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Medicina Forense USP - Traumatologia médico-legal (1)

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E D U A R D O R O B E R T O A L C Â N T A R A D E L - C A M P O 
Medicina Forense III 
TRAUMATOLOGIA 
Traumatologia forense 
Conceito – A traumatologia estuda as lesões e os estados 
patológicos, imediatos ou tardios, produzidos pela ação de 
energias (violência) sobre o corpo humano. 
 
Energias: 
 de ordem mecânica; 
 de ordem física; 
 de ordem química; 
 de ordem físico-química; 
 de ordem bioquímica; 
 de ordem biodinâmica; e 
 de ordem mista. 
Energias de ordem mecânica 
perfurantes ou punctórios; 
Ação simples cortantes; 
contundentes. 
Instrumentos 
pérfuro-cortantes 
Ação composta pérfuro-contundentes 
corto-contundentes 
Conceito - As energias de ordem mecânica são aquelas que, 
atuando sobre um corpo, são capazes de modificar o seu estado 
de repouso ou movimento. 
Instrumentos perfurantes ou punctórios 
 Os instrumentos perfurantes ou punctórios agem por meio de 
pressão exercida em um ponto. 
 
 As lesões produzidas pelos instrumentos punctórios ou 
perfurantes são denominadas lesões punctórias. 
Instrumentos cortantes 
 Os instrumentos cortantes agem por meio de pressão e deslizamento, 
de forma linear ou oblíqua, sobre a pele ou tecido dos órgãos. Os 
melhores exemplos são as lâminas de barbear, as navalhas e o bisturi. 
As facas, quando atuam pelo deslizamento da lâmina, podem ser 
consideradas como instrumentos cortantes. 
 
 
 As lesões produzidas pelos instrumentos cortantes são denominadas 
lesões incisas. 
Lesões incisas 
Esgorjamento, degola e decapitação 
 São lesões de natureza geralmente incisas localizadas no 
pescoço (Delton Croce). 
 
 O esgorjamento é a lesão localizada na região anterior do 
pescoço. 
 
 A degola na região posterior. 
 
 A decapitação é a separação da cabeça do corpo. 
Decapitação 
Instrumentos contundentes 
 Os instrumentos contundentes são todos aqueles que agem pela 
ação de uma superfície. Podem ser sólidos, líquidos ou gasosos 
desde que atuem por pressão, explosão, torção, distensão, 
descompressão, arrastamento ou outro meio, como por exemplo 
as mãos, um tijolo, um automóvel, jato de ar, a superfície de 
água de uma piscina etc. 
 
 Os instrumentos contundentes produzem lesões contusas, 
geralmente encontradas nos acidentes de automóvel, nos 
desabamentos, lutas corporais e outros. 
Lesões contusas 
Lesões contusas 
Equimoses 
 Equimoses são lesões contusas cuja intensidade depende 
do instrumento e do grau de violência com que foi 
aplicado. 
 
 São as comumente chamadas manchas roxas, e 
aparecem em razão do rompimento de vasos sanguíneos 
superficiais ou profundos. 
 
 As equimoses superficiais apresentam uma sucessão de 
cores denominada de espectro equimótico, cuja evolução 
obedece ao quadro a seguir: 
Espectro equimótico 
Dias Cor 
1º vermelho escuro 
do 2º ao 3º violeta 
do 4º ao 6º azulado 
do 7º ao 10º verde-escuro 
do 11º ao 12º verde-amarelado 
do 12º ao 17º amarelado 
do 18º ao 21º desaparece 
Instrumentos pérfuro-cortantes 
 Os instrumentos pérfuro-cortantes são aqueles geralmente 
dotados de ao menos uma ponta e pelo menos uma lâmina ou 
gume. Inicialmente o instrumento pérfuro-cortante age 
afastando as fibras e facilitando a penetração, para depois 
seccioná-las. O melhor exemplo de instrumento pérfuro-cortante 
são as facas. 
 
 As lesões produzidas pelos instrumentos pérfuro-cortantes 
denominam-se pérfuro-incisas, e tem como característica, 
geralmente serem mais profundos que largos. 
Lesões pérfuro-incisas 
Instrumentos pérfuro-contundentes 
 Instrumentos pérfuro-contundentes são aqueles que agem 
inicialmente por pressão em uma superfície e posteriormente 
perfuram a região atingida. 
 
 As lesões produzidas pelos instrumentos pérfuro-contundentes 
são denominadas pérfuro-contusas e são as lesões típicas dos 
projéteis de arma de fogo, não obstante não sejam eles os únicos 
agentes capazes de produzir este tipo de ferimento. 
 
 Estudaremos estas lesões quando estudarmos os ferimentos por 
projéteis de arma de fogo. 
Instrumentos corto-contundentes 
 Os instrumentos corto-contundentes são aqueles que atuam 
por pressão exercida sobre uma linha, como, por exemplo, 
o machado, um golpe de facão desferido com a lâmina, o 
cutelo etc. 
 
 As lesões produzidas pelos instrumentos corto-
contundentes são denominadas corto-contusas. 
Lesões corto-contusas 
Lesões lácero-contusas ou lacerantes 
 É bastante freqüente encontrarmos em laudos periciais 
designação de ferimentos lacerantes ou lácero-contusos. 
 
 Para a maioria dos autores, não existem ferimentos dilacerantes, 
contuso-dilacerantes, pérfuro-dilacerantes ou corto-dilacerantes, 
precisamente porque não existem instrumentos dilacerantes. 
 
 Os ferimentos lácero-contusos, freqüentemente mencionados 
em laudos periciais, nada mais são que soluções de 
continuidade de grandes proporções produzidas pela ação de 
agentes contundentes. 
 
 Essa espécie de ferimento é freqüentemente encontrada em 
acidentes de trânsito ou em precipitações. 
Lesões lácero-contusas ou lacerantes 
Energias de ordem mecânica 
Ação Instrumento Lesão Exemplo 
Simples 
Perfurante Punctória Agulha, estilete. 
Cortante Incisa Navalha e gilete. 
Contundente Contusa Mãos, tijolo. 
Composta 
Pérfuro-cortante Pérfuro-incisa Facas 
pérfuro-contundente Pérfuro-contusa Projétil - arma fogo 
Corto-contundente Corto-contusa Machado, cutelo 
Energias de ordem física 
São energias capazes de modificar o estado físico dos 
corpos causando lesões ou mesmo a morte. As mais 
comuns são: 
 temperatura; 
pressão; 
 eletricidade; 
 radioatividade; 
 luz; 
 som. 
Lesões produzidas pelo calor 
 Calor frio 
 
 Calor quente 
difuso – termonoses 
insolação 
intermação 
 
direto – queimaduras 
 
 Oscilações de temperatura 
Lesões produzidas pelo calor frio 
As lesões produzidas pelo frio, geladuras, têm aspecto pálido e 
anserino (relativo ou semelhante a pato ou ganso), frequentemente 
evoluindo para isquemia e necrose ou gangrena. 
 
Na Primeira Guerra Mundial eram comuns as lesões produzidas 
pelo frio, particularmente atingindo os membros inferiores dos 
soldados e, por isso, denominadas de pés de trincheira. 
 
Geladuras: 
 1º Grau – eritema; 
 2º Grau – flictenas; e 
 3º Grau – necrose ou gangrena. 
 
Lesões produzidas pelo calor frio 
Lesões produzidas pelo calor quente 
O calor quente pode atuar sobre o corpo humano de forma difusa 
ou direta. 
 
Atua de forma difusa quando a fonte de calor não incide 
diretamente sobre a área atingida, mas sim tornando o meio 
ambiente incompatível com os fenômenos biológicos. 
 
A forma de calor difuso produz os quadros conhecidos como 
termonoses, compreendendo a insolação e a intermação. 
 
Quando o calor quente age de forma direta sobre o organismo, 
produz as queimaduras. 
 
Insolação 
A desidratação e a queimadura da pele são os sintomas mais freqüentes da 
insolação, especialmente em crianças e idosos. 
 
Quando alguém fica muito tempo sob o sol, a pele queima, suas células são 
destruídas e o líquido que fica entre essas células é eliminado. 
 
O suor e a respiração mais intensa facilitam a perda de água. 
 
utros sintomas da insolação são dor de cabeça, tontura, vertigem, falta de 
ar, aumento da temperatura do corpo, mal-estar e vômitos, sem contar o 
envelhecimento precoce e o aumento em 25 vezes da chance de a pessoa 
desenvolver tumores de pele, no caso de haver queimadura. 
Insolação 
Intermação 
Intermação 
Mecanismos de termorregulação contra o superaquecimento: 
 Radiação: 
Troca global de energia térmica radiante (ar). 
Não requer contato molecular. 
 Condução: 
 Transferência direta por contato com líquido, sólido 
 ou gás. A água absorve milhares de vezes mais calor. 
Requer contato molecular. 
 Convecção: 
 Permuta de ar ou líquido adjacente já aquecido. 
 Transpiração/Evaporação:Mecanismo mais eficiente. 
Intermação 
Relação com o 
consumo de O2 
Repouso 
Exercício 
máximo 
Produção de calor corporal 1 l de O2  4,82 Kcal  0,25 l de O2/min  4,0 l de O2/min 
Capacidade por 
esfriamento evaporativo 
1 ml de suor  0,6 Kcal 
de perda de calor 
 1,2 Kcal/min  20,0 Kcal/min 
Elevação da temperatura 
corporal central 
----- 
Nenhuma 
elevação 
1°C a cada 5 a 7 
minutos 
Transpiração máxima  30 ml/minuto = 18 Kcal/minuto 
Intermação 
U
m
id
a
d
e
 
re
la
ti
v
a
 
Temperatura do ar (°F/°C) 
70 
21,1 
75 
23,9 
80 
26,7 
85 
29,5 
90 
32,2 
95 
35,0 
100 
37,8 
105 
40,5 
110 
43,3 
115 
46,1 
120 
48,9 
Sensação de calor (°F/°C) 
0% 
64 
17,8 
69 
20,6 
73 
228 
78 
25,6 
83 
28,3 
87 
30,5 
91 
32,8 
95 
35,0 
99 
37,2 
103 
39,4 
107 
41,6 
10% 
65 
18,3 
70 
21,1 
75 
23,9 
80 
26,7 
85 
29,4 
90 
32,2 
95 
35,0 
100 
37,8 
105 
40,5 
111 
43,9 
116 
46,7 
20% 
66 
18,9 
72 
22,2 
77 
25,0 
82 
27,8 
87 
30,6 
93 
33,9 
99 
37,2 
105 
40,5 
112 
44,4 
120 
48,9 
130 
54,4 
30% 
67 
19,4 
73 
22,8 
78 
25,6 
84 
28,9 
90 
32,2 
96 
35,6 
104 
40,0 
113 
45,0 
123 
50,5 
135 
57,2 
 
64,4 
40% 
68 
20,0 
74 
23,3 
79 
26,1 
86 
30,0 
93 
33,9 
101 
38,3 
110 
43,3 
123 
50,5 
137 
58,3 
151 
66,1 
50% 
69 
20,6 
75 
23,9 
81 
27,2 
88 
31,1 
96 
35,6 
107 
41,7 
120 
48,9 
135 
57,2 
150 
65,5 
60% 
70 
21,1 
76 
24,5 
82 
27,8 
90 
32,2 
100 
37,8 
114 
45,6 
132 
55,6 
149 
65,0 
70% 
70 
21,1 
77 
25,0 
85 
29,4 
93 
33,9 
106 
41,1 
124 
51,1 
144 
62,2 
80% 
71 
21,6 
78 
25,6 
86 
30, ,0 
97 
36,1 
113 
45,0 
136 
57,8 
90% 
71 
21,6 
79 
26,1 
88 
31,1 
102 
38,9 
122 
50,0 
100% 
72 
22,2 
80 
26,7 
91 
32,8 
108 
42,2 
Intermação 
No dia 5 de fevereiro de 1989, logo após a 
promulgação da Constituição de 1988, no 42° 
Distrito Policial, em Sao Paulo, em represália por 
uma tentativa de fuga, os policiais de plantão 
confinaram 51 presos em um dos xadrezes, uma cela 
de aproximadamente 1,5 m x 4 m, sem ventilação. 
Após alguns minutos os presos começaram a passar 
mal. Quando os policiais abriram a cela, 18 dos 
presos haviam morrido. 
Queimaduras 
Quanto à profundidade, segundo Hoffmann, as queimaduras 
classificam-se em: 
 1º Grau - queimaduras leves, simples formação de 
eritemas; 
 2º Grau - formação de flictenas nas áreas eritematosas; 
 3º Grau - atingem a derme e os tecidos adjacentes dando 
origem à formação de escaras; e 
 4º Grau - carbonização. 
Queimaduras 
A extensão da área queimada é, muitas vezes mais 
importante do que a profundidade da lesão para determinar 
a gravidade. É o caso de uma queimadura de primeiro grau, 
que, por exemplo, pode atingir uma ampla área do corpo. 
 
A extensão é medida em porcentagem da área total da 
superfície do corpo. É a "regra dos nove", que divide o corpo 
em áreas de aproximadamente 9%, utilizada para calcular a 
extensão da queimadura e decidir o tipo de tratamento. 
Queimaduras 
Queimaduras 
Lesões produzidas pela pressão 
Em condições normais podemos suportar pressão de 
aproximadamente 1 (uma) atmosfera ou 760 mm da Hg (pressão 
ao nível do mar). 
 
Os principais fenômenos resultantes das alterações de pressão 
são: 
 Diminuição da pressão: 
Mal das montanhas ou dos aviadores; 
 Aumento da pressão: 
Doenças dos caixões ou mal dos escafandristas; e 
Barotraumas. 
Mal das montanhas ou dos aviadores 
Mal das montanhas ou dos aviadores 
Doença dos caixões ou mal dos escafandristas 
Doença dos caixões ou mal dos escafandristas 
Doença dos caixões ou mal dos escafandristas 
Profundidade 
(metros) 
Tempo limite sem paradas para descompressão 
(minutos) 
9 243 
12 122 
15 74 
18 51 
21 37 
24 30 
27 24 
30 20 
33 17 
36 14 
39 13 
42 12 
45 10 
48 9 
51 8 
Doença dos caixões ou mal dos escafandristas 
Doença dos caixões ou mal dos escafandristas 
Narcose de Nitrogênio 
Barotraumas 
Barotraumas 
Barotraumas 
Barotraumas 
enhs.umn.edu/current/2008studentwebsites/pubh6173/barometric_extremes/high.html 
Lesões produzidas pela eletricidade 
 
Eletricidade natural ou cósmica: 
fulminação – morte; e 
fulguração – lesões corporais. 
 
 
Eletricidade artificial ou industrial: 
eletroplessão – acidental (morte ou lesões); e 
eletrocussão – execução de um condenado. 
 
Eletricidade natural, atmosférica ou cósmica 
www.uwec.edu/jolhm/EH3/Group2/Pictures/lightning.jpg 
Eletricidade natural, atmosférica ou cósmica 
Eletricidade natural, atmosférica ou cósmica 
Alguns números: 
• 125 milhões de volts; 
• 200 mil ampères ; 
• 25 mil graus centígrados. 
 
Lendas: 
• Se não está chovendo não caem raios; 
• Sapatos com sola de borracha ou os pneus do automóvel evitam 
que uma pessoa seja atingida por um raio; 
• As pessoas ficam carregadas de eletricidade quando são 
atingidas por um raio e não devem ser tocadas; 
• Um raio nunca cai duas vezes no mesmo lugar. 
Sinal de Lichtenberg 
As lesões produzidas pela fulguração ou fulminação, tomam 
aspecto arboriforme, denominadas de sinal de Lichtenberg, 
decorrentes de fenômenos vasomotores, que podem desaparecer 
com o tempo em caso de sobrevivência. 
Sinal de Lichtenberg 
Marca elétrica de Jellinek 
A eletricidade artificial produz, no local de entrada, uma lesão que 
com freqüência assume a forma do condutor elétrico que originou a 
descarga. É uma lesão de bordas elevadas e coloração amarelo 
esbranquiçada e indolor, que recebe a denominação de marca 
elétrica de Jellinek. 
Lesões produzidas pela radioatividade 
 alterações genéticas; 
vários tipos de câncer; 
 alterações da espermatogênese; e 
 alteração das células do sangue produzindo 
hemorragias acentuadas em vários pontos do 
organismo. 
Alguns dos efeitos sobre o organismo são: 
 
Lesões produzidas pela radioatividade 
Lesões produzidas pela luz 
A luz, dependendo da intensidade, também pode ocasionar lesões no 
corpo humano, particularmente relacionadas com alterações ou até 
mesmo perda da visão por dano irreversível no nervo ótico. 
 
A luz tem forte influência sobre o psiquismo humano, razão pela 
qual a polícia utilizou, durante longo período, o chamado terceiro 
grau, técnica de interrogatório onde o interrogando é colocado 
debaixo de um holofote que lhe ofusca a visão. 
 
Outro exemplo é o da eplepsia fotosensível (cerca de 3% de 
todos os pacientes) cujas crises podem ser desencadeadas por 
estimulos luminosos de tv, videogames e alguns padrões 
geométricos fortes, luz do sol através de folhas e outros. 
Lesões produzidas pela luz 
Lesões produzidas pelo som 
As ondas sonoras, ou ondas de pressão, nada mais são que a propagação de um distúrbio 
mecânico através de um meio elástico como o ar. 
 
Segundo o anexo n.º 1 da NR-15, os limites de tolerância para ruído contínuo ou 
intermitente (assim considerados os que não sejam de impacto), são: 
Tempo máximo de exposição Db 
8 horas 85 
3 horas 92 
1 hora 100 
30 minutos 105 
15 minutos 110 
10 minutos 112 
7 minutos 115 
Alguns valores para comparação 
Ambiente Db 
Limite de audição 1 
Ruído da respiração 10 
Restaurante tranqüilo 50 
Conversa em tom normal 60 
Tráfego normal 70 
Oficina mecânica 90 
Avião na decolagem 120 
Energias de ordem química 
São aquelas que atuam nos tecidos vivos através de substâncias 
que provocam alterações de natureza somática, fisiológica ou 
psíquica, podendo levar inclusive à morte. 
 
Compreendem: 
 cáusticos ou corrosivos: 
coagulantes – desidratação; e 
liquefacientes – dissolução dos minerais. 
 
 venenos ou tóxicos - substâncias de qualquer natureza que, 
uma vez introduzidas no organismo e por ele assimiladas e 
metabolizadas, podem levar a danos da saúdefísica ou 
psíquica inclusive a morte.. 
Cáusticos ou corrosivos 
Os cáusticos ou corrosivos são substâncias químicas que 
provocam profunda desorganização dos tecidos vivos, 
quer por desidratação (coagulantes) quer por efeito de 
dissolução dos minerais (liquefacientes). 
 
São exemplos de cáusticos a soda, o ácido clorídrico e o 
ácido sulfúrico, ou vitríolo, de onde deriva a denominação 
vitriolagem, que indica as lesões produzidas por essas 
substâncias. 
 
Cáusticos ou corrosivos 
Venenos ou tóxicos 
Definir veneno ou tóxico é uma tarefa bastante difícil, já que na 
dependência da dose até mesmo os alimentos ou a própria água 
podem provocar danos à saúde. 
 
Pode-se conceituar venenos ou tóxicos, entretanto, como substâncias 
de qualquer natureza que, uma vez introduzidas no organismo e por 
ele assimiladas e metabolizadas, podem levar a danos da saúde física 
ou psíquica inclusive a morte. 
 
Seja o exemplo da própria água. Jennifer Strange, de 28 anos, veio a 
óbito ao participar do programa “Hold your pee for Wii” (intoxicação 
pela água ou hiponatremia). 
Monóxido de carbono 
É uma das principais fontes de morte acidental. 
 
Uma vez aspirado, dilui-se no plasma sanguíneo 
formando com a hemoglobina um composto estável 
denominado de carboxihemoglobina. 
 
Sua afinidade pela hemoglobina é cerca de 250 (duzentas 
e cinqüenta) vezes maior que a do próprio oxigênio. 
 
É suficiente que no ar atmosférico haja cerca de 0,08 % 
de monóxido de carbono para que metade da 
hemoglobina ativa seja transformada em 
carboxihemoglobina. 
Oxiemoglobina
Hb
O
2
O
2Hb CO
CO
Carboxiemoglobina
Monóxido de carbono 
A morte sobrevém quando cerca de dois terços da 
hemoglobina é transformada em carboxiemoglobina. 
Monóxido de carbono 
Energias de ordem físico-químicas 
Sob o título de energias de ordem físico química 
iremos estudar a asfixiologia forense ou capítulo da 
Medicina-Legal que estuda as asfixias. 
Asfixias 
enforcamento; 
Por constrição do pescoço estrangulamento; 
esganadura. 
oclusão dos orifícios das vias aéreas; 
direta ou ativa 
oclusão das vias aéreas; 
soterramento; 
Por sufocação confinamento. 
indireta ou passiva – compressão do tórax. 
Por colocação da vítima em 
meio líquido – afogamento; 
ambiente de gases irrespiráveis. 
A
sf
ix
ia
s 
Morte por enforcamento 
 O enforcamento pode ser definido como a constrição do 
pescoço por baraço mecânico (corda ou cordel) acionado 
pela força peso do próprio corpo, que pode estar em 
suspensão completa ou incompleta. 
 
 Características do sulco: 
geralmente é oblíquo; 
descontínuo, sendo interrompido na altura do nó; 
desigualmente profundo. 
Morte por enforcamento 
Morte por enforcamento 
Morte por enforcamento 
Morte por enforcamento 
Estrangulamento 
 O estrangulamento pode ser definido como a constrição 
do pescoço por baraço mecânico (corda ou cordel) 
acionado por força estranha ao peso do próprio corpo. 
 
 Características do sulco: 
 transversal e horizontal, podendo eventualmente ser 
oblíquo; e 
 contínuo e homogêneo em relação à profundidade, já 
que não existe o nó típico do enforcamento. 
Estrangulamento 
Esganadura 
 A esganadura é a asfixia mecânica pela constrição 
ântero-lateral do pescoço produzida pela ação direta das 
mãos do agente. 
 
 Não há sulco, que cede seu lugar para marcas ungueais 
(de unhas) e diversas escoriações, equimoses e 
hematomas. Com certa freqüência é notada a fratura do 
hióide. 
Esganadura 
Sufocação 
oclusão dos orifícios das vias aéreas; 
Sufocação 
direta ou ativa 
oclusão das vias aéreas; 
soterramento; 
confinamento. 
indireta ou passiva – compressão do tórax. 
A sufocação é a asfixia mecânica decorrente do bloqueio 
direto ou indireto das vias respiratórias, impedindo a 
penetração do ar. 
Sufocação indireta ou passiva 
Colocação da vítima em meio líquido Afogamento 
 O afogamento é a modalidade de asfixia mecânica em que há 
penetração de líquido pelas vias aéreas. 
 
 Não há necessidade de imersão total do corpo, bastando que as 
vias aéreas estejam submersas, cobertas pelo líquido, impedindo 
a respiração. 
 
 É freqüente a simulação de afogamento, quando a vítima é atirada 
na água já sem vida. Por esse motivo, a divisão entre afogado 
azul ou real e afogado branco ou falso afogado, situação em que o 
corpo é atirado na água depois de morto. 
Afogamento 
Energias de ordem bioquímica 
Negativas 
Inanição 
Doenças carenciais 
intoxicações alimentares 
Positivas auto-intoxicações 
infecções 
E
n
er
g
ia
s 
d
e 
o
rd
em
 b
io
q
u
ím
ic
a 
A energias de ordem bioquímica são aquelas que se manifestam de 
modo combinado, havendo fatores orgânicos e químicos. 
Inanição 
Energias de ordem mista 
Fadiga 
aguda; e 
crônica. 
Doenças parasitárias 
síndrome da criança maltratada 
Sevícias síndrome do ancião maltratado 
tortura 
E
n
er
g
ia
s 
d
e 
o
rd
em
 m
is
ta
 
Dentro do conceito de energias de ordem mista podemos agrupar 
todas aquelas situações em que para a produção da lesão 
concorrem causas variadas. 
BALÍSTICA FORENSE 
Balística forense 
Conceito – Balística Forense é a disciplina que estuda 
basicamente as armas de fogo, as munições, os fenômenos e 
efeitos dos disparos destas armas, a fim de esclarecer 
questões de interesse judicial. 
 
Armas de fogo – São engenhos mecânicos destinados a 
lançar projéteis no espaço pela ação da força expansiva dos 
gases oriundos da combustão da pólvora. 
Divisões 
Balística interna ou interior é aquela que estuda os 
mecanismos internos das armas, sua estrutura, munições e 
propelentes. 
 
Balística externa é a que cuida da trajetória do projétil, sua 
estabilidade, 
 
Balística terminal é a que trata da maneira como o projétil é 
afetado quando atinge o alvo e como o alvo é afetado pelo 
projéto. 
Classificação das armas de fogo 
Quanto à mobilidade 
fixas 
semiportáteis 
portáteis 
longas 
curtas 
Armas Quanto à alma do cano 
lisas 
raiadas 
Quanto ao funcionamento 
 
de tiro unitário 
não automática 
de repetição semiautomática 
automática 
Constituição das armas de fogo 
Qualquer que seja o tipo de arma considerada terá algumas peças 
que entram invariavelmente em sua composição: 
 armação; 
 cano; 
 dispositivos de pontaria; 
 percussor, pino ou agulha; 
 gatilho; 
 extrator; 
 ejetor; 
 depósito de munição. 
 
Classificação quanto a alma do cano 
As armas de porte individual dividem-se em dois grandes grupos: 
 armas com canos de alma lisa; e 
 armas com canos de alma raiada. 
 
Raias são sulcos produzidos na parte interna do cano (alma), dando origem a um 
determinado número de ressaltos e cavados, dispostos de forma helicoidal e cuja 
finalidade principal é imprimir ao projétil um movimento de rotação ao redor de 
seu próprio eixo centro-longitudinal. 
 
As armas de alma raiada utilizam cartuchos de munição com projéteis unitários. 
Podem ser curtas (revólveres, garruchas, pistolas etc.), ou longas (carabinas, fuzis, 
etc). 
 
As armas de alma lisa são as que utilizam cartuchos de munição com projéteis 
múltiplos e são geralmente usadas para caça (espingardas), ou tiro esportivo. 
Raias 
Raias 
Armas curtas 
Armas curtas são armas para uso exclousivamente 
individual, de dimensões pequenas, são compactas 
com peso dificilmente superior a um quilograma e 
normalmente manejáveis com uma só mão. 
 
Dentre as armas curtas distinguem-se o revólver e a 
pistola semi-automática. 
Revólver 
Pistola semi-automática 
Armas longas 
Armas longas são aquelas que, em razão do 
comprimento do cano e da coronha, possuem uma 
grande dimensão longitudinal, exigindo para seu uso o 
apoio do ombro e de ambas as mãos do atirador. 
 
Dentre as armas longas portáteis, distinguem-se a 
espingarda e escopeta, a carabina, o rifle, o fuzil e o 
mosquetão. 
Espingarda e escopeta 
O termo espingardaderiva do francês espingarde e serve para designar 
qualquer arma de fogo longa, com cano de alma lisa. As espingardas 
podem ser dotadas de um ou dois canos, paralelos ou colocados um sobre 
o outro. 
 
O termo escopeta é usado para designar as armas de alma lisa de cano 
curto e grosso calibre, reservando-se a denominação espingarda para as 
armas de cano longo e calibres menores. 
 
Carabina 
De origem italiana, o termo carabina designa armas de fogo 
portáteis, de repetição, cano longo e alma raiada. O cano das 
carabinas mede entre 18" e 20" (de 45 cm a 51 cm), e é 
exatamente pelo comprimento menor que diferem dos rifles, 
que têm canos maiores. 
Rifles 
Os rifles são armas de fogo longas, portáteis, de 
carregamento manual (não automáticos) ou de repetição, 
cano longo e alma raiada. Sua diferença em relação às 
carabinas reside exatamente no comprimento maior do 
cano, que atinge 24" (61 cm). 
Fuzil 
Fuzil é uma arma de fogo longa, portátil, automática, com 
alma raiada, calibre potente e, normalmente, de uso militar, 
podendo ser utilizado para caça de grande porte. 
 
O fuzil é uma arma automática, que apresenta uma cadência 
de tiro entre 650 a 750 disparos por minuto. 
Mosquetão 
Da mesma forma que o fuzil o mosquetão é uma arma de fogo longa, 
portátil, de repetição, com cano e alma raiada. Nele o carregamento é 
manual, pelo sistema de ferrolho, que é recuado manualmente pelo 
atirador. Segundo o R 105, o mosquetão é definido como um fuzil 
pequeno, de emprego militar, maior que uma carabina, de repetição por 
ação de ferrolho montado no mecanismo da culatra, acionado pelo 
atirador por meio da sua alavanca de manejo. 
Munição 
Pelo termo munição podemos designar projéteis, 
pólvoras e demais artefatos explosivos com que se 
carregam armas de fogo. 
 
Partes do cartucho de munição: 
 estojo; 
 espoleta com mistura iniciadora; 
pólvora; 
projétil e 
 embuchamento (alma lisa). 
 
Munição para armas com cano de alma raiada 
Munição para armas com cano de alma lisa 
Calibre das armas de fogo 
Ao se falar em calibre é preciso identificar quatro noções 
distintas: 
 calibre das armas de alma raiada 
 calibre das armas de alma lisa 
 calibre dos projéteis 
para armas de alma lisa 
para armas de alma raiada 
 calibre dos cartuchos de munição 
para armas de alma lisa 
para armas de alma raiada 
Calibre das armas de cano de alma raiada 
O calibre real ou nominal das armas de alma raiada é dado pelo diâmetro 
interno do cano da arma antes da execução do raiamento (diâmetro entre 
cheios), e pode, na dependência do sistema adotado, ser indicado em 
centésimos de polegada (sistema norte-americano), milésimos de polegada 
(sistema inglês) ou em milímetros (sistema métrico). 
Sistema americano Sistema inglês Sistema métrico 
22 (.22”) 
25 (.25”) 
30 (.30”) 
32 (.32”) 
38 (.38”) 
41 (.41”) 
44 (.44”) 
45 (.45”) 
220 (.220”) 
250 (.250”) 
300 (.300”) 
320 (.320”) 
380 (.380”) 
410 (.410”) 
440 (.440”) 
450 (.450”) 
5,6 mm 
6,35 mm 
7,62 mm* 
7,65 mm 
8,9 mm 
10,1 mm 
10,8 mm 
11,25 mm 
Calibre dos projéteis das armas de alma raiada 
O diâmetro ou calibre efetivo do projétil, nas armas 
onde o número de raias é par, corresponde ao espaço 
entre dois cavados e nas armas onde o número é 
ímpar, à distância entre um cheio e o ressalto 
diametralmente oposto. 
 
O calibre efetivo do projétil é, portanto, sempre um 
pouco maior que o calibre real ou nominal da arma 
considerada. 
Calibre dos projéteis das armas de alma raiada 
A
B B
A - Calibre real (espaço entre
cheios ou diâmetro interno do
cano antes do raiamento).
B - Calibre do projétil (espaço
entre os cavados, se o número
de raias for par; ou espaço
entre um cavado e um cheio,
se o número de raias for
ímpar).
Alguns projéteis especiais 
Calibre das armas de cano de alma lisa 
O calibre das armas de alma lisa, ou de caça, não é expresso 
pelo diâmetro interno do cano, mas sim pelo número de 
esferas de chumbo puro de diâmetro igual ao do cano em 
referência, necessário para atingir 1 libra de peso (454 g). 
 
Isto não significa que os projéteis por ela disparados terão o 
diâmetro do cano. Ao contrário, são geralmente bem 
menores. 
Calibre das armas de cano de alma lisa 
1 lb
Calibre das armas de cano de alma lisa 
Calibre nominal Calibre real 
12 
16 
20 
24 
28 
32 
36 (.410) 
18,50 mm 
17,00 mm 
15,70 mm 
14,80 mm 
14,00 mm 
12,80 mm 
10,40 mm 
Projéteis das armas de alma lisa - balins 
Calibre Tamanho do 
Chumbo 
Quantidade em 
gramas 
Número médio de 
esferas 
12 
TTT 
32 
32 
3 130 
5 200 
6 36 300 
7 32 350 
20 
TTT 
27 
27 
3 110 
5 170 
7 300 
36 
T 
9 
12 
3 35 
5 55 
7 100 
Ferimentos produzidos por projéteis de arma de fogo 
O projétil de arma de fogo é um agente mecânico pérfuro-
contundente, que determina uma lesão de natureza pérfuro-
contusa. 
 
As características dos ferimentos de entrada produzidos por 
projéteis de arma de fogo dependem, basicamente, de três 
fatores principais, quais sejam: 
 tipo de munição empregada (projétil unitário ou projéteis 
múltiplos); 
 ângulo de incidência; e 
 distância de tiro. 
Ferimentos produzidos por projéteis múltiplos (balins) 
Nos disparos efetuados com cartuchos de munição de 
projéteis múltiplos (armas de alma lisa), o aspecto da lesão 
depende, basicamente, da distância em que foi realizado o 
disparo e da conseqüente abertura do cone de dispersão. 
 
Em tiros muito próximos ou encostados, os projéteis 
múltiplos causam grande destruição tecidual muitas vezes 
acompanhada de significativa perda de substância. 
 
Nos disparos efetuados à distância o que observamos é a 
existência de lesões múltiplas, como se produzidas por vários 
disparos unitários, distribuídas ao redor de um ponto 
central, e que se afastam mais um do outro quanto maior for 
a distância entre o atirador e o alvo. 
Ferimentos produzidos por projéteis múltiplos 
(balins) 
Ferimentos produzidos por projéteis unitários 
A lesão de entrada produzida por projétil de arma de fogo é geralmente 
circular ou elíptica, na dependência do ângulo de incidência e das linhas 
de tensão que atuam sobre a pele. 
 
Não é possível determinar o calibre do projétil pelo diâmetro da lesão 
observada. 
 
O ferimento de entrada tem geralmente bordos invertidos, invaginados, 
voltados para o interior do corpo e os ferimentos de saída têm as bordas 
evertidas, levantadas, indicando claramente o sentido de sua trajetória. 
 
Como exceção, temos a Câmara de Hoffmann ou câmara de mina, 
observada nos tiros encostados, em que o ferimento de entrada têm os 
bordos evertidos, voltados para fora. 
Orlas ou halos e zonas 
Além do aspecto morfológico, ao redor dos ferimentos de entrada 
produzidos por projéteis de arma de fogo, podemos observar algumas 
espécies de orlas (ou halos) e zonas, de importância tanto para 
caracterização da natureza do ferimento como para a determinação da 
distância em que foi realizado o disparo. 
 
As orlas (ou halos) são regiões circunscritas, regulares, que circundam o 
ferimento como pequenas auréolas, dando-lhe características especiais 
que permitem diferenciar as lesões produzidas por projétil de outras, 
determinadas por instrumentos diversos. 
 
As zonas compreendem áreas maiores, irregulares, que podem ou não 
estar presentes e que terão importância fundamental na determinação da 
distância do disparo. 
Orlas ou halos e zonas 
orlas ou halos 
contusão 
enxugo 
escoriação 
Ferimento de entrada 
esfumaçamento 
zonas chamuscamento 
tatuagem 
Orlas ou halos e zonas 
Ferimento de entrada 
orlas ou halos 
contusão 
enxugo 
esfumaçamento 
zonas chamuscamento 
tatuagem 
Orla de contusão 
Ponto de impacto do projétil
Orla de contusão
Orla de enxugo 
Zonas de chamuscamento, esfumaçamento e 
tatuagem 
Zona de esfumaçamento 
Zona de tatuagem 
Câmara de Hoffmann 
Câmara de HoffmannCâmara de Hoffmann 
Armas de uso permitido e restrito 
Restrição Destinação 
A Forças armadas 
B Forças auxiliares e policiais 
C Pessoas jurídicas especializadas 
registradas no Exército 
D Pessoas físicas autorizadas pelo exército 
São de uso restrito 
(art. 16 do Decreto nº 3.665/00): 
I. armas, munições, acessórios e equipamentos iguais ou que possuam alguma 
característica no que diz respeito aos empregos tático, estratégico e técnico 
do material bélico usado pelas Forças Armadas nacionais; 
II. armas, munições, acessórios e equipamentos que, não sendo iguais ou 
similares ao material bélico usado pelas Forças Armadas nacionais, possuam 
características que só as tornem aptas para emprego militar ou policial; 
III. armas de fogo curtas, cuja munição comum tenha, na saída do cano, energia 
superior a (trezentas libras-pé ou quatrocentos e sete Joules e suas 
munições, como por exemplo, os calibres .357 Magnum, 9 Luger, .38 Super 
Auto, .40 S&W, .44 SPL, .44 Magnum, .45 Colt e .45 Auto; 
IV. armas de fogo longas raiadas, cuja munição comum tenha, na saída do cano, 
energia superior a mil libras-pé ou mil trezentos e cinqüenta e cinco Joules e 
suas munições, como por exemplo, .22-250, .223 Remington, .243 
Winchester, .270 Winchester, 7 Mauser, .30-06, .308 Winchester, 7,62 x 39, 
.357 Magnum, .375 Winchester e .44 Magnum; 
V. armas de fogo automáticas de qualquer calibre; 
VI. armas de fogo de alma lisa de calibre doze ou maior com comprimento de cano 
menor que vinte e quatro polegadas ou seiscentos e dez milímetros; 
VII. armas de fogo de alma lisa de calibre superior ao doze e suas munições; 
VIII.armas de pressão por ação de gás comprimido ou por ação de mola, com 
calibre superior a seis milímetros, que disparem projéteis de qualquer 
natureza; 
IX. armas de fogo dissimuladas, conceituadas como tais os dispositivos com 
aparência de objetos inofensivos, mas que escondem uma arma, tais como 
bengalas-pistola, canetas-revólver e semelhantes; 
X. arma a ar comprimido, simulacro do Fz 7,62mm, M964, FAL; 
XI. armas e dispositivos que lancem agentes de guerra química ou gás agressivo e 
suas munições; 
XII. dispositivos que constituam acessórios de armas e que tenham por objetivo 
dificultar a localização da arma, como os silenciadores de tiro, os quebra-
chamas e outros, que servem para amortecer o estampido ou a chama do tiro e 
também os que modificam as condições de emprego, tais como os bocais 
lança-granadas e outros; 
XIII. munições ou dispositivos com efeitos pirotécnicos, ou dispositivos similares 
capazes de provocar incêndios ou explosões; 
XIV. munições com projéteis que contenham elementos químicos agressivos, cujos 
efeitos sobre a pessoa atingida sejam de aumentar consideravelmente os 
danos, tais como projéteis explosivos ou venenosos; 
XV. espadas e espadins utilizados pelas Forças Armadas e Forças Auxiliares; 
XVI. equipamentos para visão noturna, tais como óculos, periscópios, lunetas, etc; 
XVII.dispositivos ópticos de pontaria com aumento igual ou maior que seis vezes ou 
diâmetro da objetiva igual ou maior que trinta e seis milímetros; 
XVIII.dispositivos de pontaria que empregam luz ou outro meio de marcar o alvo; 
XIX. blindagens balísticas para munições de uso restrito; 
XX. equipamentos de proteção balística contra armas de fogo portáteis de uso 
restrito, tais como coletes, escudos, capacetes, etc; e 
XXI. veículos blindados de emprego civil ou militar. 
São de uso permitido 
(art. 17 do Decreto nº 3.665/00): 
I. armas de fogo curtas, de repetição ou semi-automáticas, cuja munição 
comum tenha, na saída do cano, energia de até trezentas libras-pé ou 
quatrocentos e sete Joules e suas munições, como por exemplo, os 
calibres .22 LR, .25 Auto, .32 Auto, .32 S&W, .38 SPL e .380 Auto; 
II. armas de fogo longas raiadas, de repetição ou semi-automáticas, cuja 
munição comum tenha, na saída do cano, energia de até mil libras-pé 
ou mil trezentos e cinqüenta e cinco Joules e suas munições, como por 
exemplo, os calibres .22 LR, .32-20, .38-40 e .44-40; 
III. armas de fogo de alma lisa, de repetição ou semi-automáticas, calibre 
doze ou inferior, com comprimento de cano igual ou maior do que 
vinte e quatro polegadas ou seiscentos e dez milímetros; as de menor 
calibre, com qualquer comprimento de cano, e suas munições de uso 
permitido; 
IV. armas de pressão por ação de gás comprimido ou por ação de mola, 
com calibre igual ou inferior a seis milímetros e suas munições de uso 
permitido; 
V. armas que tenham por finalidade dar partida em competições 
desportivas, que utilizem cartuchos contendo exclusivamente pólvora; 
VI. armas para uso industrial ou que utilizem projéteis anestésicos para 
uso veterinário; 
VII. dispositivos óticos de pontaria com aumento menor que seis vezes e 
diâmetro da objetiva menor que trinta e seis milímetros; 
VIII. cartuchos vazios, semi-carregados ou carregados a chumbo 
granulado, conhecidos como "cartuchos de caça", destinados a armas 
de fogo de alma lisa de calibre permitido; 
IX. blindagens balísticas para munições de uso permitido; 
X. equipamentos de proteção balística contra armas de fogo de porte de 
uso permitido, tais como coletes, escudos, capacetes etc; e 
XI. veículo de passeio blindado.

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