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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - USJT DIREITO DO CONSUMIDOR NAS COMPRAS PELA INTERNET RAQUEL LIMA RAIMUNDO R.A - 818234788 SÃO PAULO 2022 2 Raquel Lima Raimundo DIREITO DO CONSUMIDOR NAS COMPRAS PELA INTERNET Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de DIREITO da Universidade São Judas Tadeu - USJT, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Direito. SÃO PAULO 2022 Raquel Lima Raimundo DIREITO DO CONSUMIDOR NAS COMPRAS PELA INTERNET Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de DIREITO da Universidade São Judas Tadeu - USJT, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Direito. Resultado: ________________________ Cidade, _____ de ___________ de 2022. Banca Examinadora ___________________________________________ Prof. André Adriano do Nascimento da Silva ___________________________________________ Prof. Salete de Oliveira Domingos 2 Dedico este trabalho de conclusão de curso aos meus pais, agradeço a minha mãe por todo o apoio, incentivo nas horas difíceis, de desânimo e cansaço. Ao meu pai que em todas as dificuldades sempre me fortaleceu sendo o meu alicerce e maior exemplo de vida. Te amo papai. 3 DIREITO DO CONSUMIDOR NAS COMPRAS PELA INTERNET Raquel Lima Raimundo1 Prof. Salete de Oliveira Domingos2 Resumo Pensando no contexto do mundo globalizado de compras em que vivemos, o seu significado está atrelado diretamente aos hábitos de consumo do seu público, isso significa a integração dos consumidores no cenário comercial, algo fundamental através do cotidiano de vendas e adesões empresariais. O presente trabalho teve como objetivo geral: Abordar os direitos dos consumidores em compras pela internet. Como objetivos específicos foram colocados: Abordar a origem do comércio; os princípios Brasileiros nas relações de consumo; os direitos básicos e fundamentais do consumidor no comércio eletrônico. Para que o estudo pudesse ser realizado de maneira correta, foram utilizadas referências bibliográficas, tendo como base: Textos, artigos, periódicos, entre outros conteúdos, para que se construísse uma argumentação a respeito do tema proposto. Foram excluídos artigos muito antigos, que não possuíssem relação com os objetivos do trabalho. Foi possível concluir com a pesquisa, que os direitos dos consumidores mudaram muito ao longo dos anos, desde que os hábitos de consumo passaram a estar ligados a internet e ao mundo da comunicação, uma maneira globalizada de se fazer compras surgiu, abrindo uma gama de possibilidades. Palavras–Chave: Direitos. Consumidor. Legislação. Abstract ou Resumen Thinking in the context of the globalized world of shopping in which we live, its meaning is tied directly to the consumption habits of its audience, this means the integration of consumers in the commercial scenario, something fundamental through the daily sales and business adhesions. The present work had as a general objective: To approach the rights of consumers in internet shopping. As specific objectives were placed: Address the origin of commerce; the Brazilian principles in consumer relations; the basic and fundamental rights of the consumer in electronic commerce. For the study to be carried out correctly, bibliographical references were used, based on texts, articles, periodicals, among other 1 Deve ser acompanhado de breve currículo do autor neste espaço com informações sobre o curso ou formação e endereço de e-mail para contato. Se for o caso, o nome e titulação do professor orientador do trabalho. 2 Breve currículo do orientador 4 contents, so that an argumentation about the proposed theme could be built. Very old articles that were not related to the objectives of the work were excluded. It was possible to conclude from the research that consumer rights have changed a lot over the years, since consumption habits have become linked to the internet and the world of communication, a globalized way of shopping has emerged, opening a range of possibilities. Keywords: Rights. Consumer. Legislation. 5 Introdução Pensando no contexto do mundo globalizado de compras em que vivemos, o seu significado está atrelado diretamente aos hábitos de consumo do seu público, isso significa a integração dos consumidores no cenário comercial, algo fundamental através do cotidiano de vendas e adesões empresariais. Na busca de entender com que essa relação do comercial, para com os desejos do cliente tenham um crescimento, colocando-se os objetivos a serem alcançados naquele produto e ferramentas diversas passam a ser utilizadas diante da construção de base com dados disponíveis na internet, buscando verificar e entender o comportamento dos indivíduos em geral. Desde sempre, o comércio passou a utilizar o marketing das relações como método para concorrer no mercado que se torna cada dia mais exigente na intenção de satisfazer os anseios dos clientes e proporcionar ao consumidor uma melhor qualidade e valor econômico que satisfaça as necessidades da clientela. Os clientes estão sendo vistos como bastante exigentes e dessa forma o mercado publicitário precisa conseguir desenvolver padrões básicos para contemplar as exigências destes indivíduos que mesmo apresentando peculiaridades são geralmente atendidos de uma maneira mais generalizada, mas deixando aberturas para as particularidades. Nas estratégias competitivas em marketing temos incontáveis métodos que são sugeridos para manter relacionamentos que seja mais próximo dos clientes e dessa forma construir laços, fidelização e apresentar benefícios diversos aos adeptos dos produtos e/ou serviços. A empresa deve buscar encantar seus clientes, sendo que desde que tinha uma preocupação voltada para contexto da clientela e como estes se sentem contemplados no atendimento, pois os clientes têm um valor que muitas vezes não é reconhecido pela publicidade, elaborando um plano que atenda o cliente e criando demanda de atendimento ao cliente que seja focadas nas principais exigências do mercado como um todo e proporcionando a retenção dos clientes. Neste tipo de relação o sucesso e a conquista do cliente estão fortemente ligados ao formato das características que os vendedores utilizam para conquistar seus consumidores e a criação de atividade que proporcione ao cliente recompensas são geralmente bem vistas e aceitas na sociedade contemporânea e assim proporciona uma melhor qualidade nos seus produtos. 6 O presente trabalho tem como objetivo geral: Abordar os direitos dos consumidores em compras pela internet. Como objetivos específicos serão colocados: • Abordar a origem do comércio; • Os princípios Brasileiros nas relações de consumo; • Os direitos básicos e fundamentais do consumidor no comércio eletrônico. O presente trabalho possui a sua relevância em trazer reflexões a cerca do mundo digital em que vivemos, onde as compras pela internet têm crescido cada vez mais. O consumidor se torna também parte desse mercado de consumo, sendo cada vez mais necessário que os seus direitos sejam assegurados. Para que o estudo possa ser realizado de maneira correta, serão utilizadas referências bibliográficas, tendo como base: Textos, artigos, periódicos, entre outros conteúdos, para que se construa uma argumentação a respeito do tema proposto. Serão excluídos artigos muito antigos, que não possuam relação com os objetivos do trabalho. 1 Breve História DoDireito Do Consumidor A relação de consumo não é um ato novo na humanidade, pois essa prática existe desde a antiguidade diante da atividade de troca de produtos entre pessoas que trocavam alimentos por outros bens de sua necessidade com o objetivo de sobrevivência, relação que , que produziu, atuou também. Por se tratar de um assunto novo na academia e na legislação, as relações de consumo já foram protegidas por algumas leis de defesa do consumidor. Vale destacar a existência de registros que atestam essa preocupação com a proteção das relações de consumo, ainda que indiretamente, como o Código de Hamurabi (2.300 a.C.), conhecido por ser o mais antigo código baseado na Lei Talião como forma de regulamentação comercial como Lei 233, que obrigava o arquiteto a pagar ou reconstruir uma casa caso as paredes apresentassem defeitos (FILOMENO, 2018, p.38). Diante da vulnerabilidade e desigualdade nas relações de consumo, fica clara e evidente a importância da existência de normas jurídicas que trabalhem em conjunto para garantir o equilíbrio dessa relação na sociedade, evitando constrangimentos e preconceitos. 7 Quanto à origem da primeira legislação de defesa dos direitos do consumidor, ela surgiu em 1962 como resultado do tradicional discurso do presidente John Kennedy ao Congresso norte-americano consagrando-a como forma de proteger os interesses dos consumidores americanos. Com o surgimento da Carta Europeia de Defesa do Consumidor, adotada em 1972 pela Resolução 543, vários países, como os Estados Unidos, também passaram a promulgar leis próprias com o mesmo objetivo (MIRAGEM, 2016, p. 46). O Dia do Consumidor foi comemorado pela primeira vez em 15 de março de 1893, mas somente em 1985 a Organização das Nações Unidas (ONU) definiu oficialmente essa data como o Dia Mundial do Consumidor. Segundo relatos (CAVALIERI FILHO, 2019, p. 18), o presidente e John Kennedy transmitiram estas palavras ao Congresso norte- americano: “Os consumidores, por definição, somos todos nós. Os consumidores são o maior grupo econômico da economia e influenciam e são influenciados por quase todas as decisões econômicas, públicas ou privadas [...]. Mas eles são o único grande grupo da economia que não está efetivamente organizado e cujas posições quase nunca são ouvidas.” Diante dos diversos episódios internacionais ocorridos na história do direito do consumidor, três períodos de grande relevância merecem destaque: a) Revolução Industrial do Aço e do Carvão; b) Revolução tecnológica após a Segunda Guerra Mundial; c) Tecnologia da Informação e a Revolução da Globalização (RAMINELLI, 2017). Nesse sentido, Bolzan (2014, p. 28) argumenta que o período da revolução industrial siderúrgica e carbonífera foi caracterizado pela migração em massa das populações rurais para os grandes centros urbanos, e com a manifestação e aumento do consumo, começaram e próprios fabricantes a focarem na demanda, ou seja, na quantidade de produtos fabricados, esquecendo o fator qualidade, substituindo a bilateralidade da produção, em que as partes discutiam os termos do contrato, pela unilateralidade, em que apenas o fornecedor ditava as regras da relação de consumo. Cavalieri Filho (2019) afirma que a proteção do consumidor nos EUA surgiu por meio de movimentos de consumidores na década de 1960, enquanto no Brasil as primeiras formas de defesa foram criadas na década de 1970 na forma de associações e órgãos governamentais. No Brasil, os primeiros registros datados remontam à era colonial brasileira, quando foram aplicadas multas aos que incentivavam atividades comerciais cujo valor ultrapassava o valor pré-estabelecido na tabela da época, e à luz das regulamentações filipinas. válido até a entrada em vigor do Código Civil de 1916 (NETO, 2010). 8 Nunes (2018, p. 31) argumenta que no Brasil, devido à massificação da oferta de produtos e serviços no século XX, entrou em vigor a forma de proteção jurídica do consumidor através do Código Civil de 1916, vigor em 1917, mas uma forma que complica o entendimento da sociedade. Considerando o exposto quanto à evolução da relação de consumo, percebe-se que os dispersos códigos e leis de defesa do consumidor pela produção em massa não têm sido plenamente eficazes, tornando-se necessária a criação de um código específico para disciplinar com eficácia e disciplinar exclusivamente nesta questão promover o equilíbrio nesta relação. Entretanto, foi somente após a Constituição Federal de 1988 que entrou em vigor o CDC (Código de Defesa do Consumidor) na Lei 8.078, de 11 de setembro de 1990, para regulamentar exclusivamente essa matéria. Assim, após a entrada em vigor da Constituição Federal de 1988, recebeu pela primeira vez mandatos constitucionais de amparo à proteção do consumidor, que estão previstos nos artigos 5º, XXXII e 170, V (ALMEIDA, 2020, p. 55). Com base e com base em diversas legislações estrangeiras, notadamente o Código Francês, segundo Júnior (2017, p. 22), a legislação líder mundial disciplinando as relações de consumo, o CDC (Código de Defesa do Consumidor), foi promulgada de acordo com as resoluções expressas do Congresso Nacional, que obedece ao comando constitucional dado ao Estado. Embora o Código de Defesa do Consumidor tenha surgido após a Constituição Federal de 1988, ele não surgiu simplesmente por acaso, mas foi uma idealização que surgiu a partir dos movimentos de desenvolvimento e consumo no Brasil e no mundo (CAVALIERI FILHO, 2019, p 22). 2 A Relação Do Consumidor E Fornecedor Nas Compras Pela Internet à Luz Do CDC As primeiras relações de consumo estabelecem um elo equânime entre produtor e consumidor. A igualdade predominava em razão de o consumidor negociar diretamente com o produtor, que era, ao mesmo tempo, a pessoa que produzia e vendia o produto que estava sendo comercializado. Deste modo, ambas as partes tinham pleno conhecimento das formas de produção, pagamento, entrega e uso do produto negociado. No entanto, essa relação primitiva foi amplamente modificada ao longo da história, especialmente em decorrência das revoluções industriais, com o surgimento da massificação da produção no Século XX. Desapareceu assim, a relação pessoal entre produtor e consumidor. Segundo Norat (2018, p. 26) O consumidor passou a ficar em situação de 9 vulnerabilidade em relação ao produtor, que, por sua vez, passou a estabelecer os contornos da negociação. Para restabelecer o equilíbrio entre as partes, foram elaboradas normas que proporcionaram a proteção do consumidor. Atualmente, no Brasil, as regras de proteção e defesa do consumidor estão previstas na Constituição Federal, em seus artigos 5, inciso XXXII e 170, inciso V (BRASIL,1988) e no Código de Defesa do Consumidor, Lei 8.078/90, em vigência desde 11 de março de 1991 (BRASIL, 1990). De lá para cá, em razão da evolução constante das relações de consumo, exigiu ajustes na regulamentação de setores específicos, à exemplo das Resoluções emanadas pelas Agências Reguladoras, da Lei 12.965/14, a qual regulamentou o Marco Civil da Internet e o Decreto Federal 7.962/13, que regulamentou o Código de Defesa do Consumidor quanto aos contratos de consumo realizados no âmbito do comércio eletrônico (LEAL; DUTENKEFER, 2018). . O progresso no campo legislativo vem sendo importante nos últimos anos. De todo modo, podemos considerar que o maior avanço na última década, o qual vem transformando o comportamento do consumidor é o avanço da tecnologia, em especial a internet, a qual deu maior empoderamento aos consumidores, que hoje externa suas críticas nas redes sociais, gerando o temido “efeito review negativo” A internet conectou usuários e negócios, estabelecendo relacionamentos e possibilitando a criação de conteúdo por parte dos dois lados. Criar e compartilhar conteúdo deu início a um mundo de possibilidadespara todos os usuários. O conhecimento se tornou vasto e de fácil acesso. Qualquer informação está a um clique de distância. No que se refere ao CDC, cabe destacar que, ao longo do tempo, as relações comerciais aumentaram e as relações jurídicas melhoraram. No entanto, Luis Antonio Rizzato Nunes (2021, p 110) fala sobre a relação de consumo: haverá uma relação jurídica de consumo sempre que for possível identificar um polo da relação com o consumidor, e no outro, o fornecedor, ambos tratando de produtos e serviços. A relação de consumo é bilateral, traduz-se no vínculo que existe entre duas ou mais pessoas. Portanto, para formar um relacionamento com o consumidor, é necessário combinar dois requisitos básicos: uma ponta se enquadra no conceito de consumidor e a outra no conceito de fornecedor, ou seja, onde se deseja comprar um produto ou serviço. do serviço e aquele que deve fornecer esse produto ou serviço. Nesse sentido, Khoury (2012, p.60) entende que: 10 Mesmo que a pessoa que adquiriu o bem ou serviço o faça como consumidor, ou seja, para uso não profissional, pode não haver relação legal de consumo nessa relação. Ou seja, se a pessoa que lhe forneceu o bem ou serviço não se enquadra no conceito de fornecedor, não haverá relação de consumo e, portanto, não há como executar um CDC. (KHOURY, 2012, p.60). Para isso, Antônio Herman Benjamin, Claudia Lima Marques e Leonardo Bessa (2016, p 165) entendem que seria necessário não utilizar o produto/serviço economicamente, baseando sua teoria na distinção se o bem ou serviço adquirido é para fins pessoais ou familiares ou profissionais. Para os maximalistas, a aplicação do CDC deve ser a mais ampla possível, incluindo pessoas jurídicas e comerciantes, com base em uma noção jurídica de consumidor, objetiva por natureza, baseada no mero ato de consumo, e como destinatário final da figura: o destinatário real do produto ou serviço para interpretar. 2.1 O consumidor Entende-se por consumidor que pode ser qualquer pessoa singular ou coletiva, desde que o destinatário final, ao adquirir ou utilizar um produto ou serviço, o esteja a adquirir ou a utilizar para si ou para a sua família, ou seja, não venda o produto ou serviço. Verifica-se que o próprio Código do Consumidor no Art. 2º define consumidor como: Art. 2º - Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final. Parágrafo único. Equipara-se o consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo. Conforme mencionado por Antônio Herman Benjamin, Claudia Lima Marques e Leonardo Roscoe Bessa (2016, p.160), o consumidor também é amplo em sua abrangência material. No CDC, o consumidor não é apenas uma definição contratual (o adquirente), mas também visa proteger as vítimas de atos ilícitos pré-contratuais, como publicidade enganosa e práticas comerciais abusivas, sejam eles compradores ou não destinatários finais. No que respeita ao consumidor da pessoa coletiva, nas palavras de José Geraldo Brito Filomeno, citado por Flávio Tartuce e Daniel Amorim Assumpção Neves, (2016, p. 256) apesar da resistência pessoal, como “consumidores” de produtos e serviços, exceto que sejam entendidos como os destinatários finais dos produtos e serviços que adquirem, e não como insumos necessários ao exercício de sua atividade lucrativa. 2.2 O fornecedor 11 Como já mencionado, a relação de consumo inclui não apenas o consumidor, mas também a presença do fornecedor. O conceito de fornecedor é amplo, o código de defesa do consumidor tipifica o fornecedor de seis maneiras: Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços. Nesta lista de tipos de fornecedores, principalmente quanto aos serviços, deve ser combinado com o artigo 12 do Código de Defesa do Consumidor, vejamos: Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o importador respondem independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos. Luiz Otavio de Oliveira Amaral (2010, p. 108) conceitua fornecedores em seu trabalho, como se pode observar claramente fornecedores, aqui é um gênero jurídico – uma categoria jurídica genérica – em que se enquadram as espécies. Como sujeito de direito, o prestador só tem que trazer a pessoa jurídica do gênero, que por sua vez pode ser natural ou jurídica, como portador. Flávio Tartuce e Daniel Amorim Assumpção Neves, (2016, p. 256) ao definir o termo fornecedor, entendem que fornecedores ou prestadores podem ser pessoas jurídicas de direito público ou de direito privado. Nesse sentido, o ditame legal estabelece que o fornecedor pode ser pessoa física ou jurídica estrangeira, sendo irrelevante qualquer tipo de restrição. Por outro lado, Luiz Antônio Rizzato Nunes, (2021, p. 315) em seu Comentário ao Código do Consumidor, diz sobre a pessoa jurídica estrangeira: A referência à pessoa jurídica estrangeira é relevante quando a pessoa jurídica é registrada como estrangeira no país e presta serviços ou vende produtos nessa capacidade. 2.3 Do produto e serviços O Código do Consumidor classifica em seu artigo 3º, parágrafo 1º, que produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial. Em conjunto com o art. 26 do referido código: Art. 26. O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil constatação caduca em: I - trinta dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos não duráveis; II - noventa dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos duráveis. 12 § 1° Inicia-se a contagem do prazo decadencial a partir da entrega efetiva do produto ou do término da execução dos serviços. § 2° Obstam a decadência: I - a reclamação comprovadamente formulada pelo consumidor perante o fornecedor de produtos e serviços até a resposta negativa correspondente, que deve ser transmitida de forma inequívoca; II - (Vetado). III - a instauração de inquérito civil, até seu encerramento. § 3° Tratando-se de vício oculto, o prazo decadencial iniciase no momento em que ficar evidenciado o defeito. Luiz Antônio Rizzato Nunes (2021, p. 315)) esclarece em sua obra: “Esse conceito de produto é hoje universal e intimamente ligado à ideia do bem, fruto da produção no mercado consumidor das sociedades capitalistas contemporâneas”. Cretella Júnior (2010, p. 115) é citado na obra Teoria Geral do Direito do Consumidor de Luiz Otavio de Oliveira Amaral sobre a definição de produto: quando fazem parte de uma relação jurídica” O código de defesa do consumidor em relação aos serviços o concebe:Art. 3º, § 2°: Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista. O doutrinador Eduardo Lima ( 2006, p. 44) leciona que sobre as informações sobre produtos e serviços concentra-se nas mãos do provedor e, portanto, é um fator de desequilíbrio na relação que se estabelece com o consumidor que busca esses serviços e produtos, ainda mais quando os procura fora do estabelecimento comercial adquire a Internet, onde a vulnerabilidade tende a se agravar à medida que, por um lado, aumentam a oferta e a informação, por outro, as características de distanciamento econômico e de conhecimentopresentes no mundo real são acompanhadas de características tecnológicas. 3 Direitos Básicos E Fundamentais Do Consumidor No Comércio Eletrônico Brasileiro. No que tange aos direitos fundamentais do consumidor, podemos contar com o art.6 do Código de Defesa do Consumidor, Sergio Cavalieri explica o que são: “(…) aqueles interesses mínimos, materiais ou instrumentais, relacionados a direitos fundamentais universalmente consagrados que, diante de sua relevância social e econômica, pretendeu o legislador ver expressamente tutelados” (FILHO, 2011, p.90). Com relação aos direitos básicos do consumidor, direitos estes que também atingem também aos consumidores do comércio eletrônico; abrangem os valores e preceitos 13 fundamentais que jamais poderão ser desrespeitados, tendo em vista que são condições próprias deste, para que assim seja respeitada a dignidade do consumidor, frente a dignidade da pessoa humana, contida na Constituição Federal (BESSA; MOURA, 2014. p.34). O direito à proteção à vida, saúde e segurança é absoluto, mas é permitida a venda de produtos de perigo inerente, ou seja, ainda que o produto seja perigoso é permitida a sua comercialização, pois os órgãos reguladores chegaram à conclusão que os benefícios do uso de determinado produto são maiores que seus prejuízos para a sociedade, podendo ser utilizados de maneira segura (NETO, 2013, p.13). Para o tema em questão, o artigo que se destaca e chama atenção é o art.6º, incisos IV e inciso V, do CDC13 que trata da proteção das práticas comercias e contratuais abusivas, que o fornecedor pratica em face do consumidor, lesando-o dos seus direitos (FILHO, 2011, p.92). Orlando Celso Silva Neto, explica que existe a proibição, como princípio básico do Código, de que o consumidor seja enganado, induzido a erro ou dúvida a respeito do conteúdo de determinada. Da mesma maneira, a publicidade não pode ofender a determinado grupo social ou incitar comportamento ilícito ou antissocial, casos em que será considerada abusiva. A ofensa será caracterizada em função de um padrão médio, não sendo abusiva a publicidade que simplesmente não seja do gosto de determinada pessoa em função de suas preferências pessoas (exemplo: excessivo conservadorismo, pessoal a determinada corrente de pensamento ou prática – sexo antes do casamento, sentimentos homofóbicos, etc.). Transparência nas relações consumo importa em informações claras, corretas e precisas sobre o produto a ser fornecido, o serviço a ser prestado, o contrato a ser firmado – direitos, obrigações, restrições (NETO, 2013. p.13). O direito à informação é um dos direitos básicos de maior relevância, pois está interligado com o princípio da transparência, tendo como objetivo garantir ao consumidor que faça uma escolha consciente, na hora de realizar sua compra seja ela de bem ou serviço (FILHO, 2011, p.95). Contamos com o art.6º do CDC que trazem rol exemplificativo de direitos básicos do consumidor. Em seguida temos o art. 7º como clausula de abertura do microssistema, este artigo diz que os direitos previstos no CDC não excluem outros decorrentes, por exemplo, de tratados ou convenções internacionais que o Brasil faça parte. Assim como também não exclui outros direitos oriundos da própria legislação interna do País. O art. 7º na verdade, trata-se de um artigo complementar do 6º, pois ele deixa claro que o art. 6º não é um rol taxativo. 14 Estes direitos são os mais importantes para o Código de Defesa do Consumidor. Esta ideia reflete em todos os dispositivos do CDC. 3.1 Proteção contratual no comércio eletrônico Contratos fazem parte do nosso cotidiano e utilizamos das mais diversas formas. Sejam elas das maneiras mais burocráticas ou se quer trocando uma palavra. Um exemplo disso e uma forma que está sendo mais cada vez mais utilizada são os contratos eletrônicos. Estes contratos feitos por meios digitais também estão assegurados ao consumidor como de todas outras formas A contratação à distância, está na televisão, na internet, entre outros; e é neste instante que se traz uma nova forma de coação. Não há a pressão de um vendedor em sua porta, mas há a pressão dentro da sua casa, no seu trabalho, no seu espaço particular, nas suas folgas, dia e noite, em todas as partes, em todo o mundo, onde a oferta negocial poderá ser acessada ou enxergada (MARQUES, 2005, p.72). Falando sobre comércio eletrônico, nota-se grande importância sobre os contratos gerados neste meio. Estes que seguem os mesmos parâmetros de validade exigidos nos contratos tradicionais, conforme Marta Luiza Salib: De qualquer forma, os contratos eletrônicos devem obedecer aos mesmos critérios de validade de quaisquer outros contratos tradicionalmente constituídos, uma vez que o contrato constitui importante instrumento de convivência social e segurança jurídica. Neste sentido, os contratos eletrônicos podem ser classificados em intrassistêmicos, interpessoais e interativos (SALIB, 2014. p.85). Cláudia Lima Marques, diz que o CDC dispõe sobre a proteção contratual em dois momentos; na fase pré-contratual e durante a execução do contrato: O método escolhido pelo Código de Defesa do Consumidor para harmonizar ou dar maior transparência as relações de consumo têm dois momentos. No primeiro, cria o Código novos deveres para os fornecedores de bens, visando a assegurar a sua proteção na fase pré- contratual e no momento da formação do vínculo. No segundo momento, cria o Código normas proibindo expressamente as cláusulas abusivas nestes contratos, assegurando, assim, uma proteção “a posteriori” do consumidor, através de um efetivo controle judicial do conteúdo do contrato de consumo (MARQUES, 2005. p.73). 15 Tratando-se de vulnerabilidade do consumidor nestes contratos gerados no meio eletrônico, atentamente devemos observar aqueles contratos de adesão. Que pela definição legal e de acordo com Bolzan, são eles: Nos termos da definição legal, o contrato de adesão é aquele em que o consumidor não consegue debater nem modificar consideravelmente o contrato, pois as cláusulas contratuais, já foram aprovadas ou elaboradas por outrem, não podendo assim ter nenhuma alteração (BOLZAN, 2015). Também de acordo com Claudia Lima Marques: (…) cujas cláusulas são pré-estabelecidas unilateralmente pelo parceiro contratual economicamente mais forte (fornecedor), “ne varietur”, isto é, sem que o outro parceiro (consumidor) possa discutir ou modificar substancialmente o conteúdo do contrato escrito (MARQUES, 2005. p.75). Estes contratos são concretizados no momento que o consumidor informa que leu e aceita. Sem a oportunidade de fazer quaisquer alterações. Desta forma, o consumidor fica mais vulnerável. De acordo com o tipo contratual a ser firmado, o consumidor poderá estar menos propício à vulnerabilidade, é evidente um contrato de adesão, o consumidor está mais vulnerável, pois não há participação do consumidor para formação do contrato, ficando este à mercê das cláusulas preestabelecidas (SALIB, 2014. p.90). Mas, de acordo com Nunes as cláusulas contratuais deverão ser interpretadas de maneira mais favorável ao consumidor: Percebe-se então, a vigência do princípio da “interpretatio” contra “stipilatorem”, sendo observado o que é interpretado, não o que é estipulado; mas de forma mais ampla, com base nesse princípio, os contratos de adesão, havendo cláusulas ambíguas, vagas ou contraditórias, o entendimento se faz contra o estipulante. Contudo, na lei consumerista esse princípio veio demonstrado de maneira mais ampla e clara no artigo 47, que estabeleceu que as cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais favorável ao consumidor, parte mais frágil da relação (NUNES, 2017). Por fim, Ventura diz: Os contratos eletrônicos de consumo devem ser analisados de tal forma que ofereçam mais segurança paraempresas que disponibilizam seus produtos e serviços através da internet, como também para os consumidores que utilizarão o serviço, para que eles estejam cientes dos limites das responsabilidades da empresa. Ao discorrer sobre o assunto, completa que os contratos tanto fornecedor para consumidor, quanto fornecedor para 16 fornecedor, devem sempre ser analisados juridicamente, a fim de prevenir futuras lides entre as partes envolvidas e apontar os eventuais responsáveis em um caso concreto (VENTURA, 2010). 3.2 Princípios exclusivos dos contratos no comércio eletrônico Segundo Jorge José Lawand, há três princípios essenciais para o contrato eletrônico, são eles: O Princípio da Equivalência Funcional dos Atos Jurídicos Produzidos por Meios Eletrônicos com os Atos Jurídicos Tradicionais; o Princípio da Neutralidade Tecnológica das Disposições Reguladoras do Comércio Eletrônico; e por fim o Princípio da Inalterabilidade do Direito Existente Sobre Obrigações e Contratos. Sem esquecer ainda do Princípio da Boa-Fé (LAWAND, 2003). No mesmo sentido, aprendemos seus conceitos: O Princípio da Equivalência Funcional dos Atos Jurídicos Produzidos por Meios Eletrônicos com os Atos Jurídicos Tradicionais são aqueles em que o contrato é celebrado pelo meio eletrônico, sedo que este é possuidor das mesmas características básicas que formam também o contrato comum. Desta feita, também é possível que, que se observe que eles produzem os mesmos efeitos jurídicos, motivo pelo qual não perdura tratar sobre validade jurídica diversa. Neste sentido a relação de equivalência atingirá tanto o fornecedor, quanto o consumidor que fazem uso do comércio eletrônico, uma vez que ao contrato eletrônico será conferida a mesma validade do contrato comum (LAWND, 2003). Ha também o Princípio da Neutralidade Tecnológica das Disposições Reguladoras do Comércio Eletrônico, o motivo especial para que haja aplicação deste princípio é evitar que o diploma normativo se torne arcaico, vez que, caso não exista aplicabilidade a determinada tecnologia, este estará ultrapassado (LAWAND, 2003). Tratando-se do Princípio da Inalterabilidade de Direito, Pablo Stolze Gapliano e Rodolfo Pampolha Filho (2009, p.27-28) afirmam que: O contrato é um fenômeno eminentemente voluntarista, fruto da iniciativa privada e da livre iniciativa”. Assim sendo, entre as partes existe a liberdade de negociar, que decorre da autonomia das vontades de ambos, onde poderão manifestar-se individualmente e decidir com quem contratar, qual objetivo e a respeito de que contratar. Quando decidido todos estes pontos e situações contratuais, virá o consentimento entre as partes e o negócio jurídico estará firmado (GAGLIANO; FILHO,2009, p.102). 17 3.3 Proteção contra práticas abusivas no comércio eletrônico O posicionamento de uma ação como prática abusiva, segundo Roberto Pfeiffer, pressupõe que ela ocorra no âmbito de uma relação de consumo, em que as partes estejam sejam um na posição de consumidor, outro de fornecedor. Segundo Antônio Herman de Vasconcellos e Benjamin: São práticas as mais variadas e que, no Direito norte-americano, vêm reputadas como “unfair”. [...] Pratica abusiva (latu sensu) é a desconformidade com os padrões mercadológicos de boa conduta em relação ao consumidor. São – no dizer irretocável de Gabriel A. Stiglitz – ‘condições irregulares de negociação nas relações de consumo’ condições estas que ferem os alicerces da ordem jurídica, seja pelo prisma da boa-fé, seja pela ótica da ordem pública e dos bons costumes. (p.372 e 373) Está exposto no art.39º do Código de Defesa do Consumidor as mais variadas formas que o fornecedor possa lesar o consumidor. Esta atitude do tal tem como finalidade obter indevida vantagem em face do consumidor que é a parte mais vulnerável. O caput do artigo deixa totalmente claro que se trata que o rol de práticas abusivas do Código de Defesa do Consumidor é meramente exemplificativo, admitindo outras hipóteses além das expressas. Segundo BOLZAN: O consumidor ao longo do tempo, foi considerado refém, preso as regras do fornecedor, das práticas abusivas por parte deste, como por exemplo, na publicidade, na propaganda e nos contratos; diante de tal acontecimento surge o Código de Defesa do Consumidor, para coibir e proibir as práticas excessivas, proibindo todo e qualquer ato comercial ou contratual abusivo, que deixe o consumidor em desvantagem; lhe proporcionando um apoio e seus direitos adequados (BOLZAN, 2015). No Manual de direito do consumidor de Leonardo Roscoe Bessa e Walter José Faiad de Moura encontro alguns exemplos reais de práticas abusivas, exemplos estes que também podem ocorrer na forma de contratação de um serviço eletronicamente: Solicitei um empréstimo junto ao Banco onde mantenho a minha conta corrente. O gerente informou que só concederia se eu assinasse um seguro e um contrato de previdência privada. O banco pode me obrigar a isso? Não. Tal praça é conhecida como venda casada, uma praça abusiva e ilegal segundo o CDC (art. 39, I). A chamada venda casada praceada pelo banco ficou configurada quando condiciona o consumidor a contratar os serviços de seguro e previdência em troca do 18 empréstimo. Também a Lei nº 12.529 define a venda casada como infração à Ordem Econômica (art. 36, §3º, inciso XVIII). Nesses casos, é importante que o órgão administrativo, além de aplicar as sanções administravas cabíveis, encaminhe para o Ministério Público para que promova a ação penal permanente. Recebi a conta de telefone da empresa A e paguei o total apresentado. Após o pagamento observei que uma ligação interurbana havia sido cobrada na conta anterior também. A cobrança indevida está facilmente edificável nas duas contas. Ambas têm as mesmas datas, número de minutos, horário e valor. Liguei várias vezes para a empresa solicitando o reembolso, porém apesar das promessas de solução, ainda não me reembolsaram. Em se tratando de cobrança indevida, como é o caso analisado, tem o consumidor o direito a receber duas vezes o valor cobrado a maior, nos termos do art. 42, parágrafo único, do CDC. Esta cobrança não precisa ser levada em Juízo, nem necessita de comprovação de culpa do fornecedor, bastando apenas demonstrar que o valor cobrado foi divergente do que realmente foi devido. Caso o SAC ou a ouvidoria da empresa não resolva o problema do consumidor, este deve procurar um órgão de defesa do consumidor ou a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para buscar a devolução dos valores devidos. 3.4 Direito de arrependimento nas compras realizadas pela internet Para compras realizadas fora do estabelecimento comercial, o Código de Defesa do Consumidor estabelece em seu art. 49 o Direito de arrependimento: Art. 49. O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de 7 dias a contar de sua assinatura ou do ato de recebimento do produto ou serviço, sempre que a contratação de fornecimento de produtos e serviços ocorrer fora do estabelecimento comercial, especialmente por telefone ou a domicílio. Segundo Tartuce:Este é um dos temas mais importantes no meio consumerista, principalmente, levando-se em consideração, o mercado E-commerce, sendo tratado pelo artigo 49, da lei n° 8078/90, este artigo traz mais segurança ao consumidor que não conhece o produto ou serviço, lhe proporcionando, um momento de reflexão, para aquele considerado parte vulneral (TARTUCE, 2015). Para respeitar a vulnerabilidade do consumidor principalmente por não ter um meio físico, assim como o atendimento facilitado, direito a informação clara dos produtos ou serviços existe também o direito do arrependimento. 19 Para Nunes: A ideia de um prazo de reflexão pressupõe o fato de que, como a aquisição não partiu de uma decisão ativa, plena, do consumidor, e também como este ainda não “tocou”concretamente o produto ou testou o serviço, pode querer desistir do negócio depois que o avaliou melhor; ou, em outros termos, a lei da oportunidade para que o consumidor, uma vez tendo recebido o produto ou testado o serviço, possa no prazo de 7 dias, desistir da aquisição feita (NUNES, 2017). 3.5 Contagem do prazo de arrependimento O prazo para o consumidor exercer o direito de arrependimento é de 07(sete) dias. Este intervalo é chamado de período de reflexão, e deve ser contado a partir da assinatura do contrato ou do ato de recebimento do produto ou serviço. O entendimento doutrinário que prevalece é que, caso a entrega do produto ocorra posteriormente à assinatura do contrato, o prazo deverá ser contado a partir da entrega efetiva, ou seja, do primeiro contato consumidor com o bem ou o serviço adquirido ou contratado (EFING, 2005. p. 114). Na compra à distância, aqui se entendendo a feita por telefone ou por Internet, a contagem inicia-se a partir do ato de recebimento do produto e não do dia da solicitação, ou seja, da contratação, a interpretação da norma, deve-se observar a finalidade dela; no intuito de proteger o comprador que, até o recebimento físico do bem, não pode examinar adequadamente o produto (BENJAMIN; MARQUES; BESSA, 2008, p.292). 3.6 Ressarcimento da quantia paga No parágrafo único, art. 49 do Decreto n° 7.962/2013, está previsto que a quantia paga deverá ser ressarcida imediatamente. Segundo Leonardo de Medeiros Garcia: Exercido o direito de arrependimento, o consumidor deverá receber de forma imediata a quantia paga, monetariamente atualizada, voltando ao status quo ante. Assim, todo e qualquer custo despendido pelo consumidor deverá ser ressarcido, como o valor das parcelas pagas, além de outros custos, como os de transporte, por exemplo. Além disso, a norma autoriza que a restituição seja feita de forma imediata, ou seja, o fornecedor não poderá impor prazo ao consumidor para que restitua os valores (GARCIA, 2008. p. 27). O Código de Defesa do Consumidor concede o prazo de 07 (sete) dias para exercício desse direito, que impõe o ressarcimento de forma imediata dos valores pagos, deste modo 20 o artigo 5º, do Decreto n° 7.962/2013, ao reforçar a aplicabilidade desse direito no Comércio Eletrônico traz em seus parágrafos o procedimento pelo qual será exercido esse direito (GARCIA, 2008. p.27). 3.7 Responsabilidade do fornecedor pelo frete O Código de Defesa do Consumidor quando estabelece o direito de arrependimento, também prevê o seguinte: “Se o consumidor exercitar o direito de arrependimento previsto neste artigo, os valores eventualmente pagos, a qualquer título, durante o prazo de reflexão, serão devolvidos, de imediato, monetariamente atualizados”. O frete está incluso no que tange os valores pagos, isto ainda gera muitas dúvidas para os consumidores. Estes valores são de total responsabilidade do fornecedor pois ele deve assumir os riscos da sua atividade, não cabendo o ônus ao consumidor. 3.8 Atendimento facilitado ao consumidor virtual Uma das garantias previstas no decreto n.7.692/2013 para informações a respeito da contratação realizada no meio eletrônico é a do atendimento facilitado ao fornecedor. Requisitos estes previstos no art. 4: Art. 4o Para garantir o atendimento facilitado ao consumidor no comércio eletrônico, o fornecedor deverá: I - Apresentar sumário do contrato antes da contratação, com as informações necessárias ao pleno exercício do direito de escolha do consumidor, enfatizadas as cláusulas que limitem direitos; II - Fornecer ferramentas eficazes ao consumidor para identificação e correção imediata de erros ocorridos nas etapas anteriores à finalização da contratação; III - confirmar imediatamente o recebimento da aceitação da oferta; IV - Disponibilizar o contrato ao consumidor em meio que permita sua conservação e reprodução, imediatamente após a contratação; V - Manter serviço adequado e eficaz de atendimento em meio eletrônico, que possibilite ao consumidor a resolução de demandas referentes a informação, dúvida, reclamação, suspensão ou cancelamento do contrato; 21 VI - Confirmar imediatamente o recebimento das demandas do consumidor referidas no inciso, pelo mesmo meio empregado pelo consumidor; e VII - Utilizar mecanismos de segurança eficazes para pagamento e para tratamento de dados do consumidor. No mesmo sentido, explica Leonardo Roscoe Bessa e Walter José Faiad de Moura: O consumidor deve ter a possibilidade de se comunicar com o fornecedor por meio eletrônico, ou seja, pelo mesmo meio pelo qual realizou a contratação. Este meio deverá proporcionar as devidas respostas às demandas do consumidor em tempo adequado em relação a pedidos de informação, dúvida, reclamação, suspensão ou cancelamento do contrato. O atendimento eletrônico ao consumidor não poderá acarretar qualquer custo extra ao consumidor. No que se refere às demais modalidades de oferta ou de contratação disponibilizadas – por telefone, por exemplo –, deverá haver clara indicação sobre a sua eventual onerosidade. Independentemente do meio de atendimento disponibilizado – e-mail, chat, Serviço de Atendimento ao Consumidor, presencial, formulário ou outro – o serviço deverá ser sempre adequado e eficaz, de modo a atender aos interesses e às necessidades dos consumidores. 3.9 Direito a informação clara e visível Quando o consumidor instaura a relação de consumo pela internet, gera-se uma relação de confiança para que aquilo que está sendo anunciado seja o adquirido. As únicas informações que o consumidor tem são aquelas que estão descritas e expostas, desta forma, o fornecedor precisa ser o mais transparente possível com as informações. O direito à informação é um dos direitos básicos de maior relevância, pois está interligado com o princípio da transparência, tendo como objetivo garantir ao consumidor que faça uma escolha consciente, na hora de realizar sua compra seja ela de bem ou serviço (FILHO, 2011, p. 96). O Direito a informação está esculpido no art. 6, III do CDC, já o princípio da informação está expresso no art. 4º, IV, CDC que trata da informação como direito básico do consumidor. “Sobre a vulnerabilidade informacional, convém destacar, em breves linhas, que não é só a falta de informação que fragiliza o consumidor, mas, também, o fato de que ela é 22 “abundante, manipulada, controlada e, quando fornecida, nos mais das vezes, desnecessária” (BENJAMIN, 2009, p.34) Marques (2006, p. 646) sustenta que “o dever de informar passa a representar, no sistema do CDC, um verdadeiro dever essencial, dever básico […] para a harmonia e transparência das relações de consumo”. 3.10 Direito a privacidade e a lei geral de proteção de dados Privacidade não se trata apenas do segredo das informações dos usuários, trata-se dos limites que ele quer estabelecer e das formas que ele quer ou não compartilhar. Alguns dados, principalmente aqueles usados em sites da web são compartilhados com uma determinada finalidade. Como, por exemplo, compras no meio digital. Para Neelie Kroes, vice-presidente da Comissão Europeia e responsável pela Agenda Digital: “Dados são o novo petróleo da era digital e a nova moeda da democracia.” Este pensamento significa que dados são muito valiosos e, assim como o petróleo, tem potencial para gerar um monte de coisas a partir do momento em que são tratados. Houve um tempo que para se abrir uma conta bancária era necessário preencher diversos formulários com dados pessoais, ou para fazer uma consulta médica, gavetas enormes de prontuários deveriam ser acessadas. Isso gerava grande trabalho, tanto para consultar, quanto para protegê-las.A digitalização resolveu tudo isso e, agora, bancos de dados são alimentados todos os dias com um enorme número de informações, inclusivepessoais. De acordo com Frederico da Costa (2013, p. 3/4) Apesar de todo o progresso social e econômico resultante da evolução tecnológica e da facilidade de acesso à informação proporcionada pela internet, não podemos ignorar que o que o progresso também causa problemas como, por exemplo, o acesso quase ilimitado a dados que, muitas vezes, dizem respeito à privacidade e até mesmo a intimidade dos cidadãos. Fábio Ulhoa Coelho (2010, p. 203/204) esclarece: “A cada pessoa corresponde um conjunto de informações. Algumas delas são públicas e a pessoa interessada não pode impedir o acesso de terceiros ou mesmo sua divulgação. Nesse caso se encontram os nomes dos pais e dos avós, data e local de nascimento e outras. As demais são informações privadas, que se encontram em laudos 23 médicos, prontuários escolares, faturas de cartão de crédito, contas de telefone, etc. Cada pessoa tem o direito de manter reservadas as informações não públicas que quiser. Este é o direito à privacidade.” O consumidor pode compartilhar no meio digital os seus dados de forma voluntária por meio de preenchimento de cadastros para determinada finalidade. Porém, estes dados se mal utilizados podem gerar situações constrangedoras para o consumidor o deixando exposto. Surge assim, a Lei Geral de Proteção de Dados, que determina como as empresas deverão fazer o tratamento de dados, estabelece parâmetros de como estes dados devem ser coletados, armazenados, processados e destruídos. Ela regulamenta as atividades de tratamento dos dados pessoais, sejam elas feitas por meios digitais ou físicos. Segundo a lei “Dado pessoal é toda informação relacionada a pessoa natural identificada ou identificável.” O cuidado que a empresa deve ter com os dados pessoais é a garantia de que eles não serão usados de forma indevida, por meio de violação de privacidade, fraudes com a nossa identidade, discriminação ilícita, exposição sobre informações intimas de clientes, etc. Já existem no mundo leis importantes que atuam de modo a proteger os dados pessoais, como o Regulamento Geral de Proteção de Dados (lei europeia – GDPR), por exemplo. No Brasil, a LGPD vem com a mesma proposta. A LGPD então, vem com o objetivo de proteger os direitos fundamentais de liberdade, privacidade e o livre desenvolvimento da personalidade da pessoa natural Assim como descreve o art. 2º sobre os fundamentos da proteção de dados pessoais da LGPD: I - o respeito à privacidade; II - a autodeterminação informativa; III - a liberdade de expressão, de informação, de comunicação e de opinião; IV - a inviolabilidade da intimidade, da honra e da imagem; V - o desenvolvimento econômico e tecnológico e a inovação; VI - a livre iniciativa, a livre concorrência e a defesa do consumidor; e VII - os direitos humanos, o livre desenvolvimento da personalidade, a dignidade e o exercício da cidadania pelas pessoas naturais. O titular dos dados deve ter a “manifestação livre, informada e inequívoca pela qual o titular concorda com o tratamento de seus dados pessoais para uma finalidade determinada”. Porém, estes dados se mal utilizados, podem gerar ações ilícitas e por isso, todos os que tratam dados pessoais precisam ter consciência de que infringir a LGBT pode 24 gerar consequências como: ressarcimento de danos, sanções administrativas, processos penais cíveis. Além disso, se for constatada infração, poderá ser instituída: I – advertência, com indicação de prazo para adoção de medidas corretivas; II – multa simples, de até 2% (dois por cento) do faturamento da Pessoa Jurídica de direito privado, grupo ou conglomerado no Brasil no seu último exercício, excluídos os tributos, limitada, no total, a R$ 50.000.000,00 (cinquenta milhões de reais) por infração; III – multa diária, observado o limite total a que se refere o inciso II; IV – publicitação da infração após devidamente apurada e confirmada a sua ocorrência; V – bloqueio dos dados pessoais a que se refere a infração até a sua regularização; VI – eliminação dos dados pessoais a que se refere a infração. X - suspensão parcial do funcionamento do banco de dados a que se refere a infração pelo período máximo de 6 (seis) meses, prorrogável por igual período, até a regularização da atividade de tratamento pelo controlador; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) XI - suspensão do exercício da atividade de tratamento dos dados pessoais a que se refere a infração pelo período máximo de 6 (seis) meses, prorrogável por igual período; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) XII - proibição parcial ou total do exercício de atividades relacionadas a tratamento de dados. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) A LGPD visa trazer mais transparência para ouso de dados pessoais, o que, naturalmente, chama a atenção das pessoas para o uso de seus próprios dados, dos das demais pessoas e, no caso das empresas, para a criação de processos que atendam aos requisitos da Lei.Ter uma lei de proteção dedados pessoais também a caba colocando o país em uma posição mais favorável no cenário mundial. 3.11 Proteção do consumidor no comércio eletrônico em tempos de Pandemia Comprar pelo comércio eletrônico sempre foi mais cômodo e mais prático para os consumidores. Mas, no cenário de pandemia esta situação deixou de ser apenas por praticidade e comodidade e tornou-se por necessidade. Famílias brasileiras foram impossibilitadas de comprar em redes físicas seguindo quarentena, passando assim, aumentar o volume de vendas online em todos os setores, alguns compraram online por falta de redes físicas, outros, por segurança, passando a se adaptar no novo cenário. 25 Por outro lado, fornecedores foram obrigados passar a vender online para poder continuar com sua renda e se mantendo no mercado. Todas estas atitudes resultaram em um grande aumento de vendas. Segundo dados da Associação Brasileira do Comércio Eletrônico (Abcomm), o comércio eletrônico cresceu 56,8% de janeiro a agosto deste ano devido pandemia, comparado com o mesmo período ano passado. Também é previsto que mesmo após a pandemia, continue em crescimento uma vez que teve centenas de novos usuários realizando sua primeira compra com boas experiências. Mas, fornecedores podem aproveitar do momento para cobrar preços abusivos e golpes podem ser mais possíveis nessa fase de maior vulnerabilidade do consumidor. É importante que ele tenha todos os cuidados como: checar média de valor dos produtos, garantir que não se trata de uma propaganda abusiva para induzir a compra, não se expor a vendas casadas e busca de confiança do site com referencias e tendo certeza que está dentro de todas as exigências do comércio eletrônico. Ao consumidor, estão garantido todos os direitos já expressos da Lei n. 7.962, de 15 de março de 2013 severamente. Ademais, também o advento da Medida Provisória 948, de 8 de abril de 2020 que se trata de todas aquelas viagens que foram compradas e marcadas, inclusive, pelo comércio eletrônico. 26 Considerações finais Foi possível concluir com a pesquisa, que os direitos dos consumidores mudaram muito ao longo dos anos, desde que os hábitos de consumo passaram a estar ligados a internet e ao mundo da comunicação, uma maneira globalizada de se fazer compras surgiu, abrindo uma gama de possibilidades. A despeito devidos à facilidade rapidez proporcionada pelos contratos eletrônicos, o advento desse novo tipo de contrato não trouxe apenas benefícios, sendo inegável que, em alguns casos, coloca ramo consumidor em posição de ainda maior vulnerabilidade, uma vez que grande parte dos consumidores são pessoas leigas e hipossuficientes, assim, com grande facilidade de serem enganadas caso a outra parte já tenha algum intuito de não garantir os direitos desse consumidor. Entretanto, por outrolado existe a técnica de marketing agressivo é bastante utilizada no e-commerce, tendo em vista que são utilizados em alguns anúncios, banners de propaganda em sites, trazendo contagem regressiva de tempo para que o consumidor clique no anúncio, ou até mesmo os pop-ups, que são páginas que se abrem sem a solicitação do usuário, o que acaba por muitas vezes sendo estressante para o consumidor que sente por muitas vezes tendo sua privacidade violada, já que após uma simples pesquisa sobre um determinado produto, segundos depois recebe diversas propagandas dos mesmo produtos de forma opressiva. Outro ponto observado é a falta de conhecimento prévio do produto ou serviço, que acaba por atingir a discricionariedade no consumo. Ocorre que, diferentemente do marketing agressivo, o consumidor não está sendo incitado a comprar determinado produto, assim o consumidor agirá de forma espontânea, porém corre o risco de adquirir um produto ou serviço que não conhece. Quando há a compra realizada pela internet, o consumidor pode estar sendo enganado através de fotos ou vídeos do produto, tendo em vista não tê-lo visto presencialmente, podendo recebê-lo com tamanhos inferiores ou superiores ou até mesmo com qualidade diferente da apontada no anúncio. Com isso, o direito passa a assegurar ao consumidor que ao fazer uma compra, ele possa ter a garantia de que receberá um produto de qualidade, com todas as necessidades que lhe são disponíveis. Podendo desta forma, compreender-se que o direito possui um papel importante nestes aspectos, no sentido de dar ao consumidor a garantia correta do seu produto. 27 Os princípios garantem essa qualidade, a transparência, a boa-fé, os direitos de consumo que são estabelecidos, a lei proporciona ao cidadão uma série de cláusulas presentes na legislação, que estabelecem esta garantia, com a finalidade de equilibrar a relação contratual, uma vez que o fornecedor possui mais conhecimentos técnicos, diferentemente do consumidor final. 28 Referências BAUDRILLARD, Jean. A sociedade de consumo; tradução de Artur Morão. Lisboa, Edicões 70, 2008 BENJAMIN, Antônio Herman de Vasconcellos e. Código Brasileiro de Defesa do Consumidor Comentado pelos Autores do Anteprojeto. 9. Ed. Rio de Janeiro: Editora Forense Universitária, 2007, p.372-373. BENJAMIN, Antônio Herman V.; MARQUES, Cláudia Lima e BESSA, Leonardo. 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