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endocrinologia em cães e gatos ANATOMIA PÂNCREAS Ilhotas de Langerhans. DIABETES MELLITUS Definição: - Distúrbio endócrino relacionada a insulina; - Defeito em secreção/ação da insulina; - Distúrbio no metabolismo de carboidratos, lipídeos e proteínas; - Hiperglicemia crônica. Diagnóstico Clínico Diagnóstico Laboratorial - Poliúria; - Perda de peso; - Polidpsia; - Polifagia. - Glicosúria; - Hiperglicemia; - Endocrinopatia mais comum em cães e gatos; - Aumento nas últimas 04 décadas; → Cães: DM tipo I; → Gatos: DM tipo I; → Transitório ou não e II Fatores pré-disponentes: - Sedentarismo; - Estresse → cortisol e catecolaminas; - Obesidade → adipocinas; - Mal hábitos alimentares; - Progesterona (Diestro). PERFIL → Afeta fêmeas; Testosterona ajuda no funcionamento da insulina. Já a progesterona, atrapalha o funcionamento da insulina. → Cão macho: castrado! Sem efeito protetor da testosterona; → Gatos machos, castrado → tendencia a engordar muito forte, predisposto a diabetes. → Adulto a Idosos; → Raças de porte pequeno a médio; → Salsichinhas, poodle, pinscher, schnauzer etc. ETIOLOGIA → Genética; → Resistência a insulina; - Acromegalia, HAC, Obesidade, Diestro etc. → Comorbidades; - Infecções, Pancreatite, Doenças Metabólicas, Amiloidose. → Medicamentos; - Corticoides, Progestágenos. → Imunomediadas; - Destruição das ilhotas de langerhans; - Destruição da molécula de insulina. FISIOPATOGENIA: Tecido adiposo, tecido muscular e glândula mamária necessitam da insulina para captar glicose = tecidos insulinodependentes. Se os tecidos não conseguem captar glicose para produzir energia, precisam captar energia de outro lugar → lipólise e proteólise → perda de tecido adiposo e muscular para liberar ácido graxo para fazer a neoglicogênese hepática → perda de peso. Por conta disto, produz ainda mais glicose no sangue → hiperglicemia. No rim normal → glicose reabsorvida nos túbulos contorcidos próximas e volta para corrente sanguínea. Na diabetes, muita glicose pelo túbulo contorcido proximal → não consegue reabsorver tudo → glicose escapa para alça de Henle e túbulos distais (responsáveis pela reabsorção de água) → por osmose, a glicose dificulta a reabsorção de água → excesso de água causa poliúria com glicosúria → desidratação → para compensar, bebe bastante água → polidpsia. - Glicemia supera 180 a 220: Rim não dá mais conta de reabsorver toda glicose que entra; - Gato superar 200 a 320: rins não dá mais conta de reabsorver; → Desidratação por causa da glicosúria e poliúria = polidpsia. SACIEDADE: Hipotálamo → centro da fome → mecanismo neural da saciedade quando capta glicose → inibe a fome. Na diabetes, o plasma está hiperglicêmico, o hipotálamo não consegue captar glicose, sempre disparando fome → não entende que comeu. → polifagia. O hipotálamo é insulina-dependente; DIABETES MELLITUS – TRANSITÓRIO: Gato: O gato tem doença pancreática e diabetes subclínico → inflamação, infecção, neoplasia, distúrbio hormonal ou fármacos causando antagonismo à insulina → intolerância a carboidratos e desenvolvimento de hipoglicemia → toxicidade da glicose causa DMDI aparente → tratamento com insulina e início da correção dos distúrbios concomitantes (controle) → controle da hiperglicemia → resolução da toxicidade da glicose → as células B pancreáticas retomam sua função e a resistência à insulina se resolve → perda das necessidades por insulina e resolução da DMDI → o gato retorna ao estado de diabetes subclínica. - Gato: Diabetes tipo I transitória. diagnóstico Anamnese: → Sempre procurar comorbidades; → 4p’s: Poliuria, polidpsia, polifagia e perda de peso; → Ciclo estral; → Dieta/Petiscos; → Fármacos: Progestágenos, glicocorticoides; → Anorexia, êmese → cetoacidose; Exame físico: → Comorbidades; → Desidratação; → Obeso/Magreza; - Pode começar a doença gordinho e depois por conta da diabetes, ficar magro. Sempre perguntar ao tutor se em algum momento ele foi gordinho – se ele não for obeso na consulta. → Catarata (40%); - Muita glicose entrando no cristalino → glicose metabolizada em sorbitol e frutose → saem por difusão ativa, ou seja, mais lentamente do cristalino → acúmulo dentro do cristalino → osmolaridade puxa a água para o cristalino → deformação das fibras de colágeno → perda do paralelismo → perda da transparência, começa ficar opaca. → Palpação Abdominal (Hepatomegalia); → Esteatose hepática (Lipidose hepática); - Hemoglobina glicada; - Frutosamina; - Nível de glicação da albumina; DIFERENCIAM NO EXAME. SINAIS CLÍNICOS - Bioquímico temos evidência de catabolismo; - Eritrocitose → desidratação; - Sempre fazer urocultura; - Cistite bacteriana; - Ureia e creatinina aumentada → DRC; - Hipertensão glomerular; - Comp. do néfron TRATAMENTO Objetivo - ↓ Sinais clínicos e impedir cetoacidose; - Controle da hiperglicemia: - Insulinoterapia; - Dietoterapia; - Exercícios; - Tratamento de comorbidades. Tipos de insulina: → Duração da Ação: Rapida; - Regular. → Duração da Ação: Intermediária; - NPH, Lente. → Duração da Ação: Lenta; - Glargina, Detemir. → Insulina cristalina regular: Age rápido e passa rápido também; → Insulina Lente é uma insulina intermediária; → Insulina lenta demora mais para agir e ficam agindo por mais tempo: Glargina e Detemir; Quanto mais potente, mais rápido faz o efeito e mais rápido deixa de fazer o efeito. TIPOS DE INSULINA: Por qual começar? → Sem Cetoacidose → NPH ou Lente; → Sem Cetoacidose → Glargina; *Para gatos, de ação lenta. Absorvido aos poucos, o gato come poucas porções no dia, então por isso é interessante. → Sem Cetoacidose → Determir; Recomendações após prescrição de insulina: → Curva glicêmica: 1. Pico de glicemia 250mg/dL; 2. Nadir glicêmico (ponto + baixo); - 80 – 145mg/dL 3. Tempo de atuação da insulina; - SID/BID - 1° Curva: Até 24h após tratamento inicial; - 2° Curva: Duas semanas depois do tratamento; A 1° curva glicêmica imediata ela tem um único objetivo de diagnosticar/identificar hipoglicemia. Média da glicemia/dia: <250mg/dL. Qual é o pico de glicemia? Qual o nadir glicêmico (ponto mais baixo da glicemia)? Qual o tempo de atuação da insulina (do pico ao nadir)? - Tempo de ação/atuação de insulina: É o tempo que demora para chegar ao nadir. *Na primeira curva tudo bem ter hiperglicemia, pois o animal demora dias para se acostumar com insulina exógena. → Armazenamento: - Refrigeração; - Troca de Frasco: a cada 30 – 60 dias? - Troca de Frasco: Turbidez, descoloração, perda de ação; → Homogeneização; → Diluição: - NPH 100U/mL | 10mL – frasco; - Lente 40U/mL (+ diluída); DIETA → Correção da obesidade. → Aumento de fibras (8 – 18%, >12% Fibras mista) - Retarda absorção de glicose e lipídeos. - Não absorve glicose → não faz pico de glicemia. - Retardo na hidrólise do amido; - Diminuição do tempo de trânsito intestinal; - Diminuição na absorção intestinal dos nutrientes; → Diminuir carboidratos → fonte do amido (resistente); → Diminuir lipídeos; → Proteína; → Aumento de Crômico e Ômega-3; - Aumentam sensibilidade da ação da insulina. EXERCÍCIOS: → Perda de peso e perda da resistência à insulina; → Diminui glicemia; → Rotina de exercícios sempre no mesmo horário - Um pouco antes de tomar insulina - NÃO no pico de ação de insulina → Sempre carregar xarope de glicose e comida. MONITORAÇÃO DO PACIENTE DIABÉTICO: → Uso da insulina e exercícios; → Peso/Apetite; → Ingestão de água e produção de urina - Polidpsia: - Cão: > 100mL/kg/dia - Gato: > 45mL/kg/dia → Nível de atividade; → Glicosúria, cetonuria, glicemia; → HB glicada/ Frutosamina CURVA GLICÊMICA: Objetivo: - Nadir (80 – 145mg/dL) – ponto mais baixo da glicemia; - Pico (180 – 250mg/dL); - Glicemia média diária (<250mg/dL); - Duração do efeito. → Hipoglicemia acontece no nadir – animal não pode se exercitar esse horário; → Aplicação SID não é uma boa ideia, se não glicemia iria continuar aumentando e iria ocorrer a hiperglicemia; → Aplicação TID não é uma boa ideia, pois é fácil fazer hipoglicemia; → AplicaçãoBID é o ideal. Hospitalar: → Em casa: Comida + Insulina → Hospital → Glicemia 2h/2h Domicílio: → Comida + Insulina → Glicemia 2h/2h HIPOGLICEMIA: Sinais: - 70% assintomáticos; - 30%: Letargia, sonolência, ataxia, tremores, amaurose, depressão da consciência, crise epiléptica. Principais causas: - Erros na aplicação; - Sobreposição do efeito; - Insulina com anorexia; - Aumento de exercício físico; - Mudança da dose pelo proprietário; - Fim da resistência insulínica/Remissão diabética (gatos) O que fazer na hipoglicemia? → Xarope de glicose → Mucosa oral; → Comida → Melhora → Avaliação veterinária; → Redução da dose insulina 25 – 50%; → Efeito Somogy: - Acontece quando a glicemia se torna menor que 65mg/dL de glicose. Há uma rápida redução na glicemia (reduz mais de 100mg/dL em uma hora) – o normal é diminuir 50mg/dL por hora. - O organismo começa a secretar hormônios para suprir a glicemia > defesa da hipoglicemia; - Secreção de cortisol, noradrenalina, glucagon, hormônio do crescimento → hormônios de resistência a ação da insulina → diminuição da afinidade do receptor com insulina; - Glicemia volta a subir → se torna irresponsiva à insulinoterapia; - Esse efeito demora dias para passar. RESISTÊNCIA INSULÍNICA: - Hiperglicemia mesmo com doses altas de insulina; - Obesidade, comorbidade, fármacos, estresse, somogy, anticorpos anti-insulina, defeitos nos receptores de insulina; - Hiperglicemia mesmo com altas doses de insulina. complicações → Catarata!!! → Infecções do Trato Urinário; → Infecções Respiratórias; → Infecções de Pele; → Hipertensão Sistêmica; → Cetoacidose Diabética; → Nefropatia; → Neuropatia; → Coagulopatias, etc: Raro! Catarata: → 40 – 60% dos casos; → Evolução rápida; → Irreversível; → Tratamento: - Cirurgia; - 75 – 80% eficiência; CETOACIDOSE DIABÉTICA → Diabetes Mellitus → CAD; - Diabetes tipo I; - Diabetes não tratados corretamente; - Comorbidades ou Fármacos → Resistência Animal diabético → passa muito tempo sem receber tratamento insulínico → lipólise → corpos cetônicos (ácidos) → acidificação do sangue → estimulação da zona quimiorreceptora disparadora do SNC → vômito e diarreia → perda de potássio/hipocalemia → necessário repor potássio. Sinais Clínicos ou Resultados Laboratoriais - Anorexia, êmese, diarreia, desidratação aumentada (piora acidose), letargia, hipotermia, hipotensão, choque, hálito cetônico, alterações respiratórias; Diagnóstico → Hiperglicemia, glicosúria, acidose, cetonemia, cetonuria, hipocalemia. → Corpos Cetônicos; → Fitas de Urinálise só detectam: Ácido Acético e Cetona. TRATAMENTO: → Fluidoterapia; → Correção Acidobásico (bicarbonato); → Correção Eletrolítica (KCL); → Antieméticos; → Insulina regular. Insulinoterapia: · Cristalina Regular: → Avaliar glicemia de hora em hora; → Glicemia <250mg/dL I.M. ou S.C.
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