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Concreto Protendido e Pontes Introdução Michael Leone Madureira de Souza michael.madureira@animaeducacao.com.br 1 / 70 Sumário 1 Introdução 2 Propriedades Mecânicas 3 Sistemas de Protensão 2 / 70 1 Introdução 2 Propriedades Mecânicas 3 Sistemas de Protensão 3 / 70 Introdução Conceitos Ao longo das últimas décadas houve um grande avanço na engenharia de estruturas civis, tanto de aço quanto de concreto, em três grandes segmentos: materiais estruturais, cálculos/projetos e métodos construtivos. Os materiais estruturais são basicamente aço e concreto. A tecnologia possibilitou a inclusão de aditivos/adições no concreto que melhoraram a qualidade, durabilidade e aumento de resistência do material, facilmente superando os 50 MPa. Em relação ao aço o desenvolvimento industrial resultou a maior oferta dos aços-carbono que possuem aplicações importantes em estruturas metálicas (ASTM A36, 572 e 709), concreto armado (CA-50 e CA-60) e o concreto protendido (CP 190 e CP 210). 4 / 70 Introdução Conceitos Os processos de cálculos/projetos apresentaram grande evolução a partir da década de 1960. Técnicas de probabilização das variáveis estruturais (solicitações e resistências) e o método dos Estados Limites tornaram mais claras as verificações de segurança e desempenho de estruturas. A análise estrutural com a utilização robusta de softwares de alta capacidade tiveram papel importante no avanço dos cálculos, possibilitando modelos mais sofisticados (não-lineares em geometria e/ou material) no estudo estático ou dinâmico. O sistema BIM (Building Information Model) permite que projetistas de diversas especialidades desenvolvam os seus projetos por meio da modelagem computacional da edificação e alimentem simultaneamente o sistema de forma a evitar interferências cruzadas. 5 / 70 Introdução Conceitos Em relação aos métodos construtivos, máquinas e equipamentos passaram a substituir a execução de operários em diversas tarefas. O transporte e montagem de materiais e peças foram otimizados resultando em prazos mais curtos de obra. A protensão, também encarada como um sistema construtivo, propiciou um maior aproveitamento estrutural a partir da sua maior capacidade resistente, redução de deformações e melhoria da durabilidade e uso. Adicionalmente teve papel decisivo na industrialização da construção civil, com a produção em série de peças pré-moldadas: lajes, vigas, estacas e painéis de fachada. É vasta a utilização de elementos protendidos no campo da engenharia de estruturas, passando desde obras de grande porte (pontes e viadutos), médio porte (edificações) e também pequeno porte ou leves (pré-moldados). 6 / 70 Introdução Conceitos Figure: Edif́ıcio comercial em Alphaville. Estruturas de lajes maciças protendidas, pós tração com cordoalhas engraxadas. 7 / 70 Introdução Conceitos Figure: Fábrica de pneus Continental. Estrutura pré-moldada, pós e pré-tração. 8 / 70 Introdução Conceitos Figure: Edif́ıcio Mackenzie prétio ”T”. Estrutura de lajes nervuradas protendidas, pós-tração com cordoalhas engraxadas. 9 / 70 Introdução Conceitos Figure: Teatro de Arena Villa-Lobos. Estrutura protendida, pós-tração com aderência posterior e balanço de 22 metros. Altura estrutural de 1,70 m. 10 / 70 Introdução Conceitos Figure: Ponte protendida em balanços sucessivos na Itália. 11 / 70 Introdução Conceitos O concreto é o resultado da mistura de diversos materiais que tem como objetivo resistir a determinados esforços. Concreto = Cimento + Água + Agregados + Aditivos + Adições Cimento: pó fino que endurece por hidratação, apresentando grande resistência a compressão e durabilidade Água:elemento que hidrata o cimento Agregados: elementos inertes adicionados. Ex: areia, pó de pedra, britas, etc. Aditivos: produtos utilizados para alterar determinadas caracteŕısticas do concreto. Ex: fluidez, trabalhabilidade, etc. Adições: materiais diversos adicionados para melhorar o desempenho do concreto. Ex: aumentar a resistência, adicionar cor, etc. 12 / 70 Introdução Cimento Figure: Sacos de cimento Figure: Cimento 13 / 70 Introdução Agregados Figure: Brita e areia 14 / 70 Introdução Aditivos Figure: Aditivos para concreto 15 / 70 Introdução Adições Figure: Aço Figure: Bitolas dos aços 16 / 70 Introdução Adições Figure: Concreto + Armadura (passiva) = Concreto Armado 17 / 70 Introdução Adições Figure: Cordoalhas de aço 18 / 70 Introdução Adições Figure: Concreto + Armadura (ativa) = Concreto Protendido 19 / 70 Introdução Conceitos A dosagem (definição do traço e do fator água-cimento) deve ser definida considerando-se os fatores: resistência mecânica; trabalhabilidade (consistência da mistura); durabilidade (impermeabilidade, resistência ao desgaste e ataque de agentes agressivos, umidade e temperatura). A resistência do concreto aumenta com o consumo de cimento, numa faixa usual de utilização entre 250 a 450 kg/m3 e diminui com o aumento do fator água-cimento, que varia entre 45 % à 65 %. Ver NBR 12655. 20 / 70 Introdução Conceitos O uso do concreto como material para os elementos estruturais possui vantagens e desvantagens, a saber: Vantagens: usualmente é mais econômico que outros materiais; é composto por materiais que, em geral, são dispońıveis nos locais das construções; produção e execução relativamente simples; é adaptável a qualquer geometria e forma; após ser produzido permanece, por certo tempo, em estado plástico de forma a possibilitar seu transporte e lançamento; produz uma estrutura monoĺıtica e hiperestática; possui certa resistência a efeitos térmicos, atmosféricos, ao desgaste mecânico e choques; baixo custo com manutenção e conservação, associadas a uma grande durabilidade 21 / 70 Introdução Conceitos O uso do concreto como material para os elementos estruturais possui vantagens e desvantagens, a saber: Desvantagens: peso próprio relativamente alto; dificuldade para reformas e demolições; grande consumo de formas e escoramentos; possibilidade de fissuração inicial alta, devido à baixa resistência à tração, o que pode comprometer a durabilidade. A durabilidade está associada ao grau de agressividade ambiental do local da obra. Nesse sentido, o fator água-cimento e o cobrimento são dois aspectos de controle da durabilidade do concreto. 22 / 70 Introdução Conceitos Figure: NBR 6118:2014 23 / 70 Introdução Conceitos Figure: NBR 6118:2014 24 / 70 Introdução Conceitos Figure: NBR 6118:2014 25 / 70 Introdução Comportamento Associado Concreto + Aço Por que adicionar barras de aço em um elemento de concreto? A finalidade das barras de aço é absorver as tensões de tração que surgem nos elementos quando submetidos a esforços de flexão, cisalhamento, torção e tração. Nesse sentido, deve ser disposta armadura nas regiões tracionadas das peças estruturais. Figure: Concreto Armado. A alta resistência à compressão do concreto é aproveitada nas zonas comprimidas das peças. Na região tracionada a resistência do concreto à tração é superada, dando ińıcio ao processo de fissuração, acionando a resistência à tração das barras de aço. 26 / 70 Introdução Comportamento Associado Concreto + Aço Como o aço e o concreto podem formar um elemento monoĺıtico? * Aderência. A ”conexão”, ”ligação” entre os materiais garante a igualdade de suas deformações e a transmissão mútua dos esforços solicitantes, ainda que o concreto esteja fissurado. * Coeficiente de deformação térmica praticamente iguais. Ao serem expostos a variações de temperatura, os materiais se deformam igualmente, evitando elevadas tensões internas provenientes de deformações térmicas. * Proteção contra corrosão do açopelo concreto. Essa proteção é: f́ısica, em função de seu adensamento, vibração e dosagem, além de um cobrimento compat́ıvel com o local da obra; e qúımica, pela presença de elementos qúımicos que formam uma peĺıcula inibidora em torno da armadura, conferirindo assim um meio alcalino, com pH em torno de 12 a 13,5. 27 / 70 Introdução Concreto + aço Figure: União viga-pilar em concreto armado 28 / 70 Introdução Concreto + aço Figure: Viga de ponte em concreto protendido 29 / 70 Introdução Concreto + aço Figure: Viga de ponte em concreto protendido 30 / 70 1 Introdução 2 Propriedades Mecânicas 3 Sistemas de Protensão 31 / 70 Propriedades Mecânicas Conceitos O que são? São caracteŕısticas associadas ao material que permitem seu emprego em determinada função Quais são os tipos de propriedades? Resistências a tração e a compressão, permeabilidade, flexibilidade, etc. Como são medidas as resistências dos materiais? Através de ensaios experimentais. 32 / 70 Propriedades Mecânicas Resistência do Concreto A resistência do concreto é obtida a partir de ensaios experimentais, para diversos esforços, e varia de acordo com a idade do concreto, a saber: 1, 3, 7, 21 e 28 dias após a concretagem. * fck - resistência caracteŕıstica à compressão do concreto. (28 dias) Obtida em ensaios de corpo de prova ciĺındricos de acordo com a NBR 5738 e rompidos a partir das diretrizes da NBR 5739. Figure: Ensaio a compressão. Figure: Curva tensão-deformação. 33 / 70 Propriedades Mecânicas Resistência do Concreto Para superestruturas de concreto armado o concreto deve ser no ḿınimo de classe C20 (fck = 20 MPa) e para estruturas de fundação e em obras provisórias classe C15 (fck = 15 MPa). 34 / 70 Propriedades Mecânicas Resistência do Concreto * fctk - resistência caracteŕıstica à tração do concreto. É dividida em resistência a tração indireta fct,sp (NBR 7222) e resistência à tração na flexão fct,f (NBR 12142). A resistência a tração direta, fct pode ser considerada igual a 0,9fct,sp ou 0,7fct,f , ou na falta de ensaios para obtenção de fct,sp e fct,f pode ser avaliado o seu valor médio ou caracteŕıstico por meio das equações: fctk,inf = 0, 7fct,m e fctk,sup = 1, 3fct,m concretos até C50: fct,m = 0, 3f 2/3 ck Concretos de C55 até C90: fct,m = 2, 12 ln(1 + 0, 11 fck) 35 / 70 Propriedades Mecânicas Resistência do Concreto Figure: Ensaios de tração no concreto. 36 / 70 Propriedades Mecânicas Resistência do Concreto Exemplo. Supondo um concreto C20, têm-se: Resistência à compressão caracteŕıstica: fck = 20 MPa. Resistência à tração média: fct,m = 0, 3× 202/3 = 2, 21 MPa. Resistência à tração caracteŕıstica inferior: fctk,inf = 0, 7× 2, 21 = 1, 55 MPa. Resistência à tração caracteŕıstica superior: fctk,sup = 1, 3× 2, 21 = 2, 87 MPa. 37 / 70 Propriedades Mecânicas Resistência do Concreto A resistência fct,f é obtida a partir de ensaio com elementos flexionados. A resistência fct,sp é obtida a partir de ensaio com elementos comprimidos diametralmente. 38 / 70 Propriedades Mecânicas Módulo de Elasticidade Segundo a Lei de Hooke (resistência dos materiais), para alguns materiais e ńıveis de tensão, a relação entre tensão e deformação é linear. Portanto: E = ∆σ∆ε . Porém, conforme visto no diagrama tensão-deformação, o concreto não apresenta esse comportamento linear. Dessa forma a NBR 6118 permite estimar o módulo de deformação tangente inicial Eci (28 dias) da seguinte forma: fck de 20 a 50 MPa: Eci = αE · 5600 √ fck fck de 55 a 90 MPa: Eci = 21, 5.10 3 · αE · ( fck 10 + 1, 25 )1/3 , onde αE é um parâmetro de cálculo do módulo de elasticidade que é função da natureza do agregado, tal que: αE = 1, 2 para basalto e diabásio, αE = 1, 0 para granito e gnaisse, αE = 0, 9 para calcário e αE = 0, 7 para arenito. 39 / 70 Propriedades Mecânicas Módulo de Elasticidade Outro módulo utilizado no dimensionamento de estruturas de concreto é o módulo de deformação secante Ecs, estimado da seguinte forma: Ecs = αi · Eci , onde αi = 0, 8 + 0, 2 · fck80 ≤ 1. A NBR 6118 disponibiliza uma tabela com os valores já calculados quando da utilização de granito como agregado graúdo. 40 / 70 Propriedades Mecânicas Módulo de Elasticidade A NBR 6118:2014 também apresenta métodos para estimar o módulo de elasticidade inicial em idades inferiores a 28 dias, item 8.2.8. 41 / 70 Propriedades Mecânicas Ensaios Experimentais - Aço Nos projetos de estruturas de concreto armado deve ser utilizado aço classificado pela NBR 7480, com valor caracteŕıstico da resistência de escoamento nas categorias CA-25 (fyk = 250 MPa), CA-50 (fyk = 500 MPa) e CA-60 (fyk = 600 MPa). A capacidade aderente entre o aço e o concreto está relacionada ao coeficiente η1 da seguinte forma: A massa espećıfica do aço de armadura passiva é dada por 7850 kg/m3, o coeficiente de dilatação térmica vale 10−5/oC e o módulo de elasticidade, salvo valor definido pelo fabricante, pode ser adotado em 210 GPa. 42 / 70 Propriedades Mecânicas Ensaios Experimentais - Aço Figure: Ensaio a tração Figure: Curva de resistência a tração As normas técnicas da ABNT fornecem métodos para cálculo da resistência quando não existem ensaios experimentais 43 / 70 1 Introdução 2 Propriedades Mecânicas 3 Sistemas de Protensão 44 / 70 Sistemas de Protensão Conceitos De acordo com a NBR 6118:2014, tem-se definido que: * concreto com armadura ativa pré-tracionada (protensão com aderência inicial): concreto protendido em que o pré-alongamento da armaduta ativa é feito utilizando-se apoios independentes do elemento estrutural, antes do lançamento do concreto, sendo a ligação da armadura de protensão com os referidos apoios desfeita após o endurecimento do concreto; a ancoragem no concreto realiza-se somente por aderência. * concreto com armadura ativa pós-tracionada (protensão com aderência posterior): concreto protendido em que o pré-alongamento da armaduta ativa é realizado após o endurecimento do concreto, sendo utilizadas, como apoios, partes do próprio elemento estrutural, criando posteriormente aderência com o concreto, de modo permanente, através da injeção das bainhas. 45 / 70 Sistemas de Protensão Conceitos De acordo com a NBR 6118:2014, tem-se definido que: * concreto com armadura ativa pós-tracionada sem aderência (protensão sem aderência): concreto protendido em que o pré-alongamento da armadura ativa é realizado após o endurecimento do concreto, sendo utilizadas, como apoios, partes do próprio elemento estrutural, mas não sendo criada aderência com o concreto, ficando a armadura ligada ao concreto apenas em pontos localizados. Video ilustrativo 46 / 70 Sistemas de Protensão Conceitos A protensão traz melhorias no desempenho (serviço) e na segurança das estruturas de concreto. Dentre as vantagens do concreto protendido com relação ao concreto armado é posśıvel citar: * durabilidade: a ausência ou redução da fissuração garante maior proteção das armaduras, inibindo o fenômeno da corrosão. * deformabilidade: a protensão equilibra grande parcela do carregamento da estrutura, reduzindo os deslocamentos finais (flechas) e garantindo acabamentos de melhor qualidade. 47 / 70 Sistemas de Protensão Conceitos A protensão traz melhorias no desempenho (serviço) e na segurança das estruturas de concreto. Dentre as vantagens do concreto protendido com relação ao concreto armado é posśıvel citar: * melhor qualidade: no concreto protendido é posśıvel utilizar aços especiais sem que a peça seja condenada por fissuração excessiva. * leveza e esbeltez: a sistemática estrutural do concreto protendido (equiĺıbrio de cargas), associada à qualidade superior dos materiais, propicia seções mais esbeltas, vãos maiores e estruturasmais leves. * menores cisalhamentos: a protensão reduz o valor da força cortante e reduz a tensão principal de tração, propiciando menor quantidade de estribos. * provas de carga: como a protensão equilibra grande parte do carregamento aplicado à estrutura pode ser encarada como uma prova de carga para o elemento protendido. 48 / 70 Sistemas de Protensão Conceitos Por outro lado, as desvantagens do concreto protendido em relação ao concreto armado devem ser cuidadosamente avaliadas. Dentre as desvantagens do concreto protendido com relação ao concreto armado é posśıvel citar: * corrosão: nas peças protendidas em que a armadura ativa não esta protegida por bainhas (armaduras pré-aderentes), o efeito da corrosão pode ser danoso para a segurança da estrutura. Quando no interior das bainhas a proteção é dupla: a própria bainha (metálica ou plastificada), a calda de cimento nas peças injetadas ou a graxa especial das cordoalhas engraxadas. 49 / 70 Sistemas de Protensão Conceitos Por outro lado, as desvantagens do concreto protendido em relação ao concreto armado devem ser cuidadosamente avaliadas. Dentre as desvantagens do concreto protendido com relação ao concreto armado é posśıvel citar: * protensão é força ativa: erros de projeto ou de construção podem resultar em rúınas das estruturas quando a protensão estiver sendo aplicada no concreto. * maiores exigências de projeto: o projeto de estruturas protendidas, além de verificações e detalhamentos mais abrangentes, deve conter também os procedimentos executivos para a construção e o uso da estrutura. * maiores exigências na construção: além dos materiais de melhor qualidade, as estruturas protendidas requerem equipamentos como macacos, aparelhos de controle de pressão, bombas injetoras e misturadoras. Também a mão de obra deve ser treinada para controlar e liberar a protensão. O controle tecnológico e sua respectiva resistência são fundamentais para a aplicação da protensão da estrutura. 50 / 70 Sistemas de Protensão Conceitos É posśıvel estabelecer dois tipos de protensão: * quanto ao processo construtivo: em função do sistema construtivo e do modo como a força de protensão, durante a construção, é transferida para a seção de concreto. * quanto às exigências relativas à fissuração e à proteção das armaduras: em função da conservação da segurança, estabilidade e aptidão em serviço durante o peŕıodo correspondente à vida útil. 51 / 70 Sistemas de Protensão Conceitos quanto ao processo construtivo: 1) Pré-tensão: peças de concreto com armadura ativa pré-tracionada (protensão com aderência inicial). Este processo construtivo é aplicada para a execução de pré-moldados (e pré-fabricados). 52 / 70 Sistemas de Protensão Conceitos 53 / 70 Sistemas de Protensão Conceitos 54 / 70 Sistemas de Protensão Conceitos quanto ao processo construtivo: 2) Pós-tração com aderência posterior: a aderência posterior é desenvolvida com a injeção de calda de cimento que preenche os espaços vazios no interior das bainhas. Tem aplicação generalizada em estruturas protendidas de médio e grande portes. São as tradicionais estruturas moldadas e protendidas no local da construção. A transferência da força de protensão é feita através das ancoragens terminais (passivas e ativas) que ficam incorporadas na própria peça. As unidades de protensão (cabos) são constitúıdas por cordoalhas (fios) que estão isoladas do concreto por estarem no interior de bainhas metálicas. 55 / 70 Sistemas de Protensão Conceitos De forma resumida o processo construtivo de peças pós tracionadas com injeção posterior é dada por: a) preparação da estrutura: formas, armadura passiva, colocação dos cabos (kit completo com armadura, bainhas, ancoragens e acessórios). b) concretagem da peça sem que haja o contato entre o concreto e a armadura a ser protendida, adensamento e cura. Após o endurecimento do concreto até atingir a resistência especificada no projeto, efetua-se a protensão. Nesse ato ocorre a mobilização do peso próprio e deve ser feita a verificação correspondente. c) atendidas as exigências de projeto com relação aos valores da força de protensão e respectivos alongamentos das armaduras, começam as operações de injeção de calda de cimento, até preencher os vazios existentes dentro das bainhas. Em seguida, são efetuados os acabamentos finais como os cortes das sobras de aço junto às ancoragens, preenchimento dos nichos e outros. 56 / 70 Sistemas de Protensão Conceitos 57 / 70 Sistemas de Protensão Conceitos 58 / 70 Sistemas de Protensão Conceitos O termo ancoragem é aplicado aos dispositivos e, ou artif́ıcios, utilizados para fixar os cabos de protensão tensionados, de forma a manter a carga aplicada pelo macaco hidráulico, impedindo que o cabo volte ao estado original, ou fique frouxo, sem tensão de tração. As ancoragens podem ser agrupadas conforme as seguintes categorias: * ancoragem por aderência; * ancoragem por meio de cunhas; * ancoragem por meio de roscas e porc; * ancoragem passiva (ou morta). 59 / 70 Sistemas de Protensão Conceitos A ancoragem por aderência é empregada em geral na protensão com aderência inicial. A aderência deve ser desenvolvida através da nervura na armadura ou de um perfilado adequado que produza um endentamento entre a armadura de protensão e o concreto. A extremidade do fio, sem tensão, se encunha no concreto. 60 / 70 Sistemas de Protensão Conceitos A ancoragem por meio de cunhas ocorre quando os cabos de protensão são ancorados através de duas peças especiais, um cone macho e um fêmea. Figure: Legenda: 1- fios de aço; 2- cunha de ancoragem (cone macho); 3- apoio da cunha (cone fêmea); P- força de protensão dos fios de aço do cabo e F- força aplicada sobre a cunha para ancorar o cabo. 61 / 70 Sistemas de Protensão Conceitos (a) Legenda: 1- fios de aço; 2- cunhas de ancoragem (cone macho); 3- peça de apoio 62 / 70 Sistemas de Protensão Conceitos A ancoragem por meio de rosca e porca é utilizado, em geral, com fios ou cordoalhas ou barras maciças de aço. Figure: Legenda: 1- fios de aço; 2- peça metálica ligada aos fios; 3- rosca; 4- cabeçote; 5- porca; 6- peça de apoio; P- força de protensão. 63 / 70 Sistemas de Protensão Conceitos Ancoragem passiva. 64 / 70 Sistemas de Protensão Conceitos quanto ao processo construtivo: 3) Pós-tração sem aderência posterior: nesses casos não existe aderência entre a armadura ativa e o concreto. A ligação entre os elementos ocorre apenas nas ancoragens, exatamente nos pontos onde a força de protensão é transferida ao elemento estrutural. Todos os procedimentos utilizados na pós-tração com aderência podem ser aplicados nesse cenário, eliminando-se a injeção com calda de cimento. Esse tipo de protensão ganhou importância com o desenvolvimento da cordoalha engraxada que simplificou a construção com equipamentos e acessórios mais acesśıveis. Está presente na maioria de projetos de lajes nervuradas de edificações residenciais e comerciais, em pisos estruturais e pré-moldados com pós-tração executados nos canteiros de obra. 65 / 70 Sistemas de Protensão Conceitos Figure: Detalhe dos apoios das cordoalhas engraxadas. 66 / 70 Sistemas de Protensão Conceitos quanto ao processo construtivo: 3) Pós-tração com protensão externa: ocorre quando a armadura ativa está atuando fora da seção de concreto da peça. Pode ser encarada como uma força aplicada, posicionada adequadamente com o aux́ılio de dispositivos especiais (desviadores). Podem ser encontradas em pontes e viadutos e também como reforços de estruturas prontas. 67 / 70 Sistemas de Protensão Conceitos quanto às exigências relativas à fissuração e à proteção das armaduras: * Devem ser projetadase constrúıdas de modo que, sob determinadas condições ambientais e quando utilizadas conforme previsto, conservem a segurança, estabilidade e aptidão ao serviço, durante o peŕıodo correspondente à sua vida útil. * O aparecimento ou não de fissuras nas seções de concreto pode ser relacionado a um Estado Limite de Serviço, que deve ser atendido em função do concreto adotado e a classe de agressividade ambiental que a estrutura estará exposta. 68 / 70 Sistemas de Protensão Conceitos 69 / 70 Sistemas de Protensão Conceitos Apesar dos valores estabelecidos de fissuração limite, devido ao estágio atual dos conhecimentos e da alta variabilidade das grandezas envolvidas, esses limites devem ser vistos apenas como critérios para um projeto adequado de estruturas. Portanto, as estimativas de limites de fissuração não devem ser levadas rigorosamente, pois fissuras reais podem eventualmente ultrapassar esses valores máximos. 70 / 70 Introdução Propriedades Mecânicas Sistemas de Protensão
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