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DIREITO DO CONSUMIDOR NAS COMPRAS PELA INTERNET (1)

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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - USJT 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO DO CONSUMIDOR NAS COMPRAS PELA INTERNET 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RAQUEL LIMA RAIMUNDO 
 R.A - 818234788 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO PAULO 
2022
2 
 
Raquel Lima Raimundo 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO DO CONSUMIDOR NAS COMPRAS PELA INTERNET 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso 
de DIREITO da Universidade São Judas Tadeu - USJT, 
como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel 
em Direito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO PAULO 
2022
 
 
 
 
Raquel Lima Raimundo 
 
 
 
DIREITO DO CONSUMIDOR NAS COMPRAS PELA INTERNET 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao 
curso de DIREITO da Universidade São Judas 
Tadeu - USJT, como requisito parcial à obtenção do 
título de Bacharel em Direito. 
 
 
 
Resultado: ________________________ 
Cidade, _____ de ___________ de 2022. 
 
 
 
 
Banca Examinadora 
 
___________________________________________ 
Prof. André Adriano do Nascimento da Silva 
___________________________________________ 
Prof. Salete de Oliveira Domingos 
 
 
 
 
 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho de conclusão de curso aos 
meus pais, agradeço a minha mãe por todo o 
apoio, incentivo nas horas difíceis, de 
desânimo e cansaço. Ao meu pai que em todas 
as dificuldades sempre me fortaleceu sendo o 
meu alicerce e maior exemplo de vida. Te amo 
papai. 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
 
 
DIREITO DO CONSUMIDOR NAS COMPRAS PELA INTERNET 
 
Raquel Lima Raimundo1 
Prof. Salete de Oliveira Domingos2 
 
 
 
Resumo 
 
Pensando no contexto do mundo globalizado de compras em que vivemos, o seu significado 
está atrelado diretamente aos hábitos de consumo do seu público, isso significa a integração 
dos consumidores no cenário comercial, algo fundamental através do cotidiano de vendas e 
adesões empresariais. O presente trabalho teve como objetivo geral: Abordar os direitos dos 
consumidores em compras pela internet. Como objetivos específicos foram colocados: 
Abordar a origem do comércio; os princípios Brasileiros nas relações de consumo; os 
direitos básicos e fundamentais do consumidor no comércio eletrônico. Para que o estudo 
pudesse ser realizado de maneira correta, foram utilizadas referências bibliográficas, tendo 
como base: Textos, artigos, periódicos, entre outros conteúdos, para que se construísse uma 
argumentação a respeito do tema proposto. Foram excluídos artigos muito antigos, que não 
possuíssem relação com os objetivos do trabalho. Foi possível concluir com a pesquisa, que 
os direitos dos consumidores mudaram muito ao longo dos anos, desde que os hábitos de 
consumo passaram a estar ligados a internet e ao mundo da comunicação, uma maneira 
globalizada de se fazer compras surgiu, abrindo uma gama de possibilidades. 
 
Palavras–Chave: Direitos. Consumidor. Legislação. 
 
Abstract ou Resumen 
 
Thinking in the context of the globalized world of shopping in which we live, its meaning 
is tied directly to the consumption habits of its audience, this means the integration of 
consumers in the commercial scenario, something fundamental through the daily sales and 
business adhesions. The present work had as a general objective: To approach the rights of 
consumers in internet shopping. As specific objectives were placed: Address the origin of 
commerce; the Brazilian principles in consumer relations; the basic and fundamental rights 
of the consumer in electronic commerce. For the study to be carried out correctly, 
bibliographical references were used, based on texts, articles, periodicals, among other 
 
1 Deve ser acompanhado de breve currículo do autor neste espaço com informações sobre o curso ou 
formação e endereço de e-mail para contato. Se for o caso, o nome e titulação do professor orientador do 
trabalho. 
2 Breve currículo do orientador 
4 
 
 
 
contents, so that an argumentation about the proposed theme could be built. Very old articles 
that were not related to the objectives of the work were excluded. It was possible to 
conclude from the research that consumer rights have changed a lot over the years, since 
consumption habits have become linked to the internet and the world of communication, a 
globalized way of shopping has emerged, opening a range of possibilities. 
 
Keywords: Rights. Consumer. Legislation. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
 
Introdução 
Pensando no contexto do mundo globalizado de compras em que vivemos, o seu 
significado está atrelado diretamente aos hábitos de consumo do seu público, isso significa 
a integração dos consumidores no cenário comercial, algo fundamental através do cotidiano 
de vendas e adesões empresariais. 
Na busca de entender com que essa relação do comercial, para com os desejos do 
cliente tenham um crescimento, colocando-se os objetivos a serem alcançados naquele 
produto e ferramentas diversas passam a ser utilizadas diante da construção de base com 
dados disponíveis na internet, buscando verificar e entender o comportamento dos 
indivíduos em geral. 
Desde sempre, o comércio passou a utilizar o marketing das relações como método 
para concorrer no mercado que se torna cada dia mais exigente na intenção de satisfazer os 
anseios dos clientes e proporcionar ao consumidor uma melhor qualidade e valor econômico 
que satisfaça as necessidades da clientela. 
Os clientes estão sendo vistos como bastante exigentes e dessa forma o mercado 
publicitário precisa conseguir desenvolver padrões básicos para contemplar as exigências 
destes indivíduos que mesmo apresentando peculiaridades são geralmente atendidos de uma 
maneira mais generalizada, mas deixando aberturas para as particularidades. 
Nas estratégias competitivas em marketing temos incontáveis métodos que são 
sugeridos para manter relacionamentos que seja mais próximo dos clientes e dessa forma 
construir laços, fidelização e apresentar benefícios diversos aos adeptos dos produtos e/ou 
serviços. 
A empresa deve buscar encantar seus clientes, sendo que desde que tinha uma 
preocupação voltada para contexto da clientela e como estes se sentem contemplados no 
atendimento, pois os clientes têm um valor que muitas vezes não é reconhecido pela 
publicidade, elaborando um plano que atenda o cliente e criando demanda de atendimento 
ao cliente que seja focadas nas principais exigências do mercado como um todo e 
proporcionando a retenção dos clientes. 
Neste tipo de relação o sucesso e a conquista do cliente estão fortemente ligados ao 
formato das características que os vendedores utilizam para conquistar seus consumidores 
e a criação de atividade que proporcione ao cliente recompensas são geralmente bem vistas 
e aceitas na sociedade contemporânea e assim proporciona uma melhor qualidade nos seus 
produtos. 
6 
 
 
 
O presente trabalho tem como objetivo geral: Abordar os direitos dos consumidores 
em compras pela internet. 
Como objetivos específicos serão colocados: 
• Abordar a origem do comércio; 
• Os princípios Brasileiros nas relações de consumo; 
• Os direitos básicos e fundamentais do consumidor no comércio eletrônico. 
 
O presente trabalho possui a sua relevância em trazer reflexões a cerca do mundo 
digital em que vivemos, onde as compras pela internet têm crescido cada vez mais. O 
consumidor se torna também parte desse mercado de consumo, sendo cada vez mais 
necessário que os seus direitos sejam assegurados. 
Para que o estudo possa ser realizado de maneira correta, serão utilizadas referências 
bibliográficas, tendo como base: Textos, artigos, periódicos, entre outros conteúdos, para 
que se construa uma argumentação a respeito do tema proposto. Serão excluídos artigos 
muito antigos, que não possuam relação com os objetivos do trabalho. 
 
 
1 Breve História DoDireito Do Consumidor 
 
A relação de consumo não é um ato novo na humanidade, pois essa prática existe 
desde a antiguidade diante da atividade de troca de produtos entre pessoas que trocavam 
alimentos por outros bens de sua necessidade com o objetivo de sobrevivência, relação que 
, que produziu, atuou também. Por se tratar de um assunto novo na academia e na legislação, 
as relações de consumo já foram protegidas por algumas leis de defesa do consumidor. 
Vale destacar a existência de registros que atestam essa preocupação com a proteção 
das relações de consumo, ainda que indiretamente, como o Código de Hamurabi (2.300 
a.C.), conhecido por ser o mais antigo código baseado na Lei Talião como forma de 
regulamentação comercial como Lei 233, que obrigava o arquiteto a pagar ou reconstruir 
uma casa caso as paredes apresentassem defeitos (FILOMENO, 2018, p.38). 
Diante da vulnerabilidade e desigualdade nas relações de consumo, fica clara e 
evidente a importância da existência de normas jurídicas que trabalhem em conjunto para 
garantir o equilíbrio dessa relação na sociedade, evitando constrangimentos e preconceitos. 
7 
 
 
 
Quanto à origem da primeira legislação de defesa dos direitos do consumidor, ela 
surgiu em 1962 como resultado do tradicional discurso do presidente John Kennedy ao 
Congresso norte-americano consagrando-a como forma de proteger os interesses dos 
consumidores americanos. Com o surgimento da Carta Europeia de Defesa do Consumidor, 
adotada em 1972 pela Resolução 543, vários países, como os Estados Unidos, também 
passaram a promulgar leis próprias com o mesmo objetivo (MIRAGEM, 2016, p. 46). 
O Dia do Consumidor foi comemorado pela primeira vez em 15 de março de 1893, 
mas somente em 1985 a Organização das Nações Unidas (ONU) definiu oficialmente essa 
data como o Dia Mundial do Consumidor. Segundo relatos (CAVALIERI FILHO, 2019, p. 
18), o presidente e John Kennedy transmitiram estas palavras ao Congresso norte-
americano: 
“Os consumidores, por definição, somos todos nós. Os consumidores são o maior 
grupo econômico da economia e influenciam e são influenciados por quase todas 
as decisões econômicas, públicas ou privadas [...]. Mas eles são o único grande 
grupo da economia que não está efetivamente organizado e cujas posições quase 
nunca são ouvidas.” 
 
Diante dos diversos episódios internacionais ocorridos na história do direito do 
consumidor, três períodos de grande relevância merecem destaque: a) Revolução Industrial 
do Aço e do Carvão; b) Revolução tecnológica após a Segunda Guerra Mundial; c) 
Tecnologia da Informação e a Revolução da Globalização (RAMINELLI, 2017). 
Nesse sentido, Bolzan (2014, p. 28) argumenta que o período da revolução industrial 
siderúrgica e carbonífera foi caracterizado pela migração em massa das populações rurais 
para os grandes centros urbanos, e com a manifestação e aumento do consumo, começaram 
e próprios fabricantes a focarem na demanda, ou seja, na quantidade de produtos fabricados, 
esquecendo o fator qualidade, substituindo a bilateralidade da produção, em que as partes 
discutiam os termos do contrato, pela unilateralidade, em que apenas o fornecedor ditava as 
regras da relação de consumo. 
Cavalieri Filho (2019) afirma que a proteção do consumidor nos EUA surgiu por 
meio de movimentos de consumidores na década de 1960, enquanto no Brasil as primeiras 
formas de defesa foram criadas na década de 1970 na forma de associações e órgãos 
governamentais. 
No Brasil, os primeiros registros datados remontam à era colonial brasileira, quando 
foram aplicadas multas aos que incentivavam atividades comerciais cujo valor ultrapassava 
o valor pré-estabelecido na tabela da época, e à luz das regulamentações filipinas. válido até 
a entrada em vigor do Código Civil de 1916 (NETO, 2010). 
8 
 
 
 
Nunes (2018, p. 31) argumenta que no Brasil, devido à massificação da oferta de 
produtos e serviços no século XX, entrou em vigor a forma de proteção jurídica do 
consumidor através do Código Civil de 1916, vigor em 1917, mas uma forma que complica 
o entendimento da sociedade. Considerando o exposto quanto à evolução da relação de 
consumo, percebe-se que os dispersos códigos e leis de defesa do consumidor pela produção 
em massa não têm sido plenamente eficazes, tornando-se necessária a criação de um código 
específico para disciplinar com eficácia e disciplinar exclusivamente nesta questão 
promover o equilíbrio nesta relação. 
Entretanto, foi somente após a Constituição Federal de 1988 que entrou em vigor o 
CDC (Código de Defesa do Consumidor) na Lei 8.078, de 11 de setembro de 1990, para 
regulamentar exclusivamente essa matéria. Assim, após a entrada em vigor da Constituição 
Federal de 1988, recebeu pela primeira vez mandatos constitucionais de amparo à proteção 
do consumidor, que estão previstos nos artigos 5º, XXXII e 170, V (ALMEIDA, 2020, p. 
55). 
Com base e com base em diversas legislações estrangeiras, notadamente o Código 
Francês, segundo Júnior (2017, p. 22), a legislação líder mundial disciplinando as relações 
de consumo, o CDC (Código de Defesa do Consumidor), foi promulgada de acordo com as 
resoluções expressas do Congresso Nacional, que obedece ao comando constitucional dado 
ao Estado. Embora o Código de Defesa do Consumidor tenha surgido após a Constituição 
Federal de 1988, ele não surgiu simplesmente por acaso, mas foi uma idealização que surgiu 
a partir dos movimentos de desenvolvimento e consumo no Brasil e no mundo 
(CAVALIERI FILHO, 2019, p 22). 
 
2 A Relação Do Consumidor E Fornecedor Nas Compras Pela Internet à Luz Do CDC 
 
As primeiras relações de consumo estabelecem um elo equânime entre produtor e 
consumidor. A igualdade predominava em razão de o consumidor negociar diretamente com 
o produtor, que era, ao mesmo tempo, a pessoa que produzia e vendia o produto que estava 
sendo comercializado. Deste modo, ambas as partes tinham pleno conhecimento das formas 
de produção, pagamento, entrega e uso do produto negociado. 
No entanto, essa relação primitiva foi amplamente modificada ao longo da história, 
especialmente em decorrência das revoluções industriais, com o surgimento da massificação 
da produção no Século XX. Desapareceu assim, a relação pessoal entre produtor e 
consumidor. Segundo Norat (2018, p. 26) O consumidor passou a ficar em situação de 
9 
 
 
 
vulnerabilidade em relação ao produtor, que, por sua vez, passou a estabelecer os contornos 
da negociação. 
Para restabelecer o equilíbrio entre as partes, foram elaboradas normas que 
proporcionaram a proteção do consumidor. Atualmente, no Brasil, as regras de proteção e 
defesa do consumidor estão previstas na Constituição Federal, em seus artigos 5, inciso 
XXXII e 170, inciso V (BRASIL,1988) e no Código de Defesa do Consumidor, Lei 
8.078/90, em vigência desde 11 de março de 1991 (BRASIL, 1990). 
De lá para cá, em razão da evolução constante das relações de consumo, exigiu 
ajustes na regulamentação de setores específicos, à exemplo das Resoluções emanadas pelas 
Agências Reguladoras, da Lei 12.965/14, a qual regulamentou o Marco Civil da Internet e 
o Decreto Federal 7.962/13, que regulamentou o Código de Defesa do Consumidor quanto 
aos contratos de consumo realizados no âmbito do comércio eletrônico (LEAL; 
DUTENKEFER, 2018). 
. O progresso no campo legislativo vem sendo importante nos últimos anos. De todo 
modo, podemos considerar que o maior avanço na última década, o qual vem transformando 
o comportamento do consumidor é o avanço da tecnologia, em especial a internet, a qual 
deu maior empoderamento aos consumidores, que hoje externa suas críticas nas redes 
sociais, gerando o temido “efeito review negativo” 
A internet conectou usuários e negócios, estabelecendo relacionamentos e 
possibilitando a criação de conteúdo por parte dos dois lados. Criar e compartilhar conteúdo 
deu início a um mundo de possibilidadespara todos os usuários. O conhecimento se tornou 
vasto e de fácil acesso. Qualquer informação está a um clique de distância. 
No que se refere ao CDC, cabe destacar que, ao longo do tempo, as relações 
comerciais aumentaram e as relações jurídicas melhoraram. No entanto, Luis Antonio 
Rizzato Nunes (2021, p 110) fala sobre a relação de consumo: haverá uma relação jurídica 
de consumo sempre que for possível identificar um polo da relação com o consumidor, e no 
outro, o fornecedor, ambos tratando de produtos e serviços. 
 A relação de consumo é bilateral, traduz-se no vínculo que existe entre duas ou mais 
pessoas. Portanto, para formar um relacionamento com o consumidor, é necessário 
combinar dois requisitos básicos: uma ponta se enquadra no conceito de consumidor e a 
outra no conceito de fornecedor, ou seja, onde se deseja comprar um produto ou serviço. do 
serviço e aquele que deve fornecer esse produto ou serviço. Nesse sentido, Khoury (2012, 
p.60) entende que: 
10 
 
 
 
 Mesmo que a pessoa que adquiriu o bem ou serviço o faça como 
consumidor, ou seja, para uso não profissional, pode não haver relação 
legal de consumo nessa relação. Ou seja, se a pessoa que lhe forneceu o 
bem ou serviço não se enquadra no conceito de fornecedor, não haverá 
relação de consumo e, portanto, não há como executar um CDC. 
(KHOURY, 2012, p.60). 
 
Para isso, Antônio Herman Benjamin, Claudia Lima Marques e Leonardo Bessa 
(2016, p 165) entendem que seria necessário não utilizar o produto/serviço 
economicamente, baseando sua teoria na distinção se o bem ou serviço adquirido é para fins 
pessoais ou familiares ou profissionais. Para os maximalistas, a aplicação do CDC deve ser 
a mais ampla possível, incluindo pessoas jurídicas e comerciantes, com base em uma noção 
jurídica de consumidor, objetiva por natureza, baseada no mero ato de consumo, e como 
destinatário final da figura: o destinatário real do produto ou serviço para interpretar. 
 
2.1 O consumidor 
 
Entende-se por consumidor que pode ser qualquer pessoa singular ou coletiva, desde 
que o destinatário final, ao adquirir ou utilizar um produto ou serviço, o esteja a adquirir ou 
a utilizar para si ou para a sua família, ou seja, não venda o produto ou serviço. Verifica-se 
que o próprio Código do Consumidor no Art. 2º define consumidor como: 
Art. 2º - Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza 
produto ou serviço como destinatário final. Parágrafo único. Equipara-se o 
consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja 
intervindo nas relações de consumo. 
Conforme mencionado por Antônio Herman Benjamin, Claudia Lima Marques e 
Leonardo Roscoe Bessa (2016, p.160), o consumidor também é amplo em sua abrangência 
material. No CDC, o consumidor não é apenas uma definição contratual (o adquirente), mas 
também visa proteger as vítimas de atos ilícitos pré-contratuais, como publicidade enganosa 
e práticas comerciais abusivas, sejam eles compradores ou não destinatários finais. 
No que respeita ao consumidor da pessoa coletiva, nas palavras de José Geraldo 
Brito Filomeno, citado por Flávio Tartuce e Daniel Amorim Assumpção Neves, (2016, p. 
256) apesar da resistência pessoal, como “consumidores” de produtos e serviços, exceto que 
sejam entendidos como os destinatários finais dos produtos e serviços que adquirem, e não 
como insumos necessários ao exercício de sua atividade lucrativa. 
 
2.2 O fornecedor 
 
11 
 
 
 
Como já mencionado, a relação de consumo inclui não apenas o consumidor, mas 
também a presença do fornecedor. O conceito de fornecedor é amplo, o código de defesa do 
consumidor tipifica o fornecedor de seis maneiras: 
Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional 
ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade 
de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, 
exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços. 
Nesta lista de tipos de fornecedores, principalmente quanto aos serviços, deve ser 
combinado com o artigo 12 do Código de Defesa do Consumidor, vejamos: 
Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o 
importador respondem independentemente da existência de culpa, pela reparação 
dos danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes de projeto, 
fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou 
acondicionamento de seus produtos, bem como por informações insuficientes ou 
inadequadas sobre sua utilização e riscos. 
 
Luiz Otavio de Oliveira Amaral (2010, p. 108) conceitua fornecedores em seu 
trabalho, como se pode observar claramente fornecedores, aqui é um gênero jurídico – uma 
categoria jurídica genérica – em que se enquadram as espécies. Como sujeito de direito, o 
prestador só tem que trazer a pessoa jurídica do gênero, que por sua vez pode ser natural ou 
jurídica, como portador. 
Flávio Tartuce e Daniel Amorim Assumpção Neves, (2016, p. 256) ao definir o 
termo fornecedor, entendem que fornecedores ou prestadores podem ser pessoas jurídicas 
de direito público ou de direito privado. Nesse sentido, o ditame legal estabelece que o 
fornecedor pode ser pessoa física ou jurídica estrangeira, sendo irrelevante qualquer tipo de 
restrição. 
 Por outro lado, Luiz Antônio Rizzato Nunes, (2021, p. 315) em seu Comentário ao 
Código do Consumidor, diz sobre a pessoa jurídica estrangeira: A referência à pessoa 
jurídica estrangeira é relevante quando a pessoa jurídica é registrada como estrangeira no 
país e presta serviços ou vende produtos nessa capacidade. 
 
2.3 Do produto e serviços 
 
O Código do Consumidor classifica em seu artigo 3º, parágrafo 1º, que produto é 
qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial. Em conjunto com o art. 26 do 
referido código: 
Art. 26. O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil constatação 
caduca em: 
I - trinta dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos não duráveis; 
II - noventa dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos duráveis. 
12 
 
 
 
§ 1° Inicia-se a contagem do prazo decadencial a partir da entrega efetiva do 
produto ou do término da execução dos serviços. 
§ 2° Obstam a decadência: 
I - a reclamação comprovadamente formulada pelo consumidor perante o 
fornecedor de produtos e serviços até a resposta negativa correspondente, que 
deve ser transmitida de forma inequívoca; 
II - (Vetado). 
III - a instauração de inquérito civil, até seu encerramento. 
§ 3° Tratando-se de vício oculto, o prazo decadencial iniciase no momento em 
que ficar evidenciado o defeito. 
 
Luiz Antônio Rizzato Nunes (2021, p. 315)) esclarece em sua obra: “Esse conceito 
de produto é hoje universal e intimamente ligado à ideia do bem, fruto da produção no 
mercado consumidor das sociedades capitalistas contemporâneas”. Cretella Júnior (2010, p. 
115) é citado na obra Teoria Geral do Direito do Consumidor de Luiz Otavio de Oliveira 
Amaral sobre a definição de produto: quando fazem parte de uma relação jurídica” O código 
de defesa do consumidor em relação aos serviços o concebe:Art. 3º, § 2°: Serviço é qualquer 
atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de 
natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de 
caráter trabalhista. 
O doutrinador Eduardo Lima ( 2006, p. 44) leciona que sobre as informações sobre 
produtos e serviços concentra-se nas mãos do provedor e, portanto, é um fator de 
desequilíbrio na relação que se estabelece com o consumidor que busca esses serviços e 
produtos, ainda mais quando os procura fora do estabelecimento comercial adquire a 
Internet, onde a vulnerabilidade tende a se agravar à medida que, por um lado, aumentam a 
oferta e a informação, por outro, as características de distanciamento econômico e de 
conhecimentopresentes no mundo real são acompanhadas de características tecnológicas. 
 
3 Direitos Básicos E Fundamentais Do Consumidor No Comércio Eletrônico 
Brasileiro. 
 
No que tange aos direitos fundamentais do consumidor, podemos contar com o art.6 
do Código de Defesa do Consumidor, Sergio Cavalieri explica o que são: 
“(…) aqueles interesses mínimos, materiais ou instrumentais, relacionados a direitos 
fundamentais universalmente consagrados que, diante de sua relevância social e econômica, 
pretendeu o legislador ver expressamente tutelados” (FILHO, 2011, p.90). 
Com relação aos direitos básicos do consumidor, direitos estes que também atingem 
também aos consumidores do comércio eletrônico; abrangem os valores e preceitos 
13 
 
 
 
fundamentais que jamais poderão ser desrespeitados, tendo em vista que são condições 
próprias deste, para que assim seja respeitada a dignidade do consumidor, frente a dignidade 
da pessoa humana, contida na Constituição Federal (BESSA; MOURA, 2014. p.34). 
O direito à proteção à vida, saúde e segurança é absoluto, mas é permitida a venda 
de produtos de perigo inerente, ou seja, ainda que o produto seja perigoso é permitida a sua 
comercialização, pois os órgãos reguladores chegaram à conclusão que os benefícios do uso 
de determinado produto são maiores que seus prejuízos para a sociedade, podendo ser 
utilizados de maneira segura (NETO, 2013, p.13). 
Para o tema em questão, o artigo que se destaca e chama atenção é o art.6º, incisos 
IV e inciso V, do CDC13 que trata da proteção das práticas comercias e contratuais abusivas, 
que o fornecedor pratica em face do consumidor, lesando-o dos seus direitos (FILHO, 2011, 
p.92). 
Orlando Celso Silva Neto, explica que existe a proibição, como princípio básico do 
Código, de que o consumidor seja enganado, induzido a erro ou dúvida a respeito do 
conteúdo de determinada. Da mesma maneira, a publicidade não pode ofender a 
determinado grupo social ou incitar comportamento ilícito ou antissocial, casos em que será 
considerada abusiva. A ofensa será caracterizada em função de um padrão médio, não sendo 
abusiva a publicidade que simplesmente não seja do gosto de determinada pessoa em função 
de suas preferências pessoas (exemplo: excessivo conservadorismo, pessoal a determinada 
corrente de pensamento ou prática – sexo antes do casamento, sentimentos homofóbicos, 
etc.). Transparência nas relações consumo importa em informações claras, corretas e 
precisas sobre o produto a ser fornecido, o serviço a ser prestado, o contrato a ser firmado – 
direitos, obrigações, restrições (NETO, 2013. p.13). 
O direito à informação é um dos direitos básicos de maior relevância, pois está 
interligado com o princípio da transparência, tendo como objetivo garantir ao consumidor 
que faça uma escolha consciente, na hora de realizar sua compra seja ela de bem ou serviço 
(FILHO, 2011, p.95). 
Contamos com o art.6º do CDC que trazem rol exemplificativo de direitos básicos 
do consumidor. Em seguida temos o art. 7º como clausula de abertura do microssistema, 
este artigo diz que os direitos previstos no CDC não excluem outros decorrentes, por 
exemplo, de tratados ou convenções internacionais que o Brasil faça parte. Assim como 
também não exclui outros direitos oriundos da própria legislação interna do País. O art. 7º 
na verdade, trata-se de um artigo complementar do 6º, pois ele deixa claro que o art. 6º não 
é um rol taxativo. 
14 
 
 
 
Estes direitos são os mais importantes para o Código de Defesa do Consumidor. Esta 
ideia reflete em todos os dispositivos do CDC. 
 
3.1 Proteção contratual no comércio eletrônico 
 
Contratos fazem parte do nosso cotidiano e utilizamos das mais diversas formas. 
Sejam elas das maneiras mais burocráticas ou se quer trocando uma palavra. Um exemplo 
disso e uma forma que está sendo mais cada vez mais utilizada são os contratos eletrônicos. 
Estes contratos feitos por meios digitais também estão assegurados ao consumidor como de 
todas outras formas 
A contratação à distância, está na televisão, na internet, entre outros; e é neste 
instante que se traz uma nova forma de coação. Não há a pressão de um vendedor em sua 
porta, mas há a pressão dentro da sua casa, no seu trabalho, no seu espaço particular, nas 
suas folgas, dia e noite, em todas as partes, em todo o mundo, onde a oferta negocial poderá 
ser acessada ou enxergada (MARQUES, 2005, p.72). 
Falando sobre comércio eletrônico, nota-se grande importância sobre os contratos 
gerados neste meio. Estes que seguem os mesmos parâmetros de validade exigidos nos 
contratos tradicionais, conforme Marta Luiza Salib: 
De qualquer forma, os contratos eletrônicos devem obedecer aos mesmos critérios 
de validade de quaisquer outros contratos tradicionalmente constituídos, uma vez que o 
contrato constitui importante instrumento de convivência social e segurança jurídica. Neste 
sentido, os contratos eletrônicos podem ser classificados em intrassistêmicos, interpessoais 
e interativos (SALIB, 2014. p.85). 
Cláudia Lima Marques, diz que o CDC dispõe sobre a proteção contratual em dois 
momentos; na fase pré-contratual e durante a execução do contrato: 
O método escolhido pelo Código de Defesa do Consumidor para harmonizar ou dar 
maior transparência as relações de consumo têm dois momentos. No primeiro, cria o Código 
novos deveres para os fornecedores de bens, visando a assegurar a sua proteção na fase pré-
contratual e no momento da formação do vínculo. No segundo momento, cria o Código 
normas proibindo expressamente as cláusulas abusivas nestes contratos, assegurando, 
assim, uma proteção “a posteriori” do consumidor, através de um efetivo controle judicial 
do conteúdo do contrato de consumo (MARQUES, 2005. p.73). 
15 
 
 
 
Tratando-se de vulnerabilidade do consumidor nestes contratos gerados no meio 
eletrônico, atentamente devemos observar aqueles contratos de adesão. Que pela definição 
legal e de acordo com Bolzan, são eles: 
Nos termos da definição legal, o contrato de adesão é aquele em que o consumidor 
não consegue debater nem modificar consideravelmente o contrato, pois as cláusulas 
contratuais, já foram aprovadas ou elaboradas por outrem, não podendo assim ter nenhuma 
alteração (BOLZAN, 2015). 
Também de acordo com Claudia Lima Marques: 
(…) cujas cláusulas são pré-estabelecidas unilateralmente pelo parceiro contratual 
economicamente mais forte (fornecedor), “ne varietur”, isto é, sem que o outro parceiro 
(consumidor) possa discutir ou modificar substancialmente o conteúdo do contrato escrito 
(MARQUES, 2005. p.75). 
Estes contratos são concretizados no momento que o consumidor informa que leu e 
aceita. Sem a oportunidade de fazer quaisquer alterações. Desta forma, o consumidor fica 
mais vulnerável. 
De acordo com o tipo contratual a ser firmado, o consumidor poderá estar menos 
propício à vulnerabilidade, é evidente um contrato de adesão, o consumidor está mais 
vulnerável, pois não há participação do consumidor para formação do contrato, ficando este 
à mercê das cláusulas preestabelecidas (SALIB, 2014. p.90). 
Mas, de acordo com Nunes as cláusulas contratuais deverão ser interpretadas de 
maneira mais favorável ao consumidor: 
Percebe-se então, a vigência do princípio da “interpretatio” contra “stipilatorem”, 
sendo observado o que é interpretado, não o que é estipulado; mas de forma mais ampla, 
com base nesse princípio, os contratos de adesão, havendo cláusulas ambíguas, vagas ou 
contraditórias, o entendimento se faz contra o estipulante. Contudo, na lei consumerista esse 
princípio veio demonstrado de maneira mais ampla e clara no artigo 47, que estabeleceu que 
as cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais favorável ao consumidor, parte 
mais frágil da relação (NUNES, 2017). 
Por fim, Ventura diz: 
Os contratos eletrônicos de consumo devem ser analisados de tal forma que 
ofereçam mais segurança paraempresas que disponibilizam seus produtos e serviços através 
da internet, como também para os consumidores que utilizarão o serviço, para que eles 
estejam cientes dos limites das responsabilidades da empresa. Ao discorrer sobre o assunto, 
completa que os contratos tanto fornecedor para consumidor, quanto fornecedor para 
16 
 
 
 
fornecedor, devem sempre ser analisados juridicamente, a fim de prevenir futuras lides entre 
as partes envolvidas e apontar os eventuais responsáveis em um caso concreto (VENTURA, 
2010). 
 
3.2 Princípios exclusivos dos contratos no comércio eletrônico 
 
Segundo Jorge José Lawand, há três princípios essenciais para o contrato eletrônico, 
são eles: 
O Princípio da Equivalência Funcional dos Atos Jurídicos Produzidos por Meios 
Eletrônicos com os Atos Jurídicos Tradicionais; o Princípio da Neutralidade Tecnológica 
das Disposições Reguladoras do Comércio Eletrônico; e por fim o Princípio da 
Inalterabilidade do Direito Existente Sobre Obrigações e Contratos. Sem esquecer ainda do 
Princípio da Boa-Fé (LAWAND, 2003). 
No mesmo sentido, aprendemos seus conceitos: 
O Princípio da Equivalência Funcional dos Atos Jurídicos Produzidos por Meios 
Eletrônicos com os Atos Jurídicos Tradicionais são aqueles em que o contrato é celebrado 
pelo meio eletrônico, sedo que este é possuidor das mesmas características básicas que 
formam também o contrato comum. Desta feita, também é possível que, que se observe que 
eles produzem os mesmos efeitos jurídicos, motivo pelo qual não perdura tratar sobre 
validade jurídica diversa. Neste sentido a relação de equivalência atingirá tanto o 
fornecedor, quanto o consumidor que fazem uso do comércio eletrônico, uma vez que ao 
contrato eletrônico será conferida a mesma validade do contrato comum (LAWND, 2003). 
Ha também o Princípio da Neutralidade Tecnológica das Disposições Reguladoras 
do Comércio Eletrônico, o motivo especial para que haja aplicação deste princípio é evitar 
que o diploma normativo se torne arcaico, vez que, caso não exista aplicabilidade a 
determinada tecnologia, este estará ultrapassado (LAWAND, 2003). 
Tratando-se do Princípio da Inalterabilidade de Direito, Pablo Stolze Gapliano e 
Rodolfo Pampolha Filho (2009, p.27-28) afirmam que: 
O contrato é um fenômeno eminentemente voluntarista, fruto da iniciativa privada e 
da livre iniciativa”. Assim sendo, entre as partes existe a liberdade de negociar, que decorre 
da autonomia das vontades de ambos, onde poderão manifestar-se individualmente e decidir 
com quem contratar, qual objetivo e a respeito de que contratar. Quando decidido todos 
estes pontos e situações contratuais, virá o consentimento entre as partes e o negócio jurídico 
estará firmado (GAGLIANO; FILHO,2009, p.102). 
17 
 
 
 
 
3.3 Proteção contra práticas abusivas no comércio eletrônico 
 
O posicionamento de uma ação como prática abusiva, segundo Roberto Pfeiffer, 
pressupõe que ela ocorra no âmbito de uma relação de consumo, em que as partes estejam 
sejam um na posição de consumidor, outro de fornecedor. Segundo Antônio Herman de 
Vasconcellos e Benjamin: 
São práticas as mais variadas e que, no Direito norte-americano, vêm reputadas 
como “unfair”. [...] Pratica abusiva (latu sensu) é a desconformidade com os padrões 
mercadológicos de boa conduta em relação ao consumidor. São – no dizer irretocável de 
Gabriel A. Stiglitz – ‘condições irregulares de negociação nas relações de consumo’ 
condições estas que ferem os alicerces da ordem jurídica, seja pelo prisma da boa-fé, seja 
pela ótica da ordem pública e dos bons costumes. (p.372 e 373) 
Está exposto no art.39º do Código de Defesa do Consumidor as mais variadas formas 
que o fornecedor possa lesar o consumidor. Esta atitude do tal tem como finalidade obter 
indevida vantagem em face do consumidor que é a parte mais vulnerável. O caput do artigo 
deixa totalmente claro que se trata que o rol de práticas abusivas do Código de Defesa do 
Consumidor é meramente exemplificativo, admitindo outras hipóteses além das expressas. 
Segundo BOLZAN: 
O consumidor ao longo do tempo, foi considerado refém, preso as regras do 
fornecedor, das práticas abusivas por parte deste, como por exemplo, na publicidade, na 
propaganda e nos contratos; diante de tal acontecimento surge o Código de Defesa do 
Consumidor, para coibir e proibir as práticas excessivas, proibindo todo e qualquer ato 
comercial ou contratual abusivo, que deixe o consumidor em desvantagem; lhe 
proporcionando um apoio e seus direitos adequados (BOLZAN, 2015). 
No Manual de direito do consumidor de Leonardo Roscoe Bessa e Walter José Faiad 
de Moura encontro alguns exemplos reais de práticas abusivas, exemplos estes que também 
podem ocorrer na forma de contratação de um serviço eletronicamente: 
Solicitei um empréstimo junto ao Banco onde mantenho a minha conta corrente. O 
gerente informou que só concederia se eu assinasse um seguro e um contrato de previdência 
privada. O banco pode me obrigar a isso? 
Não. Tal praça é conhecida como venda casada, uma praça abusiva e ilegal segundo 
o CDC (art. 39, I). A chamada venda casada praceada pelo banco ficou configurada quando 
condiciona o consumidor a contratar os serviços de seguro e previdência em troca do 
18 
 
 
 
empréstimo. Também a Lei nº 12.529 define a venda casada como infração à Ordem 
Econômica (art. 36, §3º, inciso XVIII). Nesses casos, é importante que o órgão 
administrativo, além de aplicar as sanções administravas cabíveis, encaminhe para o 
Ministério Público para que promova a ação penal permanente. 
Recebi a conta de telefone da empresa A e paguei o total apresentado. Após o 
pagamento observei que uma ligação interurbana havia sido cobrada na conta anterior 
também. A cobrança indevida está facilmente edificável nas duas contas. Ambas têm as 
mesmas datas, número de minutos, horário e valor. Liguei várias vezes para a empresa 
solicitando o reembolso, porém apesar das promessas de solução, ainda não me 
reembolsaram. 
Em se tratando de cobrança indevida, como é o caso analisado, tem o consumidor o 
direito a receber duas vezes o valor cobrado a maior, nos termos do art. 42, parágrafo único, 
do CDC. Esta cobrança não precisa ser levada em Juízo, nem necessita de comprovação de 
culpa do fornecedor, bastando apenas demonstrar que o valor cobrado foi divergente do que 
realmente foi devido. Caso o SAC ou a ouvidoria da empresa não resolva o problema do 
consumidor, este deve procurar um órgão de defesa do consumidor ou a Agência Nacional 
de Telecomunicações (Anatel) para buscar a devolução dos valores devidos. 
 
3.4 Direito de arrependimento nas compras realizadas pela internet 
 
Para compras realizadas fora do estabelecimento comercial, o Código de Defesa do 
Consumidor estabelece em seu art. 49 o Direito de arrependimento: 
Art. 49. O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de 7 dias a contar de sua 
assinatura ou do ato de recebimento do produto ou serviço, sempre que a contratação de 
fornecimento de produtos e serviços ocorrer fora do estabelecimento comercial, 
especialmente por telefone ou a domicílio. 
Segundo Tartuce:Este é um dos temas mais importantes no meio consumerista, 
principalmente, levando-se em consideração, o mercado E-commerce, sendo tratado pelo 
artigo 49, da lei n° 8078/90, este artigo traz mais segurança ao consumidor que não conhece 
o produto ou serviço, lhe proporcionando, um momento de reflexão, para aquele 
considerado parte vulneral (TARTUCE, 2015). 
Para respeitar a vulnerabilidade do consumidor principalmente por não ter um meio 
físico, assim como o atendimento facilitado, direito a informação clara dos produtos ou 
serviços existe também o direito do arrependimento. 
19 
 
 
 
Para Nunes: A ideia de um prazo de reflexão pressupõe o fato de que, como a 
aquisição não partiu de uma decisão ativa, plena, do consumidor, e também como este ainda 
não “tocou”concretamente o produto ou testou o serviço, pode querer desistir do negócio 
depois que o avaliou melhor; ou, em outros termos, a lei da oportunidade para que o 
consumidor, uma vez tendo recebido o produto ou testado o serviço, possa no prazo de 7 
dias, desistir da aquisição feita (NUNES, 2017). 
 
3.5 Contagem do prazo de arrependimento 
 
O prazo para o consumidor exercer o direito de arrependimento é de 07(sete) dias. 
Este intervalo é chamado de período de reflexão, e deve ser contado a partir da assinatura 
do contrato ou do ato de recebimento do produto ou serviço. O entendimento doutrinário 
que prevalece é que, caso a entrega do produto ocorra posteriormente à assinatura do 
contrato, o prazo deverá ser contado a partir da entrega efetiva, ou seja, do primeiro contato 
consumidor com o bem ou o serviço adquirido ou contratado (EFING, 2005. p. 114). 
Na compra à distância, aqui se entendendo a feita por telefone ou por Internet, a 
contagem inicia-se a partir do ato de recebimento do produto e não do dia da solicitação, ou 
seja, da contratação, a interpretação da norma, deve-se observar a finalidade dela; no intuito 
de proteger o comprador que, até o recebimento físico do bem, não pode examinar 
adequadamente o produto (BENJAMIN; MARQUES; BESSA, 2008, p.292). 
 
 
3.6 Ressarcimento da quantia paga 
 
No parágrafo único, art. 49 do Decreto n° 7.962/2013, está previsto que a quantia 
paga deverá ser ressarcida imediatamente. Segundo Leonardo de Medeiros Garcia: 
Exercido o direito de arrependimento, o consumidor deverá receber de forma 
imediata a quantia paga, monetariamente atualizada, voltando ao status quo ante. Assim, 
todo e qualquer custo despendido pelo consumidor deverá ser ressarcido, como o valor das 
parcelas pagas, além de outros custos, como os de transporte, por exemplo. Além disso, a 
norma autoriza que a restituição seja feita de forma imediata, ou seja, o fornecedor não 
poderá impor prazo ao consumidor para que restitua os valores (GARCIA, 2008. p. 27). 
O Código de Defesa do Consumidor concede o prazo de 07 (sete) dias para exercício 
desse direito, que impõe o ressarcimento de forma imediata dos valores pagos, deste modo 
20 
 
 
 
o artigo 5º, do Decreto n° 7.962/2013, ao reforçar a aplicabilidade desse direito no Comércio 
Eletrônico traz em seus parágrafos o procedimento pelo qual será exercido esse direito 
(GARCIA, 2008. p.27). 
 
3.7 Responsabilidade do fornecedor pelo frete 
 
O Código de Defesa do Consumidor quando estabelece o direito de arrependimento, 
também prevê o seguinte: 
“Se o consumidor exercitar o direito de arrependimento previsto neste artigo, os 
valores eventualmente pagos, a qualquer título, durante o prazo de reflexão, serão 
devolvidos, de imediato, monetariamente atualizados”. 
O frete está incluso no que tange os valores pagos, isto ainda gera muitas dúvidas 
para os consumidores. Estes valores são de total responsabilidade do fornecedor pois ele 
deve assumir os riscos da sua atividade, não cabendo o ônus ao consumidor. 
 
3.8 Atendimento facilitado ao consumidor virtual 
 
Uma das garantias previstas no decreto n.7.692/2013 para informações a respeito da 
contratação realizada no meio eletrônico é a do atendimento facilitado ao fornecedor. 
Requisitos estes previstos no art. 4: 
Art. 4o Para garantir o atendimento facilitado ao consumidor no comércio eletrônico, 
o fornecedor deverá: 
I - Apresentar sumário do contrato antes da contratação, com as informações 
necessárias ao pleno exercício do direito de escolha do consumidor, enfatizadas as cláusulas 
que limitem direitos; 
II - Fornecer ferramentas eficazes ao consumidor para identificação e correção 
imediata de erros ocorridos nas etapas anteriores à finalização da contratação; 
III - confirmar imediatamente o recebimento da aceitação da oferta; 
IV - Disponibilizar o contrato ao consumidor em meio que permita sua conservação 
e reprodução, imediatamente após a contratação; 
V - Manter serviço adequado e eficaz de atendimento em meio eletrônico, que 
possibilite ao consumidor a resolução de demandas referentes a informação, dúvida, 
reclamação, suspensão ou cancelamento do contrato; 
21 
 
 
 
VI - Confirmar imediatamente o recebimento das demandas do consumidor referidas 
no inciso, pelo mesmo meio empregado pelo consumidor; e 
VII - Utilizar mecanismos de segurança eficazes para pagamento e para tratamento 
de dados do consumidor. 
No mesmo sentido, explica Leonardo Roscoe Bessa e Walter José Faiad de Moura: 
O consumidor deve ter a possibilidade de se comunicar com o fornecedor por meio 
eletrônico, ou seja, pelo mesmo meio pelo qual realizou a contratação. Este meio deverá 
proporcionar as devidas respostas às demandas do consumidor em tempo adequado em 
relação a pedidos de informação, dúvida, reclamação, suspensão ou cancelamento do 
contrato. 
O atendimento eletrônico ao consumidor não poderá acarretar qualquer custo extra 
ao consumidor. No que se refere às demais modalidades de oferta ou de contratação 
disponibilizadas – por telefone, por exemplo –, deverá haver clara indicação sobre a sua 
eventual onerosidade. 
Independentemente do meio de atendimento disponibilizado – e-mail, chat, Serviço 
de Atendimento ao Consumidor, presencial, formulário ou outro – o serviço deverá ser 
sempre adequado e eficaz, de modo a atender aos interesses e às necessidades dos 
consumidores. 
 
3.9 Direito a informação clara e visível 
 
Quando o consumidor instaura a relação de consumo pela internet, gera-se uma 
relação de confiança para que aquilo que está sendo anunciado seja o adquirido. As únicas 
informações que o consumidor tem são aquelas que estão descritas e expostas, desta forma, 
o fornecedor precisa ser o mais transparente possível com as informações. 
O direito à informação é um dos direitos básicos de maior relevância, pois está 
interligado com o princípio da transparência, tendo como objetivo garantir ao consumidor 
que faça uma escolha consciente, na hora de realizar sua compra seja ela de bem ou serviço 
(FILHO, 2011, p. 96). 
O Direito a informação está esculpido no art. 6, III do CDC, já o princípio da 
informação está expresso no art. 4º, IV, CDC que trata da informação como direito básico 
do consumidor. 
“Sobre a vulnerabilidade informacional, convém destacar, em breves linhas, que não 
é só a falta de informação que fragiliza o consumidor, mas, também, o fato de que ela é 
22 
 
 
 
“abundante, manipulada, controlada e, quando fornecida, nos mais das vezes, 
desnecessária” (BENJAMIN, 2009, p.34) 
Marques (2006, p. 646) sustenta que 
“o dever de informar passa a representar, no sistema do CDC, um verdadeiro dever 
essencial, dever básico […] para a harmonia e transparência das relações de consumo”. 
 
3.10 Direito a privacidade e a lei geral de proteção de dados 
 
Privacidade não se trata apenas do segredo das informações dos usuários, trata-se 
dos limites que ele quer estabelecer e das formas que ele quer ou não compartilhar. Alguns 
dados, principalmente aqueles usados em sites da web são compartilhados com uma 
determinada finalidade. Como, por exemplo, compras no meio digital. 
Para Neelie Kroes, vice-presidente da Comissão Europeia e responsável pela Agenda 
Digital: 
“Dados são o novo petróleo da era digital e a nova moeda da democracia.” 
Este pensamento significa que dados são muito valiosos e, assim como o petróleo, 
tem potencial para gerar um monte de coisas a partir do momento em que são tratados. 
Houve um tempo que para se abrir uma conta bancária era necessário preencher 
diversos formulários com dados pessoais, ou para fazer uma consulta médica, gavetas 
enormes de prontuários deveriam ser acessadas. Isso gerava grande trabalho, tanto para 
consultar, quanto para protegê-las.A digitalização resolveu tudo isso e, agora, bancos de 
dados são alimentados todos os dias com um enorme número de informações, inclusivepessoais. 
De acordo com Frederico da Costa (2013, p. 3/4) 
Apesar de todo o progresso social e econômico resultante da evolução tecnológica e 
da facilidade de acesso à informação proporcionada pela internet, não podemos ignorar que 
o que o progresso também causa problemas como, por exemplo, o acesso quase ilimitado a 
dados que, muitas vezes, dizem respeito à privacidade e até mesmo a intimidade dos 
cidadãos. 
Fábio Ulhoa Coelho (2010, p. 203/204) esclarece: 
“A cada pessoa corresponde um conjunto de informações. Algumas delas são 
públicas e a pessoa interessada não pode impedir o acesso de terceiros ou mesmo sua 
divulgação. Nesse caso se encontram os nomes dos pais e dos avós, data e local de 
nascimento e outras. As demais são informações privadas, que se encontram em laudos 
23 
 
 
 
médicos, prontuários escolares, faturas de cartão de crédito, contas de telefone, etc. Cada 
pessoa tem o direito de manter reservadas as informações não públicas que quiser. Este é o 
direito à privacidade.” 
O consumidor pode compartilhar no meio digital os seus dados de forma voluntária 
por meio de preenchimento de cadastros para determinada finalidade. Porém, estes dados se 
mal utilizados podem gerar situações constrangedoras para o consumidor o deixando 
exposto. 
Surge assim, a Lei Geral de Proteção de Dados, que determina como as empresas 
deverão fazer o tratamento de dados, estabelece parâmetros de como estes dados devem ser 
coletados, armazenados, processados e destruídos. Ela regulamenta as atividades de 
tratamento dos dados pessoais, sejam elas feitas por meios digitais ou físicos. Segundo a lei 
“Dado pessoal é toda informação relacionada a pessoa natural identificada ou identificável.” 
O cuidado que a empresa deve ter com os dados pessoais é a garantia de que eles não serão 
usados de forma indevida, por meio de violação de privacidade, fraudes com a nossa 
identidade, discriminação ilícita, exposição sobre informações intimas de clientes, etc. 
Já existem no mundo leis importantes que atuam de modo a proteger os dados 
pessoais, como o Regulamento Geral de Proteção de Dados (lei europeia – GDPR), por 
exemplo. No Brasil, a LGPD vem com a mesma proposta. 
A LGPD então, vem com o objetivo de proteger os direitos fundamentais de 
liberdade, privacidade e o livre desenvolvimento da personalidade da pessoa natural 
Assim como descreve o art. 2º sobre os fundamentos da proteção de dados pessoais 
da LGPD: 
I - o respeito à privacidade; 
II - a autodeterminação informativa; 
III - a liberdade de expressão, de informação, de comunicação e de opinião; 
IV - a inviolabilidade da intimidade, da honra e da imagem; 
V - o desenvolvimento econômico e tecnológico e a inovação; 
VI - a livre iniciativa, a livre concorrência e a defesa do consumidor; e 
VII - os direitos humanos, o livre desenvolvimento da personalidade, a dignidade e 
o exercício da cidadania pelas pessoas naturais. 
O titular dos dados deve ter a “manifestação livre, informada e inequívoca pela qual 
o titular concorda com o tratamento de seus dados pessoais para uma finalidade 
determinada”. Porém, estes dados se mal utilizados, podem gerar ações ilícitas e por isso, 
todos os que tratam dados pessoais precisam ter consciência de que infringir a LGBT pode 
24 
 
 
 
gerar consequências como: ressarcimento de danos, sanções administrativas, processos 
penais cíveis. Além disso, se for constatada infração, poderá ser instituída: 
I – advertência, com indicação de prazo para adoção de medidas corretivas; 
II – multa simples, de até 2% (dois por cento) do faturamento da Pessoa Jurídica de 
direito privado, grupo ou conglomerado no Brasil no seu último exercício, excluídos os 
tributos, limitada, no total, a R$ 50.000.000,00 (cinquenta milhões de reais) por infração; 
III – multa diária, observado o limite total a que se refere o inciso II; 
IV – publicitação da infração após devidamente apurada e confirmada a sua 
ocorrência; 
V – bloqueio dos dados pessoais a que se refere a infração até a sua regularização; 
VI – eliminação dos dados pessoais a que se refere a infração. 
X - suspensão parcial do funcionamento do banco de dados a que se refere a infração 
pelo período máximo de 6 (seis) meses, prorrogável por igual período, até a regularização 
da atividade de tratamento pelo controlador; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) 
XI - suspensão do exercício da atividade de tratamento dos dados pessoais a que se 
refere a infração pelo período máximo de 6 (seis) meses, prorrogável por igual período; 
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) 
XII - proibição parcial ou total do exercício de atividades relacionadas a tratamento 
de dados. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) 
A LGPD visa trazer mais transparência para ouso de dados pessoais, o que, 
naturalmente, chama a atenção das pessoas para o uso de seus próprios dados, dos das 
demais pessoas e, no caso das empresas, para a criação de processos que atendam aos 
requisitos da Lei.Ter uma lei de proteção dedados pessoais também a caba colocando o país 
em uma posição mais favorável no cenário mundial. 
 
3.11 Proteção do consumidor no comércio eletrônico em tempos de Pandemia 
 
Comprar pelo comércio eletrônico sempre foi mais cômodo e mais prático para os 
consumidores. Mas, no cenário de pandemia esta situação deixou de ser apenas por 
praticidade e comodidade e tornou-se por necessidade. Famílias brasileiras foram 
impossibilitadas de comprar em redes físicas seguindo quarentena, passando assim, 
aumentar o volume de vendas online em todos os setores, alguns compraram online por falta 
de redes físicas, outros, por segurança, passando a se adaptar no novo cenário. 
25 
 
 
 
Por outro lado, fornecedores foram obrigados passar a vender online para poder 
continuar com sua renda e se mantendo no mercado. 
Todas estas atitudes resultaram em um grande aumento de vendas. Segundo dados 
da Associação Brasileira do Comércio Eletrônico (Abcomm), o comércio eletrônico cresceu 
56,8% de janeiro a agosto deste ano devido pandemia, comparado com o mesmo período 
ano passado. Também é previsto que mesmo após a pandemia, continue em crescimento 
uma vez que teve centenas de novos usuários realizando sua primeira compra com boas 
experiências. 
Mas, fornecedores podem aproveitar do momento para cobrar preços abusivos e 
golpes podem ser mais possíveis nessa fase de maior vulnerabilidade do consumidor. É 
importante que ele tenha todos os cuidados como: checar média de valor dos produtos, 
garantir que não se trata de uma propaganda abusiva para induzir a compra, não se expor a 
vendas casadas e busca de confiança do site com referencias e tendo certeza que está dentro 
de todas as exigências do comércio eletrônico. 
Ao consumidor, estão garantido todos os direitos já expressos da Lei n. 7.962, de 15 
de março de 2013 severamente. Ademais, também o advento da Medida Provisória 948, de 
8 de abril de 2020 que se trata de todas aquelas viagens que foram compradas e marcadas, 
inclusive, pelo comércio eletrônico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
 
 
Considerações finais 
 
Foi possível concluir com a pesquisa, que os direitos dos consumidores mudaram 
muito ao longo dos anos, desde que os hábitos de consumo passaram a estar ligados a 
internet e ao mundo da comunicação, uma maneira globalizada de se fazer compras surgiu, 
abrindo uma gama de possibilidades. 
A despeito devidos à facilidade rapidez proporcionada pelos contratos eletrônicos, o 
advento desse novo tipo de contrato não trouxe apenas benefícios, sendo inegável que, em 
alguns casos, coloca ramo consumidor em posição de ainda maior vulnerabilidade, uma vez 
que grande parte dos consumidores são pessoas leigas e hipossuficientes, assim, com grande 
facilidade de serem enganadas caso a outra parte já tenha algum intuito de não garantir os 
direitos desse consumidor. 
Entretanto, por outrolado existe a técnica de marketing agressivo é bastante utilizada 
no e-commerce, tendo em vista que são utilizados em alguns anúncios, banners de 
propaganda em sites, trazendo contagem regressiva de tempo para que o consumidor clique 
no anúncio, ou até mesmo os pop-ups, que são páginas que se abrem sem a solicitação do 
usuário, o que acaba por muitas vezes sendo estressante para o consumidor que sente por 
muitas vezes tendo sua privacidade violada, já que após uma simples pesquisa sobre um 
determinado produto, segundos depois recebe diversas propagandas dos mesmo produtos 
de forma opressiva. 
Outro ponto observado é a falta de conhecimento prévio do produto ou serviço, que 
acaba por atingir a discricionariedade no consumo. Ocorre que, diferentemente do 
marketing agressivo, o consumidor não está sendo incitado a comprar determinado produto, 
assim o consumidor agirá de forma espontânea, porém corre o risco de adquirir um produto 
ou serviço que não conhece. Quando há a compra realizada pela internet, o consumidor pode 
estar sendo enganado através de fotos ou vídeos do produto, tendo em vista não tê-lo visto 
presencialmente, podendo recebê-lo com tamanhos inferiores ou superiores ou até mesmo 
com qualidade diferente da apontada no anúncio. 
Com isso, o direito passa a assegurar ao consumidor que ao fazer uma compra, ele 
possa ter a garantia de que receberá um produto de qualidade, com todas as necessidades 
que lhe são disponíveis. Podendo desta forma, compreender-se que o direito possui um papel 
importante nestes aspectos, no sentido de dar ao consumidor a garantia correta do seu 
produto. 
27 
 
 
 
Os princípios garantem essa qualidade, a transparência, a boa-fé, os direitos de 
consumo que são estabelecidos, a lei proporciona ao cidadão uma série de cláusulas 
presentes na legislação, que estabelecem esta garantia, com a finalidade de equilibrar a 
relação contratual, uma vez que o fornecedor possui mais conhecimentos técnicos, 
diferentemente do consumidor final. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
 
 
Referências 
BAUDRILLARD, Jean. A sociedade de consumo; tradução de Artur Morão. Lisboa, 
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