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Doenças Sexualmente Transmissíveis

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Ginecologia – Amanda Longo Louzada 
1 DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS 
VULVOVAGINITES: 
VAGINOSE BACTERIANA: 
 Agentes: polimicrobiana 
 Gardnerella vaginalis 
 Bacteroides sp 
 Mobiluncus sp 
 Mycoplasma hominis 
 Peptoestreptococcus sp 
 Clínica: metade das pacientes é assintomática 
 Corrimento de odor fétido, que piora após o 
coito e a menstruação 
 Diagnóstico 
 Critérios de amsel: precisa de 3 dos 4 critérios 
 Whiff test (Aminas – KOH): positivo 
 Corrimento: branco-acinzentado, homogêneo, 
fino, não aderente 
 
 Exame a fresco: clue cells, com diminuição de 
lactobacilos 
 
 pH >4,5 
 Nugent: padrão ouro (cai nas provas de São 
Paulo) 
 É por coloração gram 
 Nº de bactérias e lactobacilos patogênicos 
(escore), com escore maior ou igual 7 
 Tratamento: pode tratar a gestante 
 Oral: Metronidazol 250 mg, 2 comprimidos VO 
12\12h por 7 dias 
 Creme Vaginal: Metronidazol gel vaginal 
100mg\g 1 aplicador, via vaginal, por 5 dias à 
noite ao deitar 
 No MS consta que durante o tratamento deve 
fazer abstinência alcoólica e até 48 horas após 
o fim do tratamento, o CDC fala que não é 
necessária essa abstinência 
 Não deve tratar o parceiro, nem em casos de 
vaginose de repetição 
 Não é necessário tratar pacientes 
assintomáticos 
 Não é necessário pedir sorologias 
CANDIDÍASE VULVOGAINAL (CVV): 
 Agente Etiológico: 
 Mais comum é candida albicans 
 Quando é uma candidíase de repetição é 
refratária ao tratamento deve pensar em 
cândida não albicans 
 Fatores de Risco: 
 Gravidez 
 Obesidade 
 Anticoncepcional de alta dose de estrogênio 
 Corticoide 
 Imunossupressão 
 Hábitos de higiene 
 Vestuário 
 Antibióticos 
 DM descompensado 
 Quadro Clínico: 
 Corrimento grumoso, branco, sem odor e 
aderido (semelhante a leite coalhado) 
 Sinais Inflamatórios: 
 Prurido 
 Disúria 
 Dispareunia 
 Edema 
 Hiperemia 
 Diagnóstico: 
 Exame a Fresco: pseudo-hifas 
 
 pH vaginal menor ou igual a 4,5 
 Tratamento: 
 1ª Opção: para gestante deve ser tratamento 
apenas tópico 
 Miconazol 2% por 7 dias 
 Nistatina por 14 dias 
 2ª Opção: 
 Fluconazol 150 mg, 1 comprimido, VO, dose 
única 
 Itraconazol 
 Só trata parceiro sintomático 
 Candidíase Recorrente: 4 mais ou episódios no 
ano 
 Fluconazol 150 mg VO D1, D4 e D7 + 1 
comprimido semanal por 6 meses 
 
Ginecologia – Amanda Longo Louzada 
2 DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS 
TRICOMONÍASE: 
 Agente: Trichomonas vaginalis 
 Quadro Clínico: 
 Corrimento: abundante, bolhoso, com mau 
cheiro e purulento 
 
 Sinais Inflamatórios: é a principal diferença da 
vaginose bacteriana 
 Irritação 
 Hiperemia 
 Prurido 
 Colpite (colo em framboesa ou em morango) 
 
 Diagnóstico: 
 Whiff test (Aminas – KOH): positivo 
 Exame a Fresco: Thichomonas móvel e 
polimorfonucleares 
 
 Tratamento: pode e deve tratar gestantes e 
puérperas 
 Só pode ser oral 
 1ª Opção: Metronidazol 250 mg, 2 comprimidos 
VO 12\12h por 7 dias ou 400 mg, 5 
comprimidos VO, dose única 
 No MS consta que durante o tratamento deve 
fazer abstinência alcoólica e até 48 horas 
após o fim do tratamento, o CDC fala que não 
é necessária essa abstinência 
 Outras opções: pelo MS não encontra essas 
opções, mas pelo CDC encontra 
 Tinidazol 
 Secnidazol 
 Deve convocar o parceiro para tratamento 
 Deve rastrear outras IST’s 
VAGINITE DESCAMATIVA: 
 Diagnóstico: 
 Conteúdo purulento 
 pH alcalino 
 Predomínio de células profundas, basais e a 
parabasais 
 Aumento de polimorfonucleares, flora vaginal 
tipo 3 (com cocos gram-positivos) 
 Tratamento: Clindamicina creme a 2%, 5g, via 
vaginal, por 7 dias 
VAGINOSE CITOLÍTICA: 
 Diagnóstico: 
 Leucorreia 
 Prurido 
 pH < 4,5 
 Sem patógenos à microscopia 
 Aumentos de lactobacilos 
 Citólise 
 Tratamento: alcalinização com bicarbonato 
VAGINITE ATRÓFICA: 
 Diagnóstico: 
 Sem patógenos à microscopia 
 Aumento de polimorfonucleares e de células 
basais e parabasais 
 Corrimento amarelado 
 pH > 5 
 Tratamento: estrogenioterapia tópica 
CERVICITES E URETRITES: 
 O gram é mais útil na uretrite, do que na cervicite 
 Caso no gram diplococo gram-negativo, deve 
tratar para clamídia e gonococo, se não vier 
deve tratar apenas para clamídia 
AGENTES: 
 Neisseria gonorrhoeae 
 Chlamydia trachomatis 
FATORES DE RISCO: 
 Coitarca precoce 
 IST e DIP’s prévias 
 Parceiro com IST 
CLÍNICA E DIAGNÓSTICO: 
 Corrimento cervical ou uretral purulento 
 Colo hiperemiado e friável 
 Sinusiorragia 
 Dispareunia 
TRATAMENTO: 
 Gonococo: Ceftriaxona 500 mg, IM 
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3 DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS 
 Clamídia: Azitromicina 500 mg, 2 comprimidos 
VO, dose única ou Doxiciclina 100 mg, 2 vezes 
ao dia por 7 dias 
COMPLICAÇÃO: 
 Doença inflamatória pélvica 
DOENÇA INFLAMATÓRIA PÉLVICA: 
AGENTES ETIOLÓGICOS PRIMÁRIOS: 
 Neisseria gonorrhoea 
 Clamydia trachomaatiss 
FATORES DE RISCO: 
 IST prévia 
 Coitarca precoce 
 Uso de tampão 
 Uso de ducha vaginal 
 Múltiplas parcerias 
DIAGNÓSTICO: 
 Precisa de 3 critérios maiores + 1 menor ou 1 
critério elaborado 
 Critérios maiores ou mínimos: 
 Dor hipogástrica 
 Dor a mobilização do colo 
 Dor a palpação de anexos 
 Critérios menores ou adicionais: 
 Febre 
 Leucocitose 
 Aumento de VHS e PCR 
 Cervicite 
 Comprovação do gonococo, clamídia ou 
micoplasma 
 Critérios elaborados ou definitivos: 
 Endometrite (comprovada por histopatológico) 
 Abscesso tubo ovariano ou em fundo de saco 
(visualizado pela USGTV ou RM) 
 DIP na laparoscopia 
CRITÉRIOS DE MONIF: 
 Avalia a gravidade da infecção 
 Monif 1: paciente com DIP sem complicação e 
com um bom estado geral 
 Monif > 1: com complicações ou em mau estado 
geral 
TRATAMENTO: 
 Ambulatorial: 
 Indicação: Monif 1 
 Tem que reavaliar em 48 a 72 horas 
 Esquema terapêutico: Ceftriaxone 500 mg IM + 
Doxiciclina 100 mg 12\12h VO por 14 dias + 
Metronidazol 400 – 500 mg 12\12h VO por 14 
dias 
 Hospitalar: 
 Indicações: 
 Gravidez 
 Ausência de melhora após 72 horas 
 Intolerância ou baixa adesão ao tratamento 
 Estado geral grave: febre e vômitos 
 Dificuldade de exclusão de emergência 
cirúrgica (apendicite, ectópica) 
 Tratamento de escolha: Ceftriaxone 1g IV + 
Doxiciclina 100 mg 12\12h VO por 14 dias + 
Metronidazol 400 mg IV de 12\12h 
 Opção de tratamento: Clindamicina 900 mg IV 
de 8\8h + Gentamicina IV 2 mg\kg de peso 
(ataque) e 1,5 mg\kg de 8\8h (manutenção) 
 Para paciente que não conseguem fazer o 
uso de doxiciclina VO 
 Tratamento Cirúrgico: 
 Falha no tratamento clínico 
 Massa pélvica que persiste ou aumenta, 
apesar do tratamento 
 Suspeita de rotura de abscesso tubo ovariano 
 Abscesso de fundo de saco de Douglas 
 Hemoperitônio 
 Situações Especiais: 
 Parceiros dos 2 meses pré-DIP: Ceftriaxona 
500 mg IM + Azitromicina 1g VO dose única 
 Adolescentes: só deve internar em caso de DIP 
complicada 
 Gestantes: internação com antibioticoterapia de 
amplo espectro 
 Usuárias de DIU: não há necessidade de 
remoção 
COMPLICAÇÕES: 
 A USGTV é muito importante para o diagnóstico 
das complicações 
 Precoces: 
 Abscesso tubo-ovariano 
 
 Fase aguda da SFHC: presença de exsudato 
purulento na cápsula de Gleason 
 Morte 
 Tardia: 
 Dispareunia 
 Dor pélvica crônica 
 Infertilidade 
 Prenhez ectópica 
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4 DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS 
 Fase crônica da SFHC: aderências com 
aspecto de cordas de violino 
SÍFILIS: 
AGENTE ETIOLÓGICO: 
 Treponema pallidum 
FORMAS CLÍNICAS: 
 Primária: cancro-duro -> úlcera única e indolor 
 
 Secundária: condilomaplano, roséola, sífilis, 
madarose 
 Clássico de cair em provas é falar em lesão 
palmo-plantar 
 
 Terciária: gomas, tabes dorsalis e aneurisma 
aórtico 
 
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL: 
 Treponêmico (teste rápido): positiva 1º 
 Não Treponêmico (VDRL): positiva em 1 a 3 
semanas 
 Negativa ou cai a titulação primeiro 
 Entra para a confirmação 
 Para controle de cura 
 Precisa dos dois testes diferentes para confirmar 
o diagnóstico 
 Em gestante, um teste positivo já deve iniciar o 
tratamento 
 Em caso de discordância deve pedir um 3º teste 
 
 
TRATAMENTO: 
 A Benzilpenicilina Benzatina é a única capaz de 
proteger contra transmissão vertical 
 Primária\ Secundária\ Latente Recente: 1 dose 
de Benzilpenicilina Benzatina de 2,4 milhões UI, 
IM 
 Terciária\Latente Tardia (> 1 ano): 3 doses de 
Benzilpenicilina Benzatina de 2,4 milhões UI, IM, 
com intervalo de 1 semana entre as doses 
 Controle de Cura: VDRL mensal (gestantes) e 3, 
6, 9 e 12 (geral) 
 Tratamento Inadequado na Gestação: 
 Incompleto ou com outra medicação 
 Iniciado há menos de 30 dias do parto 
 Em caso de alergia a Benzilpenicilina Benzatina, 
deve indicar a dessenbilização em ambiente 
hospitalar 
HERPES GENITAL: 
AGENTES ETIOLÓGICOS: 
 Herpes simplex tipo 2 (genitais) 
 Herpes simplex tipo 1 (orais) 
CLÍNICA E DIAGNÓSTICO: 
 Vesículas e úlceras dolorosas 
 Com fundo limpo 
 Adenopatia dolorosa que não fistuliza 
 
TRATAMENTO: 
 Primoinfecção\Recorrência: Aciclovir 200 mg, 2 
comprimidos, 3 vezes por dia por 7 a 10 dias (se 
for primo-infecção) ou 5 dias (se for herpes 
recorrente)7 
 Supressão: para pacientes com 6 ou mais 
episódios de herpes em 1 ano 
 Aciclovir 200 mg, 2 comprimidos, 2 vezes por 
dia, por 6 meses 
 Tratamento na Gestação: é igual, mas deve 
avaliar o uso de aciclovir em gestantes com mais 
de 36 semanas de gestação 
 Em caso de lesão ativa no canal de parto, deve 
fazer cesariana 
 
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5 DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS 
CANCRO MOLE\CANCROIDE: 
AGENTE ETIOLÓGICO: 
 Haemophilus ducreyi 
CLÍNICA: 
 Úlceras múltiplas, dolorosas, com fundo sujo e 
adenopatia que fistuliza por orifício único 
 
TRATAMENTO: 
 1ª Opção: Azitromicina 500 mg, 2 comprimidos, 
VO, dose única 
 2ª Opção: ceftriaxona 250 mg, IM, dose única 
LINFOGRANULOMA VENÉREO: 
AGENTE ETIOLÓGICO: 
 Chamydia trachomatis L1, L2 e L3 
CLÍNICA: 
 Pápula\úlcera indolor 
 Adenopatia dolorosa que fistuliza em “bico de 
regador” (múltiplos orifícios) 
 
TRATAMENTO: 
 1ª escolha: Doxiciclina VO 2 vezes ao por 21 
dias 
 2ª opção: Azitromicina 500 mg, 2 comprimidos, 1 
vez por semana por 21 dias 
DONOVANOSE: 
AGENTE ETIOLÓGICO: 
 Klebsiella granulomatis 
CLÍNICA: 
 Úlcera profunda, indolor e crônica 
 Biópsia com corpúsculo de Donovan 
 
TRATAMENTO: 
 1ª Escolha: Azitromicina 500 mg, 2 comprimidos 
VO, 1 vez por semana, por pelo menos 3 
semanas ou até a cicatrização da lesão 
 2ª Escolha: 100 mg VO, 12\12h por 7 dias 
ABORDAGEM SÍNDRÔMICA: 
 Úlcera > 4 semanas: tratamento para 
linfogranuloma, sífilis, donovanose e cancroide 
 Úlcera < 4 semanas: 
 Com vesículas: tratamento para herpes 
 Sem vesículas: tratamento para sífilis ou 
cancroide 
RESUMO: 
 Úlceras Múltiplas: 
 Sim: Herpes, cancro mole e donovanose 
 Não: Sífilis e linfogranuloma venéreo 
 Dolorosas: 
 Sim: Herpes (fundo limpo) e cancro mole 
(fundo sujo) 
 Não: Sífilis, linfogranuloma venéreo e 
donovanose 
 Adenopatia com Fustulização: 
 Sim: Cancro mole (único orifício) e 
linfogranuloma venéreo (múltiplos orifícios) 
 Não: herpes, sífilis e donovanose

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