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TERMOS DE EXECUÇÃO DESCENTRALIZADA Sumário Esta exposição está dividida nas seguintes partes: 1. Introdução 1.1. Transferências voluntárias: conceito, evolução e tipos; 1.2. Convênio e Contrato de Repasse; 1.3. Termo de Parceria; 1.4. Termo de Colaboração e Termo de Fomento; 1.5. Termo de Cooperação; e 1.6. Termo de Execução Descentralizada. 2. Evolução Histórica 3. Legislação de regência Sumário 4. Principais questões relacionadas aos TED 4.1. Finalidades do TED; 4.2. Protocolo de intenções; 4.3. Caracterização de interesses recíprocos; 4.4. Relação entre a proposta e o programa federal; 4.5. Problema a ser resolvido; 4.6. Público-Alvo; 4.7. Capacidade técnica e gerencial; 4.8. Declaração de contrapartida; 4.9. Plurianualidade; Sumário 5. Formalização dos termos 5.1. Cláusulas necessárias; 5.2. Cláusula suspensiva; 5.3. Vigência e prorrogação; 5.4. Denúncia e rescisão; 5.5. Publicação; 6. Plano de trabalho 6.1. Observações preliminares; 6.2. Atribuições das unidades descentralizadora e recebedora dos recursos; Sumário 6.3. Descrição do objeto; 6.4. Apresentação das justificativas; 6.5. Definição dos resultados esperados e dos cronogramas de execução do projeto e desembolso; 6.6. Previsão orçamentária e sua relação com o plano de aplicação; 6.7. Declaração do proponente – gestão recebedora; 6.8. Aprovação da gestão descentralizadora; 7. Projeto básico e termo de referência; 7.1. Conceitos básicos; 7.2. Competência e responsabilidade das partes; 7.3. Destino dos bens remanescentes; Sumário 8. Análise do projeto 8.1. Análise da proposta; 8.2. Análise do plano de trabalho; 8.3. Análise do termo de referência e do projeto básico; 9. Assinatura e publicação 9.1. Requisitos para celebração; 9.2. Dispensa de celebração; 10. Execução do TED 10.1. Liberação de recursos; 10.2. Fiscalização da execução do objeto; 10.3. Vedação para a execução; Sumário 10.4. Contratação de terceiros; 11. Providências que podem ser adotadas para corrigir problemas detectados durante a execução do TED; 11.1. Alterações no TED; 11.2. Prorrogação de ofício; 11.3. Celebração de termo aditivo; 12. Prestação de contas; 12.1. Conceitos básicos; 12.2. Relatório de gestão; 13. Estudo de casos 13.1. Fluxogramas – MTur e UFAL 13.2. Modelos – Mtur 13.3. TED celebrado pelo Ministério da Mulher e pela UFMG INTRODUÇÃO Primeira Parte 1.1. Transferências Voluntárias O art. 23 da Constituição Federal estabeleceu várias competências comuns ou concorrentes para os entes federados, as quais abarcam variadas áreas: saúde, educação, assistência social, habitação, proteção ao patrimônio histórico, artístico e cultural. Para que os entes da Federação possam desempenhar suas atribuições, deve haver uma repartição adequada das receitas arrecadadas. 1.1. Transferências Voluntárias Ocorre que a repartição das receitas, da forma como está regulamentada atualmente, por si só, não garante a consecução dos objetivos fixados pela Constituição. Daí a necessidade de desenvolver instrumentos jurídicos que permitam conjugar os esforços desses entes e possibilitem a transferência de recursos para a consecução dos objetivos previstos na Constituição Federal. 1.1. Transferências Voluntárias Nesse contexto, ocorrem as transferências da União para os demais entes da Federação, as quais podem ser constitucionais, legais ou voluntárias. As transferências constitucionais são parcelas de recursos arrecadadas pelo Governo Federal e repassadas a estados e municípios por força de mandamento constitucional. Exemplos: FPE e FPM (art. 159, I, “a” e “b”, da CF e art. 34, § 2º, do ADCT) e CIDE (art. 177, § 4º, da CF). 1.1. Transferências Voluntárias As transferências legais estão disciplinadas em normas específicas, que especificam a forma de habilitação, transferência, aplicação dos recursos e prestação de contas. Exemplo: indenização pela exploração de petróleo (royalties), regulamentada pela Lei 9.478/1997. As transferências voluntárias destinam-se à consecução de projetos e atividades de interesse comum da União e do ente que recebe os recursos. 1.1. Transferências Voluntárias Lei Complementar 101, de 4 de maio de 2000 Art. 25. Para efeito desta Lei Complementar, entende-se por transferência voluntária a entrega de recursos correntes ou de capital a outro ente da Federação, a título de cooperação, auxílio ou assistência financeira, que não decorra de determinação constitucional, legal ou os destinados ao Sistema Único de Saúde. 1.2. Convênio e Contrato de Repasse Segundo o art. 1º, § 1º, da Portaria 424/2016: - Contrato de repasse é o instrumento administrativo, de interesse recíproco, por meio do qual a transferência dos recursos financeiros se processa por intermédio de instituição ou agente financeiro público federal, que atua como mandatário da União; 1.2. Convênio e Contrato de Repasse Segundo o art. 1º, § 1º, da Portaria 424/2016: - Convênio: é o instrumento que disciplina a transferência de recursos financeiros de órgãos ou entidades da Administração Pública Federal, direta ou indireta, para órgãos ou entidades da Administração Pública Estadual, Distrital ou Municipal, direta ou indireta, consórcios públicos, ou ainda, entidades privadas sem fins lucrativos, visando à execução de projeto ou atividade de interesse recíproco, em regime de mútua cooperação; 1.2. Convênio e Contrato de Repasse Segundo o art. 1º, § 1º, da Portaria 424/2016: - Convênio de receita: ajuste em que órgãos e entidades federais figuram como convenentes, recebendo recursos para executar programas estaduais ou municipais, ou os órgãos da administração direta, programas a cargo da entidade da administração indireta, sob regime de mútua cooperação, na forma do § 3º do art. 1º do Decreto 6.170/2007. 1.2. Convênio e Contrato de Repasse Art. 1, § 3º, do Decreto 6.170/2007: “Excepcionalmente, os órgãos e entidades federais poderão executar programas estaduais ou municipais, e os órgãos da administração direta, programas a cargo de entidade da administração indireta, sob regime de mútua cooperação mediante convênio.” 1.3. Termo de Parceria Em consonância com o art. 9º da Lei 9.790/1990, Termo de Parceria é o instrumento passível de ser firmado entre o Poder Público e as entidades qualificadas como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público – OSCIP destinado à formação de vínculo de cooperação entre as partes, para o fomento e a execução das atividades de interesse público previstas no art. 3ª da referida Lei. 1.3. Termo de Parceria Cabe salientar que podem se qualificar como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público as pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos que tenham sido constituídas e se encontrem em funcionamento regular há, no mínimo, 3 (três) anos, desde que os respectivos objetivos sociais e normas estatutárias atendam aos requisitos instituídos pela Lei 9.790/1999. 1.3. Termo de Parceria Considera-se sem fins lucrativos a pessoa jurídica de direito privado que não distribui, entre os seus sócios ou associados, conselheiros, diretores, empregados ou doadores, eventuais excedentes operacionais, brutos ou líquidos, dividendos, bonificações, participações ou parcelas do seu patrimônio, auferidos mediante o exercício de suas atividades, e que os aplica integralmente na consecução do respectivo objeto social. 1.3. Termo de Parceria A qualificação instituída por esta Lei, observado em qualquer caso o princípio da universalização dos serviços, no respectivo âmbito de atuação das Organizações, somente será conferida às pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujos objetivos sociais tenham pelo menos uma das seguintes finalidades: I - promoção da assistência social; II - promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico; III - promoção gratuita da educação, observando-se a forma complementarde participação das organizações de que trata esta Lei; 1.3. Termo de Parceria IV - promoção gratuita da saúde, observando-se a forma complementar de participação das organizações; V - promoção da segurança alimentar e nutricional; VI - defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável; VII - promoção do voluntariado; VIII - promoção do desenvolvimento econômico e social e combate à pobreza; IX - experimentação, não lucrativa, de novos modelos sócio-produtivos e de sistemas alternativos de produção, comércio, emprego e crédito; 1.3. Termo de Parceria X - promoção de direitos estabelecidos, construção de novos direitos e assessoria jurídica gratuita de interesse suplementar; XI - promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da democracia e de outros valores universais; XII - estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias alternativas, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos que digam respeito às atividades mencionadas neste artigo. XIII - estudos e pesquisas para o desenvolvimento, a disponibilização e a implementação de tecnologias voltadas à mobilidade de pessoas, por qualquer meio de transporte. 1.4. Termo de Colaboração e Termo de Fomento O art. 1º da Lei 13.019/2014 apresenta as seguintes definições: Termo de colaboração: instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias estabelecidas pela administração pública com organizações da sociedade civil para a consecução de finalidades de interesse público e recíproco propostas pela administração pública que envolvam a transferência de recursos financeiros. 1.4. Termo de Colaboração e Termo de Fomento O art. 1º da Lei 13.019/2014 apresenta as seguintes definições: Termo de fomento: instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias estabelecidas pela administração pública com organizações da sociedade civil para a consecução de finalidades de interesse público e recíproco propostas pelas organizações da sociedade civil, que envolvam a transferência de recursos financeiros. 1.4. Termo de Colaboração e Termo de Fomento São consideradas organizações da sociedade civil: a) entidade privada sem fins lucrativos que não distribua entre os seus sócios ou associados, conselheiros, diretores, empregados, doadores ou terceiros eventuais resultados, sobras, excedentes operacionais, brutos ou líquidos, dividendos, isenções de qualquer natureza, participações ou parcelas do seu patrimônio, auferidos mediante o exercício de suas atividades, e que os aplique integralmente na consecução do respectivo objeto social, de forma imediata ou por meio da constituição de fundo patrimonial ou fundo de reserva; 1.4. Termo de Colaboração e Termo de Fomento São consideradas organizações da sociedade civil: b) as sociedades cooperativas previstas na Lei 9.867/1999; as integradas por pessoas em situação de risco ou vulnerabilidade pessoal ou social; as alcançadas por programas e ações de combate à pobreza e de geração de trabalho e renda; as voltadas para fomento, educação e capacitação de trabalhadores rurais ou capacitação de agentes de assistência técnica e extensão rural; e as capacitadas para execução de atividades ou de projetos de interesse público e de cunho social; 1.4. Termo de Colaboração e Termo de Fomento São consideradas organizações da sociedade civil: c) as organizações religiosas que se dediquem a atividades ou a projetos de interesse público e de cunho social distintas das destinadas a fins exclusivamente religiosos. 1.5. Termo de Cooperação O Termo de Cooperação foi definido na Portaria Interministerial MP/MF/CGU 507, de 24/11/ 2011, como sendo o “instrumento por meio do qual é ajustada a transferência de crédito de órgão ou entidade da Administração Pública Federal para outro órgão federal da mesma natureza ou autarquia, fundação pública ou empresa estatal dependente”. A partir de janeiro de 2014, foi substituído pelo Termo de Execução Descentralizada, instituído pelo Decreto 8.180, de 30/12/2013. 1.6. Termo de Execução Descentralizada O Termo de Execução Descentralizada, que é utilizado desde janeiro de 2014, foi definido pelo art. 1º, § 1º, III, do Decreto 10.426/2020 como sendo: “instrumento por meio do qual a descentralização de créditos entre órgãos e entidades integrantes dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social da União é ajustada, com vistas à execução de programas, de projetos e de atividades, nos termos estabelecidos no plano de trabalho e observada a classificação funcional programática”. 1.6. Termo de Execução Descentralizada Destaco que se trata de descentralizar créditos entre órgãos e entidades da administração pública federal integrantes dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social da União, por meio da celebração do TED, com vistas à execução de ações de interesse recíproco ou de interesse da unidade descentralizadora. Essa descentralização configura delegação de competência para a unidade descentralizada promover a execução de programas, projetos ou atividades previstos no orçamento da unidade descentralizadora. 1.6. Termo de Execução Descentralizada O Decreto 10.426/2020 trouxe as seguintes definições: I - ressarcimento de despesa - descentralização de crédito para reembolso por despesa realizada anteriormente pela unidade descentralizada; II - relatório de cumprimento do objeto - documento apresentado pela unidade descentralizada para comprovar a execução do objeto pactuado e a aplicação dos créditos orçamentários descentralizados e dos recursos financeiros repassados; e 1.6. Termo de Execução Descentralizada III - custos indiretos - custos operacionais necessários à consecução do objeto do TED, tais como: a) aluguéis; b) manutenção e limpeza de imóveis; c) fornecimento de energia elétrica e de água; d) serviços de comunicação de dados e de telefonia; e) taxa de administração; e f) consultoria técnica, contábil e jurídica. 1.6. Termo de Execução Descentralizada Outros conceitos relevantes: a) unidade descentralizadora - órgão da administração pública federal direta, autarquia, fundação pública ou empresa estatal dependente detentora e descentralizadora da dotação orçamentária e dos recursos financeiros. Esclareço que, no dia 24/4/2019, o TCU, com fulcro no disposto no art. 2º, III, da Lei de Responsabilidade Fiscal, firmou o entendimento de que empresa estatal dependente é a empresa controlada que recebe do ente controlador recursos financeiros para pagamento de despesas com pessoal ou de custeio em geral ou de capital, excluídos, no último caso, aqueles provenientes de aumento de participação acionária. 1.6. Termo de Execução Descentralizada b) unidade descentralizada - órgão da administração pública federal direta, autarquia, fundação pública ou empresa estatal dependente recebedora da dotação orçamentária e recursos financeiros. 1.6. Termo de Execução Descentralizada Descentralização de créditos orçamentários: transferência de uma unidade orçamentária ou administrativa para outra do poder de utilizar créditos orçamentários ou adicionais que estejam sob a sua supervisão ou lhe tenham sido dotados ou transferidos. São operações descentralizadoras de crédito: a) destaque: operação descentralizadora de crédito orçamentário em que um Ministério ou Órgão transfere para outro Ministério ou Órgão o poder de utilização dos recursos que lhe foram dotados. Deve ser respeitada fielmente a classificação funcional e por programas. É considerada uma descentralização externa; 1.6. Termo de Execução Descentralizada b) provisão: operação descentralizadora de crédito orçamentário, realizada entre Unidades Gestoras de um mesmo Órgão ou Entidade integrantes do Orçamento Fiscal e da Seguridade Social, respeitada, fielmente, a classificação funcional e por programas. É uma descentralização interna de créditos. 1.6. Termo de ExecuçãoDescentralizada Crédito orçamentário: autorização constante da Lei Orçamentária para a realização de despesas. Possui um limite de recursos financeiros cuja utilização está autorizada (dotação orçamentária). Dotação orçamentária é toda e qualquer verba prevista como despesa em orçamentos públicos e destinada a fins específicos. Qualquer tipo de pagamento que não tenha dotação específica só pode ser realizado se for criada uma nova dotação para cobrir essa despesa. 1.6. Termo de Execução Descentralizada Consoante exposto no Parecer 593/2015 CONJUR- MDA/CGU/AGU: “No âmbito da execução orçamentária, a descentralização de créditos é um dos instrumentos de realização do orçamento-programa e concretização do modelo gerencial de administração pública, pois, o que se busca são os resultados inerentes ao programa que o ente público se comprometeu a atingir.” 1.6. Termo de Execução Descentralizada Consoante exposto no citado Parecer 593/2015 CONJUR- MDA/CGU/AGU: “Com efeito, é comum se constatar que o órgão ou entidade para o qual se encontra alocada determinada dotação orçamentária ou não tem como executar sozinho aquela ação de governo considerando a abrangência da mesma ou, se vier a executá-la, o fará com menos eficiência que juntamente com outro, posto que desprovido da estrutura e recursos humanos ou tecnológicos necessários à melhor execução.” 1.6. Termo de Execução Descentralizada Ainda segundo o Parecer 593/2015 CONJUR- MDA/CGU/AGU: “Ou seja, algumas execuções de ações programadas, aparentemente, seriam mais eficazes se descentralizadas a outros órgãos ou entidades, ficando ao ente detentor originário do crédito a tarefa de gerenciar os resultados. A descentralização de crédito transfere a execução da despesa pública, de modo que as relações jurídicas advindas dessa execução, passam a ser da unidade ou entidade descentralizada.” 1.6. Termo de Execução Descentralizada O art. 7º da Lei 13.898/2019 (LDO 2020) dispõe que: “Art. 7º Todo e qualquer crédito orçamentário deve ser consignado diretamente à unidade orçamentária à qual pertencem as ações correspondentes, vedando-se a consignação de crédito a título de transferência a outras unidades orçamentárias integrantes dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social. § 1º Não caracteriza infringência ao disposto no caput, bem como à vedação contida no inciso VI do caput do art. 167 da Constituição Federal, a descentralização de créditos orçamentários para execução de ações pertencentes à unidade orçamentária descentralizadora.” 1.6. Termo de Execução Descentralizada Cabe esclarecer que o art. 167, VI, da Constituição Federal veda a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de programação para outra ou de um órgão para outro, sem prévia autorização legislativa. 1.6. Termo de Execução Descentralizada Observações: a) o destaque orçamentário viabilizado por meio de termo de execução descentralizada é um ato de gestão de execução orçamentária. Apesar de não possuir natureza contratual, ele gera consequências na esfera jurídica; b) o termo de execução descentralizada é o único instrumento jurídico hábil para a formalização da descentralização externa de créditos orçamentários; 1.6. Termo de Execução Descentralizada Observações: c) nesse mesmo sentido, por exemplo, o art. 1º da Portaria 1.529/2014 do Ministério da Educação, dispõe que a descentralização de créditos orçamentários efetuados no âmbito do Ministério da Educação, para execução de ações de seu interesse, depende da celebração prévia de Termo de Execução Descentralizada, bem como à análise e à aprovação de Projeto Básico, Termo de Referência ou outros documentos que fundamentem a descentralização pela unidade gestora da política; 1.6. Termo de Execução Descentralizada Observações: d) em decorrência de sua natureza e das obrigações que dele irão advir para as entidades e/ou órgãos envolvidos, o termo deve necessariamente ser submetido à prévia análise do respectivo órgão de assessoramento jurídico. Consoante estabelecido no art. 12 do decreto regulamentador, essa análise será dispensada se forem utilizados a minuta padrão do TED e os modelos de plano de trabalho e de relatório de cumprimento do objeto, que foram disponibilizados pelo Ministério da Economia, no dia 1º/9/2020. 1.6. Termo de Execução Descentralizada A Secretaria de Gestão da Secretaria Especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia (SEGES/SEDGG/ME) disponibilizou os modelos padronizados dos seguintes documentos, aprovados pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional- PGFN e pela sessão realizada em 27.08.2020 da Câmara Nacional de Convênios e Instrumentos Congêneres-CNCIC da Consultoria-Geral da União: 1.6. Termo de Execução Descentralizada I – Termo de Execução Descentralizada; II – Plano de Trabalho; III – Declaração de Compatibilidade de Custos; IV – Declaração de Capacidade Técnica da Unidade Descentralizada; V – Relatório de Cumprimento do Objeto; e VI – Check-list para celebração do TED. 1.6. Termo de Execução Descentralizada Novas análises jurídicas somente serão necessárias em caso de dúvidas específicas. Assim sendo, recomendo que a área técnica avalie a existência dessas características peculiares à luz do caso concreto em exame; e e) desde que as dotações descentralizadas sejam empregadas obrigatoriamente e de forma integral na consecução do objeto previsto pelo programa de trabalho pertinente, respeitando-se fielmente a classificação funcional programática, não existe óbice a que o recurso descentralizado seja decorrente de emendas parlamentares. 1.6. Termo de Execução Descentralizada O Decreto 10.426/2020 estabeleceu que a unidade descentralizada deve apresentar a declaração de compatibilidade de custos. Aduzo que a descentralizadora deve analisar a adequação de custos. Nesse sentido, destaco que o TCU já decidiu que o valor a ser repassado por meio de descentralização de créditos orçamentários deve ser estabelecido com fulcro em análise de custos, de maneira que o montante envolvido na operação seja compatível com o seu objeto. 1.6. Termo de Execução Descentralizada Não é permitido o repasse de créditos insuficientes para a a conclusão do objeto nem o excesso que permita uma execução por preços acima dos vigentes no mercado, de forma análoga ao que prevê o art. 35, § 1º, da Lei 10.180/2001, ao dispor sobre a celebração de compromissos que envolvam transferências de recursos financeiros entre órgãos e entidades integrantes da Administração Pública. 1.6. Termo de Execução Descentralizada No Acórdão 149/2019 – 1ª Câmara, o TCU afirmou que a ausência de análise detalhada do custo dos itens previstos no Plano de Trabalho, realizada visando validar o valor do objeto da descentralização e evitar a descentralização de valores excessivos ou insuficientes, afronta o disposto no art. 116, IV, da Lei 8.666/1993 e o princípio do planejamento disposto no art. 6º, I, do Decreto-Lei 200/1967. 1.6. Termo de Execução Descentralizada No art. 16 do Decreto 10.426/2020, foi estabelecido que a execução de programas, projetos e atividades será realizada nos termos estabelecidos no TED, observado o plano de trabalho e a classificação funcional programática. Caso seja expressamente previsto no TED, poderá haver subdescentralização entre a unidade descentralizada e outro órgão ou entidade da administração pública federal, hipótese em que a unidade responsável pela execução observará as regras estabelecidas no TED. 1.6. Termo de Execução Descentralizada Conceitos úteis: - atividade: conjunto de operações que se realizam de modo contínuo ou permanente e concorrem para a manutenção da ação do governo, das quais resulta um produto ou serviço; - projeto: conjunto de operações, limitadas no tempo, das quais resulta um produto; 1.6. Termo de Execução Descentralizada - ação: operação da qualresultam produtos (bens ou serviços) que contribuem para alcançar o objetivo de um programa. Incluem-se também no conceito de ação as transferências obrigatórias ou voluntárias a outros entes da Federação e a pessoas físicas e jurídicas, na forma de subsídios, subvenções, auxílios, contribuições, entre outros, e os financiamentos. 1.6. Termo de Execução Descentralizada Na subdescentralização, a delegação de competência fica estendida às unidades responsáveis pela execução final dos créditos orçamentários descentralizados. A forma de execução dos créditos orçamentários descentralizados será expressamente prevista no TED e observará as características da ação orçamentária constantes do cadastro de ações, disponível no Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento - Siop, e poderá ser: I - direta, por meio da utilização da força de trabalho da unidade descentralizada; 1.6. Termo de Execução Descentralizada II - por meio da contratação de particulares, observadas as normas para licitações e contratos da administração pública; ou III - descentralizada, por meio da celebração de convênios, acordos, ajustes ou outros instrumentos congêneres, com entes federativos, entidades privadas sem fins lucrativos, organismos internacionais ou fundações de apoio regidas pela Lei 8.958/1994. Nessa hipótese, será observada a legislação aplicável a cada tipo de ajuste. 1.6. Termo de Execução Descentralizada A contratação de particulares e a execução descentralizada não descaracterizam a capacidade técnica da unidade descentralizada e não afasta a necessidade de observação dos atos normativos que tratam dos respectivos instrumentos jurídicos de contratação ou de execução descentralizada. A unidade descentralizada poderá celebrar convênios, acordos, ajustes e outros instrumentos congêneres com entes federativos, entidades privadas sem fins lucrativos, organismos internacionais ou fundações de apoio regidas pela Lei 8.958/1994, observada a legislação aplicável. 1.6. Termo de Execução Descentralizada No acórdão 1.945/2018 – Plenário, relativo à auditoria realizada no Programa Universidade Aberta, o TCU admitiu três modalidades de execução: - Execução direta: a Instituição Pública de Ensino Superior - IPES federal realiza as despesas de custeio e de capital dos cursos ativos, ficando responsável por toda a contratação de terceiros (pessoas físicas e jurídicas); 1.6. Termo de Execução Descentralizada - Execução indireta: a IPES repassa a gestão administrativa e financeira do curso para a Fundação de Apoio (FAP) mediante a subscrição de contrato/convênio. Por sua vez, a FAP fica incumbida de realizar todas as despesas de custeio e de capital correlatas e contratações de terceiros (pessoas físicas e jurídicas). É regida pela IN 5/2017 do MPOG; e - Execução direta e indireta. A IPES realiza e contrata diretamente uma parcela dos gastos de custeio e de capital. Concomitantemente, delega outra parte à FAP. 1.6. Termo de Execução Descentralizada Cabe salientar que as empresas públicas, inclusive as dependentes, e as sociedades de economia mista da União, que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, ainda que a atividade econômica esteja sujeita ao regime de monopólio da União ou seja de prestação de serviços públicos, estão sujeitas às normas relativas a licitações e contratos introduzidas pela Lei 13.303/2016 (Lei das Estatais). 1.6. Termo de Execução Descentralizada É possível a celebração de termo de execução descentralizada quando se tratar de ajuste entre órgãos da Administração Direta e entidades públicas legalmente incumbidas do desempenho de atividades voltadas para a própria Administração Pública Federal ou entre órgãos da Administração Direta e entidades da Administração Indireta. EVOLUÇÃO HISTÓRICA Segunda Parte 2. Evolução histórica O Decreto 825/1993, que estabeleceu normas para a programação e execução orçamentária e financeira, já previa a possibilidade de descentralização de créditos como forma legítima de viabilizar a consecução de objetivos previstos na lei orçamentária, desde que as dotações fossem rigorosamente empregadas na execução do programa de trabalho pertinente, respeitada fielmente a classificação funcional programática. 2. Evolução histórica “Art. 2° A execução orçamentária poderá processar-se mediante a descentralização de créditos entre unidades gestoras de um mesmo órgão/ministério ou entidade integrantes dos orçamentos fiscal e da seguridade social, designando-se este procedimento de descentralização interna. Parágrafo único. A descentralização entre unidades gestoras de órgão/ministério ou entidade de estruturas diferentes, designar-se-á descentralização externa. Art. 3° As dotações descentralizadas serão empregadas obrigatória e integralmente na consecução do objeto previsto pelo programa de trabalho pertinente, respeitada fielmente a classificação funcional programática.” 2. Evolução histórica O referido decreto previa ainda, originariamente, que a transferência de crédito se daria mediante a celebração de convênio entre as entidades/unidades envolvidas: “Art. 5º A descentralização de crédito de um órgão/ministério para entidades da administração indireta ou entre estas dependerá de celebração de convênio ou termo similar, disciplinando a consecução do objeto colimado e as relações e obrigações das partes.” 2. Evolução histórica Posteriormente, o Decreto 6.619/2008 estabeleceu o Termo de Cooperação como o instrumento adequado para ajustar-se a transferência de crédito orçamentário. Por via de consequência, revogou a exigência de convênio prevista no art. 5º do Decreto 825/1993. Em seguida, o art. 6, III, da Portaria Interministerial MP/MF/CGU 127/2008 proibiu expressamente a celebração de convênios entre órgãos e entidades da administração pública federal. Adicionalmente, determinou que, nessa hipótese, fosse formalizado um termo de cooperação. 2. Evolução histórica Pouco depois, o art. 89, parágrafo único, da Portaria Interministerial 507/2008 remeteu à regulamentação conjunta dos Ministros de Estado da Fazenda, do Planejamento, Orçamento e Gestão e da Controladoria- Geral da União os procedimentos para a formalização do Termo de Cooperação, inclusive mediante a aprovação de minuta-padrão. 2. Evolução histórica Os Secretários-Executivos do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, da Fazenda e da Controladoria Geral da União publicaram a Portaria Conjunta 8, de 7/11/2012, mediante a qual foi aprovada a minuta-padrão de Termo de Cooperação para Descentralização de Crédito, com vistas a orientar os órgãos e as entidades envolvidos na celebração desse instrumento e na realização de descentralização de créditos Vale destacar que o TCU considera que, guardadas as devidas cautelas, a utilização da minuta-padrão aprovada atende ao princípio da legalidade, dispensando nova apreciação jurídica. 2. Evolução histórica Nesse sentido, a AGU, em seu Parecer 550/2017 Conjur-MinC, esclareceu que: “Desde a edição da Portaria Conjunta 8/2012, considera-se não ser necessária a análise jurídica dos instrumentos de descentralização orçamentária e respectivos termos aditivos (salvo se houver dúvida jurídica específica), bastando que o Órgão Gestor adote o modelo padronizado e simplificado de Termo de Execução Descentralizada para realizar a descentralização de créditos.” 2. Evolução histórica Acrescento que a descentralização de crédito é assunto de natureza estritamente orçamentária. Assim sendo, o TED não ostenta uma natureza contratual e pretende conferir dinamismo ao funcionamento e à organização da administração federal. Dito de outra forma, busca tornar mais eficiente a execução orçamentária, permitindo que outro ente, diverso daquele a quem inicialmente foram alocados os recursos, execute despesas para cumprir ações de interesse da unidade orçamentáriadescentralizadora. 2. Evolução histórica Em seguida, o art. 1º, § 1º, III, do Decreto 6.170/2007, com a redação conferida pelo Decreto 8.180/2013, introduziu o TED em substituição ao Termo de Cooperação. Da leitura do dispositivo acima citado, verifica-se que não houve alteração da natureza jurídica do instrumento em análise, mas apenas um aprimoramento da linguagem técnica. Por fim, o Decreto 10.426/2020 dispôs sobre a descentralização de créditos entre órgãos e entidades da administração pública federal integrantes dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social da União, por meio da celebração de termo de execução descentralizada. LEGISLAÇÃO DE REGÊNCIA Terceira Parte 3. Legislação de Regência - Decreto 825, de 28/5/1993: Estabelece normas para a programação e execução orçamentária e financeira dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social, aprova quadro de cotas trimestrais de despesa para o Poder Executivo e dá outras providências; - Lei Complementar 101/2000 - Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF): Estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências; 3. Legislação de Regência - Lei 10.180/2001: Organiza e disciplina os Sistemas de Planejamento e de Orçamento Federal, de Administração Financeira Federal, de Contabilidade Federal e de Controle Interno do Poder Executivo Federal, e dá outras providências; - Lei 4.320/1964: estatui Normas Gerais de Direito Financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal; 3. Legislação de Regência - Lei 8.666/1993: regulamenta o art. 37, XXI, da Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras providências; - Decreto 6.170/2007: dispõe sobre as normas relativas às transferências de recursos da União mediante convênios e contratos de repasse e dá outras providências; - Decreto 8.943/2016: altera o Decreto 6.170/2007. 3. Legislação de Regência - Portaria Conjunta MP/MF/CGU 8, de 7/11/2012: Aprova a minuta-padrão de Termo de Cooperação para Descentralização de Crédito a fim de orientar os órgãos e entidades envolvidos na celebração deste instrumento e na realização de descentralização de créditos; - Decreto 8.180/2013: altera o Decreto 6.170/2007; 3. Legislação de Regência - Diretriz 2/2014 da Comissão Gestora do Sistema de Gestão de Convênios e Contratos de Repasse – SICONV: estabelece que a descentralização de créditos entre integrantes do Orçamento Fiscal e da Seguridade Social da União não configura a transferência de responsabilidade pela execução da ação orçamentária objeto da avença, atribuindo à unidade descentralizadora o acompanhamento e fiscalização da consecução dos objetivos pretendidos pelo TED e à unidade descentralizada a execução dos recursos repassados, bem como os respectivos acompanhamento e fiscalização. 3. Legislação de Regência - Decreto 10.426/2020. PRINCIPAIS QUESTÕES RELACIONADAS AOS TED Quarta Parte 4.1. Finalidades do TED O art. 3º do Decreto 10.426/2020 explicita as finalidades do TED, verbis: I - execução de programas, de projetos e de atividades de interesse recíproco, em regime de colaboração mútua; II - execução de atividades específicas pela unidade descentralizada em benefício da unidade descentralizadora; ou III - ressarcimento de despesas. Nas duas primeiras hipóteses, haverá a celebração de TED. Na terceira, serão emitidas nota de movimentação de crédito e nota de programação financeira, que serão registradas no SIAFI. 4.1. Finalidades do TED Entendimentos do TCU: No caso do ressarcimento de despesas, deverão ser anexados ao processo documentos que comprovem a efetiva realização dos gastos que serão reembolsados, tais como, atesto da despesa, ordem de serviço ou fatura. É possível ressarcir despesas de custeio, desde que seja demonstrada a conveniência para a unidade descentralizadora de a contratação ser realizada por outra unidade. O ressarcimento de despesas deverá ser excepcional, devidamente fundamentado e instruído. 4.1. Finalidades do TED A título de exemplo, cito que o TCU e o Senado Federal celebraram um TED visando ao ressarcimento das despesas condominiais, de manutenção e de conservação de um imóvel funcional do TCU que está cedido ao Senado. Na exposição de motivos, foi demonstrada a conveniência da realização desses pagamentos pelo TCU que administra o referido prédio. 4.2. Protocolo de Intenções É um instrumento utilizado para viabilizar a execução descentralizada de programas e ações federais, devendo o objeto conter a descrição pormenorizada e objetiva de todas as atividades a serem realizadas com os recursos federais. A celebração do protocolo de intenções não permite a realização de qualquer atividade, serve apenas para firmar a intenção de fazer algo. Para que alguma atividade seja efetivamente executada, será necessário celebrar um acordo específico, no âmbito do qual será aprovado o respectivo Plano de Trabalho. 4.2. Protocolo de Intenções Por meio do documento assinado, as instituições envolvidas fixam as regras para a futura parceria, no caso específico, um Termo de Execução Descentralizada, bem como a responsabilidade de cada parceiro. O estabelecimento da vigência do protocolo de intenções fica a cargo da autoridade competente, com base em critérios de conveniência e oportunidade. 4.2. Protocolo de Intenções O protocolo de intenções conterá, entre outras, as seguintes cláusulas: I – descrição detalhada do objeto, indicando os programas por ele abrangidos; II – indicação dos partícipes; III – montante dos recursos que serão repassados; IV – definição das responsabilidades dos partícipes, inclusive quanto ao acompanhamento e fiscalização; e V – a duração do ajuste. 4.3. Caracterização de interesses recíprocos O art. 1º do Decreto 10.426/2020 previu que o TED poderá ser celebrado havendo ou não interesses recíprocos. Afinal, o que importa, em última análise, é a tempestiva e eficiente execução das ações orçamentárias que estão a cargo da descentralizadora. 4.4. Relação entre a proposta e o programa federal Previamente à assinatura do TED, deve ser realizada uma análise técnica consistente, que demonstre a compatibilidade do objeto com a missão institucional dos órgãos ou entidades envolvidos, bem como seu enquadramento no respectivo programa e ação orçamentários dos quais decorrem os recursos que serão descentralizados. 4.4. Relação entre a proposta e o programa federal A referida análise técnica deverá contemplar: a) a aderência da ação proposta à missão institucional dos partícipes; b) o mérito administrativo (oportunidade e conveniência) da celebração do instrumento proposto; c) a viabilidade técnica da execução, em especial no que concerne ao atingimento dos objetivos e das metas nos prazos propostos; 4.4. Relação entre a proposta e o programa federal A referida análise técnica deverá contemplar: d) a adequação dos recursos envolvidos aos objetivos a serem alcançados; e) o enquadramento do respectivo programa e ação orçamentários dos quais decorrem os recursos que serão descentralizados; e f) a descrição da capacidade técnica do órgão ou entidade federal recebedora do recurso para a execução direta do objeto, ressalvadas as atividades que podem ser conferidas a terceiros desde que sejam observadas, no momento da contratação, as normas legais aplicáveis (Leis 8.666/1993 ou Lei 13.303/2016, por exemplo). 4.5. Problema a ser resolvido O problema a ser resolvido deve ser perfeitamente caracterizado, de forma a embasar a tomada de decisão sobre as seguintes questões fundamentais: a) opção pela execução direta, pelo TED ou por uma contratação pública tradicional; b) estimativa dos custos envolvidos, o que é essencial para definir o valor a ser transferido; e c) a escolha da unidade descentralizada.4.6. Público-Alvo O público-alvo é o conjunto de pessoas que serão beneficiadas pelas atividades executadas de forma descentralizada. Sua definição é vital para possibilitar a análise dos resultados obtidos pelo TED, a qual deverá ser realizada pela unidade descentralizadora. 4.7. Capacidade técnica e gerencial Um dos requisitos críticos de um TED é a descentralização de créditos para uma unidade que detenha capacidade técnica e gerencial adequada para executar de forma eficiente e eficaz a atividade que lhe foi conferida. Em conformidade com o disposto no art. 3º do Decreto, quando se tratar da execução de atividades específicas pela unidade descentralizada em benefício da unidade descentralizadora, essa última poderá realizar um chamamento público. 4.7. Capacidade técnica e gerencial Por meio do chamamento público, será possível ampliar a competitividade e buscar melhores preços. Contudo, de forma motivada, poderá ser feito convite para determinado órgão/entidade, caso este possua competência e expertise para realizar aquela atividade específica ou apresente interesse recíproco em executar programas, projetos e atividades, por exemplo. De qualquer forma, a opção deverá ser motivada. 4.7. Capacidade técnica e gerencial O objeto do TED deve constar na execução das atividades finalísticas do órgão recebedor. Por esse motivo, a unidade descentralizadora deve avaliar previamente se a entidade a ser beneficiada tem, nas suas atribuições estatuárias ou regimentais, compatibilidade com o objeto pretendido, em observância aos princípios constitucionais da legalidade e da eficiência. Além disso, deve-se analisar a capacidade técnica do órgão recebedor, verificando se ele terá condições de executar adequadamente a ação governamental a ser descentralizada. 4.8. Declaração de contrapartida A contrapartida não é obrigatória no caso dos TEDs. Assim sendo, é rara sua existência. Quando houver, a contrapartida deverá ser utilizada exclusivamente na consecução do objeto do TED. Se for o caso, a unidade descentralizada deve declarar formalmente que dispõe dos recursos necessários para aportar a contrapartida. Deve declarar ainda que, na hipótese de eventual necessidade de um aporte adicional de recursos, ela se compromete a integralizar tais recursos durante a vigência do TED. 4.9. Plurianualidade Quanto o período de vigência do TED ultrapassar um exercício financeiro, o respectivo instrumento deverá indicar o crédito e o empenho para atender à despesa no exercício em curso (aquele no qual foi celebrado o mencionado instrumento). Também deverão ser registradas contabilmente as despesas que serão executadas nos exercícios subsequentes. A unidade descentralizadora ficará obrigada a incluir em suas propostas orçamentárias dos exercícios seguintes a dotação necessária à execução do instrumento. 4.9. Plurianualidade Note-se que a liberação desses valores dependerá da celebração de termos aditivos, os quais indicarão os créditos e empenhos respectivos. No caso dos TED cuja vigência ultrapasse o exercício fiscal, deve-se atentar para o estabelecimento de um cronograma detalhado que permita aferir o atingimento das metas relativas a cada exercício (metas parciais). Isso é importante também porque a unidade transferidora deverá inserir no seu relatório de gestão, a ser encaminhado ao TCU, a avaliação do cumprimento dessas metas anuais. 4.9. Plurianualidade Por fim, friso que a execução orçamentária e financeira dos créditos descentralizados deverá observar estritamente o Plano Plurianual (PPA), a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei Orçamentária Anual (LOA), além dos demais normativos que regulamentam a matéria. FORMALIZAÇÃO DOS TERMOS Quinta Parte 5.1. Cláusulas necessárias Em conformidade com o disposto no art. 9º do Decreto, são cláusulas necessárias as que estabeleçam: I - o objeto e seus elementos característicos, em consonância com o plano de trabalho aprovado e assinado, que integrará o termo celebrado; II - as obrigações dos partícipes; III - a vigência, fixada de acordo com o prazo previsto para a consecução do objeto e em função das metas estabelecidas; IV - os valores e a classificação funcional programática; 5.1. Cláusulas necessárias V - a destinação e a titularidade, quando for o caso, dos bens adquiridos, produzidos ou construídos em decorrência da descentralização de créditos e dos bens remanescentes quando da conclusão ou extinção do ajuste, observada a legislação pertinente; e VI - as hipóteses de denúncia e rescisão. Outras obrigações decorrentes de especificidades do programa ou da ação orçamentária ou de atos normativos da unidade descentralizadora constarão como cláusulas específicas do TED. 5.1. Cláusulas necessárias O TED e eventuais termos aditivos serão assinados pelos partícipes, representados pelo Ministro de Estado ou pelo dirigente máximo da entidade da administração pública federal. Poderá haver delegação de competência para firmar o TED. 5.2. Cláusula suspensiva Cláusula suspensiva é aquela que condiciona a eficácia do instrumento e a liberação de recursos ao implemento da condição suspensiva. Na vigência da Portaria Interministerial 507/2011 MPOG/MF/CGU, o uso de cláusula suspensiva poderia ocorrer desde que houvesse a devida justificativa pela área técnica responsável, de acordo com o estabelecido no §§ 2º e 6º do art. 37 e § 6º do art. 39 dessa Portaria. Atualmente, essa cláusula pode ser utilizada quando houver a necessidade de aprovação de alguma proposta formulada pela unidade descentralizada. 5.3. Vigência e prorrogação Conforme estabelecido no art. 10 do Decreto, o prazo de vigência do TED não será superior a sessenta meses, incluídas eventuais prorrogações. Excepcionalmente, a vigência do TED poderá ser prorrogada por até doze meses, mediante justificativa da unidade descentralizada e aceite pela unidade descentralizadora, nas hipóteses em que: I - tenha ocorrido atraso na liberação dos recursos financeiros pela unidade descentralizadora; 5.3. Vigência e prorrogação II - tenha ocorrido paralisação ou atraso na execução do objeto pactuado em decorrência de: a) determinação judicial; b) recomendação de órgãos de controle; ou c) em razão de caso fortuito, força maior ou interferências imprevistas; ou III - o objeto destine-se à execução de obras, projetos e serviços de engenharia. 5.3. Vigência e prorrogação Na hipótese de atraso na liberação dos recursos, o TED será prorrogado de ofício pela unidade descentralizadora, por um prazo limitado ao período de atraso. Recomenda-se que a possibilidade de prorrogação esteja expressa no Termo. Em geral, o prazo de vigência começa a ser contado a partir da data de assinatura do TED, podendo ser prorrogado por meio de termo aditivo. 5.3. Vigência e prorrogação O pedido de prorrogação do prazo deverá ser requerido formalmente à outra parte, com as devidas justificativas, antes da data do término do prazo de vigência delimitado (o quanto antes deverá ser definido no TED). 5.4. Denúncia e rescisão Há rescisão quando a cessação dos efeitos do Termo é requerida por um dos partícipes com base em justa causa (via de regra, devido a fato imputável culposamente ao outro partícipe). O Decreto prevê as seguintes causas para uma rescisão: a) inadimplemento das cláusulas pactuadas; b) constatação de irregularidade em sua execução; c) caso fortuito ou força maior, regularmente comprovado, que impeça a execução do objeto; ou d) verificação de outras circunstâncias que ensejem a tomada de contas especial. 5.4. Denúncia e rescisão Há denúncia, geralmente comunicada com determinado período de antecedência, quando a cessação dos efeitos do TED decorre da livre manifestação da vontade de um dos partícipes, de um juízo negativo de conveniência e oportunidade. Pode ensejar o pagamento de indenização pelos investimentos realizados de boa fé peladescentralizada. 5.4. Denúncia e rescisão Nas hipóteses de denúncia ou de rescisão do TED, os créditos orçamentários e os recursos financeiros transferidos e não executados no objeto serão devolvidos no prazo de trinta dias, contado da data de publicação do evento. Na hipótese de ter havido execução orçamentária e financeira, a unidade descentralizadora solicitará à unidade descentralizada a apresentação do relatório de cumprimento do objeto do TED, observado o prazo acima especificado. 5.4. Denúncia e rescisão Caso o referido relatório não seja apresentado no novo prazo fixado, a unidade descentralizadora solicitará à descentralizada a instauração imediata da tomada de contas especial para apurar os responsáveis e eventuais danos ao erário. 5.5. Publicação Consoante disposto no art. 14 do Decreto, o TED e seus eventuais termos aditivos serão publicados no sítio eletrônico oficial da unidade descentralizadora, no prazo de vinte dias, contado da data da assinatura. As unidades descentralizadora e descentralizada disponibilizarão a íntegra do TED celebrado e do plano de trabalho atualizado em seus sítios eletrônicos oficiais nesse mesmo prazo. PLANO DE TRABALHO Sexta Parte 6.1. Observações preliminares É fundamental que o Plano de Trabalho do TED contenha os elementos mínimos necessários para avaliar a adequação da proposta, respeitada fielmente a classificação funcional programática. Com esse objetivo, o art. 8º do Decreto estabeleceu que o Plano de Trabalho conterá, no mínimo: I - a descrição do objeto; II - a justificativa; 6.1. Observações preliminares III - o cronograma físico, com a descrição das metas e dos produtos pactuados, as unidades de medida, a quantidade e os valores unitários e totais; IV - o cronograma de desembolso; V - o plano de aplicação consolidado até o nível de elemento de despesa; VI - a identificação das unidades descentralizadora e descentralizada, com discriminação das unidades gestoras; e VII - a identificação dos signatários. 6.1. Observações preliminares O plano de trabalho será analisado quanto à viabilidade, aos custos, à adequação ao programa e à ação orçamentária e ao período de vigência. É permitido o pagamento de despesas relativas a custos indiretos necessários à consecução do objeto, no limite de 20% do valor global pactuado, mediante previsão expressa no plano de trabalho. 6.1. Observações preliminares Esse limite poderá, excepcionalmente, ser ampliado quando custos indiretos superiores forem imprescindíveis para a execução do objeto, mediante justificativa da descentralizada e aprovação da descentralizadora. Na hipótese de execução de forma descentralizada por meio de convênio ou instrumento similar, a proporcionalidade e as vedações referentes aos tipos e percentuais de custos indiretos observarão a legislação aplicável a cada tipo de ajuste. 6.1. Observações preliminares Por meio do Acórdão 3.036/2021 – 2ª Câmara, de 02/03/2021, o TCU deu ciência à Fundação Universidade do Amazonas (Ufam) e à Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), com fundamento no art. 9º, I, da Resolução-TCU 315/2020, de que, no âmbito da execução do Plano Nacional de Formação dos Professores da Educação Básica (Parfor), a Ufam realizou pagamento a seus servidores para a realização de atividades administrativas de apoio, o que é vedado pelo item 9.5 do Manual Operativo do Parfor. 6.1. Observações preliminares No entanto, no caso da Ufam, devido à necessidade de implantação urgente do programa e aos obstáculos que seriam enfrentados pelos gestores na contratação de terceiros, inclusive com aumento de custo para entidade, entendeu-se razoável que eles tenham optado por utilizar servidores públicos para prestar os serviços técnicos necessários à execução do programa. Para a contratação dos serviços, seria necessário acionar a Fundação Unisol que, para administrar o programa, resgataria entre 5 a 10% de parte do orçamento do PARFOR como taxa de administração. Todos os encargos trabalhistas deveriam ser garantidos também através dos recursos do PARFOR. 6.1. Observações preliminares Não seria admissível colocar em risco a execução de um programa da grandeza de atividades e de necessidade social premente como o PARFOR, com improvisações de operadores de atividades complexas e específicas, como os controles e registros antes mencionados, bem como a segurança em face do uso de senhas. Os servidores que atuavam no PARFOR reuniam uma acumulada experiência que dava a segurança desejada e esperada. Assim foi feito porque naquele momento não havia possibilidade diversa para a continuidade do Programa. 6.1. Observações preliminares Para realizar a análise de custos, a unidade descentralizadora poderá solicitar à unidade descentralizada informações adicionais para justificar os valores dos bens ou dos serviços que compõem o plano de trabalho. 6.1. Observações preliminares De forma mais descritiva, pode-se dizer que a Minuta do Plano de Trabalho do TED conterá, pelo menos, os seguintes itens: dados cadastrais das unidades descentralizadora e recebedora dos recursos; descrição detalhada do objeto do TED; justificativa do motivo pelo qual se deve firmar o ajuste; resultados esperados; cronograma de execução física-financeira do projeto; previsão orçamentária e cronograma de desembolso. 6.1. Observações preliminares Por meio do Acórdão 377/2021 - Plenário, de 03/03/2021, foi julgada auditoria realizada na Universidade Federal do Paraná (UFPR), na Fundação da Universidade Federal do Paraná (Funpar) e na Fundação de Pesquisas Florestais do Paraná (Fupef), com o objetivo de avaliar a aplicação de recursos públicos descentralizados pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), pela Petróleo Brasileiro S. A. (Petrobras) e pela Agência Nacional de Transportes Aquaviáros (Antaq). 6.1. Observações preliminares Naquela oportunidade, o TCU destacou que a) foi comprovado que os projetos de pesquisa a cargo da UFPR foram efetivamente executados; b) restou comprovado que os projetos executados pelas fundações de apoio envolveram atividades de pesquisa, descaracterizando a existência de irregularidade em sua contratação; c) restaram elididas as questões relacionadas à subcontratação dos objetos de alguns ajustes, inexistindo mácula nos procedimentos adotados; d) foram elididas as questões relacionadas a pagamentos supostamente indevidos a pessoas físicas e jurídicas diversas; 6.1. Observações preliminares e) restaram afastados os indícios de que os recursos captados por meio das descentralizações de crédito tenham privilegiado interesses privados; f) o pagamento de bolsas-projeto para docentes no âmbito dos projetos tratados nestes autos foi regular; g) o Decreto 10.426/2020 contribuiu para o fortalecimento dos mecanismos de controle inerentes à utilização do TED. 6.1. Observações preliminares Nesse contexto, o TCU deu ciência ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte e à Agência Nacional de Transportes Aquaviários de que, à luz das disposições contidas no Decreto 10.426/2020 e as características próprias dos projetos desenvolvidos pelas Instituições Federais de Ensino, é necessário estabelecer metodologia específica para a pactuação de descentralizações orçamentárias, considerando as finalidades e as características dessas entidades, contemplando: i) motivação necessária para justificar a escolha em detrimento da contratação de empresas privadas; 6.1. Observações preliminares ii) previsão dos resultados em termos de ensino, pesquisa e extensão e a estimativa da mobilização de docentes e alunos de graduação e pós-graduação; iii) devida orçamentação nos planos de trabalho, considerando a inexistência de encargos trabalhistas e de incidência de lucros nas atividades realizadas por docentes, servidores e alunos; iv) previsão da execução descentralizadadas Universidades por meio da utilização de fundações de apoio, se for o caso; e v) estimativa dos custos decorrentes da execução indireta. 6.1. Observações preliminares Observações: a) a celebração do TED dependerá de prévia aprovação do plano de trabalho pela unidade descentralizadora; b) o plano de trabalho, anexo ao TED, deverá basear-se no projeto básico ou no termo de referência, os quais permanecerão arquivados e disponíveis para consulta na unidade descentralizada e deverão conter, entre outros elementos, o detalhamento estimativo de custos dos bens e serviços. 6.2. Atribuições das unidades descentralizadora e recebedora dos recursos Conforme disposto no art. 6º do Decreto, compete à unidade descentralizadora: I - analisar e aprovar os pedidos de descentralização de créditos; II - analisar, aprovar e acompanhar a execução do plano de trabalho; III - descentralizar os créditos orçamentários; IV - repassar os recursos financeiros em conformidade com o cronograma de desembolso; V - aprovar a prorrogação da vigência do TED ou realizar sua prorrogação, de ofício, quando necessário; VI - aprovar as alterações no TED; 6.2. Atribuições das unidades descentralizadora e recebedora dos recursos VII - solicitar relatórios parciais de cumprimento do objeto ou outros documentos necessários à comprovação da execução do objeto, quando necessário; VIII - analisar e manifestar-se sobre o relatório de cumprimento do objeto apresentado pela unidade descentralizada; e IX - instaurar tomada de contas especial, quando cabível. 6.2. Atribuições das unidades descentralizadora e recebedora dos recursos Além disso, a descentralizadora poderá assumir ou transferir a responsabilidade pela execução do objeto do Instrumento, no caso de paralisação das atividades decorrente de evento posterior relevante, de modo a evitar a descontinuidade das ações pactuadas. 6.2. Atribuições das unidades descentralizadora e recebedora dos recursos Deverá notificar a unidade descentralizada quando não for apresentada a prestação de contas dos recursos aplicados ou for constatada a má aplicação dos recursos públicos transferidos. Caso os problemas não sejam resolvidos de forma amigável, deverá instaurar a Tomada de Contas Especial (último recurso). 6.2. Atribuições das unidades descentralizadora e recebedora dos recursos No acórdão 1.853/2018 – Plenário, o TCU assim decidiu: “Considerando que não houve análise conclusiva acerca da prestação de contas dos recursos do termo de descentralização em apreço por parte da Capes, propõe-se determinar à Capes que, no âmbito do TED 1.295/2014, firmado com a Universidade Federal de Alagoas (Ufal), examine a irregularidade abaixo caracterizada e adote as providências cabíveis, inclusive instaurando a tomada de contas especial, se for o caso, assegurando o contraditório e a ampla defesa às partes envolvidas, comunicando ao TCU, no prazo de 90 (noventa) dias, os resultados obtidos:” 6.2. Atribuições das unidades descentralizadora e recebedora dos recursos Observação: Deverá constar do Termo de Execução Descentralizada o nome da área técnica da unidade descentralizadora responsável pelo monitoramento da execução do objeto do Termo de Execução Descentralizada. 6.2. Atribuições das unidades descentralizadora e recebedora dos recursos A unidade descentralizada deve: I - elaborar e apresentar o plano de trabalho; II - apresentar a declaração de capacidade técnica necessária à execução do objeto; III - apresentar a declaração de compatibilidade de custos; IV - executar os créditos orçamentários descentralizados e os recursos financeiros recebidos; V - aprovar as alterações no TED; 6.2. Atribuições das unidades descentralizadora e recebedora dos recursos VI - encaminhar à unidade descentralizadora: a) relatórios parciais de cumprimento do objeto, quando solicitado; e b) o relatório final de cumprimento do objeto; VII - zelar pela aplicação regular dos recursos recebidos e assegurar a conformidade dos documentos, das informações e dos demonstrativos de natureza contábil, financeira, orçamentária e operacional; 6.2. Atribuições das unidades descentralizadora e recebedora dos recursos VIII - citar a unidade descentralizadora quando divulgar dados, resultados e publicações referentes ao objeto do TED, quando necessário; e IX - instaurar tomada de contas especial, quando necessário, dando conhecimento dos fatos à unidade descentralizadora. 6.2. Atribuições das unidades descentralizadora e recebedora dos recursos A unidade descentralizar deverá ainda: a) movimentar os recursos financeiros relativos ao Termo, aplicando-os em conformidade com o Plano de Trabalho aprovado, exclusiva e tempestivamente no cumprimento do objeto pactuado; b) executar os trabalhos necessários à consecução do objeto pactuado no TED, observando os custos previstos no plano de trabalho; 6.2. Atribuições das unidades descentralizadora e recebedora dos recursos c) fiscalizar a execução do objeto do termo, designando um servidor para exercer essa fiscalização; d) no caso de execução indireta, prestar a assessoria técnica e fornecer dados e orientações necessários à boa execução do termo; e) facilitar a fiscalização pela descentralizadora, permitindo o acompanhamento in loco e fornecendo as informações e os documentos relacionados com a execução do objeto do Termo; 6.2. Atribuições das unidades descentralizadora e recebedora dos recursos f) informar à descentralizadora quaisquer ocorrências que dificultem ou interrompam a execução do objeto do Termo. Assim, caso circunstâncias adversas impossibilitem provisória ou definitivamente a execução orçamentária e financeira de acordo com as condições estabelecidas no Termo de Execução Descentralizada, deverá a unidade executora comunicar o fato à unidade gestora da política, para viabilizar a tempestiva adoção de medidas que assegurem o atingimento dos objetivos propostos no Termo. 6.2. Atribuições das unidades descentralizadora e recebedora dos recursos g) prestar contas dos recursos descentralizados, no âmbito do Termo de Execução Descentralizada, em sua tomada de contas anual a ser apresentada aos órgãos de controle interno e externo da União; h) concluir o objeto do Termo nos prazos estabelecidos no Plano de Trabalho aprovado ou nos prazos eventualmente prorrogados mediante a celebração de termos aditivos; e 6.2. Atribuições das unidades descentralizadora e recebedora dos recursos i) observar, quando da contratação de terceiros para execução de obras, serviços ou aquisição de bens vinculados à execução do objeto do TED, as disposições contidas na Lei 8.666/1993 e nas demais normas federais pertinentes às licitações e contratos administrativos, inclusive os procedimentos ali definidos para os casos de dispensa e/ou inexigibilidade de licitação. 6.2. Atribuições das unidades descentralizadora e recebedora dos recursos Observações: a) os saldos dos créditos orçamentários descentralizados e não empenhados e os recursos financeiros não utilizados serão devolvidos à unidade descentralizadora até quinze dias antes da data estabelecida para encerramento do exercício financeiro, salvo quando a descentralização for efetivada após essa data. Nessa hipótese, os partícipes acordarão nova data para a devolução dos créditos; 6.2. Atribuições das unidades descentralizadora e recebedora dos recursos Observações: b) após o encerramento do TED ou da conclusão da execução do objeto, o que ocorrer primeiro, os créditos orçamentários e os recursos financeiros serão devolvidos no prazo de trinta dias, contado da data do encerramento ou da conclusão; c) a unidade descentralizada disponibilizará os documentos comprobatórios da aplicação regular dos recursos aos órgãos de controle e à unidade descentralizadora; 6.2. Atribuições das unidades descentralizadora e recebedora dos recursos Observações:d) a unidade descentralizada instaurará a tomada de contas especial, na hipótese de: I - identificação de indícios de atos de improbidade que importem enriquecimento ilícito ou que causem lesão ao erário; ou II - solicitação da unidade descentralizadora ou dos órgãos de controle, em decorrência da identificação desses indícios. 6.2. Atribuições das unidades descentralizadora e recebedora dos recursos Observações: e) a unidade descentralizada iniciará os procedimentos de instauração da tomada de contas especial no prazo de trinta dias, contado da data do recebimento da comunicação da unidade descentralizadora ou dos órgãos de controle. 6.2. Atribuições das unidades descentralizadora e recebedora dos recursos O relatório de cumprimento do objeto será apresentado pela unidade descentralizada no prazo de cento e vinte dias, contado da data do encerramento da vigência ou da conclusão da execução do objeto, o que ocorrer primeiro. Na hipótese de não haver apresentação desse relatório no prazo estabelecido, a unidade descentralizadora estabelecerá o prazo de trinta dias para a apresentação do relatório. 6.2. Atribuições das unidades descentralizadora e recebedora dos recursos Caso esse novo prazo seja descumprido, a unidade descentralizadora solicitará à descentralizada a instauração imediata de tomada de contas especial para apurar os responsáveis e eventuais danos ao erário. A análise do relatório de cumprimento do objeto pela unidade descentralizadora abrangerá a verificação quanto aos resultados atingidos e o cumprimento do objeto pactuado. 6.2. Atribuições das unidades descentralizadora e recebedora dos recursos Essa análise deverá ocorrer no prazo de cento e oitenta dias, contado da data do recebimento do relatório de cumprimento do objeto. Se esse relatório não for aprovado ou for identificado desvio de recursos, a unidade descentralizadora solicitará que a descentralizada instaure, imediatamente, a tomada de contas especial para apurar os responsáveis e eventuais danos ao erário. 6.2. Atribuições das unidades descentralizadora e recebedora dos recursos Friso que a os créditos descentralizados e efetivamente executados deverão integrar, oportunamente, as contas anuais da unidade recebedora. 6.2. Atribuições das unidades descentralizadora e recebedora dos recursos A unidade descentralizada deverá indicar formalmente um gestor e um fiscal da execução do TED. O art. 41 da IN 5/2017 do então MPOG prevê que a indicação do gestor, do fiscal e de seus substitutos poderá ser estabelecida em normativo próprio de cada órgão ou entidade, de acordo com o funcionamento de seus processos de trabalho e sua estrutura organizacional. 6.2. Atribuições das unidades descentralizadora e recebedora dos recursos O gestor e os fiscais deverão ser cientificados, expressamente, da indicação e das respectivas atribuições antes da formalização do ato de designação. Na indicação de servidor devem ser considerados a compatibilidade com as atribuições do cargo, a complexidade da fiscalização, o quantitativo de contratos por servidor e a sua capacidade para o desempenho das atividades. 6.2. Atribuições das unidades descentralizadora e recebedora dos recursos Nos casos de atraso ou falta de indicação, de desligamento ou afastamento extemporâneo e definitivo do gestor ou dos fiscais e seus substitutos, até que seja providenciada a indicação, a competência de suas atribuições caberá ao responsável pela indicação ou a quem for previsto em normativo. 6.2. Atribuições das unidades descentralizadora e recebedora dos recursos O Fiscal deverá: a) atuar visando assegurar o fiel cumprimento das cláusulas do TED; b) alertar as autoridades competentes e o gestor, caso haja alguma diretriz estabelecida no TED não esteja sendo cumprida em conformidade com o disposto no cronograma de desembolso e no plano de aplicação; c) atestar, juntamente com o gestor, documentos comprobatórios das entregas de bens e das prestações de serviços, para fins de pagamento, na forma estabelecida no TED (no caso do fiscal da descentralizada). 6.3. Descrição do objeto O objeto de um TED é o resultado que se pretende obter, ou seja, o produto desse termo, observados o programa de trabalho e as finalidades da avença. Ele deve ser descrito com clareza, de modo a mitigar as possibilidades de desvio na sua consecução. Devem ser também estabelecidas as metas, que são parcelas quantificáveis do objeto, e as etapas ou fases de execução. Note-se que o objeto pode envolver tanto um benefício direto para a sociedade quanto para os órgãos envolvidos. 6.3. Descrição do objeto Em determinados casos, é conveniente que o Plano de Trabalho contenha uma descrição sumária da metodologia que será utilizada para a consecução do objeto do TED. 6.4. Apresentação das justificativas A justificativa para a celebração do TED, que também pode ser denominada motivação, deve conter a caracterização da relação entre a proposta de celebração do termo e os objetivos e diretrizes do programa federal, além da indicação do público alvo, do problema a ser resolvido e dos resultados esperados. Deverá ser esclarecido, no Plano de Trabalho, quais foram os motivos da opção pelo TED em detrimento da execução direta pelo órgão repassador. 6.4. Apresentação das justificativas Note-se que deverá ser emitido um parecer técnico acerca do enquadramento do objeto à funcional programática e ao atendimento das finalidades especificadas para os TEDs. Além disso, deverá ser demonstrado que a unidade descentralizada detém as condições necessárias para executar o objeto de forma eficiente e eficaz. Nesse sentido, por meio do Acórdão 1.771/2009 – Plenário, o TCU determinou que seja avaliado, previamente à descentralização de créditos, se a entidade a ser beneficiada tem, nas suas atribuições estatutárias ou regimentais, compatibilidade com o objeto pretendido. 6.5. Definição dos resultados esperados e dos cronogramas de execução do projeto e desembolso A descrição dos resultados esperados pode ser feita a partir da caracterização do produto que se busca obter, da forma de entrega/geração desse produto e do prazo estabelecido para essa entrega/geração. 6.5. Definição dos resultados esperados e dos cronogramas de execução do projeto e desembolso O cronograma de execução expressa as metas ordenadas, especificadas e quantificadas, em cada etapa ou fase, segundo a unidade de medida pertinente, com previsão de início e fim. Assim sendo, ele deverá indicar as atividades que serão desenvolvidas, além das respectivas fases e prazos. Esse cronograma poderá ser alterado por acordo entre as partes. 6.5. Definição dos resultados esperados e dos cronogramas de execução do projeto e desembolso Já o cronograma de desembolso deverá conter as seguintes informações: quantidade de parcelas, natureza da despesa, mês da liberação, valor e período da execução. Por meio do Acórdão 149/2019 – 1ª Câmara, o TCU recomendou ao Ministério da Cultura que: a) os próximos TED estabeleçam cronogramas de repasse financeiro e de execução física; b) condicionem os repasses financeiros da descentralização às entregas estabelecidas no cronograma de execução física, de modo que o repasse referente a determinada etapa só seja efetuado após a entrega completa da etapa anterior; 6.5. Definição dos resultados esperados e dos cronogramas de execução do projeto e desembolso c) condicione os repasses futuros dos TED firmados com a Universidade ... à efetiva entrega dos produtos e projetos previstos no cronograma de execução física. 6.6. Previsão orçamentária e sua relação com o plano de aplicação A previsão orçamentária é o detalhamento orçamentário com previsão de desembolso e classificação orçamentária da despesa. Assim sendo, a previsão orçamentária deverá informar a unidade orçamentária, o grupo de natureza de despesa (GND), a fonte,o valor por exercício (R$) e o total (R$). É essencial que a previsão orçamentária e o plano de aplicação estejam em sintonia. Afinal, a unidade descentralizadora se compromete a descentralizar os créditos orçamentários e a repassar os recursos financeiros na forma prevista no cronograma de desembolso, o qual foi elaborado com fulcro no plano de aplicação. 6.6. Previsão orçamentária e sua relação com o plano de aplicação Cabe acrescentar que o Plano de Trabalho obrigatoriamente incluirá a previsão orçamentária e os cronogramas de execução física-financeira e de desembolso. É fundamental que ele contenha os elementos mínimos necessários para avaliar a adequação da proposta, respeitada fielmente a classificação funcional programática. 6.7. Declaração do proponente – gestão recebedora A unidade descentralizadora deverá encaminhar, preliminarmente, ofício ou e-mail ao potencial órgão descentralizado, de modo a demonstrar o interesse na celebração do TED nas condições especificadas. Em resposta, o possível descentralizado deverá manifestar formalmente, por meio de ofício ou e-mail, sua concordância com a assinatura do termo em tela. Em seguida, os órgãos descentralizador e descentralizado deverão elaborar em conjunto a minuta do Plano de Trabalho. Note-se que a unidade descentralizadora, na condição de titular do crédito, deve ajustar os gastos de acordo com a necessidade, a oportunidade e a conveniência da ação governamental pretendida. 6.8. Aprovação da gestão descentralizadora A área técnica da unidade descentralizadora deverá autuar um processo de formalização do TED, o qual deverá conter alguns documentos básicos, quais sejam: a Nota Técnica que fundamentou a proposta de celebração do TED, a manifestação de interesse do parceiro, a Minuta do Termo de Execução Descentralizada, o Plano de Trabalho e o extrato dos recursos disponíveis. A área técnica analisará o Plano de Trabalho e, caso necessário, solicitará sua complementação junto ao potencial parceiro. 6.8. Aprovação da gestão descentralizadora Recomenda-se realizar uma cotação de preços para validar a conformidade com o preço de mercado, observados os critérios estabelecidos na Instrução Normativa SLTI/MP 5, de 27/6/2014, e em suas alterações posteriores. 6.8. Aprovação da gestão descentralizadora Aprovado o Plano de Trabalho, a Minuta de TED será elaborada e juntada ao processo, que será encaminhado ao setor competente para verificar a disponibilidade orçamentária. O referido setor registrará a disponibilidade orçamentária, respeitando o princípio da anualidade orçamentária do repasse e da execução do TED. Todavia, se não houver essa disponibilidade, o processo será devolvido à área técnica para verificação e realização de ajustes. 6.8. Aprovação da gestão descentralizadora Em seguida, a área técnica deverá ponderar se o processo do TED deverá ou não ser submetido à análise jurídica da Consultoria Jurídica, avaliando os casos que envolverem materialidade significativa e/ou criticidade e relevância. Caso seja considerado pertinente, a área técnica tramitará o processo contendo a Minuta do TED para o setor responsável pela análise jurídica. Finalmente, o processo será encaminhado para a autoridade competente que, se aprovar a minuta, a assinará e determinará a publicação do seu extrato no sítio do ente descentralizador. PROJETO BÁSICO E TERMO DE REFERÊNCIA Sétima Parte 7.1. Conceitos básicos O art. 6º, IX, da Lei 8.666/1993 define o Projeto Básico como sendo: “conjunto de elementos necessários e suficientes, com nível de precisão adequado, para caracterizar a obra ou serviço, ou complexo de obras ou serviços objeto da licitação, elaborado com base nas indicações dos estudos técnicos preliminares, que assegurem a viabilidade técnica e o adequado tratamento do impacto ambiental do empreendimento, e que possibilite a avaliação do custo da obra e a definição dos métodos e do prazo de execução, devendo conter os seguintes elementos:” 7.1. Conceitos básicos Nas alíneas do referido artigo, foram estabelecidos os elementos mínimos que o Projeto Básico deve conter: a) desenvolvimento da solução escolhida de forma a fornecer visão global da obra e identificar todos os seus elementos constitutivos com clareza; b) soluções técnicas globais e localizadas, suficientemente detalhadas, de forma a minimizar a necessidade de reformulação ou de variantes durante as fases de elaboração do projeto executivo e de realização das obras e montagem; 7.1. Conceitos básicos c) identificação dos tipos de serviços a executar e de materiais e equipamentos a incorporar à obra, bem como suas especificações que assegurem os melhores resultados para o empreendimento, sem frustrar o caráter competitivo para a sua execução; d) informações que possibilitem o estudo e a dedução de métodos construtivos, instalações provisórias e condições organizacionais para a obra, sem frustrar o caráter competitivo para a sua execução; e) subsídios para montagem do plano de licitação e gestão da obra, compreendendo a sua programação, a estratégia de suprimentos, as normas de fiscalização e outros dados necessários em cada caso; 7.1. Conceitos básicos f) orçamento detalhado do custo global da obra, fundamentado em quantitativos de serviços e fornecimentos propriamente avaliados. Percebe-se que a Lei 8.666/1993 previu a elaboração de projetos básicos para obras e serviços em geral. Essa percepção é corroborada pela leitura do art. 7º, § 2º, o qual prevê que as obras e os serviços somente poderão ser licitados quando houver projeto básico aprovado pela autoridade competente e disponível para exame dos interessados em participar do processo licitatório. 7.1. Conceitos básicos O Termo de Referência possui função similar à do Projeto, qual seja, especificar o objeto a ser licitado. Cumpre destacar que ele apresenta complexidade e exigências inferiores às do projeto básico, até porque se presta a especificar bens e serviços comuns. Todavia, contém todos os requisitos necessários para subsidiar a licitação. 7.1. Conceitos básicos Segundo dispõe o art. 9º, § 2º, do Decreto 5.504/2005, o termo de referência é o documento que deverá conter elementos capazes de propiciar a avaliação do custo pela Administração, diante de orçamento detalhado, definição dos métodos, estratégia de suprimento, valor estimado em planilhas de acordo com o preço de mercado, cronograma físico-financeiro, se for o caso, critério de aceitação do objeto, deveres do contratado e do contratante, procedimentos de fiscalização e gerenciamento do contrato, prazo de execução e sanções, de forma clara, concisa e objetiva. 7.1. Conceitos básicos No caso dos termos de execução descentralizada, o termo de referência é o documento apresentado quando o objeto do TED envolver a aquisição de bens ou a prestação de serviços. Ele deverá conter elementos capazes de propiciar a avaliação dos custos envolvidos, que serão calculados a partir de um orçamento detalhado. Devem ser considerados os preços praticados no mercado, os métodos definidos para a consecução do objeto e o respectivo prazo de execução. 7.1. Conceitos básicos De forma detalhada, o Termo de Referência deve apresentar as seguintes informações: a) tipo de instrumento de execução da ação; b) título da ação; c) unidade descentralizadora; d) unidade descentralizada; e) objetivos; f) justificativa; g) público alvo; 7.1. Conceitos básicos h) resultados esperados; i) prazo de execução; j) discriminação orçamentária; k) cronograma de desembolso por ano; l) aprovação da unidade descentralizadora. Observações: a) Tanto o termo de referência como o projeto básico devem ser elaborados a partir dos estudos técnicos preliminares e devem conter os elementos necessários e suficientes, com nível de precisão adequado para caracterizar o objeto; 7.1. Conceitos básicos b) a elaboração do termo de
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