Buscar

Aula 11 - Biologia Celular


Prévia do material em texto

1 
 
NEAD – Núcleo de Educação a Distância 
ROTAS DE APRENDIZAGEM 
Nome da Disciplina | Nome da aula | Aula XX 
Onde Chegar 
• Conhecer o que é a morte celular. 
• Saber os motivos por ocorrer a morte celular. 
• Entender o que é câncer. 
O que Aprender 
• Entender o conceito de morte celular e seus motivos de ocorrência. 
• Identificar as características dos eventos em: apoptose, necrose e câncer. 
• Aprender o mecanismo de desenvolvimento do câncer. 
AULA 
11 
Morte Celular e Câncer 
Biologia Celular 
 
2 
 
NEAD – Núcleo de Educação a Distância 
ROTAS DE APRENDIZAGEM 
Nome da Disciplina | Nome da aula | Aula XX 
Desenvolvimento 
Os últimos anos presenciaram considerável avanço na compreensão dos mecanismos 
genéticos e moleculares envolvidos na morte celular. Elucidando seu papel na 
fisiopatologia de afecções hepatobiliares, doenças autoimunes, hepatites virai e no 
câncer. 
A morte celular é um mecanismo natural que ocorre tanto para remoção de células 
desnecessárias ou potencialmente prejudicadas, quanto em resposta a um grave dano 
ou lesões irreversíveis. Assim, a morte da célula pode ser fisiológica ou patológica. A 
primeira ocorre em processos como a remodelação de órgãos e a segunda ocorre sob 
estímulo estressor externo ou interno. 
Os tipos de morte celular podem ser agrupados em morte celular acidental, quando há 
um dano instantâneo a integridade física celular e a sua desagregação; e em morte 
celular regulada, quando os estímulos que desencadeiam a morte seguem uma cascata 
de reações bioquímicas e moleculares e modificam estruturalmente a célula até o 
completo desaparecimento. 
Os eventos que causam a morte celular podem ser desencadeados por lesões 
celulares irreversíveis, graves traumas físicos como altas pressões, temperaturas ou 
forças osmóticas, variações extremas de pH, entre outros fatores de ordem química, 
física e mecânica. 
Apesar desses agentes estressores, algumas substâncias também podem desencadear a 
morte celular, como medicamentos, ou moléculas que estimulam sua 
cascata bioquímica e, ainda, pode haver a morte sem que haja perturbação externa, 
apenas como uma programação fisiológica interna para desenvolvimento ou renovação 
tecidual. 
O fato é que, a morte celular regulada é empregada pelo organismo para restaurar ou 
manter a homeostase (estado de equilíbrio interno, que se mantém relativamente 
constante independente das alterações que ocorrem no meio externo), pois, pode 
https://www.infoescola.com/citologia/lesoes-celulares/
https://www.infoescola.com/citologia/lesoes-celulares/
https://www.infoescola.com/bioquimica/
https://www.infoescola.com/fisiologia/homeostase/
 
3 
 
NEAD – Núcleo de Educação a Distância 
ROTAS DE APRENDIZAGEM 
Nome da Disciplina | Nome da aula | Aula XX 
eliminar células que venham a prejudicar todo o tecido, seja por excesso, por perda da 
função ou por modificação genética. 
A necrose indica morte celular ou de tecidos no organismo. Sabe-se que o processo de 
necrose envolve também o processo inflamatório no local. Várias são as causas de 
necrose, entre elas, diminuição do aporte de sangue ou falta de oxigenação com a 
presença de toxinas e enzimas que levam à morte celular. 
Existem diferentes tipos de necrose: Necrose de coagulação: causada por isquemia, 
diminuição ou suspensão do aporte de sangue para determinada região (o tecido afetado 
tem aparência de um coágulo e resulta da exposição a toxinas bacterianas ou agente 
químico). Necrose de liquefação: o tecido danificado assume a aparência líquida. 
Acontece, geralmente, quando células que fazem parte do sistema nervoso são 
danificadas. Necrose caseosa: coloração branca ou amarelada, resultado de lesão 
crônica, de longa duração. Necrose gordurosa: acomete tecidos gordurosos, como 
pâncreas e tecido mamário. 
Necrose e apoptose são processos diferentes, sendo a necrose o estágio final e 
irreversível da célula ou conjunto de células (tecido). 
Já a apoptose é a morte de uma célula que, depois, é absorvida pelo próprio organismo 
e refere à morte celular programada e ordenada (em que a própria célula se destrói sob 
o comando nuclear). Ela acontece quando no interior da célula, há materiais que devem 
ser renovados. Dessa maneira, esses resíduos são compactados em membranas e 
coletados pelo sistema imunológico. Chama-se de apoptose a morte celular programada. 
Talvez a extinção de uma célula seja algo ruim para o organismo. Em muitos casos, isso é 
verdade, principalmente quando o definhamento acontece a partir de traumas. 
Entretanto, a morte celular por apoptose é importante para o corpo, pois desencadeia 
a renovação de todo o sistema. 
Por exemplo, de como os dedos são formados? O conjunto de células que se 
desenvolvem junto ao embrião são programadas para definhar e serem renovadas para 
crescerem saudáveis. Essa morte coordenada de partículas, que acontece desde 
a embriogênese, é um processo apoptótico. 
https://www.stoodi.com.br/materias/biologia/sistema-imunologico/
https://www.stoodi.com.br/blog/2019/01/17/embriogenese-o-que-e/
 
4 
 
NEAD – Núcleo de Educação a Distância 
ROTAS DE APRENDIZAGEM 
Nome da Disciplina | Nome da aula | Aula XX 
Todas as espécies de vertebrados passam por esse processo de forma atenuada, 
resultando na formação dos seus membros. Quando ele não ocorre da maneira devida e 
a apoptose se dá de forma incompleta, resulta no aparecimento de deformações, como 
“dedos grudados” (slide 5). 
A morte da célula pode ser fisiológica ou patológica. A fisiológica ocorre em processos 
como a remodelação de órgãos, visto a formação dos dedos. Já a patológica, ocorre sob 
estímulo estressor externo ou interno. 
Fisiologicamente, esse “suicídio celular” ocorre no desenvolvimento embrionário, na 
organogênese, na renovação de células epiteliais e hematopoiéticas. Portanto, consiste 
em um tipo de morte programada, desejável e necessária que participa na formação dos 
órgãos e que persiste em alguns sistemas adultos como a pele e o sistema imunológico. 
Conjuntos celulares de indivíduos adultos necessitam ser eliminados para que o 
equilíbrio seja mantido, isso permite a formação de novos corpúsculos após ao descarte 
daqueles que já cumpriram a sua função. 
Duas formas diferentes desse processo podem ocorrer, cada uma delas variando na 
forma como são desencadeadas e em relação à importância delas em cada caso. 
Apoptose - via extrínseca: Durante o sistema extrínseco desse procedimento, a célula é 
alertada externamente para dar início à morte programada das partículas. Isso é 
importante quando a célula não tem mais função para o organismo ou quando está 
doente. Existem muitos caminhos para a modificação da estrutura celular. A via 
extrínseca para a apoptose é dividida em diversas etapas, e cada uma delas tem suas 
especificidades. Ela pode ocorrer pela negativação do próprio sistema ou ser derivada de 
outras moléculas. 
Apoptose - via intrínseca: A via intrínseca desse processo acontece por meio do 
desenvolvimento de estresse, ou dos danos causados às partículas. Esses tipos de 
definhamentos levam à apoptose celular, danificando o organismo. Isso pode ocasionar 
a desestruturação da própria cadeia genética, a má distribuição de oxigênio, dentre 
outros prejuízos que inviabilizam o bom funcionamento da célula. Dessa maneira, em 
resposta imediata a essas tensões, o organismo decide que a existência prolongada desse 
https://www.stoodi.com.br/blog/2018/08/06/citoplasma/
https://www.stoodi.com.br/materias/biologia/visao-geral-e-codigo-genetico/visao-geral-do-metabolismo-de-controle-celular/
 
5 
 
NEAD – Núcleo de Educação a Distância 
ROTAS DE APRENDIZAGEM 
Nome da Disciplina | Nome da aula | Aula XX 
corpúsculo é perigosa e onerosa para o corpo, levando à respectiva morte ordenada da 
partícula. 
A apoptose é um processo ativo cuja marca registrada é a autodigestão controlada dos 
constituintes celulares,devida à ativação de proteases endógenas (enzimas capazes de 
quebrar ligações peptídicas ente os aminoácidos das proteínas) e pode ser comparada 
metaforicamente a um "suicídio celular". A ativação dessas proteases compromete a 
integridade do citoesqueleto, provocando verdadeiro colapso da estrutura celular. Em 
resposta à contração do volume citoplasmático, a membrana celular forma bolhas e 
altera o posicionamento de seus lipídios constituintes. Em células que não estão em 
processo apoptótico, a distribuição de fosfatidilserina se faz primariamente no folheto 
interno da membrana plasmática. Durante o processo de apoptose esse lipídio se expõe 
no folheto externo da membrana. O novo posicionamento da fosfatidilserina serve como 
sinalizador para que células fagocíticas das proximidades englobem os fragmentos 
celulares e completem o processo de degradação. 
Durante a apoptose ocorrem alterações características no núcleo celular graças à 
ativação de endonucleases que degradam o DNA. Como resultado, o núcleo torna-se 
picnótico (estado da célula em degeneração que se caracteriza pela transformação do 
núcleo numa massa densa, rica em cromatina, sem estrutura e que se cora fortemente 
pelos corantes básicos - afinidade basófila – vide slide 6). E a cromatina se condensa nas 
porções adjacentes à membrana nuclear. Finalmente, o núcleo entra em colapso e se 
fragmenta. Simultaneamente, as bolhas que se formam no citoplasma separam a célula 
em fragmentos circundados por membrana, contendo partes do núcleo e organelas 
intactas (corpos apoptóticos). Os restos celulares são fagocitados pelos macrófagos 
teciduais ou células adjacentes (slides 7 e 8). 
Sempre que há lesão na célula, o organismo tenta repará-la. Caso não consiga, a célula 
morre. Podendo morrer de duas maneiras: por necrose, associada sempre a uma causa 
patológica e por apoptose, podendo ser de causa patológica ou fisiológica. 
A necrose difere da apoptose por representar um fenômeno degenerativo irreversível, 
causado por uma agressão intensa. Trata-se, pois, da degradação progressiva das 
estruturas celulares sempre que existam agressões ambientais severas. É interessante 
 
6 
 
NEAD – Núcleo de Educação a Distância 
ROTAS DE APRENDIZAGEM 
Nome da Disciplina | Nome da aula | Aula XX 
salientar que o mesmo agente etiológico pode provocar tanto necrose quanto apoptose; 
sendo que a severidade da agressão parece ser o fator determinante do tipo de morte 
celular. Vários agentes etiológicos já foram confirmados como indutores de apoptose, 
entre eles, diversas viroses, isquemia, hipertermia e várias toxinas. 
A apoptose é um processo rápido, que se completa em aproximadamente em 3 horas e 
não é sincronizado por todo o órgão, portanto diferentes estágios de apoptose coexistem 
em diversas secções dos tecidos. Devido à taxa rápida de destruição celular é necessário 
que apenas 2 a 3% das células estejam em apoptose em determinado momento para que 
se obtenha uma regressão substancial de tecido, atingindo o mesmo a proporção de 25% 
por dia. 
Microscopicamente ocorre fragmentação nuclear e celular em vesículas apoptóticas. 
Diferente da necrose, não existe liberação do conteúdo celular para o interstício e, 
portanto, não se observa inflamação ao redor da célula morta. Outro fato importante é 
a fragmentação internucleossômica do DNA, sem nenhuma especificidade de sequência, 
porém mais intensamente na cromatina em configuração aberta; consequência da 
atividade de uma endonuclease. 
Já na necrose, essa forma de morte celular, ocorre apenas quando há a digestão da célula 
por enzimas lisossomais. Dentro da célula, existem cisternas (lisossomos) cheias de 
substâncias (enzimas), que são responsáveis pela digestão da célula (autólise), assim 
como o estômago é responsável pela nossa digestão. Na necrose observa-se inflamação, 
já que os restos de membranas celulares são reconhecidos pelas células de defesa como 
antígenos (observar diferenças: necrose x apoptose no slide 9). No quadro abaixo 
identificamos melhor as diferenças entre os eventos, apoptose e necrose. 
 
 
7 
 
NEAD – Núcleo de Educação a Distância 
ROTAS DE APRENDIZAGEM 
Nome da Disciplina | Nome da aula | Aula XX 
 
(https://adm.online.br/38796.PDF) 
 
Nosso corpo é formado por trilhões de células diferentes, que crescem, se dividem e 
depois morrem, sendo substituídas por novas células. O manual de instruções para todo 
esse processo ordenado vem inscrito nos genes, espécies de arquivos presentes em cada 
uma de nossas células. 
Quando ocorre uma desordem no funcionamento deste processo, o resultado são 
diversas patologias, dentre elas, o câncer. 
Câncer é um termo que abrange mais de 100 diferentes tipos de doenças malignas que 
têm em comum o crescimento desordenado de células, que podem invadir tecidos 
adjacentes ou órgãos a distância. 
Dividindo-se rapidamente, estas células tendem a ser muito agressivas e incontroláveis, 
determinando a formação de tumores, que podem espalhar-se para outras regiões do 
corpo. 
 
8 
 
NEAD – Núcleo de Educação a Distância 
ROTAS DE APRENDIZAGEM 
Nome da Disciplina | Nome da aula | Aula XX 
Outras características que diferem os diversos tipos de câncer entre si são: a velocidade 
de multiplicação das células e a capacidade de invadir tecidos e órgãos vizinhos ou 
distantes, conhecida como metástase. 
Por outro lado, um tumor benigno significa simplesmente uma massa localizada de 
células que se multiplica vagarosamente e se assemelha ao seu tecido original, raramente 
constituindo um risco de morte. 
O câncer surge a partir de uma mutação genética, ou seja, de uma alteração no DNA da 
célula, que passa a receber instruções erradas para as suas atividades. 
O câncer pode se desenvolver em qualquer órgão ou tecido, como, por exemplo, o 
pulmão, o cólon, a mama, a pele, os ossos ou os tecidos neurais. Os diferentes tipos de 
câncer correspondem aos vários tipos de células do corpo. Por exemplo, existem diversos 
tipos de câncer de pele porque a pele é formada de mais de um tipo de célula. 
Quando o tumor inicia pelos tecidos epiteliais, como pele ou mucosas, são denominados 
carcinomas. Se o ponto de partida são os tecidos conjuntivos, como osso, músculo ou 
cartilagem, são chamados sarcomas. Vamos nos aprofundar um pouco mais em suas 
diferenças. 
O carcinoma é mais comum e perigoso, pode surgir em qualquer tecido do corpo 
humano, porém, ele sempre surge de um tecido epitelial, ou seja, o que recobre nossa 
pele e a maioria dos órgãos humanos. Esse tipo de câncer pode causar metástase, 
caracterizada pela invasão do câncer para outros órgãos próximos, o que piora o quadro 
da doença e diminui a sobrevida do paciente. 
Dentro da categoria de carcinomas, existem diferenciações. Existem carcinomas mais 
agressivos, como os de pâncreas e tem também os amenos, como o de pele. Cada 
carcinoma deve ser avaliado individualmente e ter seu tratamento profundamente 
estudado. 
O sarcoma, apesar de raro, é bastante grave. Presente em apenas 1% dos tumores já 
registrados, o sarcoma é um tipo de câncer que merece bastante atenção. Existem mais 
de 30 subtipos, podendo surgir em ossos, músculos e vasos sanguíneos, sendo que 20% 
https://www.minhavida.com.br/saude/temas/cancer-de-pele
 
9 
 
NEAD – Núcleo de Educação a Distância 
ROTAS DE APRENDIZAGEM 
Nome da Disciplina | Nome da aula | Aula XX 
aparecem em ossos e os 80% separados em outros tecidos. O sarcoma é o tipo de câncer 
mais perigoso e difícil de tratar, além de ter uma metástase muito fácil de ocorrer (slides 
12 e 13). 
As mutações genéticas que desencadeiam o câncer ocorrem, basicamente, em dois tipos 
de genes, os proto-oncogenes e os genes supressores tumorais. 
Os genes denominados proto-oncogenes, a princípio são inativos em células normais. 
Quando ativados, (proto-oncogenes) tornam-se oncogenes, responsáveispor 
transformar as células normais em células cancerosas. Vamos entender melhor. 
Proto-oncogenes são genes que normalmente ajudam às células a crescerem (estado 
normal). Quando um proto-oncogene sofre mutações ou existem muitas copias do 
mesmo, torna-se um gene “ruim”, que pode ficar permanentemente ligado ou ativado, 
quando não deveria ser assim. Quando isso acontece, a célula cresce fora de controle, o 
que pode levar ao câncer. Este gene “ruim” é chamado de oncogene. 
Algumas síndromes cancerígenas são causadas por mutações herdadas dos proto-
oncogenes que fazem com que o oncogene seja ativado. Mas, a maioria das mutações 
que causam câncer envolvendo oncogenes é adquirida, não herdada. Os oncogenes 
podem ser ativados por meio de rearranjos cromossômicos, ou seja, alterações nos 
cromossomos que colocam um gene ao lado de outro, o que permite que um ative o 
outro. Um outro modo oncogenes atuarem é por meio de duplicação, ter copias extras 
de um gene pode fazer com que se produza maior quantidade de determinada proteína. 
As proteínas podem também serem denominadas como "oncoproteínas". 
Os genes supressores tumorais controlam a divisão celular. Quando estes genes sofrem 
as mutações, deixam de funcionar e as células se multiplicam de forma descontrolada, 
levando ao câncer. 
Os genes supressores tumorais codificam proteínas que possuem importante papel na 
regulação do ciclo celular e apoptose, inibindo a formação de tumores. As mutações 
chamadas de “perda de função” ocorridas nesses genes contribuem para o 
desenvolvimento de tumores através da inativação de sua função inibitória. 
 
10 
 
NEAD – Núcleo de Educação a Distância 
ROTAS DE APRENDIZAGEM 
Nome da Disciplina | Nome da aula | Aula XX 
Recombinação somática durante a qual a cópia normal de gene é substituída por uma 
mutante (slides 14, 15 e 16). 
Em resumo, os oncogenes são genes anormais que, quando presentes nas células, 
resultam em seu crescimento acelerado. Os genes supressores de tumores são genes 
normais que inibem o crescimento da célula, funcionando como um freio, quando 
ausentes, as células crescem de modo desenfreado e desordenado (slide 17). 
As células nos tecidos, diante dos variados estímulos (fisiológicos e patológicos) que 
recebem, buscam adaptar-se, alterando as suas estruturas, de modo que a função celular 
é estimulada ou reduzida ou não alterada, segundo as circunstâncias que lhe são 
impostas e a capacidade da célula em se adaptar. 
A displasia por exemplo é caracterizada por um crescimento anormal de células do 
corpo. Vistas em um microscópio, essas células chegam a apresentar uma alteração em 
sua forma. 
O motivo que leva o organismo a desenvolver a displasia pode ser tanto por herança 
genética do paciente como fatores externos. Múltiplas causas podem levar a este quadro, 
como tabagismo, alterações hormonais, infecção pelo vírus HPV e alterações genéticas. 
Em alguns tecidos, essas alterações contínuas das células podem levar ao 
desenvolvimento de tumores malignos, como é o caso do câncer de colo do útero em 
mulheres. 
Os sintomas de displasia também variam conforme o tipo diagnosticado. No caso da 
displasia mamária, observamos dor na região, sensação de peso e, por vezes, até nódulos 
palpáveis, que costumam estar associados à menstruação e desaparecem totalmente 
após o fluxo ocorrer. 
Podemos dizer que a displasia não é câncer, entretanto, ela é uma condição de 
transformação de tecidos relacionada a alterações genéticas e externas. Não é a mesma 
coisa que câncer, mas em alguns tecidos representa uma alteração que pode evoluir para 
um tumor. 
https://www.minhavida.com.br/temas/displasia
https://www.minhavida.com.br/saude/temas/tabagismo
https://www.minhavida.com.br/saude/temas/hpv
https://www.minhavida.com.br/saude/temas/cancer-de-colo-do-utero
 
11 
 
NEAD – Núcleo de Educação a Distância 
ROTAS DE APRENDIZAGEM 
Nome da Disciplina | Nome da aula | Aula XX 
 A displasia mamária é um caso que não tem nenhuma relação com o câncer de mama. 
Atualmente, esta condição está entre as chamadas "alterações funcionais benignas das 
mamas” (AFBM), e não apresenta relação direta com um risco maior de desenvolvimento 
de câncer (slides 18 e 19). 
Nem todo tumor é câncer! Existem tumores benignos que crescem de forma organizada, 
sem desenvolver metástase, e tumores malignos que são sempre câncer. A palavra tumor 
corresponde ao aumento de volume observado numa parte qualquer do corpo. Quando 
o tumor se dá por crescimento do número de células, ele é chamado neoplasia, que pode 
ser benigna ou maligna. Ao contrário do câncer, que é uma neoplasia maligna. As 
neoplasias benignas têm seu crescimento de forma organizada, em geral lento, e 
apresenta limites bem nítidos. Elas tampouco invadem os tecidos vizinhos ou 
desenvolvem metástases. O lipoma e o mioma são exemplos de tumores benignos. 
Tumor é o termo utilizado para relatar a existência de uma “massa”, que não condiz com 
a fisiologia do organismo e pode surgir em qualquer local do corpo. No caso do tumor 
benigno, este crescimento é controlado, com células que são normais ou apresentam 
apenas pequenas alterações, formando uma massa localizada, autolimitada e de 
crescimento vagaroso. Raramente os tumores benignos representam um risco de vida, e 
costumam ser reversíveis quando o estímulo que os causou é removido, seja na forma 
de hiperplasia quanto de metaplasia. 
Quanto ao tumor maligno, a exemplo o câncer (que é um tumor maligno). Ele surge 
quando as células do tecido afetado têm um crescimento desordenado, que costuma ser 
agressivo, incontrolável e rápido. Isto acontece porque a multiplicação das células de um 
câncer não segue o ciclo natural, não havendo morte no período correto, e persistindo 
mesmo após a retirada dos estímulos causadores. Por ter um desenvolvimento mais 
autônomo, o câncer é capaz de invadir tecidos vizinhos e provocar metástases, além de 
serem mais difíceis de tratar. O crescimento desordenado do câncer é capaz de provocar 
efeitos em todo o organismo, causando diversos sintomas e até a morte. 
O tratamento das neoplasias é feito de acordo com o tipo e com a extensão da doença. 
De um modo geral, são utilizados medicamentos antineoplásicos, como a quimioterapia, 
e tratamentos de radioterapia para destruir ou limitar o crescimento do tumor. Em 
muitos casos também são indicados procedimentos cirúrgicos para remover o tumor e 
facilitar o tratamento e diminuir os sintomas. 
https://www.minhavida.com.br/saude/temas/cancer-de-mama
 
12 
 
NEAD – Núcleo de Educação a Distância 
ROTAS DE APRENDIZAGEM 
Nome da Disciplina | Nome da aula | Aula XX 
O processo de formação do câncer é chamado de carcinogênese ou oncogênese e, em 
geral, acontece lentamente, podendo levar vários anos para que uma célula cancerosa 
se prolifere e dê origem a um tumor visível. Os efeitos cumulativos de diferentes agentes 
cancerígenos são os responsáveis pelo início, promoção, progressão e inibição do tumor. 
A carcinogênese é determinada pela exposição a esses agentes, em uma dada frequência 
e em dado período e pela interação entre eles. Devem ser consideradas, no entanto, as 
características individuais, que facilitam ou dificultam a instalação do dano celular. Esse 
processo é composto por três estágios: 
No estágio de iniciação, os genes sofrem ação dos agentes cancerígenos, que provocam 
modificações em alguns de seus genes. Nessa fase, as células se encontram 
geneticamente alteradas, porém ainda não é possível se detectar um tumor 
clinicamente. Elas encontram-se "preparadas", ou seja, "iniciadas" para a ação de um 
segundo grupo de agentes que atuará no próximo estágio. 
Neste estágio de promoção, as células geneticamente alteradas, ou seja, "iniciadas", 
sofrem o efeito dos agentes cancerígenos classificados como oncopromotores. A célula 
iniciada é transformada em célula maligna, de forma lenta e gradual. Paraque ocorra 
essa transformação, é necessário um longo e continuado contato com o agente 
cancerígeno promotor. A suspensão do contato com agentes promotores muitas vezes 
interrompe o processo nesse estágio. Alguns componentes da alimentação e a exposição 
excessiva e prolongada a hormônios são exemplos de fatores que promovem a 
transformação de células iniciadas em malignas. 
E no estágio de progressão, é caracteriza pela multiplicação descontrolada e irreversível 
das células alteradas. Nesse estágio, o câncer já está instalado, evoluindo até o 
surgimento das primeiras manifestações clínicas da doença. Os fatores que promovem a 
iniciação ou progressão da carcinogênese são chamados agentes oncoaceleradores ou 
carcinógenos. O fumo é um agente carcinógeno completo, pois possui componentes que 
atuam nos três estágios da carcinogênese. 
A Agência Internacional de Pesquisa sobre Câncer (IARC) analisa e busca meios de 
prevenir a doença. Deste modo, classifica as substâncias em agentes carcinógenos, 
conforme tabela abaixo. 
 
13 
 
NEAD – Núcleo de Educação a Distância 
ROTAS DE APRENDIZAGEM 
Nome da Disciplina | Nome da aula | Aula XX 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
NEAD – Núcleo de Educação a Distância 
ROTAS DE APRENDIZAGEM 
Nome da Disciplina | Nome da aula | Aula XX 
Vá mais Longe 
 
Capítulo Norteador: 
Capítulo 20. Câncer. Biologia Molecular da Célula. Alberts, B.; Lewis, J.; Raff, M.; Roberts, 
K. & Watson, J. D. Ed. ARTMED, 6a ed., 2017. 
alberts_-_biologia_molecular_da_celula_-_6ed_-_2017 LIVRO SEXTA EDIÇÃO.pdf 
Capítulo 16. Célula Cancerosa. Biologia Celular e Molecular. 9 edição, 2012. Junqueira 
e Carneiro. 
Você pode complementar sua leitura utilizando outros capítulos de livros 
(artigos/editoriais abaixo selecionados). 
APOPTOSE COMO MECANISMO DE LESÃO NAS DOENÇAS HEPATOBILIARES. Mônica 
Beatriz PAROLIN. Iara J. Messias REASON. Arq. Gastroenterol. vol.38 no.2 São 
Paulo Apr./June 2001 
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-28032001000200011 
Apoptose, neutrófilos e o cirurgião. - Fernando Antonio Campelo Spencer Netto, ACBC-
PE; Edmundo Machado Ferraz, TCBC-PE. Rev. Col. Bras. Cir. v.28 n.1 Rio de 
Janeiro jan./fev. 2001 
http://dx.doi.org/10.1590/S0100-69912001000100011 
ANOTAÇÕES PERFUNCTÓRIAS SOBRE ADAPTAÇÃO, LESÃO E MORTE CELULARES. DEPTO DE PATOLOGIA – FM 
– UFRJ. 
HTTP://PATOLOGIA.MEDICINA.UFRJ.BR/INDEX.PHP/HISTOPATOLOGIA-GERAL/397-ANOTACOES-
TEORICAS/ANOTACOES-SOBRE-ADAPTACAO-LESAO-E-MORTE-CELULARES 
 
file:///C:/Users/aamar/OneDrive/Área%20de%20Trabalho/AULAS%20FABIANA/alberts_-_biologia_molecular_da_celula_-_6ed_-_2017%20%20LIVRO%20SEXTA%20EDIÇÃO.pdf
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-28032001000200011
http://dx.doi.org/10.1590/S0100-69912001000100011
http://patologia.medicina.ufrj.br/index.php/histopatologia-geral/397-anotacoes-teoricas/anotacoes-sobre-adaptacao-lesao-e-morte-celulares
http://patologia.medicina.ufrj.br/index.php/histopatologia-geral/397-anotacoes-teoricas/anotacoes-sobre-adaptacao-lesao-e-morte-celulares
 
15 
 
NEAD – Núcleo de Educação a Distância 
ROTAS DE APRENDIZAGEM 
Nome da Disciplina | Nome da aula | Aula XX 
Agora é sua Vez! 
Interação 
Durante a apoptose e a necrose, ocorrem alterações características destes respectivos 
eventos na célula. Como resultado, o núcleo e a cromatina estão em condições diferentes 
e por fim os restos celulares também possuem destinos diferentes. Prepare um 
fluxograma com as diferenças e características dos eventos necrose e apoptose. 
Questão para simulado 
As células de organismos multicelulares carregam instruções para autodestruição sob 
certas circunstâncias. Este processo pelo qual a célula promove sua autodestruição de 
modo programado, é denominado apoptose. Marque verdadeiro ou falso os itens a 
seguir. 
 
1) ( ) No processo de autodestruição, as células encolhem e a cromatina é compactada, 
formando massas concentradas nas bordas do núcleo que se parte. 
 
2) ( ) A autodestruição programada é importante durante a embriogênese e a 
diferenciação celular. 
 
3) ( ) A perda da capacidade de autodestruição celular pode levar a doenças autoimunes 
e ao câncer. 
4) ( ) Acontece eventos na célula, como bolhas e o material é liberado na matriz celular. 
 
a) V, V, V, F 
b) F, F, F, V 
c) V, F, V, F 
d) V, V, F, F 
e) Nenhuma das alternativas 
 
Resposta: letra D 
 
16 
 
NEAD – Núcleo de Educação a Distância 
ROTAS DE APRENDIZAGEM 
Nome da Disciplina | Nome da aula | Aula XX 
 
 
Comentário: 
Fisiologicamente, esse “suicídio celular” ocorre no desenvolvimento embrionário, na 
organogênese, na renovação de células epiteliais e hematopoiéticas. Portanto consiste 
em um tipo de morte programada, desejável e necessária que participa na formação dos 
órgãos e que persiste em alguns sistemas adultos como a pele e o sistema imunológico. 
A apoptose é um processo ativo cuja marca registrada é a autodigestão controlada dos 
constituintes celulares, devida à ativação de proteases. 
Organize-se: 6 horas semanais – mínimos sugeridos para autoestudo 
 
REFERÊNCIA 
Biologia Celular e Molecular. 9 edição, 2012. Junqueira e Carneiro. 
https://pt.slideshare.net/driz/biologia-celular-e-molecular-9-ed-junqueira-amp-
carneiro 
IRES, Carlos Eduardo de Barros Moreira; ALMEIDA, Lara Mendes de. Biologia celular: 
estrutura e organização molecular. São Paulo: Érica, 2014. Livro digital. (1 recurso online). 
ISBN 9788536520803. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788536520803. 
CARVALHO, Hernandes F.; RECCO-PIMENTEL, Shirlei Maria. A célula. 4. ed. São Paulo: 
Manole, 2019. Livro digital. (1 recurso online). ISBN 9786555762396. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9786555762396. 
https://pt.slideshare.net/driz/biologia-celular-e-molecular-9-ed-junqueira-amp-carneiro
https://pt.slideshare.net/driz/biologia-celular-e-molecular-9-ed-junqueira-amp-carneiro
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788536520803
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9786555762396
 
17 
 
NEAD – Núcleo de Educação a Distância 
ROTAS DE APRENDIZAGEM 
Nome da Disciplina | Nome da aula | Aula XX 
Biologia Molecular da Célula. Alberts, B.; Lewis, J.; Raff, M.; Roberts, K. & Watson, J. D. 
Ed. ARTMED, 6a ed., 2017. 
 
Instituto Vencer o Câncer 
https://vencerocancer.org.br/cancer/o-que-
e/mutacoes/?catsel=cancer#:~:text=ONCOGENES%20E%20GENES%20SUPRESSORES&te
xt=A%20harmonia%20do%20processo%20de,precis%C3%A3o%2C%20e%20no%20temp
o%20certo. 
Saiba o que é e como funciona a Agência Internacional de Pesquisa sobre Câncer. 
https://www.ecycle.com.br/component/content/article/9-no-mundo/1853-iarc-
agencia-internacional-de-pesquisa-em-cancer.html 
 
 
 
https://vencerocancer.org.br/cancer/o-que-e/mutacoes/?catsel=cancer#:~:text=ONCOGENES%20E%20GENES%20SUPRESSORES&text=A%20harmonia%20do%20processo%20de,precis%C3%A3o%2C%20e%20no%20tempo%20certo
https://vencerocancer.org.br/cancer/o-que-e/mutacoes/?catsel=cancer#:~:text=ONCOGENES%20E%20GENES%20SUPRESSORES&text=A%20harmonia%20do%20processo%20de,precis%C3%A3o%2C%20e%20no%20tempo%20certo
https://vencerocancer.org.br/cancer/o-que-e/mutacoes/?catsel=cancer#:~:text=ONCOGENES%20E%20GENES%20SUPRESSORES&text=A%20harmonia%20do%20processo%20de,precis%C3%A3o%2C%20e%20no%20tempo%20certo
https://vencerocancer.org.br/cancer/o-que-e/mutacoes/?catsel=cancer#:~:text=ONCOGENES%20E%20GENES%20SUPRESSORES&text=A%20harmonia%20do%20processo%20de,precis%C3%A3o%2C%20e%20no%20tempo%20certo
https://www.ecycle.com.br/component/content/article/9-no-mundo/1853-iarc-agencia-internacional-de-pesquisa-em-cancer.html
https://www.ecycle.com.br/component/content/article/9-no-mundo/1853-iarc-agencia-internacional-de-pesquisa-em-cancer.html

Continue navegando