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RECICLAGEM E REUTILIZAÇÃO 
DE RESÍDUOS DE MATERIAIS 
W
BA
07
72
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1.
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22 
Bruno Pizol Invernizzi
Londrina 
Editora e Distribuidora Educacional S.A. 
2019
Reciclagem e reutilização 
de resíduos de materiais
1ª edição
33 3
2019
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041-100 — Londrina — PR
e-mail: editora.educacional@kroton.com.br
Homepage: http://www.kroton.com.br/
Presidente
Rodrigo Galindo
Vice-Presidente de Pós-Graduação e Educação Continuada
Paulo de Tarso Pires de Moraes
Conselho Acadêmico
Carlos Roberto Pagani Junior
Camila Braga de Oliveira Higa
Carolina Yaly
Giani Vendramel de Oliveira
Juliana Caramigo Gennarini
Nirse Ruscheinsky Breternitz
Priscila Pereira Silva
Tayra Carolina Nascimento Aleixo
Coordenador
Nirse Ruscheinsky Breternitz
Revisor
Christiano Gianesi Bastos Andrade
Editorial
Alessandra Cristina Fahl
Beatriz Meloni Montefusco
Daniella Fernandes Haruze Manta
Hâmila Samai Franco dos Santos
Mariana de Campos Barroso
Paola Andressa Machado Leal
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Invernizzi, Bruno Pizol
I62r Reciclagem e reutilização de resíduos de materiais/ 
 Bruno Pizol Invernizzi, – Londrina: Editora e Distribuidora
Educacional S.A. 2019.
137 p.
 
ISBN 978-85-522-1647-6
 
1. Química verde. 2. Materiais biodegradáveis. I.
Invernizzi, Bruno Pizol. Título. 
CDD 620
Thamiris Mantovani CRB: 8/9491
© 2019 por Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser 
reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, 
eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de 
sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, 
por escrito, da Editora e Distribuidora Educacional S.A.
44 
RECICLAGEM E REUTILIZAÇÃO DE RESÍDUOS DE MATERIAIS
SUMÁRIO
Apresentação da disciplina 5
Química verde e o meio ambiente 6
Tipos de resíduos e classificação dos resíduos, 
legislação e destinação final 25
Normas da série ISO 14001 45
Prevenção de subprodutos, economia de átomos, 
sínteses de compostos de menor toxicidade, desenvolvimento 
de compostos seguros, diminuição de solventes e auxiliares 68
Sustentabilidade em materiais, economia circular e seu impacto 87 
Reciclagem de resíduos de materiais 
poliméricos, metálicos e cerâmicos 110 
Métodos de incorporação de resíduos 131
55 5
Apresentação da disciplina
Desde os primórdios, o ser humano se organiza em grupos sociais, os quais 
produzem resíduos, que se resumem a restos de alimentos e excrementos. 
Com o desenvolvimento da civilização, outras formas de resíduos surgiram, 
como as embalagens plásticas e os resíduos industriais que poluem o 
ambiente terrestre e aquático, bem como o ar que respiramos.
Quando falamos em resíduos logo nos vêm à mente os que 
descartamos nas residências, entre os quais temos os restos de 
alimentos, embalagens descartáveis, excrementos, entre outros. Porém, 
resíduo é todo o subproduto resultante da atividade humana e, por 
isso, devemos incluir aos resíduos gerados pelas residências os que são 
gerados pela indústria, pelos hospitais, pelo comércio, pela agricultura, 
pelos serviços de varrição, entre muitos outros. 
As normas e leis brasileiras que seguem conceitos e definições 
internacionais, como os estabelecidos pela norma ISO 14001, tratam os 
resíduos mencionados através do conceito de “resíduo sólido”, o que 
inclui em sua definição todos os resíduos sólidos e semissólidos, que 
incluem os líquidos e os gases armazenados nesta classificação.
A presente disciplina trata os resíduos de materiais com base nos 
conceitos da química verde, também chamada de química sustentável, 
os quais visam à eliminação ou, ao menos, a redução no uso de 
solventes e reagentes que resultam em produtos ou subprodutos 
que agridam o ser humano ou o meio ambiente. Dentre os conceitos 
da química verde podem ser destacados os seus 12 princípios e o 3R 
(reduzir, reutilizar e reciclar). 
Portanto, a química verde atua no setor produtivo, onde a busca por 
processos e materiais de menor impacto ambiental é uma preocupação 
crescente que deve impulsionar novas oportunidades de negócio e de 
desenvolvimento social e econômico das nações que têm este como 
uma prioridade.
66 
Química verde e o meio ambiente 
Autor: Bruno Pizol Invernizzi 
Objetivos
• Entender os conceitos envolvidos na química verde.
• Comparar a química verde com a química ambiental.
• Conhecer os doze princípios da química verde.
77 7
1. O meio ambiente
O meio-ambiente consiste na junção do biótico com o abiótico, podendo 
este ser dividido em quatro diferentes esferas: a água (hidrosfera), o ar 
(atmosfera), a terra (litosfera) e a vida (biosfera). 
O meio biótico é constituído por todos os seres vivos, tais como os 
animais, os vegetais, as bactérias, os fungos, as algas, entre outros; 
enquanto o meio abiótico é constituído por tudo o que não tem vida, 
porém permite que a vida ocorra, tais como a água, o ar, os minerais, 
entre outros. 
Além das 4 esferas, Manahan (2005) sugere uma quinta esfera, que seria 
a antroposfera, que é constituída pelas ações do homem, tais como as 
cidades, os pesticidas, a poluição, as represas, as estradas, entre todas 
as outras modificações que o ser humano gera no meio-ambiente, seja 
para o seu conforto ou para a sua sobrevivência.
Todas as 5 esferas estão interligadas de alguma forma através da 
troca de massa e energia, como no caso da hidrosfera, que fornece 
nutrientes para a biosfera ao mesmo tempo que alimenta a atmosfera 
e a litosfera com a umidade, por exemplo, servindo ainda para o ser 
humano em questões como a construção de barragens, as quais 
são utilizadas para o abastecimento de água das cidades e das 
hidroelétricas (geração de energia elétrica). As interações das cinco 
esferas são ilustradas pela Figura 1. 
88 
Figura 1 – Ilustração das cinco esferas do meio-ambiente
Fonte: adaptada de Manahan (2005, p. 4).
Devido à ação do homem, o meio-ambiente vem se tornando alvo 
de estudos, no sentido de buscar formas de preservação, de modo 
que a ação do homem seja a menos degradante possível, por meio, 
por exemplo, da utilização de recursos renováveis e do aumento 
da eficiência energética. Nesse contexto, temos a ação da chamada 
química verde.
2. Química verde
Sempre que um termo é empregado em conjunto com a palavra 
verde, como, por exemplo, “embalagem verde”, logo nos vem à mente 
as questões ambientais, uma vez que a palavra verde nos remete à 
natureza. Com a química verde não é diferente, este conceito é aplicável 
à indústria e tem como principal objetivo a preservação da natureza, 
porém essa não deve ser confundida com a química ambiental, pois 
essas modalidades de química possuem aplicações distintas.
O conceito de química ambiental pode ser definido como “o estudo das 
fontes, reações, transportes, efeitos e destino das espécies químicas 
99 9
na água, no solo, no ar, e o meio ambiente e os efeitos da tecnologia 
sobre este” (MANAHAN1, 2004, apud MANAHAN, 2005, p. 5). Portanto, 
a química ambiental estuda todos os processos químicos que ocorrem 
na natureza, independentemente se esses processos são resultantes da 
ação do homem ou não. Um exemplo desses processos químicos e das 
suas interações é apresentado pela Figura 2.
Figura 2 – Ilustração da definição de química ambiental com 
contaminantes comuns do meio-ambiente
Fonte: adaptada de Manahan (2005, p. 6).
A Figura 2 ilustra a definição dada por MANAHAN (2005), onde 
se observa os produtos resultantes das reações de combustão, 
dos motores automotivos, tais como óxidos de nitrogênio e 
hidrocarbonetos, sendo transportados pelo próprio ar atmosférico, 
resultando em novas reações devido à ação dos raios solares que 
convertem os poluentes primários em ozônio e materiais orgânicos 
nocivos, tendo como efeitoa formação da fumaça de poluentes, 
também conhecida como smog. Por fim, ocorre a deposição das 
partículas presentes no smog sob a vegetação.
1 Manahan, Stanley E., Environmental Chemistry, 8th ed., CRC Press/Lewis Publishers, Boca Raton, FL, 2004.
1010 
O conceito de química verde, por sua vez, pode ser definido como 
“a prática da ciência química e da manufatura de modo que esses 
sejam sustentáveis, seguros e não-poluentes, e que consumam o 
mínimo de materiais e energia enquanto produzem pouco ou nenhum 
desperdício de materiais” (MANAHAN, 2005, p. 10). Portanto, a 
química verde se restringe ao uso do meio ambiente por parte do ser 
humano, onde este engloba o setor produtivo, no sentido de reduzir 
não somente os subprodutos tóxicos, mas também o consumo de 
materiais e energia tendo seu foco na redução de desperdícios.
Existem outras definições que podem ser dadas para química 
verde, como: “Química verde pode ser definida como o desenho, 
desenvolvimento e implementação de produtos químicos e processos 
para reduzir ou eliminar o uso ou geração de substâncias nocivas à 
saúde humana e ao ambiente” (LENARDÃO et al., 2003, p. 124). Neste 
caso, está explícito que a química verde não se inicia na manufatura 
propriamente dita, mas ainda no projeto do produto, onde esse deve 
ser pensado desde a sua concepção para atender às características 
sugeridas pela química verde.
A química verde pode ser dividida em três categorias: i) o uso de fontes 
renováveis ou reciclagem de matéria-prima; ii) aumento da eficiência 
de energia, ou a utilização de menos energia para produzir a mesma ou 
maior quantidade de produto; iii) evitar o uso de substâncias persistentes, 
bioacumulativas e tóxicas. (LENARDÃO et al., 2003, p. 124)
Existe uma forte relação entre a química verde e a sustentabilidade, 
tanto que esta por vezes é chamada de química sustentável. Tal 
relação pode ser vista em questões como a reciclagem, a eficiência 
energética e o uso de fontes renováveis, que são preceitos básicos da 
sustentabilidade.
A química verde, quando praticada de forma correta, pode contribuir 
na redução dos custos produtivos, uma vez que leva a consumos 
menores de material e energia através da aplicação de conceitos 
1111 11
presentes nos 12 princípios da química verde (a ser explicado no 
próximo item), sem contar as questões ambientais, onde não somente 
a sociedade tem o seu ganho, mas também a empresa, pois esta deixa 
de sofrer com possíveis multas decorrentes de desastres ambientais, 
por exemplo, além do fato de ter um impacto positivo sobre a visão 
dos consumidores, os quais estão cada vez mais preocupados com 
questões ambientais. 
Segundo reportagem feita pelo jornal O Globo (2017), os brasileiros 
têm perspectivas de aumento com a preocupação das pessoas em 
relação ao meio ambiente, além disso, mais de 80% dos brasileiros 
entrevistados consideram muito relevante a presença de selos nas 
embalagens, relativos ao meio-ambiente, como o selo FSC® (Forest 
Stewardship Council), que se trata de uma certificação florestal 
internacionalmente reconhecida.
PARA SABER MAIS
A ISO2 14020:2002, que trata dos princípios gerais 
para a rótulos e declarações ambientais, estabelece a 
rotulagem ambiental. Além dessa norma, a ISO estabelece 
outras três normas que tratam de três diferentes tipos 
de rótulos ambientais, são elas a ISO 14024:2004, que 
trata da rotulagem tipo I, a ISO 14021:2017, que trata 
da rotulagem tipo II, e a ISO 14025:2015, que trata da 
rotulagem do tipo III. A rotulagem do tipo I tem como 
base alguns critérios aplicados na avaliação do ciclo 
de vida do produto. A rotulagem do tipo II trata de 
autodeclarações ambientais, emitidas pelo próprio 
fabricante. A rotulagem do tipo III é voluntária e tem por 
base a completa avaliação do ciclo de vida do produto.
2 International Organization for Standardization (Organização Internacional de Normalização).
1212 
2.1 Os doze princípios da química verde
Com o intuito de guiar os profissionais do setor químico no desenvolvimento 
de produtos e processos que atendam aos preceitos da química verde, 
Anastas e Warner3 (1998 apud CHANSHETTI, 2014, p. 112) desenvolveram o 
que ficou conhecido como os doze princípios da química verde.
1. Prevenção: nem todos os resíduos produzidos pelas indústrias 
são tóxicos, mas todos os resíduos tóxicos são um problema 
maior. Os resíduos tóxicos sempre são um problema para a 
empresa que os produz, para a sociedade e também para o meio 
ambiente, portanto esses devem ser evitados ao máximo, para 
dessa forma reduzir possíveis custos da empresa com questões 
como o tratamento de efluentes.
ASSIMILE
Efluente é um adjetivo do verbo efluir, que significa 
emanar. Portanto, efluente pode ser definido como 
um dado material (independentemente do seu estado 
físico, sólido, líquido ou gasoso) que emana de um 
determinado processo, ou seja, que advém de um 
dado processo. Perceba que este não leva em conta 
a questão de poluição, sendo assim, uma água que 
foi utilizada por uma indústria e previamente tratada 
para ser despejada em um rio é denominada também 
por efluente, neste caso podemos notar que ela foi 
tratada e se encontra dentro dos padrões de qualidade 
pré-estabelecidos, mas mesmo assim é chamada de 
efluente, pois emanou de um determinado processo.
2. Economia de átomos: para produtos sintetizados, deve-se buscar 
reagentes que tenham o maior aproveitamento possível, gerando 
dessa forma a menor quantidade possível de subprodutos. 
3 Anastas, P.; Warner, J. C. Green chemistry: theory and practice. Oxford Science Publications, Oxford, 1998.
1313 13
3. Síntese de produtos menos perigosos: deve-se evitar o uso e a 
produção de substâncias tóxicas sempre que possível. 
4. Desenho de produtos seguros: a aplicação de produtos atóxicos 
deve ser prevista já na fase de projeto. 
5. Solventes e auxiliares mais seguros: devem ser evitados ao 
máximo e quando necessário deve-se utilizar produtos que 
sejam inócuos. Auxiliares são produtos utilizados em conjunto 
com solventes para aumentar a solubilização, porém quando 
sozinhos não possuem a capacidade de solubilizar os compostos. 
Segundo Silva, Lacerda e Jones Júnior (2005 apud LIMA, 2012, 
p. 5), a utilização de solventes orgânicos é um dos pricipais 
problemas da indústria química, desde a sua produção até o seu 
descarte, englobando questões como o seu transporte, manuseio 
e uso. Esses produtos podem ser voláteis ou não, porém ambos 
apresentam problemas pela sua toxidade. Contudo, segundo Lima 
(2012), solventes alternativos aos solventes orgânicos podem ser 
utilizados, tais como o solvente aquoso, o polietilenoglicol, os 
flúidos supercríticos e os líquidos iônicos (sais fundidos).
6. Projeto voltado para a eficiência de energia: sempre que 
possível, as substâncias auxiliares, tais como os solventes, devem 
ser evitadas.
7. Uso de fontes de matérias-primas renováveis: conforme 
Lenardão et al. (2003), as matérias-primas renováveis devem 
ser priorizadas sempre que estas forem tecnicamente e 
economicamente viáveis.
8. Evitar a formação de derivados: a derivatização desnecessária 
deve ser minimizada ou, se possível, evitada, porque estas etapas 
requerem reagentes adicionais e podem gerar resíduos.
9. Catálise: sempre que possível, deve-se aplicar os catalizadores, 
pois conforme Lenardão et al. (2003), esses são mais eficientes do 
que os reagentes estequiométricos.
1414 
10. Desenho para a degradação: o projeto deve prever que os 
produtos após a sua utilização se fragmentam em produtos de 
degradação inócuos.
11. Análise em tempo real para a prevenção da poluição: a 
prevenção da formação de substâncias tóxicas, futuramente, 
deverá ser executada por meio do controle e monitoramento 
do processo em tempo real, para que a possibilidade de 
formação dessas substâncias seja detectada antes que a sua 
formação ocorra.
12. Química intrinsicamente segura para a prevenção de acidentes: 
as substâncias a serem utilizadas comoreagentes, produtos e 
subprodutos devem ser escolhidas de modo a minimizar riscos 
de acidentes, tais como vazamentos, incêndios e explosões. 
Substâncias corrosivas, por exemplo, podem acarretar vazametos, 
uma vez que irão corroer o material das tubulações, então esse tipo 
de sustância, juntamente com as inflamáveis, deve ser evitada.
Esses doze princípios contribuem para a preservação do meio ambiente, 
a segurança dos colaboradores da organização e podem resultar em 
redução de custos com o processo produtivo. Portanto, uma empresa que 
faça o emprego correto desses será extremamente competitiva, pois além 
dos pontos mencionados, ainda existe a questão do mercado consumidor, 
que conforme visto no item 2, tem sido mais crítico em relação ao meio-
ambiente no momento da aquisição de um dado produto.
3. Relação entre meio-ambiente, consumo 
e resíduos
O ser humano se apropria do meio-ambiente para se alimentar e produzir 
os seus itens de consumo, tais como as vestimentas, os eletrônicos e as 
construções. Todos esses produtos possuem um ciclo de vida, que inicia 
com o produto na sua forma natural e termina no seu descarte. 
1515 15
Como exemplo, podemos citar o alumínio, que inicialmente é extraído 
na forma do mineral bauxita. A bauxita é constituída em grande 
parte pela alumina, que é um óxido de alumínio, devendo esta ser 
processada para obtenção do metal desejado. O alumínio obtido a 
partir da bauxita é processado, resultando em um dado produto, por 
exemplo, uma latinha de refrigerante. Essa latinha de refrigerante 
será enviada para uma empresa, que irá injetar o refrigerante dentro 
dela e posteriormente lacrá-la. O refrigente contido no interior dessa 
latinha será consumido e a latinha será posteriormente descartada 
no lixo. O lixo será recolhido e a latinha de alumínio será separada 
dos demais materiais por catadores e recicladores, para que 
posteriormente seja fundida juntamente com outras latinhas. Como 
resultado desse processo, teremos novas latinhas, portanto ocorreu 
uma reciclagem do alumínio. 
A latinha após o consumo do refrigerente é um resíduo sólido, devendo 
esse receber um tratamento adequado, que poderia ser a reutilização 
ou a reciclagem, por exemplo. No exemplo citado no parágrafo anterior, 
a latinha foi reciclada. 
Outro exemplo de ciclo de vida é o da cana-de-açúcar, que é utilizada 
na produção de itens como a cachaça e o etanol utilizado na indústria 
automobilística. Parte desse ciclo de vida é ilustrado pela Figura 3. 
O bagaço da cana de açúcar já foi tratado como um resíduo sólido 
que tinha como destino os aterros, porém na atualidade este vem 
sendo utilizado, por exemplo, para geração de energia em usinas 
de biomassa. Conforme citado por Paoliello4 (2006 apud BONASSA 
et al., 2015, p. 147), outras possíveis aplicações são a fabricação de 
chapas de fibra para construções, produção de celulose, fabricação de 
matéria plástica, além das aplicações como solvente e ração animal.
4 PAOLIELLO, J. M. M. Aspectos ambientais e potencial energético no aproveitamento de resíduos da indústria 
sucroalcooleira. 2006. 180f. Dissertação (Mestrado) – Universidade Estadual Paulista. Faculdade de Engenha-
ria, Bauru, 2006.
1616 
Figura 3 – Ciclo de vida da cana-de-açúcar 
a) Plantação (canavial); b) Industrialização; 
c) Bagaço da cana-de-açúcar (resíduos).
Fonte: a) JoséMoraes/iStock.com. b) Mailson Pignata/iStock.com. 
c) Atiwat Studio/iStock.com.
Resíduo sólido, conforme definido na Lei Federal nº 12.305, de 2 de 
agosto de 2010, e na norma ABNT NBR 10004:2004, é uma definição 
que inclui tanto os resíduos sólidos quanto os resíduos semissólidos 
e líquidos, porém a Lei, diferentemente da norma, trata também 
do estado gasoso, onde o armazenamento de gases em recipientes 
também é considerado resíduo sólido, conforme definições a seguir:
Resíduos sólidos: material, substância, objeto ou bem descartado 
resultante de atividades humanas em sociedade, a cuja destinação final se 
procede, se propõe proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados 
sólido ou semissólido, bem como gases contidos em recipientes e líquidos 
cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública 
de esgotos ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnica ou 
economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível. (Lei 
Federal nº12.305, 2 de agosto de 2010, item XVI art. 3)
Resíduos sólidos: Resíduos nos estados sólido e semi-sólido, que resultam 
de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, 
agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os 
lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados 
em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como 
determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu 
lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam 
1717 17
para isso soluções técnica e economicamente inviáveis em face à melhor 
tecnologia disponível. (ABNT NBR 10004:2004, item 3.1, p.1)
Os resíduos sólidos não podem ser confundidos com rejeito, uma vez 
que o rejeito é um resíduo sólido que já não pode mais ser reutilizado 
ou reciclado, seja por razões técnicas ou econômicas, ou seja pelo 
fato de não existir uma tecnologia capaz de permitir, por exemplo, 
a reciclagem desse resíduo, ou pelo fato de essa tecnologia existir, 
porém ser muito cara. Contudo, o destino do rejeito é a disposição 
final ecologicamente adequada para o tipo de resíduo, como, por 
exemplo, os aterros sanitários. 
Rejeitos: resíduos sólidos que, depois de esgotadas todas as possibilidades 
de tratamento e recuperação por processos tecnológicos disponíveis e 
economicamente viáveis, não apresentem outra possibilidade que não 
a disposição final ambientalmente adequada. (Lei Federal nº12.305, 2 de 
agosto de 2010, item XV art.3)
O consumo é um ato que segue o ciclo da natureza mantendo o seu 
balanço, porém quando temos um consumo exacerbado dos recursos 
naturais, o balanço natural é afetado, podendo até mesmo se tornar 
irreversível, como a extinção de uma dada espécie. Essa questão do 
consumo de recursos naturais é somada à geração de resíduos, que 
também pode ter um impacto negativo, afetando o balanço natural, 
resultando, por exemplo, na poluição dos rios e da atmosfera por meio 
da emissão de efluentes líquidos e gasosos. 
Além do consumismo, o aumento da população também apresenta 
efeito sobre o consumo humano em relação ao meio ambiente, por 
fim ainda se deve considerar os efeitos da globalização. Imaginando 
uma grande população, unindo este aspecto ao consumismo e à 
globalização, tem-se um grande potencial de degradação do meio 
ambiente, já que para saciar a demanda por produtos dos mais variados 
tipos, tem-se um grande uso dos recursos naturais, o que por fim 
resulta em grande geração de resíduos sólidos. 
1818 
Conforme dados citados por Hails et al. (2008), o consumo dos recursos 
naturais pelos seres humanos, no ano de 2008, excedia em 30% a 
capacidade de regeneração do mundo, deste modo o relatório conclui 
que se a humanidade continuar neste ritmo até meados de 2030 serão 
necessários 2 mundos para suprir as suas necessidades. Nesse ponto, 
o relatório menciona somente as questões de consumo, não levando 
em consideração a geração de resíduos, o que acentuaria ainda mais a 
degradação do planeta.
4. Importância dos 3R
A Lei Federal nº12.305, de 2 de agosto de 2010, estabelece uma ordem 
de prioridade para a gestão e o gerenciamento de resíduos sólidos, 
sendo que dentro dessa ordem nós encontramos os 3R (reduzir, reusar 
e reciclar). Essa ordem de prioridade é estabelecida no sentido de criar 
uma cultura sustentável, onde se deve evitar ou reduzir ao máximo 
a geração de resíduos, sendo que quando essas ações não forem 
possíveis, o resíduo gerado deve ter uma disposição final correta, de 
modo a evitar ou reduzir ao máximo os impactos ambientais.
Conforme definido pela referida lei, a redução da geraçãode resíduos 
sólidos deve ter precedência sobre a reutilização, sendo que esta última 
deve ter precedência sobre a reciclagem. Embora conceitualmente 
esta questão seja simples, a humanidade somente passou a praticá-
la nas últimas décadas, sendo que até os dias atuais ainda não temos 
uma preocupação cultural que seja bem disseminada, como exemplo 
podemos citar que em muitas cidades brasileiras a coleta seletiva ainda 
não é realizada, conforme divulgado pelo CEMPRE5 (2016), somente 18% 
dos municípios brasileiros possuem um sistema de coleta seletiva, o que 
abrange somente 15% da população brasileira. 
A redução é a primeira etapa dos 3R, sendo que esta consiste na 
diminuição da geração de resíduos por meios de reduções no 
5 CEMPRE (Compromisso Empresarial para Reciclagem)
1919 19
desperdício. Dessa forma, tem-se uma redução nos custos envolvidos no 
gerenciamento e no tratamento de resíduos. Como exemplos podemos 
citar a utilização de embalagens comestíveis, no lugar das tradicionais 
embalagens plásticas ou de papel, e a redução de matéria prima 
utilizada em algumas embalagens PET (politereftalato de etileno), onde 
são adotadas espessuras menores, reduzindo assim o uso de recursos 
naturais e a quantidade de resíduos gerados em peso, já que o volume 
ocupado continua sendo praticamente o mesmo. 
A segunda etapa é a reutilização, que seria a aplicação direta do 
material para a mesma atividade ou para qualquer outra. Um exemplo 
desse tipo pode ser visto para as garrafas de cerveja e refrigernete, que 
após o consumo do seu conteúdo seguem a proposta de reutilização 
e reciclagem. Elas podem ser reutilizadas após passar por um rigoroso 
processo de lavagem, sendo possível reutilizá-las por até 25 vezes, 
desde que isso ocorra em um período próximo de um ano. Após este 
período, independentemente da quantidade de lavagens, desde que 
não ultrapasse as 25 vezes, as garrafas são recicladas para a fabricação 
de novas garrafas. 
Dessa forma, a garrafa não chega a fase de reciclagem, onde essa é 
somente lavada e reutilizada. Outro exemplo de reutilização é muito 
aplicado por artistas plásticos, onde este utiliza um material como pneu 
ou garrafas já utilizadas na construção de artesanatos como cadeiras, 
mesas e até mesmo casas. 
A terceira etapa é a reciclagem, a qual deve ser aplicada somente após 
as outras duas possibilidades terem sido esgotadas. Sendo assim, tem-
se o retorno do resíduo para o processo produtivo, devendo este ser 
utilizado como matéria-prima em um novo processo. Um exemplo é o 
aço, onde os resíduos sólidos, como, por exemplo, as sobras das chapas 
de aço de uma estamparia são refundidas para serem utilizadas na 
fabricação de novas peças. 
O principal ponto da política dos 3R é conscientizar a população e 
a organização da importância na redução dos rejeitos. Portanto, 
2020 
como vimos ao longo deste tema, todos os materiais resultam em 
algum tipo de resíduo, que por vezes pode ser reutilizado pelo ser 
humano na forma como este se encontra. Caso a sua reutilização 
não seja possível, este pode ser reciclado. Apesar de a reutilização 
e a reciclagem serem ambientalmente corretas, o ideal é reduzir o 
consumo, de modo a preservar ao máximo o nosso meio ambiente, 
uma vez que a reciclagem, por exemplo, resulta em um novo processo 
de industrialização, necessitando de utilização de energia elétrica e 
insumos. Apesar de ser ecologicamente melhor do que um destino em 
aterros, ainda assim gera consumo de recursos naturais.
TEORIA EM PRÁTICA 
Você atua para uma empresa que produz peças em aço 
estampado. Como engenheiro de produto, você deve 
definir qual destino será dado para os resíduos sólidos 
gerados em cada processo. A empresa está planejando a 
produção de um novo produto: uma arruela, com diâmetro 
externo de 25 mm e diâmetro interno de 15 mm. Para este 
processo, utiliza-se como material de partida um disco com 
25 mm de diâmetro, que tem o seu interior puncionado 
para remoção de um disco menor com 15 mm. Portanto, 
como resultado temos o produto, que é a arruela, e um 
subproduto, que é o disco com diâmetro de 15 mm. 
Utilizando a visão dos 3Rs, quais propostas podem ser 
feitas visando à redução da degradação do meio-ambiente? 
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
1. Analise a definição de resíduos sólidos apresentada pela 
Lei Federal nº12.305, 2 de agosto de 2010:
2121 21
Resíduos sólidos: material, substância, objeto ou bem 
descartado resultante de atividades humanas em sociedade, 
a cuja destinação final se procede, se propõe proceder ou se 
está obrigado a proceder, nos estados sólido ou semissólido, 
bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas 
particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede 
pública de esgotos ou em corpos d’água, ou exijam para 
isso soluções técnica ou economicamente inviáveis em face 
da melhor tecnologia disponível. (Lei Federal nº12.305, 2 de 
agosto de 2010, item XVI art. 3)
Assinale a alternativa que traz somente atividades que 
não geram resíduos sólidos:
a. Produção de energia elétrica por meio da queima de 
combustíveis fósseis.
b. Consumo de alimentos em geral.
c. Produção automotiva em geral.
d. Produção de energia elétrica por meio de usinas 
eólicas e hidrelétricas.
e. Consumo de combustível nas indústrias para 
produção de bens de consumo, em geral.
2. Analise a sentença abaixo e assinale a 
alternativa correta: 
No processo de obtenção do etanol, temos um cenário 
composto por três fases. Na fase A, tem-se o plantio 
da cana-de-açúcar, a qual será utilizada como matéria-
prima. A fase B é composta pela industrialização da 
cana-de-açúcar, convertendo sua sacarose em etanol. 
2222 
Já na fase C temos como resultado do processo, além do 
produto, a obtenção do bagaço da cana-de-açúcar. 
a. A fase C retrata os rejeitos.
b. A fase C retrata os resíduos sólidos.
c. A fase B retrata os resíduos sólidos. 
d. A fase B retrata os rejeitos.
e. A fase A retrata os resíduos sólidos.
3. A Lei Federal nº 12.305/2010 estabelece uma ordem 
de prioridade para a gestão e o gerenciamento de 
resíduos sólidos, sendo que dentro dessa ordem nós 
encontramos os 3R, sendo esse um dos conceitos sobre 
o qual a química verde se apoia. Qual é a ordem correta 
de p para aplicação dos 3R. 
a. Reduzir/Reusar/Reciclar.
b. Reciclar/Reusar/Reduzir.
c. Reduzir/Reciclar/Reusar.
d. Reciclar/Reduzir/Reusar.
e. Reusar/Reduzir/Reciclar.
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http://dx.doi.org/10.1590/s0100-40422003000100020
http://dx.doi.org/10.1590/s0100-40422003000100020
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-40422003000100020
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-40422003000100020
http://www.respostatecnica.org.br/dossie-tecnico/downloadsDT/Mjc2NTI=
http://www.respostatecnica.org.br/dossie-tecnico/downloadsDT/Mjc2NTI=
2424 
Gabarito
Questão 1 – Resposta: D
Resolução: Tanto a queima de combustíveis, para geração de 
energia elétrica, quanto pela indústria, para produção de bens 
de consumo, tem-se como resultado o tratamento dos gases 
emitidos através da remoção de resíduos sólidos dos gases. 
Para os alimentos, podemos citar os embutidos, os quais vêm 
embalados em plástico, onde este plástico será removido e 
descartado pelo consumidor, sendo um resíduo sólido. Na linha 
de produção automotiva são gerados resíduos sólidos em diversas 
fases de industrialização, como, por exemplo, as sobras de material 
durante o processo de estampagem. Por fim, a produção de 
energia por meio de usinas eólicas e hidrelétricas não resultam em 
subprodutos, uma vez que esses utilizam ar e água para cumprir 
com sua função.
Questão 2 – Resposta: B
Resolução: Resíduos sólidos são resíduos nos estados sólido e 
semissólido, que resultam de atividades de origem industrial, 
doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. 
Como o “bagaço da cana-de-açúcar” se encontra no estado sólido 
e é resultado da atividade industrial, este se encontra dentro da 
classificação de resíduo sólido, não podendo ser rejeito, já que na 
atualidade este item vem sendo empregado, por exemplo, para a 
produção de energia elétrica.
Questão 3 – Resposta: A
Resolução: A ordem correta para aplicação dos 3R é reduzir/ 
reusar/reciclar.
2525 25
Tipos de resíduos e classificação 
dos resíduos, legislação e 
destinação final 
Autor: Bruno Pizol Invernizzi 
Objetivos
• Conhecer os tipos de resíduos que existem.
• Entender a forma de classificação dos resíduos.
• Compreender as diferenças entre as 
classificações de acordo com as normas 
técnicas e na legislação brasileira.
2626 
1. Os resíduos sólidos
Os resíduos acompanham a humanidade desde o seu primórdio, onde 
inicialmente esses resíduos eram limitados a restos de alimentos, tais 
como a carcaça de animais mortos deixados expostos ao ambiente 
pelos homens primatas, bem como os seus excrementos. Com o 
desenvolvimento da sociedade, novos tipos de resíduos foram surgindo, 
tais como os resultantes de processos industriais e até mesmo aqueles 
presentes no lixo doméstico, onde podemos citar o lixo eletrônico.
Com a evolução das formas de resíduos, a sua definição também teve 
de ser aperfeiçoada de forma que as normas e leis vigentes pudessem 
enxergar esses diversos tipos, classificar e tratar cada um deles de forma 
específica e correta. Para tal, utilizamos o termo “resíduo sólido”, que 
possui uma definição muito mais abrangente do que a empregada no 
cotidiano da maioria das pessoas. 
A correta definição desse termo, para que este seja aplicável à legislação 
brasileira é dada pela Lei nº 12.305 que institui a Política Nacional de 
Resíduos Sólidos (PNRS).
Resíduos sólidos: material, substância, objeto ou bem descartado 
resultante de atividades humanas em sociedade, a cuja destinação final se 
procede, se propõe proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados 
sólido ou semissólido, bem como gases contidos em recipientes e líquidos 
cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública 
de esgotos ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnica ou 
economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível. (Lei 
Federal nº 12.305, 2010, art. XVI)
Já para efeitos normativos, a correta definição para resíduos sólidos é 
dada pela norma NBR ISO 10004 (ABNT, 2004a, item 3.1).
Resíduos sólidos: resíduos nos estados sólido e semi-sólido, que resultam de 
atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de 
serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes 
2727 27
de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos 
e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos 
cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública 
de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnica e 
economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível. 
O primeiro ponto a ser observado é que ambas definições não possuem 
barreira para o estado físico dos resíduos, uma vez que esse pode se 
encontrar tanto no estadolíquido quanto sólido, semissólido ou gasoso. 
Outro ponto de congruência entre a norma e a legislação vem do fato de 
ambos assumirem que somente pode ser tratado como resíduo aquilo 
que for proveniente da atividade humana, portanto não podemos dizer 
que os restos de alimento deixados por um dado animal selvagem, como 
uma onça que se alimenta na mata, seja um resíduo sólido. Contudo, não 
consideramos que os processos naturais se enquadrem nessa definição.
Além disso, para que um líquido se enquadre na definição de resíduo 
sólido, esse deve ser considerado imprórpio para ser lançado 
diretamente na rede pública de esgoto ou em corpos de água, que 
são rios, mares, lagos, entre outros. Portanto, para definir se um dado 
efluente líquido é ou não um resíduo sólido, deve-se seguir a legislação 
local, que estabelece limites para cada substância presente neste, 
determinando se é próprio ou não para ser lançado diretamente em 
corpos de água ou na rede pública de esgoto.
Devemos nos lembrar que efluente é tudo aquilo que sai de um dado 
processo, portanto esse pode estar em qualquer estado físico, seja 
sólido, líquido ou gasoso, muito embora tenhamos o costume de 
utilizar esse termo para discriminar os líquidos que saem de um dado 
processo e que devem receber um tratamento de efluente anterior ao 
seu despejo na rede pública. Devemos desmistificar essa ideia, pois 
esse efluente líquido pode não ser tratado antes de ser lançado na rede 
pública e, mesmo assim, a empresa não cometerá nenhum crime, uma 
vez que o efluente gerado por ela atende às normas vigentes para tal, 
2828 
não se tratando de um resíduo sólido. Um exemplo é a água utilizada 
nos sanitários que são lançadas diretamente na rede pública de coleta, 
porém essa não pode ser lançada em corpos d’água.
Referente aos gases emitidos pelas chaminés de uma fábrica, podemos 
dizer que esses são resíduos sólidos também, correto? A resposta é 
não, pois esses são lançados na atmosfera e, conforme a legislação, 
para que esse seja considerado um resíduo sólido, deve estar contido 
em um recipiente.
Devemos nos atentar para uma questão em particular, assumir que um 
gás não é um resíduo sólido não é o mesmo que assumir que este não 
possui partículas que são consideradas como resíduos sólidos, uma vez 
que as partículas retidas em um filtro presente em chaminés industriais 
são classificadas como resíduo sólido. Portanto, para efeitos de norma, 
os gases emitidos não são resíduos sólidos, porém eles podem conter 
partículas de resíduos sólidos que devem ser removidas antes do gás 
ser lançado para a atmosfera, onde esse deve estar dentro dos níveis 
aceitáveis previstos em normas e leis vigentes para o setor em questão.
Neste ponto, existe uma questão: em qual situação um gás poderia 
estar contido em um recipiente? Entre outras respostas corretas, o 
principal ponto para tal vem das questões referentes aos créditos de 
carbono, onde é possível executar o armazenamento de monóxido 
de carbono para que esses créditos sejam concedidos, porém se deve 
salientar que existem outras formas de obtenção desses créditos, sendo 
esse apenas um exemplo.
ASSIMILE
Créditos de carbono são certificados emitidos quando 
ocorre uma redução, comprovada, na emissão de gases do 
efeito estufa. Tais certificados possuem valor monetário 
atribuído, que podem ser comercializados entre países, 
2929 29
possibilitando ao país comprador a maior emissão de 
gases, sem que este seja penalizado. Tal crédito foi criado 
para permitir que países desenvolvidos, que dependam de 
grandes emissões de carbono, possam continuar a fazê-
la sem ferir o acordo estabelecido no Protocolo de Kyoto, 
que estabelece uma meta de 5,2% de redução na emissão 
de gases de efeito estufa pelos países desenvolvidos. 
Quando um país adiquire os créditos de carbono, pode 
ficar abaixo da meta, porém levando em consideração a 
quantidade de créditos adiquiridos. 
Além das definições de resíduos sólidos dadas pela norma e pela lei, 
existe a definição de rejeito, que é de extrema importância, pois pode 
resultar em confusão com o termo resíduo sólido.
Rejeitos: resíduos sólidos que, depois de esgotadas todas as possibilidades 
de tratamento e recuperação por processos tecnológicos disponíveis e 
economicamente viáveis, não apresentem outra possibilidade que não a 
disposição final ambientalmente adequada. (Lei Federal nº 12.305, 2010, art. XV)
PARA SABER MAIS
O rejeito de minério de ferro vem ganhando destaque na 
mídia brasileira, desde o rompimento da barragem na 
cidade de Mariana (novembro de 2015) e posteriormente 
na cidade de Brumadinho (janeiro de 2019), ambas 
localizadas no estado de Minas Gerais, as quais eram 
responsáveis pela contenção desses rejeitos.
Conforme a definição de rejeito, não podemos dizer que um resíduo 
sólido é o resto de um dado processo que será descartado nos lixões e 
aterros, uma vez que esses exemplos de disposição final caberiam ao 
que definimos como sendo um rejeito.
3030 
Portanto, para efeitos de engenharia, pensando em um processo de 
produção, podemos dizer que qualquer subproduto é um resíduo sólido, 
porém a este ainda é possível a aplicação do 3R, onde esse resíduo 
sólido gerado pode ser reutilizado ou reciclado dentro da própria 
empresa ou fornecido para que uma outra empresa possa utilizá-lo 
como matéria-prima para um novo produto. Caso nenhuma dessas 
atitudes por parte da empresa seja possível, por inviabilidade econômica 
ou técnica, então teremos o chamado rejeito.
Um exemplo de rejeito que vem sendo muito comentado nos últimos 
anos é o rejeito proveniente do tratamento de minérios, o quail deve ser 
mantido enclausurado por meio da instalação de barregens, uma vez 
que na atualidade não existe um processo economicamente viável que 
permita a reutilização ou a recuperação desse material para uso.
Com relação a disposição final ambientalmente adequada aplicável aos 
rejeitos, essa atividade não pode ser confundida com a destinação final 
ambientalmente adequada.
Destinação final ambientalmente adequada: destinação de resíduos que 
inclui a reutilização, a reciclagem, a compostagem, a recuperação e o 
aproveitamento energético ou outras destinações admitidas pelos órgãos 
competentes do Sisnama, do SNVS e do Suasa, entre elas a disposição 
final, observando normas operacionais específicas de modo a evitar 
danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos 
ambientais adversos. (Lei Federal nº 12.305, 2010, art. VII)
Disposição final ambientalmente adequada: distribuição ordenada de 
rejeitos em aterros, observando normas operacionais específicas de modo 
a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os 
impactos ambientais adversos. (Lei Federal nº 12.305, 2010, art. VIII)
A diferença entre esses dois termos consiste na aplicação em relação 
a resíduo sólido e a rejeito, onde destinação final ambientalmente 
adequada é aplicável a ambos, uma vez que a destinação final pode ser 
um tratamento adequado para que um dado resíduo sólido retorne de 
3131 31
alguma forma à cadeia produtiva. A disposição final ambientalmente 
correta é dada somente para rejeitos, uma vez que se assume que estes 
não podem mais ser processados de forma alguma, devendo então ser 
dispostos de modo que resultem no mínimo impacto ambiental possível.
2. A classificação dos resíduos sólidos
A classificação dos resíduos sólidos, assim como a sua definição, 
também é realizada, no Brasil, por meio da Lei nº 12.305 e por meio da 
ABNT NBR 10.004, as quais divergem na forma de classificação.
A Lei nº 12.305 (BRASIL, 2010) classifica os resíduos sólidos de acordo 
com a sua origem e a sua periculosidade, enquanto a norma NBR 
ISO 10004 (ABNT, 2004a) os classifica somente conforme a sua 
periculosidade.
Conforme a Lei nº 12.305/2010 (BRASIL, 2010), a classificação conforme a 
origem do resíduo sólido quanto à origem é a seguinte:
• Resíduos domiciliares são aqueles gerados nas residências, 
independentementede essas estarem localizadas em meio 
urbano ou rural.
• Resíduos de limpeza urbana são aqueles gerados pelos serviços 
de varrição, pela limpeza de estabelecimentos, terrenos, casas, 
entre outros, limpeza das vias públicas e quaisquer outros locais 
públicos que possam se enquadrar como limpeza urbana.
• Resíduos sólidos urbanos são os resíduos domiciliares e os 
resíduos de limpeza urbana.
• Resíduos de estabelecimentos comerciais e de prestadores de 
serviço são aqueles gerados por essas atividades, porém não 
são considerados os resíduos sólidos mencionados em outras 
classificações presentes na Lei 12.305 (BRASIL, 2010).
3232 
• Resíduos dos serviços públicos de saneamento básico são 
aqueles gerados por essas atividades, porém não se deve 
considerar para tal aqueles que são classificados como sendo 
resíduos sólidos urbanos.
• Resíduos sólidos industriais são aqueles que resultam de 
processos produtivos e das instalações industriais.
• Resíduos de serviço de saúde são aqueles gerados pelos 
serviços de saúde, conforme definido pelo SISNAMA (Sistema 
Nacional do Meio-Ambiente) e pelo SNVS (Sistema Nacional de 
Vigilância Sanitária).
• Resíduos da construção civil são aqueles gerados pela 
construção civil, provenientes de reformas, reparos e 
demolições, o que inclui a preparação e a escavação de terrenos 
visando que serão utilizados.
• Resíduos agrassilvopastoris são aqueles resultantes das atividades 
agropecuárias e silviculturais, o que inclui todos os resíduos 
relacionados a insumos utilizados por essas atividades.
• Resíduos de serviços de transporte são aqueles origanados 
em portos, aeroportos e terminais rodoviários, alfandegários e 
ferroviários e passagens de fronteira.
• Resíduos de mineração são todos os resíduos resultantes das 
atividades de pesquisa, extração ou beneficiamento de minérios.
Essas são as 11 fontes geradoras de resíduos, porém, para cada uma 
dessas fontes, deve-se avaliar a periculosidade dos resíduos sólidos, 
a qual, conforme a Lei nº 12.305 (BRASIL, 2010), pode ser dividida em 
resíduos sólidos perigosos e não perigosos, onde os produtos perigosos 
possuem uma definição própria, enquanto os produtos não perigosos 
são todos aqueles que não se enquadram nessa definição.
3333 33
Resíduos perigosos: aqueles que, em razão de suas características de 
inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade, patogenicidade, 
carcinogenicidade, teratogenicidade e mutagenicidade, apresentam 
significativo risco à saúde pública ou à qualidade ambiental, de acordo 
com lei, regulamento ou norma técnica. (BRASIL, 2010)
A norma NBR 10004 (ABNT, 2004a) classifica os resíduos em duas classes 
distintas: a classe I, que trata dos resíduos perigosos, e a classe II que 
trata dos resíduos não perigosos. Esta última é subdividida em duas 
outras classes: a classe IIA, utilizada para os resíduos não inertes, e a 
classe IIB, utilizada para resíduos inertes.
Os produtos pertencentes à classe I são aqueles que possuem 
características como inflamabilidade, corrosividade, reatividade, 
toxicidade e patogenicidade, onde cada uma dessas características 
recebe um código diferente para facilitar a sua identificação e 
segregação, além de facilitar durante a tomada de providências 
quanto a sua aplicação, transporte, armazenagem e destinação final 
ambientalmente adequada (ABNT, 2004a).
Os produtos inflamáveis recebem o código D001, devendo este receber 
tal classificação após a sua avaliação, que deverá ser executada através 
da aplicação de normas técnicas específicas quanto ao seu ponto de 
fulgor, quando sólido, em dadas condições de pressão e temperatura, 
entre outras detalhadas por norma, este deve ser capaz de produzir 
fogo. Ainda existem outros dois pontos que a norma avalia, onde o 
resíduo será considerado inflamável se atender a qualquer uma dessas 
características, ou até mesmo mais de uma delas (ABNT, 2004a).
Caso o produto seja considerado corrosivo, de acordo com ensaios 
químicos específicos para determinação de características como pH 
e corrosividade, onde seja constatada a sua corrosividade, então o 
material recebe o código D002 (ABNT, 2004a).
Para o caso de materiais considerados reativos, o código de identificação 
será o D003, devendo esse material ser avaliado conforme normas 
3434 
aplicáveis, onde seja possível constatar questões como reações violentas 
com a água, podendo inclusive resultar em explosões, ou ainda se essa 
reação resultar na produção de gases, vapores ou fumos tóxicos, que 
possam vir a agredir a saúde humana ou o meio ambiente. Existem 
outras situações para teste que não envolvem água, mas onde seja 
constatado um comportamento explosivo. Caso o material atenda a um 
ou mais desses requisitos, esse será considerado reativo (ABNT, 2004a).
O resíduo deverá ser considerado patogênico, recebendo o código 
D004, quando: 
Contiver ou se houver suspeita de conter, microorganismos atogênicos, 
proteínas virais, ácido desoxiribonucléico (ADN) ou ácido ribonucléico 
(ARN) recombinantes, organismos geneticamente modificados, plasmídios, 
cloroplastos, mitocôndrias ou toxinas capazes de produzir doenças em 
homens, animais ou vegetais. (ABNT, 2004a)
Por fim, os resíduos poderão receber ainda as identificações de D005 a 
D052 quando forem considerados tóxicos, o que deve ser realizado através 
da análise por meio do ensaio de lixiviação, a ser executado conforme a 
norma ABNT NBR 10005:2004 (ABNT, 2004b), devendo ser identificada a 
presença de substâncias presentes no anexo F da norma, onde é dada 
uma porcentagem máxima aceitável para cada uma das susbtâncias, de 
modo que acima dessa porcentagem o resíduo será considerado tóxico.
Além do anexo F mencionado para determinação de resíduos tóxicos, 
existem outros anexos presentes nessa norma que variam de A a H, 
onde o anexo B traz alguns materiais perigosos obtidos por fontes 
específicas, relatando onde exatamente esse pode ser encontrado e a 
sua característica de periculosidade. O anexo A, por sua vez, traz alguns 
materiais perigosos obtidos por fontes não específicas.
Os anexos C, D e E consistem em listas de substâncias que conferem 
periculosidade aos resíduos, onde os anexos D e E são focados nas 
substâncias tóxicas.
O anexo H contém uma lista com alguns resíduos classificados como 
não sendo perigosos. Já o anexo G é utilizado na determinação dos 
3535 35
resíduos não perigosos, para que esses possam ser classificados como 
inertes ou não inertes.
Para os resíduos que não se enquadram na classificação de perigosos, 
deve-se realizar testes conforme a norma ABNT NBR 10006 (ABNT, 
2004c), onde esses são colocados em contato dinâmico e estático com a 
água destilada ou deionizada. Nesse teste, deve-se avaliar se o resíduo 
em análise é solubilizado pela água. Caso ocorra a solubilização, para 
que o resíduo seja considerado inerte, os valores referentes a cada 
substância solubilizada deverão ser inferiores aos valores presentes na 
tabela G, caso contrário esse será considerado como um resíduo não 
perigoso, porém não inerte.
Conforme descrito na norma ABNT NBR 10004 (ABNT, 2004a), os 
resíduos classe IIA não perigosos e não inertes possuem algumas 
propriedades que podem ser requeridas para alguns produtos, tais 
como a biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água.
Visando um melhor entendimento sobre o método a ser seguido 
para classificação de um resíduo, a norma ABNT NBR 10004 (ABNT, 
2004a) traz um fluxograma contendo a sequência das etapas a serem 
empregadas para a classificação.
Figura 1 – Caracterização e classificação de resíduos, 
conforme a norma ABNT NBR 10.004
Fonte: adaptada de ABNT NBR 10004 (ABNT, 2004a).
3636 
3. A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS)
A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) foi instituída pela 
Lei Federal nº 12.305 (BRASIL, 2010), que tem por objetivo o 
gerenciamento dos resíduos sólidos, bem como a responsabilidade 
dos setores públicos e privados sobre tal questão. Portanto,a 
lei nº 12.305 vai além da classificação dos resíduos sólidos, não 
sendo aplicável somente aos resíduos radioativos, uma vez que a 
responsabilidade sobre esses é da Comissão Nacional de Energia 
Nuclear (CNEN), possuindo legislação específica.
Dentre os princípios da PNRS, podem ser destacados a prevenção e a 
precaução, o princípio do poluidor-pagador e do protetor-recebedor, a 
ecoeficiência e a responsabilidadecompartilhada pelo ciclo de vida do 
produto. Por meio desses princípios, é possível notar que a preservação 
do meio ambiente é realizada pela interação entre os diversos setores, 
onde a PNRS cita limites e responsabilidades, por exemplo, para os 
municípios, para os estados e para as empresas do setor privado, 
estabelecendo a ideia de quem polui mais deve também pagar mais.
Dentre os objetivos, podem ser destacados a preservação da saúde 
pública e do meio ambiente,por meio da sustentabilidade e do 
desenvolvimento de novas tecnologias que busquem a redução 
do consumo de recursos naturais, criando cadeias produtivas mais 
sustentáveis.
Dos instrumentos utilizados pela PNRS podem ser citados a pesquisa 
científica e tecnologia, a educação ambientala coleta seletiva, os 
incentivos fiscais, financeiros e creditícios fornecidos pelo governo 
e a criação do sistema nacional de informações sobre a gestão de 
resíduos (SINIR).
Sistema de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos – SINIR: tem 
como objetivo armazenar, tratar e fornecer informações que apoiem as 
funções ou processos de uma organização. Essencialmente é composto 
3737 37
de um sub-sistema formado por pessoas, processos, informações e 
documentos, e um outro composto por equipamentos e seus meios de 
comunicação. (MMA, [201-])
O ciclo de vida do produto que tem por objetivo mapear todas as etapas 
que envolvem o desenvolvimento do produto, desde a obtenção da 
matéria prima até a disposição final, também é incentivado pela PNRS.
Além do PNRS, a lei nº 12.305 (BRASIL, 2010) prevê que os estados e 
municípios também devem fazer os seus planos de resíduos sólidos, bem 
como as empresas privadas que atendam aos requisitos presentes na 
seção V presente no capítulo II dessa lei, onde dá-se ênfase aos geradores 
de resíduos perigosos e empresas de construção civil, entre outros.
No artigo 33, presente na seção II do capítulo III da lei nº 12.305 (BRASIL, 
2010), é colocada a obrigatoriedade de estruturação e implementação 
de um sistema de logística reversa por parte das organizações privadas, 
isentando os estados, municípios e a federação da coleta de alguns 
produtos específicos, tais como pilhas, pneus, óleos lubrificantes, 
agrotóxicos, entre outros.
Por fim, o capítulo IV presente na lei nº12.305 (BRASIL, 2010) trata, nos 
artigos de 37 a 41, dos resíduos perigosos, onde é descrita, por exemplo, 
a necessidade de autorização ou licenciamento de empreendimentos 
que gerem ou operem resíduos perigosos, devendo esses serem 
avaliados por autoridades competentes, além da necessidade da criação 
de um plano de gerenciamento de resíduos perigosos.
4. Outras leis aplicáveis
Além da lei nº12.305 (BRASIL, 2010), existem outras leis, decretos, 
portarias e resoluções que são aplicáveis aos resíduos sólidos, onde se 
pode destacar os seguintes documentos:
3838 
• Resolução CONAMA nº 481 (BRASIL, 2017), que estabelece 
critérios e procedimentos para garantir o controle e a qualidade 
ambiental do processo de compostagem de resíduos orgânicos, 
e dá outras providencias.
• Resolução CONAMA nº 450 (BRASIL, 2012), que dispõe sobre 
recolhimento, coleta e destinação final de óleo lubrificante usado 
ou contaminado.
• Resolução CONAMA nº 404 (BRASIL, 2008), que estabelece critérios 
e diretrizes para o licenciamento ambiental de aterro sanitário de 
pequeno porte de resíduos sólidos urbanos.
• Resolução CONAMA nº 375 (BRASIL, 2006), que define critérios e 
procedimentos para o uso agrícola de lodos de esgoto gerados 
em estações de tratamento de esgoto sanitário e seus produtos 
derivados, e dá outras providências.
• Resolução CONAMA nº 358 (BRASIL, 2005), que dispõe sobre 
o tratamento e a disposição final dos resíduos dos serviços de 
saúde e dá outras providências.
• Resolução CONAMA nº 307 (BRASIL, 2002), que estabelece 
diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos 
da construção civil.
• Resoluão CONAMA nº 23 (BRASIL, 1996), que dispõe sobre as 
definições e o tratamento a ser dado aos resíduos perigosos, 
conforme as normas adotadas pela Convenção da Basiléia 
sobre o Controle de Movimentos Transfronteiriços de Resíduos 
Perigosos e seu Depósito.
• Resolução CONAMA nº 5 (BRASIL, 1993), que dispõe sobre 
o gerenciamento de resíduos sólidos gerados nos portos, 
aeroportos, terminais ferroviários e rodoviários.
3939 39
TEORIA EM PRÁTICA 
Você é o engenheiro responsável pela destinação 
final em uma empresa de demolição que atua 
prestando serviços para o setor público. Essa empresa 
foi contratada para a demolição de uma instalação 
hospitalar, porém durante essa demolição surgiu uma 
dúvida: “Qual a correta classificação e tratativa para 
os materiais presentes neste estabelecimento, uma 
vez que entre esses materiais existem alguns que 
foram utilizados para a construção das instalações de 
radiologia”. Avalie essa questão, cite qual documento 
deve ser aplicado nessa avaliação e qual a correta 
classificação e destinação final para esses produtos.
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
1. A lei nº12.305 (BRASIL, 2010) define diversos termos 
comumente aplicados aos resíduos sólidos. A questão 
da definição é de suma importância, uma vez que 
setores diferentes de uma mesma organização, por 
exemplo, podem ter diferentes entendimentos sobre 
um determinado termo. Contudo, avalie as alternativas 
abaixo e assinale aquela que traz a correta definição 
para o termo rejeito
a. Resíduos sólidos que não apresentem outra 
possibilidade que não a disposição final 
ambientalmente adequada.
4040 
b. Efluentes sólidos, líquidos ou gasosos que não podem 
ser lançados diretamente na rede pública de esgoto, 
sem passar por um tratamento prévio
c. Resíduos sólidos que ainda podem ser reaproveitados 
para reciclagem e reutilização.
d. Resíduos que após passarem por processos, seguindo 
a sequência lógica do 3R, podem ser reaproveitados
e. Resíduos sólidos que apresentam significativo risco à 
saúde pública ou à qualidade ambiental
2. Assinale a alternativa que corresponde ao termo que 
pode ser definido por: “aplicável especificamente 
aos resíduos sólidos, tem como objetivo armazenar, 
tratar e fornecer informações que apoiem as funções 
ou processos de uma organização. Essencialmente é 
composto de um sub-sistema formado por pessoas, 
processos, informações e documentos, e um outro 
composto por equipamentos e seus meios de 
comunicação” (Lei n°12.305/2010). 
a. CONAMA.
b. SISEMA.
c. SINISA.
d. SINIR.
e. SINIMA.
3. Analise a figura abaixo e responda:
4141 41
a. Os resíduos perigosos são divididos em inerte e 
não-inerte.
b. Caso o material possua constituintes que são 
solubilizados em concentrações superiores ao anexo 
G, esse deverá ser classificado como pertencente à 
classe IIA.
c. Caso o material conste no anexo A, não se pode 
concluir nada a respeito da sua periculosidade.
d. Para que a análise seja realizada de forma correta, 
deve ser iniciada pela avaliação de inércia química 
onde o material será definido como perigoso ou 
não perigoso.
e. Caso o material seja inflamável, esse deverá ser 
considerado como pertencente à classe II.
4242 
Referências bibliográficas
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT. NBR 10004: resíduos 
sólidos – classificação. 2. ed. Rio de Janeiro: ABNT, 2004. 71 p.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT. NBR 10005: procedimento 
para obtenção de extrato lixiviado de resíduos sólidos. 1. ed. Rio de Janeiro: ABNT, 
2004b. 16 p.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT. NBR 10006: procedimento 
para obtenção de extrato solubilizadode resíduos sólidos. 2. ed. Rio de Janeiro: 
ABNT, 2004c. 71 p.BRASIL. Constituição (2010). Lei nº 12305, de 2 de agosto de 
2010. Política Nacional de Resíduos Sólidos. 3. ed. Brasília, DF, 2 ago. 2010.
BRASIL. Resolução CONAMA n° 5, de 5 de agosto de 1993. Gerenciamento 
de resíduos sólidos gerados nos portos, aeroportos, terminais ferroviários e 
rodoviários. Publicado no D.O.U. nº 166, de 31 agosto 1993.
BRASIL. Resolução CONAMA n° 23, de 7 de dezembro de 1994. Institui 
procedimentos específicos para o licenciamento de atividades relacionadas à 
exploração e lavra de jazidas de combustíveis líquidos e gás natural. Publicado no 
D.O.U. nº 248, de 30 dezembro 1994.
BRASIL, Resolução CONAMA n° 307, de 5 de julho de 2002. Estabelece diretrizes, 
critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil. Publicado 
no D.O.U. nº 136, de 17 julho 2002.
BRASIL. Resolução CONAMA n° 358, de 29 de abril de 2005. Tratamento e a 
disposição fi nal dos resíduos dos serviços de saúde e dá outras providências. 
Publicado no D.O.U. nº 84, de 4 maio 2005.
BRASIL. Resolução CONAMA n° 375, de 29 de agosto de 2006. Define critérios e 
procedimentos, para o uso agrícola de lodos de esgoto gerados em estações de 
tratamento de esgoto sanitário e seus produtos derivados, e dá outras providências. 
Publicado no D.O.U., de 30 agosto 2006.
BRASIL. Resolução CONAMA n° 404, de 11 de novembro de 2008. Estabelece 
critérios e diretrizes para o licenciamento ambiental de aterro sanitário de 
pequeno porte de resíduos sólidos urbanos. Publicado no D.O.U. nº 220, de 12 
novembro 2008.
BRASIL. Resolução CONAMA n° 450, de 6 de março de 2012. Altera os arts. 9º, 16, 19, 
20, 21 e 22, e acrescenta o art. 24-A à Resolução nº 362, de 23 de junho de 2005, do 
Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA, que dispõe sobre recolhimento, 
coleta e destinação final de óleo lubrificante usado ou contaminado. Publicado no 
D.O.U., de 7 março 2012.
BRASIL. Resolução CONAMA n°481, de 3 de outubro de 2017. Estabelece critérios 
e procedimentos para garantir o controle e a qualidade ambiental do processo 
de compostagem de resíduos orgânicos, e dá outras providências. Publicado no 
D.O.U., de 04 outubro 2017.
4343 43
JURAS, Ilidia da Ascenção Garrido Martins. Legislação sobre resíduos sólidos: 
Comparação da Lei 12.305/2010 com a Legislação de Países Desenvolvidos. Brasília: 
Câmara dos Deputados, 2012. 55 p. Consultoria Legislativa da Câmara dos Deputados. 
Disponível em: http://www2.camara.leg.br/a-camara/documentos-e-pesquisa/estudos-
e-notas-tecnicas/areas-da-conle/tema14/2012_1658.pdf. Acesso em: 12 ago. 2019.
MMA. Ministério do Meio Ambiente. Manejo de resíduos sólidos urbanos – destaques 
da Polítca Nacional de Resíduos Sólidos. [201-]. Disponível em: https://www.mma.gov.
br/estruturas/srhu_urbano/_arquivos/folder_pnrs_125.pdf. Acesso em: 25 nov. 2019.
PUPIN, Patrícia Lopes Freire; BORGES, Ana Claudia Giannini. Acertos e 
Contradições na Interpretação da Lei 12.305/10 nos Planos Municipais de Gestão 
Integrada de Resíduos Sólidos da Microrregião de Jaboticabal/SP. Revista 
Nacional de Gerenciamento de Cidades, [s.l.], v. 3, n. 15, p.158-175, 1 set. 
2015. ANAP - Associacao Amigos de Natureza de Alta Paulista. http://dx.doi.
org/10.17271/231884723152015.
Gabarito
Questão 1 – Resposta: A
Resolução: Todo rejeito é um resíduo sólido que não pode ser 
recuperado para retornar ao processo por meios que sejam 
economicamente ou tecnicamnente viáveis, devendo esses serem 
encaminhados para a disposição final ambientalmente adequada, 
portanto a alternativa (a) é a correta. As alternativas (b) (c) e (d) se 
enquadram na definição de resíduos sólidos, e não na definição de 
rejeito. A alternativa (e) é a correta definição de resíduos perigosos, 
que não necessariamente são rejeitos. 
Questão 2 – Resposta: D 
Resolução: O termo cuja definição dada se aplica é o Sistema 
Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos 
(Sinir). CONAMA é a sigla para Conselho Nacional do Meio 
Ambiente, não se tratando de um sistema, conforme indicado pela 
definição. SISEMA é o sistema estadual do meio ambiente, aplicável 
para Minas Gerais. SINISA é o sistema nacional de informações em 
saneamento básico. SINIMA é o sistema nacional de informação 
sobre o meio ambiente 
http://www2.camara.leg.br/a-camara/documentos-e-pesquisa/estudos-e-notas-tecnicas/areas-da-conle/tem
http://www2.camara.leg.br/a-camara/documentos-e-pesquisa/estudos-e-notas-tecnicas/areas-da-conle/tem
https://www.mma.gov.br/estruturas/srhu_urbano/_arquivos/folder_pnrs_125.pdf
https://www.mma.gov.br/estruturas/srhu_urbano/_arquivos/folder_pnrs_125.pdf
http://dx.doi.org/10.17271/231884723152015
http://dx.doi.org/10.17271/231884723152015
4444 
Questão 3 – Resposta: B 
Resolução: Os resíduos não-perigosos são divididos em inerte 
e não-inerte, enquanto os resíduos classificados como sendo 
perigosos não possuem subdivisão, portanto a alternativa (a) 
está errada. Caso os materiais constem no anexo A ou no anexo 
B, esse será considerado perigoso, portanto a alternativa (c) está 
errada. A análise para classificação dos resíduos sólidos deve ser 
iniciada pela periculosidade, e não pela inercia química, portanto, a 
alternativa (d) está errada. Os materiais inflamáveis são perigosos, 
portanto pertencem à classe I, contudo a alternativa (e) está errada. 
4545 45
Normas da série ISO 14001 
Autor: Bruno Pizol Invernizzi 
Objetivos
• Entender processo de criação das normas.
• Conhecer a norma ABNT NBR ISO 14001.
• Entender o processo de auditoria das normas 
de um sistema de gestão.
• Conhecer outras normas da série ISO 14000.
4646 
1. ISO, ABNT e suas normas
Imagine que durante a colocação do estepe você perdeu uma das porcas 
que prende o pneu do seu carro à roda. Como você procederia para 
comprar uma nova porca?
A resposta é muito simples, basta você ir até uma loja e dizer qual a 
serventia da porca, qual é o modelo e ano do seu carro. De uma forma 
muito simples, é possível levantar a especificação dessas porcas em uma 
loja especializada em peças para automóveis ou até mesmo pela internet.
Porém, isso somente é possível devido às especificações técnicas que 
garantem a uniformidade da porca que está sendo adquirida, de modo a 
garantir que ela servirá no seu carro da mesma forma que a anterior servia.
Perceba que sem a especificação, você teria que testar cada um 
dos modelos de porcas disponíveis na loja, portanto, as normas e 
especificações técnicas servem exatamente para garantir a uniformidade 
de produtos e, em alguns casos, processos, visando à segurança e 
satisfação dos clientes, de modo que este possa comprar um mesmo 
produto em qualquer lugar do mundo.
Logicamente que tudo seria mais fácil se todos utilizassem as mesmas 
normas, o que não ocorre, uma vez que cada país possui as suas 
próprias normas, podendo estas divergirem em aspectos técnicos, como 
dimensões e limites de resistência.
Para sanar, ou ao menos reduzir tais problemas, existe a ISO 
(International Organization for Standardization – Organização 
Internacional para Padronização), que é responsável por escrever 
normas técnicas que sejam de interesse internacional, garantindo que 
um dado produto seja fornecido da mesma forma em todos os países 
que utilizam essas normas como base.
Cada país possui as suas normas e entidades próprias, que podem 
se basear nas normas da ISO, visando ao atendimento de demandas 
4747 47
globais. Então, pensando dessa forma, a engenharia não apresenta 
diferenças ao redor do mundo?
Não é bem assim, uma vez que existem normas específicas de cada 
país que podem não estar alinhadas com as normas da ISO, uma vez 
que cada país possui interesses próprios. Um exemplo típico seria olhar 
para as normas dos EUA, as quais utilizam basicamente o sistema de 
medição em polegadas (sistema inglês), enquanto a norma ISO utiliza 
o sistema métrico, que possui medidas com base em milímetros. 
Portanto, temos um impasse neste ponto, o que poderesultar em 
problemas de ordem prática.
Quando falamos nas normas de Sistemas de Gestão, tais como as 
normas ISO 9001 (Sistema de Gestão da Qualidade), ISO 14001 (Sistema 
de Gestão Ambiental) e ISO 45001 (Sistema de Gestão da Segurança e 
Saúde no Trabalho), isso não acontece, uma vez que os países membros 
da ISO adotaram essas normas em seus sistemas produtivos para 
garantir a intercambialidade desses sistemas entre países. 
A ISO é constituída por 164 países membros, dentre os quais inclui-se o 
Brasil, que participam da produção das normas técnicas publicadas por 
essa instituição. A participação de cada país é realizada por meio das 
instituições responsáveis pelo estabelecimento de padrões e normas em 
tais países, os quais são tidos como membros da ISO.
No caso do Brasil, a instituição responsável é a ABNT (Associação 
Brasileira de Normas Técnicas), que foi fundada no ano de 1940, 
tendo sido reconhecida pelo Governo Federal como Foro Nacional de 
Normalização, que é responsável pelas normas técnicas, através da Lei 
nº 4.150 de 1962. Embora a ABNT seja reconhecida como a entidade 
responsável pelas normas técnicas, é uma instituição não-governamental, 
tratando-se de uma entidade privada sem fins lucrativos.
Para a elaboração das normas técnicas da ABNT, que recebem o nome 
de ABNT NBR, são utilizados diferentes órgãos internos, que são os 
4848 
Comitês Brasileiros (ABNT/CB), os Organismos de Normalização Setorial 
(ABNT/ONS) e as Comissões de Estudos Especiais (ABNT/CEE).
Os comitês brasileiros são responsáveis por coordenar, planejar 
e executar as atividades normativas da instituição, enquanto os 
organismos de normalização setorial são comitês brasileiros que tratam 
de assuntos setoriais específicos. As comissões de estudo, que fazem 
parte dos comitês brasileiros, são criadas com o intuito de elaborar e 
revisar as normas técnicas da ABNT.
Para elaboração de uma nova norma técnica, o processo é iniciado 
por meio de uma demanda, podendo ter como origem a solicitação 
de uma pessoa física, uma organização governamental ou não, uma 
entidade ou um organismo regulador, como, por exemplo, o IBAMA 
(Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais 
Renováveis), para o caso das normas ambientais. Para tal, o tema a ser 
abordado deve ser levado à ABNT, para que esta possa analisar se é 
pertinente ou não a criação de uma norma para este assunto. Caso a 
solicitação seja validada, é aberta uma consulta nacional, sendo essa 
divulgada pela ABNT para que todas as partes interessadas no assunto 
possam se manifestar sobre. 
Dessa forma, a normalização é realizada de forma democrática, onde 
qualquer parte envolvida pode solicitar a criação de uma norma, porém 
para que essa seja aprovada, todas as partes envolvidas podem opinar 
sobre o assunto em questão, inclusive pessoas físicas. Logicamente que, 
após a conclusão da consulta nacional, os resultados são analisados 
pelo comitê técnico responsável, que irá avaliar se a norma pode ser 
validada como está ou não, garantindo assim que possua validade 
técnica e seja relevante para a instituição, o país e as partes envolvidas. 
O mesmo processo pode ser seguido para a ISO, onde caso um dado 
país queira, este pode sugerir a criação de uma norma internacional, 
tendo por base uma norma criada pela sua entidade normalizadora.
4949 49
PARA SABER MAIS
Como vimos, a entidade normalizadora no Brasil é a 
ABNT, mas e em outros países, quais entidades são 
responsáveis pela normalização? Nos EUA, por exemplo, 
a ASTM (American Society for Testing and Materials), a 
ASME (American Society of Mechanical Engineers) e a 
SAE (Society of Automotive Engineers) são algumas das 
entidades responsáveis pela normalização, onde cada 
uma é responsável por um dado segmento. Na França, a 
entidade normalizadora é a AFNOR (Association Françoise de 
Normalisation), na Alemanha é a DIN (Deutsches Institut für 
Normung), no Japão é a JIS (Japonese Industrial Standards) e 
na Inglaterra é a BSI (British Standards Institution).
2. ABNT NBR ISO 14001:2015
O Comitê Brasileiro de Gestão Ambiental (ABNT/CB-038) e pela 
Comissão de Estudo de Sistema de Gestão Ambiental (CE-038.001.001). 
A elaboração da norma ABNT NBR ISO 14001:2015 seguiu de perto a ISO 
14001:2015, considerando os aspectos técnicos, estrutura e redação.
ASSIMILE
Devemos ter cuidado com a nomenclatura das normas 
NBR (Normas Brasileiras), uma vez que existem as normas 
brasileiras, produzidas com numeração de forma seriada 
pela ABNT, as quais tratam de temas relevantes às 
instituições brasileiras, porém também existe as normas 
ABNT que são baseadas em normas ISO, que seguem uma 
5050 
numeração internacional. Como exemplo, podemos citar 
a norma ABNT NBR 14006, que é aplicável para móveis 
escolares, não sendo pertencente à mesma série da norma 
ABNT NBR ISO 14001. Porém, existe a norma ABNT 
NBR ISO 14006 que trata de diretrizes para incorporar 
o ecodesign, sendo uma norma do sistema de gestão 
ambiental. Portanto, deve-se cuidar em relação à presença 
da nomenclatura ISO nas normas ABNT baseadas em 
normas ISO, pois a numeração dessas pode ser a mesma, 
porém tratando de assuntos distintos.
A ABNT NBR ISO 14001 traz, como sendo objetivos de um sistema 
de gestão ambiental, a provisão de uma estrutura que seja capaz 
de condizer as empresas à proteção ambiental e à sustentabilidade. 
Segundo a norma ABNT NBR ISO 14001 (ABNT, 2015), essa norma 
auxilia as empresas nos desenvolvimentos dos seguintes meios, que são 
utilizados para atingir esses objetivos:
• A empresa deve possuir meios de prevenir ou mitigar os impactos 
ambientais adversos.
• A empresa deve possuir meios para mitigar efeitos adversos do 
meio ambiente na organização.
• A empresa deve ser capaz de atender a requisitos legais e outros 
requisitos que impactem na sustentabilidade do meio-ambiente e 
da própria empresa.
• A empresa deve possuir meios de implementar e controlar o 
aumento do seu desempenho ambiental.
• A empresa deve possuir meios de controlar ou influenciar os 
seus produtos e serviços desde o seu projeto até o seu descarte, 
prevendo e prevenindo possíveis impactos ambientais no ciclo de 
vida do produto.
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• A empresa deve ser capaz de alcançar benefícios financeiros e 
operacionais que resultem na sustentabilidade dos seus processos.
• A empresa deve possuir meios que permitam o conhecimento de 
todas as informações, pertinentes as questões ambientais, pelas 
partes interessadas.
O sistema de gestão ambiental, assim como todos os demais sistemas 
de gestão baseados nas normas ISO, como é o caso da norma ISO 9001 
(Sistema de Gestão da Qualidade), deve buscar a melhoria contínua por 
meio da aplicação do ciclo PDCA (Planejar – Fazer – Checar – Agir). 
A norma em questão permite que a empresa realize autoavaliações 
do seu sistema de gestão ambiental, buscando confirmações da sua 
conformidade por meio da geração de evidências, de modo que as 
partes interessadas possam ser asseguradas sobre essas conformidades. 
Também é parte dessa norma a certificação para que a empresa possa 
comprovar junto à sociedade a eficiência e eficácia dos seus processos, 
assegurando que esta segue na busca da sustentabilidade.
O escopo da norma ABNT NBR ISO 14001 (ABNT, 2015) traz a 
abrangência dessa norma, o qual possui seu foco voltado para a 
sustentabilidade, resultando não somente em ganhos para o meio-
ambiente e a sociedade, mas também em ganhos para os acionistas 
e colaboradores, cobrindo dessa forma todas as partes interessadas 
através do aumento do desempenho ambiental, do atendimento a 
todos os requisitos legais e outros requisitos julgados como necessários, 
seja por partes internas ou externas, e através do alcance de objetivos 
ambientais traçados pela empresa, os quais devem ser acompanhados 
por meio de indicadores.
Esta Norma especifica os requisitos para um sistema de gestão ambiental 
que uma organização pode usar para aumentar seu desempenho 
ambiental.

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