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Texto_Aula-2 2_Os-Cenarios-de-Risco-no-contexto-das-mudancas-climaticas-no-Brasil

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Prévia do material em texto

Elaboração, distribuição e informações
MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO REGIONAL
Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil 
Departamento de Articulação e Gestão
Gabinete
Endereço: Esplanada dos Ministérios, Bloco E, 7. Andar, sala 714
CEP: 70067-901
Site: https://www.gov.br/mdr/pt-br/composicao/secretarias-nacionais/protecao-
e-defesa-civil
E-mail: cga.sedec@mdr.gov.br
Parceria:
Instituto SIADES - Sistema de Informações Ambientais para o Desenvolvimento 
Sustentável 
Universidade Federal do ABC - UFABC
Laboratório de Gestão de Riscos (LabGRis-UFABC)
Universidade Metodista de São Paulo - UMESP
Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social (PósCom) - UMESP
 
Este material foi elaborado no âmbito de Cooperação Técnica Internacional BRA /12/017 
- Projeto Fortalecimento da Cultura de Gestão de Riscos de Desastres no Brasil entre 
o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD Brasil e o Ministério 
do Desenvolvimento Regional, por meio da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa 
Civil - SEDEC.
2021 Ministério do Desenvolvimento Regional
Esta obra é disponibilizada nos termos da Licença Creative Commons – Atribuição – Não Comercial – 
Compartilhamento pela mesma licença 4.0 Internacional. É permitida a reprodução parcial ou total desta 
obra, desde que citada a fonte.
A versão digital do caderno técnico pode ser acessada, na íntegra, na Biblioteca Virtual da Secretaria 
Nacional de Proteção e Defesa Civil em:
https://www.gov.br/mdr/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/protecao-e-defesa-civil-sedec e em 
Publicações do Instituto SIADES em: <https://www.institutosiades.org.br/publicacoes/>.
Tiragem: 1ª edição – 2021 – versão impressa
EQUIPE
Ministério do Desenvolvimento Regional
Secretaria Nacional de Proteção e Defesa civil - 
SEDEC
Alexandre Lucas Alves – Secretário Nacional de 
Proteção e Defesa Civil
Karina da Silva Lopes – Diretora do Departamento de 
Articulação e Gestão
Reinaldo Soares Estelles - Coordenador-geral de 
Articulação do Sinpdec e Coordenador do PCTI 
BRA/12/017
Luís Felipe Lopes de Lima Lins - Assessor Técnico do 
Departamento de Articulação e Gestão 
Loiane Ferreira de Souza – Assistente Técnica da 
Coordenação de Articulação do Sinpdec
Cyntia Da Silva Oliveira - Consultora Técnica-SEDEC/
Pnud 
Programa das Nações Unidas para o 
Desenvolvimento – PNUD Brasil
Katyna Argueta - Representante Residente
Carlos Arboleda - Representante Residente Adjunto
Maristela Baioni - Representante Residente Assistente 
para Programas
Moema Freire - Coordenadora da Unidade de 
Governança e Justiça para o Desenvolvimento
Lídia Botelho - Gerente de Projeto
Graziela Silveira - Assistente de Programa
FICHA TÉCNICA
Coordenação e Redação Técnica
Samia Nascimento Sulaiman (UFABC)
Gerência e Redação Técnica
Sonia Maria Viggiani Coutinho (IEA/USP)
Supervisão e redação técnica
Cilene Victor (UMESP)
Fernando Rocha Nogueira (UFABC)
Katia Canil (UFABC)
Redação técnica
Amanda Silveira Carbone (IEA/USP) 
Antonio Roberto Chiachiri Filho (UMESP)
Celso Santos Carvalho (UFABC)
Fabio Di Santis Campos (UFABC)
Marília Leite (UFABC)
Pedro Roberto Jacobi (IEE-IEA/USP)
Rodolfo Baesso Moura (UFABC)
Ronaldo Malheiros Figueira (UFABC)
Colaboração e Redação Técnica
Ana Paula M. A. Cunha (Cemaden/MCTI)
Claudio Ferreira (IG)
Fernanda Cunha Pirillo Inojosa (Ibama)
Keila Ferreira (CODECIR/Recife)
Margareth Alheiros (UFPE)
Patrícia Mie Mitsuo (USP)
Rachel Trajber (Cemaden/MCTI)
Rafael Pereira Machado (SEDEC/MDR)
Revisão técnica
Debora Olivato (Cemaden/MCTI)
Leonardo Andrade de Souza (UFABC)
Margareth Alheiros (UFPE)
Victor Marchezini (Cemaden/MCTI)
Apoio Técnico - Informação e Comunicação
Gilvani Molletta (UMESP)
Leonardo Santos Salles Varallo (UFABC)
Samella da Silva Marinho (SIADES) 
Projeto Gráfico | Guilherme Conti Design 
Editora de texto/Copidesque | Diana Salles 
Revisão de texto Ivana L. T Gomes/Samia N. 
Sulaiman
 
FICHA CATALOGRÁFICA
SUMÁRIO
CAPÍTULO 1
Perspectivas sobre a Gestão de Riscos e Desastres
1.1 Da teoria à prática: Como evoluíram as visões e as aplicações
 sobre a Gestão de Riscos e Desastres.......................................................................................................................10
1.2 Avanços e desafios: A organização da sociedade brasileira para
 a Gestão de Riscos e Desastres..................................................................................................................................28
CAPÍTULO 2
Visão de futuro e cenários de riscos no Brasil
2.1 Dinâmicas e causalidades dos riscos: Uma proposta de análise
 a partir da perspectiva de cenários de risco..........................................................................................................40
2.2 Cenários de risco no Brasil: Um panorama atualizado da
 diversidade nacional......................................................................................................................................................52
CAPÍTULO 3
Redução de riscos e desastres
3.1 Mapeamento de riscos: Instrumentos e estratégias para reduzir
 riscos e desastres...........................................................................................................................................................90
3.2 Cidades resilientes: A contribuição das Soluções Baseadas na
 Natureza........................................................................................................................................................................108
CAPÍTULO 4
Ações integradas e colaboração na gestão de riscos
4.1 Envolvimento e parceria: Entendendo a governança e a
 participação social na Gestão de Riscos e Desastres........................................................................................122
4.2 Para além da informação: Modelos e recursos para a
 comunicação de riscos...............................................................................................................................................134
4.3 Educação e engajamento social: Um caminho estratégico para
 a construção de comunidades e cidades resilientes.........................................................................................143
 Veja o Web Story 
de apresentação 
do Caderno 
Técnico GIRD+10
https://www.youtube.com/watch?v=lSeKc0NF8iQ&t=29s
47
A
fevereiro de 2010
C D
julho de 2014 setembro de 2016
B
agosto de 2013
Figura 5. Destaque para a área que sofreu intervenção na favela Vila Nova Jaguaré e tem sido 
reocupada. Imagem retirada do Google Maps, entre 2010 e 2016, vista da Rua Três Arapongas. 
Fonte: Moura et al. (2017).
 Esse exemplo da permanência ou agravamento do risco é recorrente nas 
cidades brasileiras. O enfoque na lógica geotécnica, e não na lógica urbana, apresenta 
limitações para a Gestão de Riscos e Desastres no Brasil, pois não colabora para a 
integração do projeto urbanístico com a dinâmica urbano-social, o que pode manter 
e reforçar a precariedade social e urbanística e a (re)produção de riscos. A perspectiva 
de cenários de risco busca provocar um novo olhar sobre os riscos e sobre as 
intervenções para sua mitigação ou redução.
OS CENÁRIOS DE RISCO NO CONTEXTO DAS 
MUDANÇAS CLIMÁTICAS NO BRASIL
 Segundo o Relatório Especial do IPCC (Sumário para Formuladores de 
Políticas), aprovado em outubro de 2018, os prognósticos de aumento dos extremos 
climáticos, associados à previsão mais recente para o período entre 2030 e 2053 é de 
elevação de 1,5 graus Celsius na temperatura global. Esclarece ainda, que as atividades 
humanas atualmente já tenham causado elevação de cerca de 1 grau, acima dos níveis 
da era pré-industrial.
 Os impactos são maiores nas cidades devido às interações dos extremos 
climáticos com a infraestrutura associada à crescente população urbana, bem como 
com as atividades econômicas. No Brasil, a principal causa de emissões de gases de 
efeito estufa é o desmatamento que acontece não só na Amazônia, mas também nas 
regiões de Cerrado e de MataAtlântica.
48
 As mudanças climáticas globais interferem especialmente nas inundações e 
nos movimentos de massa, que são dois tipos de desastres vinculados à ocorrência 
de eventos hidrometeorológicos extremos (BRASIL, 2016). Em um cenário com 
temperaturas mais elevadas, essa situação pode se agravar devido a projeções de 
aumento da frequência e intensidade de tempestades severas, vendavais e ciclones 
extratropicais (PBMC, 2016). A erosão costeira é outra séria consequência do 
aquecimento global; com a elevação do nível do mar, são suprimidas terras costeiras 
ocupadas, onde residem mais de 60% da população brasileira, resultando em 
importantes perdas econômicas, também pela destruição de edificações e áreas de 
lazer.
 Parcelas consideráveis da população brasileira são afetadas pelas mudanças 
climáticas, cujos impactos são agravados principalmente pela forte desigualdade social 
presente no país. As populações mais vulneráveis estão mais sujeitas às ameaças de 
elevação da temperatura global (Ribeiro, 2008). O saneamento básico, que considera 
o acesso a água potável e a esgotamento sanitário, o manejo correto dos resíduos 
sólidos e a drenagem de águas pluviais são questões urgentes e conflituosas nas 
cidades brasileiras e ganham maior atenção devido aos riscos climáticos:
Em situações em que se projeta um aumento da pluviosidade ou sua 
concentração em episódios de chuva intensa, é necessário pensar a drenagem 
e a absorção da água no solo de maneira diferenciada. Da mesma forma, as 
demais obras de saneamento devem ser resilientes às chuvas para evitar 
transbordamento de chorume ou de esgoto e contaminação da água potável. 
A mesma situação ocorre com habitações precárias em áreas de risco de 
desastre. A probabilidade de ocorrência de desabamentos e alagamentos 
aumenta com prognósticos climáticos desfavoráveis, mas o risco já existe 
na situação atual. Investimentos nesses casos já são uma prioridade social e 
plenamente justificados. Temos, então, independentemente do conhecimento 
científico e do grau de incerteza sobre a previsão climática e os impactos a ela 
relacionados, uma agenda básica de adaptação às mudanças do clima nessas 
cidades. (KLUG, MARENGO, LUEDEMANN, 2016, p. 314).
 Informações de qualidade, atualizadas e confiáveis sobre os principais efeitos 
de mudanças climáticas que afetam e afetarão o Brasil podem ser consultadas na 
Plataforma Adaptaclima, lançada em 2017 pelo Ministério do Meio Ambiente, para 
atender ao primeiro objetivo do Plano Nacional de Adaptação à Mudança do Clima 
(PNA), que prevê, entre suas metas, uma plataforma online de gestão do conhecimento 
disponível para a sociedade.
 Estudos sobre os impactos das mudanças climáticas globais nos diferentes 
territórios brasileiros, com base em modelagem climática, têm investigado possíveis 
cenários de risco.
O Plano Nacional 
de Adaptação à 
Mudança do Clima 
(PNA), instituído 
em 10 de maio de 
2016 por meio da 
Portaria nº 150, é 
um instrumento 
elaborado pelo 
governo federal 
do Brasil em 
colaboração com 
a sociedade civil, 
o setor privado 
e os governos 
estaduais. O plano 
tem como objetivo 
promover a redução 
da vulnerabilidade 
nacional à mudança 
do clima e realizar 
uma gestão do risco 
associada a esse 
fenômeno.
Modelagem 
climática
refere-se a
modelos 
computacionais 
avançados, 
utilizados 
para construir 
conhecimento 
sobre a atmosfera 
terrestre e as 
interações com 
o clima, uma 
ferramenta que 
pode ser útil para 
refletir sobre 
os efeitos das 
mudanças climáticas 
e as possíveis 
escolhas políticas 
(Miller; Edwards, 
2001).
49
Os principais efeitos da mudança do clima que já afetam e 
afetarão o Brasil. Plataforma Adapta Clima.
SAÚDE HUMANA
Afetam negativamente a saúde humana por meio do aumento da 
morbilidade, mortalidade e deficiência, e por meio do aparecimento 
de doenças em áreas anteriormente não endêmicas (cardiovasculares 
e respiratórias, doenças transmitidas pela água como malária, dengue, 
febre amarela, entre outras). 
ESCASSEZ DE ÁGUA
Mudanças nas vazões e na 
disponibilidade de água. 
O Sul e Sudeste do Brasil 
serão as regiões mais 
vulneráveis.
Risco de escassez de 
abastecimento de 
água deverá aumentar 
devido a reduções de 
precipitação e do aumento 
da evapotrasnpiração nas 
regiões semiáridas.
ALTERAÇÃO NAS 
PRECIPITAÇÕES
Redução de 22% na região 
Nordeste do Brasil e na parte 
Oriental da Amazônia e um 
acréscimo de 25% no Sul e 
Sudeste do Brasil.
Crescimento dos períodos de 
seca no Nordeste do Brasil 
e na Amazônia e de dias e 
noites mais quentes na maior 
parte do Sul do Brasil.
NÍVEL DO MAR
Aumento do nível médio 
relativo do mar. Variou de 2 
a 7 mm ao ano no período 
entre 1950 e 2008. Nas regiões 
litorâneas, a elevação do nível 
do mar provoca o avanço sobre 
praias e estuários, causando 
erosão costeira e afogamento 
de estuários.
Representam ameaças para 
as populações de peixes, 
corais, manguezais, o lazer e o 
turismo, e para o controle de 
doenças.
AUMENTO DA 
TEMPERATURA
Para a América do Sul até 
2100, sendo um aquecimento 
de +1,7 ºC até +6,7 ºC para o 
Brasil
Fonte: Adaptado de AdaptaClima. 
 Existem modelos globais que analisam os cenários no mundo, mas também 
modelos regionais, como os utilizados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais 
(Inpe) para o Brasil, com análises inéditas sobre a vulnerabilidade e os impactos 
associados a biodiversidade, agropecuária, recursos hídricos, energia, desastres 
naturais e saúde humana. No Brasil, destacam-se desastres causados por eventos 
meteorológicos extremos que envolvem principalmente chuvas e tempestades, e 
por consequência contribuem para deflagrar processos como inundações bruscas e 
movimentos de massa. 
 Para cenários futuros, de mais longo prazo (2071 a 2100) (Figura 6) as 
regiões Sul, Sudeste e parte do litoral brasileiro sofrem um incremento em relação 
à vulnerabilidade a esses processos. Já para as demais regiões as projeções indicam 
o contrário com a queda brusca de pluviosidade média anual e aquecimento da 
temperatura média.
50
 As estimativas de longo prazo são fundamentais para planejamento urbano e 
tomadas de decisão para construir cidades seguras e resilientes, cujos riscos presentes e 
futuros devem fazer parte da agenda política, social, ambiental, econômica e pública.
O QUE VIMOS ATÉ AGORA?
 O acúmulo de conhecimento sobre riscos e desastres no Brasil precisa continuar 
a ser atualizado e deve considerar os problemas integrados resultantes das mudanças 
climáticas e do pós-pandemia que estão construindo novos riscos ou tornando mais 
críticos velhos cenários de riscos e desastres.
 A elaboração de plataformas que disponibilizem acesso à informação, de forma 
clara, criativa e acessível, para um público diverso onde se incluem os gestores públicos, 
é essencial e pode colaborar significativamente na Gestão de Riscos e Desastres no Brasil.
 Aprimorar a compreensão sobre os riscos é fundamental para estabelecer 
prioridades e metas para seu enfrentamento com foco na prevenção e mitigação. Com 
base nessa reflexão, os cenários de risco são instrumentos de gestão que possibilitam a 
descrição da complexidade dos fatores de riscos que atingem o Brasil, criando possibilidade 
de entender suas causas e dimensões políticas, sociais, econômicas e ambientais.
 Na seção seguinte, são apresentados os cenários de risco mais significativos e 
recorrentes no Brasil com o objetivo de estimular os atores da GRD a identificar como 
cada processo se expressa em seu território (local, regional) e construir ações para seu 
enfrentamento.
 Quanto aos movimentos 
de massa (Figura 7), as projeções 
para cenários futuros de 2071 a 
2100 apontam áreas altamente 
vulneráveis, de forma pontual 
e concentrada, pois, para esse 
tipo de fenômeno, os desastres 
associados em geral estão 
localizados em encosta íngremes 
ou a jusante delas. Em casos 
mais graves, desastres podem 
ocorrer em sub-bacias que 
recebem eventos pluviométricos 
extremos,indicando um cenário 
de corrida de lama e/ou detritos. 
Além disso, há incrementos de 
vulnerabilidade com ordem de 
40% para o final do século, como 
em áreas da região serrana do 
Rio de Janeiro, parte da Serra da 
Mantiqueira, no interior e sul de 
Minas Gerais, algumas localidades 
no litoral e porções de montanhas 
do estado de Santa Catarina.
 
Figura 7. Mapa de Vulnerabilidade a Desastres relacionados a movimentos 
de massa para o período futuro de 2071 a 2100. 
Fonte: BRASIL, 2016, p. 155.
Figura 6. Mapa de Vulnerabilidade a Desastres relacionados com inundações 
bruscas, enxurradas e alagamentos para o período futuro de 2071-2100. 
Fonte: BRASIL, 2016, p. 155.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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conhecimento em adaptação criada e disponível à sociedade. Disponível em: http://adaptaclima.mma.gov.br/sobre-
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Portal G1. Disponível em: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/numero-de-passageiros-transportados-no-
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maior-numero-de-mortes-por-coronavirus-em-sp-concentram-favelas-e-conjuntos-habitacionais.ghtml. Acesso 
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