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RECICLAGEM E REUTILIZAÇÃO 
DE RESÍDUOS DE MATERIAIS 
W
BA
07
72
_v
1.
0
22 
Bruno Pizol Invernizzi
Londrina 
Editora e Distribuidora Educacional S.A. 
2019
Reciclagem e reutilização 
de resíduos de materiais
1ª edição
33 3
2019
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041-100 — Londrina — PR
e-mail: editora.educacional@kroton.com.br
Homepage: http://www.kroton.com.br/
Presidente
Rodrigo Galindo
Vice-Presidente de Pós-Graduação e Educação Continuada
Paulo de Tarso Pires de Moraes
Conselho Acadêmico
Carlos Roberto Pagani Junior
Camila Braga de Oliveira Higa
Carolina Yaly
Giani Vendramel de Oliveira
Juliana Caramigo Gennarini
Nirse Ruscheinsky Breternitz
Priscila Pereira Silva
Tayra Carolina Nascimento Aleixo
Coordenador
Nirse Ruscheinsky Breternitz
Revisor
Christiano Gianesi Bastos Andrade
Editorial
Alessandra Cristina Fahl
Beatriz Meloni Montefusco
Daniella Fernandes Haruze Manta
Hâmila Samai Franco dos Santos
Mariana de Campos Barroso
Paola Andressa Machado Leal
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Invernizzi, Bruno Pizol
I62r Reciclagem e reutilização de resíduos de materiais/ 
 Bruno Pizol Invernizzi, – Londrina: Editora e Distribuidora
Educacional S.A. 2019.
137 p.
 
ISBN 978-85-522-1647-6
 
1. Química verde. 2. Materiais biodegradáveis. I.
Invernizzi, Bruno Pizol. Título. 
CDD 620
Thamiris Mantovani CRB: 8/9491
© 2019 por Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser 
reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, 
eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de 
sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, 
por escrito, da Editora e Distribuidora Educacional S.A.
44 
RECICLAGEM E REUTILIZAÇÃO DE RESÍDUOS DE MATERIAIS
SUMÁRIO
Apresentação da disciplina 5
Química verde e o meio ambiente 6
Tipos de resíduos e classificação dos resíduos, 
legislação e destinação final 25
Normas da série ISO 14001 45
Prevenção de subprodutos, economia de átomos, 
sínteses de compostos de menor toxicidade, desenvolvimento 
de compostos seguros, diminuição de solventes e auxiliares 68
Sustentabilidade em materiais, economia circular e seu impacto 87 
Reciclagem de resíduos de materiais 
poliméricos, metálicos e cerâmicos 110 
Métodos de incorporação de resíduos 131
55 5
Apresentação da disciplina
Desde os primórdios, o ser humano se organiza em grupos sociais, os quais 
produzem resíduos, que se resumem a restos de alimentos e excrementos. 
Com o desenvolvimento da civilização, outras formas de resíduos surgiram, 
como as embalagens plásticas e os resíduos industriais que poluem o 
ambiente terrestre e aquático, bem como o ar que respiramos.
Quando falamos em resíduos logo nos vêm à mente os que 
descartamos nas residências, entre os quais temos os restos de 
alimentos, embalagens descartáveis, excrementos, entre outros. Porém, 
resíduo é todo o subproduto resultante da atividade humana e, por 
isso, devemos incluir aos resíduos gerados pelas residências os que são 
gerados pela indústria, pelos hospitais, pelo comércio, pela agricultura, 
pelos serviços de varrição, entre muitos outros. 
As normas e leis brasileiras que seguem conceitos e definições 
internacionais, como os estabelecidos pela norma ISO 14001, tratam os 
resíduos mencionados através do conceito de “resíduo sólido”, o que 
inclui em sua definição todos os resíduos sólidos e semissólidos, que 
incluem os líquidos e os gases armazenados nesta classificação.
A presente disciplina trata os resíduos de materiais com base nos 
conceitos da química verde, também chamada de química sustentável, 
os quais visam à eliminação ou, ao menos, a redução no uso de 
solventes e reagentes que resultam em produtos ou subprodutos 
que agridam o ser humano ou o meio ambiente. Dentre os conceitos 
da química verde podem ser destacados os seus 12 princípios e o 3R 
(reduzir, reutilizar e reciclar). 
Portanto, a química verde atua no setor produtivo, onde a busca por 
processos e materiais de menor impacto ambiental é uma preocupação 
crescente que deve impulsionar novas oportunidades de negócio e de 
desenvolvimento social e econômico das nações que têm este como 
uma prioridade.
66 
Química verde e o meio ambiente 
Autor: Bruno Pizol Invernizzi 
Objetivos
• Entender os conceitos envolvidos na química verde.
• Comparar a química verde com a química ambiental.
• Conhecer os doze princípios da química verde.
77 7
1. O meio ambiente
O meio-ambiente consiste na junção do biótico com o abiótico, podendo 
este ser dividido em quatro diferentes esferas: a água (hidrosfera), o ar 
(atmosfera), a terra (litosfera) e a vida (biosfera). 
O meio biótico é constituído por todos os seres vivos, tais como os 
animais, os vegetais, as bactérias, os fungos, as algas, entre outros; 
enquanto o meio abiótico é constituído por tudo o que não tem vida, 
porém permite que a vida ocorra, tais como a água, o ar, os minerais, 
entre outros. 
Além das 4 esferas, Manahan (2005) sugere uma quinta esfera, que seria 
a antroposfera, que é constituída pelas ações do homem, tais como as 
cidades, os pesticidas, a poluição, as represas, as estradas, entre todas 
as outras modificações que o ser humano gera no meio-ambiente, seja 
para o seu conforto ou para a sua sobrevivência.
Todas as 5 esferas estão interligadas de alguma forma através da 
troca de massa e energia, como no caso da hidrosfera, que fornece 
nutrientes para a biosfera ao mesmo tempo que alimenta a atmosfera 
e a litosfera com a umidade, por exemplo, servindo ainda para o ser 
humano em questões como a construção de barragens, as quais 
são utilizadas para o abastecimento de água das cidades e das 
hidroelétricas (geração de energia elétrica). As interações das cinco 
esferas são ilustradas pela Figura 1. 
88 
Figura 1 – Ilustração das cinco esferas do meio-ambiente
Fonte: adaptada de Manahan (2005, p. 4).
Devido à ação do homem, o meio-ambiente vem se tornando alvo 
de estudos, no sentido de buscar formas de preservação, de modo 
que a ação do homem seja a menos degradante possível, por meio, 
por exemplo, da utilização de recursos renováveis e do aumento 
da eficiência energética. Nesse contexto, temos a ação da chamada 
química verde.
2. Química verde
Sempre que um termo é empregado em conjunto com a palavra 
verde, como, por exemplo, “embalagem verde”, logo nos vem à mente 
as questões ambientais, uma vez que a palavra verde nos remete à 
natureza. Com a química verde não é diferente, este conceito é aplicável 
à indústria e tem como principal objetivo a preservação da natureza, 
porém essa não deve ser confundida com a química ambiental, pois 
essas modalidades de química possuem aplicações distintas.
O conceito de química ambiental pode ser definido como “o estudo das 
fontes, reações, transportes, efeitos e destino das espécies químicas 
99 9
na água, no solo, no ar, e o meio ambiente e os efeitos da tecnologia 
sobre este” (MANAHAN1, 2004, apud MANAHAN, 2005, p. 5). Portanto, 
a química ambiental estuda todos os processos químicos que ocorrem 
na natureza, independentemente se esses processos são resultantes da 
ação do homem ou não. Um exemplo desses processos químicos e das 
suas interações é apresentado pela Figura 2.
Figura 2 – Ilustração da definição de química ambiental com 
contaminantes comuns do meio-ambiente
Fonte: adaptada de Manahan (2005, p. 6).
A Figura 2 ilustra a definição dada por MANAHAN (2005), onde 
se observa os produtos resultantes das reações de combustão, 
dos motores automotivos, tais como óxidos de nitrogênio e 
hidrocarbonetos, sendo transportados pelo próprio ar atmosférico, 
resultando em novas reações devido à ação dos raios solares que 
convertem os poluentes primários em ozônio e materiais orgânicos 
nocivos, tendo como efeitoa formação da fumaça de poluentes, 
também conhecida como smog. Por fim, ocorre a deposição das 
partículas presentes no smog sob a vegetação.
1 Manahan, Stanley E., Environmental Chemistry, 8th ed., CRC Press/Lewis Publishers, Boca Raton, FL, 2004.
1010 
O conceito de química verde, por sua vez, pode ser definido como 
“a prática da ciência química e da manufatura de modo que esses 
sejam sustentáveis, seguros e não-poluentes, e que consumam o 
mínimo de materiais e energia enquanto produzem pouco ou nenhum 
desperdício de materiais” (MANAHAN, 2005, p. 10). Portanto, a 
química verde se restringe ao uso do meio ambiente por parte do ser 
humano, onde este engloba o setor produtivo, no sentido de reduzir 
não somente os subprodutos tóxicos, mas também o consumo de 
materiais e energia tendo seu foco na redução de desperdícios.
Existem outras definições que podem ser dadas para química 
verde, como: “Química verde pode ser definida como o desenho, 
desenvolvimento e implementação de produtos químicos e processos 
para reduzir ou eliminar o uso ou geração de substâncias nocivas à 
saúde humana e ao ambiente” (LENARDÃO et al., 2003, p. 124). Neste 
caso, está explícito que a química verde não se inicia na manufatura 
propriamente dita, mas ainda no projeto do produto, onde esse deve 
ser pensado desde a sua concepção para atender às características 
sugeridas pela química verde.
A química verde pode ser dividida em três categorias: i) o uso de fontes 
renováveis ou reciclagem de matéria-prima; ii) aumento da eficiência 
de energia, ou a utilização de menos energia para produzir a mesma ou 
maior quantidade de produto; iii) evitar o uso de substâncias persistentes, 
bioacumulativas e tóxicas. (LENARDÃO et al., 2003, p. 124)
Existe uma forte relação entre a química verde e a sustentabilidade, 
tanto que esta por vezes é chamada de química sustentável. Tal 
relação pode ser vista em questões como a reciclagem, a eficiência 
energética e o uso de fontes renováveis, que são preceitos básicos da 
sustentabilidade.
A química verde, quando praticada de forma correta, pode contribuir 
na redução dos custos produtivos, uma vez que leva a consumos 
menores de material e energia através da aplicação de conceitos 
1111 11
presentes nos 12 princípios da química verde (a ser explicado no 
próximo item), sem contar as questões ambientais, onde não somente 
a sociedade tem o seu ganho, mas também a empresa, pois esta deixa 
de sofrer com possíveis multas decorrentes de desastres ambientais, 
por exemplo, além do fato de ter um impacto positivo sobre a visão 
dos consumidores, os quais estão cada vez mais preocupados com 
questões ambientais. 
Segundo reportagem feita pelo jornal O Globo (2017), os brasileiros 
têm perspectivas de aumento com a preocupação das pessoas em 
relação ao meio ambiente, além disso, mais de 80% dos brasileiros 
entrevistados consideram muito relevante a presença de selos nas 
embalagens, relativos ao meio-ambiente, como o selo FSC® (Forest 
Stewardship Council), que se trata de uma certificação florestal 
internacionalmente reconhecida.
PARA SABER MAIS
A ISO2 14020:2002, que trata dos princípios gerais 
para a rótulos e declarações ambientais, estabelece a 
rotulagem ambiental. Além dessa norma, a ISO estabelece 
outras três normas que tratam de três diferentes tipos 
de rótulos ambientais, são elas a ISO 14024:2004, que 
trata da rotulagem tipo I, a ISO 14021:2017, que trata 
da rotulagem tipo II, e a ISO 14025:2015, que trata da 
rotulagem do tipo III. A rotulagem do tipo I tem como 
base alguns critérios aplicados na avaliação do ciclo 
de vida do produto. A rotulagem do tipo II trata de 
autodeclarações ambientais, emitidas pelo próprio 
fabricante. A rotulagem do tipo III é voluntária e tem por 
base a completa avaliação do ciclo de vida do produto.
2 International Organization for Standardization (Organização Internacional de Normalização).
1212 
2.1 Os doze princípios da química verde
Com o intuito de guiar os profissionais do setor químico no desenvolvimento 
de produtos e processos que atendam aos preceitos da química verde, 
Anastas e Warner3 (1998 apud CHANSHETTI, 2014, p. 112) desenvolveram o 
que ficou conhecido como os doze princípios da química verde.
1. Prevenção: nem todos os resíduos produzidos pelas indústrias 
são tóxicos, mas todos os resíduos tóxicos são um problema 
maior. Os resíduos tóxicos sempre são um problema para a 
empresa que os produz, para a sociedade e também para o meio 
ambiente, portanto esses devem ser evitados ao máximo, para 
dessa forma reduzir possíveis custos da empresa com questões 
como o tratamento de efluentes.
ASSIMILE
Efluente é um adjetivo do verbo efluir, que significa 
emanar. Portanto, efluente pode ser definido como 
um dado material (independentemente do seu estado 
físico, sólido, líquido ou gasoso) que emana de um 
determinado processo, ou seja, que advém de um 
dado processo. Perceba que este não leva em conta 
a questão de poluição, sendo assim, uma água que 
foi utilizada por uma indústria e previamente tratada 
para ser despejada em um rio é denominada também 
por efluente, neste caso podemos notar que ela foi 
tratada e se encontra dentro dos padrões de qualidade 
pré-estabelecidos, mas mesmo assim é chamada de 
efluente, pois emanou de um determinado processo.
2. Economia de átomos: para produtos sintetizados, deve-se buscar 
reagentes que tenham o maior aproveitamento possível, gerando 
dessa forma a menor quantidade possível de subprodutos. 
3 Anastas, P.; Warner, J. C. Green chemistry: theory and practice. Oxford Science Publications, Oxford, 1998.
1313 13
3. Síntese de produtos menos perigosos: deve-se evitar o uso e a 
produção de substâncias tóxicas sempre que possível. 
4. Desenho de produtos seguros: a aplicação de produtos atóxicos 
deve ser prevista já na fase de projeto. 
5. Solventes e auxiliares mais seguros: devem ser evitados ao 
máximo e quando necessário deve-se utilizar produtos que 
sejam inócuos. Auxiliares são produtos utilizados em conjunto 
com solventes para aumentar a solubilização, porém quando 
sozinhos não possuem a capacidade de solubilizar os compostos. 
Segundo Silva, Lacerda e Jones Júnior (2005 apud LIMA, 2012, 
p. 5), a utilização de solventes orgânicos é um dos pricipais 
problemas da indústria química, desde a sua produção até o seu 
descarte, englobando questões como o seu transporte, manuseio 
e uso. Esses produtos podem ser voláteis ou não, porém ambos 
apresentam problemas pela sua toxidade. Contudo, segundo Lima 
(2012), solventes alternativos aos solventes orgânicos podem ser 
utilizados, tais como o solvente aquoso, o polietilenoglicol, os 
flúidos supercríticos e os líquidos iônicos (sais fundidos).
6. Projeto voltado para a eficiência de energia: sempre que 
possível, as substâncias auxiliares, tais como os solventes, devem 
ser evitadas.
7. Uso de fontes de matérias-primas renováveis: conforme 
Lenardão et al. (2003), as matérias-primas renováveis devem 
ser priorizadas sempre que estas forem tecnicamente e 
economicamente viáveis.
8. Evitar a formação de derivados: a derivatização desnecessária 
deve ser minimizada ou, se possível, evitada, porque estas etapas 
requerem reagentes adicionais e podem gerar resíduos.
9. Catálise: sempre que possível, deve-se aplicar os catalizadores, 
pois conforme Lenardão et al. (2003), esses são mais eficientes do 
que os reagentes estequiométricos.
1414 
10. Desenho para a degradação: o projeto deve prever que os 
produtos após a sua utilização se fragmentam em produtos de 
degradação inócuos.
11. Análise em tempo real para a prevenção da poluição: a 
prevenção da formação de substâncias tóxicas, futuramente, 
deverá ser executada por meio do controle e monitoramento 
do processo em tempo real, para que a possibilidade de 
formação dessas substâncias seja detectada antes que a sua 
formação ocorra.
12. Química intrinsicamente segura para a prevenção de acidentes: 
as substâncias a serem utilizadas comoreagentes, produtos e 
subprodutos devem ser escolhidas de modo a minimizar riscos 
de acidentes, tais como vazamentos, incêndios e explosões. 
Substâncias corrosivas, por exemplo, podem acarretar vazametos, 
uma vez que irão corroer o material das tubulações, então esse tipo 
de sustância, juntamente com as inflamáveis, deve ser evitada.
Esses doze princípios contribuem para a preservação do meio ambiente, 
a segurança dos colaboradores da organização e podem resultar em 
redução de custos com o processo produtivo. Portanto, uma empresa que 
faça o emprego correto desses será extremamente competitiva, pois além 
dos pontos mencionados, ainda existe a questão do mercado consumidor, 
que conforme visto no item 2, tem sido mais crítico em relação ao meio-
ambiente no momento da aquisição de um dado produto.
3. Relação entre meio-ambiente, consumo 
e resíduos
O ser humano se apropria do meio-ambiente para se alimentar e produzir 
os seus itens de consumo, tais como as vestimentas, os eletrônicos e as 
construções. Todos esses produtos possuem um ciclo de vida, que inicia 
com o produto na sua forma natural e termina no seu descarte. 
1515 15
Como exemplo, podemos citar o alumínio, que inicialmente é extraído 
na forma do mineral bauxita. A bauxita é constituída em grande 
parte pela alumina, que é um óxido de alumínio, devendo esta ser 
processada para obtenção do metal desejado. O alumínio obtido a 
partir da bauxita é processado, resultando em um dado produto, por 
exemplo, uma latinha de refrigerante. Essa latinha de refrigerante 
será enviada para uma empresa, que irá injetar o refrigerante dentro 
dela e posteriormente lacrá-la. O refrigente contido no interior dessa 
latinha será consumido e a latinha será posteriormente descartada 
no lixo. O lixo será recolhido e a latinha de alumínio será separada 
dos demais materiais por catadores e recicladores, para que 
posteriormente seja fundida juntamente com outras latinhas. Como 
resultado desse processo, teremos novas latinhas, portanto ocorreu 
uma reciclagem do alumínio. 
A latinha após o consumo do refrigerente é um resíduo sólido, devendo 
esse receber um tratamento adequado, que poderia ser a reutilização 
ou a reciclagem, por exemplo. No exemplo citado no parágrafo anterior, 
a latinha foi reciclada. 
Outro exemplo de ciclo de vida é o da cana-de-açúcar, que é utilizada 
na produção de itens como a cachaça e o etanol utilizado na indústria 
automobilística. Parte desse ciclo de vida é ilustrado pela Figura 3. 
O bagaço da cana de açúcar já foi tratado como um resíduo sólido 
que tinha como destino os aterros, porém na atualidade este vem 
sendo utilizado, por exemplo, para geração de energia em usinas 
de biomassa. Conforme citado por Paoliello4 (2006 apud BONASSA 
et al., 2015, p. 147), outras possíveis aplicações são a fabricação de 
chapas de fibra para construções, produção de celulose, fabricação de 
matéria plástica, além das aplicações como solvente e ração animal.
4 PAOLIELLO, J. M. M. Aspectos ambientais e potencial energético no aproveitamento de resíduos da indústria 
sucroalcooleira. 2006. 180f. Dissertação (Mestrado) – Universidade Estadual Paulista. Faculdade de Engenha-
ria, Bauru, 2006.
1616 
Figura 3 – Ciclo de vida da cana-de-açúcar 
a) Plantação (canavial); b) Industrialização; 
c) Bagaço da cana-de-açúcar (resíduos).
Fonte: a) JoséMoraes/iStock.com. b) Mailson Pignata/iStock.com. 
c) Atiwat Studio/iStock.com.
Resíduo sólido, conforme definido na Lei Federal nº 12.305, de 2 de 
agosto de 2010, e na norma ABNT NBR 10004:2004, é uma definição 
que inclui tanto os resíduos sólidos quanto os resíduos semissólidos 
e líquidos, porém a Lei, diferentemente da norma, trata também 
do estado gasoso, onde o armazenamento de gases em recipientes 
também é considerado resíduo sólido, conforme definições a seguir:
Resíduos sólidos: material, substância, objeto ou bem descartado 
resultante de atividades humanas em sociedade, a cuja destinação final se 
procede, se propõe proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados 
sólido ou semissólido, bem como gases contidos em recipientes e líquidos 
cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública 
de esgotos ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnica ou 
economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível. (Lei 
Federal nº12.305, 2 de agosto de 2010, item XVI art. 3)
Resíduos sólidos: Resíduos nos estados sólido e semi-sólido, que resultam 
de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, 
agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os 
lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados 
em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como 
determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu 
lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam 
1717 17
para isso soluções técnica e economicamente inviáveis em face à melhor 
tecnologia disponível. (ABNT NBR 10004:2004, item 3.1, p.1)
Os resíduos sólidos não podem ser confundidos com rejeito, uma vez 
que o rejeito é um resíduo sólido que já não pode mais ser reutilizado 
ou reciclado, seja por razões técnicas ou econômicas, ou seja pelo 
fato de não existir uma tecnologia capaz de permitir, por exemplo, 
a reciclagem desse resíduo, ou pelo fato de essa tecnologia existir, 
porém ser muito cara. Contudo, o destino do rejeito é a disposição 
final ecologicamente adequada para o tipo de resíduo, como, por 
exemplo, os aterros sanitários. 
Rejeitos: resíduos sólidos que, depois de esgotadas todas as possibilidades 
de tratamento e recuperação por processos tecnológicos disponíveis e 
economicamente viáveis, não apresentem outra possibilidade que não 
a disposição final ambientalmente adequada. (Lei Federal nº12.305, 2 de 
agosto de 2010, item XV art.3)
O consumo é um ato que segue o ciclo da natureza mantendo o seu 
balanço, porém quando temos um consumo exacerbado dos recursos 
naturais, o balanço natural é afetado, podendo até mesmo se tornar 
irreversível, como a extinção de uma dada espécie. Essa questão do 
consumo de recursos naturais é somada à geração de resíduos, que 
também pode ter um impacto negativo, afetando o balanço natural, 
resultando, por exemplo, na poluição dos rios e da atmosfera por meio 
da emissão de efluentes líquidos e gasosos. 
Além do consumismo, o aumento da população também apresenta 
efeito sobre o consumo humano em relação ao meio ambiente, por 
fim ainda se deve considerar os efeitos da globalização. Imaginando 
uma grande população, unindo este aspecto ao consumismo e à 
globalização, tem-se um grande potencial de degradação do meio 
ambiente, já que para saciar a demanda por produtos dos mais variados 
tipos, tem-se um grande uso dos recursos naturais, o que por fim 
resulta em grande geração de resíduos sólidos. 
1818 
Conforme dados citados por Hails et al. (2008), o consumo dos recursos 
naturais pelos seres humanos, no ano de 2008, excedia em 30% a 
capacidade de regeneração do mundo, deste modo o relatório conclui 
que se a humanidade continuar neste ritmo até meados de 2030 serão 
necessários 2 mundos para suprir as suas necessidades. Nesse ponto, 
o relatório menciona somente as questões de consumo, não levando 
em consideração a geração de resíduos, o que acentuaria ainda mais a 
degradação do planeta.
4. Importância dos 3R
A Lei Federal nº12.305, de 2 de agosto de 2010, estabelece uma ordem 
de prioridade para a gestão e o gerenciamento de resíduos sólidos, 
sendo que dentro dessa ordem nós encontramos os 3R (reduzir, reusar 
e reciclar). Essa ordem de prioridade é estabelecida no sentido de criar 
uma cultura sustentável, onde se deve evitar ou reduzir ao máximo 
a geração de resíduos, sendo que quando essas ações não forem 
possíveis, o resíduo gerado deve ter uma disposição final correta, de 
modo a evitar ou reduzir ao máximo os impactos ambientais.
Conforme definido pela referida lei, a redução da geraçãode resíduos 
sólidos deve ter precedência sobre a reutilização, sendo que esta última 
deve ter precedência sobre a reciclagem. Embora conceitualmente 
esta questão seja simples, a humanidade somente passou a praticá-
la nas últimas décadas, sendo que até os dias atuais ainda não temos 
uma preocupação cultural que seja bem disseminada, como exemplo 
podemos citar que em muitas cidades brasileiras a coleta seletiva ainda 
não é realizada, conforme divulgado pelo CEMPRE5 (2016), somente 18% 
dos municípios brasileiros possuem um sistema de coleta seletiva, o que 
abrange somente 15% da população brasileira. 
A redução é a primeira etapa dos 3R, sendo que esta consiste na 
diminuição da geração de resíduos por meios de reduções no 
5 CEMPRE (Compromisso Empresarial para Reciclagem)
1919 19
desperdício. Dessa forma, tem-se uma redução nos custos envolvidos no 
gerenciamento e no tratamento de resíduos. Como exemplos podemos 
citar a utilização de embalagens comestíveis, no lugar das tradicionais 
embalagens plásticas ou de papel, e a redução de matéria prima 
utilizada em algumas embalagens PET (politereftalato de etileno), onde 
são adotadas espessuras menores, reduzindo assim o uso de recursos 
naturais e a quantidade de resíduos gerados em peso, já que o volume 
ocupado continua sendo praticamente o mesmo. 
A segunda etapa é a reutilização, que seria a aplicação direta do 
material para a mesma atividade ou para qualquer outra. Um exemplo 
desse tipo pode ser visto para as garrafas de cerveja e refrigernete, que 
após o consumo do seu conteúdo seguem a proposta de reutilização 
e reciclagem. Elas podem ser reutilizadas após passar por um rigoroso 
processo de lavagem, sendo possível reutilizá-las por até 25 vezes, 
desde que isso ocorra em um período próximo de um ano. Após este 
período, independentemente da quantidade de lavagens, desde que 
não ultrapasse as 25 vezes, as garrafas são recicladas para a fabricação 
de novas garrafas. 
Dessa forma, a garrafa não chega a fase de reciclagem, onde essa é 
somente lavada e reutilizada. Outro exemplo de reutilização é muito 
aplicado por artistas plásticos, onde este utiliza um material como pneu 
ou garrafas já utilizadas na construção de artesanatos como cadeiras, 
mesas e até mesmo casas. 
A terceira etapa é a reciclagem, a qual deve ser aplicada somente após 
as outras duas possibilidades terem sido esgotadas. Sendo assim, tem-
se o retorno do resíduo para o processo produtivo, devendo este ser 
utilizado como matéria-prima em um novo processo. Um exemplo é o 
aço, onde os resíduos sólidos, como, por exemplo, as sobras das chapas 
de aço de uma estamparia são refundidas para serem utilizadas na 
fabricação de novas peças. 
O principal ponto da política dos 3R é conscientizar a população e 
a organização da importância na redução dos rejeitos. Portanto, 
2020 
como vimos ao longo deste tema, todos os materiais resultam em 
algum tipo de resíduo, que por vezes pode ser reutilizado pelo ser 
humano na forma como este se encontra. Caso a sua reutilização 
não seja possível, este pode ser reciclado. Apesar de a reutilização 
e a reciclagem serem ambientalmente corretas, o ideal é reduzir o 
consumo, de modo a preservar ao máximo o nosso meio ambiente, 
uma vez que a reciclagem, por exemplo, resulta em um novo processo 
de industrialização, necessitando de utilização de energia elétrica e 
insumos. Apesar de ser ecologicamente melhor do que um destino em 
aterros, ainda assim gera consumo de recursos naturais.
TEORIA EM PRÁTICA 
Você atua para uma empresa que produz peças em aço 
estampado. Como engenheiro de produto, você deve 
definir qual destino será dado para os resíduos sólidos 
gerados em cada processo. A empresa está planejando a 
produção de um novo produto: uma arruela, com diâmetro 
externo de 25 mm e diâmetro interno de 15 mm. Para este 
processo, utiliza-se como material de partida um disco com 
25 mm de diâmetro, que tem o seu interior puncionado 
para remoção de um disco menor com 15 mm. Portanto, 
como resultado temos o produto, que é a arruela, e um 
subproduto, que é o disco com diâmetro de 15 mm. 
Utilizando a visão dos 3Rs, quais propostas podem ser 
feitas visando à redução da degradação do meio-ambiente? 
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
1. Analise a definição de resíduos sólidos apresentada pela 
Lei Federal nº12.305, 2 de agosto de 2010:
2121 21
Resíduos sólidos: material, substância, objeto ou bem 
descartado resultante de atividades humanas em sociedade, 
a cuja destinação final se procede, se propõe proceder ou se 
está obrigado a proceder, nos estados sólido ou semissólido, 
bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas 
particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede 
pública de esgotos ou em corpos d’água, ou exijam para 
isso soluções técnica ou economicamente inviáveis em face 
da melhor tecnologia disponível. (Lei Federal nº12.305, 2 de 
agosto de 2010, item XVI art. 3)
Assinale a alternativa que traz somente atividades que 
não geram resíduos sólidos:
a. Produção de energia elétrica por meio da queima de 
combustíveis fósseis.
b. Consumo de alimentos em geral.
c. Produção automotiva em geral.
d. Produção de energia elétrica por meio de usinas 
eólicas e hidrelétricas.
e. Consumo de combustível nas indústrias para 
produção de bens de consumo, em geral.
2. Analise a sentença abaixo e assinale a 
alternativa correta: 
No processo de obtenção do etanol, temos um cenário 
composto por três fases. Na fase A, tem-se o plantio 
da cana-de-açúcar, a qual será utilizada como matéria-
prima. A fase B é composta pela industrialização da 
cana-de-açúcar, convertendo sua sacarose em etanol. 
2222 
Já na fase C temos como resultado do processo, além do 
produto, a obtenção do bagaço da cana-de-açúcar. 
a. A fase C retrata os rejeitos.
b. A fase C retrata os resíduos sólidos.
c. A fase B retrata os resíduos sólidos. 
d. A fase B retrata os rejeitos.
e. A fase A retrata os resíduos sólidos.
3. A Lei Federal nº 12.305/2010 estabelece uma ordem 
de prioridade para a gestão e o gerenciamento de 
resíduos sólidos, sendo que dentro dessa ordem nós 
encontramos os 3R, sendo esse um dos conceitos sobre 
o qual a química verde se apoia. Qual é a ordem correta 
de p para aplicação dos 3R. 
a. Reduzir/Reusar/Reciclar.
b. Reciclar/Reusar/Reduzir.
c. Reduzir/Reciclar/Reusar.
d. Reciclar/Reduzir/Reusar.
e. Reusar/Reduzir/Reciclar.
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http://dx.doi.org/10.1590/s0100-40422003000100020
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-40422003000100020
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http://www.respostatecnica.org.br/dossie-tecnico/downloadsDT/Mjc2NTI=
http://www.respostatecnica.org.br/dossie-tecnico/downloadsDT/Mjc2NTI=
2424 
Gabarito
Questão 1 – Resposta: D
Resolução: Tanto a queima de combustíveis, para geração de 
energia elétrica, quanto pela indústria, para produção de bens 
de consumo, tem-se como resultado o tratamento dos gases 
emitidos através da remoção de resíduos sólidos dos gases. 
Para os alimentos, podemos citar os embutidos, os quais vêm 
embalados em plástico, onde este plástico será removido e 
descartado pelo consumidor, sendo um resíduo sólido. Na linha 
de produção automotiva são gerados resíduos sólidos em diversas 
fases de industrialização, como, por exemplo, as sobras de material 
durante o processo de estampagem. Por fim, a produção de 
energia por meio de usinas eólicas e hidrelétricas não resultam em 
subprodutos, uma vez que esses utilizam ar e água para cumprir 
com sua função.
Questão 2 – Resposta: B
Resolução: Resíduos sólidos são resíduos nos estados sólido e 
semissólido, que resultam de atividades de origem industrial, 
doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. 
Como o “bagaço da cana-de-açúcar” se encontra no estado sólido 
e é resultado da atividade industrial, este se encontra dentro da 
classificação de resíduo sólido, não podendo ser rejeito, já que na 
atualidade este item vem sendo empregado, por exemplo, para a 
produção de energia elétrica.
Questão 3 – Resposta: A
Resolução: A ordem correta para aplicação dos 3R é reduzir/ 
reusar/reciclar.
2525 25
Tipos de resíduos e classificação 
dos resíduos, legislação e 
destinação final 
Autor: Bruno Pizol Invernizzi 
Objetivos
• Conhecer os tipos de resíduos que existem.
• Entender a forma de classificação dos resíduos.
• Compreender as diferenças entre as 
classificações de acordo com as normas 
técnicas e na legislação brasileira.
2626 
1. Os resíduos sólidos
Os resíduos acompanham a humanidade desde o seu primórdio, onde 
inicialmente esses resíduos eram limitados a restos de alimentos, tais 
como a carcaça de animais mortos deixados expostos ao ambiente 
pelos homens primatas, bem como os seus excrementos. Com o 
desenvolvimento da sociedade, novos tipos de resíduos foram surgindo, 
tais como os resultantes de processos industriais e até mesmo aqueles 
presentes no lixo doméstico, onde podemos citar o lixo eletrônico.
Com a evolução das formas de resíduos, a sua definição também teve 
de ser aperfeiçoada de forma que as normas e leis vigentes pudessem 
enxergar esses diversos tipos, classificar e tratar cada um deles de forma 
específica e correta. Para tal, utilizamos o termo “resíduo sólido”, que 
possui uma definição muito mais abrangente do que a empregada no 
cotidiano da maioria das pessoas. 
A correta definição desse termo, para que este seja aplicável à legislação 
brasileira é dada pela Lei nº 12.305 que institui a Política Nacional de 
Resíduos Sólidos (PNRS).
Resíduos sólidos: material, substância, objeto ou bem descartado 
resultante de atividades humanas em sociedade, a cuja destinação final se 
procede, se propõe proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados 
sólido ou semissólido, bem como gases contidos em recipientes e líquidos 
cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública 
de esgotos ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnica ou 
economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível. (Lei 
Federal nº 12.305, 2010, art. XVI)
Já para efeitos normativos, a correta definição para resíduos sólidos é 
dada pela norma NBR ISO 10004 (ABNT, 2004a, item 3.1).
Resíduos sólidos: resíduos nos estados sólido e semi-sólido, que resultam de 
atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de 
serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes 
2727 27
de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos 
e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos 
cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública 
de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnica e 
economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível. 
O primeiro ponto a ser observado é que ambas definições não possuem 
barreira para o estado físico dos resíduos, uma vez que esse pode se 
encontrar tanto no estadolíquido quanto sólido, semissólido ou gasoso. 
Outro ponto de congruência entre a norma e a legislação vem do fato de 
ambos assumirem que somente pode ser tratado como resíduo aquilo 
que for proveniente da atividade humana, portanto não podemos dizer 
que os restos de alimento deixados por um dado animal selvagem, como 
uma onça que se alimenta na mata, seja um resíduo sólido. Contudo, não 
consideramos que os processos naturais se enquadrem nessa definição.
Além disso, para que um líquido se enquadre na definição de resíduo 
sólido, esse deve ser considerado imprórpio para ser lançado 
diretamente na rede pública de esgoto ou em corpos de água, que 
são rios, mares, lagos, entre outros. Portanto, para definir se um dado 
efluente líquido é ou não um resíduo sólido, deve-se seguir a legislação 
local, que estabelece limites para cada substância presente neste, 
determinando se é próprio ou não para ser lançado diretamente em 
corpos de água ou na rede pública de esgoto.
Devemos nos lembrar que efluente é tudo aquilo que sai de um dado 
processo, portanto esse pode estar em qualquer estado físico, seja 
sólido, líquido ou gasoso, muito embora tenhamos o costume de 
utilizar esse termo para discriminar os líquidos que saem de um dado 
processo e que devem receber um tratamento de efluente anterior ao 
seu despejo na rede pública. Devemos desmistificar essa ideia, pois 
esse efluente líquido pode não ser tratado antes de ser lançado na rede 
pública e, mesmo assim, a empresa não cometerá nenhum crime, uma 
vez que o efluente gerado por ela atende às normas vigentes para tal, 
2828 
não se tratando de um resíduo sólido. Um exemplo é a água utilizada 
nos sanitários que são lançadas diretamente na rede pública de coleta, 
porém essa não pode ser lançada em corpos d’água.
Referente aos gases emitidos pelas chaminés de uma fábrica, podemos 
dizer que esses são resíduos sólidos também, correto? A resposta é 
não, pois esses são lançados na atmosfera e, conforme a legislação, 
para que esse seja considerado um resíduo sólido, deve estar contido 
em um recipiente.
Devemos nos atentar para uma questão em particular, assumir que um 
gás não é um resíduo sólido não é o mesmo que assumir que este não 
possui partículas que são consideradas como resíduos sólidos, uma vez 
que as partículas retidas em um filtro presente em chaminés industriais 
são classificadas como resíduo sólido. Portanto, para efeitos de norma, 
os gases emitidos não são resíduos sólidos, porém eles podem conter 
partículas de resíduos sólidos que devem ser removidas antes do gás 
ser lançado para a atmosfera, onde esse deve estar dentro dos níveis 
aceitáveis previstos em normas e leis vigentes para o setor em questão.
Neste ponto, existe uma questão: em qual situação um gás poderia 
estar contido em um recipiente? Entre outras respostas corretas, o 
principal ponto para tal vem das questões referentes aos créditos de 
carbono, onde é possível executar o armazenamento de monóxido 
de carbono para que esses créditos sejam concedidos, porém se deve 
salientar que existem outras formas de obtenção desses créditos, sendo 
esse apenas um exemplo.
ASSIMILE
Créditos de carbono são certificados emitidos quando 
ocorre uma redução, comprovada, na emissão de gases do 
efeito estufa. Tais certificados possuem valor monetário 
atribuído, que podem ser comercializados entre países, 
2929 29
possibilitando ao país comprador a maior emissão de 
gases, sem que este seja penalizado. Tal crédito foi criado 
para permitir que países desenvolvidos, que dependam de 
grandes emissões de carbono, possam continuar a fazê-
la sem ferir o acordo estabelecido no Protocolo de Kyoto, 
que estabelece uma meta de 5,2% de redução na emissão 
de gases de efeito estufa pelos países desenvolvidos. 
Quando um país adiquire os créditos de carbono, pode 
ficar abaixo da meta, porém levando em consideração a 
quantidade de créditos adiquiridos. 
Além das definições de resíduos sólidos dadas pela norma e pela lei, 
existe a definição de rejeito, que é de extrema importância, pois pode 
resultar em confusão com o termo resíduo sólido.
Rejeitos: resíduos sólidos que, depois de esgotadas todas as possibilidades 
de tratamento e recuperação por processos tecnológicos disponíveis e 
economicamente viáveis, não apresentem outra possibilidade que não a 
disposição final ambientalmente adequada. (Lei Federal nº 12.305, 2010, art. XV)
PARA SABER MAIS
O rejeito de minério de ferro vem ganhando destaque na 
mídia brasileira, desde o rompimento da barragem na 
cidade de Mariana (novembro de 2015) e posteriormente 
na cidade de Brumadinho (janeiro de 2019), ambas 
localizadas no estado de Minas Gerais, as quais eram 
responsáveis pela contenção desses rejeitos.
Conforme a definição de rejeito, não podemos dizer que um resíduo 
sólido é o resto de um dado processo que será descartado nos lixões e 
aterros, uma vez que esses exemplos de disposição final caberiam ao 
que definimos como sendo um rejeito.
3030 
Portanto, para efeitos de engenharia, pensando em um processo de 
produção, podemos dizer que qualquer subproduto é um resíduo sólido, 
porém a este ainda é possível a aplicação do 3R, onde esse resíduo 
sólido gerado pode ser reutilizado ou reciclado dentro da própria 
empresa ou fornecido para que uma outra empresa possa utilizá-lo 
como matéria-prima para um novo produto. Caso nenhuma dessas 
atitudes por parte da empresa seja possível, por inviabilidade econômica 
ou técnica, então teremos o chamado rejeito.
Um exemplo de rejeito que vem sendo muito comentado nos últimos 
anos é o rejeito proveniente do tratamento de minérios, o quail deve ser 
mantido enclausurado por meio da instalação de barregens, uma vez 
que na atualidade não existe um processo economicamente viável que 
permita a reutilização ou a recuperação desse material para uso.
Com relação a disposição final ambientalmente adequada aplicável aos 
rejeitos, essa atividade não pode ser confundida com a destinação final 
ambientalmente adequada.
Destinação final ambientalmente adequada: destinação de resíduos que 
inclui a reutilização, a reciclagem, a compostagem, a recuperação e o 
aproveitamento energético ou outras destinações admitidas pelos órgãos 
competentes do Sisnama, do SNVS e do Suasa, entre elas a disposição 
final, observando normas operacionais específicas de modo a evitar 
danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos 
ambientais adversos. (Lei Federal nº 12.305, 2010, art. VII)
Disposição final ambientalmente adequada: distribuição ordenada de 
rejeitos em aterros, observando normas operacionais específicas de modo 
a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os 
impactos ambientais adversos. (Lei Federal nº 12.305, 2010, art. VIII)
A diferença entre esses dois termos consiste na aplicação em relação 
a resíduo sólido e a rejeito, onde destinação final ambientalmente 
adequada é aplicável a ambos, uma vez que a destinação final pode ser 
um tratamento adequado para que um dado resíduo sólido retorne de 
3131 31
alguma forma à cadeia produtiva. A disposição final ambientalmente 
correta é dada somente para rejeitos, uma vez que se assume que estes 
não podem mais ser processados de forma alguma, devendo então ser 
dispostos de modo que resultem no mínimo impacto ambiental possível.
2. A classificação dos resíduos sólidos
A classificação dos resíduos sólidos, assim como a sua definição, 
também é realizada, no Brasil, por meio da Lei nº 12.305 e por meio da 
ABNT NBR 10.004, as quais divergem na forma de classificação.
A Lei nº 12.305 (BRASIL, 2010) classifica os resíduos sólidos de acordo 
com a sua origem e a sua periculosidade, enquanto a norma NBR 
ISO 10004 (ABNT, 2004a) os classifica somente conforme a sua 
periculosidade.
Conforme a Lei nº 12.305/2010 (BRASIL, 2010), a classificação conforme a 
origem do resíduo sólido quanto à origem é a seguinte:
• Resíduos domiciliares são aqueles gerados nas residências, 
independentementede essas estarem localizadas em meio 
urbano ou rural.
• Resíduos de limpeza urbana são aqueles gerados pelos serviços 
de varrição, pela limpeza de estabelecimentos, terrenos, casas, 
entre outros, limpeza das vias públicas e quaisquer outros locais 
públicos que possam se enquadrar como limpeza urbana.
• Resíduos sólidos urbanos são os resíduos domiciliares e os 
resíduos de limpeza urbana.
• Resíduos de estabelecimentos comerciais e de prestadores de 
serviço são aqueles gerados por essas atividades, porém não 
são considerados os resíduos sólidos mencionados em outras 
classificações presentes na Lei 12.305 (BRASIL, 2010).
3232 
• Resíduos dos serviços públicos de saneamento básico são 
aqueles gerados por essas atividades, porém não se deve 
considerar para tal aqueles que são classificados como sendo 
resíduos sólidos urbanos.
• Resíduos sólidos industriais são aqueles que resultam de 
processos produtivos e das instalações industriais.
• Resíduos de serviço de saúde são aqueles gerados pelos 
serviços de saúde, conforme definido pelo SISNAMA (Sistema 
Nacional do Meio-Ambiente) e pelo SNVS (Sistema Nacional de 
Vigilância Sanitária).
• Resíduos da construção civil são aqueles gerados pela 
construção civil, provenientes de reformas, reparos e 
demolições, o que inclui a preparação e a escavação de terrenos 
visando que serão utilizados.
• Resíduos agrassilvopastoris são aqueles resultantes das atividades 
agropecuárias e silviculturais, o que inclui todos os resíduos 
relacionados a insumos utilizados por essas atividades.
• Resíduos de serviços de transporte são aqueles origanados 
em portos, aeroportos e terminais rodoviários, alfandegários e 
ferroviários e passagens de fronteira.
• Resíduos de mineração são todos os resíduos resultantes das 
atividades de pesquisa, extração ou beneficiamento de minérios.
Essas são as 11 fontes geradoras de resíduos, porém, para cada uma 
dessas fontes, deve-se avaliar a periculosidade dos resíduos sólidos, 
a qual, conforme a Lei nº 12.305 (BRASIL, 2010), pode ser dividida em 
resíduos sólidos perigosos e não perigosos, onde os produtos perigosos 
possuem uma definição própria, enquanto os produtos não perigosos 
são todos aqueles que não se enquadram nessa definição.
3333 33
Resíduos perigosos: aqueles que, em razão de suas características de 
inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade, patogenicidade, 
carcinogenicidade, teratogenicidade e mutagenicidade, apresentam 
significativo risco à saúde pública ou à qualidade ambiental, de acordo 
com lei, regulamento ou norma técnica. (BRASIL, 2010)
A norma NBR 10004 (ABNT, 2004a) classifica os resíduos em duas classes 
distintas: a classe I, que trata dos resíduos perigosos, e a classe II que 
trata dos resíduos não perigosos. Esta última é subdividida em duas 
outras classes: a classe IIA, utilizada para os resíduos não inertes, e a 
classe IIB, utilizada para resíduos inertes.
Os produtos pertencentes à classe I são aqueles que possuem 
características como inflamabilidade, corrosividade, reatividade, 
toxicidade e patogenicidade, onde cada uma dessas características 
recebe um código diferente para facilitar a sua identificação e 
segregação, além de facilitar durante a tomada de providências 
quanto a sua aplicação, transporte, armazenagem e destinação final 
ambientalmente adequada (ABNT, 2004a).
Os produtos inflamáveis recebem o código D001, devendo este receber 
tal classificação após a sua avaliação, que deverá ser executada através 
da aplicação de normas técnicas específicas quanto ao seu ponto de 
fulgor, quando sólido, em dadas condições de pressão e temperatura, 
entre outras detalhadas por norma, este deve ser capaz de produzir 
fogo. Ainda existem outros dois pontos que a norma avalia, onde o 
resíduo será considerado inflamável se atender a qualquer uma dessas 
características, ou até mesmo mais de uma delas (ABNT, 2004a).
Caso o produto seja considerado corrosivo, de acordo com ensaios 
químicos específicos para determinação de características como pH 
e corrosividade, onde seja constatada a sua corrosividade, então o 
material recebe o código D002 (ABNT, 2004a).
Para o caso de materiais considerados reativos, o código de identificação 
será o D003, devendo esse material ser avaliado conforme normas 
3434 
aplicáveis, onde seja possível constatar questões como reações violentas 
com a água, podendo inclusive resultar em explosões, ou ainda se essa 
reação resultar na produção de gases, vapores ou fumos tóxicos, que 
possam vir a agredir a saúde humana ou o meio ambiente. Existem 
outras situações para teste que não envolvem água, mas onde seja 
constatado um comportamento explosivo. Caso o material atenda a um 
ou mais desses requisitos, esse será considerado reativo (ABNT, 2004a).
O resíduo deverá ser considerado patogênico, recebendo o código 
D004, quando: 
Contiver ou se houver suspeita de conter, microorganismos atogênicos, 
proteínas virais, ácido desoxiribonucléico (ADN) ou ácido ribonucléico 
(ARN) recombinantes, organismos geneticamente modificados, plasmídios, 
cloroplastos, mitocôndrias ou toxinas capazes de produzir doenças em 
homens, animais ou vegetais. (ABNT, 2004a)
Por fim, os resíduos poderão receber ainda as identificações de D005 a 
D052 quando forem considerados tóxicos, o que deve ser realizado através 
da análise por meio do ensaio de lixiviação, a ser executado conforme a 
norma ABNT NBR 10005:2004 (ABNT, 2004b), devendo ser identificada a 
presença de substâncias presentes no anexo F da norma, onde é dada 
uma porcentagem máxima aceitável para cada uma das susbtâncias, de 
modo que acima dessa porcentagem o resíduo será considerado tóxico.
Além do anexo F mencionado para determinação de resíduos tóxicos, 
existem outros anexos presentes nessa norma que variam de A a H, 
onde o anexo B traz alguns materiais perigosos obtidos por fontes 
específicas, relatando onde exatamente esse pode ser encontrado e a 
sua característica de periculosidade. O anexo A, por sua vez, traz alguns 
materiais perigosos obtidos por fontes não específicas.
Os anexos C, D e E consistem em listas de substâncias que conferem 
periculosidade aos resíduos, onde os anexos D e E são focados nas 
substâncias tóxicas.
O anexo H contém uma lista com alguns resíduos classificados como 
não sendo perigosos. Já o anexo G é utilizado na determinação dos 
3535 35
resíduos não perigosos, para que esses possam ser classificados como 
inertes ou não inertes.
Para os resíduos que não se enquadram na classificação de perigosos, 
deve-se realizar testes conforme a norma ABNT NBR 10006 (ABNT, 
2004c), onde esses são colocados em contato dinâmico e estático com a 
água destilada ou deionizada. Nesse teste, deve-se avaliar se o resíduo 
em análise é solubilizado pela água. Caso ocorra a solubilização, para 
que o resíduo seja considerado inerte, os valores referentes a cada 
substância solubilizada deverão ser inferiores aos valores presentes na 
tabela G, caso contrário esse será considerado como um resíduo não 
perigoso, porém não inerte.
Conforme descrito na norma ABNT NBR 10004 (ABNT, 2004a), os 
resíduos classe IIA não perigosos e não inertes possuem algumas 
propriedades que podem ser requeridas para alguns produtos, tais 
como a biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água.
Visando um melhor entendimento sobre o método a ser seguido 
para classificação de um resíduo, a norma ABNT NBR 10004 (ABNT, 
2004a) traz um fluxograma contendo a sequência das etapas a serem 
empregadas para a classificação.
Figura 1 – Caracterização e classificação de resíduos, 
conforme a norma ABNT NBR 10.004
Fonte: adaptada de ABNT NBR 10004 (ABNT, 2004a).
3636 
3. A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS)
A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) foi instituída pela 
Lei Federal nº 12.305 (BRASIL, 2010), que tem por objetivo o 
gerenciamento dos resíduos sólidos, bem como a responsabilidade 
dos setores públicos e privados sobre tal questão. Portanto,a 
lei nº 12.305 vai além da classificação dos resíduos sólidos, não 
sendo aplicável somente aos resíduos radioativos, uma vez que a 
responsabilidade sobre esses é da Comissão Nacional de Energia 
Nuclear (CNEN), possuindo legislação específica.
Dentre os princípios da PNRS, podem ser destacados a prevenção e a 
precaução, o princípio do poluidor-pagador e do protetor-recebedor, a 
ecoeficiência e a responsabilidadecompartilhada pelo ciclo de vida do 
produto. Por meio desses princípios, é possível notar que a preservação 
do meio ambiente é realizada pela interação entre os diversos setores, 
onde a PNRS cita limites e responsabilidades, por exemplo, para os 
municípios, para os estados e para as empresas do setor privado, 
estabelecendo a ideia de quem polui mais deve também pagar mais.
Dentre os objetivos, podem ser destacados a preservação da saúde 
pública e do meio ambiente,por meio da sustentabilidade e do 
desenvolvimento de novas tecnologias que busquem a redução 
do consumo de recursos naturais, criando cadeias produtivas mais 
sustentáveis.
Dos instrumentos utilizados pela PNRS podem ser citados a pesquisa 
científica e tecnologia, a educação ambientala coleta seletiva, os 
incentivos fiscais, financeiros e creditícios fornecidos pelo governo 
e a criação do sistema nacional de informações sobre a gestão de 
resíduos (SINIR).
Sistema de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos – SINIR: tem 
como objetivo armazenar, tratar e fornecer informações que apoiem as 
funções ou processos de uma organização. Essencialmente é composto 
3737 37
de um sub-sistema formado por pessoas, processos, informações e 
documentos, e um outro composto por equipamentos e seus meios de 
comunicação. (MMA, [201-])
O ciclo de vida do produto que tem por objetivo mapear todas as etapas 
que envolvem o desenvolvimento do produto, desde a obtenção da 
matéria prima até a disposição final, também é incentivado pela PNRS.
Além do PNRS, a lei nº 12.305 (BRASIL, 2010) prevê que os estados e 
municípios também devem fazer os seus planos de resíduos sólidos, bem 
como as empresas privadas que atendam aos requisitos presentes na 
seção V presente no capítulo II dessa lei, onde dá-se ênfase aos geradores 
de resíduos perigosos e empresas de construção civil, entre outros.
No artigo 33, presente na seção II do capítulo III da lei nº 12.305 (BRASIL, 
2010), é colocada a obrigatoriedade de estruturação e implementação 
de um sistema de logística reversa por parte das organizações privadas, 
isentando os estados, municípios e a federação da coleta de alguns 
produtos específicos, tais como pilhas, pneus, óleos lubrificantes, 
agrotóxicos, entre outros.
Por fim, o capítulo IV presente na lei nº12.305 (BRASIL, 2010) trata, nos 
artigos de 37 a 41, dos resíduos perigosos, onde é descrita, por exemplo, 
a necessidade de autorização ou licenciamento de empreendimentos 
que gerem ou operem resíduos perigosos, devendo esses serem 
avaliados por autoridades competentes, além da necessidade da criação 
de um plano de gerenciamento de resíduos perigosos.
4. Outras leis aplicáveis
Além da lei nº12.305 (BRASIL, 2010), existem outras leis, decretos, 
portarias e resoluções que são aplicáveis aos resíduos sólidos, onde se 
pode destacar os seguintes documentos:
3838 
• Resolução CONAMA nº 481 (BRASIL, 2017), que estabelece 
critérios e procedimentos para garantir o controle e a qualidade 
ambiental do processo de compostagem de resíduos orgânicos, 
e dá outras providencias.
• Resolução CONAMA nº 450 (BRASIL, 2012), que dispõe sobre 
recolhimento, coleta e destinação final de óleo lubrificante usado 
ou contaminado.
• Resolução CONAMA nº 404 (BRASIL, 2008), que estabelece critérios 
e diretrizes para o licenciamento ambiental de aterro sanitário de 
pequeno porte de resíduos sólidos urbanos.
• Resolução CONAMA nº 375 (BRASIL, 2006), que define critérios e 
procedimentos para o uso agrícola de lodos de esgoto gerados 
em estações de tratamento de esgoto sanitário e seus produtos 
derivados, e dá outras providências.
• Resolução CONAMA nº 358 (BRASIL, 2005), que dispõe sobre 
o tratamento e a disposição final dos resíduos dos serviços de 
saúde e dá outras providências.
• Resolução CONAMA nº 307 (BRASIL, 2002), que estabelece 
diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos 
da construção civil.
• Resoluão CONAMA nº 23 (BRASIL, 1996), que dispõe sobre as 
definições e o tratamento a ser dado aos resíduos perigosos, 
conforme as normas adotadas pela Convenção da Basiléia 
sobre o Controle de Movimentos Transfronteiriços de Resíduos 
Perigosos e seu Depósito.
• Resolução CONAMA nº 5 (BRASIL, 1993), que dispõe sobre 
o gerenciamento de resíduos sólidos gerados nos portos, 
aeroportos, terminais ferroviários e rodoviários.
3939 39
TEORIA EM PRÁTICA 
Você é o engenheiro responsável pela destinação 
final em uma empresa de demolição que atua 
prestando serviços para o setor público. Essa empresa 
foi contratada para a demolição de uma instalação 
hospitalar, porém durante essa demolição surgiu uma 
dúvida: “Qual a correta classificação e tratativa para 
os materiais presentes neste estabelecimento, uma 
vez que entre esses materiais existem alguns que 
foram utilizados para a construção das instalações de 
radiologia”. Avalie essa questão, cite qual documento 
deve ser aplicado nessa avaliação e qual a correta 
classificação e destinação final para esses produtos.
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
1. A lei nº12.305 (BRASIL, 2010) define diversos termos 
comumente aplicados aos resíduos sólidos. A questão 
da definição é de suma importância, uma vez que 
setores diferentes de uma mesma organização, por 
exemplo, podem ter diferentes entendimentos sobre 
um determinado termo. Contudo, avalie as alternativas 
abaixo e assinale aquela que traz a correta definição 
para o termo rejeito
a. Resíduos sólidos que não apresentem outra 
possibilidade que não a disposição final 
ambientalmente adequada.
4040 
b. Efluentes sólidos, líquidos ou gasosos que não podem 
ser lançados diretamente na rede pública de esgoto, 
sem passar por um tratamento prévio
c. Resíduos sólidos que ainda podem ser reaproveitados 
para reciclagem e reutilização.
d. Resíduos que após passarem por processos, seguindo 
a sequência lógica do 3R, podem ser reaproveitados
e. Resíduos sólidos que apresentam significativo risco à 
saúde pública ou à qualidade ambiental
2. Assinale a alternativa que corresponde ao termo que 
pode ser definido por: “aplicável especificamente 
aos resíduos sólidos, tem como objetivo armazenar, 
tratar e fornecer informações que apoiem as funções 
ou processos de uma organização. Essencialmente é 
composto de um sub-sistema formado por pessoas, 
processos, informações e documentos, e um outro 
composto por equipamentos e seus meios de 
comunicação” (Lei n°12.305/2010). 
a. CONAMA.
b. SISEMA.
c. SINISA.
d. SINIR.
e. SINIMA.
3. Analise a figura abaixo e responda:
4141 41
a. Os resíduos perigosos são divididos em inerte e 
não-inerte.
b. Caso o material possua constituintes que são 
solubilizados em concentrações superiores ao anexo 
G, esse deverá ser classificado como pertencente à 
classe IIA.
c. Caso o material conste no anexo A, não se pode 
concluir nada a respeito da sua periculosidade.
d. Para que a análise seja realizada de forma correta, 
deve ser iniciada pela avaliação de inércia química 
onde o material será definido como perigoso ou 
não perigoso.
e. Caso o material seja inflamável, esse deverá ser 
considerado como pertencente à classe II.
4242 
Referências bibliográficas
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT. NBR 10004: resíduos 
sólidos – classificação. 2. ed. Rio de Janeiro: ABNT, 2004. 71 p.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT. NBR 10005: procedimento 
para obtenção de extrato lixiviado de resíduos sólidos. 1. ed. Rio de Janeiro: ABNT, 
2004b. 16 p.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT. NBR 10006: procedimento 
para obtenção de extrato solubilizadode resíduos sólidos. 2. ed. Rio de Janeiro: 
ABNT, 2004c. 71 p.BRASIL. Constituição (2010). Lei nº 12305, de 2 de agosto de 
2010. Política Nacional de Resíduos Sólidos. 3. ed. Brasília, DF, 2 ago. 2010.
BRASIL. Resolução CONAMA n° 5, de 5 de agosto de 1993. Gerenciamento 
de resíduos sólidos gerados nos portos, aeroportos, terminais ferroviários e 
rodoviários. Publicado no D.O.U. nº 166, de 31 agosto 1993.
BRASIL. Resolução CONAMA n° 23, de 7 de dezembro de 1994. Institui 
procedimentos específicos para o licenciamento de atividades relacionadas à 
exploração e lavra de jazidas de combustíveis líquidos e gás natural. Publicado no 
D.O.U. nº 248, de 30 dezembro 1994.
BRASIL, Resolução CONAMA n° 307, de 5 de julho de 2002. Estabelece diretrizes, 
critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil. Publicado 
no D.O.U. nº 136, de 17 julho 2002.
BRASIL. Resolução CONAMA n° 358, de 29 de abril de 2005. Tratamento e a 
disposição fi nal dos resíduos dos serviços de saúde e dá outras providências. 
Publicado no D.O.U. nº 84, de 4 maio 2005.
BRASIL. Resolução CONAMA n° 375, de 29 de agosto de 2006. Define critérios e 
procedimentos, para o uso agrícola de lodos de esgoto gerados em estações de 
tratamento de esgoto sanitário e seus produtos derivados, e dá outras providências. 
Publicado no D.O.U., de 30 agosto 2006.
BRASIL. Resolução CONAMA n° 404, de 11 de novembro de 2008. Estabelece 
critérios e diretrizes para o licenciamento ambiental de aterro sanitário de 
pequeno porte de resíduos sólidos urbanos. Publicado no D.O.U. nº 220, de 12 
novembro 2008.
BRASIL. Resolução CONAMA n° 450, de 6 de março de 2012. Altera os arts. 9º, 16, 19, 
20, 21 e 22, e acrescenta o art. 24-A à Resolução nº 362, de 23 de junho de 2005, do 
Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA, que dispõe sobre recolhimento, 
coleta e destinação final de óleo lubrificante usado ou contaminado. Publicado no 
D.O.U., de 7 março 2012.
BRASIL. Resolução CONAMA n°481, de 3 de outubro de 2017. Estabelece critérios 
e procedimentos para garantir o controle e a qualidade ambiental do processo 
de compostagem de resíduos orgânicos, e dá outras providências. Publicado no 
D.O.U., de 04 outubro 2017.
4343 43
JURAS, Ilidia da Ascenção Garrido Martins. Legislação sobre resíduos sólidos: 
Comparação da Lei 12.305/2010 com a Legislação de Países Desenvolvidos. Brasília: 
Câmara dos Deputados, 2012. 55 p. Consultoria Legislativa da Câmara dos Deputados. 
Disponível em: http://www2.camara.leg.br/a-camara/documentos-e-pesquisa/estudos-
e-notas-tecnicas/areas-da-conle/tema14/2012_1658.pdf. Acesso em: 12 ago. 2019.
MMA. Ministério do Meio Ambiente. Manejo de resíduos sólidos urbanos – destaques 
da Polítca Nacional de Resíduos Sólidos. [201-]. Disponível em: https://www.mma.gov.
br/estruturas/srhu_urbano/_arquivos/folder_pnrs_125.pdf. Acesso em: 25 nov. 2019.
PUPIN, Patrícia Lopes Freire; BORGES, Ana Claudia Giannini. Acertos e 
Contradições na Interpretação da Lei 12.305/10 nos Planos Municipais de Gestão 
Integrada de Resíduos Sólidos da Microrregião de Jaboticabal/SP. Revista 
Nacional de Gerenciamento de Cidades, [s.l.], v. 3, n. 15, p.158-175, 1 set. 
2015. ANAP - Associacao Amigos de Natureza de Alta Paulista. http://dx.doi.
org/10.17271/231884723152015.
Gabarito
Questão 1 – Resposta: A
Resolução: Todo rejeito é um resíduo sólido que não pode ser 
recuperado para retornar ao processo por meios que sejam 
economicamente ou tecnicamnente viáveis, devendo esses serem 
encaminhados para a disposição final ambientalmente adequada, 
portanto a alternativa (a) é a correta. As alternativas (b) (c) e (d) se 
enquadram na definição de resíduos sólidos, e não na definição de 
rejeito. A alternativa (e) é a correta definição de resíduos perigosos, 
que não necessariamente são rejeitos. 
Questão 2 – Resposta: D 
Resolução: O termo cuja definição dada se aplica é o Sistema 
Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos 
(Sinir). CONAMA é a sigla para Conselho Nacional do Meio 
Ambiente, não se tratando de um sistema, conforme indicado pela 
definição. SISEMA é o sistema estadual do meio ambiente, aplicável 
para Minas Gerais. SINISA é o sistema nacional de informações em 
saneamento básico. SINIMA é o sistema nacional de informação 
sobre o meio ambiente 
http://www2.camara.leg.br/a-camara/documentos-e-pesquisa/estudos-e-notas-tecnicas/areas-da-conle/tem
http://www2.camara.leg.br/a-camara/documentos-e-pesquisa/estudos-e-notas-tecnicas/areas-da-conle/tem
https://www.mma.gov.br/estruturas/srhu_urbano/_arquivos/folder_pnrs_125.pdf
https://www.mma.gov.br/estruturas/srhu_urbano/_arquivos/folder_pnrs_125.pdf
http://dx.doi.org/10.17271/231884723152015
http://dx.doi.org/10.17271/231884723152015
4444 
Questão 3 – Resposta: B 
Resolução: Os resíduos não-perigosos são divididos em inerte 
e não-inerte, enquanto os resíduos classificados como sendo 
perigosos não possuem subdivisão, portanto a alternativa (a) 
está errada. Caso os materiais constem no anexo A ou no anexo 
B, esse será considerado perigoso, portanto a alternativa (c) está 
errada. A análise para classificação dos resíduos sólidos deve ser 
iniciada pela periculosidade, e não pela inercia química, portanto, a 
alternativa (d) está errada. Os materiais inflamáveis são perigosos, 
portanto pertencem à classe I, contudo a alternativa (e) está errada. 
4545 45
Normas da série ISO 14001 
Autor: Bruno Pizol Invernizzi 
Objetivos
• Entender processo de criação das normas.
• Conhecer a norma ABNT NBR ISO 14001.
• Entender o processo de auditoria das normas 
de um sistema de gestão.
• Conhecer outras normas da série ISO 14000.
4646 
1. ISO, ABNT e suas normas
Imagine que durante a colocação do estepe você perdeu uma das porcas 
que prende o pneu do seu carro à roda. Como você procederia para 
comprar uma nova porca?
A resposta é muito simples, basta você ir até uma loja e dizer qual a 
serventia da porca, qual é o modelo e ano do seu carro. De uma forma 
muito simples, é possível levantar a especificação dessas porcas em uma 
loja especializada em peças para automóveis ou até mesmo pela internet.
Porém, isso somente é possível devido às especificações técnicas que 
garantem a uniformidade da porca que está sendo adquirida, de modo a 
garantir que ela servirá no seu carro da mesma forma que a anterior servia.
Perceba que sem a especificação, você teria que testar cada um 
dos modelos de porcas disponíveis na loja, portanto, as normas e 
especificações técnicas servem exatamente para garantir a uniformidade 
de produtos e, em alguns casos, processos, visando à segurança e 
satisfação dos clientes, de modo que este possa comprar um mesmo 
produto em qualquer lugar do mundo.
Logicamente que tudo seria mais fácil se todos utilizassem as mesmas 
normas, o que não ocorre, uma vez que cada país possui as suas 
próprias normas, podendo estas divergirem em aspectos técnicos, como 
dimensões e limites de resistência.
Para sanar, ou ao menos reduzir tais problemas, existe a ISO 
(International Organization for Standardization – Organização 
Internacional para Padronização), que é responsável por escrever 
normas técnicas que sejam de interesse internacional, garantindo que 
um dado produto seja fornecido da mesma forma em todos os países 
que utilizam essas normas como base.
Cada país possui as suas normas e entidades próprias, que podem 
se basear nas normas da ISO, visando ao atendimento de demandas 
4747 47
globais. Então, pensando dessa forma, a engenharia não apresenta 
diferenças ao redor do mundo?
Não é bem assim, uma vez que existem normas específicas de cada 
país que podem não estar alinhadas com as normas da ISO, uma vez 
que cada país possui interesses próprios. Um exemplo típico seria olhar 
para as normas dos EUA, as quais utilizam basicamente o sistema de 
medição em polegadas (sistema inglês), enquanto a norma ISO utiliza 
o sistema métrico, que possui medidas com base em milímetros. 
Portanto, temos um impasse neste ponto, o que poderesultar em 
problemas de ordem prática.
Quando falamos nas normas de Sistemas de Gestão, tais como as 
normas ISO 9001 (Sistema de Gestão da Qualidade), ISO 14001 (Sistema 
de Gestão Ambiental) e ISO 45001 (Sistema de Gestão da Segurança e 
Saúde no Trabalho), isso não acontece, uma vez que os países membros 
da ISO adotaram essas normas em seus sistemas produtivos para 
garantir a intercambialidade desses sistemas entre países. 
A ISO é constituída por 164 países membros, dentre os quais inclui-se o 
Brasil, que participam da produção das normas técnicas publicadas por 
essa instituição. A participação de cada país é realizada por meio das 
instituições responsáveis pelo estabelecimento de padrões e normas em 
tais países, os quais são tidos como membros da ISO.
No caso do Brasil, a instituição responsável é a ABNT (Associação 
Brasileira de Normas Técnicas), que foi fundada no ano de 1940, 
tendo sido reconhecida pelo Governo Federal como Foro Nacional de 
Normalização, que é responsável pelas normas técnicas, através da Lei 
nº 4.150 de 1962. Embora a ABNT seja reconhecida como a entidade 
responsável pelas normas técnicas, é uma instituição não-governamental, 
tratando-se de uma entidade privada sem fins lucrativos.
Para a elaboração das normas técnicas da ABNT, que recebem o nome 
de ABNT NBR, são utilizados diferentes órgãos internos, que são os 
4848 
Comitês Brasileiros (ABNT/CB), os Organismos de Normalização Setorial 
(ABNT/ONS) e as Comissões de Estudos Especiais (ABNT/CEE).
Os comitês brasileiros são responsáveis por coordenar, planejar 
e executar as atividades normativas da instituição, enquanto os 
organismos de normalização setorial são comitês brasileiros que tratam 
de assuntos setoriais específicos. As comissões de estudo, que fazem 
parte dos comitês brasileiros, são criadas com o intuito de elaborar e 
revisar as normas técnicas da ABNT.
Para elaboração de uma nova norma técnica, o processo é iniciado 
por meio de uma demanda, podendo ter como origem a solicitação 
de uma pessoa física, uma organização governamental ou não, uma 
entidade ou um organismo regulador, como, por exemplo, o IBAMA 
(Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais 
Renováveis), para o caso das normas ambientais. Para tal, o tema a ser 
abordado deve ser levado à ABNT, para que esta possa analisar se é 
pertinente ou não a criação de uma norma para este assunto. Caso a 
solicitação seja validada, é aberta uma consulta nacional, sendo essa 
divulgada pela ABNT para que todas as partes interessadas no assunto 
possam se manifestar sobre. 
Dessa forma, a normalização é realizada de forma democrática, onde 
qualquer parte envolvida pode solicitar a criação de uma norma, porém 
para que essa seja aprovada, todas as partes envolvidas podem opinar 
sobre o assunto em questão, inclusive pessoas físicas. Logicamente que, 
após a conclusão da consulta nacional, os resultados são analisados 
pelo comitê técnico responsável, que irá avaliar se a norma pode ser 
validada como está ou não, garantindo assim que possua validade 
técnica e seja relevante para a instituição, o país e as partes envolvidas. 
O mesmo processo pode ser seguido para a ISO, onde caso um dado 
país queira, este pode sugerir a criação de uma norma internacional, 
tendo por base uma norma criada pela sua entidade normalizadora.
4949 49
PARA SABER MAIS
Como vimos, a entidade normalizadora no Brasil é a 
ABNT, mas e em outros países, quais entidades são 
responsáveis pela normalização? Nos EUA, por exemplo, 
a ASTM (American Society for Testing and Materials), a 
ASME (American Society of Mechanical Engineers) e a 
SAE (Society of Automotive Engineers) são algumas das 
entidades responsáveis pela normalização, onde cada 
uma é responsável por um dado segmento. Na França, a 
entidade normalizadora é a AFNOR (Association Françoise de 
Normalisation), na Alemanha é a DIN (Deutsches Institut für 
Normung), no Japão é a JIS (Japonese Industrial Standards) e 
na Inglaterra é a BSI (British Standards Institution).
2. ABNT NBR ISO 14001:2015
O Comitê Brasileiro de Gestão Ambiental (ABNT/CB-038) e pela 
Comissão de Estudo de Sistema de Gestão Ambiental (CE-038.001.001). 
A elaboração da norma ABNT NBR ISO 14001:2015 seguiu de perto a ISO 
14001:2015, considerando os aspectos técnicos, estrutura e redação.
ASSIMILE
Devemos ter cuidado com a nomenclatura das normas 
NBR (Normas Brasileiras), uma vez que existem as normas 
brasileiras, produzidas com numeração de forma seriada 
pela ABNT, as quais tratam de temas relevantes às 
instituições brasileiras, porém também existe as normas 
ABNT que são baseadas em normas ISO, que seguem uma 
5050 
numeração internacional. Como exemplo, podemos citar 
a norma ABNT NBR 14006, que é aplicável para móveis 
escolares, não sendo pertencente à mesma série da norma 
ABNT NBR ISO 14001. Porém, existe a norma ABNT 
NBR ISO 14006 que trata de diretrizes para incorporar 
o ecodesign, sendo uma norma do sistema de gestão 
ambiental. Portanto, deve-se cuidar em relação à presença 
da nomenclatura ISO nas normas ABNT baseadas em 
normas ISO, pois a numeração dessas pode ser a mesma, 
porém tratando de assuntos distintos.
A ABNT NBR ISO 14001 traz, como sendo objetivos de um sistema 
de gestão ambiental, a provisão de uma estrutura que seja capaz 
de condizer as empresas à proteção ambiental e à sustentabilidade. 
Segundo a norma ABNT NBR ISO 14001 (ABNT, 2015), essa norma 
auxilia as empresas nos desenvolvimentos dos seguintes meios, que são 
utilizados para atingir esses objetivos:
• A empresa deve possuir meios de prevenir ou mitigar os impactos 
ambientais adversos.
• A empresa deve possuir meios para mitigar efeitos adversos do 
meio ambiente na organização.
• A empresa deve ser capaz de atender a requisitos legais e outros 
requisitos que impactem na sustentabilidade do meio-ambiente e 
da própria empresa.
• A empresa deve possuir meios de implementar e controlar o 
aumento do seu desempenho ambiental.
• A empresa deve possuir meios de controlar ou influenciar os 
seus produtos e serviços desde o seu projeto até o seu descarte, 
prevendo e prevenindo possíveis impactos ambientais no ciclo de 
vida do produto.
5151 51
• A empresa deve ser capaz de alcançar benefícios financeiros e 
operacionais que resultem na sustentabilidade dos seus processos.
• A empresa deve possuir meios que permitam o conhecimento de 
todas as informações, pertinentes as questões ambientais, pelas 
partes interessadas.
O sistema de gestão ambiental, assim como todos os demais sistemas 
de gestão baseados nas normas ISO, como é o caso da norma ISO 9001 
(Sistema de Gestão da Qualidade), deve buscar a melhoria contínua por 
meio da aplicação do ciclo PDCA (Planejar – Fazer – Checar – Agir). 
A norma em questão permite que a empresa realize autoavaliações 
do seu sistema de gestão ambiental, buscando confirmações da sua 
conformidade por meio da geração de evidências, de modo que as 
partes interessadas possam ser asseguradas sobre essas conformidades. 
Também é parte dessa norma a certificação para que a empresa possa 
comprovar junto à sociedade a eficiência e eficácia dos seus processos, 
assegurando que esta segue na busca da sustentabilidade.
O escopo da norma ABNT NBR ISO 14001 (ABNT, 2015) traz a 
abrangência dessa norma, o qual possui seu foco voltado para a 
sustentabilidade, resultando não somente em ganhos para o meio-
ambiente e a sociedade, mas também em ganhos para os acionistas 
e colaboradores, cobrindo dessa forma todas as partes interessadas 
através do aumento do desempenho ambiental, do atendimento a 
todos os requisitos legais e outros requisitos julgados como necessários, 
seja por partes internas ou externas, e através do alcance de objetivos 
ambientais traçados pela empresa, os quais devem ser acompanhados 
por meio de indicadores.
Esta Norma especifica os requisitos para um sistema de gestão ambiental 
que uma organização pode usar para aumentar seu desempenho 
ambiental.Esta Norma é destinada ao uso por uma organização que busca 
gerenciar suas responsabilidades ambientais de uma forma sistemática, 
que contribua para o pilar ambiental da sustentabilidade. (ABNT, 2015)
5252 
A norma ABNT NBR ISO 14001:2015 é uma norma facultativa, não 
sendo obrigatória. Porém, conforme descrito em seu escopo, essa pode 
ser implementada por empresas que buscam um aumento real de 
desempenho ambiental, o qual resultará em ganhos, por exemplo, por 
meio da redução de desperdícios e do aumento do desempenho dos 
materiais e processos aplicados. Além disso, uma empresa que possui 
um sistema de gestão ambiental eficaz terá mais dados para comprovar 
as partes interessadas, tais como o cliente e os órgãos governamentais, 
o atendimento a requisitos legais. Pelo escopo da norma, esta é aplicável 
a todo e qualquer tipo de empresa, sendo governamental ou não, com 
ou sem fins lucrativos e independente do seu porte.
Como a norma não traz critérios específicos em relação ao desempenho 
ambiental a ser atingido pela organização, esta deve se encarregar de 
avaliar quais critérios deverão ser utilizados, tendo por base a legislação, 
os requisitos de clientes pretendidos e requisitos que a própria 
organização julgue estratégico e necessário. 
Contudo, como existem critérios que podem ser definidos pela empresa, 
esses podem a qualquer momento deixar de ser relevantes por algum 
motivo, podendo ser redefinidos ou até mesmo removidos do escopo da 
empresa, caso essa julgue desnecessário. Logicamente que os critérios 
legais devem ser mantidos, devendo esses serem atendidos à risca, 
onde, por motivos internos, a empresa pode optar por restringir ainda 
mais esses critérios, deixando-os mais apertados, porém não pode em 
hipótese alguma alargar esses critérios além das faixas presentes na 
legislação pertinente.
Dentre as definições presentes na norma, podem-se destacar algumas 
como a definição aplicável a riscos e oportunidades, que são definidos 
como sendo qualquer efeito potencial adverso ou benéfico, ou seja, 
quando falamos em riscos e oportunidades não nos referimos somente 
a questões que podem afetar de maneira negativa o nosso processo, 
mas temos que avaliar cada questão de modo a enxergarmos as 
5353 53
oportunidades que essas adversidades nos trazem, tendo uma visão 
mais holística, buscando a previsão e mitigação de riscos.
Outro ponto muito pertinente à norma e tratado de forma contínua por 
essa é a questão do ciclo de vida do produto ou serviço, que engloba 
desde a aquisição da matéria-prima até o seu descarte e disposição final. 
Esse ciclo deve ser avaliado de forma constante, de modo que todos os 
riscos e oportunidades sejam previstos e mitigados ou aproveitados ao 
máximo, por meio da aplicação do ciclo PDCA.
A organização deve ser entendida e contextualizada através da 
determinação das suas questões internas e externas, de modo que 
todos os seus pontos fortes e fracos estejam bem delimitados visando 
à busca pelo atendimento aos objetivos ambientais traçados pela 
organização. Todos esses pontos, inclusive a avaliação, que pode ser 
realizada, por exemplo, por meio de uma análise aplicando a matriz 
SWOT (Strength, Weakness, Opportunities e Threats), sendo traduzida como 
matriz FOFA (Forças, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças), devem 
constar no escopo da organização juntamente com outras questões, 
como as atividades, produtos e serviços ofertados por essa.
Para o atendimento aos requisitos da norma, a organização deverá 
também, conforme descrito no item 4.4 da norma ABNT NBR ISO 14001, 
“estabelecer, implementar, manter e melhorar continuamente um 
sistema de gestão ambiental” (ABNT, 2015). Portanto, para a empresa 
que pretende ser certificada ISO 14001, deve não somente apresentar 
um plano sobre o que será executado, mas deve inclusive comprovar 
que este já foi implementado e melhorado, de modo que o auditor 
possa comprovar que o sistema é atuante, eficiente e eficaz.
Para a norma ABNT NBR ISO 14001, seguindo os preceitos das 
outras normas aplicáveis aos sistemas de gestão, como a norma ISO 
9001 (Sistemas de Gestão da Qualidade), a liderança da organização 
possui papel fundamental e central, onde não é possível delegar 
5454 
todas as funções da alta direção em relação aos assuntos pertinentes 
à alta direção para um funcionário em específico, que antes era 
denominado por Representante da Direção (RD). Porém, a norma 
permite que sejam delegadas funções como o acompanhamento 
do desempenho e a liderança em relação aos assuntos pertinentes 
à norma. Em versões anteriores, o RD isentava por completo a 
responsabilidade da direção, que não precisava ter conhecimento 
sobre o desempenho do sistema de gestão ambiental. Na revisão 
de 2015, a norma permite que seja delegado o acompanhamento, 
porém os resultados devem ser relatados à alta direção, que deve 
acompanhar o desempenho do sistema de gestão ambiental.
Além disso, “a alta direção deve estabelecer, implementar e manter 
uma política de gestão ambiental” (ABNT, 2015), que deve estar 
alinhada aos objetivos e estratégias da organização, levando em 
consideração o contexto no qual esta está inserida. A política de gestão 
ambiental deve ser mantida documentada e ser divulgada a todos os 
colaboradores e partes interessadas, devendo esta ser uma forma de 
comprometimento da organização com a sustentabilidade do meio 
ambiente e dos seus processos, que devem atender a requisitos legais 
e específicos, além de serem melhorados de forma contínua, visando 
ao desempenho ambiental.
Para auxiliar a alta direção nas suas funções, esta pode atribuir 
autoridade, por exemplo, aos gestores de área, para que esses 
possam assegurar o atendimento aos requisitos normativos, bem 
como relatar o desempenho deste para a alta direção, porém essa 
delegação não pode extrair da alta direção a responsabilidade pelo 
sistema de gestão ambiental.
O planejamento do sistema de gestão ambiental deve levar em 
consideração os riscos e oportunidades envolvidos nos negócios da 
organização, estando esses em acordo com os itens abordados no 
escopo do sistema de gestão ambiental da organização, bem como 
5555 55
com a política de gestão ambiental e os seus objetivos, de modo a 
buscar a melhoria contínua aplicável para a mitigação desses riscos e 
oportunidades identificados.
Os aspectos ambientais envolvidos nos processos, produtos e serviços 
da organização, assim como os riscos e oportunidades, devem ser 
identificados, controlados e monitorados, onde cada mudança que venha 
a ocorrer deve ser devidamente planejada e analisada criteriosamente. 
Sobre esses aspectos, a organização deve manter informações 
documentadas, bem como os critérios utilizados para a sua identificação.
A norma ABNT NBR ISO 14001 cita que a empresa deve conhecer 
os requisitos legais, bem como outros requisitos que possam estar 
envolvidos com a suas atividades, bem como os seus impactos sobre 
a organização, levando esses em consideração durante as fases de 
estabelecimento, implantação, manutenção e melhoria contínua do 
sistema de gestão ambiental.
A organização deve não somente identificar os aspectos ambientais, 
requisitos, riscos e oportunidades envolvidos em sua operação, mas 
também deve planejar as ações a serem tomadas sobre esses, bem 
como a integração dessas ações com o sistema de gestão ambiental. 
Qualquer ação que seja tomada visando à melhoria do sistema de 
gestão ambiental deve ter a sua eficácia avaliada para, somente então, 
tal ação ser dada como eficaz.
Segundo a norma ABNT NBR ISO 14001, os objetivos da organização 
devem estar em consonância com a política ambiental, devendo 
esses serem mensuráveis, monitorados, comunicados e atualizados 
periodicamente. Além disso, todas as ações que possam ser aplicáveis 
devem ser planejadas de modo a garantir o atendimento aos objetivos 
ambientais da organização.
Segundo a norma ABNT NBR 14001:2015, dentre os recursos que a 
empresa deve prover para o apoioao sistema de gestão ambiental, a 
5656 
norma exige que as pessoas envolvidas sejam devidamente treinadas, 
exercendo a sua função de forma competente e aplicando a sua 
experiência e vivência na solução de problemas. A organização deve 
conscientizar os colaboradores em relação aos impactos da sua função, 
e também das atividades da organização, sobre o meio ambiente, bem 
como mantê-los informados sobre a política ambiental da empresa e 
os benefícios envolvidos na correta aplicação dos seus conceitos, bem 
como a contribuição que cada colaborador traz para a eficácia das 
ações tomadas pela organização.
A norma também traz requisitos específicos sobre comunicação, 
abordando esta tanto internamente a empresa quanto externamente 
a esta, uma vez que a comunicação, na atualidade, é tratada como um 
ponto estratégico para a organização.
Além disso, a comunicação é um ponto de destaque dentro das 
organizações, devendo garantir o bom desempenho dos trabalhos 
executados.
A comunicação é um processo dinâmico e contínuo. É o processo 
que permite aos membros da organização trabalhar juntos, cooperar 
e interpretar as necessidades e as atividades sempre mutantes da 
organização [...]. A vida da organização proporciona um sistema de 
mensagens especialmente rico e variado. Os membros da organização 
devem ser capazes de reconhecer e interpretar a grande variedade de 
mensagens disponíveis, para que lhes permitam responder de maneira 
apropriada a distintas pessoas e situações. (KEEPS, 1995, p. 28)
Contudo, para as comunicações que são correlatas ao sistema de gestão 
ambiental, os requisitos da norma pedem que neste processo sejam no 
mínimo atendidos os seguintes pontos:
• Deve-se esclarecer sobre o que deve ser comunicado.
• Quando uma dada comunicação deve ocorrer.
5757 57
• Quais são as pessoas que devem ser comunicadas.
• Como essa comunicação irá ocorrer.
Enfim, deve existir um planejamento sobre comunicação, onde a 
organização deve garantir que essa seja realizada de forma clara e 
chegue aos receptores corretos para que os processos do sistema de 
gestão ambiental possam seguir seu fluxo, de forma correta.
As informações documentadas constituem uma fonte importante 
de informação, tanto para a comunicação interna e externa quanto 
para o atendimento de requisitos da norma. Portanto, a organização 
deve ter meios para gerar e arquivar as suas informações, tais 
como requisitos de produto, não-conformidades, eficácia de ações 
tomadas, entre outros. Embora muitas vezes esses documentos sejam 
preservados somente para apresentação em processos de auditoria, 
esses constituem uma fonte de informação valiosa para empresa, 
como, por exemplo, a análise de uma não-conformidade que pode ser 
recorrente, ou uma avaliação que permita ao gestor de um dado setor 
chegar à conclusão da eficácia ou não de uma dada ação, entre outros, 
constituindo esse uma fonte de conhecimento para organização.
Portanto, todas as informações documentadas devem ser 
constantemente atualizadas, quando necessário, e mantidas em meios 
e locais adequados, como, por exemplo, não podemos manter essas 
informações em documentos impressos dentro de caixas de papelão em 
uma sala com problemas de infiltração e umidade elevada, que podem 
vir a danificar esses documentos.
Sobre as questões operacionais do sistema de gestão ambiental, a 
norma ABNT NBR ISO 14001 traz requisitos sobre o planejamento 
e operação, onde destacam-se questões como o estabelecimento 
de critérios, a aplicação de requisitos presentes em normas e leis, a 
determinação de aspectos ambientais para aquisição de produtos 
e serviços, a comunicação sobre questões referentes aos requisitos 
ambientais, entre outros.
5858 
A análise de riscos ambientais também se faz necessária, uma vez que 
a organização deve apresentar respostas de emergência aplicáveis para 
cada risco potencial previsto e para possíveis riscos não previstos, de 
forma a mitigar todos esses riscos e seus impactos.
A norma ABNT NBR ISO 14001 possui requisitos específicos sobre 
questões envolvidas na avaliação de desempenho, tais como o 
monitoramento, as medições, análise e avaliações, bem como auditorias 
internas e a análise crítica pela direção. Todos esses pontos são 
utilizados para avaliar o desempenho ambiental da organização, de 
modo que esses auxiliem na identificação de novos riscos potenciais e 
comprovem a eficácia das ações tomadas para a sua mitigação.
O último item presente na norma ABNT NBR ISO 14001 trata das ações 
de melhoria, as quais podem ser divididas em ações corretivas e ações 
de melhoria contínua, onde a primeira se refere às ações decorrentes 
de não conformidades detectadas, enquanto a segunda se refere às 
ações tomadas após a identificação de oportunidades de melhoria. 
Ambas devem ser tratadas como sendo informação documentada para 
possibilitar a análise do aprendizado por parte da organização.
A norma ainda traz os anexos A e B, os quais trazem questões de 
orientação para o uso da norma e a correspondência dos itens 
presentes nesta em relação a itens presentes em revisões anteriores. 
Portanto, esses anexos são aplicados para facilitar o estabelecimento e a 
implementação da norma na sua última revisão.
3. Auditoria dos sistemas de gestão
A auditoria é um método para avaliar a conformidade de um dado 
sistema de gestão com os requisitos pré-estabelecidos por normas e 
leis aplicáveis, não dependendo exclusivamente da norma específica 
aplicável ao sistema em análise, como a norma ABNT NBR ISO 
14001:2015. Independente da norma de gestão aplicável, a condução 
da auditoria deve utilizar por base a norma ABNT NBR ISO 19011. 
5959 59
Esta condição é aplicável a qualquer tipo de auditoria, seja esta de 
primeira, segunda ou terceira parte.
Conforme descrito na norma ABNT NBR ISO 19011:2018, a auditoria de 
primeira parte é realizada pela própria organização, sendo uma auditoria 
interna, a qual visa à avaliação do funcionamento do sistema de gestão 
da empresa. A auditoria de segunda parte é externa, podendo ser 
realizada por qualquer parte interessada, como o cliente, o fornecedor, 
órgãos governamentais, entre outros. A auditoria de terceira parte é 
executada por organizações terceiras, as quais não estão envolvidas 
no cotidiano da empresa auditada, para evitar qualquer conflito de 
interesse, sendo que tal auditoria visa à certificação da organização.
A norma ABNT NBR ISO 19011 não estabelece qualquer requisito, sendo 
seu escopo baseado no fornecimento de orientações para a execução da 
auditoria em sistemas de gestão. Também são dadas orientações sobre 
a competência dos envolvidos no processo de auditoria, incluindo os 
auditores, o gestor do programa de auditoria e a equipe de auditoria.
Essa norma é aplicada para garantir que, independentemente do 
auditor que está executando a auditoria, esta seja realizada de modo a 
atender os requisitos, pois diante de um dado fato, diferentes auditores 
devem, em tese, chegar a conclusões similares, evitando assim que as 
auditorias conduzidas por diferentes auditores apresentem resultados 
distintos para situações particularmente similares.
Todos esses princípios, quando aplicados de forma conjunta, garantem 
não só uma conclusão similar entre os auditores, mas também um 
julgamento justo em relação à empresa, independente da conclusão 
final ser a favor ou contra a certificação desta. Durante a auditoria o 
auditor nada mais é do que um juiz, que irá julgar se a sistemática da 
empresa é válida ou não. 
Além disso, o principal papel de um auditor não é buscar não 
conformidades no sistema de gestão, mas este deve buscar a 
conformidade, sendo que o oposto virá como uma consequência e não 
6060 
como uma situação forçada. Por isso, a independência é de extrema 
importância para que o julgamento não seja a favor ou contra a parte 
auditada. Durante uma auditoria interna, um profissional não pode auditar 
o seu próprio setor, pois existe um claro conflito de interesse nestecaso.
Todas as auditorias, independentemente do tipo, devem ser planejadas 
com antecedência, de modo que a organização e o setor a ser auditado 
tenham ciência do momento no qual as auditorias ocorrerão, de modo 
que todos os recursos requisitados estejam aptos para uso no momento 
em que acontecerem. Os critérios para a auditoria também devem ser 
claros e de conhecimento de todos os envolvidos, para que dessa forma 
sejam evitados discussões e conflitos durante a sua execução. 
O processo de auditoria é composto pelas seguintes atividades: reunião 
de abertura, condução da auditoria, revisão da auditoria, reunião de 
fechamento e acompanhamento, quando for necessário.
A reunião de abertura é utilizada principalmente para esclarecimentos 
sobre o fluxo e critérios. A condução da auditoria é o momento onde o 
auditor vai a campo, devendo este utilizar de técnicas para realização 
de perguntas extraindo informações dos colaboradores, buscando 
evidências de que o sistema de gestão aplicado de fato funciona e é 
entendido por todos os colaboradores da organização. 
A condução da auditoria também é o momento onde ocorre a emissão 
das SAC’s (solicitação de ação corretiva). A revisão da auditoria é o 
momento onde os auditores se reúnem para realizar o fechamento 
do relatório, incluindo todas as conformidades e não conformidades 
apresentadas pelo sistema de gestão em questão. 
A reunião de fechamento é utilizada para apresentação do relatório 
final, contendo os resultados e as conclusões, devendo serem discutidos 
até que o auditado entenda e aceite todos os pontos contidos no 
relatório, incluindo as não conformidades. O acompanhamento deverá 
6161 61
ser realizado sempre que houver a necessidade de ações corretivas, as 
quais se fazem necessárias quando existirem não conformidades no 
sistema de gestão.
4. Normas ABNT correlatas à ABNT NBR ISO 14001
Existem algumas normas correlatas à norma ABNT NBR ISO 14001 que 
auxiliam na implementação e no funcionamento do sistema de gestão 
ambiental, sendo as normas correlatas apresentadas pela Tabela 1, 
onde as normas apresentadas pertencem à ISO e nem todas elas foram 
traduzidas para a língua portuguesa por meio da ABNT.
Tabela 1 – Normas da série ISO 14000
GRUPO
NORMA
Série ISO 14000
Organização
Sistemas de Gestão 
Ambiental
ISO 14001:2015
ISO 14004:2018
ISO 14005:2012
ISO 14063:2009
ISO 14064:2007
ISO 14050:2012
Avaliação de Desempenho 
Ambiental ISO 14031:2015
Auditoria Ambiental
ISO 19011:2018
ISO 14015:2003
Comunicação Ambiental ISO 14063:2009
Produto e Processo
Rotulagem Ambiental
ISO 14020:2002
ISO 14021:2013
ISO 14024:2004
Avaliação do Ciclo de Vida
ISO 14040:2009
ISO 14044:2009
Aspectos ambientais na 
padronização de produtos
ISO/TR 14062:2004
ISO GUIA 64:2010
Fonte: adaptada de Moraes, Pugliesi e Queiroz1 (2014 apud Moraes, 2017, p. 1).
1 MORAES, C. S. B; PUGLIESI, E.; QUEIROZ, O. T. M. M. Gestão e certificação ambiental nas organizações e as 
normas da série 14000. In: MORAES, Clauciana S. B.; PUGLIESI, Érica. Auditoria e Certificação Ambiental. 
Curitiba: Editora Intersaberes, 2014.
6262 
Além dessas normas, muitas organizações utilizam o sistema de 
gestão integrado (SGI), o qual é constituído, em geral, por esta e pelas 
normas ABNT NBR ISO 9001 e ABNT NBR ISO 45001, as quais tratam de 
sistemas de gestão da qualidade e de segurança e saúde no trabalho, 
respectivamente. O SGI pode ser constituído por outras normas além 
dessas, ou até mesmo em substituição a essas, dependendo do ramo de 
atuação da organização e das pretensões desta em relação ao seu SGI.
TEORIA EM PRÁTICA 
Durante uma reunião com a alta direção, você, como 
gestor da área industrial, apresentou dados alarmantes 
para a alta direção, onde constatou-se que a empresa deve 
fazer investimentos pesados para melhoria do controle 
de emissões de poluentes, os quais se encontram acima 
do requerido na Resolução CONAMA nº382/2006, que 
estabelece os limites máximos de emissão de poluentes 
atmosféricos para fontes fixas. Um dos diretores deu a ideia 
de encerrar o processo de monitoramento dessa fonte, 
pois a empresa já se apoia na norma ABNT NBR ISO 14001, 
como esse requisito não pertence especificamente a essa 
norma, logo não precisa ser seguido. Você, como gerente 
de área e um dos responsáveis pelo acompanhamento 
das ações pertinentes ao sistema de gestão ambiental, 
deve explicar ao diretor o porquê o pensamento dele está 
errado. Quais argumentos você utilizaria?
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
1. “A BNT NBR ISO 14001 foi elaborada no Comitê Brasileiro 
de Gestão Ambiental (ABNT/CB-038) pela Comissão de 
Estudo de Sistema de Gestão Ambiental (CE-038.001.001). 
6363 63
Esta norma é uma adoção idêntica em conteúdo técnico, 
estrutura e redação à ISO 14001:2015, que foi elaborada 
pelo Technical Committee Environmental Management (ISO/
TC 207), Subcommittee Enviromental Management Systems 
(SC 1), conforme ISO/IEC Guide 21-1:2015.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT. 
NBR 14001: Sistemas de gestão ambiental: Requisitos 
com orientações para uso. 3. ed. Rio de Janeiro: ABNT, 
2015. 41 p.
Sobre essa norma, é correto afirmar que:
a. Tem como um de seus principais objetivos a 
obtenção de produtos e serviços que atendam 
requisitos de qualidade.
b. Aborda a melhoria contínua de forma diferente das 
demais normas, uma vez que se trata de requisitos 
para o meio ambiente.
c. Essa norma trata dos requisitos com orientações 
para uso dos sistemas de gestão ambiental.
d. Visa à segurança no trabalho, sendo esse um dos 
seus principais objetivos.
e. Trata da gestão energética, visando à redução de 
gastos pelo gerenciamento da energia.
2. Assinale a alternativa que traz um dos meios 
utilizados pela norma ABNT NBR ISO 14001 para 
atingir os seus objetivos.
6464 
a. A empresa deve possuir meios de prevenir ou mitigar 
os impactos na qualidade do produto.
b. A empresa deve possuir meios de implementar 
e controlar o aumento do desempenho dos 
seus produtos.
c. A empresa deve ser capaz de alcançar benefícios 
financeiros e operacionais, que resultem na segurança 
e saúde dos seus funcionários.
d. A empresa deve possuir meios que permitam o 
conhecimento de todas as informações pertinentes às 
questões da qualidade, pelas partes interessadas
e. A empresa deve possuir meios para mitigar efeitos 
adversos do meio ambiente na organização
3. A auditoria é um método para avaliar a conformidade 
de um dado sistema de gestão com os requisitos 
pré-estabelecidos por normas e leis aplicáveis. Para 
a condução da auditoria, deve-se utilizar por base a 
norma ABNT NBR ISO 19011. Sobre os processos de 
auditoria é correto afirmar que:
a. A auditoria de primeira parte é aquela executada pela 
própria empresa, visando à certificação conforme a 
norma pertinente.
b. A auditoria de terceira parte é executada por 
organizações terceiras, para evitar qualquer conflito 
de interesse.
c. A auditoria de terceira parte deve ser realizada 
por um fornecedor.
6565 65
d. A auditoria de segunda parte é aquela executada pelo 
órgão certificador.
e. A auditoria de primeira parte é aquela executada por 
um órgão governamental.
Referências bibliográficas
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT. NBR 14001: Sistemas de 
gestão ambiental: Requisitos com orientações para uso. 3. ed. Rio de Janeiro: ABNT, 
2015. 41 p.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS ABNT. NBR 19011: Diretrizes para 
auditoria de sistemas de gestão. 3. ed. Rio de Janeiro: ABNT, 2018. 53 p.
BRASIL. Lei nº 4150, de 21 de novembro de 1962. Institui O Regime Obrigatório de 
Preparo e Observância das Normas Técnicas nos Contratos de Obras e Compras do 
Serviço Público de Execução Direta, Concedida, Autárquica ou de Economia Mista, 
Através da Associação Brasileira de Normas Técnicas e dá Outras Providências. 
Brasília, DF, 21 nov. 1962.
ISO. ABOUT US. 2019. Disponível em: https://www.iso.org/about-us.html. Acesso em: 
20 ago. 2019.
KREEPS, Gary L. La comunicación en las organizaciones.2.. ed. Buenos Aires: 
AddisonWesley Iberoamericana, 1995.
MMA. Ministério do Meio Ambiente. Resolução nº 382, de 26 de dezembro de 2006 
– Estabelece os limites máximos de emissão de poluentes atmosféricos para fontes 
fixas. Disponível em: http://www2.mma.gov.br/port/conama/res/res06/res38206.
pdf. Acesso em: 26 nov. 2019.
MORAES, Clauciana Schmidt Bueno de et al. A Norma ISO 14005 como instrumento 
de implementação de sistemas de gestão ambiental em pequenas e médias 
empresas. Revista Espacios, Caracas, Venezuela, v. 38, n. 16, p. 1-16, 2017. Anual. 
Disponível em: https://www.revistaespacios.com/a17v38n16/17381606.html. 
Acesso em: 18 out. 2019.
Gabarito
Questão 1 – Resposta: C 
Resolução: A ABNT NBR ISO 14001 foi elaborada no Comitê Brasileiro 
de Gestão Ambiental (ABNT/CB-038) pela Comissão de Estudo 
https://www.iso.org/about-us.html
http://www2.mma.gov.br/port/conama/res/res06/res38206.pdf
http://www2.mma.gov.br/port/conama/res/res06/res38206.pdf
https://www.revistaespacios.com/a17v38n16/17381606.html
6666 
de Sistema de Gestão Ambiental (CE-038.001.001). Esta norma é 
uma adoção idêntica em conteúdo técnico, estrutura e redação 
à ISO 14001:2015, que foi elaborada pelo Technical Committee 
Environmental Management (ISO/TC 207), Subcommittee Enviromental 
Management Systems (SC 1), conforme ISO/IEC Guide 21-1:2015.
O sistema de gestão ambiental, assim como todos os demais 
sistemas de gestão baseados nas normas ISO, deve buscar a 
melhoria contínua por meio da aplicação do ciclo PDCA (Planejar 
– Fazer – Checar – Agir). A norma ABNT NBR ISO 45001 trata das 
questões pertinentes à segurança e saúde ocupacional, enquanto a 
norma ABNT NBR ISO 50001 trata da gestão energética. 
Questão 2 – Resposta: E 
Resolução: A norma trata de questões como meio ambiente e 
sustentabilidade, onde, segundo a norma ABNT NBR ISO 14001, 
esta norma auxilia as empresas nos desenvolvimentos dos 
seguintes meios, que são utilizados para atingir esses objetivos:
• A empresa deve possuir meios de prevenir ou mitigar os 
impactos ambientais adversos.
• A empresa deve possuir meios para mitigar efeitos adversos do 
meio ambiente na organização.
• A empresa deve ser capaz de atender a requisitos legais e 
outros requisitos que impactem na sustentabilidade do meio 
ambiente e da própria empresa.
• A empresa deve possuir meios de implementar e controlar o 
aumento do seu desempenho ambiental.
• A empresa deve possuir meios de controlar ou influenciar os 
seus produtos e serviços desde o seu projeto até o seu descarte, 
prevendo e prevenindo possíveis impactos ambientais no ciclo 
de vida do produto.
• A empresa deve ser capaz de alcançar benefícios financeiros e 
operacionais que resultem na sustentabilidade dos seus processos.
6767 67
• A empresa deve possuir meios que permitam o conhecimento 
de todas as informações pertinentes às questões ambientais 
pelas partes interessadas.
Questão 3 – Resposta: B 
Resolução: Quanto ao executor da auditoria, existem três formas 
de uma organização ser auditada, auditoria de primeira parte, 
auditoria de segunda parte e auditoria de terceira parte. A auditoria 
de primeira parte é realizada pela própria organização, sendo 
uma auditoria interna, a qual visa à avaliação do funcionamento 
do sistema de gestão da empresa. A auditoria de segunda parte 
é externa, podendo ser realizada por qualquer parte interessada, 
como o cliente, o fornecedor, órgãos governamentais, entre 
outros. A auditoria de terceira parte é executada por organizações 
terceiras, as quais não estão envolvidas no cotidiano da empresa 
auditada para evitar qualquer conflito de interesse, sendo que tal 
auditoria visa à certificação da organização.
6868 
Prevenção de subprodutos, 
economia de átomos, sínteses 
de compostos de menor 
toxicidade, desenvolvimento de 
compostos seguros, diminuição 
de solventes e auxiliares 
Autor: Bruno Pizol Invernizzi 
Objetivos
• Conhecer exemplos aplicados na prevenção 
de subprodutos.
• Entender o conceito de economia de átomos.
• Compreender como o uso de solventes e 
auxiliares podem ser reduzidos.
6969 69
1. Subprodutos
Segundo Leite (2003), podemos definir subproduto como sendo 
produtos resultantes do processo de produção, porém possuem baixo 
ou nenhum valor agregado. Portanto, comumente são tratados como 
rejeito, sendo passíveis de disposição final.
Contudo, esta definição nos remete a todos os materiais e substâncias 
que, independentemente do seu estado físico, resultam de um 
processamento para obtenção de um dado produto, porém esses não 
costumam ser de interesse dos clientes, tendo um valor agregado muito 
baixo para serem negociados nos canais logísticos diretos. Portanto, são 
materiais que quando a apresentam alguma utilidade são integrados 
aos canais de logística reversa, servindo, comumente, de matéria-prima 
para algum outro processo produtivo, atendendo aos requisitos do que 
se classifica como resíduo sólido.
Como exemplos podemos citar as sementes e as cascas que são 
extraídas das frutas durante os processos de extração do suco, bagaço 
da cana-de-açúcar, ossos, couro e pele de animais utilizados para o 
consumo humano, cavacos de metais resultantes de processos de 
usinagem, entre inúmeros outros que poderiam ser citados aqui.
Todos os processos produtivos, de alguma forma, acabam por 
resultar em subprodutos, porém esses não necessariamente serão 
tratados como rejeito dentro das organizações onde a disposição final 
ambientalmente adequada é a última opção para esses subprodutos.
Desse modo, deve-se buscar a eliminação desses o máximo possível por 
meio da redução na sua geração. Após essa redução atingir o seu ponto 
máximo possível, para os recursos e tecnologias disponíveis, deve-se 
buscar a reutilização desses materiais, devendo ser reaproveitados 
diretamente em outros processos. Quando esse reaproveitamento 
direto não for possível, deve-se então buscar meios para reciclar esse 
material, permitindo a sua aplicação em outros processos produtivos, 
eliminando ao máximo a produção de rejeitos.
7070 
Como exemplos de reaproveitamento de materiais, pode ser citado o 
trabalho apresentado por Nogueira e Garcia (2014), onde foi realizada 
uma pesquisa exploratória sobre os subprodutos da cana-de-açúcar, 
que são o bagaço e a palha, a vinhaça, também conhecida como vinhoto, 
as cinzas, a torta de filtro, entre outros que podem resultar do processo, 
incluindo setores administrativos.
Para este caso da cana-de-açúcar, a vinhaça é o maior vilão ambiental, 
tratando-se de um resíduo ácido, com pH entre 4,0 e 4,8. Segundo 
Nogueira e Garcia, para cada 1 litro de etanol produzido são gerados de 
10 a 18 litros de vinhaça. Esse subproduto vem sendo utilizado como 
fertilizante para o solo, trazendo diversos benefícios, como a elevação 
do pH, aumento da retenção de água, melhoria da estrutura física do 
solo, entre outros.
O bagaço e a palha, por sua vez, têm sido empregados na geração de 
energia elétrica, sendo responsável, segundo dados apresentados por 
Nogueira e Garcia, por 80% da bioeletricidade gerada no Brasil.
A torta de filtro é subproduto da filtragem do lodo, que é resultante do 
processo de decantação do caldo de cana, sendo empregado na lavoura 
e na compostagem, uma vez que esse subproduto é rico em cálcio, 
fósforo e micronutrientes. 
Por fim, dos mais importantes, faltou falar das cinzas, que são oriundas 
da queima do bagaço na caldeira durante o processo de recuperação 
para geração de bioeletricidade. Como destinação final ambientalmente 
adequada, esse subproduto é aplicado no solo para adubação.
ASSIMILE
Bioeletricidade é a conversão da energia de ligação dos 
átomos, presentes no material, em energia elétrica, que 
é realizada em uma usina similar às usinas termelétricas, 
7171 71
porém no lugar de gás e carvão se utiliza um subproduto 
orgânico, como é o caso do bagaço e da palha da cana. 
A energia gerada na queima desse material é utilizada 
para ferver a água presente em umacaldeira. O vapor 
dessa água é o responsável por girar a turbina da usina 
termelétrica, onde o prolongamento do eixo dessa turbina 
fica dentro de uma bobina, resultando na geração de 
energia elétrica.
Conforme Santos et al.1 (2003 apud SILVA JÚNIOR, 2015, p. 18), outro 
exemplo de aplicação dada a subprodutos é comumente utilizado pelo 
setor de alimentos, onde a fabricação dos embutidos utiliza partes de 
suínos, como as vísceras, miúdos e o sangue para elaboração de diversos 
alimentos. Também são utilizadas partes cartilaginosas, tais como a 
orelha, em conjunto com outros órgãos, como a pele e as tripas, para a 
fabricação do chamado queijo suíno, que pode ser visto na Figura 1.
Figura 1 – Corte de queijo suíno (headcheese)
Fonte: ALLEKO/iStock.com.
Em estudo realizado por Ferrari, Colussi e Ayub (2004), utilizando a 
semente de maracujá para avaliação de possíveis aplicações para 
este subproduto, chegaram à conclusão que essa semente possui 
valores proteicos e ácidos graxos insaturados excelentes, tanto para o 
1 SANTOS, E. M. et al. Physicochemical and sensory characterization of “morcilla de Burgos”, a tradicional Spa-
nish blood sausage. Meat Science, 65, 893-898, 2003.
7272 
consumo humano quanto animal, além de poderem ser empregados 
em cosméticos, dando para essas sementes outro destino final 
ambientalmente correto, que não o plantio.
Saindo um pouco da indústria alimentícia, existem exemplos em outras 
indústrias, como o caso apresentado na dissertação escrita por Kern 
(1999), que realizou um estudo de viabilidade para utilizar um resíduo 
sólido da indústria de calçados, denominado por contraforte, na 
fabricação de gesso para construção civil.
“O contraforte é um componente à base de polímeros, utilizado nas 
regiões do calcanhar do calçado, com a finalidade de armar, reforçar, dar 
forma, beleza e segurança, buscando a perfeita reprodução da forma do 
sapato, evitando o acalcanhamento” (KERN, 1999).
Como conclusão no seu trabalho, Kern (1999) julgou ser possível 
a utilização de contrafortes na matriz de gesso, onde uma simples 
moagem e mistura deste componente pode ser realizada por meio de 
um moinho ou de uma betoneira, em uma proporção de até 25%. O que 
tornou viável a utilização do contraforte seriam as suas propriedades, 
onde se destacam as elevadas resistências mecânica e química, as quais 
são interessantes para este tipo de aplicação na construção civil.
2. Economia de átomos
Seguindo os 12 princípios da química verde propostos por Anastas e 
Warner2 (2001 apud ORTIZ, 2007, p. 6), temos que o segundo princípio é 
a economia de átomos:
Deve-se projetar metodologias que possam maximizar a incorporação de 
todos os compostos de partida no produto final, reduzindo a produção de 
subprodutos. As reações de adição, por exemplo, seguem este princípio, 
o que não acontece com as reações de eliminação. (ANASTAS e WARNER2, 
2001 apud ORTIZ, 2007, p. 6)
2 Anastas, P. T.; Kirchhoff, M. M.; Williamson, T. C. Applied Catálises A: General 2001, 
7373 73
Esse princípio estabelece, portanto, a redução da geração de 
subprodutos, onde deve-se utilizar um balanço entre átomos de 
entrada (matéria-prima) e átomos de saída (produto), visando ao 
melhor aproveitamento possível dos átomos de entrada, de modo 
que, se possível, todos os átomos de entrada devem formar o produto, 
evitando assim que o processo resulte em subprodutos. Logicamente 
que nem sempre é possível a obtenção de um balanço perfeito entre 
a entrada e a saída de modo a não gerar subprodutos, porém essa 
geração pode ser ao menos reduzida. 
Conforme citado por Ortiz (2007), embora Anastas e Werner tenham 
publicado os 12 princípios da química verde, quem difundiu o conceito 
de economia de átomos foi Trost3 (2002). Comumente para o cálculo do 
rendimento em porcentagem (%R) aplica-se a equação 1.
 Eq. 1
Porém, conforme observado por Ortiz (2007), tal equação não traz a 
relação entre os produtos e os subprodutos formados, sendo focada 
somente nos rendimentos reais e teóricos do produto.
Como a ideia do segundo princípio se baseia na eliminação dos 
subprodutos, deve-se aplicar uma fórmula que ilustre melhor a relação 
entre o produto e o subproduto, para tal a fórmula a ser aplicada para 
considerar a economia atômica expressa em porcentagem (%A) é dada 
pela equação 2.
 Eq. 2
Porém, como por vezes a obtenção da massa molecular (M.M.) dos 
subprodutos é difícil de ser calculada, pode aplicar a Lei de Conservação 
das Massas, que traz uma formula similar, porém ao invés de considerar 
as substâncias produzidas, considera a massa molecular dos reagentes, 
3 Trost, B. M. Acc. Chem. Res. 2002, 35, 695.
7474 
sendo expressa conforme a equação 3, que traz o percentual de 
economia de átomos (% e.a.).
 Eq. 3
Portanto, quanto maiores forem os percentuais apresentados pelas 
equações 2 e 3, menor será a quantidade de subprodutos gerados, 
resultando em uma maior economia de átomos.
Além do conceito introduzido por Trost, outro conceito que se difundiu 
visando avaliar a eficiência de um processo foi o de fator E, que vem 
de Environmental Factor (fato ambiental), difundido por Sheldon4 (1997). 
O fator E é dado pela equação 4 (calculada com as unidades em kg), que 
também visa avaliar o desempenho considerando a geração de resíduos:
 Eq. 4
Como o fator E foca nos subprodutos e não no produto, quanto 
maior for o valor obtido para essa equação, maior será a quantidade 
de subprodutos, portanto menos ambientalmente correto será 
este processo. A Tabela 1 possui o fator E para algumas indústrias 
químicas, onde é possível realizar a comparação dessas em relação aos 
subprodutos gerados.
Tabela 1 – Dados de fator E para os diferentes tipos de indústria química
Tipo de Indústria Produção (Ton/ano) fator E
Refinarias de Petróleo de 1 a 100 milhões cerca de 0,1
Química Pesada de 10 mil a 1 milhão de menos de 1 a 5
Química Fina de 10 a 100 mil de 5 a 50
Química Farmacêutica de 10 mil a milhares de 25 a mais de 100
Fonte: adaptada de Ortiz, 2007, p. 25.
4 Sheldon, R. A. Chemistry & Industry, 1997, 3, 354.
7575 75
3. Sínteses de compostos de menor toxicidade
Para que uma organização possa produzir compostos de menor 
toxicidade, essa deve entender o conceito de toxicidade para avaliar se 
o seu processo resulta em produtos, subprodutos, resíduos ou rejeitos 
que sejam enquadrados neste conceito.
Agente tóxico: qualquer substância ou mistura cuja inalação, ingestão 
ou absorção cutânea tenha sido cientificamente comprovada como 
tendo efeito adverso (tóxico, carcinogênico, mutagênico, teratogênico ou 
ecotoxicológico). (ABNT, 2004)
Toxicidade: propriedade potencial que o agente tóxico possui de 
provocar, em maior ou menor grau, um efeito adverso em consequência 
de sua interação com o organismo. (ABNT, 2004)
Toxicidade aguda: propriedade potencial que o agente tóxico possui de 
provocar um efeito adverso grave, ou mesmo morte, em consequência de 
sua interação com o organismo, após exposição a uma única dose elevada 
ou a repetidas doses em curto espaço de tempo. (ABNT, 2004)
Contudo, caso o processo da empresa resulte em compostos que 
atendam às definições dadas acima, essa deve tomar providências para 
eliminar, ou ao menos reduzir, a toxidade desses compostos, sempre 
que possível. 
A empresa deve também avaliar se os reagentes e matérias-primas 
utilizados no seu processo produtivo apresentam tais características, 
devendo traçar estratégias para eliminar ou ao menos reduzir a 
aplicação desses, sempre que possível.
Para auxiliar as organizações na avalição da toxicidade de compostos 
resultantes no seu processo produtivo, a norma ABNT NBR 10004 possui 
anexos contendo resíduos sólidos, substâncias tóxicas e substâncias 
agudamente tóxicas, podendo esses compostos ser analisados de 
acordo com esses anexos.
7676 
Quando as substâncias e compostos empregados e produzidos pela 
organização não estiverem presentes nos anexos citados anteriormente,a norma ABNT NBR 10004 descreve quais outros critérios devem ser 
adotados, tendo por base a norma ABNT NBR 10007.
A identificação e mitigação da toxicidade de compostos são 
procedimentos aplicados para garantir o atendimento ao terceiro 
princípio da química verde que diz que “sempre que possível, as 
metodologias de síntese devem ser concebidas para a utilização e 
geração de substâncias que possuem pouca ou nenhuma toxicidade 
para a saúde humana e para o meio ambiente” (WARNER; CANNON e 
DYE5, 2004 apud Silveira, 2015, p. 7).
Segundo Silveira (2015), um exemplo da aplicação desse princípio é 
a produção do inseticida CONFIRMTM6, que foi classificado pela EPA 
(Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos da América) como 
um produto de baixo risco, pelo fato de este causar prejuízos somente à 
forma de vida para o qual é destinado.
Portanto, mesmo produtos que necessitam da toxicidade para cumprir 
com a sua função primária podem ter a sua composição otimizada de 
modo a reduzir os seus efeitos toxicológicos nos demais organismos vivos.
PARA SABER MAIS
Para avaliar se um dado composto é tóxico, são 
utilizados ratos e coelhos de laboratório, sendo 
estipulada uma dada dose máxima a ser aplicada, via 
oral, aérea ou em contato com a pele do animal. Caso a 
dose máxima apresente reação, por qualquer dos meios, 
então o composto é tido como tóxico. Por exemplo, 
conforme a norma ABNT NBR 10004 (ABNT, 2004), se o 
5 Warner, J. C.; Cannon, A. S.; Dye, K. M. Environ. Impact Assess. Rev. 2004, 24.
6 Marca comercial de inseticida registrada pela ROHN & HAAS Company, que é uma empresa subsidiária da 
Dow Chemical Company
7777 77
estudo de um dado resíduo demonstrar uma DL50 (dose 
letal para 50% dos animais testados) oral para ratos 
menor que 50 mg/kg, este resíduo é considerado tóxico. 
Portanto, se os ratos precisarem de uma dose superior a 
essa para que 50% dos animais testados venham a óbito, 
esse resíduo não seria considerado como sendo tóxico.
4. Desenvolvimento de compostos seguros
Conforme a norma ABNT NBR 10004 (ABNT, 2004), a periculosidade 
de um resíduo pode ser definida como uma característica desse, com 
base nas suas propriedades físicas, químicas ou infectocontagiosas 
que resultem em riscos à saúde pública ou ao meio ambiente, 
podendo ainda afetar ambos. As características que levam um resíduo 
a ser classificado como perigoso são: inflamabilidade, corrosividade, 
reatividade, toxicidade e patogenicidade. 
Embora a norma ABNT NBR 10004 seja aplicável aos resíduos sólidos, 
pode-se estender o seu entendimento e aplicação a outros elementos, 
tais como reagentes, matérias-primas e compostos resultantes de 
processos químicos dentro de uma organização.
Segundo Silveira (2015), um exemplo do desenvolvimento de 
substâncias seguras é a substituição do OTBE (óxido de tributilestanho) 
pelo DCOI (4,5-dicloro-2-n-octil-4-isotiazolina-3-ona), que são utilizados 
em navios para a prevenção da corrosão e outros danos resultantes 
da presença de limo. O OTBE é uma substância patogênica que possui 
características mutagênicas.
O desenvolvimento de compostos seguros é descrito pelo quarto 
princípio da química verde, o qual estabelece que “os produtos químicos 
devem ser projetados para preservar a eficácia da função, reduzindo a 
toxicidade” (WARNER; CANNON e DYE7, 2004 apud SILVEIRA, 2015, p. 7).
7 Warner, J. C.; Cannon, A. S.; Dye, K. M. Environ. Impact Assess. Rev. 2004, 24.
7878 
5. Diminuição de solventes e auxiliares
Segundo Silveira (2015), os solventes e auxiliares apresentam riscos, 
como a toxicidade, devido ao fato de geralmente serem aplicados 
solventes que contêm compostos orgânicos, necessitando cuidados 
especiais tanto para a sua manipulação quanto no seu armazenamento 
e transporte, além do fato de possuírem uma destinação final 
ambientalmente correta difícil, uma vez que a recuperação e reutilização 
desses é limitada. A disposição final ambientalmente correta desses 
produtos também constitui um problema, uma vez que, em geral, esses 
apresentam riscos ao meio ambiente.
Complementando o pensamento anterior, Lenardão et al. (2003) diz 
que na indústria química tem-se grande aplicações dos solventes 
orgânicos, que possuem processos de reutilização inviáveis devido ao 
seu alto custo. Devido a essa questão, a disposição final desse material 
acaba por ser realizada de forma ambientalmente incorreta, sendo 
lançado em corpos d’água, no solo e no ar, resultando na contaminação 
do meio-ambiente.
Lenardão et al. (2003) cita ainda que existem algumas alternativas à 
utilização desses solventes que são mais ambientalmente corretas, onde 
esses solventes alternativos são denominados solventes verdes, como os 
fluidos supercríticos, onde comumente utiliza-se o CO2, líquidos iônicos 
à temperatura ambiente, hidrocarbonetos perfluorados e até mesmo a 
água. Também é citada a questão de alguns casos onde os solventes são 
totalmente eliminados, o que seria o melhor caso possível, uma vez que 
esses processos sem solvente resultam na redução de resíduos.
Reações sem solvente podem ser realizadas com condições experimentais 
simples, por moagem, agitação, irradiação de micro-ondas ou 
aquecimento convencional. Este tipo de processo possui um menor 
tempo de reação e suas metodologias e procedimentos de purificação são 
simples. (SILVEIRA, 2015, p. 10)
7979 79
Portanto, de acordo com Silveira (2015), é possível realizar processos 
químicos sem a necessidade de utilizar solventes e auxiliares, uma 
vez que para o caso de substâncias líquidas, pode-se obter resultados 
similares através da modificação de parâmetros de processo, 
como a questão do aquecimento, ou por outros meios que seriam 
ambientalmente mais corretos do que a utilização de solventes, como a 
irradiação por micro-ondas. A moagem é aplicada aos reagentes em fase 
sólida, sendo, para estes casos, o processamento mais aplicado.
Segundo Silveira (2015), as reações de moagem resultam em 
aumento de temperatura devido à trituração de cristais dos 
reagentes e substratos, consistindo em um processo de baixo custo e 
ambientalmente mais correto do que a aplicação de solventes. 
Apesar dos pontos fortes mencionados por Silveira (2015), não 
podemos esquecer que a moagem pode resultar na contaminação do 
produto pelo material utilizado nos elementos de moagem (esferas 
de moagem, por exemplo), portanto esses devem ser escolhidos com 
cuidado para evitar danos ao produto, além do fato de o tempo de 
moagem influenciar diretamente na contaminação, sendo diretamente 
proporcional a essa ocorrência.
Quando o uso de solvente é indispensável, então deve-se recorrer aos 
demais solventes sugeridos por Lenardão (2003), que também são 
citados por Silveira (2015). Destes, podemos destacar a utilização da 
água como solvente, uma vez que esse seria o mais ambientalmente 
correto, uma vez que o seu descarte é fácil, porém deve-se atentar 
para possíveis subprodutos que sejam formados, já que esses podem 
contaminar a água, necessitando algum tratamento prévio para seu 
despejo na rede pública de esgoto ou em corpos d’água (mananciais, 
rios, lençóis freáticos, entre outros).
Como desvantagem à aplicação da água como solvente, Silveira 
(2015) cita fatos como a baixa solubilidade para diversos compostos 
orgânicos, além do fato de essa ser incompatível com reagentes e 
8080 
catalizadores presentes na reação, podendo ainda promover a hidrólise 
desses reagentes, processo que competiria com a formação do 
produto desejado.
Outra possibilidade citada tanto por Lenardão (2003) quanto por Silveira 
(2015) é a aplicação de fluidos supercríticos e líquidos iônicos, os quais, 
de acordo com Silveira (2015), também podem ser considerados como 
solventes verdes.
“Um solvente supercrítico é aquele que, a certa temperatura e pressão, 
existe como um fluido num estado intermediário entre líquido e gás” 
(SILVEIRA, 2015, p. 12). O diagrama de fases apresentado na Figura 2 
ilustra o ponto supercrítico. Silveira(2015) traz o exemplo do dióxido de 
carbono supercrítico, que para se encontrar nessa condição é aplicado 
como solvente à temperatura de 31 °C e pressão de 73 atm.
Figura 2 – Diagrama de fases de uma substância pura
Fonte: adaptada de Silveira (2015, p. 12).
Conforme Silveira (2015), os líquidos iônicos são assim chamados 
por serem constituídos por íons, cátions e ânions, e possuem grande 
interesse para aplicações de químicos orgânicos e analíticos.
As características desses solventes são baixa pressão de vapor, não-
volatilidade e estabilidade térmica, além de serem considerados solventes 
universais, devido à sua capacidade de dissolver um grande número de 
compostos orgânicos e gases e não se complexarem com complexos 
metálicos. (SILVEIRA, 2015, p. 13).
8181 81
Além dos pontos mencionados, Silveira (2015) também cita que 
esses solventes são recuperáveis e recicláveis, sendo, portanto, 
ambientalmente mais corretos do que os solventes convencionais que 
dificilmente podem ser recuperados e reciclados.
Portanto, nota-se que existem alternativas dentro da indústria química 
para tornar a sua prática mais ambientalmente correta, desmistificando 
a ideia clássica de que química é algo ruim e só resulta em degradação 
do meio ambiente.
TEORIA EM PRÁTICA 
Em uma indústria química são utilizados como solvente a 
água e o benzeno. Devido à onda verde, que resultou em 
leis mais rígidas, a alta direção da indústria química em 
questão decidiu eliminar o benzeno das suas operações. 
Para tal, chamaram você, que é o gerente de produção, 
para dar possíveis soluções para o caso. Contudo, o 
primeiro ponto é explicar para a alta direção por que a 
água não pode ser utilizada como solvente no lugar do 
benzeno, já que essa é um solvente universal. O segundo 
ponto é propor o que pode ser feito para eliminar o 
benzeno do processo produtivo.
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
1. A definição de subproduto nos remete a todos os 
materiais e substâncias que, independentemente do 
seu estado físico, resultam de um processamento para 
obtenção de um dado produto, porém esses não 
8282 
costumam ser de interesse dos clientes, tendo um valor 
agregado muito baixo para serem negociados nos canais 
logísticos diretos. Sobre os subprodutos, assinale a 
alternativa que traz somente exemplos que podem ser 
considerados dentro da sua definição.
a. Poupa de fruta, vinhaça e miúdos suíno.
b. Sementes, etanol e miúdos suínos.
c. Sementes, vinhaça e costela suína.
d. Poupa de fruta, etanol e costela suína.
e. Sementes, vinhaça e miúdos suínos.
2. O segundo princípio da química verde prega a redução 
da geração de subprodutos, onde se deve utilizar um 
balanço entre átomos de entrada (matéria-prima) 
e átomos de saída (produto), visando ao melhor 
aproveitamento possível dos átomos de entrada, 
de modo que, se possível, todos os átomos de 
entrada devem formar o produto, evitando assim 
que o processo resulte em subprodutos. Sobre esse 
princípio, assinale a alternativa correta.
a. O cálculo da economia atômica (%A) é executado com 
base no rendimento teórico dos produtos.
b. O fator E foca nos subprodutos e não no produto.
c. O cálculo do rendimento em porcentagem (%R) 
é realizado com base na massa molecular dos 
subprodutos.
8383 83
d. O percentual de economia de átomos (% e.a.) 
é realizado com base na massa molecular dos 
subprodutos.
e. O fator E não é calculado com base nos subprodutos.
3. Com o intuito de guiar os profissionais do setor químico 
no desenvolvimento de produtos e processos que 
atendam aos preceitos da química verde, Anastas 
e Warner8 (1998 apud CHANSHETTI, 2014, p. 112) 
desenvolveram o que ficou conhecido como sendo os 
doze princípios da química verde.
Pensando nos 12 princípios da química verde, assinale a 
alternativa correta.
a. A organização deve eliminar os seus subprodutos para 
atender aos princípios da química verde.
b. A água é o solvente universal, portanto todos os 
solventes devem ser substituídos pela água.
c. A periculosidade de um resíduo pode ser definida 
como uma característica deste, com base nas suas 
propriedades físicas, químicas ou infectocontagiosas 
que resultem em riscos à saúde pública ou ao meio-
ambiente, podendo ainda afetar ambos
d. As características dos solventes iônicos são alta 
pressão de vapor, volatilidade e instabilidade térmica.
e. Embora os solventes sejam estritamente perigosos, a 
sua disposição final ambientalmente adequada é fácil 
de ser realizada.
8 P. Anastas and J. C. Warner, Green Chemistry: Theory and Practice; Oxford Science Publications, Oxford, 1998. 
8484 
Referências bibliográficas
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Escola de Engenharia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 1999.
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LENARDÃO, E. J. et al. Green Chemistry: os 12 princípios da química verde e sua 
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http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-40422003000100020
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-40422003000100020http://www.sbera.org.br/3sigera/obras/in_uso_09_WilliamNatale.pdf
http://www.sbera.org.br/3sigera/obras/in_uso_09_WilliamNatale.pdf
http://dx.doi.org/10.5902/2236117010444
http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/1654/1/LD_PPGTAL_M_Silva%20Junior%2C%20Jamil%20Correia%20da_2015.pdf
http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/1654/1/LD_PPGTAL_M_Silva%20Junior%2C%20Jamil%20Correia%20da_2015.pdf
https://ufsj.edu.br/portal2-repositorio/File/coqui/TCC/Monografia-TCC-Ana_Debora_P_Silveira-20152.pd
https://ufsj.edu.br/portal2-repositorio/File/coqui/TCC/Monografia-TCC-Ana_Debora_P_Silveira-20152.pd
https://ufsj.edu.br/portal2-repositorio/File/coqui/TCC/Monografia-TCC-Ana_Debora_P_Silveira-20152.pd
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VALENTE, Joana Miguel Leite Duarte. Subprodutos alimentares: novas alternativas 
e possíveis aplicações farmacêuticas. 2015. 78 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de 
Mestrado em Ciências Farmacêuticas, Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade 
Fernando Pessoa, Porto, Portugal, 2015. Disponível em: https://bdigital.ufp.pt/
bitstream/10284/5312/1/PPG_23519.pdf . Acesso em: 28 ago. 2019.
Gabarito
Questão 1 – Resposta: E
Resolução: Conforme descrito no texto, poupa de fruta é utilizada 
como produto na industrialização de sucos de caixinha, por 
exemplo, enquanto as sementes são tratadas como subprodutos. 
A vinhaça é um subproduto obtido na produção do etanol. 
A costela suína é uma carne comumente comercializada em 
açougues tendo alto valor agregado, enquanto os miúdos, 
juntamente com outras partes menos valorizadas dos suínos, 
acabam por ser tratados como subprodutos. 
Questão 2 – Resposta: B 
Resolução: O cálculo do rendimento em porcentagem (%R) leva 
em consideração o rendimento do produto obtido e o rendimento 
teórico do produto. O cálculo da economia atômica expressa em 
porcentagem (%A) leva em consideração a massa molecular do 
produto desejado e a massa molecular de todas as substâncias 
produzidas. O cálculo do percentual de economia de átomos (% 
e.a.) leva em consideração a massa molecular do produto desejado 
e a massa molecular dos reagentes. O cálculo do fator E, por sua 
vez, foca nos subprodutos e não no produto.
Questão 3 – Resposta: C 
Resolução: A eliminação dos subprodutos é desejável, porém 
a química verde reconhece que, na maioria dos casos, com as 
tecnologias atuais, a eliminação é inviável, portanto, prega a 
redução desses. Como desvantagem à aplicação da água como 
https://bdigital.ufp.pt/bitstream/10284/5312/1/PPG_23519.pdf
https://bdigital.ufp.pt/bitstream/10284/5312/1/PPG_23519.pdf
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solvente, Silveira (2015) cita fatos como a baixa solubilidade 
para diversos compostos orgânicos, além do fato de essa ser 
incompatível com reagentes e catalizadores presentes na reação, 
podendo ainda promover a hidrólise desses reagentes, processo 
que competiria com a formação do produto desejado, contudo, na 
prática, a substituição de todos os solventes por água é inviável. 
Conforme a norma ABNT NBR 10004, a periculosidade de um 
resíduo pode ser definida como uma característica deste, com base 
nas suas propriedades físicas, químicas ou infectocontagiosas que 
resultem em riscos à saúde pública ou ao meio-ambiente, podendo 
ainda afetar ambos. As características que levam um resíduo a ser 
classificado como perigoso são: inflamabilidade, corrosividade, 
reatividade, toxicidade e patogenicidade. Sobre a aplicação 
dos líquidos iônicos “As características desses solventes são 
baixa pressão de vapor, não-volatilidade e estabilidade térmica” 
(SILVEIRA, 2015, p. 13). Segundo Silveira (2015), os solventes e 
auxiliares apresentam riscos, como a toxicidade, devido ao fato 
de geralmente serem aplicados solventes que contêm compostos 
orgânicos, necessitando cuidados especiais tanto para a sua 
manipulação quanto no seu armazenamento e transporte, além do 
fato de possuírem uma destinação final ambientalmente correta 
difícil, uma vez que a recuperação e reutilização desses é limitada. 
A disposição final ambientalmente correta desses produtos 
também constitui um problema, uma vez que, em geral, esses 
apresentam riscos ao meio ambiente.
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Sustentabilidade em materiais, 
economia circular e seu impacto 
Autor: Bruno Pizol Invernizzi 
Objetivos
• Conhecer os conceitos envolvidos na 
sustentabilidade.
• Correlacionar sustentabilidade e as aplicações 
dos materiais.
• Compreender o que vem a ser a economia circular.
• Entender as consequências da economia circular.
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1. Sustentabilidade
Segundo Mikhailova (2004), o termo sustentabilidade, que vem sendo 
amplamente empregado na atualidade, tem diversas interpretações 
que resultaram em uma ampliação muito grande do seu significado. 
Entre tantas interpretações possíveis, a autora cita que todas possuem 
um ponto em comum: a sustentabilidade deve ser tratada como 
transdisciplinar, uma vez que os conceitos ambientais são extensos, 
passando por diversas áreas do conhecimento.
Mikhailova (2004) cita que, embora a sociedade humana tenha passado 
a dar um maior enfoque ao meio ambiente após a década de 1970, antes 
disso já havia uma preocupação do homem em relação a isto, embora 
de forma mais discreta, citando como exemplo que a escola econômica 
clássica prega que uma economia saudável possui três fatores que 
atuam em conjunto: a terra, o capital e o trabalho. Neste conceito, 
a terra representa o meio ambiente e não somente a propriedade.
Na década de 1970 ocorreu um ponto que fez com que a 
sustentabilidade entrasse de vez na agenda dos governantes mundiais, 
que ficou conhecido como a Conferência de Estocolmo. Tal conferência 
foi organizada e realizada pelas Nações Unidas e o tema tratado foi 
justamente o meio ambiente, onde foram apresentados estudos que 
comprovavam o efeito da atividade humana sobre o meio ambiente, 
tendo sido a primeira atitude mundial no sentido de conscientizar os 
governantes sobre a importância da sua preservação. 
Embora essa conferência tenha sido responsável por despertar a 
preocupação em relação ao meio ambiente, tal preocupação já vinha 
sendo cultivada desde o início da década de 1960 com o lançamento 
do livro Primavera Silenciosa, escrito por Rachel Carson, que retratava 
principalmente a ação de pesticidas sobre o meio-ambiente, tendo sido 
um marco no início dos movimentos ambientais ao redor do mundo. 
Esse livro, juntamente com outras publicações da época, impulsionou a 
onda verde que resultou na Conferência de Estocolmo.
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Desde então, as discussões sobre o meio ambiente vieram se 
tornando cada vez mais comuns, onde podemos citar outros eventos 
mundiais de importância similar ao ocorrido em Estocolmo, tais 
como a “II Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e 
Desenvolvimento”, que ficou conhecida como “Rio-92”, o Protocolo de 
Kyoto, o COP 21 (21ª Conferência das Partes) e, mais atualmente, o 
COP25 (25ª Conferência das Partes). Embora a conferência de Estocolmo 
tenha sido a primeira, o protocolo de Kyoto foi o primeiro documento 
assinado onde os países desenvolvidos assumiram o compromisso de 
adotar medidas no sentido de combater a poluição atmosférica.
ASSIMILE
O COP 21 foi realizado em Paris no ano de 2015 envolvendo 
195 países, onde ficou estabelecido pela primeira vez que 
todos os países presentes deveriam reduzir a emissão 
de poluentes, de modo a limitar o aquecimento global a 
1,5 ºC acima dos níveis pré-industriais. Além das questões 
ambientais, a conferência tratou também de questões 
ligadas à erradicação da pobreza no mundo, de modo a 
preparar o terreno para que essa possa ser facilitada.
O conceito de sustentabilidade vem sendo aperfeiçoado ao longo do 
tempo englobando cada vez mais esferas, as quais não tinham sido 
pensadas anteriormente. De acordo com Mikhailova (2004), a principal 
forma de descrever o que vem a ser a sustentabilidade é a justiça 
para com as gerações futuras, uma vez que este visa à preservação do 
meio ambiente.
Como esse termo possui um conceito complexoe abrangente para fins 
da engenharia de materiais, podemos defini-lo como sendo a renovação 
onde o ser humano utilizaria somente recursos naturais renováveis na 
produção de bens, além do fato de muitos desses serem recicláveis, 
9090 
de modo a evitar, ou ao menos reduzir, a extração de matérias-primas 
naturais, priorizando a reutilização e reciclagem daquelas que já foram 
extraídas anteriormente.
Porém, precisamos ter consciência de que ser sustentável não nos 
remete a ser ambientalmente corretos na totalidade, uma vez que, de 
forma geral, as atividades humanas resultam em algum tipo de prejuízo 
à natureza, mesmo quando reutilizamos materiais, ainda assim estamos 
gerando alguma degradação ao meio ambiente.
Para entender melhor, pense na seguinte situação, após o consumo 
de um dado produto, o usuário fez o descarte correto de um produto 
que será reaproveitado pela indústria. Para que esse material retorne à 
indústria, esta precisa de um serviço de logística, denominado logística 
reversa, que utiliza caminhões, que são movidos à combustão interna 
e que, portanto, poluem o meio ambiente. Nesse ponto o aluno deve 
estar se perguntando, “mas e se o caminhão tiver motor elétrico e não 
de combustão interna”, neste caso podemos pensar em como a energia 
elétrica é obtida, onde se considerarmos a matriz energética brasileira, 
temos as termelétricas, hidrelétricas e parques eólicos. 
As termelétricas, assim como os motores de combustão interna, poluem 
o meio ambiente através da emissão de CO2, podendo ainda emitir NOx 
e SOx, que agravam ainda mais a poluição atmosférica.
Para o caso das hidrelétricas, embora essas sejam consideradas 
ambientalmente corretas, para que seja possível a movimentação das 
turbinas e posterior geração de energia elétrica, deve-se construir 
grandes represas, que resultam em mudança no curso de rios, 
inundação de regiões habitadas pela fauna e pela flora, geração de 
microclimas, devido a mudança da umidade local, entre outros.
Para o caso dos parques eólicos, pode-se mencionar a mudança nas 
correntes de vento, resultando na geração de microclimas, terreno 
improdutivo, uma vez que esse está sendo ocupado pelas torres eólicas, 
entre outros.
9191 91
Para encerarmos a questão da sustentabilidade, Mikhailova (2004) cita 
que, no ano de 1987, foi elaborado pela ONU (Organização das Nações 
Unidas) o seguinte conceito: “Desenvolvimento sustentável é aquele que 
busca as necessidades presentes sem comprometer a capacidade das 
gerações futuras de atender as suas próprias necessidades”.
1.1 Sustentabilidade aplicável aos materiais
Os materiais são basicamente divididos em três classes distintas, 
polímeros, metálicos e cerâmicos. Temos ainda uma quarta classe 
que, na verdade, é a união entre as demais, a qual é denominada por 
materiais compósitos.
Dentre as três classes principais, pode-se dizer que, de modo geral, os 
materiais metálicos podem ser mais facilmente reutilizados e reciclados, 
permitindo assim que esses sejam amplamente empregados em todos 
os setores. Mesmo na construção civil, onde a predominância é do 
cimento Portland, que se enquadra como material cerâmico, os materiais 
metálicos apresentam papel fundamental e fazem grande sucesso. 
Como exemplo, pode-se citar estruturas de pontes estaiadas, galpões 
industriais e até mesmo casas em construções modernas, que, por 
vezes, empregam somente vigas em aço e vidro, sem citar ainda alguns 
marcos de extrema importância como a torre Eiffel. Esses materiais são 
empregados ainda na própria estrutura dos edifícios, onde emprega-se 
os vergalhões, e na confecção de portas, janelas, entre outros.
Os materiais metálicos são reciclados por meio da fusão da sucata 
e componentes que já não possuem mais serventia para uso, sendo 
transformado em metal líquido e depois seguindo os processos 
convencionais, que podem ser desde uma usina para produção de 
chapas, barras, perfis e vergalhões, até processos de fundição e 
forjamento, entre outras possibilidades. Dessa forma, os principais 
pontos que afetam o meio ambiente são a extração da matéria-
prima, que resulta em desmatamento e rejeitos de difícil tratamento e 
9292 
disposição final, gastos energéticos, que ocorrem ao longo do processo 
produtivo, e gases de efeito estufa emitidos durante o processamento e 
o transporte.
Os materiais poliméricos, por sua vez, vieram crescendo em aplicação 
ao longo dos anos, porém a sua reciclagem ainda hoje constitui um 
problema. Já existem processos que permitem a reciclagem inclusive 
para materiais termofixos e elastômeros, que possuem as ligações 
cruzadas de enxofre, dificultando o seu processamento mecânico e 
amolecimento, como é o caso dos pneus. Ao longo dos anos, esses 
processos vêm ganhando mais variações e possibilidades, o que 
resulta também na redução do seu custo, tornando esses mais viáveis 
tecnicamente e economicamente.
Segundo Santos (2017), no ano de 2013 o Brasil produziu mais de 68 
milhões de unidade de pneus, sendo o descarte anual brasileiro da 
ordem de 20 milhões de pneus, o que é um problema não somente no 
país, mas no mundo todo.
“Face aos impactos ambientais gerados pelo descarte inadequado 
de pneus inservíveis, há que se buscar o seu gerenciamento 
ambientalmente adequado, desde o acondicionamento até a destinação 
final” (CIMINO e ZANTA, 2005, p. 300 apud SANTOS, 2017, p. 14). 
Para evitar o descarte ambientalmente inadequado de pneus, 
conforme mencionado por Cimino e Zanta1 (2005, apud SANTOS, 2017), 
alternativas tecnicamente e economicamente viáveis para utilização 
dos pneus vieram sendo apresentadas e aplicadas, sendo tratadas por 
Santos (2017) com dois focos diferentes, a reutilização e a reciclagem. 
Conforme explicado por Santos (2017), para a reutilização três diferentes 
métodos são apresentados, sendo a recapagem, a recauchutagem e 
a remoldagem. Desses três processos, a recapagem é o mais simples, 
1 CIMINO, Marly Alvarez; ZANTA, Viviana Maria. Gerenciamento de pneumáticos inservíveis (GPI): análise crítica 
de ações institucionais e tecnologias para minimização. Engenharia Sanitária e Ambiental, [s.l.], v. 10, n. 4, 
p.299-306, dez. 2005. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/s1413-41522005000400006.
9393 93
que consiste somente na substituição da banda de rodagem, que é a 
região útil do pneu, onde ficam localizados os sulcos. A recauchutagem 
é similar a recapagem, porém é realizada a substituição dos chamados 
ombros do pneu, além da banda de rodagem. Os ombros correspondem 
às duas regiões de transição entre a banda de rodagem e os flancos do 
pneu. Por fim, a remoldagem, que é o processo dos chamados pneus 
remoldes, consiste no mesmo processo da recauchutagem, porém 
incluindo os flancos do pneu. Por esse motivo, ao olhar para um pneu 
remolde, todas as inserções referentes ao pneu original são apagadas, 
devendo ser refeitas pela organização que efetuou o processo.
O processo de reciclagem é um pouco mais complexo, “os materiais 
contidos nos pneus são extraídos por um processo mecânico, realizado 
em temperatura ambiente, onde as partículas de borracha vulcanizada 
são separadas de outros componentes (como metais e tecidos, 
por exemplo), e passam por várias etapas de trituração, reduzindo 
gradativamente de tamanho. O aço contido é retirado por eletroímãs, 
e as fibras da lona são retiradas através de um peneiramento” 
(KAMIMURA2 2002 apud SANTOS, 2017).
Segundo Santos (2017), após o processo de separação da borracha, esta 
é triturada e convertida em grânulos, que são utilizados para diversas 
aplicações, como aplicação em pisos de quadras poliesportivas, tapetes 
para carros, saltos e solas de sapato, colas e adesivos, câmaras de 
ar, entre outros. Uma aplicação que vem sendo muito utilizada é na 
confecção de asfalto ecológico.
Os materiais cerâmicos, embora sejam utilizados em condições similares 
àquelas encontradas na natureza, ou seja, em geral são aplicados como 
óxidos, sulfetos, nitretos, carbetos, entreoutros, são difíceis de serem 
reciclados, onde nem sempre permitem tal processo, resultando em 
acúmulo de entulhos, como por exemplo os resíduos da construção civil, 
2 KAMIMURA, E. Potencial dos resíduos de borracha de pneus pela indústria da construção civil. Disser-
tação de Mestrado em Engenharia Civil. Universidade Federal de Santa Catarina, Programa de Pós-Graduação 
em Engenharia Civil, Florianópolis, 2004.
9494 
lembrando que esses resíduos não são os únicos que se enquadram 
como materiais cerâmicos recicláveis. Lembrando que esse impacto 
afeta as duas pontas do ciclo, ou seja, afeta a disposição final, mas 
também afeta a extração de recursos naturais, uma vez que quando 
não é possível realizar a sua reciclagem, tendemos a extrair mais da 
natureza, portanto ocorre um dano duplo.
Conforme Dagnino (2018), que apresenta dados divulgados pela 
ABRECON (Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos 
da Construção Civil e Demolição), o Brasil gerou em 2018 
aproximadamente 105 milhões de toneladas de entulho, dos quais 
somente 0,6% são reaproveitados.
Somando ao fato do baixo índice de reciclagem, segundo Carreiras 
(2015), as obras de construção civil consomem cerca de 75% dos 
recursos naturais extraídos da natura. Durante a fase de estudo e 
concepção de um projeto de construção civil, deve-se considerar 
esse dado na escolha de materiais de modo a minimizar os impactos. 
O problema ambiental representado pelos materiais de construção é 
definido, segundo Carreiras (2015), como:
O problema ambiental associado aos materiais de construção, prende-
se, não com a possibilidade de esgotamento das matérias-primas não 
renováveis, mas sim, com os impactos ambientais provocados pela sua 
extração. Por conseguinte, a preocupação coloca-se ao nível da destruição 
da biodiversidade dos locais de extração, e não menos importante, a 
preocupação pela quantidade de resíduos que são gerados durante as 
atividades de mineração, assim como, os potenciais e efetivos acidentes 
ambientais que esses resíduos representam. (CARREIRAS, 2015, p. 38)
Contudo, vemos que de fato o impacto duplo ocorre, pois se tivéssemos 
maiores índices de reciclagem, teríamos menos impactos ambientais, 
como a extração de matérias-primas não renováveis, bem como os 
impactos causados por essa atividade no meio ambiente, tais como a 
destruição da biodiversidade nas regiões onde a extração ocorre.
9595 95
Carreiras (2015) sugere também que o projeto de construção civil 
deve privilegiar materiais não tóxicos, com baixa energia incorporada, 
recicláveis, que permitam o reaproveitamento de resíduos de outras 
indústrias, provenientes de fontes renováveis que estejam associados a 
baixas emissões de gases de efeito estufa e com alta durabilidade.
Os impactos ambientais “são avaliados através de um método que avalia 
o impacto ambiental de bens e serviços, designado por Avaliação do 
Ciclo de Vida – ACV (Life Cycle Assessment – LCA)” (CARREIRAS, 2015, p. 
40), devendo essa análise ser realizada de forma sistemática, visando 
quantificar os fluxos de energia e materiais ao longo do ciclo de vida do 
produto, conforme o diagrama apresentado pela Figura 1.
Figura 1 – Quadro contendo alguns dos itens 
a serem quantificados para o ciclo de vida das edificações
Fonte: adaptada de Carreiras (2015, p. 40).
Portanto, vimos que para a construção civil, o índice de reciclagem 
ainda é muito baixo, porém existem outros fatores que impactam o 
meio ambiente, os quais devem ser considerados pela avaliação do 
ciclo de vida.
É importante mencionar que existem casos particulares, como os 
materiais radioativos, os quais possuem uma tratativa extremamente 
complexa e que envolve diversos riscos, tanto durante o seu 
uso, quanto durante a sua extração, processamento, transporte, 
armazenamento e destinação final ambientalmente correta, a qual não 
é tratada como sendo um ponto final, uma vez que esses materiais 
continuam a emitir radiação, portanto não existe hoje uma tratativa 
9696 
denominada disposição final ambientalmente correta, uma vez que 
esses devem continuar sob vigilância, constituindo um problema único 
e que não será abordado com profundidade. A correta tratativa para 
esses materiais é dada pela Comissão Nacional de Energia Nuclear 
(CNEN), seguindo regras próprias e específicas.
O principal ponto dos materiais é entender que existe duas 
possibilidades para esses, a reinserção na cadeia produtiva, por meio da 
reutilização e reciclagem, e a disposição final ambientalmente correta, 
o que faz com que esses devam ser pensados para uma dessas duas 
situações, evitando assim o seu acúmulo, que resulta em danos ao 
meio ambiente.
Por fim, além dos resíduos exemplificados neste item, outros resíduos 
comumente reciclados no Brasil, conforme Cardoso (2013), são:
• Blocos, chapas, embalagens, perfis, latas e panelas, todos feitos 
com alumínio.
• Metais ferrosos em geral.
• Produtos que possuem antimônio na sua composição.
• Produtos em cobre e suas ligas (bronze e latão).
• Diversos tipos de papeis, como jornal, embalagens, papéis de 
escritório, panfletos, revistas, caixas de papelão, entre outros.
• Plásticos dos mais diversos tipos: 
• Politereftalato de etila (PET): amplamente empregado em 
embalagens de refrigerante, água, suco, cosméticos, entre outros.
• Polietileno de alta densidade (PEAD): empregado na confecção de 
engradados de bebidas, baldes, sacolas plásticas, entre outros.
• Policloreto de vinila (PVC): possuem grande emprego para a 
produção de tubos e conexões para transporte de água e esgoto 
em residências.
9797 97
• Polietileno de baixa densidade (PEBD): altamente empregado 
na produção de embalagens de alimentos como arroz, feijão, 
açúcar, sal, entre outros.
• Polipropileno (PP): muito empregado na fabricação de 
embalagens de salgadinhos, biscoitos, potes, tampas de 
embalagens, entre outros.
• Poliestireno (PS): aplicado na produção de copos descartáveis, 
carcaças de aparelhos eletrônicos, isopor, entre outros.
• Vidros.
• Eletrônicos, tais como computadores, televisão, rádio, celulares, 
impressoras, entre outros.
• Baterias para carro.
• Pilhas e baterias para equipamentos eletrônicos.
• Motores elétricos.
• Entre outros.
2. Economia circular e os seus impactos
Segundo Azevedo (2015), a economia circular nasceu na década de 
1970, tendo sido concebida em contrapartida ao modelo tradicional 
de economia, que é a economia linear onde as ações da sociedade se 
restringem a extrair, transformar, consumir e descartar. 
Portanto, a economia circular sugere a quebra desse padrão linear, 
evitando a ação de descartar ao máximo possível através da reutilização 
e da reciclagem, onde o produto não deve ter a sua disposição final 
decretada, mas esse deve retornar à cadeia produtiva para que possa 
ser aproveitado ao máximo.
9898 
Se o aluno for atento, deve ter notado que a economia circular não age 
somente no ponta final da economia linear (descarte), mas age também 
na ponta inicial (extração), de modo que com a reutilização e reciclagem 
de materiais e produtos, evita-se que a extração de matérias-primas 
ocorra, uma vez que o material que já foi extraído e se encontra 
em uso na economia retornará à fase produtiva de transformação, 
ficando preso entre as duas fases centrais da economia linear, a 
transformações e o consumo.
Complementando as ideias expostas anteriormente, Araújo e Queiroz 
(2017) citam Stahel3 (2016) ao fazerem a analogia de uma economia 
linear com um rio, onde este flui em sentido único, assim como a 
logística direta. Já a economia circular é descrita por eles como um 
lago, onde o material pode fluir para qualquer lado, sem ficar preso a 
um sentido único, onde esse resulta no “reprocessamento de bens e 
materiais gera empregos e economiza energia, reduzindo o consumo 
e o desperdício de recursos” (STAHEL1, 2016 apud ARAÚJO e QUEIROZ, 
2017, p. 5). A analogia pode ser melhor entendida por meio da Figura 2.
Para que esse produto fiquepreso entre essas duas fases, deve-se 
adicionar outras fases que tornam a economia circular possível, que 
são, por exemplo, o desmanche de produtos, visando à reutilização das 
peças que ainda têm condições de uso, e a reciclagem, que será aplicada 
àqueles produtos que já não podem ser reutilizados. Além disso, não 
podemos esquecer que, para que tais operações de desmanche para 
a reutilização e reciclagem ocorram, precisamos que os produtos e 
materiais retornem ao setor produtivo, o que é realizado por meio da 
chamada logística reversa, que é a responsável pelo comportamento 
demonstrado para a economia circular na Figura 2, sendo que a logística 
reversa permite que o material retorne ao processo partindo de 
qualquer fase do fluxo direto.
3 STAHEL, W. R. Circular economy. Nature, v. 531, p. 435-438, 2016.
9999 99
Figura 2 – Esquema comparativo entre 
economia linear e economia circular
Fonte: Sauvé, Bernard e Sloan4 (2016) apud Araújo e Queiroz (2017, p. 5).
A logística reversa é o oposto da logística direta, que é uma sequência 
de eventos que leva o produto no sentido da extração da matéria-
prima até o consumidor e a posterior destinação final ambientalmente 
correta, onde esta pode ser a disposição final ambientalmente correta, 
porém pode ser também a reutilização e a reciclagem, bem como outros 
processos como a regeneração e a incineração do material ou produto.
Enquanto a logística direta se encarrega de levar a matéria-prima até 
o setor produtivo e o produto até as prateleiras das lojas para que 
esses possam ser posteriormente consumidos, a logística reversa se 
encarrega de fazer o caminho inverso, cuidando para que os bens 
de pós-vendas e pós-consumo tenham a correta destinação final 
ambientalmente adequada, uma vez que nem todos esses bens poderão 
ser reaproveitados pelo setor industrial.
Devemos ter em mente, que nem todos os materiais podem ser 
reutilizados ou reciclados, o que pode ocorrer por inviabilidade técnica, 
quando ainda não existe uma tecnologia capaz de executar tal tarefa, 
ou por inviabilidade econômica, quando a tecnologia já está disponível, 
porém o seu custo ainda é muito alto. 
4 SAUVÉ, S.; BERNARD, S.; SLOAN, P. Environmental sciences, sustainable development and circular economy: 
Alternative concepts for trans-disciplinary research. Environmental Development. v. 17, p. 48-56, 2016.
100100 
Portanto, a economia circular entende que a disposição final 
ambientalmente adequada também pode ocorrer, sendo assim 
podemos dizer que “a economia circular divide dois grupos de materiais, 
os biológicos, que são desenhados para reinserção na natureza 
e os técnicos, que exigem investimento em inovação para serem 
desmontados e recuperados” (AZEVEDO, 2015, p. 2).
Contudo, aqueles materiais que terão a sua disposição final decretada, 
deverão ser projetados para que não resultem em danos ambientais, 
sendo esse biodegradáveis, por exemplo, de modo que possam dessa 
forma ser reinseridos na natureza.
Economia Circular é um modelo sustentável de desenvolvimento e, 
seu objetivo, através da Logística Reversa, é agregar, por meio de ciclos 
produtivos, novos valores aos descartados e, através da sua reutilização, 
recuperação, reparação e reciclagem, colaborando com a sustentabilidade 
e humanidade. (SANTOS, 2017, p. 8)
Podemos dizer que a economia circular é uma das formas de a 
sociedade ser sustentável, tendo a logística reversa como o seu calço 
que torna todo o ciclo possível. Uma vez que é responsável por garantir 
o retorno dos bens de pós-consumo e pós-venda ao processo produtivo.
Logística reversa é a área da logística empresarial que planeja, opera e 
controla o fluxo e as informações logísticas correspondentes, de retorno 
dos bens de pós-venda e de pós-consumo ao ciclo de negócios ou ao 
ciclo produtivo, por meio dos canais de distribuição reversos, agregando-
lhes valor de diversas naturezas: econômico, ecológico, legal, logístico, de 
imagem corporativa, entre outros. (LEITE5, 2003 apud SANTOS, 2017, p. 8)
Segundo descrito por Leite (2003), a logística reversa não atua 
somente em questões ambientais, mas sim em todos os vértices da 
sustentabilidade, que são a economia, a sociedade e o meio ambiente, 
de modo que tal prática resulta em oportunidades de negócio para o 
setor industrial e também para o próprio setor de logística, resultando 
na geração de novos negócios e empregos.
5 LEITE, P.R. Logística reversa: meio ambiente e competitividade. São Paulo: Prentice Hall, 2003.
101101 101
Segundo descrito por Ellen Macarthur Foundation (2015), 
a economia circular apresenta diversos impactos na sociedade, 
na economia e no meio ambiente, onde temos como exemplos a 
redução do custo líquido em materiais, que chegam a US$ 630 bilhões 
anuais na União Europeia, geração de emprego, aumento do PIB 
do país, instiga a inovação de produtos e processos, redução na 
emissão de dióxido de carbono, redução do consumo de materiais 
primários, por meio da redução, reutilização e reciclagem, entre 
diversas outras possibilidades.
Contudo, nota-se que esse setor tem grande potencial para novos 
negócios e geração de emprego, ajudando na resolução de problemas 
de ordem social e econômica, atuando no tripé da sustentabilidade, 
uma vez que os ganhos com o meio ambiente também são uma 
consequência da economia circular. 
PARA SABER MAIS
O Globo (2019) cita que, de acordo com a CNI 
(Confederação Nacional da Indústria), mais de 76% das 
empresas brasileiras desenvolve algum tipo de iniciativa 
voltada à economia circular, mesmo que somente 30% dos 
entrevistados pela reportagem tenham ouvido falar nos 
conceitos ligados a essa prática.
É fundamental para o engenheiro de materiais compreender a ligação 
que existe entre os materiais utilizados, a sustentabilidade e a economia 
circular, uma vez que esse profissional atua na escolha e no projeto 
de novos materiais, além de estar inserido no contexto da cadeia 
produtiva, podendo atuar desde as fases de projeto, passando por 
desenvolvimento e produção, chegando inclusive ao setor de 
pós-vendas, como na assistência técnica, por exemplo.
102102 
TEORIA EM PRÁTICA
A empresa Polímeros S.A. está tentando promover políticas 
ambientais internas. Para tal, o diretor industrial convidou 
você, que é o gerente de produção, para um debate sobre 
formas de reutilização e reciclagem de materiais. Sabendo 
que na atualidade a empresa não possui nenhum programa 
nesse sentido, sendo que todos os resíduos sólidos gerados 
têm a sua disposição final decretada pela empresa, sendo 
100% deles considerados como rejeito, quais ações você 
poderia sugerir para serem implementadas?
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
1. Segundo Mikhailova (2004), o termo sustentabilidade, 
que vem sendo amplamente empregado na atualidade, 
tem diversas interpretações que resultaram em uma 
ampliação muito grande do seu significado. Entre 
tantas interpretações possíveis, a autora cita que todas 
possuem um ponto em comum: a sustentabilidade 
deve ser tratada como transdisciplinar, uma vez que 
os conceitos ambientais são extensos, passando por 
diversas áreas do conhecimento.
Sobre a sustentabilidade, assinale a alternativa correta:
a. O ser humano somente passou a se preocupar com o 
meio ambiente após a Conferência de Estocolmo.
b. O Protocolo de Kyoto visou à redução da emissão 
dos gases de efeito estufa por parte dos países 
desenvolvidos.
103103 103
c. O conceito de sustentabilidade é imutável, não 
dependendo de novas experiências humanas.
d. A sustentabilidade reconhece somente ações 
de cunho ambiental, não importando as 
questões financeiras.
e. Sustentabilidade é um termo empregado quando 
indica que nenhum tipo de dano ao meio ambiente 
está sendo praticado.
2. O conceito de sustentabilidade vem sendo aperfeiçoado 
ao longo do tempo englobando cada vez mais esferas, 
as quais não tinham sido pensadas anteriormente. 
De acordo com Mikhailova (2004), a principal forma 
de descrever o que vem a ser a sustentabilidadeé a 
justiça para com as gerações futuras, uma vez que visa 
à preservação do meio-ambiente.
Sobre a sustentabilidade aplicada aos materiais, 
assinale a alternativa correta.
a. A reciclagem dos materiais poliméricos constitui um 
problema, uma vez que a tecnologia nesse campo 
tem se desenvolvido pouco, não apresentando 
grandes avanços tecnológicos.
b. A reciclagem dos materiais poliméricos constitui um 
problema, uma vez que a tecnologia nesse campo 
tem se desenvolvido pouco, não apresentando 
grandes avanços tecnológicos.
c. Os materiais cerâmicos são os mais fáceis de serem 
reciclados, uma vez que esses se encontram em 
condições similares àquelas encontradas na natureza.
104104 
d. O projeto de construção civil deve privilegiar 
materiais não tóxicos com baixa energia incorporada, 
recicláveis, que permitam o reaproveitamento de 
resíduos de outras indústrias, provenientes de fontes 
renováveis, que estejam associados a baixas emissões 
de gases de efeito estufa e com alta durabilidade.
e. Os materiais radioativos, embora apresentem diversos 
riscos, são facilmente reaproveitados por meio da 
reutilização e reciclagem.
3. 
 
Analise a figura acima e assinale a alternativa correta:
a. A figura A representa um fluxo contínuo, típico de 
uma economia cíclica.
b. A figura A representa somente o fluxo da logística 
reversa, a qual é ambientalmente correta, não tendo 
rastros da logística direta, sendo essa uma ilustração 
típica de uma economia cíclica.
c. A figura B representa um fluxo contínuo, típico de 
uma economia cíclica.
105105 105
d. A figura B representa somente o fluxo da logística 
reversa, a qual é ambientalmente correta, não tendo 
rastros da logística direta, sendo essa uma ilustração 
típica de uma economia cíclica.
e. As figuras A e B apresentam o fluxo direto, com a 
diferença que a figura B representa também o fluxo 
reverso, sendo essa última uma ilustração típica de 
uma economia cíclica.
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Gabarito
Questão 1 – Resposta: B 
Resolução: Mikhailova (2004) cita que, embora a sociedade 
humana tenha passado a dar um maior enfoque ao meio 
http://www.abre.org.br/wp-content/uploads/2012/08/embalagem_sustentabilidade.pdf
http://www.abre.org.br/wp-content/uploads/2012/08/embalagem_sustentabilidade.pdf
https://www.ibeas.org.br/congresso/Trabalhos2017/VII-026.pdf
https://www.ibeas.org.br/congresso/Trabalhos2017/VII-026.pdf
https://cetem.gov.br/images/congressos/2006/CAC00490006.pdf
https://cetem.gov.br/images/congressos/2006/CAC00490006.pdf
http://w3.ufsm.br/depcie/arquivos/artigo/ii_sustentabilidade.pdf
https://oglobo.globo.com/economia/estudo-mostra-que-76-das-industrias-adotam-medidas-para-elevar-vidhttps://oglobo.globo.com/economia/estudo-mostra-que-76-das-industrias-adotam-medidas-para-elevar-vid
https://oglobo.globo.com/economia/estudo-mostra-que-76-das-industrias-adotam-medidas-para-elevar-vid
https://nacoesunidas.org/cop21/
https://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/21677/3/ReciclagemDePneus.pdf
https://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/21677/3/ReciclagemDePneus.pdf
http://www.inovarse.org/sites/default/files/T12_0518_2899.pdf
http://www.inovarse.org/sites/default/files/T12_0518_2899.pdf
107107 107
ambiente após a década de 1970, antes disso já havia uma 
preocupação do homem em relação a isto, embora de forma 
mais discreta, citando como exemplo que a escola econômica 
clássica prega que uma economia saudável possui três fatores 
que atuam em conjunto: a terra, o capital e o trabalho. Neste 
conceito, a terra representa o meio ambiente e não somente 
a propriedade, portanto a alternativa (a) está errada. Embora 
a conferência de Estocolmo tenha sido a primeira, o protocolo 
de Kyoto foi o primeiro documento assinado, onde os países 
desenvolvidos assumiram o compromisso de adotar medidas no 
sentido de combater a poluição atmosférica através da redução 
dos gases que agravam o efeito estufa, portanto a alternativa 
(b) está correta. O conceito de sustentabilidade vem sendo 
aperfeiçoado ao longo do tempo, englobando cada vez mais 
esferas, as quais não tinham sido pensadas anteriormente. De 
acordo com Mikhailova (2004), a principal forma de descrever 
o que vem a ser a sustentabilidade é a justiça para com as 
gerações futuras, uma vez que visa à preservação do meio 
ambiente, portanto a alternativa (c) está errada. Os vértices da 
sustentabilidade são: a economia, a sociedade e o meio ambiente, 
portanto a alternativa (d) está errada. Ser sustentável não nos 
remete a ser ambientalmente corretos na totalidade, uma vez 
que toda e qualquer atividade humana resulta em algum tipo de 
prejuízo à natureza, mesmo quando reutilizamos materiais, ainda 
assim estamos gerando alguma degradação ao meio ambiente, 
portanto a alternativa (e) está errada. 
Questão 2 – Resposta: D 
Resolução: Os materiais poliméricos, por sua vez, vieram 
crescendo em aplicação ao longo dos anos, porém a sua 
reciclagem ainda hoje constitui um problema. Já existem 
processos que permitem a reciclagem inclusive para materiais 
termofixos vulcanizados, que possuem as ligações cruzadas 
de enxofre, dificultando o seu processamento mecânico e 
108108 
amolecimento, como é o caso dos pneus. Ao longo dos anos, 
esses processos vêm ganhando mais variações e possibilidades, 
o que resulta também na redução do seu custo, tornando 
esses mais viáveis tecnicamente e economicamente, portanto 
a alternativa (a) é falsa. Para evitar o descarte ambientalmente 
inadequado de pneus, conforme mencionado por Cimino e 
Zanta1 (2005), alternativas, tecnicamente e economicamente 
viáveis para utilização dos pneus vieram sendo apresentadas 
e aplicadas, sendo tratado por Santos (2017) com dois focos 
diferentes, a reutilização e a reciclagem, portanto a alternativa 
(b) é falsa. Os materiais cerâmicos, embora sejam utilizados 
em condições similares àquela encontrada na natureza, ou 
seja, em geral são aplicados como óxidos, sulfetos, nitretos, 
carbetos, entre outros, são difíceis de serem reciclados, pois 
nem sempre permitem tal processo, resultando em acúmulo 
de entulhos, como os resíduos da construção civil, portanto a 
alternativa (c) está errada. Carreiras (2015) sugere também que o 
projeto de construção civil deve privilegiar materiais não tóxicos, 
com baixa energia incorporada, recicláveis, que permitam o 
reaproveitamento de resíduos de outras indústrias, provenientes 
de fontes renováveis, que estejam associados a baixas emissões 
de gases de efeito estufa e com alta durabilidade, portanto a 
alternativa (d) está correta. Os materiais radioativos, os quais 
possuem uma tratativa extremamente complexa e que envolvem 
diversos riscos, tanto durante o seu uso quanto durante a 
sua extração, processamento, transporte, armazenamento e 
destinação final ambientalmente correta, a qual não é tratada 
como sendo um ponto final, uma vez que esses materiais 
continuam a emitir radiação, portanto não existe hoje uma 
tratativa denominada disposição final ambientalmente correta, 
uma vez que esses devem continuar sob vigilância, constituindo 
um problema único e que não será abordado com profundidade, 
portanto a alternativa (e) está errada.
109109 109
Questão 3 – Resposta: E 
Resolução:
Fonte: Sauvé, Bernard e Sloan6 (2016) apud Araújo e Queiroz, 2017, p. 5.
A Figura 2 ilustra um comparativo entre as economias linear 
e circular, onde se nota a diferença no fluxo de materiais 
através dessas duas economias. Na linear temos um fluxo 
único e contínuo, enquanto na circular este fluxo é mais 
complexo, podendo o material retornar ao início do processo 
independentemente da fase em que esse se encontra.
6 SAUVÉ, S.; BERNARD, S.; SLOAN, P. Environmental sciences, sustainable development and circular economy: 
Alternative concepts for trans-disciplinary research. Environmental Development. v. 17, p. 48-56, 2016.
110110 
Reciclagem de resíduos 
de materiais poliméricos, 
metálicos e cerâmicos 
Autor: Bruno Pizol Invernizzi 
Objetivos
• Conhecer os métodos para reciclagem de materiais.
• Comparar as possíveis soluções apresentadas 
para reciclagem.
• Conhecer possíveis aplicações para os 
materiais reciclados.
111111 111
1. Reciclagem
Com a evolução da sociedade, o ser humano passou a consumir cada 
vez mais. Esse consumo resulta, entre outros fatores ambientais, na 
geração de resíduos sólidos, que deverão ter a melhor destinação final 
ambientalmente correta, ação esta que deve estar apoiada nas leis e 
normas vigentes. 
Essas leis e normas preveem diversas ações que podem ser tomadas 
a fim de evitar que esses resíduos tenham como destino a disposição 
final, seja esta ambientalmente correta ou não, porém quando não 
for possível dar outra tratativa diferente, que seja realizada de forma 
ambientalmente correta para evitar a contaminação do solo, da 
água e do ar que respiramos, entre outros danos ambientais que 
possam ocorrer. 
Dentro das possibilidades apresentadas pelas normas e leis, com 
o intuito de evitar a disposição final, temos a reciclagem, que pode 
ser definida como “um conjunto de técnicas de reaproveitamento 
de materiais descartados, reintroduzindo-os no ciclo produtivo” 
(MMA, [201-]).
A reciclagem consiste em um conjunto de ações que são iniciadas na 
fonte geradora atingindo as diversas etapas do fluxo direto, englobando 
etapas como a catação ou coleta e a separação dos resíduos sólidos, 
que é realizada em diferentes categorias, e a reciclagem para retorno à 
indústria de bens de consumo. Para um melhor entendimento, a Figura 
1 ilustra esse fluxo, reconhecido pela ANCAT (Associação Nacional dos 
Catadores e Catadoras de Materiais Recicláveis).
112112 
Figura 1 – Fluxo logístico da reciclagem
Fonte: LCA consultores e pragma soluções sustentáveis apud Ancat (2019, p. 9). 
Existe também uma outra possibilidade que não consta nessa ilustração, 
onde o próprio fabricante pode executar a logística reversa a fim de 
reutilizar ou reciclar os produtos de pós-consumo, para que esses 
possam ser novamente empregados pela organização em seu processo 
produtivo ou até mesmo, em casos onde essas ações não sejam 
possíveis, executar a disposição final ambientalmente correta, uma vez 
que a legislação brasileira prevê que as organizações são responsáveis 
por tal ação em casos específicos.
Segundo Ancat (2019), os principais efeitos econômicos e ambientais da 
reciclagem são:
• Minimizar a exploração de recursos naturais: essa minimização 
vem do fato de tal exploração ocorrer para extração das matérias-
primas, que são substituídas pela matéria-prima reciclada, 
reduzindo a necessidade da extração, consequentemente 
reduzindo a explotação de recursos naturais.
113113 113
•Reduzir a poluição do solo, água e ar: “tanto devido à redução 
da produção dos materiais quanto à diminuição do descarte 
inadequado dos resíduos. Ademais, reduz a necessidade de 
expansão de aterros, e, consequentemente, o gasto público 
relacionado a esse investimento” (ANCAT, 2019, p. 10).
• Mitigação das emissões de gases do efeito estufa: ocorre pela 
redução da produção de matérias-primas virgens, uma vez 
que, conforme mencionado, essas necessitam de mais energia 
para serem obtidas e transformadas. Essa energia utilizada, 
por vezes, é obtida por meio de processos de combustão, 
que resultam na emissão de gases de efeito estufa. Além 
disso, deve-se considerar os cases emitidos como produto da 
decomposição dos materiais não reciclados, bem como outras 
emissões que podem ocorrer devido ao processamento da 
matéria-prima virgem. 
• Redução dos custos de produção: como a matéria-prima reciclada 
necessita de menos energia e etapas de processamento, logo 
essa resulta em menores custos associados, sendo esses custos 
influenciados também por outros fatores, como questões 
logísticas e de preservação do meio ambiente, uma vez que 
quem desmata deve de alguma forma retribuir o meio ambiente, 
resultando em custos ambientais para a organização. 
• Geração de emprego e renda: desde o processo de catação 
até a obtenção da matéria-prima reciclada, também chamada 
de secundária, tem-se a inclusão de pessoas, em geral, de 
baixa renda, resultando na geração de empregos e renda, 
principalmente para a população mais carente que atua nas 
etapas iniciais do processo (catação e separação).
Conforme descrito pela ANCAT (2019), os produtos coletados no Brasil 
podem ser agregados em 6 categorias diferentes, que são: papéis, 
114114 
plásticos, alumínio, outros metais, vidros e outros materiais. Tal 
agregação é ilustrada pela Figura 2. Essas categorias podem ainda ser 
subdivididas, como é observado na categoria de papeis, por exemplo, 
que é segmentada em jornal, papelão, papel branco e outros papéis.
Figura 2 – Materiais coletados e comercializados pelas organizações
Fonte: LCA consultores apud Ancat (2019, p. 24). 
Os materiais de maior volume coletado e maior valor faturado são 
os classificados como papéis, conforme ilustrado pelas Figuras 3 e 4, 
respectivamente, devido às diferenças entre elas, nota-se que o alumínio 
possui alto valor agregado para a venda, uma vez que em relação ao 
volume coletado esse representa somente 0,6% a 0,7%, enquanto o 
valor faturado corresponde a algo em torno de 5%.
Figura 3 – Participação de cada material no volume coletado, 
2017 e 2018
Fonte: LCA consultores apud Ancat, 2019, p. 25. 
115115 115
Figura 4 – Distribuição do faturamento das cooperativas e associações 
acompanhadas pela Ancat, 2017 e 2018
Fonte: LCA consultores apud Ancat, 2019, p. 26.
ASSIMILE
No gerenciamento de resíduos, a PNRS (Política 
Nacional de Resíduos Sólidos), instituída pela Lei 
nº 12.305/2010, estabelece uma sequência de 
prioridades para o gerenciamento de resíduos, onde 
a melhor solução é a não-geração, seguida pelo 3R 
(redução, reuso e reciclagem), posteriormente temos o 
tratamento e, por fim, o menos indicado e que resulta 
em maiores danos ao meio ambiente, a disposição 
final. Portanto, existem ações que são preferidas em 
relação à reciclagem, porém essas se fazem presentes 
principalmente nas fases de projeto e produção, onde 
é possível evitar e reduzir as quantidades de resíduos 
gerados. No pós-consumo, pode recorrer ainda a 
reutilização, mas a reciclagem se faz muito presente 
nesse momento, sendo de extrema importância.
116116 
2. Reciclagem dos materiais metálicos
Os materiais metálicos, usualmente, são divididos em ferrosos e não 
ferrosos, embora, para efeitos de reciclagem, a ANCAT (2019) divida em 
alumínio e demais metais, devido principalmente ao grande volume e 
alto valor agregado do alumínio. 
“Os metais são considerados materiais de alta durabilidade, resistência 
mecânica e facilidade de conformação” (AGUIAR, 2010, p. 34), podendo 
esses serem produzidos a partir da sucata ou da redução de minérios. 
Este segundo método é aplicado aos metais mais utilizados, como 
o ferro, o alumínio e cobre, entre outros, porém existem exceções, 
como é o caso do ouro, que pode ser obtido na sua forma pura, não 
necessitando passar por processos de redução.
Quando o material é produzido a partir de minérios, chamamos esse 
processo de primário, já quando esse é obtido de sucatas, chamamos 
esse processo de secundário. Para os aços, por exemplo, a sucata 
é misturada ao ferro gusa, que é o produto resultante da redução 
dos minérios de ferro, de modo que o produto final possa ter a sua 
composição química balanceada, visando atingir as propriedades 
requeridas com o menor custo possível, uma vez que a sucata já 
possui elementos de liga, como o silício, o cromo, o níquel, o vanádio, 
o nióbio, entre outros. 
PARA SABER MAIS
Segundo informado pelo G1 Minas (2019), o acidente do 
rompimento da barragem de rejeitos de minério, ocorrido 
no ano de 2019 na cidade de Brumadinho/MG, teve 249 
mortes registradas até o dia 31 de agosto daquele ano, 
tendo ainda 21 pessoas desaparecidas. A barragem 
rompida era operada pela empresa Vale, sendo do tipo 
117117 117
mais comum no país. Esse rompimento foi, juntamente com 
o rompimento da barragem em Mariana, o maior desastre 
ecológico do país já ocorrido no setor de mineração.
Para materiais produzidos sem o emprego de sucata, deve-se adicionar 
os elementos de liga, que podem ter custos muito elevados, como 
é o caso do nióbio que custa em torno de 400 vezes mais do que o 
minério de ferro. Além disso, os materiais metálicos que precisam 
passar pelo processo de redução necessitam de altos investimentos 
na compra e manutenção dos equipamentos, investimentos estes que 
devem ser somados aos altos custos com energia e aos possíveis danos 
ambientais, uma vez que a atividade de mineração utiliza produtos de 
alta periculosidade, como ácidos, produzindo os chamados rejeitos, que 
precisam ser armazenados em barragens, uma vez que a reutilização 
desses é técnica e economicamente inviável na atualidade. Dessa 
forma, a sucata pode reduzir o custo final dos produtos metálicos 
comercializados, sendo uma solução extremamente viável. 
Segundo Vasques (2009), a sucata de aço, por exemplo, pode ser 
basicamente dividida em três tipos: sucata interna (gerada pela 
própria usina siderúrgica), sucata industrial (gerada pelas metalúrgicas, 
fundições e plantas industriais em geral) e sucata de obsolescência 
(produto de pós-consumo, proveniente de catadores e coletas). 
Ao desembarcar nas usinas siderúrgicas, comumente as sucatas são 
encaminhadas para o pátio de sucatas, onde essas são separadas de 
acordo com a sua composição química, necessidades de industrialização 
e formato.
Conforme descrito por Vasques (2009), as sucatas são industrializadas 
antes de serem aproveitadas, com o objetivo de aumentar a densidade 
(corte, prensagem, fragmentação ou trituração), reduzir as impurezas 
(plástico, madeira, vidro, borracha, entre outros) e adequar os 
contaminantes (elementos de liga).
118118 
Esses processos são comumente realizados por equipamentos como 
o Triturador de Sucatas Shredder, que funciona conforme a seguinte 
explicação: 
O sistema é composto de alimentação, trituração, área de transferência, 
transferência por separador magnético, catação, pesagem, empilhamento, 
sistema de despoeiramento, sistema de injeção eletrônico de água, 
separação de não ferrosos, sistemas hidráulicos e tubulações em geral. 
(VASQUES, 2009, p. 37)
Outro processo de reciclagem amplamente empregado no Brasil, 
além do processo aplicável aos materiais ferrosos descrito acima, é 
o processo para reciclagem das latas de alumínio, que segue o fluxo 
ilustrado na Figura 5. 
Figura 5 – Fluxograma de operações em reciclagem de alumínio
Fonte: ABAL apud Vasques (2009, p. 53).
Na separação magnética, como o nome já sugere,é realizada a 
separação do alumínio e de outros metais não magnéticos daqueles 
que são magnéticos, em geral constituídos por ferro. Os processos de 
cominuição e peneiramento atuam em conjunto, visando à obtenção 
de tamanhos menores e com uma distribuição mais homogênea de 
sucata. O forno para eliminação de vernizes e tintas opera com uma 
119119 119
temperatura mais baixa, na qual o alumínio não é fundido, visando 
somente à eliminação dos produtos orgânicos. A prensa é uma etapa 
de compactação, reduzindo o volume e densificando a carga. O forno 
rotativo é utilizado para fundir e homogeneizar a carga da sucata, para 
que esta possa ser posteriormente enviada aos fabricantes de latinhas.
3. Reciclagem dos materiais cerâmicos
Segundo a classificação presente em Ancat (2019), os materiais 
cerâmicos estão divididos entre vidros e outros materiais, sendo que 
esse último inclui os resíduos sólidos da construção civil.
Segundo Vilhena (2002), os vidros podem ser 100% reciclados por meio 
da fusão em um processo sem perdas, sendo este material misturado 
à carga de matéria-prima na forma de cacos, reduzindo tanto os custos 
com matéria-prima, que não são tão representativos, e os custos com 
energia, que se reduzem em torno de 2,5% quando utilizados 10% de 
material reciclado na carga. Além disso, esse material pode ser reciclado 
diversas vezes, bem como os materiais metálicos, não possuindo um 
limite de uso para tal aplicação.
Os cacos de vidro utilizados possuem duas procedências distintas, a 
interna, que é gerada pelo próprio fabricante (refugo), e a externa, que 
possui diversas procedências distintas.
Segundo Vilhena (2002), o vidro recebido como sucata deve passar 
por etapas de separação magnética, visando à remoção de materiais 
magnéticos como o ferro e o aço, catação, visando separar o vidro 
de outros materiais incluindo os cerâmicos não vítreos, trituração, 
para obtenção de um tamanho homogêneo, detector de metais, para 
remoção dos metais não ferrosos que por ventura tenham sobrado em 
meio aos cacos. Esse material já é apropriado para uso, portanto pode 
servir para carregar os fornos de fusão.
120120 
Existem outras aplicações para os cacos de vidro, as quais são citadas 
por Vilhena (2002), tais como: material de enchimento, material abrasivo, 
matéria-prima para fritas cerâmicas, fabricação de tijolo de vidro, 
fabricação de lã de vidro, entre outras aplicações possíveis.
Já os resíduos da construção civil, também chamados de entulho, 
podem ser definidos como:
Provenientes de construções, reformas, reparos e demolições de obras 
de construção civil. Incluem também os resultantes da preparação e da 
escavação de terrenos, tais como: tijolos, blocos cerâmicos, concreto em 
geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, 
forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, 
tubulações e fiação elétrica, entre outros, comumente chamados de entulhos 
de obras, caliça ou metralha. (BRASIL1, 2002 apud VILHENA, 2002, p. 171)
Segundo Vilhena (2002), o entulho pode ser coletado pelos municípios 
ou pelas empreiteiras responsáveis pela construção, normalmente de 
prédios. A importância de definir a procedência desse entulho vem 
do fato de que, quando este é obtido por meio da coleta municipal, 
costuma conter muitas contaminações, como solo, matéria orgânica, 
plástico, entre outras. Já os materiais coletados pelas empreiteiras 
podem conter outros tipos de contaminantes, tais como fragmentos de 
blocos cerâmicos, concreto, argamassa, entre outros.
Esses resíduos sólidos da construção civil, antes de serem reciclados, 
devem primeiramente ser separados, utilizando quatro classes distintas 
definidas por resoluções CONAMA, mais especificamente a Resolução 
CONAMA 307:
• CLASSE A – são os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como 
agregados. São exemplo dessa classe o concreto, os tijolos, 
a argamassa, os revestimentos, o solo proveniente da 
terraplanagem, entre outros.
1 BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA. 2002. Resolução 
nº 307, de 5 de julho de 2002. Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da 
construção civil. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília. n. 136, 17/7/02, seção I, p. 95-96.
121121 121
• CLASSE B – são os resíduos recicláveis que não se enquadram na 
classe anterior, ou seja, podem ser reciclados, porém não entram 
no “agregado”. Citam-se como exemplos: os plásticos, metais, 
papeis, papelões, vidros, madeiras, gesso e as embalagens vazias 
de tintas imobiliárias.
• CLASSE C – são os resíduos que não possuem um processo de 
reciclagem desenvolvido, seja por questões tecnológicas ou 
econômicas; seus produtos comumente não são reciclados ou 
recuperados, como exemplo tem-se o gesso.
• CLASSE D – são os resíduos perigosos oriundos do processo de 
construção. São exemplos dessa classe: as tintas, os solventes, os 
óleos, entre outros, incluindo os resíduos que estão contaminados 
ou são prejudiciais à saúde, oriundos de demolições, reformas e 
reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais, bem como 
telhas e demais objetos que contenham amianto.
Portanto, os resíduos sólidos da construção civil possuem diversas 
restrições. Os resíduos de interesse nesse caso correspondem aos 
resíduos Classe B, que são basicamente polímeros e metais, sendo estes 
abordados em outros tópicos, e os materiais que atendem à Classe A, 
os quais compõem o agregado, porém para tal necessitam passar por 
um processo de trituração seguido de peneiramento para obtenção de 
tamanhos homogeneamente distribuídos.
Após a trituração e o peneiramento, o material já pode ser aplicado 
como agregado, sendo adequado para aplicações não estruturais, 
tais como: 
Blocos de concreto de vedação; obras de pavimentação; guias e sarjetas; 
regularização e cascalhamento de ruas de terra; obras de drenagem; 
execução de contrapisos; contrapiso; contenção de encostas com sacaria 
de entulho-cimento; calçada; pavimentação para tráfego leve; Recuperação 
do sistema viário com aterro de entulho reciclado. (VILHENA, 2002, p. 181)
122122 
4. Reciclagem dos materiais poliméricos
Segundo Vilhena et al.2 (2002, apud JORGE, 2015, p. 31), os 
polímeros podem ser divididos em duas classes, os termofixos e os 
termoplásticos, sendo que o primeiro, devido às ligações cruzadas 
resultantes de processos de vulcanização, só podem ser moldados 
uma única vez, enquanto o segundo tipo pode ser reprocessado 
diversas vezes. Um exemplo típico do primeiro caso é a borracha 
utilizada nos pneus dos carros, enquanto para o segundo caso 
temos as garrafas PET.
Conforme explicado por Vilhena et al.1 (2002 apud JORGE, 2015, 
p. 31), os termofixos correspondem a aproximadamente 20% dos 
polímeros, enquanto os termoplásticos podem ser subdivididos 
em seis diferentes tipos, de acordo com a resina que utilizam, 
que correspondem a 90% do sua aplicação, sendo esses os PEBD 
(Polietileno de baixa densidade), PEAD (Polietileno de alta densidade), 
PP (Polipropileno), PS (Poliestireno), PVC (Poli -cloreto de vinila) e 
PET (Poli - tereftalato de etileno). Tal separação pelo tipo de resina 
aplicado é realizada para evitar produtos de baixa qualidade, que 
seriam inerentes às misturas.
A sequência para reciclagem inclui, portanto, etapas como a triagem, 
podendo o material seguir para processamentos mecânicos ou 
químicos, conforme ilustrado pela Figura 6.
2 VILHENA, André; D’ALMEIDA, Maria Luiza O. Bio consciência: lixo municipal – manual de gerenciamento 
integrado. 2. ed. rev. Brasília: CEMPRE, 2002.
123123 123
Figura 6 – Opções de gestão dos resíduos plásticos 
em termos do ciclo de vida dos produtos poliméricos
Fonte: Jorge (2015, p. 9) (adaptada de Villaplana & Karlsson3, 2008).
Segundo Jorge (2015), na etapa de triagem, além de levar em 
consideração o tipo de resina do plástico, também são levadas em 
consideração questões como a core o tipo de processo de fabricação 
do resíduo que será reciclado (sopro, injeção, extrusão, entre outros). 
No Brasil, o processo de reciclagem mais empregado é o processo 
mecânico, que de um modo geral segue a sequência ilustrada na Figura 7.
Figura 7 – Fluxograma simplificado do processo de reciclagem mecânica
Fonte: adaptada de Jorge (2015, p. 26). 
3 VILAPLANA, F.; KARLSSON, S. Quality Concepts for the Improved Use of Recycled Polymeric Materials: A Re-
view. Macromolecular Materials and Engineering, 293, p.274–297, 2008.
124124 
Para o caso dos plásticos rígidos, segundo Jorge (2015), após a separação 
é realizada a moagem, que é realizada em um moinho de facas rotativo. 
O equipamento de moagem possui na sua parte inferior uma peneira, 
que condiz um formato próximo ao de “pellets” ao produto da moagem. 
Posteriormente, o material é lavado usando uma solução contendo 
detergente aquecido, passando ainda por uma etapa de lavagem para 
remoção do detergente. Após a lavagem o material passa por um 
processo de secagem que é realizado por meio de centrifugação, ou por 
corrente de ar, ou em estufa.
Conforme descrito por Jorge (2015), para o caso dos filmes sujos, estes, 
após passarem pelas mesmas etapas descritas para os plásticos rígidos, 
seguem para a aglutinação, que consiste na compactação do material 
para a redução de volume e aumento da sua densidade. Já os filmes 
limpos são enviados diretamente para essa etapa de aglutinação.
Os produtos são então enviados para a etapa de extrusão, que possui 
como principal função a homogeneização do material, além de permitir 
a inclusão de pigmentos, aditivos e cargas, que visam permitir ao 
material o atendimento aos requisitos da encomenda. A etapa de 
extrusão é responsável por produzir os grânulos de polímeros, que 
podem ser vistos na Figura 8 e serão utilizados para transformação do 
plástico em produto final.
Figura 8 – Grânulos pigmentados de polímeros
Fonte: Irina Vodneva/iStock.com.
125125 125
Contudo, nota-se que existem diversas possibilidades para a 
reciclagem dos materiais, existindo alguns casos onde a tecnologia 
atual não permite tal operação, porém, com o avanço tecnológico e o 
aprimoramento de técnicas já existentes, a tendência é de que mais 
materiais possam ser reciclados no futuro, uma vez que diversos casos, 
como os pneus e os entulhos, já foram tratados como sendo sem 
solução, porém na atualidade esses são reciclados e reutilizados, por 
exemplo como materiais de preenchimento em construções.
TEORIA EM PRÁTICA 
Você atua para uma empresa do ramo de construção 
civil, que pretende se tornar uma referência ambiental no 
setor. Para tal, a alta direção decide utilizar os resíduos 
sólidos na construção de novos empreendimentos. 
Dentre as opções de aplicação desses resíduos, que 
serão retirados de um empreendimento da empresa 
que se encontra em construção, encontra-se uma coluna 
estrutural. Seu dever, como engenheiro responsável por 
materiais dentro da organização, é estabelecer o como 
deverá ser realizada a tratativa e avaliar a possibilidade 
de aplicação do material reciclado para a construção 
da coluna estrutural. Contudo, você deve dizer como o 
material deverá ser separado e preparado para aplicação, 
além do fato de explicar o porquê esse pode ou não ser 
aplicado na construção da coluna estrutural.
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
1. Com a evolução da sociedade, o ser humano passou a 
consumir cada vez mais. Esse consumo resulta, entre 
126126 
outros fatores ambientais, na geração de resíduos 
sólidos, que deverão ter a melhor destinação final 
ambientalmente correta, ação essa que deve estar 
apoiada nas leis e normas vigentes. 
Sobre a destinação final, assinale a alternativa correta
a. A reciclagem não constitui uma forma de destinação 
final, mas sim de reaproveitamento de materiais.
b. Disposição final e destinação final são a mesma coisa.
c. A destinação final é realizada sempre pela 
logística direta.
d. Todos os resíduos sólidos devem passar por uma 
disposição final que não necessariamente seja uma 
destinação final.
e. Disposição final é uma possível destinação final para 
um resíduo sólido.
2. “Os metais são considerados materiais de alta 
durabilidade, resistência mecânica e facilidade de 
conformação” (AGUIAR, 2010, p. 34), podendo esses 
serem produzidos a partir da sucata ou da redução de 
minérios. Este segundo método é aplicado aos metais 
mais utilizados, como o ferro, o alumínio e cobre, 
entre outros, porém existem exceções, como é o caso 
do ouro, que pode ser obtido na sua forma pura, não 
necessitando passar por processos de redução.
Sobre a reciclagem dos materiais metálicos, assinale a 
alternativa correta:
127127 127
a. Os materiais metálicos produzidos a partir de 
minérios são chamados de materiais secundários, 
uma vez que o material primário é o produto da 
extração, ou seja, o minério concentrado.
b. Para a Ancat, os materiais ferrosos possuem uma 
classe específica, separada dos demais metais.
c. Ferro gusa é obtido a partir da redução dos 
minérios de ferro.
d. A industrialização da sucata dos materiais metálicos 
é feita exclusivamente para o aumento da sua 
densidade.
e. O processo de reciclagem dos aços, embora tenha 
maior custo, resulta em menor tempo de produção.
3. Segundo a classificação presente em Ancat (2019), os 
materiais cerâmicos estão divididos entre vidros e outros 
materiais, sendo que esse último inclui os resíduos 
sólidos da construção civil.
Sobre a reciclagem dos materiais cerâmicos, assinale a 
alternativa correta:
a. Os vidros podem ser 100% reaproveitados na 
reciclagem por conformação mecânica.
b. O vidro pode ser reciclado diversas vezes, bem como 
os materiais metálicos, não possuindo um limite de 
uso para tal aplicação.
c. Os cacos de vidro utilizados possuem procedência 
externa, não sendo geradas perdas durante o 
processo produtivo.
128128 
d. Os resíduos da construção civil podem ser divididos 
em duas classes distintas, A e B, sendo a primeira 
reciclável.
e. A reciclagem dos resíduos da construção civil em 
agregados resulta em um produto de alta qualidade, 
podendo inclusive ter aplicações estruturais.
Referências bibliográficas
AGUIAR, Geisyanne. Gerenciamento dos resíduos sólidos recicláveis: um estudo 
de caso na associação dos recicladores de Formiga-MG. 2010. 58 f. Trabalho 
de Conclusão de Curso (Bacharelado em Engenharia de Produção) – Centro 
Universitário de Formiga, Formiga, 2010. Disponível em: https://bibliotecadigital.
uniformg.edu.br:21015/xmlui/bitstream/handle/123456789/90/GeisyanneAguiar-EP.
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Disponível em: http://www.ativgreen.com.br/cempre/anuario_da_reciclagem.pdf. 
Acesso em: 5 set. 2019.
BRUMADINHO: Sobe para 249 o número de mortos no rompimento de 
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com/mg/minas-gerais/noticia/2019/08/31/brumadinho-sobe-para-249-o-numero-
de-mortos-no-rompimento-de-barragem.ghtml. Acesso em: 6 set. 2019.
JORGE, Luiza Milbroth. A cadeia de reciclagem do plástico pós-consumo na 
Região Metropolitana de Porto Alegre. 2015. 156 f. Dissertação (Mestrado em 
Engenharia Química) – Departamento de Engenharia Química, Universidade Federal 
do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2015. Disponível em: https://www.lume.ufrgs.
br/bitstream/handle/10183/134611/000987071.pdf?sequence=1. Acesso em: 5 
set. 2019.
LOMASSO, Alexandre Lourenço et al. Benefícios e desafios na implementação da 
reciclagem: um estudo de caso no Centro Mineiro de Referência em Resíduos 
(CMRR). Revista Pensar Gestão e Administração, Belo Horizonte, v. 3, n. 2, p. 1-20, 
jan. 2015. Semestral. Disponível em: http://revistapensar.com.br/administracao/
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https://www.mma.gov.br/informma/item/7656-reciclagem
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129129 129
VASQUES, Antonio Cruz (Ed.). Relatório Técnico 83: Reciclagem de Metais no País. 
Belo Horizonte: J. Mendo Consultoria, 2009. 168 p.
VILHENA, André; D’ALMEIDA, Maria Luiza O. Bio consciência: lixo municipal – 
manual de gerenciamento integrado. 2. ed. rev. Brasília: CEMPRE, 2002.
Gabarito
Questão 1 – Resposta: E 
Resolução: A grande questão em torno das alternativas propostas 
é a confusão entre destinação final e disposição final. A destinação 
final é aplicada a todo material que sai do fluxo direto, ou seja, 
a todos os resíduos sólidos. Contudo, essa pode ser dada como 
sendo a reutilização desses resíduos, a sua reciclagem, a sua 
recuperação, ou ainda, caso esse seja um rejeito, poderá ser dada 
a sua disposição final. A destinação final pode ser executada 
por meio da logística direta, no caso de termos uma disposição 
final, ou da logística reversa, no caso de termos uma reutilização, 
reciclagem ou recuperação. 
Questão 2 – Resposta: C 
Resolução: Quando o material é produzido a partir de minérios, 
chamamos esse processo de primário, já quando esse é obtido 
de sucatas, chamamos esse processo de secundário, contudo a 
alternativa (a) está errada. Segundo descrito pela Ancat (2019), 
os produtos coletados no Brasil podem ser classificados em seis 
categorias diferentes, que são: papeis, plásticos, alumínio, outros 
metais, vidros e outros materiais, portanto a alternativa (b) está 
errada. Para os aços, a sucata é misturada ao ferro gusa, que é o 
produto resultante da redução dos minérios de ferro, de modo que 
o produto final possa ter a sua composição química balanceada, 
visando atingir as propriedades requeridas com o menor custo 
possível, portanto a alternativa (c) está correta. Conforme descrito 
por Vasques (2009), as sucatas são industrializadas antes de serem 
130130 
aproveitadas com o objetivo de aumentar a densidade (corte, 
prensagem, fragmentação ou trituração), reduzir as impurezas 
(plástico, madeira, vidro, borracha, entre outros) e adequar os 
contaminantes (elementos de liga), portanto a alternativa (d) está 
errada. Para materiais produzidos sem o emprego de sucata, deve-
se adicionar os elementos de liga, que podem ter custos muito 
elevados, portanto a alternativa (e) está errada.
Questão 3 – Resposta: B 
Resolução: Segundo Vilhena (2002), os vidros podem ser 100% 
reciclados por meio da fusão em um processo sem perdas, sendo 
esse material misturado à carga de matéria-prima na forma de 
cacos, reduzindo tanto os custos com matéria-prima, que não são 
tão representativos, e os custos com energia, que se reduzem 
em torno de 2,5% quando utilizados 10% de material reciclado 
na carga. Além disso, esse material pode ser reciclado diversas 
vezes, bem como os materiais metálicos, não possuindo um 
limite de uso para tal aplicação. Portanto, a alternativa (a) está 
errada e a alternativa (b) está correta. Os cacos de vidro utilizados 
possuem duas procedências distintas, a interna, que é gerada 
pelo próprio fabricante (refugo), e a externa, que possui diversas 
procedências distintas, portanto a alternativa (c) está errada. 
Os resíduos sólidos da construção civil, antes de serem reciclados, 
devem primeiramente ser separados, utilizando quatro 
classes distintas definidas por resoluções CONAMA, portanto a 
alternativa (e) está errada. Os materiais que atendem à Classe 
A, os quais compõem o agregado, porém para tal necessitam 
passar por um processo de trituração seguido de peneiramento 
para obtenção de tamanhos homogeneamente distribuídos. Após 
a trituração e o peneiramento, o material já pode ser aplicado 
como agregado, sendo adequado para aplicações não estruturais, 
portanto a alternativa (e) está errada.
131131 131
Métodos de incorporação 
de resíduos 
Autor: Bruno Pizol Invernizzi 
Objetivos
• Entender como os rejeitos podem afetar 
o meio ambiente.
• Conhecer o processo de incorporação 
de resíduos sólidos.
• Comparar algumas aplicações práticas para 
a incorporação dos resíduos sólidos.
132132 
1. O problema dos rejeitos
Desde os primórdios, o ser humano é responsável pela geração de 
resíduos sólidos, que inicialmente se resumiam em sobras de carcaças 
de animais e vegetais, resultantes da alimentação humana, bem como 
os excrementos deixados por esses.
Com a evolução do ser humano e da sociedade a qual esse pertence, os 
resíduos sólidos passaram a se modificar, sendo constituídos por novos 
elementos, tais como madeira, lascas de pedra, metais, entre outros.
Na atualidade, devido à constante evolução da sociedade, que é somada 
ao consumismo exacerbado, a geração de resíduos sólidos acabou por 
se tornar um problema, tanto pela quantidade gerada quanto pela sua 
periculosidade, uma vez que essa pode conter elementos pesados e até 
mesmo nucleares.
O fator quantidade leva a uma questão de espaço, onde é necessário, 
por exemplo, desmatar para poder dispor os resíduos gerados. 
Enquanto o fator periculosidade resulta em fatores como queimadas 
(devido à inflamabilidade), contaminação do solo e da água (devido 
à toxicidade), transmissão de doenças aos animais e seres humanos 
(devido à patogenicidade), entre outros.
Contudo, esses resíduos sólidos apresentam um risco, tanto ao meio 
ambiente quanto à sociedade e aos seres humanos que nela convivem. 
Desta forma, ao perceber os danos que vinham sendo causados pelos 
resíduos sólidos, a sociedade moderna vem concentrando esforços 
na proteção do meio ambiente, encontrando formas de reutilizar 
e reciclar esses resíduos sólidos que anteriormente eram tratados 
como rejeito, tendo a sua disposição final decretada, uma vez que não 
existiam meios para evitá-la.
133133 133
Devemos lembrar que o consumismo é um combustível altamente 
inflamável para a geração de resíduos, os quais podem ser resultantes 
das atividades domésticas, hospitalares ou ainda industriais e 
extrativistas, entre outras, uma vez que se deve aquecer o setor 
produtivo para que o consumismo seja possível, onde esse setor 
depende da extração de alimentos, minerais e outras matérias-primas, 
que serão processadas e convertidas nos bens de consumo.
Desde a extração dos alimentos e minerais até o consumo dos 
produtos e serviços pelas pessoas, ocorre a geração de resíduos 
sólidos, que devem ser tratados de forma correta para evitarmos os 
efeitos adversos citados anteriormente. 
Na atividade de extração dos minérios, por exemplo, temos a geração 
dos rejeitos de mineração. Segundo Bezerra (2017), para cada tonelada 
de minério de ferro concentrado são produzidas aproximadamente 
1,5 toneladas de rejeitos, sendo que, no início desse milênio, somente 
a China produzia em torno de 180 milhões de toneladas de rejeitos de 
minério de ferro ao ano, que vinha aumentando a uma taxa próxima de 
7% ao ano. 
O total de resíduos sólidos inventariadosno estado de Minas Gerais, 
oriundos de grandes empresas de mineração, em 2016 (ano base 2015), 
foi de aproximadamente 606 milhões de toneladas. Este total foi subdivido 
em rejeitos, estéreis e resíduos. (BEZERRA, 2017)
Conforme definido por Bezerra (2017), os resíduos mencionados 
correspondem à parte que pode ser reciclada ou reutilizada. Os estéreis 
correspondem aos materiais escavados e movimentados durante a 
extração dos minérios. Já os rejeitos correspondem a misturas de sólidos 
e água, denominados em geral como sendo uma lama, que não possuem 
outro destino que não os reservatórios ou barragens de contenção.
134134 
Muitas vezes, o despejo de resíduos requer monitoramento constante 
para a estabilidade geotécnica e podem conter elementos químicos 
nocivos, que podem ser libertados para o ambiente, significando um sério 
problema do ponto de vista ambiental. (SILVA1, 2007; YELLISHETTY2 
et al., 2008 apud BEZERRA, 2017)
Portanto, os rejeitos compõem a parte de maior preocupação devido 
às questões supracitadas. Segundo Bezerra (2017), alternativas vêm 
sendo requeridas para o emprego desses rejeitos de modo a minimizá-
los, sendo que já existem alguns processos que utilizam pequenas 
partes destes, de modo a evitar a sua disposição final. A Figura 1 
mostra o crescimento da geração de rejeitos de minério de ferro ao 
longo dos anos.
Figura 1 – Evolução da taxa de produção de rejeitos no mundo
Fonte: Guedes e Schneider (2017, p. 13).
Seguindo no processo produtivo, saindo da mineração e entrando no 
setor industrial, também temos grandes problemas, uma vez que a 
atividade industrial vem crescendo desde o início da industrialização e 
sempre com tendência de crescer cada vez mais. Porém, tal atividade 
1 SILVA, J. P. Impactos ambientais causados por mineração. Revista Espaço da Sofhia, v. 8, 1–13, 2007.
2 YELLISHETTY, M., KARPE, V., REDDY, E. H., SUBHASH, K. N., e RANJITH, P. G. Reuse of iron ore mineral wastes 
in civil engineering constructions: A case study. Resources, Conservation and Recycling, 52(11), 1283–1289, 
2008.
135135 135
gera diversos resíduos diferentes, desde resíduos metálicos até os 
resíduos resultantes do tratamento de efluentes líquidos e gasosos, tais 
como o lodo resultante do tratamento de óleos e da água utilizada na 
indústria, bem como os resíduos sólidos retidos nos filtros aplicados 
para o controle da emissão de poluentes nas chaminés industriais.
Segundo Lucas e Benatti (2008), os resíduos industriais devem ser 
separados em classes, seguindo as classificações presentes na norma 
ABNT NBR 10.004 (ABNT, 2004), que prevê a sua classificação em 
perigosos (Classe I) e não perigosos (Classe II), além de os não perigosos 
serem classificados como inertes (Classe IIB) ou não inertes (Classe IIA). 
Quando a sua disposição final for inevitável, esses materiais devem ser 
isolados e tratados de forma correta.
Os resíduos industriais devem ser tratados isolando o componente que 
apresente uma das características acima descritas, e quanto à disposição 
final, devem ser isolados com segurança do ambiente, em aterros 
específicos para esse tipo de resíduo, ou encaminhados para reuso ou 
reciclagem. Outras formas de tratamento e destinação final de resíduos 
industriais incluem o coprocessamento, a incineração, a estabilização e 
solidificação e, no caso de resíduos não perigosos, a fertilização. (LUCAS e 
BENATTI, 2008, p. 409)
Analisando essa questão, vemos que tanto a atividade de mineração 
quanto a atividade industrial resultam em resíduos sólidos, os quais, 
por vezes, podem não ter um processo de reutilização ou reciclagem 
pré-estabelecido que evite a disposição final.
Após o consumo, também se tem a geração de problemas, tais 
como os pneus utilizados em meios de transporte, que também são 
resíduos sólidos potenciais, uma vez que após a sua vida útil esses são 
descartados, porém já existem formas de reutilização e reciclagem que 
foram criadas para evitar a sua disposição final.
Os pneus possuem uma composição complexa, já que esses são 
compostos por borracha, cintas de aço e por uma carcaça de poliéster, 
136136 
conforme ilustrado pela Figura 2. As borrachas são constituídas 
por ligações cruzadas que impedem que esse seja reprocessado 
da mesma forma que os materiais termoplásticos, que necessitam 
somente ser reaquecidos para uma nova conformação. As ligações 
cruzadas impedem que a conformação mecânica ocorra, tanto 
à temperatura ambiente quanto a altas temperaturas, uma vez 
que o aquecimento dos pneus resulta na sua degradação e não 
no seu amolecimento para conformação, já que as temperaturas 
necessárias para romper as ligações cruzadas são tão altas quanto as 
temperaturas necessárias para romper as ligações entre o carbono e o 
hidrogênio, resultando assim na sua degradação.
Figura 2 – Partes constituintes dos pneus de automóveis
Fonte: adaptada de Faria (2015, p. 25).
ASSIMILE
Segundo descrito por Callister Jr. e Rethwisch (2016), 
os polímeros são constituídos basicamente por cadeias 
lineares, ou ramificadas, de hidrocarbonetos, que possuem 
ligações primárias predominantemente covalentes 
entre os átomos que constituem tal cadeia. Entre essas 
cadeias, as ligações são secundárias, as quais permitem 
a movimentação entre elas, resultando em grandes 
137137 137
deformações plásticas. Existem também os polímeros 
denominados termofixos, que possuem átomos, tais como 
o enxofre, que promovem a ligação entre as cadeias, sendo 
essas chamadas de ligações cruzadas, evitando que ocorra 
a deformação plástica, permitindo somente a deformação 
elástica. Existe ainda um terceiro tipo, denominado 
elastômero, os quais se assemelham aos termofixos 
pelo fato de possuírem ligações cruzadas, porém essas 
ligações são dispostas de modo a permitir que o material 
experimente deformações elásticas de grandes proporções. 
Outra forma de resíduos sólido que pode ser incluída nessa lista é o 
esgoto e o lixo gerado pelas residências, indústria e comércio, entre 
outros. Segundo Marciano (1999, p. 1), “a maior parte do nosso esgoto 
é lançado in natura nos cursos d’água e o lixo urbano depositado a 
céu aberto ou, em alguns casos, em aterros sanitários”, do esgoto, 
por exemplo, resulta na remoção dos resíduos sólidos presentes na 
água, permitindo que essa possa ser utilizada, porém os resíduos 
sólidos removidos também devem ser tratados, sendo incumbência da 
sociedade dar uma destinação final ambientalmente adequada para esse.
PARA SABER MAIS
Segundo reportagem escrita por Velasco (2018), embora 
mais de 83% da população seja abastecida com água 
potável, o esgoto gerado ainda é um grande problema, 
uma vez que 55% do esgoto gerado no Brasil é despejado 
diretamente na natureza. O estudo foi realizado com 
base nos dados do Sistema Nacional de Informações 
sobre saneamento (SNIS). Ainda segundo a reportagem, 
esse problema é decorrente da falta de prioridade nas 
138138 
políticas públicas, maior custo de investimento e de 
dificuldade nas obras, entre outros motivos, resultando 
em uma prioridade para o abastecimento de água em 
detrimento do tratamento de esgoto.
2. Incorporação de resíduos
Segundo FEPAM (2010, p. 2), a incorporação de resíduos sólidos pode 
ser definida como “processo industrial no qual um resíduo é utilizado, 
como matéria prima ou carga, na composição de um novo produto 
comercializável”, contudo, podemos dizer que a incorporação de 
resíduos sólidos nada mais é do que a aplicação desses resíduos, 
seja pela reutilização ou pela reciclagem, para a confecção de um 
dado produto.
Tal incorporação pode ser realizada de diversas maneiras, porém, de 
modo geral, nota-se grande aplicação principalmente em materiais 
cerâmicos, principalmente em materiais aplicados na construção civil, 
devido ao seu grande volume, seja para compor a carga com o intuito de 
reduzir custos com materiais de alto valor agregado, onde os materiais 
incorporados possuem apenas uma função de preenchimento, seja por 
questõesespecíficas, como propriedades físicas ou químicas desses.
2.1 Aplicação da incorporação utilizando rejeitos de minérios
Devido ao aumento crescente da preocupação com o meio ambiente, 
diversos estudos vêm sendo realizados no sentido de dar novas 
aplicações aos resíduos sólidos. Muitos dos materiais em estudo já 
possuem aplicações, porém esses estudos buscam novas práticas 
que resultem não somente na redução dos impactos ambientais, mas 
também em maior viabilidade econômica, uma vez que devemos nos 
lembrar que ambos aspectos fazem parte do tripé da sustentabilidade.
139139 139
Bezerra (2017) promoveu estudos utilizando os rejeitos de minério 
para aplicação como filler em cimentos Portland. O filler é um tipo 
de agregado extremamente fino utilizado para enchimento, sendo 
considerado um material inerte. A sua aplicação resulta em melhorias 
de algumas propriedades do cimento, tendo seu conteúdo limitado 
em 10%, além do fato da necessidade de ter no mínimo 85% de 
calcário (CaCO3), tendo suas especificações embasadas na norma 
ABNT NBR 11578, conforme mencionado por Zerbino, Giaccio e 
Isaia3 (2011 apud BEZERRA, 2017, p. 33). Outra característica do filler, 
citada por Bardini4 (2008 apud BEZERRA, 2017, p. 33) é a distribuição 
granulométrica, que deve ter 65% dos finos retidos na peneira com 
abertura de 0,075 mm.
Em suas conclusões sobre a possibilidade de aplicar os rejeitos da 
minério de ferro como filler, Bezerra (2017) concluiu após análise que 
a distribuição granulométrica do rejeito utilizado era inferior à do 
filler, sendo próxima à do cimento, em torno de 12 mm. Além disso, o 
cimento apresentou redução na sua resistência à compressão (próximo 
de 15%), enquanto o módulo de elasticidade não apresentou grandes 
variações (próximo de 7%), porém resultou em uma hidratação mais 
rápida do aluminato, além de uma maior massa específica. Ao final do 
trabalho, Bezerra (2017) concluiu que o material é promissor e propôs 
novos estudos para avaliar a durabilidade e os efeitos dos rejeitos em 
argamassas e concretos.
2.2 Aplicação da incorporação utilizando resíduos industriais
Os resíduos industriais foram analisados por Ribeiro (2008), que 
identificou resíduos do setor industrial, galvânico e automotivo, tendo 
se focado na escória ferrosa, na areia verde de fundição, nos pós de 
3 ZERBINO, R., GIACCIO, G., e ISAIA, G. C. Concrete incorporating rice-husk ash without processing. Construc-
tion and Building Materials, 25(1), 371–378. 2011.
4 BARDINI, V. S. D. S., Estudo de viabilidade técnica da utilização de cinzas da queima da casca de Pinus 
em obras de pavimentação asfáltica. (Dissertação de M.Sc.) – Escola de Engenharia de São Carlos da Univer-
sidade de São Paulo, São Carlos, 2008.
140140 
exaustão, em micro esferas de vidro para jateamento e em sais de 
inertização de ácidos de baterias automotivas, todos com a incorporação 
em materiais cerâmicos.
• A escória ferrosa é um subproduto do processo de fundição, 
sendo basicamente composta por óxidos metálicos que têm a 
função de proteger o banho da oxidação pelo ar atmosférico, 
além de ajudar na remoção das impurezas do banho metálico e a 
manter o calor na carga durante o processamento.
• A areia verde de fundição é aplicada na fabricação dos moldes 
que serão utilizados para dar forma ao metal líquido a ser vazado 
nesses moldes, sendo classificada como um resíduo inerte pela 
norma ABNT NBR 10004 (ABNT, 2004), pertencendo à classe IIB.
• Os pós de exaustão da fundição são finos resultantes do processo 
de moldagem, constituídos por bentonita, carvão vegetal e areia 
silicosa, contendo altas porcentagens de materiais orgânicos. 
Conforme mencionado por Ribeiro (2008), esses pós são retirados 
do molde por meio de esteiras vibratórias.
• As microesferas de vidro para jateamento são aplicadas na 
limpeza mecânica das peças, sendo arremessadas contra o 
material em alta velocidade visando executar a sua limpeza, 
removendo a areia do molde que tenha aderido às paredes 
do material. Durante o processo, as microesferas se partem a 
cada uso. Após uma dada quantidade de ciclos aplicados, as 
esferas partidas perdem as suas propriedades necessárias para a 
aplicação no jateamento, resultando em um resíduo classificado 
como pertencente à classe IIB.
• Os sais de inertização de ácidos de baterias automotivas são 
provenientes da neutralização do ácido presente na bateria 
automotiva, sendo comumente utilizado como agente para 
neutralização o hidróxido de sódio (Na(OH)2) devido ao fato deste 
141141 141
ter alto potencial alcalino. Como subproduto da reação entre o 
ácido e o hidróxido de sódio, tem-se a formação dos chamados 
sais de inertização, cuja disposição final resulta em problemas 
devido às questões ambientais.
Para cada um dos produtos mencionados, Ribeiro (2008) fez um 
levantamento de possibilidades:
• Para a escória ferrosa são possíveis algumas aplicações, como, 
por exemplo, a obtenção de placas vitro-cerâmicas, para aplicação 
como revestimento, ou a mistura com cimento, que possibilita o 
aumento da resistência à compressão do mesmo.
• Para a areia verde de fundição, pode-se aplicar em massas 
asfálticas betuminosas, além de poder ser incorporado à argila 
vermelha para a confecção de peças.
• Para o pó resultante do processo de jateamento com as 
microesferas de vidro, Ribeiro (2008) cita a possibilidade de aplicar 
como fundente para a confecção de porcelana, resultando em 
economia de energia, devido à temperatura de fusão mais baixa. 
Notou-se também o aumento de resistência mecânica em estudos 
em diferentes materiais cerâmicos.
Em estudo realizado por Ribeiro (2008), este concluiu que os pós de 
exaustão e os sais de inertização podem ser aplicados na confecção de 
produtos a partir da cerâmica vermelha, tais como os tijolos, as telhas, 
pisos, entre outros.
2.3 Aplicação da incorporação utilizando resíduos de pneus
Pinto e Akazaki (2016) promoveram testes para avaliar a incorporação de 
resíduos da borracha de pneus em massas de gesso, concluindo que o 
material compósito obtido possuía boa resistência mecânica e excelente 
isolamento acústico, porém a aderência à massa somente é possível 
empregando gesso de granulometria fina em torno de 0,075 mm.
142142 
Faria (2015) realizou estudos com a incorporação da borracha de 
pneus para a fabricação de cerâmica vermelha, concluindo que tal 
incorporação reduziu a plasticidade da massa cerâmica para as 
concentrações por ela estudadas, porém o produto apresentou 
resistência mecânica satisfatória em relação às normas vigentes.
Além da proposta apresentada por Pinto e Akazaki (2016), Faria (2015) 
cita outras aplicações como carga em asfaltos, concreto, argamassa 
e tijolos.
2.4 Aplicação da incorporação para produção de materiais da 
construção civil
Lucas e Benatti (2008) promoveram levantamentos de estudos com 
resíduos industriais para obtenção de materiais cimentícios e argilosos 
aplicados na construção civil.
A indústria cerâmica é uma das que mais se destacam na reciclagem de 
resíduos industriais e urbanos, em virtude de possuir elevado volume 
de produção, o que possibilita o consumo de grandes quantidades de 
rejeitos. Esse volume de consumo, aliado às características físico-químicas 
das matérias-primas cerâmicas e às particularidades do processamento 
cerâmico, faz da indústria cerâmica uma das grandes opções para a 
reciclagem de resíduos sólidos. (MENEZES; NEVES; FERREIRA5, 2002 apud 
LUCAS e BENATTI, 2008, p. 410)
Em um dos estudos avaliados, Balaton, Gonçalves e Ferrer6 (2002 apud 
LUCAS e BENATTI, 2008, p. 410) utilizaram lama galvânica incorporada 
em massa cerâmica vermelha, onde foi notado que para até 2% em 
peso não houve qualquer modificação nas propriedades da massa, 
sendo que para porcentagens superiores a essa ocorreu a formação de 
5 MENEZES, R. R.; NEVES, G. A.; FERREIRA, H. C. O estado da arte sobre o uso de resíduos como matérias-primas 
cerâmicas alternativas. Revista Brasileira de Engenharia Agrícolae Ambiental, v. 6, n. 2, p. 303-313, 2002.
6 BALATON, V. T.; GONÇALVES, P. S.; FERRER, L. M. Incorporação de Resíduos Sólidos Galvânicos em Massas de 
Cerâmica Vermelha. Cerâmica Industrial, v. 7, n. 6, nov./dez. 2002. 
143143 143
eflorescência na superfície do material. Contudo, os autores concluíram 
que para a aplicação estudada, pode-se eliminar os rejeitos através da 
aplicação da incorporação utilizando até 2% em peso.
Basegio e colaboradores7 (2002 apud LUCAS e BENATTI, 2008, p. 410) 
realizaram um estudo também com a incorporação em tijolos, porém 
aplicando lodo de curtume, onde para até 10% em peso as propriedades 
obtidas foram satisfatórias. Portanto, esta aplicação é até mais 
interessante do que a anterior, uma vez que permite maiores pesos de 
lama, lembrando que as lamas utilizadas eram de fontes diferentes, 
portanto possuem composição e propriedades diferentes.
Nuvolari e Coraucci Filho8 (2003 apud LUCAS e BENATTI, 2008, p. 410-
411) também estudaram a incorporação de lamas em tijolos, porém a 
lama aplicada foi a gerada em estações de tratamento de esgoto, onde 
se concluiu que aplicações até 10% em peso são possíveis, sem gerar 
alterações significativas nas principais propriedades do tijolo.
TEORIA EM PRÁTICA 
Você atua como gerente industrial para uma empresa 
fabricante de materiais refratários, que são utilizados na 
aciaria (unidade em usina siderúrgica onde o ferro-gusa 
é convertido em aço) para conversão do ferro gusa e de 
sucata em aço. Devido à alta concorrência com produtos 
importados, o proprietário da empresa decidiu reduzir 
os custos de produção e está analisando a possibilidade 
de empregar rejeitos de mineração do ferro. Para tal, ele 
pediu que você faça tal avaliação. Explique para ele quais 
pontos deverão ser levados em consideração, lembrando 
7 BASEGIO, T. et al. Environmental and technical aspects of the utilization of tannery sludge as a raw material for 
clay products. Journal of the European Ceramic Society, v. 22, p. 2251-2259, 2002.
8 NUVOLARI, A.; CORAUCCI FILHO, B. Utilização de Lodos de Esgoto Sanitário em Tijolos Cerâmicos Maciços: 
Aspectos Tecnológicos e Ambientais, In: FÓRUM DAS UNIVERSIDADES PÚBLICAS PAULISTAS – CIÊNCIA E TEC-
NOLOGIA EM RESÍDUOS, 1, 2003, São Pedro – S. P. Anais [...]. São Pedro: ICTR, 18-20 maio 2003. p. 729-743.
144144 
que você não sabe ao certo se esta ideia dará certo ou 
não, uma vez que não existem muitos estudos sobre este 
tema. No entanto, espera-se que você proponha uma 
metodologia para avaliar a possibilidade.
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
1. Devido à constante evolução da sociedade que é 
somada ao consumismo exacerbado, a geração de 
resíduos sólidos acabou por se tornar um problema, 
tanto pela quantidade gerada quanto pela sua 
periculosidade, uma vez que essa pode conter 
elementos pesados e até mesmo nucleares.
Sobre as possíveis destinações finais aplicáveis a um 
resíduo sólido, assinale a alternativa que apresenta a 
melhor situação possível.
a. Redução.
b. Reutilização.
c. Reciclagem.
d. Incineração.
e. Disposição final.
2. Desde a extração dos alimentos e minerais até o 
consumo dos produtos e serviços pelas pessoas, ocorre 
a geração de resíduos sólidos, que devem ser tratados 
de forma correta para evitarmos os efeitos adversos 
citados anteriormente. 
145145 145
Sobre as atividades humanas, em relação à produção de 
bens, assinale a alternativa correta.
a. Os rejeitos gerados em todas as atividades industriais 
devem ser dispostos em barragens de contenção
b. Os resíduos industriais são classificados em acordo 
com as regras da Ancat, devendo ser separados 
em seis diferentes classes: papéis, plástico, vidros, 
alumínio, outros metais, outros materiais.
c. A escória ferrosa é um subproduto do processo de 
fundição, sendo composta exclusivamente por óxidos 
metálicos.
d. Os polímeros são facilmente reciclados, pois 
necessitam somente ser aquecidos para serem 
conformados mecanicamente.
e. O tratamento e a destinação final de resíduos 
industriais incluem o coprocessamento, a incineração, 
a estabilização e solidificação e, no caso de resíduos 
não perigosos, a fertilização.
3. Devido ao aumento crescente da preocupação com o 
meio-ambiente, diversos estudos vêm sendo realizados 
no sentido de dar novas aplicações aos resíduos sólidos. 
Muitos dos materiais em estudo já possuem aplicações, 
porém esses buscam novas práticas que resultem não 
somente na redução dos impactos ambientais, mas 
também em maior viabilidade econômica, uma vez que 
devemos nos lembrar que ambos aspectos fazem parte 
do tripé da sustentabilidade.
146146 
Sobre a incorporação de resíduos, assinale a 
alternativa correta:
a. A incorporação de resíduos é uma parte pertencente 
ao processo de incineração
b. A incorporação de resíduos diz respeito à disposição 
final desses no meio ambiente
c. A incorporação de resíduos pode ser definhada 
como sendo um processo industrial no qual um 
resíduo é utilizado, como matéria prima ou carga, na 
composição de um novo produto comercializável
d. A incorporação de resíduos se refere a um processo 
logístico, para o qual o material retorna à cadeira de 
suprimentos, utilizando a logística reversa.
e. A incorporação de resíduos não é muito estudada, 
pois esta não possui grandes aplicações práticas, 
embora seja uma prática ambientalmente correta.
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coleta-na-natureza-diz-estudo.ghtmll. Acesso em: 01 nov. 2019.
Gabarito
Questão 1 – Resposta: B 
Resolução: Embora a melhor solução de todas seja a redução, se 
possível a eliminação, tal solução não é uma disposição final, já 
que se trata de uma questão de projeto ou processo, ou seja, essa 
pode ser realizada somente antes da geração do resíduo sólido. 
A destinação final ocorre quando o resíduo já foi gerado, sendo 
necessário dizer o que deverá ser feito com este. Sendo assim, a 
reutilização é o melhor caminho, pois tanto a reciclagem quanto a 
incineração resultam em gastos maiores de energia, além disso, de 
modo geral, resultam em maiores emissões de poluente, uma vez 
que envolvem processos além da logística. Já a disposição final é a 
pior situação possível, que somente deve ser dada quando não for 
possível realizar nenhuma das outras alternativas 
Questão 2 – Resposta: E 
Resolução: Somente os rejeitos gerados na mineração devem 
ser dispostos em barragens de contenção. Para as demais áreas 
http://www.metallum.com.br/21cbecimat/CD/PDF/115-010.pdf
http://www.metallum.com.br/21cbecimat/CD/PDF/115-010.pdf
http://www.civil.uminho.pt/revista/artigos/n53/Pag.43-56.pdf
http://www.civil.uminho.pt/revista/artigos/n53/Pag.43-56.pdf
https://g1.globo.com/economia/noticia/saneamento-avanca-mas-brasil-ainda-joga-55-do-esgoto-que-colet
https://g1.globo.com/economia/noticia/saneamento-avanca-mas-brasil-ainda-joga-55-do-esgoto-que-colet
https://g1.globo.com/economia/noticia/saneamento-avanca-mas-brasil-ainda-joga-55-do-esgoto-que-colet
149149 149
industriais, os resíduos industriais são classificados em acordo 
com a ABNT NBR 10004, podendo ser perigosos (Classe I) ou não 
perigosos (Classe II), sendo esta última classe classificada em inerte 
(Classe IIB) e não inerte (Classe IIA). Contudo, as alternativas A e 
B estão erradas. A escória ferrosa é um subproduto do processo 
de fundição, sendo basicamente composta por óxidos metálicos, 
podendo conter outros elementos como sulfetos, por exemplo, 
portanto a alternativa C está errada. Os polímeros termoplásticos 
são facilmente reciclados, pois podem ser aquecidos para 
serem deformados plasticamente, porém existem os polímeros 
termofixos, por exemplo, que possuem ligações cruzadas que 
impedem tal operação, portanto a alternativa D está errada.
Quanto à disposição final, devem ser isolados com segurança 
do ambiente, em aterros específicos para esse tipo de resíduo, 
ou encaminhados para reúso ou reciclagem. Outras formas de 
tratamento e destinação final de resíduos industriais incluem o co-
processamento, a incineração, a estabilização e solidificação e, no 
caso de resíduos não perigosos, a fertilização. (LUCAS e BENATTI, 
2008, p. 409)
Portanto, a alternativa E está correta.
Questão 3 – Resposta: C 
Resolução: Segundo FEPAM (2010, p. 2), a incorporação de resíduos 
sólidos pode ser definhada como “processo industrial no qual um 
resíduo é utilizado, como matéria-prima ou carga, na composição 
de um novo produto comercializável.”
Seguindo tal definição, podemos dizer que a incorporação de 
resíduos sólidos nada mais é do que a aplicação desses resíduos, 
seja pela reutilização ou pela reciclagem, para a confecçãode um 
dado produto.
Portanto, a alternativa C está correta, enquanto as demais 
estão erradas.
150150 
	Apresentação da disciplina 
	Química verde e o meio ambiente 
	Objetivos 
	1. O meio ambiente 
	2. Química verde 
	3. Relação entre meio-ambiente, consumo e resíduos 
	4. Importância dos 3R 
	Verificação de leitura 
	Referências bibliográficas 
	Gabarito 
	Tipos de resíduos e classificação dos resíduos, legislação e destinação final 
	Objetivos 
	1. Os resíduos sólidos 
	2. A classificação dos resíduos sólidos 
	3. A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) 
	4. Outras leis aplicáveis 
	Verificação de leitura 
	Referências bibliográficas 
	Gabarito 
	Normas da série ISO 14001 
	Objetivos 
	1. ISO, ABNT e suas normas 
	2. ABNT NBR ISO 14001:2015 
	3. Auditoria dos sistemas de gestão 
	4. Normas ABNT correlatas à ABNT NBR ISO 14001 
	Verificação de leitura 
	Referências bibliográficas 
	Gabarito 
	Prevenção de subprodutos, economia de átomos, sínteses de compostos de menor toxicidade, desenvolvim
	Objetivos 
	1. Subprodutos 
	2. Economia de átomos 
	3. Sínteses de compostos de menor toxicidade 
	4. Desenvolvimento de compostos seguros 
	5. Diminuição de solventes e auxiliares 
	Verificação de leitura 
	Referências bibliográficas 
	Gabarito 
	Sustentabilidade em materiais, economia circular e seu impacto 
	Objetivos 
	1. Sustentabilidade 
	2. Economia circular e os seus impactos 
	Verificação de leitura 
	Referências bibliográficas 
	Gabarito 
	Reciclagem de resíduos de materiais poliméricos, metálicos e cerâmicos 
	Objetivos 
	1. Reciclagem 
	2. Reciclagem dos materiais metálicos 
	3. Reciclagem dos materiais cerâmicos 
	4. Reciclagem dos materiais poliméricos 
	Verificação de leitura 
	Referências bibliográficas 
	Gabarito 
	Métodos de incorporação de resíduos 
	Objetivos 
	1. O problema dos rejeitos 
	2. Incorporação de resíduos 
	Verificação de leitura 
	Referências bibliográficas 
	Gabarito

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