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REFORMA SANITÁRIA E VIII CONFERENCIA NACIONAL DE SAÚDE

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REFORMA SANITÁRIA E VIII CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE 
 PROF. BRUNA SIQUEIRA 
www.cursosdoportal.com.br 
MOVIMENTO DA REFORMA SANITÁRIA 
Os Departamentos de Medicina Preventiva (DMPs) 
constituíram a base institucional que produziu 
conhecimentos sobre a saúde da população e o modo de 
organizar as práticas sanitárias 
A Lei da Reforma Universitária de 1968, que incorporou 
a medicina preventiva no currículo das faculdades, 
tornou obrigatórios os DMPs. 
Esse novo campo da especialidade médica foi o lócus a 
partir do qual começou a se organizar o movimento 
sanitário, que buscava conciliar a produção do 
conhecimento e a prática política, ao mesmo tempo em 
que ampliava seu campo de ação, envolvendo-se com 
organizações da sociedade civil nas suas demandas pela 
democratização do país. 
O movimento sanitário, entendido como movimento 
ideológico com uma prática política, constituiu-se a partir 
dos DMPs em um confronto teórico com o movimento 
preventivista liberal de matriz americana e com sua 
versão racionalizadora proposta pela burocracia estatal. 
Em fins da década de 1960, desenvolve-se na América 
Latina uma forte crítica aos efeitos negativos da 
medicalização. 
Os programas de medicina comunitária propõem a 
desmedicalização da sociedade, com programas 
alternativos de autocuidado da saúde, com atenção 
primária 
• 1978 – Conferência Internacional sobre 
Atenção Primária à Saúde 
• Realizada em Alma -Ata (localizada no 
atual Cazaquistão) 
• foi o ponto culminante na discussão 
contra a elitização da prática médica, 
bem como contra a inacessibilidade 
dos serviços médicos às grandes 
massas populacionais 
• Os cuidados primários de saúde são 
cuidados essenciais de saúde 
baseados em métodos e tecnologias 
práticas, cientificamente bem 
fundamentadas e socialmente 
aceitáveis, colocadas ao alcance 
universal de indivíduos e famílias e da 
comunidade 
• Representam o primeiro nível de 
contato dos indivíduos, da família e da 
comunidade com o sistema nacional 
de saúde pelo qual os cuidados de 
saúde são levados o mais 
proximamente possível aos lugares 
onde pessoas vivem e trabalham 
 
Os cuidados primários têm em vista os principais 
problemas de saúde da comunidade, proporcionando 
serviços de proteção, prevenção, cura e reabilitação, 
conforme as necessidades. 
Estes incluem: 
• Educação sobre problemas prevalescentes 
• Métodos para promoção, prevenção e controle 
• Distribuição de alimentos e nutrição adequada 
• Provisão de água e saneamento básico 
• Cuidados materno infantil 
• Planejamento familiar 
• Imunização 
• Prevenção, tratamento e controle de doenças 
endemicas 
• Fornecimento de medicamentos essenciais 
 
Nesses primeiros anos do movimento sanitário, a 
ocupação dos espaços institucionais caracterizou-se pela 
busca do exercício e da operacionalização de diretrizes 
transformadoras do sistema de saúde. 
Alguns projetos tornaram-se modelos de serviços 
oferecidos pelo sistema de saúde. Entre eles, o Projeto 
Montes Claros (MOC) cujos princípios, mais tarde, 
servirão para nortear a proposta do SUS. O Programa de 
Interiorização das Ações de Saúde e Saneamento 
(Piass). 
Lideranças do movimento sanitário assumem 
efetivamente posições em postos-chave nas instituições 
responsáveis pela política de saúde no país. 
Como expressão dessa nova realidade, destaca-se a 
convocação, em 1986, da 8ª Conferência Nacional de 
Saúde, cujo presidente foi Sérgio Arouca, então 
presidente da Fundação Oswaldo Cruz. 
Esse evento é considerado o momento mais significativo 
do processo de construção de uma plataforma e de 
estratégias do “movimento pela democratização da 
saúde em toda sua história” 
 
VIII CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE 
✓ Foi na 8ª Conferência Nacional de Saúde, entre 
17 e 21 de março de 1986, em Brasília, que se 
lançaram os princípios da Reforma Sanitária. 
✓ contou com a presença de mais de quatro mil 
pessoas 
✓ Questão fundamental para os participantes da 
Conferência foi a da natureza do novo sistema 
de saúde: se estatal ou não, de implantação 
REFORMA SANITÁRIA E VIII CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE 
 PROF. BRUNA SIQUEIRA 
www.cursosdoportal.com.br 
imediata ou progressiva. Recusada a ideia da 
estatização, manteve-se a proposta do 
fortalecimento e da expansão do setor público. 
✓ Seu documento final define o CONCEITO DE 
SAÚDE como “resultante das condições de 
alimentação, habitação, educação, renda, 
meio ambiente, trabalho, transporte, 
emprego, lazer, liberdade, acesso e posse 
da terra e acesso a serviços de saúde”. 
 
• Outro tema bastante debatido foi o da 
unificação do INAMPS com o Ministério da 
Saúde 
• Saúde deveria ser entregue a um 
órgão federal com novas 
características. 
• O setor saúde receberia recursos 
vindos de diferentes receitas e o seu 
orçamento contaria com recursos 
provenientes do Instituto Nacional de 
Assistência Médica da Previdência 
Social Inamps. 
 
Assim, foi na 8ª Conferência Nacional de Saúde que se 
aprovou a criação de um Sistema Único de Saúde, que 
se constituísse em um novo arcabouço institucional, com 
a separação total da saúde em relação à Previdência. 
ATENÇÃO CONCURSEIROS 
VIII CNS – Aprovou a criação do SUS 
CF 1988 – Criou o SUS 
Lei 8.080/1990 – Regulamentou o SUS 
 
SISTEMA ÚNICO E DESCENTRALIZADO DE SAÚDE 
Enquanto se aprofundavam as discussões sobre o 
financiamento e a operacionalização para a constituição 
do Sistema Único de Saúde, em julho de 1987, criou-
se o Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde 
(SUDS), que tinha também como princípios básicos: 
• Universalização 
• Equidade 
• Descentralização 
• Regionalização 
• Hierarquização 
• Participação da comunidade 
 
De acordo com José Noronha (NORONHA; PEREIRA; 
VIACAVA, 2005), secretário de Medicina Social do 
Inamps, à época: 
O SUDS é o estágio evolutivo das AIS. (...) É essa a ideia 
do SUDS (...) a transferência de recursos do INAMPS 
para os serviços do Estado, mediante convênios. Não por 
prestação de serviços, mas em função de uma 
programação integrada. (...) A ideia é que os estados 
devam coordenar o processo de municipalização (...). 
O SUDS constituía-se em uma estratégia-ponte para “a 
reorientação das políticas de saúde e para a 
reorganização dos serviços, enquanto se 
desenvolvessem os trabalhos da Constituinte e da 
elaboração da legislação ordinária para o setor” 
Bravo ratifica que 
”A Assembleia Constituinte com relação à Saúde 
transformou-se numa arena política em que os 
interesses se organizaram em dois blocos polares: os 
grupos empresariais, sob a liderança da Federação 
Brasileira de Hospitais (setor privado) e da 
Associação de Indústrias Farmacêuticas 
(Multinacionais), e as forças propugnadoras da 
Reforma Sanitária, representadas pela Plenária 
Nacional pela Saúde na Constituinte, órgão que passou 
a congregar cerca de duas centenas de entidades 
representativas do setor 
Como resultado das diversas propostas em relação ao 
setor de saúde apresentadas na Assembleia Nacional 
Constituinte, a Constituição Federal de 1988 aprovou a 
criação do Sistema Único de Saúde, reconhecendo a 
saúde como um direito a ser assegurado pelo Estado 
 
GOVERNO NEOLIBERAL 
A afirmação da hegemonia neoliberal no Brasil, tem sido 
responsável pela redução dos direitos sociais e 
trabalhistas, desemprego estrutural, precarização do 
trabalho, desmonte da previdência pública, 
sucateamento da saúde e educação. 
A proposta de Política de Saúde construída na década de 
1980 tem sido desconstruída. 
Algumas questões comprometeram a possibilidade de 
avanço do SUS: 
• o desrespeito ao princípio da equidade na 
alocação dos recursos públicos pela não 
unificação dos orçamentos 
• afastamento do princípio da integralidade 
• indissolubilidade entre prevenção e atenção 
curativa havendo prioridade para a assistência 
médico – hospitalarem detrimento da 
promoção e proteção da saúde. 
 
REFORMA SANITÁRIA E VIII CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE 
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A proposta de Reforma do Estado para o setor saúde ou 
contrarreforma propunha separar o SUS em dois: o 
hospitalar e o básico. 
Nesse quadro, dois projetos convivem em tensão: o 
projeto de reforma sanitária, construído na década 
de 1980 e inscrito na Constituição Brasileira de 1988, e 
o projeto de saúde articulada ao mercado ou 
privatista, hegemônico na segunda metade da década 
de 1990 (Bravo, 1999). 
• Projeto saúde articulado ao mercado 
• Principais tendências a contenção dos 
gastos com racionalização da oferta 
• Descentralização com isenção de 
responsabilidade do poder central 
• A tarefa do Estado, nesse projeto, 
consiste em garantir um mínimo aos 
que não podem pagar, ficando para o 
setor privado o atendimento dos que 
têm acesso ao mercado 
• Suas principais propostas são: caráter 
focalizado para atender às populações 
vulneráveis através do pacote básico 
para a saúde, ampliação da 
privatização, estímulo ao seguro 
privado, descentralização dos serviços 
ao nível local, eliminação da 
vinculação de fonte com relação ao 
financiamento

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