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24/07/2017 1 UMIDADE NAS EDIFICAÇÕES INTRODUÇÃO Umidade: qualidade ou estado úmido ou ligeramente molhado Um dos problemas mais difíceis de corrigir na construção civil Complexidade dos fenômenos envolvidos Soluções com elevado custo Desconforto dos usuários Degradação rápida da edificação Interferem rapidamente na ocorrência de outras patologias Eflorescências; bolor; manchamento ... 2 INTRODUÇÃO Origem da umidade nas edificações 3 chuva chuva condensação lençol freático superficial falta de ventilação e insolaçãocondensação vazamentos infiltrações percolações capilaridade vazamentos subterrâneos infiltrações INTRODUÇÃO Origem da umidade nas edificações 4 Solo: lençol freático, vazamentos de tubulações subterrâneas e umidade natural do solo Atmosfera: chuva e outras intempéries e condensação Obras vizinhas: desnível com o arruamento e outras obras, falta de drenagem superficial e proximidade com estruturas Construção: vazamentos, infiltrações, falta de ventilação, falta e insolação, capilaridade dos materiais e falhas de projeto UMIDADE 5 MANIFESTAÇÕES mofo; bolor deterioração dos materiais (umidade presente por muito tempo) descolamento (umidade gera vapor, que gera pressão) deformações e fissuras (entrada da umidade gera diferenças de deformação dos materiais) eflorescências (carrear os sais para superfície) Consequências da presença de umidade nas edificações • goteiras • manchas • mofo (desenvolvimento de fungos) • oxidação • eflorescências • criptoflorescências • gelividade • condensação • deterioração 6 24/07/2017 2 UMIDADE X PERDA DE DESEMPENHO • HIGIENE – Bactérias – Bolores • ECONOMIA – Elevados custos com manutenção • DURABILIDADE – Redução da vida útil das edificações • CONFORTO TÉRMICO – Baixa resistência térmica 7 Ambientes insalubres Umidade em relação ao peso seco do tijolo cerâmico (%) Resistência térmica (mk/w) 0 0,35 9 0,22 10 0,21 11 0,21 12 0,20 13 0,20 14 0,19 16 0,18 TIPOS DE UMIDADES PRESENTES NAS EDIFICAÇÕES 8 Dal Molin • Umidade ascensional • Umidade de infiltração • Umidade acidental • Umidade de condensação • Umidade de obra UMIDADE ASCENSIONAL 9 Umidade ascensional • ORIGEM: água que ascende pelo terreno 10 Umidade ascensional: principais causas 11 Capilaridade: Capacidade dos fluidos de subir ou descer em tubos muitíssimos finos (pressão capilar) - Força de atração entre as moléculas dos líquídos Pressão hidrostática: Pressão exercida pelo peso de uma coluna de água em equilíbrio Umidade ascensional 12 Como ocorre... – argamassa de assentamento • para chegar no tijolo, terá primeiro de percorrer as juntas de argamassa – Caminho contínuo para ascensão • Tratamento repelente à água nos tijolos • Argamassa com hidrofugantes • Execução adequada das fundações 24/07/2017 3 Umidade ascensional: fatores condicionantes 13 Imagens: Freitas; Gonçalves (2003) 1) contato das paredes com o terreno 14 Imagens: Freitas; Gonçalves (2003) 2) Influência da presença de revestimentos impermeáveis Umidade ascensional: fatores condicionantes Umidade ascensional: identificação 15 “Linha” horizontal na parede - diferença de tonalidade (zona mais escura e mais clara) Forma-se no ponto onde o equilíbrio entre capilaridade e evaporação é atingido Eflorescências na “linha” de mudança de tonalidade Para baixo da “linha” as eflorescências não aparecem, pois a umidade mantém os sais em solução 16 17 ALTURA DA ÁGUA ASCENDENTE evaporação porosidade dos materiais permeabilidade dos materiais quantidade de água em contato com a parede 18 Tonera, 1997 Merino, 1993 24/07/2017 4 Umidade ascensional Falhas na execução das fundações 19 Umidade ascensional - PREVENÇÃO 20 Viga baldrame concreto armado solo Assentar e revestir as 3 primeiras fiadas com argamassa de assentamento 1:3 com impermeabilizante do tipo Vedacit ou Sika 1 Pintura com emulsão asfáltica Argamassa 1:3 com impermeabilizante do tipo Vedacit ou Sika 1 Canto arredondado 15 cm Impermeabilização de baldrames em solos normais a úmidos (solução 1) Umidade ascensional - PREVENÇÃO 21 3 0 a 5 0 c m Argamassa 1:3 com impermeabilizante do tipo Vedacit ou Sika 1 Pintura com emulsão asfáltica tipo Neutrol, Igol Embasamento Viga baldrame Impermeabilização de baldrames em solos normais a úmidos (solução 3) Umidade ascensional - PREVENÇÃO Impermeabilização fundações 22 Viga baldrame concreto armado solo Assentar e revestir as 3 primeiras fiadas com argamassa de assentamento 1:3 com impermeabilizante do tipo Vedacit ou Sika 1 15 cm Impermeabilização de baldrames em solos normais a úmidos (solução 4) Manta butílica (estanca baldrame) 1,2 mm de espessura Umidade ascensional - PREVENÇÃO 23 Impermeabilização de lastro de piso de concreto em solos normais a úmidos solo lastro concreto chapisco 1:2 (cimento e areia) impermeabilização rígida argamassa 1:3 cimento e areia + aditivo impermeabilizante (hidrófugo) Umidade ascensional - PREVENÇÃO Impermeabilização muros/paredes em contato com o solo 24 Imagens: Freitas; Gonçalves (2003) 24/07/2017 5 Umidade ascensional - CORREÇÃO 25 1- Remoção do revestimento deteriorado pela umidade PALEATIVA MUITO CARA DIFÍCIL DE EXECUTAR 26 2- Lavagem da alvenaria Umidade ascensional - CORREÇÃO 27 3- Aplicação da argamassa com impermeabilizante Umidade ascensional - CORREÇÃO 28 4- Aplicação de produto à base de silicato de potássio Obs.: O silicato de potássio se tranforma em silicato de cálcio devido à presença de cal livre; estes não obstruem a passagem de vapor, ou seja, permitem a transpiração Não é comum o uso deste tipo de produto Umidade ascensional - CORREÇÃO 29 Emprego dos produtos à base de silicato de potássio: Edifícios históricos Umidade ascensional - CORREÇÃO Método de Knapen • Execução de furos de arejamento – Inclinação 20-30° • Muito criticado 30 24/07/2017 6 Umidade ascensional - CORREÇÃO Eletrosmose • Inserção de eletrodos na parede • Diferença de potencial promove a saída da água – Devem ficar ligados 24h 31 Custo elevadíssimo! 32 Injeção de produtos impermeabilizantes em edifícios históricos Umidade ascensional - CORREÇÃO Membranas impermeabilizantes • Abertura de fendas horizontais na parte inferior da parede afetada • Aplicação de membranas betuminosas Impermeabilizantes • Aplicação de produtos impermeabilizantes em orifícios abertos nas paredes por gravidade 33 Produtos impermeabilizantes 34 Argamassa de restauro 35 30% mais caras ANTES DEPOIS Fonte: Dal Molin Argamassa de restauro 36 Ex. utilização no RS: Mercado Público de Porto Alegre Fonte: Dal Molin 24/07/2017 7 UMIDADE DE INFILTRAÇÃO 37 Umidade de infiltração • Infiltração de água da chuva – vento 38 -colabora com a degradação das edificações -entrada de umidade, através da pressão -chuva dirigida -erosão dos elementos da fachada 39 Umidade de infiltração 40 A infiltração de água está associada a períodos chuvosos Machas de umidade Bolor Eflorescências Umidade de infiltração INFILTRAÇÃO DA ÁGUA DA CHUVA Por capilaridade Por gravidade em poros com mais de ½ mm Aberturas maiores que 5 mm – influência da energia cinética 41 ESCORRIMENTO DA ÁGUA DA CHUVA 42 24/07/2017 8 ESCORRIMENTO DA ÁGUA DA CHUVA Peitoris Protegem a fachada da ação da chuva precisam ser devidamente projetados Devem avançar na lateral para dentro da alvenaria Ressalte do plano da fachada, pelo menos 25mm Apresentar um canal na face inferior para o descolamento da água (pingadeira) Inclinaçãorecomendada: 7%, no mínimo 43 44 Empregar peitoris pré-moldados ou pedras naturais textura lisa baixa permeabilidade Utilizar lacrimal na face inferior ESCORRIMENTO DA ÁGUA DA CHUVA Pingadeiras • Saliências ou projeções da fachada – Descolamento da água • Pingadeiras de argamassa – Executar após a conclusão do revestimento – Associada a uma junta de trabalho na sua face inferior – Devem avançar cerca de 4 cm do plano da fachada 45 ESCORRIMENTO DA ÁGUA DA CHUVA Pingadeiras • Pingadeiras de cerâmica ou de pedra – Fixadas ao revestimento com argamassa colante – Deve se projetar, no mínimo, 20mm da superfície do revestimento – Deve estar associada a uma junta de trabalho na sua face inferior – Na face superior é necessário fazer um acabamento em argamassa com inclinação de 450 46 47 Utilizar lacrimal na face inferior 48 24/07/2017 9 ESCORRIMENTO DA ÁGUA DA CHUVA Base de fachadas Regiões de fácil penetração da água 49 sócolo baixo não protege contra respingo errado bom sócolo inclinado para evitar a penetração da água 5 0 a 6 0 c m ótimo adaptado de Ripper (1995) inclinado formando pingadeira o sócolo deve ser de material impermeável e recuado 5 0 a 6 0 c m mínimo 1,5 cm ESCORRIMENTO DA ÁGUA DA CHUVA Lages de coberturas, sacadas ... 50 M ai o re s p ro b le m as c o m im p er m ea b ili za çã o -Rodapés -Ralos -Juntas UMIDADE ACIDENTAL 51 • Decorrentes de: – Defeitos construtivos – Falhas de equipamentos – Erros humanos 52 Ruptura de canalizações Infiltração em coberturas Entupimento de calhas Falhas nas algerosas Problemas em tubos de queda Umidade acidental • São problemas pontuais • Em geral, medidas corretivas solucionam o problema – Tipo de umidade mais fácil de solucionar • Podem ser influenciados pelas variações climáticas – Ex.: falhas de calhas e algerozes • Possuem caráter permanente – Ruptura de tubulações • Podem estar associados com o fenômeno da capilaridade 53 Umidade acidental • Falhas devido à pressão hidrostática – pressão exercida por um determinado volume de água confinada e permeia através de fissuras, trincas e rachaduras das estruturas e dos materiais 54 Ex.: caixas d’água 24/07/2017 10 55 Umidade acidental: principais medidas preventivas 56 Limpar as algerosas e calhas no início do outono Trocar tubulações de ferro/cobre por canalização de PVC Utilizar registros de boa qualidade Utilizar tubulações de boa qualidade Cuidar especialmente das emendas entre as canalizações 57 58 RETORNO DAS ÁGUAS: devido à pouca declividade do telhado e das calhas ou mau dimensionamento destas, ou ainda obstrução, tanto das calhas como das descidas de água (condutores) GOTEIRAS: devido ao deslocamento, quebra das telhas ou recobrimento inadequado Umidade acidental principais medidas preventivas Executar cuidadosamente a impermeabilização 1. regularizar as superfícies 2. limpeza – retirar e eliminar restos soltos, manchas, incrustações, lavando-se energicamente (o uso de solução de ácido muriático é possível, entretanto não é recomendável) 3. tubulações - verificar se todos os embutidos (tubulações e caixas) já foram assentados e se estão no nível da regularização ou, preferencialmente, 1 cm abaixo 59 4. retoques – falhas e nichos devem ser corrigidas e partes não aderidas ou trincadas devem ser refeitas 5. regularização – aplicar uma argamassa de 2 cm de espessura no traço 1:3 de cimento e areia média, desempenada a feltro, com os cantos arredondados e de preferência seguindo uma declividade de 0,5 a 2% 6. coletores – as bolsas dos ralos devem ficar a 1 cm do nível da regularização e vedados com mastique elástico 7. secagem – é importante deixar secar bem o substrato antes de iniciar qualquer camada impermeável 60 Umidade acidental principais medidas preventivas 24/07/2017 11 Umidade acidental: medidas corretivas 61 Dependem da causa do problema! UMIDADE DE CONDENSAÇÃO 62 Umidade de condensação • Proveniente de diferenças de temperatura – Presença de vapor de água no ar – Limite de saturação: quantidade máxima de vapor de água presente no ar • Relacionado com a temperatura!!! 63 64 Quanto maior a temperatura maior a capacidade do ar em conter vapor de água sem condensar Presença de vapor de água igual ou superior à capacidade do ar em determinada temperatura Temperatura no interior da edificação em geral é menor do que no exterior (especialmente no inverno) Ambientes com intensa produção de vapor de água: banheiro, cozinha 65 Os problemas decorrentes da condensação são maiores no interior das edificações Umidade de condensação: principais manifestações patológicas Mofo e bolor 66 24/07/2017 12 Umidade de condensação: fatores intervenientes • Condições de ocupação – Ex.: cozinhas, banheiros ... • Ventilação – Ventilação forçada em áreas úmidas??? • Isolamento térmico • Temperatura no interior 67 Umidade de condensação: influência da capilaridade 68 água acumulada por condensação em ambientes saturados de umidade (banheiros – cozinhas) ou por resfriamento (baixas temperaturas no ambiente – ar condicionado) passagem da água por capilaridade para a parte superior da laje Umidade de condensação: prevenção • Melhorar isolamento térmico – Escolha dos materiais – ex.: utilização de agregados leves – Artifícios técnicos – ex.: mantas isolantes • Melhorar ventilação – Remover o vapor – Secar superfícies molhadas – evitando vaporização • Adequar temperatura – Ar condicionado 69 Umidade de condensação: correção • Execução de janelas e orifícios para melhorar a ventilação • Utilizar sistemas de ventilação mecânica • Emprego de desumidificadores 70 UMIDADE DE OBRA 71 Umidade de obra • Emprego de água em excesso durante a obra – Argamassa – Concreto • Exposição dos materiais à intempéries – Estocagem inadequada • Áreas molhadas • Chuva 72 24/07/2017 13 Umidade de obra 73 Água em excesso causa movimentações nos materiais Fissuração Perda de resistência Segregação ... Umidade de obra: higroscopicidade dos materiais 74 Expansão dos tijolos Umidade de obra: excesso de água da argamassa 75 UMIDADE... resumo 76 Mecanismo envolvido Causa Manifestação patológica Aspecto Pressão hidrostática Pressão capilar Umidade ascendente do solo Eflorescências Expansões Queda de reboco Linha horizontal delimitando a eflorescência Fissuras Ação capilar Sucçãopor umidade Mofo/fungos Perda de isolação térmica Manchas de umidade com difusão em círculos concêntricos Gravidade Energia cinética da água da chuva Ação do vento Percolação de água Mofo/fungos Perda de isolação térmica Expansões Ingresso de água Manchas de umidade com difusão em círculos concentricos Fissuras
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