dopamina
4. Recaptação
da dopamina
Figura 1. Transmissão de dopamina - sinapse química. Fonte: UFRGS, 2013.
No entanto, essa explicação não atende às necessidades de elucidação dos 
sintomas negativos da esquizofrenia, os quais compreendem embotamento afe-
tivo (difi culdade em expressar emoções e sentimentos) e pobreza de discurso.
Serotonina
Outra hipótese proposta foi por meio dos NTs serotoninérgicos, os quais fo-
ram observados em estudos sobre os efeitos do ácido lisérgico (LSD) que causa 
sintomas semelhantes ao da esquizofrenia, como alucinações, despersonalização 
e desrealização por meio do bloqueio de receptores serotoninérgicos, o que faz 
com que uma grande quantidade de serotonina permaneça na fenda sináptica.
O neurônio da serotonina
Serotonina
Receptor de serotonina 
Figura 2. Transmissão de serotonina – sinapse química. Fonte: ZIEGLER, 2019.
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E assim, com o advento dos neurolépticos atípicos, algumas pesquisas mos-
traram que esses fármacos teriam mais afi nidade com os NTs serotoninérgicos 
em relação aos NTs dopaminérgicos. No entanto, anos mais tarde, descobriu-se 
que os neurolépticos típicos também têm afi nidade com os NTs serotoninérgi-
cos, e isso fez com que a teoria de que a gênese da esquizofrenia seria baseada 
apenas nos NTs serotoninérgicos apresentasse inconsistências.
Glutamato
Sabe-se que o glutamato é um NT excitatório mais comumente encontrado 
no Sistema Nervoso Central (SNC) e que está associado aos processos cogniti-
vos e de memória. Então, uma das hipóteses para a esquizofrenia encontra-se 
baseada na teoria do NT glutamato.
Terminal 
pré-sináptico
Glutamina Glutamina
Glutamina 
sintetase
Célula glial
Receptores 
glutamatérgicos Célula pós-sináptica
TVGlu
TAE
TAE
Glutamato
Glutamato
GlutamatoGlutaminase
H3N
+ CH2 CH2
O
NH2
COO-
CCH
+ CH2 CH2NH3
COO-
COO-CH
Figura 3. Transmissão de glutamato - sinapse química. Fonte: RUGGIERO et al., 2011, p. 146. 
Assim, um estudo sobre os efeitos do anestésico ketamina ou cetami-
na, o qual possui afi nidade por receptores glutamatérgicos, foi administrado 
via endovenosa em indivíduos adultos saudáveis, nos quais produziu efeitos 
SAÚDE MENTAL E CUIDADO DE ENFERMAGEM EM PSIQUIATRIA 86
SER_ENFERMA_SMCEP_UNID3.indd 86 05/10/2020 11:40:52
Outros fatores que podem contribuir para a gênese da 
esquizofrenia
Muitos estudos relatam mudanças nas estruturas encefálicas, e portanto 
no desenvolvimento neural, como diminuição do volume cerebral, em pessoas 
com esquizofrenia. Isso ocorre em razão da perda de densidade neuronal e de 
sinapses responsáveis pela associação. Outras estruturas encefálicas também 
podem encontrar-se alteradas na esquizofrenia:
Outras anormalidades como aumento no tamanho ven-
tricular, alterações no córtex pré-frontal e hipocampo, de-
créscimo no número de neurônios em algumas áreas do 
cérebro e diminuição no número de interneurônios são 
também relatadas. Assim alguns autores consideram a es-
quizofrenia como uma doença de neurodesenvolvimento 
com neurodegeneração (RANGEL, SANTOS, 2013, p. 28).
EXPLICANDO
Ketamina, ou cetamina, é um anestésico que, em adultos, causa sinais de 
dependência e efeitos semelhantes à esquizofrenia. O mesmo não ocorre 
quando utilizado em crianças. 
Figura 4. Redução do volume encefálico no perfi l esquerdo, se comparado com o direito (imagem por RMI). 
Fonte: BALDEZ; GAMA, 2015.
 semelhantes à esquizofrenia: alucinações, delírios, embotamento afetivo e re-
tardo psicomotor. Devido a isso, foi considerado um bom modelo experimental 
para a esquizofrenia, posto que ela ocorre no início da fase adulta. 
Estudos também mostram que há alterações glutamatérgicas no cérebro 
de esquizofrênicos, nos lobos pré-frontal e temporal e no tálamo. Dessa ma-
neira, o conceito do NT glutamatérgico tem papel de auxiliar na compreensão 
da patogênese da esquizofrenia.
SAÚDE MENTAL E CUIDADO DE ENFERMAGEM EM PSIQUIATRIA 87
SER_ENFERMA_SMCEP_UNID3.indd 87 05/10/2020 11:40:55
Há ainda a hipótese do desenvolvimento da esquizofrenia na gravidez, 
por meio de exposição a viroses. Entretanto, esses estudos precisam ser mais 
aprofundados. Outra hipótese bastante analisada é a genética, uma vez que 
estudos comprovam que a esquizofrenia é vista em determinadas famílias. As-
sim, descobriu-se um componente genético em comum nessas famílias, mas 
que não foi o sufi ciente para desenvolver a doença. Então, os pesquisadores 
da área concluíram que a predisposição genética aumenta conforme o grau 
de parentesco mais próximo. Além disso, fatores ambientais também parecem 
contribuir para o desenvolvimento da esquizofrenia. 
Como pode-se notar, a esquizofrenia é uma doença muito complexa e o 
entendimento sobre o seu desenvolvimento ainda percorre um longo caminho. 
Apesar dos avanços que a ciência conseguiu estabelecer, ainda são necessários 
muitos estudos nessa área.
QUADRO 1. PRINCIPAIS TIPOS DE ESQUIZOFRENIA
ESQUIZOFRENIA CARACTERÍSTICAS
Catatônica
Redução de movimentos corporais ou imobilidade, ecolalia (repetição 
de palavras ou sons emitidos por outras pessoas) e imitação de 
movimentos de outro indivíduo; 
Hebefrênica
Caracterizada por comportamento infantil, desorganização de 
pensamento, difi culdade em realizar autocuidado (vestir-se, escovar 
os dentes, tomar banho etc.). Respostas emocionais exageradas 
frente aos estímulos; 
Paranoide
O tipo de esquizofrenia mais comum, em que estão presentes 
alucinações, delírios, sensação de perseguição, pensamentos sobre 
conspirações, confusão mental, desinteresse pela vida social;
Simples Afastamento do convívio social. 
Redução de movimentos corporais ou imobilidade, ecolalia (repetição Redução de movimentos corporais ou imobilidade, ecolalia (repetição Redução de movimentos corporais ou imobilidade, ecolalia (repetição 
de palavras ou sons emitidos por outras pessoas) e imitação de 
Redução de movimentos corporais ou imobilidade, ecolalia (repetição 
de palavras ou sons emitidos por outras pessoas) e imitação de 
Redução de movimentos corporais ou imobilidade, ecolalia (repetição 
de palavras ou sons emitidos por outras pessoas) e imitação de 
Caracterizada por comportamento infantil, desorganização de 
pensamento, difi culdade em realizar autocuidado (vestir-se, escovar 
Redução de movimentos corporais ou imobilidade, ecolalia (repetição 
de palavras ou sons emitidos por outras pessoas) e imitação de 
Caracterizada por comportamento infantil, desorganização de 
pensamento, difi culdade em realizar autocuidado (vestir-se, escovar 
os dentes, tomar banho etc.). Respostas emocionais exageradas 
Redução de movimentos corporais ou imobilidade, ecolalia (repetição 
de palavras ou sons emitidos por outras pessoas) e imitação de 
Caracterizada por comportamento infantil, desorganização de 
pensamento, difi culdadeem realizar autocuidado (vestir-se, escovar 
os dentes, tomar banho etc.). Respostas emocionais exageradas 
Redução de movimentos corporais ou imobilidade, ecolalia (repetição 
de palavras ou sons emitidos por outras pessoas) e imitação de 
movimentos de outro indivíduo; 
Caracterizada por comportamento infantil, desorganização de 
pensamento, difi culdade em realizar autocuidado (vestir-se, escovar 
os dentes, tomar banho etc.). Respostas emocionais exageradas 
O tipo de esquizofrenia mais comum, em que estão presentes 
alucinações, delírios, sensação de perseguição, pensamentos sobre 
Redução de movimentos corporais ou imobilidade, ecolalia (repetição 
de palavras ou sons emitidos por outras pessoas) e imitação de 
movimentos de outro indivíduo; 
Caracterizada por comportamento infantil, desorganização de 
pensamento, difi culdade em realizar autocuidado (vestir-se, escovar 
os dentes, tomar banho etc.). Respostas emocionais exageradas 
O tipo de esquizofrenia mais comum, em que estão presentes 
alucinações, delírios, sensação de perseguição, pensamentos sobre 
Redução de movimentos corporais ou imobilidade, ecolalia (repetição 
de palavras ou sons emitidos por outras pessoas) e imitação de 
movimentos de outro indivíduo; 
Caracterizada por comportamento infantil, desorganização de 
pensamento, difi culdade em realizar autocuidado (vestir-se, escovar 
os dentes, tomar banho etc.). Respostas emocionais exageradas 
O tipo de esquizofrenia mais comum, em que estão presentes 
alucinações, delírios, sensação de perseguição, pensamentos sobre 
conspirações, confusão mental, desinteresse pela vida social;
Redução de movimentos corporais ou imobilidade, ecolalia (repetição 
de palavras ou sons emitidos por outras pessoas) e imitação de 
movimentos de outro indivíduo; 
Caracterizada por comportamento infantil, desorganização de 
pensamento, difi culdade em realizar autocuidado (vestir-se, escovar 
os dentes, tomar banho etc.). Respostas emocionais exageradas 
O tipo de esquizofrenia mais comum, em que estão presentes 
alucinações, delírios, sensação de perseguição, pensamentos sobre 
conspirações, confusão mental, desinteresse pela vida social;
Redução de movimentos corporais ou imobilidade, ecolalia (repetição 
de palavras ou sons emitidos por outras pessoas) e imitação de 
movimentos de outro indivíduo; 
Caracterizada por comportamento infantil, desorganização de 
pensamento, difi culdade em realizar autocuidado (vestir-se, escovar 
os dentes, tomar banho etc.). Respostas emocionais exageradas 
O tipo de esquizofrenia mais comum, em que estão presentes 
alucinações, delírios, sensação de perseguição, pensamentos sobre 
conspirações, confusão mental, desinteresse pela vida social;
Redução de movimentos corporais ou imobilidade, ecolalia (repetição 
de palavras ou sons emitidos por outras pessoas) e imitação de 
movimentos de outro indivíduo; 
Caracterizada por comportamento infantil, desorganização de 
pensamento, difi culdade em realizar autocuidado (vestir-se, escovar 
os dentes, tomar banho etc.). Respostas emocionais exageradas 
frente aos estímulos; 
O tipo de esquizofrenia mais comum, em que estão presentes 
alucinações, delírios, sensação de perseguição, pensamentos sobre 
conspirações, confusão mental, desinteresse pela vida social;
Redução de movimentos corporais ou imobilidade, ecolalia (repetição 
de palavras ou sons emitidos por outras pessoas) e imitação de 
movimentos de outro indivíduo; 
Caracterizada por comportamento infantil, desorganização de 
pensamento, difi culdade em realizar autocuidado (vestir-se, escovar 
os dentes, tomar banho etc.). Respostas emocionais exageradas 
frente aos estímulos; 
O tipo de esquizofrenia mais comum, em que estão presentes 
alucinações, delírios, sensação de perseguição, pensamentos sobre 
conspirações, confusão mental, desinteresse pela vida social;
Redução de movimentos corporais ou imobilidade, ecolalia (repetição 
de palavras ou sons emitidos por outras pessoas) e imitação de 
movimentos de outro indivíduo; 
Caracterizada por comportamento infantil, desorganização de 
pensamento, difi culdade em realizar autocuidado (vestir-se, escovar 
os dentes, tomar banho etc.). Respostas emocionais exageradas 
frente aos estímulos; 
O tipo de esquizofrenia mais comum, em que estão presentes 
alucinações, delírios, sensação de perseguição, pensamentos sobre 
conspirações, confusão mental, desinteresse pela vida social;
Afastamento do convívio social. 
Redução de movimentos corporais ou imobilidade, ecolalia (repetição 
de palavras ou sons emitidos por outras pessoas) e imitação de 
movimentos de outro indivíduo; 
Caracterizada por comportamento infantil, desorganização de 
pensamento, difi culdade em realizar autocuidado (vestir-se, escovar 
os dentes, tomar banho etc.). Respostas emocionais exageradas 
frente aos estímulos; 
O tipo de esquizofrenia mais comum, em que estão presentes 
alucinações, delírios, sensação de perseguição, pensamentos sobre 
conspirações, confusão mental, desinteresse pela vida social;
Afastamento do convívio social. 
Redução de movimentos corporais ou imobilidade, ecolalia (repetição 
de palavras ou sons emitidos por outras pessoas) e imitação de 
movimentos de outro indivíduo; 
Caracterizada por comportamento infantil, desorganização de 
pensamento, difi culdade em realizar autocuidado (vestir-se, escovar 
os dentes, tomar banho etc.). Respostas emocionais exageradas 
frente aos estímulos; 
O tipo de esquizofrenia mais comum, em que estão presentes 
alucinações, delírios, sensação de perseguição, pensamentos sobre 
conspirações, confusão mental, desinteresse pela vida social;
Afastamento do convívio social. 
Redução de movimentos corporais ou imobilidade, ecolalia (repetição 
de palavras ou sons emitidos por outras pessoas) e imitação de 
Caracterizada por comportamento infantil, desorganização de 
pensamento, difi culdade em realizar autocuidado (vestir-se, escovar 
os dentes, tomar banho etc.). Respostas emocionais exageradas 
frente aos estímulos; 
O tipo de esquizofrenia mais comum, em que estão presentes 
alucinações, delírios, sensação de perseguição, pensamentos sobre 
conspirações, confusão mental, desinteresse pela vida social;
Afastamento do convívio social. 
Redução de movimentos corporais ou imobilidade, ecolalia (repetição 
de palavras ou sons emitidos por outras pessoas) e imitação de 
Caracterizada por comportamento infantil, desorganização de 
pensamento, difi culdade em realizar autocuidado (vestir-se, escovar 
os dentes, tomar banho etc.). Respostas emocionais exageradas 
frente aos estímulos; 
O tipo de esquizofrenia mais comum, em que estão presentes 
alucinações, delírios, sensação de perseguição, pensamentos sobre 
conspirações, confusão mental, desinteresse pela vida social;
Afastamento do convívio social. 
Redução de movimentos corporais ou imobilidade, ecolalia (repetição 
de palavras ou sons emitidos por outras pessoas) e imitação de 
Caracterizada por comportamento infantil, desorganização de 
pensamento, difi culdade em realizar autocuidado (vestir-se, escovar 
os dentes, tomar banho etc.). Respostas emocionais exageradas 
O tipo de esquizofrenia mais comum, em que estão presentes 
alucinações, delírios, sensação de perseguição, pensamentos sobre 
conspirações, confusão mental, desinteresse pela vida social;
Afastamento do convívio social. 
Redução de movimentos corporais ou imobilidade, ecolalia (repetição 
de palavras ou sons emitidos por outras pessoas) e imitação de 
Caracterizada por comportamento infantil, desorganização de 
pensamento, difi culdade em realizar autocuidado (vestir-se, escovar 
os dentes, tomar banho etc.). Respostas emocionais exageradas 
O tipo de esquizofrenia mais comum, em que estão presentes 
alucinações, delírios, sensação de perseguição, pensamentos sobre 
conspirações, confusão mental, desinteresse pela vida social;
Afastamento do convívio social. 
Caracterizada por comportamento infantil,desorganização de 
pensamento, difi culdade em realizar autocuidado (vestir-se, escovar 
os dentes, tomar banho etc.). Respostas emocionais exageradas 
O tipo de esquizofrenia mais comum, em que estão presentes 
alucinações, delírios, sensação de perseguição, pensamentos sobre 
conspirações, confusão mental, desinteresse pela vida social;
Afastamento do convívio social. 
pensamento, difi culdade em realizar autocuidado (vestir-se, escovar 
os dentes, tomar banho etc.). Respostas emocionais exageradas 
O tipo de esquizofrenia mais comum, em que estão presentes 
alucinações, delírios, sensação de perseguição, pensamentos sobre 
conspirações, confusão mental, desinteresse pela vida social;
Afastamento do convívio social. 
pensamento, difi culdade em realizar autocuidado (vestir-se, escovar 
os dentes, tomar banho etc.). Respostas emocionais exageradas 
O tipo de esquizofrenia mais comum, em que estão presentes 
alucinações, delírios, sensação de perseguição, pensamentos sobre 
conspirações, confusão mental, desinteresse pela vida social;
Afastamento do convívio social. 
O tipo de esquizofrenia mais comum, em que estão presentes 
alucinações, delírios, sensação de perseguição, pensamentos sobre 
conspirações, confusão mental, desinteresse pela vida social;
O tipo de esquizofrenia mais comum, em que estão presentes 
alucinações, delírios, sensação de perseguição, pensamentos sobre 
conspirações, confusão mental, desinteresse pela vida social;
alucinações, delírios, sensação de perseguição, pensamentos sobre 
conspirações, confusão mental, desinteresse pela vida social;
Outros transtornos delirantes
Alguns quadros semelhantes à esquizofrenia são vistos em psiquiatria, po-
rém são psicoses breves ou agudas que não trazem malefícios ao psiquismo 
da pessoa acometida. Estes eventos podem ser desencadeados após traumas 
ocorridos no passado, como por exemplo um assalto, acidente automobilístico 
ou perdas de entes queridos. 
SAÚDE MENTAL E CUIDADO DE ENFERMAGEM EM PSIQUIATRIA 88
SER_ENFERMA_SMCEP_UNID3.indd 88 05/10/2020 11:40:58
Ademais, apresentam sinais e sintomas de delírios, alucinações, confusão 
mental ou medo irracional. É importante salientar que esses delírios ou psi-
coses ocasionais não estão relacionados com o diagnóstico de transtorno de 
estresse pós-traumático, o TEPT.
Outros relatos de transtornos delirantes são encontrados na literatura, tal 
como, o Folie à deux, que literalmente signifi ca “loucura a dois”, mas este é de-
nominado como transtorno delirante induzido.
Segundo Machado et al., (2015), o transtorno delirante induzido ocorre de 
forma mais rara na população, mas pode ser desencadeado por infl uência de 
uma pessoa sobre outra, a qual tem uma maior predisposição para desenvol-
ver sintomas psicóticos. Este indivíduo deve ter acompanhamento de saúde e, 
geralmente, os sintomas delirantes cessam a partir de 14 dias após o início do 
tratamento, e a pessoa então pode voltar a uma vida normal. 
Intervenções de enfermagem em esquizofrenia e outros 
transtornos delirantes
A assistência de enfermagem para pessoas acometidas com esquizo-
frenia ou outras doenças delirantes engloba também a família ou cuidador 
da pessoa que possua a psicopatologia. Desta forma, para Carvalho (2012), 
conhecer as características da família é de suma importância para que o 
enfermeiro possa montar o seu plano terapêutico. Seu trabalho foca-se 
na comunicação, posto que, como a pessoa acometida com esquizofrenia 
tem dificuldade de verbalização, déficit no processo de pensamento e di-
ficuldades para entender e demonstrar sentimentos, cabe ao enfermeiro 
orientar sobre a doença e encorajar a comunicação com esse indivíduo 
para o estabelecimento de vínculo. 
Em outro estudo, mostra-se que a intervenção psicossocial é importante 
para que o indivíduo que possua essa doença mental faça o tratamento ade-
quado. Assim, salienta-se que o acompanhamento por meio de visitas domici-
liares é bastante efi caz para conhecer o cotidiano da família e o comportamen-
to do usuário em sua rotina (GIACON; GALERA, 2006).
A enfermagem em saúde mental tem o objetivo de avaliar as necessida-
des individuais de cada paciente, bem como orientar cada indivíduo com 
SAÚDE MENTAL E CUIDADO DE ENFERMAGEM EM PSIQUIATRIA 89
SER_ENFERMA_SMCEP_UNID3.indd 89 05/10/2020 11:40:58
esquizofrenia, ou outros transtornos delirantes, 
e sua família sobre os efeitos das medicações e 
o curso da doença, além de inserir este pacien-
te em atividades psicossociais para que a sua 
saúde seja promovida.
Intervenções de enfermagem à pessoa com 
comportamento decorrente de transtornos de humor
Os transtornos afetivos ou de humor são mais comuns na população, e por 
isso um deles é denominado como o “mal do século XXI”: a depressão. Segun-
do a Organização Mundial da Saúde (OMS), a depressão acomete cerca de 300 
milhões de pessoas em todo mundo, em qualquer faixa etária e condição fi nan-
ceira. Além disso, esta é uma das principais causas de afastamento do trabalho.
Entretanto, existem outros transtornos afetivos, como o transtorno afetivo 
bipolar, anteriormente denominado de doença maníaco-depressiva em razão 
de apresentar dois ciclos, um de mania (euforia) e o outro de depressão. Há 
também a distimia, caracterizada pelo constante “mau humor” em alguns in-
divíduos, além de outros transtornos que serão mencionados posteriormente.
ASSISTA
O fi lme Mr. Jones, de 1993, conta a história do personagem que dá nome 
ao fi lme, um homem diagnosticado com transtorno bipolar.
Depressão
A depressão atinge cerca de 300 milhões de pessoas em todo mundo e, como 
dito, é passível de ocorrer em todas as faixas etárias e classes sociais, embora 
as mulheres sejam mais afetadas do que os homens. Ela é uma das principais 
causas de afastamento do trabalho e está intrinsecamente ligada às tentativas e 
concretização do suicídio. Aqui, é importante ressaltar que os homens têm uma 
taxa maior de sucesso na concretização do suicídio que as mulheres. 
SAÚDE MENTAL E CUIDADO DE ENFERMAGEM EM PSIQUIATRIA 90
SER_ENFERMA_SMCEP_UNID3.indd 90 05/10/2020 11:40:58
Depressão não é tristeza, não é “frescura”, “falta de religiosidade” ou “pre-
guiça”. É preciso entender que depressão é um transtorno mental de humor 
que causa alterações no nível dos NTs (serotonina, noradrenalina e dopami-
na) em alguns indivíduos, e pode desencadear sinais e sintomas de tristeza 
intensa, culpa, alterações de sono (insônia ou hipersonia), alterações de apetite 
(para mais ou para menos), falta de energia em realizar tarefas do cotidiano, 
ausência de prazer nas atividades que causavam satisfação, diminuição da li-
bido, isolamento social, falta de concentração, lentifi cação motora, sentimento 
de inutilidade e falta de perspectiva para o futuro. É importante mencionar que 
estes sintomas têm que estar presentes há pelo menos duas semanas. 
Sendo assim, é importante questionar o que pode desencadear a depres-
são. Muitos são os fatores que a despertam, tais como perda de um ente que-
rido, perda de emprego, excesso de exigência no trabalho, confl itos familiares, 
ser vítima de violência verbal, física ou sexual e existência de doenças crônicas, 
entre muitos outros fatores. 
Neurobiologia da depressão
A depressão é um desequilíbrio bioquímico entre os NTs durante a sinapse quí-
mica, e sabe-se que muitas estruturas cerebrais estão envolvidas no processo de fi -
siopatologia da depressão, como o córtex pré-frontal, relacionado com o aumen-
to do fl uxo sanguíneo, redução de substância cinzenta e diminuição da atividade 
metabólica. Nota-se que esta área também interliga-se com porções das funções 
cognitivas, o que causa alterações de memória, atenção e lentifi cação 
psicomotora em indivíduos acometidos por depressão. 
Outra estrutura estudada é o hipocampo, o qual pode apre-
sentar volume diminuído durante a depressão. 
Após o uso de medicação (antidepressivos), 
a massavolta a aumentar. A amígdala re-
laciona-se com a emoção, e na depressão 
está ligada aos sentimentos de pessimis-
mo. Ambos (hipocampo e amígdala) fa-
zem parte do sistema límbico, responsável 
pela memória e respostas emocionais.
SAÚDE MENTAL E CUIDADO DE ENFERMAGEM EM PSIQUIATRIA 91
SER_ENFERMA_SMCEP_UNID3.indd 91 05/10/2020 11:40:59
Há também alterações endócrinas, como no eixo hipotálamo-hipófise-su-
prarrenal, o que pode acarretar em distúrbios do sono e aumento de estres-
se e ansiedade. Estas alterações têm sido uma hipótese bastante interessante 
para a explicação da depressão nos últimos 20 anos. 
Desta maneira, os primeiros achados sobre a gênese da depressão têm cerca de 
70 anos, quando pesquisadores notaram que compostos tricíclicos utilizados como 
anti-histamínicos e hipnóticos possuíam ação antidepressiva em humanos. Anos 
mais tarde, notou-se que os inibidores da monoamina-oxidase (IMAO) impediam a 
degradação enzimática das monoaminas, o que aumentava a neurotransmissão de 
serotonina e noradrenalina, causando efeito antidepressor (LAGE, 2010).
Posteriormente, os inibidores seletivos da recaptação de serotonina e do-
pamina foram descobertos e então, como havia mais NTs na fenda sináptica 
durante mais tempo, pode-se observar os efeitos antidepressivos.
Hipocampo
Córtex pré-
-frontal
Corpo caloso
Lóbulo temporal
Vermis 
cerebelar
Tálamo
Amígdala
Serotonina 
é liberada
Bloqueio da 
recaptação 
de serotonina 
pelos ISRS
Fenda pré-
sináptica
Fenda pós-
sináptica Receptores
Sinapse
5-HT
Figura 6. Ação dos Inibidores Seletivos da Recaptação da Serotonina (ISRS). Fonte: Sanar Saúde, 2018. (Adaptado).
SAÚDE MENTAL E CUIDADO DE ENFERMAGEM EM PSIQUIATRIA 92
 Figura 5. Anatomia do sistema límbico. Fonte: LUCIA, 2014.
SER_ENFERMA_SMCEP_UNID3.indd 92 05/10/2020 11:41:11
A Figura 7 apresenta a imagem de uma Ressonância Magnética (RMI) que 
compara um cérebro com depressão e outro sem a doença. Assim, o grupo 
de estudo ENIGMA, da Universidade da Carolina do Sul nos Estados Unidos, 
encontrou uma maior diminuição do volume do hipocampo e amígdala em pa-
cientes com depressão, e concluiu que não há somente uma perda da memó-
ria, mas também uma perda de função daquela estrutura, o que leva a crer 
atualmente que a depressão também ocasiona dano cerebral.
DEPRIMIDO NÃO DEPRIMIDO
Figura 7. Comparação da atividade cerebral entre cérebro com depressão e sem depressão. 
Fonte: SCHMAAL et al., 2020. (Adaptado).
Atualmente, muitos centros de pesquisa realizam estudos para entender a gê-
nese da depressão e cada vez mais nota-se que esse transtorno altera o cérebro 
não apenas quimicamente como também estruturalmente, o que faz acreditar 
que a depressão é uma forma de dano cerebral. Assim, nota-se a importância 
de um tratamento correto, com medicação correta, dose correta, psicoterapia e 
assistência psicossocial para o tratamento de pessoas acometidas por depressão.
Transtorno afetivo bipolar (TAB)
Segundo a OMS, o transtorno afetivo bipolar ou transtorno de humor bipo-
lar atinge cerca de 140 milhões de pessoas em todo o mundo e é uma das prin-
cipais causas de incapacidade. Essa doença tem sido estudada desde meados 
do século XIX, mas somente no início do século XXI recebeu atenção especial 
e tornou-se mais divulgada pela mídia. Geralmente, é caracterizada por dois 
ciclos: um de mania (euforia) e outro de depressão. 
SAÚDE MENTAL E CUIDADO DE ENFERMAGEM EM PSIQUIATRIA 93
SER_ENFERMA_SMCEP_UNID3.indd 93 05/10/2020 11:41:16
Os sinais e sintomas de mania são: logorréia (fala 
excessiva e troca constante de assunto, tornando o 
discurso muitas vezes incoerente), humor eufórico, 
megalomania, delírio de grandeza, gasto de dinheiro 
excessivo, desinibição, labilidade emocional (mudanças re-
pentinas de humor ou reações emocionais desproporcionais 
frente a uma determinada situação), agressividade, aumen-
to extremo da sensação de energia, humor irritável, pensamento 
acelerado, explosões de raiva, necessidade de poucas horas de sono e aumento 
excessivo da libido. Além disso, pode haver uma tendência ao abuso de drogas e 
álcool e alguns indivíduos podem apresentar delírios e alucinações.
O Transtorno Afetivo Bipolar (TAB) pode ser classificado em TAB I e TAB II. O 
primeiro é caracterizado por episódios de mania, seguido de alguns episódios 
de hipomania (semelhante ao episódio de mania, mas com menor intensidade. 
Há aumento de autoestima, mas não há delírios de grandeza ou megalomania) 
e depressão. Neste tipo de TAB, a alternância de humor é extrema. Já no TAB II, 
há pelo menos um episódio de hipomania alternado com depressão, mas não 
há episódios de mania. 
Geralmente, o diagnóstico correto demora a ser estabelecido (cinco a dez 
anos), posto que normalmente o indivíduo procura assistência médica sob os 
sintomas de depressão, ocasionando um tratamento que cobre somente este 
transtorno. Às vezes, os familiares acompanham os indivíduos doentes nos 
consultórios sob a reclamação de descontrole da vida financeira por meio de 
gasto excessivo com coisas supérfluas em grandes quantidades. Um exemplo 
é o indivíduo que compra 50 camisetas, e não uma ou duas. 
O TAB tem início na vida adulta e acomete homens e mulheres na mesma 
proporção, mas a literatura mostra que esse transtorno pode ocorrer na in-
fância e na adolescência, com os mesmos sinais e sintomas do TAB no adulto. 
Há também o Transtorno Ciclotímico, segundo o DSM-5, em que há episódios 
cíclicos de hipomania e depressão maior por um período de dois anos. É impor-
tante salientar que no período de depressão, os indivíduos acometidos pelo 
TAB podem tentar ou concretizar o suicídio, o que corresponde mais ou menos 
1/3 dos pacientes com TAB.
SAÚDE MENTAL E CUIDADO DE ENFERMAGEM EM PSIQUIATRIA 94
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Fisiopatologia do TAB
A fi siopatologia do Transtorno Afetivo Bipolar é bastante complexa, pois 
envolve muitas estruturas cerebrais relacionadas ao sistema límbico. Aqui, en-
foca-se o processo de estados afetivos, ou seja: uma resposta sentimental e 
comportamental diante de um determinado estímulo. 
Para que isso ocorra, é preciso retornar ao conteúdo sobre resposta ao es-
tresse: isso é o signifi cado emocional de um estímulo. Há três fatores envolvi-
dos nessa resposta; o primeiro, modulado pela amígdala, pelo córtex insular e 
pelo núcleo caudado, corresponde à identifi cação emocional do estímulo; o 
segundo, realizado pelos córtex pré-frontal, córtex insular, giro do cíngulo ante-
rior, pela amígdala e pelo estriado, está relacionado à produção de afeto para 
esse estímulo; e o terceiro, associado ao córtex pré-frontal, hipocampo e giro 
do cíngulo anterior, está relacionado à resposta afetiva e comportamental 
ao estímulo (KAPCZINSKI; FREY; ZANNATTO, 2004).
A Figura 8 apresenta imagens cerebrais de pacientes sem TAB (à esquer-
da, A) e com TAB I (à direita, B) no processo de tomada de decisão. Nesse es-
tudo, notou-se aumento da amígdala, redução do córtex pré-frontal, redução 
do volume de substância cinzenta e deterioração da memória com o passar 
do tempo em indivíduos acometidos por transtorno de humor bipolar tipo I. 
Desta forma, Haldane e Frangou (2005) concluíram que a medicação melhora 
signifi cativamente as funções cognitivas nos pacientes com transtorno afetivo 
bipolar I. Agora, note a diferença de estruturas ativadas em um cérebro sadio 
(A) e no cérebro com TAB I (B) no processo de tomada de decisão.
A B
Figura 8. Ativação do cérebro no processo de tomada de decisão. Fonte: HALDANE; FRANGOU, 2005.
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Isso posto, cabe ressaltar que estudos post-mortem mostraram diminuição 
neuronal no córtex pré-frontal e no hipocampo, bem como alterações do me-
tabolismo da amígdala. 
Os neurotransmissores também são bastante afetados noTAB, tais como 
serotonina, dopamina (aumento da atividade dopaminérgica nos períodos de 
mania) e noradrenalina. Houve um estudo que associou a baixa atividade se-
rotoninérgica central com o aumento da atividade adrenérgica para explicar o 
processo de mania. O GABA, neurotransmissor inibitório, foi encontrado em 
baixas concentrações em pacientes com mania e depressão e o NT glutamato 
foi encontrado em altas concentrações no córtex pré-frontal e no giro do cín-
gulo em indivíduos com TAB. 
Desta forma, como já mencionado, muitas são as estruturas relacionadas 
com o TAB, e muitos são seus achados e hipóteses para a gênese da doença. É 
importante salientar que a pessoa acometida por esse transtorno necessita de 
diagnóstico, medicações, psicoterapia e assistência psicossocial corretos para 
que possa ganhar qualidade de vida e adequar-se à sociedade.
Intervenções de enfermagem nos indivíduos acometi-
dos por transtornos de humor
Note que no transtorno de humor bipolar há uma difi culdade de reconheci-
mento do espaço do outro, ou seja, o indivíduo acometido por TAB não conse-
gue diferenciar onde termina o próprio espaço e onde se inicia o do outro, em 
razão de esta função psíquica estar alterada na psicopatologia. Desta forma, o 
enfermeiro precisa estabelecer limites, para que não haja invasão. 
Ademais, é importante que o enfermeiro encoraje a adesão ao tratamen-
to, pois, como na fase de mania ou hipomania há uma imensa sensação de 
bem-estar, pode ser que este indivíduo descontinue o tratamento. O mesmo 
pode ocorrer na depressão, posto que há lentifi cação psicomotora, desânimo 
e tendência ao suicídio. Assim, é importante que a pessoa com TAB I ou II não 
interrompa o tratamento. 
Deve-se encorajar a participação em atividades psicossociais, tais como 
pintura, artesanato e outras atividades oferecidas pelo centro de saúde que 
assiste a pessoa com Transtorno Afetivo Bipolar. Muitos pacientes com TAB 
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apresentam excesso de peso e problemas coronarianos, e é por isso que tor-
na-se importante incentivar também uma nutrição balanceada e encaminhar 
este paciente para nutricionista ou médico clínico geral. 
É preciso que o enfermeiro esteja atento para idealizações 
suicidas, que podem se manifestar por meio das se-
guintes falas e suas variantes: “Eu não aguento mais”, 
“Seria bom para todos se eu morresse”, “Eu que-
ro sumir” ou “Eu não quero mais viver”. É preciso 
orientar a família e a equipe de saúde para a presen-
ça dessas afi rmações, pois um paciente com depressão 
e TAB I ou II na fase de depressão tem grande potencial de pen-
sar, tentar e concretizar o suicídio. 
O enfermeiro deve usar técnicas de relacionamento te-
rapêutico para estabelecer vínculo e ganhar a confi ança 
do paciente, a fi m de que as intervenções de enferma-
gem sejam realizadas não só sob os aspectos psicopato-
lógicos, mas de forma holística e humanizada.
Intervenções de enfermagem à pessoa com comporta-
mento decorrente dos transtornos de personalidade
Segundo o Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, 
conhecido como DSM-5, o transtorno de personalidade é um conjunto de 
interpretações emocionais internas e comportamentais que se desviam to-
talmente do padrão da sociedade em que o indivíduo está inserido. Geral-
mente, tem início na adolescência ou começo da fase adulta e traz prejuízo 
e sofrimento aos indivíduos acometidos por ele.
Os dez principais tipos de transtornos de personalidade são divididos 
em três grupos: o grupo A, que consiste nos transtornos de personalida-
de paranoide, esquizoide e esquizotípico; o grupo B, caracterizado pelos 
transtornos antissocial, borderline (limítrofe), histriônico e narcisista; e o 
grupo C, que consiste nos transtornos de personalidade esquivo, depen-
dente e obsessivo compulsivo. 
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Grupo A
O Transtorno de Personalidade Paranoide (TPP) está relacionado com 
suspeitas infundadas de perseguições e desconfi ança de que outros indivíduos 
estejam tramando algum plano para prejudicar a pessoa acometida por este 
transtorno. Segundo o DSM-5:
por exemplo, um indivíduo com esse transtorno pode in-
terpretar mal um erro honesto de um funcionário de uma 
loja como uma tentativa deliberada de dar troco a menos 
ou entender um comentário bem-humorado casual de um 
colega de trabalho como um ataque sério ao seu caráter. 
Elogios costumam ser mal interpretados (p. ex., um elogio 
por uma nova aquisição é mal interpretado como uma crí-
tica de egoísmo; um elogio relativo a um feito é mal inter-
pretado como uma tentativa de coerção a desempenho 
melhor). Podem entender uma oferta de ajuda como uma 
crítica por não estarem tendo desempenho sufi cientemen-
te bom por conta própria (2014, p. 650).
De acordo com Schmidt e Méa (2013), a característica de pessoas com TPP é 
a desconfi ança, uma vez que este indivíduo vê os outros como enganadores e 
manipuladores. É importante ressaltar que essas suspeitas não possuem qual-
quer tipo de embasamento real. São, por exemplo, pessoas que desconfi am da 
fi delidade do cônjuge a todo momento. 
Ainda não se sabe a motivação desta doença, que atinge indivíduos no fi nal 
da adolescência e início da fase adulta. Uma das hipóteses para esse transtor-
no são pais que possuem comportamentos cautelosos em relação a confi ar na 
outra pessoa, ou ainda pode haver uma causa hereditária: sabe-se que pes-
soas com parentes próximos que possuem esquizofrenia têm maior propensão 
para o TPP. É necessário também dizer que o TPP não é o mesmo que esquizo-
frenia paranoide, visto que aqui não há alucinações e delírios. 
O Transtorno de Personalidade Esquizoide (TPE) é caracterizado por dis-
tanciamento social, embotamento afetivo e não há qualquer prazer em des-
frutar de relações familiares ou íntimas. Estes indivíduos preferem atividades 
solitárias, como atividades matemáticas, jogos de computador ou consoles (vi-
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deogames), não se mostram abalados quando recebem críticas ou elogios de 
outras pessoas, geralmente são bem sucedidos em atividades profi ssionais se 
houver isolamento social e demonstram muitas vezes frieza emocional. 
Assim, os indivíduos que sofrem de TPE não conseguem reconhecer a reali-
dade, ou seja: sabe-se que a realidade pode ser interpretada de diferentes ma-
neiras pelas pessoas, mas para quem possui o TPE o mundo subjetivo preen-
che o todo e, assim, não há espaço para o mundo real. 
O TPE pode ter início na infância por meio de isolamento social, difi culdade 
de interação social e provocações constantes de outros colegas. Não se sabe 
ainda o que causa esse transtorno, porém parece haver uma tendência maior 
em pessoas que possuem parentes com esquizofrenia. Os indivíduos têm uma 
tendência maior a ter depressão devido ao fato de não conseguirem demons-
trar sentimentos como raiva, afeição e alegria.
Por fi m, o transtorno de personalidade esquizotípica também é ca-
racterizado por distanciamento social, difi culdades em relacionamentos 
íntimos, pensamento mágico (clarividência, telepatia, superstições), ilusões 
corporais, discurso estranho e desconexo, ideação paranoide e desconfi an-
ça. A pessoa acometida por esse transtorno é excêntrica, no sentido de ser 
lida como alguém esquisita e/ou diferente. 
Também não há uma causa para este transtorno, mas estudos relatam que 
pode haver um componente genético envolvido, principalmente em parentes 
que são acometidos por esquizofrenia.
Grupo B
O Transtorno de Personalidade Antissocial (TPAS) é popularmente cha-
mado de psicopatia ou sociopatia. Estes indivíduos caracterizam-se por sua 
impulsividade, não planejam ofuturo, possuem grande difi culdade em seguir 
regras e leis, não sentem culpa pelos atos cometidos, arquitetam planos para 
conseguir seus objetivos (mesmo que isso prejudique outras pessoas), podem 
ser agressivos e explosivos e possuem baixa tolerância à frustração. Geral-
mente, são pessoas sedutoras, galanteadoras e manipuladoras, além de serem 
propensas à mentira e poderem envolver-se em atividades criminosas como 
roubos, sequestros, brigas, assassinato, entre outros. 
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O TPAS pode estar relacionado com maus tratos na infância, abuso físico, 
moral ou sexual, negligência de cuidados parentais ou fatores genéticos, entre 
outros. Corresponde a 0,5 a 3% da população mundial e é mais prevalente em 
homens do que em mulheres. 
Estudos relatam que há uma diminuição significativa das conexões neuro-
nais nos córtex pré-frontal e amígdala (sistema límbico). Portanto, pessoas com 
TPAS têm uma dificuldade muito grande em demonstrar e sentir emoções. Na 
imagem de um PET Scan presente na Figura 9, são evidenciadas as áreas ativas 
responsáveis pelas emoções. Note que o cérebro da pessoa com TPAS (“psico-
pata”) não demonstra atividade na região pré-frontal.
Normal
Psicopata
Figura 9. Cérebro normal X cérebro TPAS. Fonte: AZEVEDO, 2017.
O tratamento para pessoas com TPAS é complexo, uma vez que esses indiví-
duos não reconhecem a doença. Entretanto, em casos extremos de TPAS, prin-
cipalmente com relação a criminosos, é possível realizar o acompanhamento 
médico e psicoterápico. 
Já o Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) ou limítrofe é uma 
doença relacionada à instabilidade de relacionamento interpessoal e identi-
dade marcada pela impulsividade, ou seja: a pessoa acometida por TPB sente 
um imenso vazio afetivo, intolerância alta ao abandono real ou imaginário e às 
frustrações, além de poder ter comportamentos suicidas ou mutilatórios.
Para o DSM-5 (2014), o TPB é caracterizado por esforços exagerados para 
evitar o abandono, instabilidade exacerbada na autoimagem (baixa autoesti-
ma), impulsividade marcada por gastos excessivos de dinheiro, compulsão ali-
mentar, direção irresponsável, entre outros. Brigas físicas constantes e explo-
sões de raiva são outras características presentes no transtorno. 
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Nota-se ao longo do tempo uma grande dificuldade em classificar esse 
transtorno mental, devido ao fato de este ter sinais e sintomas de neuroses 
e psicoses. Por isso, o termo borderline foi pioneiramente utilizado por Stern 
em 1938, caracterizando uma linha limítrofe que separa a razão da “loucura”.
ASSISTA
O filme Garota, Interrompida (1999) conta a história de Susanna 
 Kaysen, diagnosticada com transtorno de personalidade borderline na 
década de 60. Ela é então enviada para um hospital psiquiátrico, onde 
conhece uma nova realidade.
Ao longo do tempo, a patologia foi amplamente estudada, e na revisão da lite-
ratura de Gunderson et al. (2018) muitos aspectos da doença foram analisados, 
como epidemiologia, estudos demográficos, fisiopatologia, fatores de riscos, fa-
tores genéticos e circuitaria neural, aspectos que serão explicados a seguir.
O TPB é a quarta doença mais prevalente entre os transtornos de personali-
dade, segundo o DSM-5, acometendo jovens entre 14 e 32 anos, em sua maioria 
do sexo feminino. Geralmente, o abuso de drogas ilícitas está presente neste 
tipo de transtorno de personalidade, bem como recorrentes internações em 
hospitais psiquiátricos e muitas tentativas de suicídio. Também é curioso notar 
que um amplo estudo demográfico associou a doença a jovens solteiros com 
baixo nível de escolaridade.
Em seus mecanismos fisiopatológicos, encontra-se um desiquilíbrio no sis-
tema límbico pré-frontal, mas a razão de isso ocorrer não é bem conhecida. 
Entretanto, sabe-se que pessoas que sofreram maus tratos na infância, bem 
como abusos físicos, sexuais, negligência ou abandono, são mais propensas 
a desenvolver tal transtorno de personalidade. Em estudos genômicos, o TPB 
mostrou uma sobreposição genética maior sobre os transtornos bipolares, es-
quizofrenia e depressão. Apesar de alguns dados genéticos serem associados a 
incidência do TPB, ainda são necessários muitos estudos nesta área. 
Foram encontradas muitas alterações na circuitaria neural em pacientes 
com TPB, entre elas estruturas mediais do córtex pré-frontal, junção tempo-
roparietal e córtex cingulado posterior. Notou-se também uma baixa atividade 
nas estruturas mediais dos sulcos temporais superior. As alterações de afeto 
foram percebidas pela hiperatividade da amígdala, por meio de estímulos ne-
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gativos. Desta forma, nota-se que há muitas alterações na circuitaria neural, 
como estriado ventral, áreas pré-frontais, hipotálamo, córtex orbitofrontal e 
córtex ventrolateral pré-frontal. 
Em razão de sua alta complexidade, o TPB é amplamente estudado, e os fatores 
associados ao seu acometimento ainda não estão claros. O tratamento realizado 
para o TPB é uma associação entre neurolépticos, antidepressivos e psicoterapia.
Figura 10. Mapa de calor entre cérebro sadio (à esquerda) e cérebro com TPB (à direita). Fonte: CRISTINA, 2018.
Note que há pouca atividade cerebral no córtex pré-frontal no cérebro 
com TPB, o que demonstra alterações na área afetiva e sistema límbico, como 
mencionado anteriormente.
O Transtorno de Personalidade Histriônico (TPH) é caracterizado por 
aqueles indivíduos que sempre querem ser o centro das atenções (lançando 
mão de artifícios de comportamento sexual, sedutor e provocativo nas relações 
interpessoais), possuem mudanças rápidas de humor e emoções são superfi-
ciais, baseiam-se na dramatização e teatralidade, são influenciados pela opinião 
dos outros, gastam tempo e dinheiro excessivos com produtos estéticos e salões 
de beleza e consideram as relações mais intensas do que a realidade.
Por exemplo: indivíduos acometidos por TPH podem dizer que amam pro-
fundamente uma pessoa que acabaram de conhecer. É importante ressaltar que 
indivíduos com TPH não têm uma relação muito boa com pessoas do mesmo 
sexo, posto que elas podem ser vistas como uma ameaça aos relacionamentos 
amorosos dessas pessoas em razão de seu constante comportamento sedutor. 
Esse transtorno acomete cerca de 1,8% da população, é mais prevalente em pes-
soas do sexo feminino e aparece no final da adolescência e início da fase adulta. 
Na verdade, as pessoas com TPH precisam ser amadas e aceitas pelos ou-
tros para não se sentirem rejeitadas, posto que estas lidam muito mal com a 
rejeição e frustrações. É interessante ressaltar como esse comportamento é 
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fortemente reforçado pelas redes sociais, locais que podem criar a falsa sensa-
ção de que a pessoa é aceita, amada e admirada pelos outros. 
Geralmente, é difícil reconhecer os portadores desta psicopatologia e, por 
isso, o tratamento é um desafi o. Esses indivíduos, quando buscam assistência 
de saúde, normalmente são motivados pela depressão causada por se senti-
rem rejeitados o tempo todo. 
Por fi m, o Transtorno de Personalidade Narcisista (TPN) está associado ao 
aumento da valorização de si mesmo. Essas pessoas acreditam ser superiores às 
outras. Geralmente, as faculdades de psicologia colocam os indivíduos com TPN 
com autoestima baixa, mas alguns psiquiatras relatam que pode haver um aumento 
exacerbado de autoestima, diante da prática clínica. Essas pessoas acreditam que 
podem levar vantagens sobre outras pessoas por serem especiais, têm um compor-
tamento invejoso em relação às outraspessoas e relatam constantemente serem 
alvos de inveja também. É mais encontrado em pessoas do sexo masculino e corres-
ponde a até 6% da população. Os indivíduos portadores desta enfermidade não se 
acham doentes e têm difi culdade de procurar tratamento e aderir a este. 
Grupo C
O transtorno de personalidade evitativa é caracterizado pela inibição da inte-
ração social. Esses indivíduos têm difi culdade em expor suas opiniões em frente aos 
outros, mas sentem uma enorme vontade de fazer parte de um grupo. Entretanto, 
o medo de serem rejeitados ou passarem por situações constrangedoras os para-
lisam; assim, são descritos como pessoas extremamente tímidas. Este transtorno 
atinge pessoas de ambos os sexos nas mesmas proporções e corresponde a cerca 
de 2,4% da população. Geralmente, seus portadores têm difi culdade de estabelecer 
vínculos e procuram a assistência de saúde quando são acometidos por depressão. 
O transtorno de personalidade dependente está relacionado ao fato de ne-
cessitar do outro como objeto central de sua vida. Estas pessoas precisam que 
o outro tome suas decisões por elas, como escolher a roupa que irá vestir, por 
exemplo. Seus portadores não conseguem assumir responsabilidades, não ex-
põem suas opiniões por medo de perder o apoio do outro ou ser rejeitado, não 
conseguem cuidar de si mesmos e apresentam um medo intenso de estarem sozi-
nhos. Corresponde a cerca de 0,6% da população e é mais frequente em mulheres. 
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O Transtorno de Personalidade Obsessivo-compulsivo (TOC) é caracte-
rizado por pensamentos obsessivos e atividades compulsivas sobre algo, os 
quais geram bastante ansiedade. Por exemplo: a pessoa acredita que se ela 
não lavar as mãos 100 vezes, ela não estará limpa. 
Portanto, são pessoas perfeccionistas, preocupadas com ordem e con-
trole mental, possuem grande rigidez e infl exibilidade em seu temperamen-
to, são extremamente dedicadas ao trabalho, geralmente avarentas (pois é 
necessário guardar dinheiro para uma catástrofe extrema), irônicas e sar-
cásticas. Corresponde a cerca de 6% da população e acomete mais homens 
que mulheres. As pessoas acometidas por TOC procuram tratamento quan-
do os rituais empregados no TOC atrapalham as atividades de vida diárias 
(AVDs), causando muito sofrimento.
Intervenções de enfermagem aos indivíduos 
 acometidos por transtornos de personalidade
O enfermeiro deve estabelecer um relacionamento terapêutico adequa-
do, principalmente com os pacientes do grupo A dos transtornos de persona-
lidade, encorajando sua participação em atividades psicossociais, orientando 
a família e o paciente em relação à doença e à ação das medicações e estimu-
lando a comunicação terapêutica, a fi m de que se estabeleça um vínculo de 
confi ança e autocuidado. 
Para o grupo B, é importante orientar família e paciente em relação à doen-
ça e ao tratamento, ter atitude fi rme e segura e encorajar o paciente a não ter 
medo de abandono e a participar de atividades psicossociais. O relacionamento 
terapêutico é importante para que as pessoas desse grupo se sintam acolhidas. 
No grupo C, é importante não ridicularizar e não menosprezar sentimen-
tos e rituais realizados pelos indivíduos, encorajar a participação 
em atividades psicossociais, orientar família e pa-
ciente em relação ao tratamento e aos efeitos da 
medicação e planejar junto ao indivíduos ativi-
dades de vida diária, estabelecendo um am-
biente acolhedor e de confi ança.
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Sintetizando
Vimos que a esquizofrenia atinge cerca de 1% da população mundial e ocorre 
entre o final da adolescência e início da fase adulta, geralmente. É mais prevalen-
te em homens do que mulheres. Quanto a sua fisiopatologia, muitas hipóteses 
são propostas: NTs, desenvolvimento neural na gravidez e hipótese genética. As 
esquizofrenias mais comuns são: hebefrênica, paranoide (mais comum), catatô-
nica e simples.
As intervenções de enfermagem são focadas na comunicação, no autocuida-
do e no apoio à família desse indivíduo com esquizofrenia. Por isso, é importante 
estabelecer um relacionamento e uma comunicação terapêutica, a fim de que o 
enfermeiro possa planejar sua assistência de forma mais eficaz e individualizada. 
A depressão é um desequilíbrio bioquímico entre os NTs durante a sinapse 
química, e sabe-se que muitas estruturas cerebrais estão envolvidas no proces-
so de fisiopatologia da depressão, ao passo que o transtorno afetivo bipolar ou 
transtorno de humor bipolar atinge cerca de 140 milhões de pessoas em todo 
mundo e é uma das principais causas de incapacidade. 
Além disso, vimos também que o transtorno de personalidade é um conjunto 
de interpretações emocionais internas e comportamentais que desviam comple-
tamente do padrão da sociedade na qual o indivíduo está inserido. Geralmente, 
tem início na adolescência ou começo da fase adulta e traz prejuízo e sofrimento 
aos indivíduos por ele acometidos. Por fim, analisamos como estes transtornos 
são divididos em três grupos: o grupo A, o grupo B e o grupo C.
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INTERVENÇÕES 
DE ENFERMAGEM 
EM PESSOAS 
ACOMETIDAS POR 
TRANSTORNOS 
MENTAIS II
4
UNIDADE
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Objetivos da unidade
Tópicos de estudo
 Conhecer o significado de ansiedade e sua fisiopatologia, além de identificar 
seus sinais e sintomas;
 Analisar o transtorno fóbico e identificar os sinais e sintomas da fobia;
 Conhecer o transtorno do pânico e identificar seus principais sinais e sintomas;
 Identificar o Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) e seu circuito neural;
 Explorar algumas das intervenções de enfermagem para pessoas acometidas 
com transtornos de ansiedade; 
 Entender o significado de demência, identificar os principais sinais e 
sintomas em síndromes demenciais e conhecer as principais intervenções de 
enfermagem para a pessoa acometida por síndromes demenciais;
 Reconhecer comportamentos e emoções que possam indicar uma crise;
 Conhecer algumas das intervenções de enfermagem na emergência psiquiátrica.
 Intervenções de enfermagem a 
pessoas com transtornos 
de ansiedade
 Gênese da ansiedade
 Transtornos fóbicos
 Transtorno do pânico
 Transtorno de Estresse Pós-
-Traumático (TEPT)
 Intervenções de enfermagem 
em pessoas acometidas por 
transtornos de ansiedade
 Intervenções de enfermagem 
a pessoas com manifestações de 
comportamento decorrente 
de demência
 Doença de Alzheimer (DA)
 Demência Vascular (DV)
 Demência com Corpos de Lewy 
(DCL)
 Demência Frontotemporal (DFT) 
 Intervenções de enfermagem em 
pessoas acometidas por demências 
 Enfermeiro no serviço de emer-
gência psiquiátrica: intervenções 
de enfermagem
 Comportamentos propensos à 
crise e intervenções de enfermagem
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Intervenções de enfermagem a pessoas com transtor-
nos de ansiedade
Segundo Castillo et al. (2000), ansiedade é um sentimento difuso de medo 
e apreensão sobre algo que ainda pode acontecer ou mesmo a antecipação de 
um perigo. Assim, pode-se afi rmar que a ansiedade é necessária para a sobre-
vivência dos seres humanos. Entretanto, ela torna-se patológica quando as rea-
ções são exageradas e desproporcionais ao evento que acontecerá no futuro. 
Um exemplo é ter rouquidão, com sudorese excessiva, tremores, dispneia 
e taquicardia pouco antes de uma apresentação de um seminário em sala de 
aula. Após constatar que não haverá mais a necessidade de falar em público, 
o tom da voz volta ao normal e todos os outros sinais e sintomas desaparecem, 
o que faz o corpo recuperar sua homeostase. 
ASSISTA
O fi lme O Discurso do Rei conta a história de George, um membro da 
realeza britânica que é gago desde os quatro anos. Por lidar com a cons-
tante necessidade de fazer discursos, sua esposa, Elizabeth, o apresenta a 
Lionel, um fonoaudiólogo que possui métodos poucos convencionais.
Para Dalgalarrondo (2008), o Transtorno de Ansiedade Generalizada 
(TAG) apresenta sintomas excessivos que perduram na maior parte do dia, 
durante aproximadamente seis meses. O indivíduo sente preocupação, la-
bilidade emocional, angústia, irritabilidade, tensão, paralisia frente a ativi-
dades a serem realizadas e dificuldade de relaxar. Os sinais e sintomas fí-
sicos podem ser descritos como cefaleia ou enxaqueca, dores musculares 
(ombros, pescoço, lombar, braços e pernas), tontura, sudorese, taquicar-
dia, formigamento, hiperventilação ou dispneia, pensamentos acelerados 
e falta de concentração, entre outros. 
Para o DSM-5, o transtorno de ansiedade pode ocorrer ainda na infância ou 
adolescência e é mais prevalente em pessoas do sexo feminino:
Os transtornos de ansiedade se diferenciam do medo ou da an-
siedade adaptativos por serem excessivos ou persistirem além 
de períodos apropriados ao nível de desenvolvimento. Eles di-
ferem do medo ou da ansiedade provisórios, com frequência 
SAÚDE MENTAL E CUIDADO DE ENFERMAGEM EM PSIQUIATRIA 110
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Gênese da ansiedade
Segundo Braga et al. (2010), estudos relataram que o estado mental de 
ansiedade se relaciona com os mecanismos de defesa diante de um estímu-
lo ameaçador ou em situações perigosas. Assim, demonstrou-se que há dois 
sistemas cerebrais envolvidos na gênese da ansiedade: o sistema cerebral de 
defesa (SCD) e o sistema de inibição de comportamento.
Sabe-se que o SCD é formado pela amígdala, pelo hipotálamo e pela 
substância cinzenta periaquedutal, localizada no mesencéfalo. A amígdala 
possui como função classifi car o tipo e o grau do estímulo e, a partir disso, 
o resultado é transmitido para o hipotálamo e para a substância cinzenta 
periaquedutal, os quais organizarão as reações comportamentais e fi sioló-
gicas de defesa frente ao estímulo. 
Assim, podemos relembrar um pouco da teoria fisiopa-
tológica do estresse, uma vez que o hipotálamo regula o 
funcionamento da hipófise. Esta secretará 
o hormônio adrenocorticotrófico (ACTH), 
que estimulará as glândula suprarrenais 
a produzir cortisol, noradrenalina e 
adrenalina para enfrentar a situação 
ameaçadora por meio de reações do 
Sistema Nervoso Autônomo (SNA) (BRA-
GA et al., 2010).
vinduzidos por estresse, por serem persistentes (p. ex., em geral 
durando seis meses ou mais), embora o critério para a duração 
seja tido como um guia geral, com a possibilidade de algum grau 
de fl exibilidade, sendo às vezes de duração mais curta em crian-
ças (como no transtorno de ansiedade de separação e no mutis-
mo seletivo) (2014, p. 189).
Os transtornos ansiosos podem acarretar outras psicopatologias ansiosas, 
tais como transtornos fóbicos, transtorno do pânico e transtornodo estresse 
pós-traumático (TEPT), os quais serão estudados a seguir. 
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Estresse
Sistema nervoso 
autônomo
Predomínio 
simpático
Isquemia
Alterações do ritmo
Catecolaminas
Suprarrenais
Ateromas
Plaquetas
ACTH
Defesa 
imunológica
Sistema límbico
Hipotálamo
Hipófise
Figura 1. Esquema de fisiopatologia do estresse. Fonte: MIRANDA-VILELA, 2019.
O sistema de inibição comportamental (SIC) possui um substrato denomi-
nado sistema septohipocampal, o qual ativa sinais de punição, frustração, es-
tímulos ameaçadores ou situações novas, o que leva ao aumento da vigilância, 
atenção e preparo para o enfrentamento do estímulo (fuga ou luta).
Hipocampo
Amígdala
SCPD
Colículo
inferior
Septo
Sistema de inibição comportamental
Sistema cerebral aversivo
Núcleo mediano
da rafe
Locus
coeruleus 
Colículo
superior
Hipotálamo
medial
Figura 2. Sistema de inibição comportamental. Fonte: BRANDÃO et al., 2003, p. 39.
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Transtornos fóbicos
Segundo Almeida et al. (2013), o transtorno fóbico é a angústia ou sofri-
mento psíquico exacerbado diante de elementos e/ou situações que causam 
um terror paralisante no indivíduo, após a ocorrência de um evento traumá-
tico. Por exemplo: medo de falar em público (glossofobia), medo de altura 
(acrofobia), insetos (insetofobia ou entomofobia), medo de lugares fechados 
(claustrofobia), medo de lugares muito movimentados (agorafobia), entre 
muitas outras fobias específi cas. 
O DSM-5 (2014) ressalta que algumas fobias podem ter origem a partir de 
um contexto sociocultural, cujo signifi cado está relacionado a outros aconteci-
mentos traumatizantes; por exemplo, a fobia de lugares escuros pode ter ori-
gem no contexto de violência sexual sofrida por aquele indivíduo durante a 
infância. A fobia específi ca causa um grande sofrimento social e profi ssional, 
bem como prejudica atividades de vida diárias, uma vez que toda energia é 
gasta em função de evitar o contato com determinado estímulo, na maior parte 
do tempo. As fobias específi cas correspondem a cerca de 7% da população e 
têm maior prevalência em mulheres. 
O principais sinais e sintomas incluem: tontura, vertigem, tremores, 
formigamento, náuseas, hidrose, tensão muscular, cefaleia, diarreia, ta-
quicardia e xerostomia. O tratamento pode ser realizado com psicoterapia 
(terapia cognitivo-comportamental) e em alguns casos utiliza-se terapia 
de exposição ao estímulo perigoso, o que pode ser controverso, além de 
ansiolíticos e antidepressivos. 
Sabe-se que os neurotransmissores também estão envolvidos na gênese da an-
siedade, tal como a noradrenalina, secretada em situações de defesa e ansiedade. 
Assim, em pessoas com transtorno de ansiedade, nota-se um aumento da atividade 
noradrenérgica. Já a serotonina possui ação ainda pouco conhecida, mas sabe-se 
que atua de duas formas, estimulatória e inibitória, um papel bem controverso para 
esse neurotransmissor. Já o GABA, neurotransmissor inibitório, tem ação sobre a 
ansiedade por meio dos benzodiazepínicos, que aumentam sua atividade durante a 
ação do ansiolítico. É importante ressaltar que há ação de outros neurotransmisso-
res na ansiedade, mas estes ainda precisam ser melhor estudados.
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Transtornos 
fóbicosAnsiolíticos Antidepressivos
Terapia Cognitivo-
Comportamental 
(TCC)
Psicoterapia 
psicodinâmica
Figura 3. Diagrama de Venn para transtornos fóbicos. 
Ressalta-se a intervenção imediata durante a crise de pânico ou ansiedade 
por meio de exercícios de controle de respiração, tais como expiração e inspi-
ração. A psicologia aconselha exercícios respiratórios no controle da ansiedade 
e ataques de pânico, em razão de esta ser a forma mais efi ciente de reprimir 
sensações e emoções como medo, ansiedade e fobia. 
Os exercícios consistem na contagem de 0 a 4 para a inspiração, de 0 a 2 para 
segurar o ar e de 0 a 6 para a expiração, técnica conhecida como 4, 2 e 6. A repetição 
do movimento respiratório deve ser realizada até a cessação dos sinais e sintomas 
de ansiedade ou pânico. Assim, o transtorno do pânico (TP) consiste na presença 
de crises ou ataques de pânico que ocorrem de forma recorrente por pelo um mês. 
Estes ataques acarretam preocupações persistentes ou modifi cações 
importantes de comportamento em relação à possibilidade de ocor-
rência de novos ataques de ansiedade. Os pacientes com TP seguem 
Transtorno do pânico
O ataque ou crise de pânico é muito comum, e estima-se que pelo menos 
25% da população possa tê-lo pelo menos uma vez durante a vida. O ataque de 
pânico acomete o indivíduo de forma súbita, sem que haja, muitas vezes, um 
fator desencadeante, e está acompanhado de sintomas físicos como calafrio, 
sudorese, tremores, desmaios, cefaleia, dispneia, taquicardia e formigamento. 
O indivíduo acometido pela crise de pânico pode ter a sensação de que irá morrer 
ou ter um infarto agudo do miocárdio (IAM), gerando uma sensação de descontrole 
muito grande. Geralmente, possui duração de 20 minutos a 1 hora e os primeiros 
10 minutos são experimentados de forma extremamente intensa. Assim, pode-se 
dizer que o início da crise consiste no período mais crítico do ataque de pânico.
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um padrão longo (que pode se estender até uma década) de visitas às 
emergências médicas antes do diagnóstico à procura de uma causa 
orgânica para seus sintomas (SALUM, BLAYA, MANFRO, 2009, p. 87).
TABELA 1. TÉCNICA DE CONTROLE RESPIRATÓRIO PARA ANSIEDADE E PÂNICO
Contagem O que fazer?
Início Sente-se de forma relaxada com as mãos repousadas sobre o abdome
Conte até 4 Inspire o ar pelo nariz
Conte até 2 Segure o ar
Conte até 6 Expire o ar pela boca
Recomece Repita o exercício respiratório o quanto precisar até a frequência respiratória voltar ao normal
InícioInício
Conte até 4Conte até 4
Conte até 2
Conte até 4
Conte até 2
Conte até 4
Conte até 2
Conte até 6
Sente-se de forma relaxada com as mãos repousadas sobre o abdome
Conte até 2
Conte até 6
Sente-se de forma relaxada com as mãos repousadas sobre o abdome
Conte até 6
Recomece
Sente-se de forma relaxada com as mãos repousadas sobre o abdome
Conte até 6
Recomece
Sente-se de forma relaxada com as mãos repousadas sobre o abdome
Recomece
Sente-se de forma relaxada com as mãos repousadas sobre o abdomeSente-se de forma relaxada com as mãos repousadas sobre o abdomeSente-se de forma relaxada com as mãos repousadas sobre o abdomeSente-se de forma relaxada com as mãos repousadas sobre o abdome
Repita o exercício respiratório o quanto precisar até a frequência 
Sente-se de forma relaxada com as mãos repousadas sobre o abdome
Repita o exercício respiratório o quanto precisar até a frequência 
Sente-se de forma relaxada com as mãos repousadas sobre o abdome
Inspire o ar pelo nariz
Repita o exercício respiratório o quanto precisar até a frequência 
Sente-se de forma relaxada com as mãos repousadas sobre o abdome
Inspire o ar pelo nariz
Repita o exercício respiratório o quanto precisar até a frequência 
Sente-se de forma relaxada com as mãos repousadas sobre o abdome
Inspire o ar pelo nariz
Repita o exercício respiratório o quanto precisar até a frequência 
Sente-se de forma relaxada com as mãos repousadas sobre o abdome
Inspire o ar pelo nariz
Segure o ar
Expire o ar pela boca
Repita o exercício respiratório o quanto precisar até a frequência 
Sente-se de forma relaxada com as mãos repousadas sobre o abdome
Inspire o ar pelo nariz
Segure o ar
Expire o ar pela boca
Repita o exercício respiratório o quanto precisar até a frequência 
respiratóriavoltar ao normal
Sente-se de forma relaxada com as mãos repousadas sobre o abdome
Inspire o ar pelo nariz
Segure o ar
Expire o ar pela boca
Repita o exercício respiratório o quanto precisar até a frequência 
respiratória voltar ao normal
Sente-se de forma relaxada com as mãos repousadas sobre o abdome
Expire o ar pela boca
Repita o exercício respiratório o quanto precisar até a frequência 
respiratória voltar ao normal
Sente-se de forma relaxada com as mãos repousadas sobre o abdome
Expire o ar pela boca
Repita o exercício respiratório o quanto precisar até a frequência 
respiratória voltar ao normal
Sente-se de forma relaxada com as mãos repousadas sobre o abdome
Expire o ar pela boca
Repita o exercício respiratório o quanto precisar até a frequência 
respiratória voltar ao normal
Sente-se de forma relaxada com as mãos repousadas sobre o abdome
Repita o exercício respiratório o quanto precisar até a frequência 
respiratória voltar ao normal
Sente-se de forma relaxada com as mãos repousadas sobre o abdome
Repita o exercício respiratório o quanto precisar até a frequência 
respiratória voltar ao normal
Sente-se de forma relaxada com as mãos repousadas sobre o abdome
Repita o exercício respiratório o quanto precisar até a frequência 
respiratória voltar ao normal
Repita o exercício respiratório o quanto precisar até a frequência 
respiratória voltar ao normal
Repita o exercício respiratório o quanto precisar até a frequência Repita o exercício respiratório o quanto precisar até a frequência Repita o exercício respiratório o quanto precisar até a frequência Repita o exercício respiratório o quanto precisar até a frequência 
Estudos apontam que o TP prejudica as atividades laborais por meio de bai-
xa produtividade e absenteísmo, além de implicar em difi culdades de relação 
interpessoal, maior utilização de serviços de saúde (o que causa muitos gastos) 
e, infelizmente, um risco aumentado de tentativa e concretização de suicídio. 
O tratamento é realizado por meio de terapia cognitivo-comportamental (TCC), 
ansiolíticos e antidepressivos.
Di
ag
nó
st
ico
 d
e 
TP
TCC
Antidepressivos
Ansiolíticos
Figura 4. Esquema para o tratamento de TP.
Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT)
O transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) é geralmente associado ao 
sofrimento psíquico causado pelas guerras. No entanto, o TEPT não ocorre so-
mente em contextos bélicos, mas também nos demais eventos traumáticos aos 
quais o indivíduo possa ter sido exposto.
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O TEPT é composto por dois eventos centrais: o evento traumático, associado à ex-
posição a um evento em que haja ameaça de morte ou ferimentos graves para si mesmo 
e/ou outras pessoas, em conjunto com uma resposta de medo excessivo, desamparo 
ou horror. A partir disso, desenvolve-se a sensação psicológica que consiste em reviver 
o evento traumático, a esquiva de estímulos associados ao acontecimento e sintomas 
de estimulação exacerbada do SNA, conforme atestam Figueira e Mendlowicz (2003).
Os sinais e sintomas comumente encontrados em indivíduos acometidos por TEPT 
são insônia, pesadelos, irritabilidade, dificuldade de concentração, hipervigilância, res-
posta exagerada de sobressalto, distanciamento social e entorpecimento emocional.
EXPLICANDO
Na tentativa de fugir do sofrimento causado pelo evento ameaçador, a 
pessoa sente-se “anestesiada”. Entretanto, ao se utilizar dessa estratégia, 
o indivíduo perde o interesse pelas atividades que lhe eram prazerosas, 
como viajar, brincar com os filhos, conversar com os amigos, entre outros.
A memória aversiva, presente no TEPT, constitui-se a partir do medo aprendido 
diante de um evento traumático. Desta maneira, pesquisas revelam que há um cir-
cuito com áreas do córtex cerebral responsáveis por processar as ameaças à vida. 
Assim, a partir de experimentos em animais, este circuito foi mapeado e descobriu-se 
que áreas do córtex cerebral transmitem informações para a amígdala e para o hipo-
campo. O que se pode concluir é que, diante de um evento ameaçador à vida, as in-
formações emocionais são enviadas para o córtex, que processa e analisa o ambiente 
e, assim, ocasiona a formação da memória aversiva (LIMA; BALDO; CANTERAS, 2019).
Área cingulada 
anterior
Área visual 
medial
Área
pré-límbica
Córtex cerebral
Área
retroesplenial
Circuito cortical
Amígdala Formação hipocampal
Figura 5. Circuito cortical do medo aversivo. Fonte: LIMA; BALDO; CANTERAS, 2019, n.p.
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Intervenções de enfermagem em pessoas acometidas 
por transtornos de ansiedade
As intervenções de enfermagem em pessoas com transtornos de 
 ansiedade (TAG, Transtorno Fóbico, TP e TEPT) consistem em promover e rea-
bilitar a saúde dessas pessoas. Muitas vezes, faz-se necessário adotar mecanis-
mos que auxiliem o indivíduo com transtornos ansiosos, tais como estabelecer 
rotinas, utilizar tom de voz baixo e suave, redirecionar a atenção do paciente 
para longe da fonte de agitação e evitar a projeção de imagem considerada 
ameaçadora, principalmente para o indivíduo com transtorno fóbico.
O tratamento para o TEPT constitui-se em antidepressi-
vos, ansiolíticos e TCC. Videira et al. (2018), que enfatizam 
a terapia da compaixão no TEPT decorrente da violência 
urbana, trazem à tona a questão da importância da terapia 
cognitivo-comportamental em grupo (TCC-G), a fi m de que os 
pacientes com este tipo de transtorno obtenham uma me-
lhor qualidade de vida.
Os autores ressaltam a importância da TCC-G e o uso da 
terapia focada na compaixão especifi camente neste tipo 
de transtorno, posto que os pacientes com TEPT apre-
sentam não só sentimentos de medo, como também 
de culpa e vergonha. Deste modo, tais sentimentos fa-
zem com que esses indivíduos tenham maior difi culdade 
de demonstrar autocompaixão. 
A TCC-G possibilitaria, então, melhores inter-relações pes-
soais, um relacionamento e entendimento mais adequados em 
relação às pessoas que vivenciam a mesma situação e, consequen-
temente, a criação de empatia e compaixão ao próximo e a si mesmo (VIDEI-
RA et al., 2018).
Desta maneira, notou-se neste trabalho a melhora dos quadros de TEPT 
com o uso da TCC-G focada na compaixão, evidenciando a importância do uso 
desta técnica de curto prazo (cerca de oito semanas), mas com efeitos duradou-
ros e efi cazes para que estes pacientes voltem às suas atividades cotidianas. 
SAÚDE MENTAL E CUIDADO DE ENFERMAGEM EM PSIQUIATRIA 117
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EXPLICANDO
No transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) também há o aumento de an-
siedade a níveis exacerbados, à medida que os pensamentos obsessivos 
geram grande sofrimento psíquico, causando sintomas ansiosos. Alguns 
estudiosos, inclusive, classificam o TOC como parte dos transtornos de 
ansiedade; no entanto, neste material foi utilizada a definição do DSM-5, 
que classifica o TOC como transtorno de personalidade.
É importante salientar que alguns indivíduos com transtornos ansiosos podem 
vir a ter um comportamento de autoagressão. Assim, o controle de comportamento 
para esse fator é importante por meio da retirada de objetos perigosos do ambiente 
e da comunicação de risco para a família e outros cuidadores. Já o ensino é uma inter-
venção de enfermagem, uma vez que é preciso orientar a família e o indivíduo com 
transtorno sobre a doença, a adesão ao tratamento e os efeitos das medicações. 
É necessário escutar ativamente, por meio da demonstração de interesse 
pelo paciente, evidenciar percepção e sensibilidade às suas emoções e atentar-
-se para mensagens e sentimentos não expressados. Deve haver ainda a pro-
moção do envolvimento familiar, ocasionando a identificação da capacidade 
dos membros da família para envolver-se nos cuidadosdo paciente, além de 
antecipar e identificar as necessidades da família.
A redução da ansiedade pode ser auxiliada com o uso de uma abordagem calma 
e tranquilizadora, em que se deve escutar o paciente com atenção, identificar mu-
danças do nível de ansiedade e orientá-lo sobre técnicas de relaxamento (medita-
ção, controle respiratório, etc.). Para isso, pode-se utilizar a terapia de relaxamento, 
em que o enfermeiro oferece uma descrição detalhada sobre a técnica a ser utiliza-
da, convida o paciente a relaxar e permite a ocorrência de sensações.
A intervenção para a melhoria do sono está associada a determinar o padrão 
de sono e vigília do paciente, além de orientá-lo para monitorar padrões de sono 
e encorajá-lo a estabelecer uma rotina para dormir, entre outros. Já a prevenção 
de suicídio é realizada por meio da determinação do grau de risco de suicídio, da 
orientação do paciente sobre estratégias de enfrentamento e da utilização de 
uma abordagem direta e sem julgamentos ao discutir suicídio, facilitando o apoio 
da família e amigos do paciente (BULECHEK; BUTCHER; DOCHTERMAN, 2010).
Existem muitas outras intervenções de enfermagem para que o paciente 
consiga enfrentar os transtornos de ansiedade e ter uma melhor qualidade de 
vida, com o mínimo de sofrimento possível. 
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Intervenções de enfermagem a pessoas com manifes-
tações de comportamento decorrente de demência
Segundo Dalgalarrondo (2008), a demência pode ser compreendida 
como uma síndrome psíquica orgânica difusa e de curso progressivo, que 
leva à deterioração de áreas psíquicas, cognitivas e afetivas. Com isso, no-
ta-se que há um grande prejuízo das capacidades críticas e de julgamento 
em pessoas acometidas pela doença. 
As principais características da demência são perda de memória (recen-
te e de fixação), perda de funções cognitivas (linguagem, agnosia, raciocí-
nio, habilidades motoras, aprendizagem, orientação no tempo e espaço, 
entre outros), alterações executivas (planejamento e reso-
lução de problemas), alterações de personalidade (desini-
bição, agressividade, negligência no autocuidado), alte-
rações nos tecidos cerebrais (diminuição de substância 
branca) e sintomas psiquiátricos (ansiedade, depressão, 
paranoia, alucinações e delírios). 
É importante ressaltar que o número de diagnósticos de demência tem 
crescido a cada ano em virtude da expectativa de vida da população; isto 
levou a um aumento do número de pessoas idosas, o que ampliou a incidên-
cia de casos de demência.
As demências atingem cerca de 50 milhões de pessoas em todo mun-
do, e a tendência é aumentar. Atualmente, há mais 1 milhão de casos de 
demência registrados no Brasil e a Organização Mundial de Saúde estima 
que esse número possa chegar a 6 milhões no País em 2050 (OMS/OPAS, 
2017). Há quatro tipos de demências mais comumente diagnosticadas nos 
serviços de saúde, sendo estas: doença de Alzheimer, demência vascular, 
demências com corpos de Lewy e demência frontotemporal. 
Doença de Alzheimer (DA)
A Doença de Alzheimer (DA) é uma patologia degenerativa progressiva do 
sistema nervoso que geralmente acomete pessoas com mais de 60 anos e cor-
responde a cerca de 50% das síndromes demenciais. 
SAÚDE MENTAL E CUIDADO DE ENFERMAGEM EM PSIQUIATRIA 119
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O processo neurodegenerativo da DA acomete primaria-
mente o tronco encefálico no núcleo dorsal da rafe, onde si-
tua-se o processo de informações e armazenamento da me-
mória. Com a progressão da doença, este espalha-se para 
o hipocampo, seguido de comprometimento cortical (áreas 
associativas), o que acarretará em prejuízos 
das áreas cognitivas e comportamentais. 
O sintoma inicial observado na doença é 
a alteração da memória, principalmen-
te a associada a fatos recentes, e pos-
teriormente observa-se a desorientação 
espacial, relacionada também às funções 
da estrutura hipocampal. 
Assim, há uma piora progressiva e lenta dos sintomas, o 
que leva a alterações de linguagem (como a anomia, que é 
a impossibilidade de lembrar nomes de objetos, embora 
o indivíduo compreenda e perceba a presença do objeto 
esquecido), à deficiência em realizar planejamen-
tos e à perda progressiva das habilidades visuais 
e espaciais. As alucinações e delírios são mais 
frequentes nas fases mais avançadas da doença 
(CARAMELLI; BARBOSA, 2002).
Sob o ponto de vista fisiopatológico, a DA apresenta perda de sinapses 
e morte de neurônios nas regiões responsáveis pela cognição, como cór-
tex cerebral, hipocampo, córtex entorrinal e estriado ventral. A partir de 
estudos com marcadores neuropatológicos em modelos experimentais, 
há algumas hipóteses para explicar a causa desta doença. A primeira delas 
é a cascata amiloidal, a qual inicia-se pela clivagem proteolítica da proteína 
precursora amiloide (APP) e que acarreta na produção, agregação e depo-
sição de beta-amiloide e placas senis (SERENIKI; VITAL, 2008).
ASSISTA
O filme Para sempre Alice, de 2014, narra a história da personagem Alice 
Howland, uma renomada professora de linguística que é diagnosticada 
com a doença de Alzheimer aos 50 anos.
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Lóbulo frontal
Cerebelo
Córtex visual
Córtex entorrinal
Hipocampo
 Amígdala cerebelosa
Lóbulo parietal
Medula
Ponte
Clivada pela 
α-secretase
Clivada pela β 
e y-secretase 
(endoproteólise) 
PPA
 Aβ
Placa senil
Fragmentos menores sem 
ação tóxica para o SNC
Figura 6. Áreas mais afetadas pela DA destacadas em vermelho. Fonte: FALCO et al., 2016.
Figura 7. Cascata amiloidal. Fonte: CORRÊA, 2013.
Saudável Alzheimer
Figura 8. Diferença entre um cérebro saudável e um com DA em estágio avançado. Fonte: ROMANZOTI, 2019.
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Demência Vascular (DV)
A demência vascular é a segunda doença neurodegenerativa mais frequente e 
pode ocorrer em cerca de 20% dos idosos com mais de 85 anos. Ela é decorrente de 
múltiplas isquemias cerebrais, lesões no tálamo, giro angular, defi ciência da circulação 
cerebral e das consequências de danos de acidente vascular cerebral hemorrágico 
(AVCH), tais como hemorragia subdural, subaracnoide ou no próprio tecido cerebral.
A principal característica da DV refere-se ao seu início súbito associado aos aci-
dentes vasculares cerebrais (AVC) ou acidentes isquêmicos transitórios (AIT). As-
sim, ressalta-se que esses quadros de DV podem ter caráter transitório, na medida 
que em alguns casos a DV pode regredir e em outros piorar. É importante salientar 
que esta doença está relacionada diretamente a fatores de risco para doenças car-
díacas e vasculares, como hipertensão arterial sistêmica (HAS), diabetes mellitus, 
tabagismo, abuso de álcool e obesidade, entre outros (SMID et al., 2001).
Os sinais e sintomas são semelhantes à DA, embora os sintomas neuropsiquiá-
tricos encontrados na fase avançada da doença constituam apatia, mudanças de hu-
Há inúmeras outras hipóteses etiológicas para a DA, tais como disfunção glutama-
térgica, hipótese oligomérica e metálica e diabetes tipo 3, segundo Falco et al. (2016).
É importante ressaltar que a sobrevida da doença de Alzheimer a partir do 
diagnóstico é de aproximadamente dez anos, em razão de a doença apresentar 
estágios de progressão, a saber:
• Estágio 1: início da perda de memória, alterações de personalidade e com-
prometimento das habilidades visuoespaciais;
• Estágio 2: difi culdade para falar, realizar tarefas, coordenação motora pre-
judicada, insônia e agitação;
• Estágio 3: não executa mais as atividades diárias, incontinência urinária e 
fecal, tem difi culdades para comer e défi cit motor acentuado;
• Estágio 4: inatividade motora,geralmente os indivíduos fi cam restritos ao 
leito, mutismo, dor à deglutição e infecções de repetição.
O tratamento medicamentoso está relacionado a atividades diárias, antide-
pressivos, antipsicóticos e estabilização das funções cognitivas. Ademais, a te-
rapia ocupacional, as atividades psicossociais e a fi sioterapia são importantes 
para minimizar a progressão dos sintomas. 
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mor, alterações do ciclo de sono/vigília, alucinações e comportamento hostil (SAN-
TOS et al., 2018). O tratamento está relacionado às drogas utilizadas na doença de 
Alzheimer e à prevenção e tratamento correto para doenças cardíacas e vasculares.
Demência com Corpos de Lewy (DCL)
A DCL é o terceiro tipo de neurodegeneração mais frequente em pessoas 
com mais de 60 anos. Há aproximadamente 35 anos essa doença era conside-
rada rara; no entanto, o avanço de técnicas laboratoriais (imuno-histoquímica) 
e o aperfeiçoamento de exames de imagem diagnósticos permitiram que a DCL 
fosse mais conhecida e diagnosticada mais frequentemente.
Os corpos de Lewy são agregados de proteínas (neurofi lamentares, ubi-
quitina e alfa-sinucleína) que se distribuem de forma difusa pelo córtex cere-
bral e tronco encefálico na DCL. Já na doença de Parkinson (DP) também há 
formação de corpos de Lewy, mas eles localizam-se nos neurônios da subs-
tância negra mesencefálica e, por isso, algumas alterações clínicas da DCL 
podem ser similares às da DP. 
A
B
Figura 9. Doença de Binswanger (encefalopatia subcortical) que causa DV nas imagens da seção B. 
Fonte: ENGELHARDT et al., 2009.
A Figura 9 evidencia uma ressonância magnética em que A é a imagem de 
um cérebro saudável e B é um cérebro com doença de Binswanger, uma en-
cefalopatia subcortical que está associada à HAS. Ela é caracterizada pela ate-
rosclerose nos vasos sanguíneos da substância branca subcortical, o que pode 
causar a demência vascular. Note a diferença do volume cerebral entre A e B.
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A DCL causa um declínio signifi cativo das funções cognitivas, o que acarreta 
em prejuízo social e profi ssional devido a comprometimento grave da memória 
(fase avançada), défi cit de atenção, alucinações visuais bem defi nidas e sinais 
de parkinsonismo (rigidez e bradicinesia, que é a lentifi cação motora observa-
da na doença de Parkinson).
A causa das alucinações bem formadas na DCL são em razão da presença 
de corpos de Lewy nas estruturas temporais, principalmente no giro para-hipo-
campal e na amígdala. Outros sinais e sintomas apresentados na doença cons-
tituem sensibilidade a neurolépticos, quedas repetidas (instabilidade postural 
ou síncopes) e parassonia, segundo Teixeira Jr. e Cardoso (2005). 
EXPLICANDO
Parassonia refere-se a movimentos anormais durante o sono, o que 
causa interrupções durante o repouso do indivíduo e, por consequência, 
sonolência e fadiga durante o dia.
O tratamento é realizado com medicamentos para DA, principalmente a ri-
vastigmina; para melhora dos sintomas de Parkinson (bradicinesia e rigidez) 
pode-se utilizar L-Dopa, no entanto é necessário salientar que esse fármaco 
piora os sintomas psiquiátricos, tais como alucinações, delírios e confusão 
mental. O apoio da família é de suma importância e atividades psicossociais, 
ocupacionais e fi sioterapia podem aliviar os sintomas.
Figura 10. Corpos de Lewy (em amarelo) no neurônio (DP). Fonte: LAGUIPO, 2018.
Demência Frontotemporal (DFT)
Essa é a quarta forma mais comum de demência e atinge pessoas com mais 
de 50 anos situadas no período pré-senil, ocorrendo igualmente em homens e 
mulheres. Antigamente os pacientes com DFT eram diagnosticados com DA, e 
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somente a partir dos anos 90 os critérios diagnósticos sofreram modificações, 
o que consequentemente gerou uma maior observação sobre o curso e etiolo-
gia da doença, que caracteriza-se por perda neuronal e degeneração microva-
cuolar, segundo Teixeira Jr. e Salgado (2006).
Ainda de acordo com os autores, os sinais e sintomas observados na DFT 
são: demência semântica, a qual refere-se à dificuldade de compreensão das 
palavras e nomeação; agnosia, que é a incapacidade de reconhecer objetos e 
pessoas; e prejuízo na produção verbal e de significado visual. 
Para entender as alterações cerebrais na DFT, pode-se dividir o lobo frontal 
em três partes: (1) orbital, (2) medial e (3) dorsolateral. A estrutura (1) associa-se a 
comportamento desinibido, impulsividade e comportamentos estereotipados (re-
petir gestos ou palavras). Na estrutura (2) observa-se apatia, isolamento social e 
passividade. E a estrutura (3) está associada à mudança de padrão alimentar, tais 
como aumento da ingestão de líquidos e preferência por alimentos doces.
Lateral
Orbital
Medial
Figura 11. Anatomia funcional do lobo frontal. Fonte: RUIZ-CONTRERAS et al., 2016.
O tratamento consiste em antipsicóticos e, em alguns casos, os inibidores 
seletivos da recaptação de serotonina podem auxiliar, além de lançar mão de 
fonoaudiologia, fisioterapia e inclusão nas atividades psicossociais. As doen-
ças demenciais causam bastante sofrimento, tanto para o paciente diagnosti-
cado quanto para a família e cuidadores. É importante ressaltar que a equipe 
de saúde, em particular a de enfermagem, precisa oferecer acolhimento do 
usuário e da família, a fim de que essa situação seja enfrentada da maneira 
mais amena possível.
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Intervenções de enfermagem em pessoas acometidas 
por demências
Segundo Farfan et al. (2017), faz parte da assistência de enfermagem a ava-
liação funcional do idoso e, diante do crescente número de casos de diagnós-
ticos demenciais em virtude do envelhecimento populacional, é de suma im-
portância salientar que essa problemática é enfrentada com muito pesar pela 
família e pelo indivíduo acometido pela demência. Entre outros motivos, isto 
também se dá porque normalmente não há informações sobre como lidar com 
todas as mudanças provenientes da doença neurodegenerativa. 
Por este motivo o enfermeiro assume papel de orientador, esclarecedor e 
apoiador no processo demencial. Então, o aconselhamento estabelece uma 
relação terapêutica baseada na confi ança e estabelecimento de vínculo, bem 
como no oferecimento de informações adequadas sempre que necessárias. 
Outro fator a ser observado é a intervenção na alimentação, uma vez que em 
certos casos os indivíduos não conseguem se alimentar adequadamente. A inter-
venção no controle de alucinações e delírios também é muito importante para que 
o indivíduo possa falar sobre o fenômeno quando o estímulo estiver presente. Por 
fi m, manter o ambiente seguro também é outro fator indispensável.
É importante evidenciar que o controle de ambiente está associado com 
manter medidas de conforto, executar a prevenção de possíveis eventos de 
violência e impulsionar o controle comportamental por meio de limites em ca-
sos de alucinações, delírios ou comportamento inadequado (NIC, 2010).
Anterior
A C
B D
AnteriorPosterior Posterior
Figura 12. Alterações no cérebro com DFT (A e B). Fonte: LANATA; MILLER, 2016.
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A presença e o apoio da família é algo que o enfermeiro precisa enfatizar, 
principalmente em relação à redução de ansiedade, além de manter uma escu-
ta ativa para os sentimentos que causam o aumento da ansiedade. Os cuidados 
com a administração das medicações prescritas, a atenção para o aumento 
da ingestão hídrica fracionada em casos de xerostomia e o encorajamentode 
medidas de autocuidado devem estar sempre presentes. 
É importante que o futuro enfermeiro saiba que há muitas intervenções de 
enfermagem nas síndromes demenciais, e que o plano de assistência de enfer-
magem precisa ser direcionado e individualizado para cada usuário.
Enfermeiro no serviço de emergência psiquiátrica: 
intervenções de enfermagem
Até os dias atuais, o número de instituições de saúde que englobam os ser-
viços de emergência psiquiátrica é muito pífi o, o que acaba por tornar este ser-
viço restrito aos hospitais públicos e a alguns hospitais localizados nos grandes 
centros acadêmicos do País.
Isso posto, o distúrbio de pensamento, emoções e comportamento que ne-
cessita de intervenção assistencial de saúde imediata, a fi m de que não haja 
prejuízos para a pessoa em crise e os demais, é denominado de emergência 
psiquiátrica. Segundo Barros, Tung e Mari:
Emergências psiquiátricas também podem ser defi nidas como 
qualquer alteração de comportamento que não pode ser ma-
nejada de maneira rápida e adequada pelos serviços de saúde, 
sociais ou judiciários existentes na comunidade. Esta defi nição 
sugere que as emergências em psiquiatria não são função exclu-
siva de uma determinada alteração psicopatológica, mas tam-
bém do sistema de serviços oferecidos por uma determinada 
região, na qual o indivíduo está inserido (2010, p. 72).
Assim, caracteriza-se serviço de emergência psiquiátrica como um local que pres-
ta assistência imediata a pessoas com crises, as quais englobam agressividade, tenta-
tivas de suicídio, abuso ou abstinência de álcool e drogas, ataques de pânico, estresse, 
delírios, alucinações ou quaisquer outras que possam trazer prejuízos vitais e sociais.
De acordo com Vedana (2016), as alterações no estado psíquico da pessoa em crise 
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Comportamentos propensos à crise e intervenções 
de enfermagem
A agressividade pode estar presente nos momentos de crise, mas isso não deve ser 
generalizado, uma vez que a agitação psicomotora também é confundida com agressivi-
dade em razão das atividades cognitivas e motoras aumentadas. Assim, a defi nição de 
agressão é a ação intencional de causar dano a alguém, que pode ser físico ou mental.
Os sinais de agressividade podem ser observados por meio de dois ou mais 
fatores, como ação violenta dirigida a objetos, tom de voz elevado acompanha-
do de discussões, comportamento desafi ador, ameaças verbais, dentes cerra-
dos, expressão facial tensa e baixa tolerância às frustrações.
A ação do enfermeiro diante do comportamento agressivo é oferecer um 
ambiente seguro, assim como privacidade no atendimento, evitando estímulos 
em excesso e movimentos exacerbados durante a assistência. A comunicação 
verbal deve ser realizada por meio da evitação de confl itos diretos, e o enfer-
meiro deve ter uma postura fi rme, segura e mostrar ao indivíduo que pretende 
ajudá-lo, além de explicar os procedimentos que serão realizados como meio 
de diminuir o sofrimento psíquico deste momento.
As contenções podem ser químicas (medicações) ou físicas. Na administração de 
psicofármacos prefere-se a via oral, caso seja possível a colaboração do usuário. No 
entanto, caso isto não seja possível, a via de administração utilizada é a muscular. Com 
isso, deve haver redução no comportamento de agressividade sem que haja sedação. 
A restrição de movimentos corporais realizada por meio de contenção física tem 
como objetivo evitar danos a si próprio e aos outros. Geralmente, no processo de con-
tenção física há o envolvimento de cerca de cinco pessoas da equipe de saúde, em que 
uma destas assume a liderança e delega funções aos outros componentes do grupo. 
Durante o período de contenção a equipe de enfermagem precisa monito-
rar o paciente a cada 15 minutos para observar se houve redução da agressi-
vidade. É importante salientar que a contenção física é uma medida extrema e 
deve ser utilizada somente em último caso, segundo Vedana (2016).
difi cultam bastante o processo de comunicação. Desta maneira, o enfermeiro deve agir 
de forma fi rme e segura, além de utilizar perguntas práticas e sem sentidos ambíguos. 
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Outro fator relacionado à crise é a tentativa de suicídio, que deve ser enten-
dida como uma ação extrema de sofrimento psíquico diante de determinada pro-
blemática que tornou-se tão insuportável que a única solução encontrada por esse 
indivíduo é ceifar a própria vida. Por isso, não se deve julgar, ridicularizar ou oferecer 
opiniões pessoais em casos de emergência psiquiátrica por tentativas de suicídio. 
Em relação a isto, sabe-se que os homens obtêm mais sucesso em relação à 
concretização do suicídio em comparação às mulheres; no entanto, as tentati-
vas de suicídio são mais frequentes em pessoas do sexo feminino. 
A questão do suicídio não deve ser discutida apenas no mês destinado à campa-
nha de prevenção (o setembro amarelo), mas sim durante todo o ano, uma vez que 
as pessoas estão cada vez mais envolvidas em situações de tentativa e consumação 
de suicídio. Por isso, deve haver uma quebra de tabu na discussão sobre esse assunto 
por meio da educação em saúde e no trabalho desta questão tão grave. Aqui, cabe 
ressaltar a importância do Centro de Valorização à Vida (CVV), cujo número é 188.
O enfermeiro avalia o risco de suicídio por meio da identificação de depressão, de-
samparo e desespero. Algumas das frases mais comuns a serem ditas por alguém que 
tem ideação suicida são: “Eu não aguento mais essa vida!”, “Seria melhor para todos 
se eu não estivesse mais aqui”, “Eu quero sumir de uma vez por todas”, entre outras. 
É importante salientar que algumas pessoas agem com uma certa tranqui-
lidade após um momento de crise por tentativa de suicídio ou por outros fa-
tores, e esse comportamento também pode indicar uma ideação suicida. Ou 
seja, a pessoa passa a se importar menos com os problemas, visita lugares de 
que gosta e que há muito tempo não frequentava e faz planos para concretizar 
o suicídio. Desta maneira, o enfermeiro e a equipe multidisciplinar devem ficar 
alertas em relação a esse tipo de comportamento. 
O papel da família é fundamental para que a pessoa enfrente o seu problema 
com apoio, e o ambiente deve estar o mais possível seguro. Além disso, o profissio-
nal deve notificar a família e a equipe sobre ideações suicidas. Oferecer esperança, 
concentrar-se na solução de problemas, estabelecer relacionamento terapêutico 
e oferecer acolhimento e apoio emocional são intervenções que podem auxiliar as 
pessoas em sofrimento psíquico que buscam tirar a própria vida (VEDANA, 2016).
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS,2006), o 
risco de suicídio pode ser classificado em: 1. Inexistente; 2. Leve: 
ideação limitada, não há plano ou preparação; sem tentativas; 3. 
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Moderado: planos e preparação definidos ou mais de um fator 
de risco; motivação para melhorar o estado emocional e psicoló-
gico atual; 4. Severo: planos e preparação claramente definidos; 
dois ou mais fatores de risco; inflexibilidade cognitiva e desespe-
rança; sem apoio social disponível; tentativas anteriores. 5. Ex-
tremo: múltiplas tentativas; fatores de risco significativos (OMS, 
2016 apud VEDANA, 2016, p. 24)
Outro fator relacionado à crise é a overdose, a intoxicação por drogas lícitas 
ou ilícitas que podem ocasionar alguns efeitos de acordo com sua interação com 
o SNC, sendo estas depressoras do SNC (álcool, ansiolíticos, opiáceos e solventes), 
que causam bradicardia, bradipneia, hipotensão arterial e até coma; ou estimula-
doras (crack, cocaína, anfetaminas), que causam efeitos opostos como midríase,hi-
pertermia, HAS, taquicardia, taquipneia, agressividade e agitação. Há ainda as subs-
tâncias perturbadoras (maconha, ecstasy, LSD, ayahuasca), que causam delírios, 
alucinações, paranoia, crises de ansiedade e ataques de pânico (VEDANA, 2016).
As intervenções de enfermagem estão relacionadas a oferecer um am-
biente seguro, assistência em medidas de desintoxicação, monitoração do 
usuário, contatação da família e estabelecimento de relacionamento tera-
pêutico e apoio. Em casos de abstinência por drogas, em que ocorre a in-
terrupção ou redução do uso da substância, deve-se oferecer escuta ativa, 
esclarecimento sobre o risco do uso da substância e acolhimento. 
Quando ocorre a abstinência por álcool, deve-se realizar a investigação so-
bre o grau de dependência de álcool a fim de que se estabeleça intervenções de 
enfermagem eficientes para o tratamento do usuário. Em casos mais graves de 
dependência, é importante levantar a cabeceira da cama do paciente, oferecer 
ingestão hídrica fracionada, manter o ambiente calmo e tranquilo, oferecer me-
didas de apoio emocional, orientar sobre o papel da família durante o processo 
de tratamento, oferecer segurança ao paciente e monitorá-lo (VEDANA, 2016).
Em casos de doenças psiquiátricas com distúrbio de sensopercepção e 
pensamento, tais como delírios, alucinações e paranoias, deve-se proporcio-
nar um ambiente calmo e seguro, retirar objetos que possam causar danos 
ao paciente e a outras pessoas envolvidas, tentar estabelecer relacionamento 
terapêutico, trazer o paciente à realidade, não encorajar alucinações, oferecer 
privacidade no atendimento, estimular a contenção química e física e principal-
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mente ofertar apoio emocional (VEDANA, 2016).
Nos ataques de pânico e ansiedade, oferece-
-se apoio emocional, acolhimento, relacionamento 
terapêutico, escuta ativa, redução de ansiedade pelo 
encorajamento da expressão de sentimentos, exercícios 
respiratórios para o controle da ansiedade (por exemplo: 
técnica 4/2/6), cuidados na administração da ansiedade e 
ambiente tranquilo. Além disso, o profissional deve explicar 
ao paciente que isso não é um ataque cardíaco e falar em tom de 
voz baixo e calmo. 
Muitas são as intervenções de enfermagem em pessoas acometidas 
por crise e, por isso, o enfermeiro deve sempre ter uma visão holística do indi-
víduo em sofrimento psíquico, mostrando empatia e encorajamento diante de 
toda a problemática sofrida por esses indivíduos.
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Sintetizando
Vimos que a ansiedade é um sentimento difuso de medo e apreensão sobre algo 
que ainda pode ocorrer ou ainda a antecipação de um perigo. Há dois sistemas cere-
brais envolvidos em sua gênese: o Sistema Cerebral de Defesa (SCD) e o sistema de 
inibição de comportamento. Alguns neurotransmissores também têm participação, 
como a noradrenalina, secretada em situações de defesa e ansiedade.
Analisamos como o transtorno fóbico é a angústia ou sofrimento psíquico 
exacerbado diante de coisas e/ou situações que causam um terror paralisante 
no indivíduo após a ocorrência de um evento traumático. Já o ataque ou crise 
de pânico acomete o indivíduo de forma súbita sem que haja, muitas vezes, um 
fator desencadeante e está acompanhado de sintomas físicos como calafrio, 
sudorese, tremores, desmaios, cefaleia, dispneia, taquicardia e formigamento.
Observamos que entender a fisiopatologia e identificar os sinais e sintomas 
da demência pode fazer bastante diferença para a qualidade de vida de seu por-
tador. A demência não tem cura e é causada por neurodegeneração progressiva, 
afetando principalmente as funções cognitivas e motoras. As intervenções de 
enfermagem estão relacionadas com medidas de conforto e cuidados com os 
sintomas físicos e psiquiátricos característicos das síndromes demenciais. 
Por fim, vimos como o serviço de emergência psiquiátrica é um local que pres-
ta assistência imediata às pessoas com crise, a qual pode estar ligada à agressivi-
dade, tentativa de suicídio, intoxicação por uso de drogas ou ataques de pânico e 
ansiedade. É importante que o enfermeiro tenha uma visão empática e holística 
ao prestar assistência a esses pacientes com intenso sofrimento psíquico. 
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