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Marina Rodrigues Bezerra Dias Áreas e ações prioritárias para a conservação da biodiversidade Universidade Federal Rural do Semi-árido Departamento de Ciências Animais Curso: Ecologia Docente: Luciana Vieira de Paiva Introdução A identificação de ações e áreas prioritárias é o primeiro passo para a elaboração de uma estratégia regional ou nacional para a conservação da diversidade biológica (Noss et al. 1997, Margules & Pressey 2000); O processo de seleção é baseado em estudos multidisciplinares e em um participativo de tomada de decisão; O Brasil já definiu as ações e áreas prioritárias para todos os seus grandes ecossistemas, junto à Convenção sobre Diversidade Biológica, firmada durante a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento – CNUMAD (Rio-92). Com o desenvolvimento do Projeto de Conservação e Utilização Sustentável da Diversidade Biológica Brasileira (PROBIO), pela primeira vez, foi possível: identificar as áreas prioritárias para conservação da biodiversidade; avaliar os condicionantes socioeconômicos e as tendências atuais da ocupação humana do território brasileiro e, formular as ações mais importantes para conservação dos nossos recursos naturais. Introdução Passos (metodologia) para a identificação das áreas prioritárias do Brasil Com uso de metodologia inovadora, que pressupôs a elaboração prévia de documentos por especialistas, foi realizada uma discussão para indicação, por consenso, de áreas e de ações prioritárias para todo o País; Passo 1 PROBIO organizou informações sobre todos os biomas, que se encontravam dispersas em dezenas de órgãos públicos e instituições privadas, e gerou um considerável acervo; Passo 2 O envolvimento de diferentes instituições, nacionais e internacionais, e de pesquisadores de todas as regiões do País, permitindo a adoção de ações capazes de proporcionar grande avanço no conhecimento e na efetiva proteção da biodiversidade brasileira; Passo 3 Passos (metodologia) para a identificação das áreas prioritárias do Brasil Embora contendo particularidades e pequenas variações, cada subprojeto (avaliação) foi planejado para ser desenvolvido em quatro fases: 1. Fase Preparatória; 2. Fase Decisória; 3. Fase de Processamento e de Síntese dos Resultados; 4. Fase de Disseminação dos Resultados e de Acompanhamento de sua Implementação. Passo 4 O PROBIO apoiou a realização de cinco grandes avaliações divididas por bioma Cerrado e Pantanal, Mata Atlântica e Campos Sulinos, Caatinga, Amazônia e Ecossistemas Costeiros e Marinhos. Cinco avaliações divididas por bioma Cada avaliação por bioma teve como resultados: sumário executivo e mapa-síntese, relatório técnico, além de documentos e mapas temáticos que estão disponibilizados on-line. (http://www.biodiversidade.rs.gov.br/arquivos/BiodiversidadeBrasileira_MMA.pdf) Cinco subprojetos desenvolvidos Ações Prioritárias para a Conservação da Biodiversidade do Cerrado e do Pantanal; Avaliação e Ações Prioritárias para Conservação do Bioma Floresta Atlântica e Campos Sulinos; Avaliação e Identificação de Ações Prioritárias para a Conservação, Utilização Sustentável e Repartição dos Benefícios da Biodiversidade da Amazônia Brasileira; Avaliação e Ações Prioritárias para a Zona Costeira e Marinha; Avaliação e Ações Prioritárias para Conservação da Biodiversidade do Bioma Caatinga. Mapa das Áreas Prioritárias para a Conservação, Utilização Sustentável e Repartição de Benefícios da Biodiversidade Brasileira – disponível no site do MMA. Cerrado e Pantanal Cerrado: foram identificadas 87 áreas prioritárias; Pantanal: desde os cerrados na divisa de Paraná e São Paulo até as savanas amazônicas do Amapá e de Roraima; A delimitação das áreas foi realizada enfatizando áreas de alta riqueza de espécies, com alto grau de endemismo biológico e com presença de comunidades únicas. Ações prioritárias Para cada área, foi realizado um diagnóstico da importância biológica e uma avaliação das ações prioritárias para sua conservação. Estas ações abrangem: a proteção (criação de Unidades de Conservação); o estudo científico (inventários); o uso direto dos recursos bióticos e, a restauração ou recuperação de áreas antropizadas (manejo). O resultado final apresenta diversos padrões significativos. As áreas de maior importância biológica concentram-se nos estados de Goiás, Bahia, Mato Grosso e Tocantins, ao longo do eixo central da distribuição do bioma Cerrado. Um número substancial de áreas, entretanto, teve informação insuficiente para avaliar sua importância. Isto ressalta a carência de dados biológicos para a região, e a necessidade urgente de proceder a inventários de campo na maior parte do Cerrado e do Pantanal. Além da carência de inventários, o reduzido número de Unidades de Conservação é um problema sério. Em quase todas as áreas prioritárias, a criação de novas unidades foi assinalada como a ação mais urgente. 11 Amazônia Legal 385 áreas prioritárias, sendo: 247 (64%) - extrema importância biológica; 107 (28%) de muito alta importância; 8 (2%) como alta importância e, 23 (6%) como insuficientemente conhecidas, mas de provável alta importância biológica. Atualmente, 122 (31,7%) destas áreas estão inseridas em Unidades de Conservação de diferentes categorias e 148 (38,4%) em Terras Indígenas. As 115 (29,8%) restantes ainda não possuem status de proteção algum. Ações prioritárias Proteção (que não fosse a criação de UC’s); recuperação; uso sustentável de recursos naturais; necessidade de estudos e necessidade de criação de UC’s; Em uma escala de 0 (não-recomendada) a 5 (ação prioritária), os resultados foram: Em uma escala de 0 (não-recomendada) a 5 (ação prioritária), os resultados foram: para 39,2%, o uso sustentável de recursos; em 24,9%, ações de proteção; 20,8% para criação de Unidade de Conservação; necessidade de estudos, para 14% das áreas, e recuperação, para apenas 1%. 13 Ações prioritárias Caatinga Foram identificadas 82 áreas prioritárias, sendo: - 27 de extrema importância biológica; 12 como de muito alta importância; 18 como de alta importância e, 25 como insuficientemente conhecidas, mas de provável importância. Ações prioritárias Proteção integral foi a ação mais recomendada para a maioria (54,8%) das áreas prioritárias, sendo: 81% das áreas de extrema importância; 75% das de muito alta importância e, 72% das de alta importância. Como esperado, a principal ação proposta para a maior parte (96%) das áreas insuficientemente conhecidas foi a investigação científica; Também foi proposto um corredor conectando áreas prioritárias em Minas Gerais e Bahia. Mata Atlântica e Campos Sulinos Foram identificadas 182 áreas prioritárias, sendo: - 99 áreas de extrema importância biológica; 35 áreas de muito alta importância; 26 áreas de alta importância e, 22 áreas insuficientemente conhecidas, mas de provável importância biológica. Aproximadamente 33% da Mata Atlântica foram resguardados por áreas prioritárias, sendo a maioria dessas, 55%, indicada como de extrema importância biológica. Ações prioritárias Inventários biológicos e ações relacionadas às Unidades de Conservação (criação, implementação, ampliação e mudança de categoria) foram as mais sugeridas; Também foram sugeridos: corredores ecológicos; integração entre a política de conservação de florestas e a política de proteção dos recursos hídricos; estratégia de educação e de sensibilização da sociedade e, criação de mecanismos e incentivos que assegurem recursos financeiros para a conservação da biodiversidade. Zona costeira e Zona Marinha Foram identificadas 164 áreas prioritárias, sendo: 9 grandes áreas na região Norte (Amapá ao Maranhão); 47 no Nordeste (Piauí a Bahia); 37 no Sudeste (Espírito Santo ao Paraná); 40 no Sul (Santa Catarina e Rio Grande do Sul); 31 na plataforma continental e nas ilhas oceânicas e; 50 como “insuficientemente conhecidas”.Ações prioritárias A necessidade de programas de monitoramento (com destaque para ambientes de alta relevância, como os estuários); Ações de educação ambiental (setor em que as iniciativas são muito pontuais e desarticuladas); A criação de Unidades de Conservação de Uso Sustentável (uso direto) e de Proteção Integral (uso indireto), assim como à ampliação de unidades existentes, foram indicadas 128 áreas; - A recuperação foi sugerida para 18 áreas, compreendendo regiões metropolitanas, lagoas e baías. Obrigada!
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