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representação comercial

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Representação comercial – Lei n.º 4.886/65 (Gagliano e Pamplona, 689)
1. Definição e generalidades
Este contrato não está entre os nominados do Código Civil. É disciplinado por lei específica, a Lei n.º 4.886, de 09/11/1965 (Gagliano e Pamplona, 689).
É um negócio jurídico por meio do qual uma pessoa física ou jurídica (representante), de forma autônoma (sem relação de emprego), desempenha, em caráter não eventual, por conta de uma ou mais pessoas (representado), e mediação para a realização de negócios mercantis, agenciando propostas ou pedidos, para transmiti-los aos representados, praticando ou não atos relacionados com a execução dos negócios. 
A própria lei, em seu artigo primeiro, define o contrato de representação comercial:
Art. 1º Exerce a representação comercial autônoma a pessoa jurídica ou a pessoa física, sem relação de emprego, que desempenha, em caráter não eventual por conta de uma ou mais pessoas, a mediação para a realização de negócios mercantis, agenciando propostas ou pedidos, para, transmiti-los aos representados, praticando ou não atos relacionados com a execução dos negócios.
Os representantes devem estar registrados nos Conselhos Regionais dos Representantes Comerciais, os quais, juntamente com o Conselho Federal, fiscalizam o exercício da profissão. 
2. Características (Pablo Stolze Gagliano e Rodolfo Pamplona Filho, 691)
a) Nominado
Embora não codificado(???? Vide artigos 710 e seguintes - AGÊNCIA. Muitos autores, Rizzardo,745, Gonçalves, 461 DIZEM QUE É O MESMO QUE REPRESENTAÇÃO COMERCIAL), é um contrato típico e nominado das relações empresariais (comerciais ou mercantis).
b) Bilateral
Há obrigações a ambas as partes.
c) Consensual
O contrato concretiza-se apenas com a declaração de vontade.
d) Oneroso
O representante adquire o direito à retribuição, chamada comissão, quando o pedido for pago.
e) Paritário ou adesão
Pode ser celebrado de forma paritária, quando houver liberdade de discussão do contrato, ou na forma de adesão se o representante apenas aderir ao contrato.
f) Verbal
O contrato pode ser verbal, embora seja recomendável a forma escrita.
g) Individual e personalíssimo
É celebrado em função da pessoa do contratante, levando-se em conta suas habilidades, experiências, técnicas, idoneidades, etc.
h) De duração
De regra é por prazo indeterminado, embora nada impeça que seja por prazo certo.
i) Principal e definitivo
Não depende de outro negócio jurídico, embora o representante aja como mediador de uma eventual compra e venda.
3. Deveres do representante 
O principal dever do representante é a dedicação, atuando de modo a expandir os negócios do representado, promovendo os seus produtos, conforme suas instruções (Gagliano e Pamplona, 699).
Fornecer informações detalhadas sobre os negócios (art. 28), sob pena de ser compelido a prestar contas e até à rescisão contratual por justo motivo (art. 35, alínea c).
Não concluir negócios por conta própria, pois a aprovação final é do representado, a menos que haja previsão expressa que o autorize, conforme parágrafo único do artigo 1º. 
4. Deveres do representado
Pagar ao representante a remuneração contratada (comissão) até o dia 15 do mês subsequente ao da liquidação da fatura, conforme artigo 32, § 1º. 
As partes podem, no entanto, estabelecer prazos para o representado recusar propostas ou pedidos. Nada sendo estabelecido, aplicam-se as regras do artigo 33. 
Art. 33. Não sendo previstos, no contrato de representação, os prazos para recusa das propostas ou pedidos, que hajam sido entregues pelo representante, acompanhados dos requisitos exigíveis, ficará o representado obrigado a creditar-lhe a respectiva comissão, se não manifestar a recusa, por escrito, nos prazos de 15, 30, 60 ou 120 dias, conforme se trate de comprador domiciliado, respectivamente, na mesma praça, em outra do mesmo Estado, em outro Estado ou no estrangeiro.
§ 1º Nenhuma retribuição será devida ao representante comercial, se a falta de pagamento resultar de insolvência do comprador, bem como se o negócio vier a ser por ele desfeito ou for sustada a entrega de mercadorias devido à situação comercial do comprador, capaz de comprometer ou tornar duvidosa a liquidação. 
§ 2º Salvo ajuste em contrário, as comissões devidas serão pagas mensalmente, expedindo o representado a conta respectiva, conforme cópias das faturas remetidas aos compradores, no respectivo período. 
§ 3° Os valores das comissões para efeito tanto do pré-aviso como da indenização, prevista nesta lei, deverão ser corrigidos monetariamente. 
5. Extinção do contrato
A extinção do contrato de representação comercial se dá por resolução, quando houver justo motivo, ou resilição, se por iniciativa de ambas as partes ou de uma apenas.
5.1. Resolução
a) Por iniciativa do representado 
As hipóteses estão previstas no artigo 35.
Art. 35. Constituem motivos justos para rescisão do contrato de representação comercial, pelo representado: 
        a) a desídia do representante no cumprimento das obrigações decorrentes do contrato; 
        b) a prática de atos que importem em descrédito comercial do representado; 
        c) a falta de cumprimento de quaisquer obrigações inerentes ao contrato de representação comercial; 
        d) a condenação definitiva por crime considerado infamante; 
        e) força maior.
b) Por iniciativa do representante
As hipóteses estão previstas no artigo 36.
Art. 36. Constituem motivos justos para rescisão do contrato de representação comercial, pelo representante: 
        a) redução de esfera de atividade do representante em desacordo com as cláusulas do contrato; 
        b) a quebra, direta ou indireta, da exclusividade, se prevista no contrato; 
        c) a fixação abusiva de preços em relação à zona do representante, com o exclusivo escopo de impossibilitar-lhe ação regular; 
        d) o não-pagamento de sua retribuição na época devida; 
        e) força maior.
5.2. Resilição
A resilição pode ser: bilateral, quando ambas as partes de comum acordo põe fim ao contrato, hipótese em que se configura o distrato; ou unilateral, quando o contrato é desfeito por iniciativa de uma das partes apenas.
No caso de resilição unilateral de contrato por prazo indeterminado, com vigência por mais de seis (6) meses, a parte que denunciar o contrato dará aviso prévio de trinta (30) dias ou pagará a importância de um terço (1/3) das comissões auferidas pelo representante nos últimos três (3) meses.
Art. 34. A denúncia, por qualquer das partes, sem causa justificada, do contrato de representação, ajustado por tempo indeterminado e que haja vigorado por mais de seis meses, obriga o denunciante, salvo outra garantia prevista no contrato, à concessão de pré-aviso, com antecedência mínima de trinta dias, ou ao pagamento de importância igual a um terço (1/3) das comissões auferidas pelo representante, nos três meses anteriores.
O aviso prévio não exime a parte do pagamento da indenização. Se o contrato for sem prazo certo, a indenização é a prevista no contrato, não podendo ser inferior a 1/12 do total da retribuição paga ao representante, durante o tempo em que ele exerceu a representação (art. 27, alínea j); se for por prazo certo, a indenização não pode ser inferior à média mensal auferida até a data da rescisão, multiplicada pela metade dos meses que restam no contrato (art. 27, § 1.º).

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