Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

Elias Nasrala Neto 
Juliana Santi Sagin Pinto Bergamim 
Mara Lílian Soares Nasrala 
 Olyvia Ribeiro Derze 
(Organizadores) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FISIOTERAPIA NA PRÁTICA CLINICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNOPAR Editora 
2019 
 
 
 
 
 
Fisioterapia na Prática Clinica 
 
 
Diretoria de Pós-Graduação Stricto Sensu e Pesquisa da Kroton 
Hélio Hiroshi Suguimoto 
 
 
Universidade de Cuiabá – Unic 
 
Reitoria 
Maria Angelica Motta da Silva Esser 
 
 
Pró-Reitoria Acadêmica 
José Claudio Perecin 
 
 
Coordenação Acadêmica 
Edirles Mattje Backes 
 
 
Coordenação do Curso de Fisioterapia - Unic 
Maria Amélia Nascimento Braga Gonçalves 
 
 
 
Conselho Editorial 
Dra. Ariane Hidalgo Mansano Pletsch - UNIC 
Dra. Maristela Prado e Silva Nazario - ICEC 
Dra. Maria Amélia Nascimento Braga Gonçalves – UNIC 
Dra. Walkiria Shimoya Bittencourt – UNIC 
Dra. Viviane Martins Santos - UNIC 
 
 
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 
Selma Alice Ferreira Ellwein – CRB 9/1558 
 
F464 Fisioterapia na prática clínica. / Elias Nasrala Neto [et al.] (organizadores). – 
Londrina: UNOPAR Editora, 2019. 
 
ISBN 978-85-7184-014-0 
 
1. Fisioterapia. 2. Saúde Humana. 3. Idoso. 4. Dor. I. Nasrala Neto, Elias. 
II. Bergamim, Juliana Santi Sagin Pinto. III. Nasrala, Mara Lílian Soares. 
IV. Derze, Olyvia Ribeiro. V. III. Título. 
 
 CDD 615.82 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
Apresentação .................................................................................................................... 
Juliana Santi Sagin Pinto Bergamim 
Olyvia Ribeiro Derze 
 
04 
Capitulo 01 
Escala de Depressão Geriátrica de Yesavage: Revisão Narrativa .............................. 
Isabella Silva Zattar de Faria 
Talyssa Oliveira Taques 
Maristela Prado e Silva Nazario 
Ariane Hidalgo Mansano Pletsch 
Olyvia Ribeiro Derze 
Juliana Santi Sagin Pinto Bergamim 
 
 
05 
Capitulo 02 
Funcionalidade do idoso hospitalizado com índice de Barthel ..................................... 
Maressa Raquel de Carvalho Serafim 
Meriane Mendes Tavares da Silva 
Maristela Prado e Silva Nazario 
Ariane Hidalgo Mansano Pletsch 
Juliana Santi Sagin Pinto Bergamim 
 
 
11 
Capitulo 03 
As Vantagens da Mobilização Precoce em Pacientes na Unidade de Terapia 
Intensiva ........................................................................................................................... 
Debora Pereira Pinheiro 
Rayssa Laura de Carvalho Magalhães 
Olyvia Ribeiro Derze 
Juliana Santi Sagin Pinto Bergamim 
Ariane Hidalgo Mansano Pletsch 
Maristela Prado e Silva Nazario 
 
 
 
17 
Capitulo 04 
Escala de Dor Baseada no Questionário de Mcgill em Idosos com Dor Crônica 
................................................................................................................... 
Daiane Binsfeld Garcez 
Tatiane Briene Couto 
Maristela Prado e Silva Nazario 
Olyvia Ribeiro Derze 
Ariane Hidalgo Mansano Pletsch 
Juliana Santi Sagin Pinto Bergamim 
 
 
 
31 
Capitulo 05 
Fisioterapia em Crianças com Microcefalia .................................................................. 
Emily Fernandes Da Silva Cordeiro 
Ariane Hidalgo Mansano Pletsch 
Olyvia Ribeiro Derze 
Juliana Santi Sagin Pinto Bergamim 
Maristela Prado e Silva Nazario 
Izabella Oliveira 
 
37 
 
 
 
 
 
Capitulo 06 
Incidências da Mortalidade das Doenças do Aparelho Circulatório no Estado de 
Mato Grosso ..................................................................................................................... 
Aldo Ricci Figueiredo Filho 
Juliana Santi Sagin Pinto Bergamim 
Olyvia Ribeiro Derze 
Ariane Hidalgo Mansano Pletsch 
Maristela Prado e Silva Nazario 
 
 
 
49 
Capitulo 07 
Ligamentoplastia de LCA: Procedimentos Fisioterapêuticos em Sua Reabilitação ... 
Paulo Henrique de Figueiredo de Sousa 
Olyvia Ribeiro Derze 
Ariane Hidalgo Mansano Pletsch 
Juliana Santi Sagin Pinto Bergamim 
Maristela Prado e Silva Nazario 
 
 
56 
Capitulo 08 
O Uso da Pressão Positiva Contínua nas Vias Aéreas em Crianças: Revisão 
Integrativa da Literatura ................................................................................................ 
Douglas Cardoso Alves 
Olyvia Ribeiro Derze 
Ariane Hidalgo Mansano Pletsch 
Juliana Santi Sagin Pinto Bergamim 
Nelma Sueli Marques Borges 
Maristela Prado e Silva Nazario 
 
 
 
64 
Capitulo 09 
Tratamento Fisioterapêutico na Fibromialgia .............................................................. 
Crislayne Almeida dos Santos 
SayaraTainã Cavallari 
Ariane Hidalgo Mansano Pletsch 
Maristela Prado e Silva Nazario 
Jonatan Costa Gomes 
Patricia Haranaka Ide 
 
 
73 
Capitulo 10 
Perfil de pacientes hospitalizado no Hospital Geral Universitário .............................. 
Ana Paula da Silva 
Eli Aparecida Matheus 
Elza da Silva Santiago 
Issaira Teodoro Amorim Ferreira 
Viviane Martins Santos 
Walkiria Shimoya-Bittencourt 
 
84 
 
4 
 
APRESENTAÇÃO 
 
O presente trabalho foi elaborado em forma de artigo e desenvolvido pelos discentes do 
Curso de Graduação em Fisioterapia do Instituto Cuiabá de Ensino e Cultura- ICEC e da 
Universidade de Cuiabá – UNIC, visando contribuir com a pratica na área da fisioterapia 
referentes as áreas Hospitalar, Ortopédica, Idosos e Crianças. 
Este livro digital intitulado: FISIOTERAPIA NA PRATICA CLINICA, é o resultado 
da parceria entre ICEC e UNIC que são as duas maiores faculdades do curso de Fisioterapia de 
Cuiabá que receberam da avaliação do MEC a nota 4, devido a dedicação, qualificação dos 
docentes que buscam sempre mostrar aos seus alunos os caminhos para a melhoria da saúde da 
população. 
Estes artigos foram selecionados e aprimorados pelos docentes das duas instituições, 
abrangendo uma totalidade de 10 artigos, sendo oito do ICEC e dois da UNIC, referindo-se 
especificamente aos trabalhos de conclusão de curso apresentados pelos discentes das duas 
instituições. São temas abrangentes e resultantes da pratica realizada pelos graduandos em 
Hospital conveniado e clinica das instituições. 
Através deste livro digital agradecemos de maneira especial aos discentes participantes 
das duas instituições e ao mesmo tempo oferecer aos acadêmicos e aos profissionais da área da 
saúde resultados que contribuirão de forma positiva na pratica profissional. 
 
 
Juliana Santi Sagin Pinto Bergamim e Olyvia Ribeiro Derze 
Docente do Instituto Cuiabá de Ensino e Cultura- ICEC 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
CAPITULO 01 
 
Escala de Depressão Geriátrica de YESAVAGE: Revisão Narrativa 
 
 
Isabella Silva Zattar de Faria1 
Talyssa Oliveira Taques2 
Maristela Prado e Silva Nazario3 
Ariane Hidalgo Mansano Pletsch4 
Olyvia Ribeiro Derze5 
Juliana Santi Sagin Pinto Bergamim6 
 
 
Resumo 
Introdução: É de suma importância relatar que o envelhecimento é um fator natural e 
individual com alterações funcionais, morfológica, bioquímicas e psicológicas. E quando são 
correlacionados a diversas patologias, podem acarretar um declínio da capacidade funcional do 
idoso. Torna-se uma condição comum, principalmente naqueles hospitalizados. Objetivo: O 
presente artigo se propôs a realizar uma revisão narrativa sobre o uso da Escala de Depressão 
Geriátrica na versão reduzida em idosos hospitalizados e institucionalizados. Método: Trata-se 
de estudo de revisão narrativa realizada através das seguintes bases de dados nos últimos dez 
anos: Lilacs, Medline, Ibecs, Scielo e Cumed. Resultados: Durante a pesquisa, no total foram 
encontrados 49 artigos. Porém, apenas 18 foram incluídos na pesquisa. Resultados: Foi 
possível ressaltar que existe uma grande diferença nos resultados de idosos hospitalizados e 
institucionalizados dependendo em qual tipo de situação cada idosovive. Contudo, relata-se 
que a Escala de Depressão Geriátrica de Yesavage obteve melhores resultados em idosos 
institucionalizados. Conclusão: A Escala de Depressão Geriátrica versão reduzida, serve 
apenas como um complemento para identificar os transtornos de humor e conhecimento a 
respeito da à saúde mental do idoso. Para obter um diagnóstico mais específico da depressão 
sugerimos que seja feita a realização de outros exames que avaliam a saúde mental deste idoso. 
 
Palavras-chave: Avaliação Geriátrica, Saúde do idoso institucionalizado, Envelhecimento. 
 
 
1 Introdução 
O envelhecimento é um fenômeno comum a todos os seres vivos, mas ainda existem 
vários pontos obscuros quanto á natureza desse processo, pois ocorrem diversas alterações que 
influenciam o desempenho funcional desses indivíduos. Tais fatores são: alterações funcionais, 
morfológica, bioquímicas e psicológicas (ESQUENAZI, 2014). O processo do envelhecimento 
é individual, ou seja, tudo depende de como o indivíduo leva a sua vida, qual o seu gênero, qual 
 
1 Acadêmico do Curso de Fisioterapia do Instituto Cuiabá de Ensino e Cultura (ICEC). 
2 Acadêmico do Curso de Fisioterapia do Instituto Cuiabá de Ensino e Cultura (ICEC). 
3 Docente do Curso de Fisioterapia do Instituto Cuiabá de Ensino e Cultura (ICEC). 
4 Docente do Curso de Fisioterapia da Universidade de Cuiabá (UNIC) 
5 Docente do Curso de Fisioterapia do Instituto Cuiabá de Ensino e Cultura (ICEC). 
6 Docente do Curso de Fisioterapia do Instituto Cuiabá de Ensino e Cultura (ICEC). 
 
 
 
6 
 
sua classe social, meio de educação, contexto sócio econômico, meio ambiente, acidentes e 
doenças (FECHINE; TROMPIERI 2012). 
É de suma importância relatar que os fatores citados, quando correlacionados a diversas 
patologias, podem acarretar um declínio da capacidade funcional do idoso (CONDÉ et al., 
2010). Desenvolvendo assim vários tipos de dependência, interferindo na sua capacidade de 
realizar atividades de vida diárias (AVD) e levando o mesmo a desenvolver problemas 
psicológicos, sendo o principal a depressão (CONDÉ et al., 2010). 
A depressão é uma doença que vem abrangendo quadros com alterações psicopatológicas 
diversas que podem diferir consideravelmente em relação à sintomatologia, gravidade, curso e 
prognóstico (CARNEIRO et al., 2007). Com isso a depressão no idoso torna-se uma condição 
comum, principalmente naqueles hospitalizados (TRINDADE et al., 2013). 
Portanto a atenção ao diagnóstico clínico deve ser redobrada. Por estes apresentar maior 
risco para desenvolverem um declínio físico e psicológico (TRINDADE et al., 2013). O idoso 
hospitalizado quando deprimido pode apresentar períodos prolongados de dor, dificuldades em 
se alimentar levando ao emagrecimento profundo, declínio da mobilidade física, incapacidade 
de dormir e diminuição da autonomia (SIQUEIRA et al., 2009). 
Diante desses diversos tipos de transtornos, a depressão acaba tornando-se um problema 
de saúde mental associada a um maior risco de morbidade e mortalidade na terceira idade 
(LIMA 1999). A escolha do tipo de avaliação, como o tipo de escala a ser utilizada deve ser 
feita através da facilidade e familiaridade que o profissional da saúde deve ter com os tipos de 
casos e sua sensibilidade de monitorar mudanças ao longo do tempo, para que ocorra uma 
melhor forma para ser administrada (ALMEIDA; ALMEIDA 1999). 
Para avaliação da depressão do idoso geralmente é utilizada a Escala de Depressão 
Geriátrica (EDG) (NÓBREGA et al., 2015). Ela é um dos instrumentos mais frequentemente 
utilizados no mundo e foi desenvolvida especialmente para identificação de depressão em 
idosos. Criada por Yesavage et al. em 1983 originalmente com 30 itens, na língua inglesa 
(GERIATRIC DEPRESSION SCALE – GDS) (YESAVAGE et al., 1983). 
Em 1986, Sheike e Yesavage elaboraram uma nova versão reduzida composta de 15 itens, 
já validada no Brasil e obteve níveis adequados de sensibilidade e especificidade e 
confiabilidade. Essa versão é mais utilizada em ambulatórios, com o intuito de avaliar o nível 
de depressão no idoso hospitalizado por exigir um menor tempo para ser administrada, diferente 
da composta de 30 itens (PARADELA et al., 2005). A escala é composta por 15 perguntas 
negativas/afirmativas, um ponto é dado para cada questão com conotação negativa e uma 
 
 
 
7 
 
pontuação de seis ou mais é sugestivo de depressão (PARADELA et al., 2005, FERRARI; 
DALACORTE 2007) referente ao humor e ao estado de saúde. O ponto de corte varia, 
considerado de 0 a 5, estado normal; de 5 a 10, depressão moderada; e acima de 10 pontos, 
depressão grave (ALMEIDA; ALMEIDA 1999, ROESLER et al., 2012). 
Dessa maneira, o presente estudo teve como principal objetivo identificar o uso da Escala 
De Depressão Geriátrica versão reduzida descrita por Yesavage et al (1983), em idosos tanto 
hospitalizados como institucionalizados. 
 
2 Metodologia 
O processo de pesquisa para o presente estudo narrativo foi realizado através das palavras-
chave: Escala de Yesavage, Depressão, Avaliação Geriátrica, Saúde do idoso 
institucionalizado, Envelhecimento, utilizando as seguintes bases de dados nos últimos dez 
anos: PubMed, Lilacs, Scielo, Medline, Ibecs e Cumed. Durante a pesquisa, no total foram 
encontrados 49 artigos. 
Para os critérios de inclusão foram: Artigos que utilizaram o questionário da Escala de 
Depressão Geriátrica descrita por Yesavage et al. (1983) versão reduzida, em idosos 
hospitalizados ou não, com idade média entre 60 a 80 anos; artigos disponíveis na íntegra, 
artigos em inglês e português e publicado nos últimos dez anos. Mediante a leitura dos resumos 
foram selecionados apenas 18 artigos aplicados na pesquisa. Portanto, foram excluídos aqueles 
que não correspondiam com os critérios citados, artigos que não estavam disponíveis na internet 
e artigos que não apresentaram nenhuma informação sobre a metodologia empregada. 
 
3 Resultados e Discussão 
A Escala de Depressão Geriátrica versão reduzida quando aplicada no âmbito hospitalar 
apresenta itens individuais com pouca estabilidade, pois a informação obtida não é o suficiente 
para produzir uma resposta consistente (ALMEIDA; ALMEIDA 1999). Além disso, alguns 
fatores podem ser contribuintes para reduzir a taxa de confiabilidade estudada pelos autores às 
respostas do instrumento, que poderiam variar de acordo com o tempo, sendo que apenas oito 
das questões demonstraram estabilidade na condição de reteste (ALMEIDA; ALMEIDA 1999). 
No estudo de Paradela et al. (2005) mostrou que a escala tem grande valia em ambientes 
não especializados. As características dos pacientes estudados foram semelhantes aos outros 
estudos feitos pelo Brasil, assim mostrando uma maior prevalência de depressão em mulheres 
idosas devido ao fato de a grande maioria se encontrar viúvas ou separadas Sendo de extrema 
 
 
 
8 
 
importância ter um melhor conhecimento da escala e saber identificar o seu ponto de corte de 
5/6, que foi sugerida também por outros autores (PARADELA et al., 2005, FERRARI; 
DALACORTE 2007, AGUIAR et al., 2014). Além do mais foi citado que se a escala fosse 
adequadamente utilizada poderia servir como um instrumento muito valioso na saúde pública 
para a identificação da depressão geriátrica (PARADELA et al., 2005). 
No relato de Ferrari e Dalacorte (2007), a Escala de Depressão Geriátrica versão reduzida 
é pouco adequada e menos sensível sobre o idoso hospitalizado, devido a situação de doença 
em que se encontram, pois automaticamente responderam às perguntas de forma negativa. A 
escala apresentou perguntas que causaram desconforto ao paciente no decorrer do 
questionamento alguns pacientes desistiram de finalizar a escala. Houve ainda pacientes que 
apresentaram quadro sintomático leves, mas que não foram diagnosticados com uma depressão 
maior (FERRARI;DALACORTE, 2007). 
O estudo feito por Siqueira et al. (2009), sinalizou uma maior predominância da depressão 
nos homens do que nas mulheres, pois estas dificultaram nas respostas das perguntas da escala, 
por apresentarem baixo nível cognitivo. Esses pesquisadores idealizaram a criação de uma 
nova escala em virtude das dificuldades encontradas em aplicar a escala nos idosos avaliados 
por eles, visto que a aplicação da Escala de Depressão Geriátrica não seria o suficiente para 
indicar um quadro depressivo no idoso (SIQUEIRA et al., 2009). 
 Com relação á analise do estudo feito por Nascimento et al. (2013) em idosos 
institucionalizados, baseado no questionário em versão reduzida constatou-se que cerca de 65% 
deles apresentaram quadro de depressão leve ou grave. Levando em consideração que a 
diferença entre os índices de depressão em idosos hospitalizados e institucionalizados é devido 
à função de diversos outros fatores em que este indivíduo pode se encontrar. 
No estudo de Guths et al. (2017) em idosos institucionalizados, o GDA -15 revelou que 
53% dos idosos apresentaram sintomas de depressão moderada e um idoso de depressão grave. 
Em um estudo realizado em Erechim-RS observou que 57% dos idosos estão no 
parâmetro da normalidade, 38 % apresentavam depressão leve e somente 0,5% de depressão 
grave, isso demonstra um resultado positivo que o município está promovendo para essa 
população, idoso estar institucionalizado não define que o mesmo vá desenvolver a doença, 
sendo este um argumento empírico da sociedade (RALDI et al., 2016). 
O diferencial encontrado em base desse estudo é que os referidos autores levaram em 
consideração que o idoso necessita de atividades multidisciplinares, visando melhorar a saúde 
e o bem-estar dos idosos (NASCIMENTO et al., 2013). Sendo assim, evitando o surgimento de 
 
 
 
9 
 
alterações do humor ou quaisquer outras doenças psicossomáticas (ROESLER et al., 2012, 
AGUIAR et al., 2014). Porém, sempre levando em consideração que deve existir mais estudos 
aprofundados em relação ao surgimento da depressão em idosos (RALDI et al., 2016). 
 
4 Conclusão 
Ressalta-se, que saber escolher a população a ser avaliada é de extrema importância. Pois 
idosos que se encontram internados podem estar fragilizados e serem portadores de diversas 
patologias. Fazendo uso de determinados medicamentos ou até mesmo com a capacidade 
funcional reduzida. Assim se tornam mais suscetíveis a sintomas depressivos e acabam 
respondendo ás perguntas de formas negativas reduzindo a confiabilidade da escala nos idosos 
hospitalizados. Além disso, o hospital já é um ambiente onde prevalece um estado de tristeza, 
devido às tais condições que o idoso se encontra. 
Entretanto, a escala demonstrou um resultado mais satisfatório nos estudos feitos em 
idosos que se encontravam institucionalizados em abrigos e não no ambiente hospitalar. 
Conclui-se que a Escala de Depressão Geriátrica versão reduzida, serve apenas como um 
complemento para identificar os transtornos de humor e conhecimento a respeito da à saúde 
mental do idoso. Para obter um diagnóstico mais específico da depressão sugerimos que seja 
feita a realização de outros exames que avaliam a saúde mental deste idoso. 
 
Referências 
AGUIAR, A.M.A. et al. Prevalência e determinantes de sintomatologia depressiva em idosos 
assistidos em serviço ambulatorial. Rev. Bras. Geriatr. Gerontol., v.17, n.4, p.853-866, 2014. 
 
ALMEIDA, O.P.; ALMEIDA, S.A. Confiabilidade da versão brasileira da Escala de Depressão 
em Geriatria (GDS) versão reduzida. Arq. Neuro-Psiquiatr. v.57(2-B), p.421-426, 1999. 
 
CONDÉ, S.A.L. et al. Declínio cognitivo, depressão e qualidade de vida em pacientes de 
diferentes estágios da doença renal crônica. J. Bras. Nefrol., v.32, n.3, p.242-248, 2010. 
 
CARNEIRO, R.S. et al. Qualidade de vida, apoio social e depressão em idosos: relação com 
habilidades sociais. Psicol. Reflexão Crít., v.20, n.2, p. 229-237, 2007. 
 
ESQUENAZI, D.; SILVA, S.R.B; GUIMARÃES, M.A.M. Aspectos fisiopatológicos do 
envelhecimento humano e quedas em idosos. Rev. Hosp. Univers. Pedro Ernesto, v.13, n.2, 
p.11-20, 2014. 
 
FECHINE, B.R.A; TROMPIERI, N. O processo de envelhecimento: as principais alterações 
que acontecem com o idoso com o passar dos anos. Rev Cient. Int., v.20, n.1, p.106-194, 2012. 
 
FERRARI, J.F.; DALACORTE, R.R. Uso da escala de depressão geriátrica de Yesavage para 
avaliar a prevalência de depressão em idosos hospitalizados. Scie. Med., v.17, n.1, p.3-8, 2007. 
 
 
 
10 
 
 
GÜTHS, J.L.S. et al. Perfil sociodemográfico, aspectos familiares, percepção de saúde, 
capacidade funcional e depressão em idosos institucionalizados no Litoral Norte do Rio Grande 
do Sul, Brasil. Rev. Bras. Geriatr. Gerontol., v.20, n.2, p.175-185, 2017. 
 
LIMA, M.S. Epidemiologia e impacto social. Rev. Bras. Psiquiatr., v.21(Suppl 1), p.1-5, 1999. 
 
NASCIMENTO, D.C.; BRITO, M.A.C; SANTOS, A.D. Depressão em idosos residentes em 
uma instituição asilar da cidade de Juazeiro do Norte, Ceará, Brasil. J. Manag. Prim. Health 
Care, v.4, n.3, p.146-150, 2013. 
 
NÓBREGA, I.R.A.P. et al. Fatores associados à depressão em idosos institucionalizados: 
revisão integrativa. Saúde Debate, v.39, n.105, p.536-50, 2015. 
 
PARADELA, E.M.P.; LOURENÇO, R.A.; VERAS, R.P. Validação da escala de depressão 
geriátrica em um ambulatório geral. Rev. Saúde Pública, v.39, n.6, p.918-923, 2005. 
 
RALDI, G.V.; CANTELE, A.B.; PALMEIRAS, G.B. Avaliação Da Prevalência de Depressão 
em Idosos Institucionalizados em uma ILPI No Norte do RS. Rev. Enferm., v.12, n.12, p.48-63, 
2016. 
 
ROESLER, E. et al. Prevalência e fatores associados à depressão entre idosos 
institucionalizados: subsídio ao cuidado de enfermagem. Rev. Esc. Enferm.. USP, v.46, n.6, 
p.1387-1393, 2012. 
 
SIQUEIRA, G.R. et al. Análise da sintomatologia depressiva nos moradores do Abrigo Cristo 
Redentor através da aplicação da Escala de Depressão Geriátrica (EDG). Ciênc. Saúde Coletiva, 
v.14, n.1, p.253-259, 2009. 
 
YESAVAGE, J.A. et al. Development and validation of a geriatric depression screening scale: 
a preliminary report. J. Psychiat. Res., v.17, n.1, p.37-49, 1983. 
 
TRINDADE, A.P.N.T. et al. Repercussão do declínio cognitivo na capacidade funcional em 
idosos institucionalizados e não institucionalizados. Fisioter. Mov., v.26, n.2, p.281-289, 2013. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
CAPITULO 02 
 
 
Funcionalidade do Idoso Hospitalizado com Índice de Barthel: Revisão Narrativa 
 
 
Maressa Raquel de Carvalho Serafim1 
Meriane Mendes Tavares da Silva2 
Maristela Prado e Silva Nazario3 
Ariane Hidalgo Mansano Pletsch4 
Juliana Santi Sagin Pinto Bergamim5 
 
 
 
Resumo 
Introdução: O aumento da expectativa de vida dos brasileiros traz como consequência evidente 
a busca por atendimento hospitalar devido a distúrbios psicológicos, físicos e acidentes 
ocorridos pela perda de mobilidade advindo do aumento da idade. Objetivo: O estudo visa 
identificar o declínio da funcionalidade do idoso e seus riscos consecutivos. Deste modo, 
mostrar como a avaliação da capacidade funcional torna-se indispensável para fundamentar um 
diagnóstico, prognóstico e também servir como uma base para orientação sobre o cuidado 
necessário ao idoso hospitalizado. Método: Foi realizado uma revisão narrativa através da 
biblioteca on line SciELO durante os meses de agosto e setembro de 2018. Os critérios de 
inclusão utilizados foram sobre o Índice de Barthel e sua funcionalidade na avaliação de idosos 
hospitalizados. Resultados: O Índice de Barthel é uma avaliação que procura compreender os 
aspectos da vida diária e a funcionalidade da independência nos quesitos locomoção, cuidados 
pessoais, movimentos e outros. A aposentadoria ou perda das práticas individuais de 
responsabilidade geram distúrbios como depressão,quedas e distorções no humor, além disso, 
a necessidade de hospitalização interfere plenamente no cotidiano dessas pessoas. Conclusão: 
O estudo conclui que a avaliação da funcionalidade do idoso utilizando o Índice de Barthel é 
um método eficaz para conseguir medir o grau de independência desse indivíduo com maior 
facilidade, com a finalidade de respeito e de garantir o bem-estar deste idoso, porém 
observamos a necessidade de desenvolver novos instrumentos que avaliem essa funcionalidade 
de uma maneira globalizada. 
 
Palavras-chave: Idoso. Hospitalização. Indice de Barthel. 
 
 
1 Introdução 
A Organização Mundial da Saúde - OMS define o idoso como todo indivíduo com idade 
igual ou superior a 60 anos. Em sua maioria já apresentam doenças crônicas adquiridas na 
juventude ou consequência de seu envelhecimento. A partir desta definição podemos interligar 
 
1 Acadêmico do Curso de Fisioterapia do Instituto Cuiabá de Ensino e Cultura (ICEC). 
2 Acadêmico do Curso de Fisioterapia do Instituto Cuiabá de Ensino e Cultura (ICEC). 
3 Docente do Curso de Fisioterapia do Instituto Cuiabá de Ensino e Cultura (ICEC). 
4 Docente do Curso de Fisioterapia da Universidade de Cuiabá (UNIC) 
5 Docente do Curso de Fisioterapia do Instituto Cuiabá de Ensino e Cultura (ICEC). 
 
 
 
12 
 
a situação atual da sociedade brasileira, na qual há uma aceleração demográfica da população 
idosa, com o aumento da expectativa de vida OMS, 2005. Ainda em detrimento das informações 
da OMS e o crescimento desta população, Borges et al. (2015) acrescenta que problemas são 
inerentes a essa situação, assim como, o aumento no índice de internação hospitalar. 
Segundo Converso e Lartelli (2007) o curso do envelhecimento intervém na capacidade 
funcional (CF) do idoso. As mudanças ocorridas na funcionalidade dos idosos são perceptíveis 
e enfatizadas quando ocorre a sua hospitalização podendo levar a uma incapacidade (CUNHA 
et al., 2009). O índice de Barthel é um instrumento utilizado para medir a CF e a mobilidade do 
indivíduo. Esse índice é medido através de atividades diárias da CF desses idosos (MAHONEY; 
BARTHEL, 1965). 
O estudo realizado por Araújo et al. (2007) mostra que o Índice de Barthel tem um nível 
competente de fidelidade, tornando-se decisivo para escolha do instrumento e viabilizando uma 
clara avaliação da CF do idoso e suas respectivas divergências6. Como a avaliação da CF torna-
se indispensável para fundamentar um diagnóstico, prognóstico e também servir como uma 
base para orientação sobre o cuidado necessário ao idoso hospitalizado, o estudo visou 
identificar o declínio da funcionalidade do idoso e seus riscos consecutivos. 
 
2 Metodologia 
Foi realizado uma revisão narrativa através da biblioteca on line SciELO durante os meses 
de agosto e setembro de 2018, com as seguintes palavra-chave: Índice de Barthel, idoso, 
avaliação, funcionalidade e hospitalização. Os critérios de inclusão utilizados para o 
desenvolvimento deste trabalho foram estudos que utilizaram o Índice de Barthel para avaliação 
da funcionalidade na avaliação de idosos hospitalizados. 
Após a leitura de 31 resumos, selecionamos 17 artigos lidos na integra e analisados 
conforme população alvo, tipos de estudos e objetivos que preencheram os critérios de inclusão. 
Foram excluídos estudos e que não estavam relacionados ao Índice de Barthel e capacidade 
funcional do idoso. 
 
3 Resultados e Discussão 
Segundo Minosso et al. (2010) o Índice de Barthel é uma avaliação que procura 
compreender os aspectos da vida diária e a funcionalidade da independência nos quesitos 
locomoção, cuidados pessoais, movimentos e outros. Este é o objeto do nosso estudo que visa 
acompanhar e observar as atitudes decorrentes deste processo, tais como: vestir-se, ingerir 
 
 
 
13 
 
alimentos, fazer higiene pessoal, subir e descer escadas, a utilização do sanitário, entre outros 
(MAHONEY; BARTHEL 1965). 
Santos e Cunha (2014), discorrem que vários profissionais da saúde como fisioterapeutas 
e enfermeiros têm utilizado a avaliação da CF como instrumento para obter dados 
multidisciplinares e atender os idosos com qualidade. Desse modo, os autores afirmam ainda 
que a partir desta verificação de escalas e trabalho com questionamentos é possível verificar 
como funciona a capacidade dos idosos de realizar as atividades comuns do cotidiano. A equipe 
multidisciplinar é importante nesse patamar para identificar e planejar as atuações tanto na 
prevenção de doenças e riscos, como na reabilitação dessas pessoas que devem ter autonomia 
para exercer suas funções (CRISTO; PERNAMBUCO 2009). 
O aumento da expectativa de vida do Brasil transforma o país em uma pátria de idosos, 
desse modo, a geração necessita de cuidados específicos em detrimento das dificuldades 
encontradas neste período da vida (OMS, 2005). Desse modo, inúmeros fatores podem 
contribuir para a dependência de ações da vida diária, como o risco da hospitalização e doenças 
com dificuldade de recuperação, visto sua fragilidade (CHERNICHARO; FERREIRA 2015). 
Chernicaro e Ferreira (2015) acrescentam ainda que o trabalho de educação em saúde é 
importante tanto quando o idoso se encontra hospitalizado como quando recebe alta. É um 
processo contínuo que se inicia no hospital com o treinamento para os familiares ou cuidadores 
agirem de forma correta no domicílio, garantindo ao idoso tratamento adequado e evitando uma 
maior dependência deste. Algo a ser ressaltado nesta prática é a atribuição de materias 
educativos que explicitem as principais dúvidas ocorridas no processo, concretizando 
procedimentos necessários para o desenvolvimento deste idoso e sua recuperação. 
Sobre as características emocionais do idoso durante a hospitalização, Care (2007) relata 
que a transição ocorrida durante a terceira idade pode facilitar o aparecimento reações negativas 
no idoso. A aposentadoria ou perda das práticas individuais de responsabilidade geram 
distúrbios como depressão, quedas e distorções no humor. 
Além disso, a necessidade de hospitalização interfere plenamente no cotidiano dessas 
pessoas. Care (2007) demonstra ainda que o idoso precisa ser compreendido, e ter seus anseios 
e preocupações identificados, papel atribuído ao psicólogo. São comuns as indagações por meio 
dos doentes sobre o seu estado de saúde, por isto necessita de um olhar diferenciado que paute 
na preservação de sua integridade física, emocional e religiosa. 
É importante ressaltar que a fragilidade existente deve ser gerida pela equipe de saúde e 
familiares, a fim de promover o bem-estar dessas pessoas. Conhecer os causadores da 
 
 
 
14 
 
fragilidade em idosos e procurar estratégias que as solucione é algo inerente a um país que passa 
por um período de evolução do processo de envelhecimento. Desse modo, podem facilitar a 
identificação de certos agravantes que contribuem para o preparo dos profissionais da saúde 
para lidarem com os casos e/ou trabalhar a prevenção destas questões (CARNEIRO, et al. 
2016). 
Com a finalidade de diagnósticos precisos e orientações perspicazes, é utilizado por 
profissionais de saúde instrumentos que procuram avaliar a capacidade de realização de 
diversas atividades, a chamada funcionalidade, nesta questão específica, a do idoso (LIMA; 
PORTELLA, 2010) 
O Índice de Barthel, portanto, é uma escala que possibilita uma avaliação da 
independência do idoso, atribuindo pontos para cada atividade desenvolvida, que podem variar 
de 0 a 100 (APOSTOLO, 2012). 
Na alimentação, a pontuação zero é atribuída à incapacidade de alimentar-se sozinha, a 
cinco a necessidade de auxílio para elementos como efetuar cortes, entre outros, e a dez para a 
independência nas atividades referidas. No banho, são duas pontuações, zero para auxilio e 
cinco para independente. As atividades de higiene pessoal como fazer abarba, escovar os 
dentes, pentear os cabelos, recebem zero para a necessidade de ajuda e cinco para a 
independência (APOSTOLO, 2012). 
Para ações como se vestir é atribuído zero quando o idoso é dependente de auxilio, cinco 
quando necessita de auxílio em uma parte específica e dez quando se veste totalmente sozinho, 
incluindo zíper, laços e botões (APOSTOLO, 2012). 
Com relação ao intestino as classificações estão entre zero para incontinente, cinco para 
situações ocasionais e dez para continente, essa mesma pontuação é utilizada para o sistema 
urinário. O uso do banheiro segue a seguinte escala: zero para dependente, cinco para ajuda 
parcial e dez para independência total (APOSTOLO, 2012). 
Casos como a transferência de uma cama para cadeira ou cadeira/cama são proferidos 
zero para incapacidade de realização, cinco para ajuda de uma ou duas pessoas, dez para pouca 
ajuda e quinze para independência de ações mesmo com bengala (APOSTOLO, 2012). 
No caso da mobilidade em ambientes planos, as medições referem zero para a 
incapacidade, cinco cadeiras de rodas independente, dez caminhadas com auxílio de uma pessoa 
e quinze para realização independente (APOSTOLO, 2012). 
Nas escadas, zero é atribuído para incapacidade, cinco para ajuda e dez independências 
(APOSTOLO, 2012). 
 
 
 
15 
 
Paixão Junior e Reichenhem (2005) complementam que a avaliação dos idosos de forma 
qualitativa e a proveitos condizentes com a realidade da maioria dos pacientes, proporcionaria 
uma prevenção de diagnósticos que colaborariam para a identificação e tratamento de doenças 
de forma a não os retirar de seus lares. Já que a hospitalização se torna um agravante em diversas 
dimensões para a população idosa, o que existe na atualidade não atua de forma necessária para 
garantir a qualidade de vida dessas pessoas. 
Paixão Junior e Reichenhem (2005) indagam ainda, a necessidade de existir um 
processo de comparação de resultados, novos instrumentos que mapeiem e consigam dinamizar 
a avaliação dos idosos, a fim de proporcionar ajuda nas decisões a serem tomadas. A partir das 
definições destes instrumentos é possível efetuar considerações sobre as patologias e as ações 
sobre elas, desse modo devemos observar que ao efetuar reavaliações periodicamente, ficaria 
mais fácil à introdução de novos procedimentos caso haja uma maior debilidade da 
funcionalidade. Outro caso seria poder avaliar patologias que por muitas vezes passariam 
despercebidas. 
 
4 Conclusão 
Compreende-se é que há necessidade de que os idosos hospitalizados tenham um 
suporte diferenciado no andamento de suas atividades cotidianas. Analisando e identificando o 
desenvolvimento da sua funcionalidade e criando uma estrutura que proporcione estímulos e 
melhor qualidade para o convívio diário dos idosos hospitalizados. Algo importante a 
acrescentar é que a análise detalhada da capacidade funcional do idoso é a chave principal para 
que consigamos progredir nos tratamentos necessários. 
A fase da vida em questão colabora para diversas interrupções da capacidade funcional 
dos indivíduos, desse modo, através do índice de Barthel, analisamos que a hospitalização deste 
idoso vem a contribuir para a piora deste quadro. Portanto este instrumento é tido como um 
método claro e eficaz de avaliação, comprovando que após certo período hospitalizado há um 
declínio gradual deste idoso. Porém é preciso desenvolver novos instrumentos que avaliam este 
paciente de uma maneira globalizada. 
 
Referências 
APOSTOLO, J.L.A. Instrumentos para avaliação de geriatria. Escola superior de enfermagem 
de Coimbra, 2012. 
 
ARAÚJO, F. et al. Validação do índice de Barthel numa amostra de idosos não 
institucionalizados. Qualidade de vida, v. 25, n 2, 2007. 
 
 
 
16 
 
 
AZEVEDO, P.W. et al. Avaliação da funcionalidade dos idosos institucionalizados em um 
pensionato do sul do Brasil através do índice de Barthel. Mov. Saúde, v.4, n.20, p.1-5, 2012. 
 
BORGES, E.M. et al. Diminuição da funcionalidade em idosos reinternados. Arq. Ciênc. Saúde. 
v. 22, n. 2, p. 38-41, 2015; 
 
CARE E. Atendimento ao paciente idoso. Rev. SBPH, v.10, n.2, p.7-11, 2007. 
 
CARNEIRO, J.A. et al. Prevalence and factors associated with frailty in non-institutionalized 
older adults. Rev. Bras. Enferm., v.69, n.3, p.408-415, 2016. 
 
CHERNICHARO, I.M.; FERREIRA, M.A. Sentidos do cuidado com o idoso hospitalizado na 
perspectiva dos acompanhantes. Esc. Anna Nery, v.19, n.1, p.80-85, 2015. 
 
CONVERSO, M.E.R.; LARTELLI, I. Caracterização e análise do estado mental e funcional de 
idosos institucionalizados em instituições públicas de longa permanência. J. Bras. Psiquiatr., 
v.56, n.4, p.267-272, 2007. 
 
CRISTO, G.O.; PERNAMBUCO, A.C.A. O impacto na funcionalidade de idosos internados 
em um hospital geral. Rev Einstein, v.7, n.3, p.266-270, 2009. 
 
CUNHA, F.C.M. et al. Fatores que predispõem ao declínio funcional em idosos hospitalizados. 
Rev. Bras. Geriatr. Gerontol., v.12, n.3, p.475-487, 2009. 
 
LIMA, M.J.B.; PORTELLA, M.C. Elaboração e avaliação da confiabilidade de um instrumento 
para medição da qualidade de vida relacionada à saúde de idosos independentes. Cad. Saúde 
Pública, v.26, n.8, p.1651-1662, 2010. 
 
MAHONEY, F.I.; BARTHEL, D.W. Functional Evaluation: the Barthel Index. Maryland State 
Med. J., v.14, p.56-61, 1965. 
 
MINOSSO, J.S.M. et al. Validação, no Brasil, do Índice de Barthel em idosos atendidos em 
ambulatórios. Acta Paul. Enferm. v.23, n.2, p.218-223, 2010. 
 
OMS - Organização Mundial de Saúde. Envelhecimento ativo: uma política de saúde. Brasília: 
OPAS, 2005. 
 
PAIXÃO, J.R.C.M; REICHENHEM, M.E. Uma revisão sobre instrumentos de avaliação do 
estado funcional do idoso. Cad. Saúde Pública, v.21, n.1, p.7-19, 2005. 
 
SANTOS, G.S.; CUNHA, I.C.K.O. Capacidade funcional e sua mensuração em idosos: uma 
revisão integrativa. REFACS, v.2, n.3, p.269-278, 2014. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
CAPITULO 03 
 
As Vantagens da Mobilização Precoce em Pacientes na Unidade de Terapia Intensiva 
 
 
Debora Pereira Pinheiro1 
Rayssa Laura de Carvalho Magalhães1 
Olyvia Ribeiro Derze2 
Juliana Santi Sagin Pinto Bergamim3 
Ariane Hidalgo Mansano Pletsch4 
Maristela Prado e Silva Nazario5 
 
Resumo 
Introdução: Na Unidade de terapia intensiva a perda de mobilidade em pacientes 
hospitalizados tem impacto negativo em vários sistemas orgânicos e pode levar ao 
aumento do tempo de internação e à mortalidade. Sendo assim, torna-se importante o 
uso da mobilização precoce com o intuito de diminuir o risco de hospitalização prolongada e 
os custos relacionados à pacientes com alta taxa de permanência em leitos de UTI. Objetivo: 
O presente artigo tem como proposta analisar a importância da mobilização precoce em 
pacientes críticos na unidade de terapia intensiva. Métodos: Trata-se de uma revisão de 
literatura baseada em trabalhos escritos em português e inglês, através de um levantamento 
bibliográfico encontrado em materiais publicados em redes eletrônicas cientificas obtida nas 
bibliotecas on line Scielo e Bireme, no período de 2009 a 2018. Resultados: Verificou-se que 
a mobilização precoce em pacientes críticos na unidade de terapia intensiva traz benefícios aos 
pacientes hospitalizados em relação à recuperação de forma rápida e reduzindo os problemas 
respiratórios e musculares. Dessa forma, reforça o papel do fisioterapeuta nesse processo, já 
que o mesmo é responsável pela conduta da terapia. Conclusão: Conclui-se que a mobilização 
precoce em pacientes que se encontram nas unidades de terapia intensiva é eficaz e benéfica, 
preservando a força muscular periférica e respiratória. 
 
Palavras-chave: Deambulação Precoce. Fisioterapia. Unidades de Terapia Intensiva. 
 
 
1 Introdução 
As transformações ocorridas no mundo da saúde, trazem a partir da década de 70 a 
importância do fisioterapeuta na equipemultidisciplinar nos hospitais e atuando com pacientes 
em estágio crítico. A fisioterapia intensiva, ganha destaque e a terapia de mobilização precoce 
nos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) contribuem significativamente para que o 
paciente se recupere de forma mais rápida. 
Nesse novo cenário da medicina onde a partir do século XX, houve um avanço em relação 
 
1 Acadêmico do Curso de Fisioterapia do Instituto Cuiabá de Ensino e Cultura (ICEC). 
2 Docente do Curso de Fisioterapia do Instituto Cuiabá de Ensino e Cultura (ICEC). 
3 Docente do Curso de Fisioterapia do Instituto Cuiabá de Ensino e Cultura (ICEC). 
4 Docente do Curso de Fisioterapia da Universidade de Cuiabá (UNIC). 
5 Docente do Curso de Fisioterapia do Instituto Cuiabá de Ensino e Cultura (ICEC). 
 
 
 
18 
 
a técnica de mobilização precoce em pacientes críticos. A imobilidade, juntamente com a 
utilização de medicamentos podem afetar o sistema musculoesquelético assim como as funções 
viscerais, causando impactos no sistema respiratório, cardiovascular e o sistema urinário. Daí 
vem a importância da fisioterapeuta e principalmente da mobilidade precoce na unidade de 
terapia intensiva propiciando uma melhor qualidade de vida ao paciente, contribuindo para uma 
recuperação mais rápida (PINHEIRO, 2009). 
 A fisioterapia é indissociável nas unidades de terapia intensiva, quando a mobilização 
precoce é utilizada de forma eficaz além dos benefícios psicológicos, físicos e ganho de 
qualidade de vida e recuperação rápida do paciente, ainda reduz os custos hospitalares e 
contribui para a redução do tempo de permanência, gerando maior oferta de leitos vagos para a 
população e reduzindo os efeitos deletérios da imobilidade prolongada (REIS et al. 2018). 
Portanto será abordado tal assunto para descobrir a relevância da mobilidade precoce 
como terapia, possibilitando uma recuperação rápida e uma maior qualidade de vida aos 
pacientes em estágio critico na unidade de terapia intensiva. Demonstrando a importância da 
fisioterapia na equipe multidisciplinar, auxiliando o paciente, a equipe e a família do paciente. 
O objetivo desse artigo é analisar as vantagens da mobilização precoce em pacientes com 
estágio critico que se encontram na UTI, bem como, demonstrar os benefícios que a 
mobilização precoce como: preservar a força e a massa muscular, melhorando o fluxo 
sanguíneo, estimulando a produção de citocinas anti-inflamatórias, além de contribuir para 
redução de complicações pulmonares e musculoesqueléticas. 
 
2 Metodologia 
Foi realizado um estudo de revisão de literatura em relação à abordagem do tema. A 
pesquisa foi baseada em trabalhos escritos em português e inglês no período de 2009 a 2018, 
através de um levantamento bibliográfico encontrado em materiais publicados nas bibliotecas 
on line Scielo e Bireme, e todos os meios científicos confiáveis. 
Por fim serão extraídas informações e explicações sobre a mobilidade precoce, 
demonstrando sua eficiência e eficácia para uma pratica hospitalar de qualidade, levando a 
melhoria e rapidez de recuperação do paciente critico na UTI. 
 
3 Resultados e discussão 
3.1 Unidades de Terapia Intensiva e a Fisioterapia na UTI 
O conceito de UTI, e sua idealização vai de encontro com a ideia de acolher pacientes 
 
 
 
19 
 
que estão em estado grave de sobrevida e precisam de cuidados especiais e complexos, além de 
um monitoramento constante (ASSOBRAFIR, 2009). Nesse aspecto, a unidade de terapia 
intensiva exige uma equipe multidisciplinar, que ainda discorre que o conceito e equipe com 
seus valores implica na existência de uma visão ampla e coletiva, em que é necessária a 
coerência de propósito, a sincronização e a continuidade de ação (KAMADA, 1978). Não basta 
que um determinado grupo trabalhe em conjunto; é imprescindível que o mesmo esteja 
estreitamente unido e motivado para um objetivo comum. 
A alta tecnologia adotada nos leitos de UTI, com aparelhos, assim como os medicamentos 
e o próprio processo de imobilidade trazem incomodo aos pacientes em estágio critico, dessa 
maneira a partir de 1995, tem início ao movimento de humanização nos leitos de UTI que visam 
aumentar os laços de proximidade, auxiliando para que o ambiente hospitalar possa ser mais 
humano. Por isso, a organização desse ambiente é de grande importância para proporcionar aos 
pacientes e à equipe o máximo de conforto e segurança possível, de forma que os aspectos 
sejam incluídos na prática de humanização. O fisioterapeuta exerce um papel fundamental na 
reabilitação dos pacientes internados em UTI, e, além de qualidade técnica, deve prezar pela 
qualidade relacional de sua assistência, a fim de transmitir confiança e de estar atento às 
necessidades dos pacientes (MONDADORI et al. 2016). 
De acordo com Pinheiro e Christofoletti (2012), no ambiente hospitalar, os serviços 
prestados, pelos profissionais de saúde tem como objetivo recuperar a condição clinica dos 
pacientes, a fim de que eles possam retornar a realidade com qualidade de vida. Nesse aspecto, 
em relação a estrutura da unidade de terapia intensiva temos: “Cada leito na UTI deve conter 
uma cama Fowler, monitor multiparamétrico, bomba de infusão contínua, AMBU e rede de 
gases, com no mínimo saídas de ar comprimido e oxigênio, aspirador, ventilador mecânico 
microprocessado e colchões especiais que visam diminuir os quadros de úlceras por pressão” 
(PINHEIRO, 2009). 
O papel do profissional de fisioterapia na unidade de terapia intensiva torna-se essencial 
e parte integrante no atendimento multidisciplinar, a atuação desse profissional evita danos 
respiratórios e danos motores, com a prática da mobilidade precoce (CRUZ, 2018). Um foco 
multidisciplinar na mobilização precoce é necessário como parte das rotinas clínicas diárias na 
UTI. A estrutura da equipe multidisciplinar e a inclusão de fisiatras, médicos, terapeutas 
ocupacionais, fisioterapeutas, enfermeiros, nutricionistas, psicólogos, fisiologista e assistentes 
sociais pode servir como um excelente modelo para a construção de uma equipe de mobilidade 
precoce na UTI. Isto pode ser útil para avaliar os diferentes componentes de um programa de 
 
 
 
20 
 
treinamento próprio, incluindo o tipo, frequência, intensidade e exercícios específicos, além do 
tipo de programas e intervenções psicossocial (BORGES et al., 2009; FRANÇA et al., 2012). 
Lopes e Brito (2009) relatam que a questão técnica é importante, no entanto a relação 
com o paciente num aspecto humanizado deve ser primordial pois nas condições que os 
pacientes se apresentam durante o tratamento intenso, as questões psicológicas estão adjuntas 
a patologias físicas. 
A história da fisioterapia vai desde a Antiguidade, utilizando propriedades físicas e 
químicas como, gelo, calor, para o alivio da dor, sequencialmente surgiu às técnicas de 
massagem e enfaixamento para alívio das dores e diminuição das deformidades. Porém só na 
segunda guerra mundial a fisioterapia se disseminou se tornando conhecida através da fundação 
de escolas de cinesioterapia para aprimorar o tratamento dos soldados mutilados, sobreviventes 
da guerra (LOPES; BRITO, 2009). 
A fisioterapia foi regulamentada como profissão pelo decreto lei de número 938, 13 de 
outubro de 1969. Tem como principais atribuições: a realização de métodos, técnicas e 
procedimentos terapêuticos, sob contato físico aplicados diretamente ao paciente, estando ele 
consciente ou não (BRAZ et al., 2009). 
A portaria do ministério da saúde número 3432, em vigor desde de 12/08/1998 diz que as 
UTI, com nível terciário devem contar com assistência fisioterapêutica em período integral 
dessa forma reduzem os custos hospitalares e principalmente contribuem para uma recuperação 
mais eficaz de pacientes em estado crítico, que ainda complementa lembrando da resolução da 
SOBRATI (AssociaçãoBrasileira de Terapia Intensiva) acerca da terapia intensiva. A resolução 
número 7 da RDC (Resolução da Diretoria Colegiada), que dispõe dos requisitos mínimos para 
o funcionamento das UTI, deu novas disposições a fisioterapia, onde deve haver um 
fisioterapeuta coordenador, especializado em terapia intensiva de modo que aumente a carga 
horária e principalmente que a cada dez leitos, tem que haver um profissional de fisioterapia 
(ULTRA, 2009). 
Nesse aspecto a terapia intensiva é conceituada dessa forma: 
 
O fisioterapeuta intensivista é aquele que tem sua dedicação total voltada ao paciente 
critico, realizando seu diagnóstico funcional [...] com objetivo de melhora do quadro 
do paciente, debatendo com a equipe multidisciplinar deforma coerente a estadia do 
paciente na terapia intensiva (SUBTIL et al., 2011). 
 
Um dos pontos considerados importantes, é que a assistência fisioterapêutica pode 
auxiliar nos problemas precoces cinéticos-funcionais, em pacientes em estágio grave na unidade 
de terapia intensiva (SOARES et al., 2010). Desse modo, a partir da inserção do fisioterapeuta 
 
 
 
21 
 
na equipe multidisciplinar nas unidades de terapia intensiva na década de 70, houve avanços 
em relação a como o tratamento com exercícios e principalmente através da mobilidade 
precoce, trouxeram vantagens a esses pacientes. O oficio do fisioterapeuta na UTI, ganha um 
outro patamar, aplicando técnicas motoras respiratórias, introduzindo a reabilitação 
respiratória de cuidados com a via aérea artificial e mais recentemente a manipulação da 
ventilação mecânica invasiva e não invasiva (ASSOBRAFIR, 2009). 
As especialidades envolvidas em pacientes críticos estão na resolução número 400 de 
2011, que trata especialmente da fisioterapia respiratória e na resolução de número 402 de 2011 
que são reconhecidas pelo Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional 
(COFFITO), sendo essenciais para uma prática hospitalar eficaz do fisioterapeuta. Nesse 
aspecto, o papel do fisioterapeuta vai de encontro com a humanização das unidades de terapia 
intensiva. O seu oficio é de grande parte usar as mãos como instrumento de trabalho, um 
atendimento sem empatia e sem humanização seria praticamente nulo aos pacientes críticos. 
Para que o contato entre o fisioterapeuta e o paciente seja considerado bom, deve haver 
empatia, reciprocidade, confiança e afeto, para com isso reduzir o desconforto dos entes 
queridos e utilizando práticas que mostram boa conduta profissional e de humanização 
(SUBTIL et al., 2011). 
Nesse aspecto em relação a fisioterapia enquanto ciência temos abaixo esse conceito: 
 
Ciência voltada para o entendimento da funcionalidade humana, a fisioterapia tem 
papel fundamental no processo de recuperação dos pacientes internados em UTI, onde 
o profissional trabalha com o objetivo de reabilitar indivíduos hospitalizados, 
auxiliando em seu processo de cura. Sabe-se da importância da intervenção 
fisioterápica em pacientes assistidos nas unidades de terapia intensiva e que os 
benefícios são vários (como prevenir e reduzir os efeitos deletérios ocasionados pelo 
leito, propiciar bem-estar psíquico aos pacientes, melhorar a capacidade respiratória e 
cardiovascular, promover independência funcional, proporcionar e acelerar uma 
recuperação de qualidade, além de diminuir o tempo de hospitalização desses 
indivíduos (MONDADORI et al., 2016). 
 
São abundantes os procedimentos que um fisioterapeuta pode realizar nas UTI tais como 
avaliar e tratar as funções motoras e respiratórias, determinar as medidas para o suporte 
ventilatório instalando e manuseando a oxigenioterapia ou oxigenação mecânica, técnicas 
fisioterapêuticas que incluem manobras de higienização brônquica, exercícios respiratórios, 
fortalecimento muscular global, readequação evolutiva do paciente aos esforços (PINHEIRO, 
2009). 
Dentre as principais atividades do fisioterapeuta que atua na unidade de terapia intensiva 
encontra esses dois aspectos: 
 
 
 
22 
 
a) A fisioterapia respiratória: é o suporte ventilatório, com a parte de fisiologia 
respiratória, suporte respiratório, oxigenioterapia, ventilação mecânica não 
invasiva e ventilação mecânica invasiva e toda essa parte de cuidado 
respiratório do paciente, que é um dos motivos que o leva a UTI. 
b) A fisioterapia motora: a fisioterapia motora inclui a parte de fortalecimento, 
reabilitação, prevenção de deformidades e tratamento de complicações 
relacionadas com a permanência desses pacientes que estão muito tempo 
imóveis no leito. É muito importante nesse contexto a mobilização precoce, 
cujo planejamento também é feito por esse profissional. No momento em que 
entramos na UTI já devemos pensar em mobilizar esse paciente o mais rápido 
possível. 
 
Portanto, ao longo da história compreendemos os avanços da medicina e as suas 
mudanças. A formação, concepção e objetivo das unidades de terapia intensiva, assim como o 
papel do fisioterapeuta nessas unidades que ganharam e vem ganhando uma ótica humanizada, 
proporcionando a equipe multidisciplinar uma maior empatia para com o paciente. Nesse 
aspecto, a fisioterapia se torna um instrumento que vai além das técnicas impostas nas terapias, 
e sim no ato de se doar e principalmente colaborar com a recuperação rápida e eficaz dos 
pacientes em estado crítico. O fisioterapeuta contribui não somente com o paciente, mas com 
todos os envolvidos no processo, demonstrando que esse oficio é essencial e primordial para 
um ambiente hospitalar eficiente e humanizado. 
 
3.2 Mobilização Precoce para Pacientes em UTI 
As Unidades de Terapia Intensiva têm por foco o suporte à vida, e ao tratamento de 
pacientes com instabilidade clínica. A impossibilidade de movimentação, associadas ao uso de 
medicamentos e ventilação mecânica, acarretam efeitos colaterais, como a diminuição da 
capacidade física. Para que haja bons resultados na qualidade de vida do paciente, se faz 
necessário uma multidisciplinaridade no âmbito hospitalar, de forma que a equipe médica esteja 
em sintonia com os fisioterapeutas, de forma que o tratamento ocorra sem muitas 
intercorrências. 
Pacientes admitidos em uma UTI e que sobrevivem à fase aguda de uma doença crítica 
relatam que apresentam fraqueza muscular. Estudos realizados sugerem que ela ocorre em 25% 
a 60% dos pacientes que recuperam a consciência depois de uma semana de ventilação 
mecânica, tendo, muitas vezes, repercussões por meses ou anos após a alta hospitalar, com 
impacto na realização das atividades de vida diária, na qualidade de vida e reintegração do 
paciente à sociedade (JONGHE 2009; VINCENT; NORRENBERG, 2009). Sibinelli et al. 
(2012), afirmam que: 
 
 O sistema musculoesquelético é projetado para se manter em movimento, sendo que 
https://www.iespe.com.br/blog/reabilitacao-acelerada-fisioterapia/
 
 
 
23 
 
são necessários apenas sete dias de repouso no leito para reduzir a força muscular em 
30%, levando a perda adicional de 20% da força restante a cada semana. 
 
A imobilidade no leito aliada a reações medicamentosas traz impactos para o paciente, 
podendo afetar o sistema musculoesquelético além das funções viscerais, causando assim 
alterações nos sistemas: respiratório, cardiovascular, e sistema urinário. Tendo em vista o 
quanto a imobilização é prejudicial a estes pacientes, se observa a necessidade da fisioterapia 
em intervir antecipadamente (PINHEIRO, 2009). 
Pacientes graves em uma UTI, realizando a mobilização precoce, algo vantajoso e viável. 
Um estudo de Borges et al. (2009) demonstrou que é um procedimento seguro, com muitas 
vantagens em se iniciar um tratamento precocemente. Segundo o estudo, a mobilização precoce 
é viável em qualquer paciente crítico estável hemodinamicamente, são raros os eventos 
adversos e não houve nenhum sério, ou seja, nenhum que ocasionasse em extubações ou 
complicações que acarretassem oaumento de custos ou o prolongamento da permanecia no 
centro hospitalar. 
A mobilização precoce é a base para a recuperação funcional, melhora o transporte de 
oxigênio, mantem a capacidade musculoesquelética, reduz as complicações do imobilismo e 
melhora a qualidade de vida após alta hospitalar. Essa mobilização será viável quando não 
houver ou quando for diminuída a sedação, analgesia e bloqueio neuromuscular, visto que 
contribuem para o agravamento dos resultados. O ortostatismo, a eletroestimulação 
neuromuscular, mudança de decúbito, mobilização passiva e deambulação são algumas das 
estratégias para realização do procedimento. De acordo com Silva et al., (2014): 
 
Há, cada vez mais, sobreviventes de doenças críticas, cujas complicações decorrentes 
da permanência prolongada na UTI contribuem para desordens neuromusculares, 
piora nas habilidades funcionais, aumento dos custos assistenciais e redução da 
qualidade de vida após alta hospitalar. A disfunção muscular pode ser agravada por 
consequências de doença, sedação e imobilidade no leito, bem como intensidade e 
duração inadequadas da reabilitação física. A frequência e gravidade da fraqueza 
neuromuscular e suas manifestações clínicas podem ser amenizadas, utilizando-se 
alternativas como a mobilização precoce (MP) para a prevenção e o tratamento de tais 
complicações. A terapia física precoce, inclusive durante o período de intubação e 
suporte ventilatório, pode ser realizada com segurança, melhorando os resultados 
funcionais dos pacientes. 
 
No ambiente hospitalar, o objetivo do serviço prestado pelos profissionais da saúde é 
recuperar a condição clínica dos pacientes, resultando em qualidade de vida após a alta 
hospitalar. A imobilidade, o descondicionamento físico e a fraqueza muscular estão associados 
a maior incapacidade e a reabilitação prolongada (PINHEIRO; CHRISTOFOLETTI, 2012). 
 
 
 
24 
 
Os efeitos benéficos relacionados à mobilização precoce em pacientes internados em UTI, 
não excluem a avaliação de alguns fatores de segurança antes da realização dessas atividades 
nesse ambiente. Os principais fatores de segurança que devem ser analisados são: fatores 
intrínsecos ao paciente, como antecedentes médicos, reservas cardiovascular e respiratória; e 
fatores extrínsecos ao paciente, como acesso vascular no paciente, ambiente e equipe (SILVA 
et al. 2010). 
Conceição et al. (2017), diz que, fatores externos como força física e funcionalidades 
prévias, nível de cooperação, dispositivos anexados ao paciente e a cultura de mobilização 
existente na unidade são relevantes para a reabilitação do paciente em UTI, resultando em uma 
melhora na qualidade de vida posterior a alta hospitalar. A própria autora afirma que: 
 
Estudos demonstram que a MP é segura e viável, porém ainda não há consenso em 
relação a seus desfechos. Estudos mostram potenciais benefícios como redução do 
tempo de ventilação mecânica, permanência na UTI, internação hospitalar, sedação e 
duração do delirium, custos hospitalares, além da melhora dos desfechos clínicos e 
funcionais na alta hospitalar. No entanto, estes resultados contrastam com os de outros 
estudos randomizados e controlados, que demonstraram que a realização de 
mobilização intensiva e precoce não altera funcionalidade e qualidade de vida quando 
avaliados na alta e até 6 meses após alta hospitalar. 
 
Acreditava-se, durante muitos anos, que o repouso absoluto seria a melhor forma de tratar 
o enfermo que se encontra em estado crítico, uma vez que este não resistiria a uma atividade 
física. Havia a crença de que era benéfico para a estabilização clínica do paciente. Entretanto, 
já se sabe que o descondicionamento físico e a fraqueza muscular, são complicações que surgem 
devido à imobilidade. Por essa prática, havia a piora do paciente e, ao mesmo tempo, risco de 
infecções e morbimortalidade (MUSSALEM et al., 2014). 
França et al. (2012) elenca os efeitos negativos e complicações que surgem devido à 
imobilidade. Entre eles estão: aumento da frequência cardíaca máxima; diminuição do volume 
total de sangue; alterações na relação ventilação / perfusão; diminuição na pressão arterial de 
oxigênio; aumento da excreção de cálcio, fósforo e magnésio; e diminuição da força e 
capacidade muscular. Desta forma, o repouso absoluto dos pacientes em UTI seria um declínio 
funcional para os mesmos, além de gerar mais gastos assistenciais. 
A fisioterapia é fundamental no atendimento aos pacientes em UTI, envolvendo 
atendimento a quadros críticos que necessitam ou não de suporte ventilatório, visando evitar 
possíveis complicações respiratórias e motoras ocasionadas pela imobilidade do paciente 
(CRUZ, 2018). A fisioterapia é uma ciência capaz de promover a recuperação e preservação da 
funcionalidade, podendo minimizar estas complicações. 
 
 
 
 
25 
 
O fisioterapeuta intensivista deve ter o compromisso de realizar a mobilização de 
forma precoce para proporcionar ao paciente uma melhor qualidade de vida e assim 
evitando na medida do possível os efeitos deletérios da síndrome do imobilismo 
(BORGES et al., 2009). 
 
Junior e Badaró (2013) indaga que a fisioterapia é de extrema relevância para a 
recuperação clínica de pacientes em UTI, trazendo benefícios funcionais. A mobilização 
precoce deve ser diariamente realizada com os pacientes críticos, internados em unidade de 
terapia intensiva, tanto naqueles estáveis, que se encontram acamados, inconscientes e sob 
ventilação mecânica, quanto naqueles conscientes capazes de realizar de forma independente. 
 
O treinamento físico tem sido cada vez mais reconhecido como um importante 
componente no cuidado de pacientes críticos que requerem ventilação mecânica 
prolongada, ao proporcionar melhora na função pulmonar, muscular e na 
independência funcional, acelerando o processo de recuperação e diminuindo assim o 
tempo de ventilação mecânica e de permanência na UTI (FRANÇA et al., 2009). 
 
A mobilização precoce traz benefícios físicos, psicológicos e evita os riscos da 
hospitalização prolongada, diminuindo a incidência de complicações, acelerando a recuperação 
e normalização do quadro após a alta do paciente. Se realizada precocemente, nos primeiros 
dias de internação, otimiza a recuperação funcional (CRUZ, 2018). 
As atividades desenvolvidas pelo fisioterapeuta em UTI podem ser: mudanças de 
decúbito e posicionamento no leito, mobilização passiva, exercícios ativo-assistidos e ativo 
livres, uso de cicloergômetro, eletroestimulação, treino de atividades de vida diária e 
funcionalidade, sedestação, ortostatismo, marcha estática, transferência da cama para cadeira e 
deambulação (FRANÇA et al., 2012). 
O fisioterapeuta é responsável pela prescrição e implementação dos exercícios e 
treinamentos, juntamente com os demais da equipe médica e assistencial responsável. Há um 
protocolo de mobilização, que vai desde exercícios com menor taxa metabólica como a 
mobilização passiva, a realização de transferências até exercícios com carga para membros 
superiores e membros inferiores e a utilização de ergômetros (FRANÇA et al., 2009). Para 
realizá-los, é preciso seguir algumas recomendações e analisar se existe alguma 
contraindicação. Em pacientes críticos, por exemplo, é necessário verificar a ventilação minuto 
pelo peso corporal. Após 2 horas de iniciada a hemodiálise ou já ter sido realizada a filtragem 
de 3.000ml é contraindicado realizar a mobilização (JUNIOR; BADARÓ, 2013). 
 
Tem sido adotado programas para início e evolução da mobilização precoce do 
paciente crítico, e são divididos em 4 ou 5 fases de fácil aplicação. As informações 
fornecidas incluem os tipos de pacientes para os quais cada fase é adequada, 
mobilidade na cama, transferências, marcha, exercícios terapêuticos, o 
 
 
 
26 
 
posicionamento, a educação, e a duração e frequência das sessões de mobilidade. Uma 
boacomunicação dentro da equipe multidisciplinar da UTI, que inclui um médico, 
fisioterapeuta e enfermeiro, é fundamental para proporcionar a mobilização adequada, 
dependendo da estabilidade clínica do paciente (JUNIOR; BADARÓ, 2018). 
 
A equipe multidisciplinar será responsável por analisar e identificar as indicações e 
contraindicações para que ocorra a mobilização precoce, a partir do conjunto de dados. Na UTI, 
geralmente, pacientes em estado crítico são sedados logo no princípio da internação para que o 
paciente tenha alívio da dor e diminua a ansiedade, para reduzir o consumo de oxigênio e 
impedir que o paciente desconecte o ventilador mecânico. Dependendo das drogas ministradas 
ao paciente, é contraindicado a realização da mobilização precoce, e a frequência de sedativos 
pode acarretar uma piora no quadro de imobilismo (SARTI et al., 2016). 
 
3.3 Perspectivas e Discussões acerca da Mobilização Precoce 
Foi observado que após três horas de mobilização passiva contínua diária, por meio de 
cicloergômetro apropriado para realização deste tipo de mobilização precoce, houve redução 
na atrofia de fibras e perda de proteínas (FRANÇA et al. 2009). Machado et al (2017) realizou 
um ensaio clínico randomizado envolvendo 38 pacientes em ventilação mecânica com 
fisioterapia convencional e outro grupo com fisioterapia convencional e exercícios passivos em 
cicloergômetro cinco vezes por semana, resultou que a realização de mobilização passiva 
contínua de forma cíclica auxilia na recuperação da força muscular periférica de pacientes 
internados em UTI. 
Pinheiro e Christofoletti (2012), afirmam que: 
 
Estudos recentes demonstram a importância de programas mobilização precoce na 
UTI, pois produz efeitos significativos nos desfechos clínicos, é considerada uma 
intervenção segura e viável após a estabilização cardiorrespiratória e neurológica do 
paciente crítico. Utilizada por muitos fisioterapeutas, a mobilização precoce deve ser 
aplicada diariamente nos pacientes internados em unidade de terapia intensiva, tanto 
naqueles estáveis, que se encontram acamados e inconscientes (que estão em 
ventilação mecânica), quanto naqueles conscientes e que realizam a marcha 
independente. 
 
Pacientes com maior tempo de internação em UTI, sob ventilação mecânica prolongada, 
estão naturalmente sujeitos à maior perda de massa muscular, com uma recuperação funcional 
mais demorada, em relação aos internados a pouco tempo. Vários fatores causam o 
descondicionamento físico e contribuem para um maior tempo de internação do paciente, o que 
o predispõe a um maior risco de infecção hospitalar e a outros efeitos colaterais à sua saúde 
(JUNIOR; BADARÓ, 2018). 
 
 
 
27 
 
Feliciano et al. (2012) em um estudo realizado, utilizando um protocolo de mobilização 
precoce, cujo objetivo foi comparar a eficácia da mobilização em pacientes que tiveram 
insuficiência respiratória, não se observou nenhuma intercorrência durante a sua aplicação, 
sendo ele considerado seguro; e os pacientes submetidos a esse protocolo apresentaram uma 
redução no tempo de internamento na UTI e uma redução de custos hospitalares. 
Outro estudo realizado por Pinheiro e Christofoletti (2012) que durou 6 semanas de 
treinamento físico, onde realizavam fortalecimento muscular, deambulação, e atividades 
funcionais em pacientes em ventilação mecânica comparado a outro grupo, onde os pacientes 
não realizavam nada disso, observou- se que houve um aumento significativo de ganho de força 
muscular de membros e também de função pulmonar nos pacientes que realizaram o 
treinamento fisioterapêutico. E os pacientes que não fizeram parte do estudo, houve redução de 
força muscular e maior comprometimento respiratório, sugerindo que a imobilidade é uma 
consequência importante em pacientes graves que estão em ventilação mecânica prolongada. 
Malkoc et al. (2009), em um estudo controlado com 510 pacientes, avaliaram os efeitos 
da mobilização precoce no tempo de estadia na UTI. Verificou-se que os pacientes mobilizados 
ficaram em média de 6 a 10 dias a menos internados na UTI. 
Santos et al. (2017) observaram que a mobilização precoce em pacientes após cirurgia 
cardíaca previne complicações pós-operatórias, melhora a capacidade funcional e reduz tempo 
de internação hospitalar. 
Rocha et al. (2017) estratégias de mobilização precoce na unidade de terapia intensiva 
podem resultar na prevenção e redução da polineuromiopatia no paciente crítico, melhora 
da qualidade de vida, redução da permanência na UTI e do hospital e 
menor mortalidade durante a hospitalização. 
Dantas et al. (2012) num ensaio clínico, controlado e randomizado realizado em 59 
pacientes, em ventilação mecânica avaliaram a mobilização precoce observaram que houve 
ganho da força muscular inspiratória e periférica quando submetida a um protocolo de 
mobilização precoce e sistematizado. 
Assim sendo, para Nascimento (2013) se mostra de forma evidente que a mobilização 
precoce oferta uma melhora na função motora e cognitiva, que podem influenciar 
negativamente no processo de reabilitação. Entretanto Sarti et. al. (2016) dizem que, apesar dos 
benefícios apresentados ela realização da mobilidade precoce, mais estudos são necessários 
para saber quais são os melhores exercícios, a duração, a repercussão e a intensidade da 
fisioterapia motora para cada paciente crítico. Para que a mobilização aconteça com segurança 
 
 
 
28 
 
e seja viável ao paciente, é necessário a análise de alguns critérios como: respiratório, 
circulatório e neurológico para que os exercícios não agravem o quadro clínico. Caso esses 
critérios estejam de acordo, a mobilização precoce poderá ser segura e viável, podendo diminuir 
os efeitos deletérios da imobilidade prolongada. 
É de grande importância à atuação do Fisioterapeuta, na prevenção das sequelas do 
Imobilismo, pois, somente fazendo uso das técnicas devidas, estando dentro do contexto de 
multidisciplinaridade, é que fará a diferença na evolução gradativa do paciente, evitando 
sequelas, diminuição significativa na permanência do mesmo na Unidade de Terapia Intensiva 
e prevenção de patologias ocasionadas pelo imobilismo. De forma a se garantir assim, uma 
melhora na qualidade de vida. 
 
4 Conclusão 
Apesar dos avanços na área da saúde e principalmente a humanização nos leitos de UTI, 
além do reconhecimento da importância da fisioterapia intensiva no tratamento dos pacientes 
críticos, ainda existe certo desconhecimento e também uma desvalorização desse profissional. 
A mobilização precoce é a base para recuperação funcional dos pacientes que se 
encontram nos leitos das unidades de terapia intensiva. A técnica é eficaz e benéfica, auxiliando 
na preservação da força muscular e respiratória. Os benefícios vão além da questão física, 
também configuram na melhora psicológica do paciente e dos familiares, já que a recuperação 
se torna mais rápida. 
O grande desafio é que se faça mais estudos em relação ao tema para que haja cada vez 
mais a padronização e protocolos de tratamentos, otimizando a terapia e gerando benefícios 
tanto para o conhecimento dos profissionais da área, quanto para os próprios pacientes. 
Portanto, por meio dessa revisão de literatura, o objetivo desse estudo fica evidente e demonstra 
a importância da mobilização precoce em pacientes que se encontram nas unidades de terapia 
intensiva. 
 
Referências 
ASSOBRAFIR, Associação Brasileira de fisioterapia Cardiorrespiratória e Fisioterapia em 
Terapia Intensiva. Oficio n 006/2009, São Paulo 06 de agosto 2009. 
 
BORGES, V.M. et al. Fisioterapia motora em pacientes adultos em terapia intensiva. Revista 
Brasileira Terapia Intensiva, 2009; 21(4):446-452. 
 
BRAZ, P.R.P.; MARTINS, J.O.S.O.L.; JUNIOR, J.V. Atuação do fisioterapeuta nas unidades 
de terapia intensiva na Cidade de Anápolis. Anuário de produção acadêmica Docente, v.3, n.4,29 
 
p.119-129, 2009. 
 
CONCEIÇÃO, T.M. et al. Critérios de segurança para iniciar a mobilização precoce em 
unidades de terapia intensiva. Revisão Sistemática. Rev Bras Ter Intensiva, v.29, n.4, p.509-
519, 2017. 
 
CRUZ, P.A. Mobilização e eletroestimulação em paciente na Unidade de Terapia 
Intensiva. Disponível em: <http://interfisio.com.br/?artigo&ID=513&url=Mobilizacao-e-
Eletroestimulacao-em-Paciente-na-Unidade-de-Terapia-Intensiva>. Acesso em: 18/11/2018. 
 
DANTAS, C.M. et al. Influência da mobilização precoce na força muscular periférica e 
respiratória em pacientes críticos Rev. Bras. Ter Intensiva, v.24, n.2, p.173-178, 2012. 
 
FRANÇA, E.E.T. et al. Força tarefa sobre a fisioterapia em pacientes críticos adultos: 
Diretrizes da Associação Brasileira de Fisioterapia Respiratória e Terapia Intensiva 
(ASSOBRAFIR) e Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB). Disponível 
em: http://www.amib.org.br/pdf/DEFIT.pdf 
 
FRANÇA, E.E.T. et al. Fisioterapia em pacientes críticos adultos: recomendações do 
Departamento de Fisioterapia da Associação de Medicina Intensiva Brasileira. Rev. Bras. Ter 
Intensiva, v. 24, n. 1, p. 6-22, 2012. 
 
FELICIANO, V.A. et al. A influência da mobilização precoce no tempo de internamento na 
Unidade de Terapia Intensiva. ASSOBRAFIR Ciência, v. 3, n. 2, p. 31-42, 2012. 
 
JONGHE, B. Intensive care unit-acquired weakness: risk factors and prevention. Critical Care 
Med., v. 37, n. 10, p. 309-315, 2009. 
 
JUNIOR, S.J.C. A importância da mobilização precoce em pacientes internados na unidade de 
terapia intensiva (UTI): revisão de literatura. Biol. Saúde, v.10, n.3, p.15-23, 2013. 
 
JUNIOR, J.A.S.; BADARÓ, R.R. Parâmetros para mobilização precoce do paciente crítico. 
Disponível em: <http://www.ibrati.org/sei/docs/tese_559.doc>. Acesso em: 17 nov. 2018. 
 
KAMADA C. Equipe multiprofissional em unidade de terapia intensiva. Rev. Bras. Enferm., 
v.31, n.1, p.60-67, 1978. 
 
LOPES, F.M; BRITO, E.S. Humanização da assistência de fisioterapia: estudo com pacientes 
no período pós internação em Unidade de Terapia Intensiva. Rev Bras Ter Intensiva, v.21, n.3, 
p.283-91, 2009. 
 
MACHADO, A.S. et al. Efeito do exercício passivo em cicloergômetro na força muscular, 
tempo de ventilação mecânica e internação hospitalar em pacientes críticos: ensaio clínico 
randomizado J. Bras. Pneumol., v.43, n.2, p.134-139, 2017. 
 
MALKOC, M.; KARADIBAK, D.; YILDIRIM, Y. The effect of physiotherapy on ventilatory 
dependency and the length of stay in an intensive care unit. Int. J. Rehabil. Res., v.32, n.1, p.85-
88, 2009. 
 
MONDADORI, A.G. et al. Humanização da fisioterapia em Unidade de Terapia Intensiva 
http://interfisio.com.br/?artigo&ID=513&url=Mobilizacao-e-Eletroestimulacao-em-Paciente-na-Unidade-de-Terapia-Intensiva
http://interfisio.com.br/?artigo&ID=513&url=Mobilizacao-e-Eletroestimulacao-em-Paciente-na-Unidade-de-Terapia-Intensiva
http://www.amib.org.br/pdf/DEFIT.pdf
 
 
 
30 
 
Adulto: estudo transversal. Fisioter Pesq., v. 23, n. 3, p. 294-300, 2016. 
 
MUSSALEM, M.A.M. et al. Influência da mobilização precoce na força muscular periférica 
em pacientes na Unidade Coronariana. ASSOBRAFIR Ciênc., v.5, n.1, p.77-88, 2014. 
 
NASCIMENTO, C.F., SILVA, D.C.S.; BRITO. E.S. Effects of early mobilization in clinical 
complications after stroke: literature review. Rev Neurocienc, v.21, n.4, p.620-627, 2013. 
 
PINHEIRO, A.R.; CHRISTOFOLETTI, G. Fisioterapia motora em pacientes internados na 
unidade de terapia intensiva: uma revisão sistemática. Rev. Bras. Ter. Intensiva, v.24, n.2, 
p.188-196, 2012. 
 
PINHEIRO GB. Introdução à Fisioterapia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009. 
 
REIS, G.R. et al. A Importância da mobilização precoce na redução de custos e na melhoria da 
qualidade das unidades de terapia intensiva. Rev. Aten. Saúde, v.16, n.56, p.94-100, 2018. 
 
ROCHA, A.R.M. et al. Early mobilization: why, what for and how? Med. Intensiva, v.41, n.7, 
p.429-436, 2017. 
 
SANTOS, P.M.R. et al. Effects of early mobilisation in patients after cardiac surgery: a 
systematic review. Physiotherapy, v.103, n.1, p.1-12, 2017. 
 
SARTI, T.C.; VECINA, M.V.A.; FERREIRA, P.S.N. Mobilização precoce em pacientes 
críticos J. Health Sci. Inst., v.34, n.3, p.177-182, 2016. 
 
SIBINELLI, M. et al. The effects of orthostatism in adult intensive care unit patients. Rev. Bras. 
Ter. Intensiva, v. 24, n. 1, p. 64-70, 2012. 
 
SILVA, A.P.P.; MAYNARD, K.; CRUZ, M.R. Efeitos da fisioterapia motora em pacientes 
críticos: revisão de literatura. Rev. Bras. Ter Intensiva, v. 22, n. 1, p. 85-91, 2010. 
 
SILVA, V.S. et al. Mobilização na Unidade de Terapia Intensiva: revisão sistemática. Fisioter 
Pesq. v. 21, n. 4, p. 398-404, 2014. 
 
SOARES, T.R. et al. Retirada do leito após a descontinuação da ventilação mecânica: há 
repercussão na mortalidade e no tempo de permanência na unidade de terapia intensiva? Rev. 
Bras. Ter Intensiva. v. 22, n. 1, p. 27-32, 2010. 
 
SUBTIL, M.M.L. et al. O relacionamento interpessoal e a adesão na fisioterapia. Fisioter Mov. 
v. 24, n. 4, p. 745-53, 2011. 
 
VINCENT, J.L.; NORRENBERG, M. Intensive care unitacquired weakness: Framing the topic. 
Critical Care Med., v.37, n.10, p.296-298, 2009. 
 
ULTRA, R.B. Fisioterapia Intensiva. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009. 
 
 
 
http://pesquisa.bvsalud.org/portal/?lang=pt&q=au:%22Rocha,%20AR%20Miranda%22
javascript:void(0);
 
 
 
31 
 
CAPITULO 04 
 
Escala de Dor Baseada no Questionário de Mcgill em Idosos com Dor Crônica 
 
Daiane Binsfeld Garcez1 
Tatiane Briene Couto2 
Maristela Prado e Silva Nazario3 
Olyvia Ribeiro Derze4 
Ariane Hidalgo Mansano Pletsch5 
Juliana Santi Sagin Pinto Bergamim6 
 
 
Resumo 
Introdução: O questionário de Mcgill possui como desfecho, fornecer informação imediata 
sobre a realidade do desempenho dos pacientes e ser capaz de avaliar as diferentes dimensões 
da dor. Nas pessoas idosas pode ser associado a complicações como: depressão, ansiedade, 
incapacidade física e funcional, dependência, alterações na dinâmica familiar, desequilíbrio 
econômico, desesperança, sentimento de morte e outros. Objetivo: Verificar as evidências 
científicas sobre a confiabilidade da aplicação do questionário de Mcgill em idosos com dor 
crônica. Método: Foi realizado um estudo de revisão narrativa na base de dados Lilacs e na 
Scielo. Resultados: O Questionário de McGill é considerado um bom instrumento para a 
avaliação da dor crônica e é o mais utilizado para caracterizar e discernir os componentes 
afetivo, sensitivo e avaliativo da dor quando se pretende obter informações qualitativas e 
quantitativas. Nos idosos as queixas relacionadas à dor são atribuídas devido à faixa etária e 
consideradas próprias ao processo de envelhecimento deixam, assim, de ser tratado, o que vai 
influenciar negativamente na qualidade de vida na velhice. Conclusão: Os profissionais da área 
da saúde podem contribuir para que esse impacto seja diminuído, evitando sofrimento indevido. 
Assim saberão valorizar a dor referida pelos idosos, gerando a possibilidade de orientar e 
interferir de modo a minimizar esta aflição, proporcionando ao idoso uma qualidade de vida 
satisfatória. 
 
Palavras-chave: Idoso. Envelhecimento. Dor Crônica. Medição da Dor. 
 
1 Introdução 
Conforme a Organização Mundial da Saúde (2006) idoso é todo indivíduo com idade 
igual ou superior a 60 anos para países em desenvolvimento ou 65 anos, no caso de nações 
desenvolvidas (MACIEL, 2010). O envelhecimento, dentro desta perspectiva, pode ser definido 
como uma deterioração funcional progressiva e generalizada que resulta na perda da capacidade 
 
1 Acadêmico do Curso de Fisioterapia do Instituto Cuiabá de Ensino e Cultura (ICEC). 
2 Acadêmico do Curso de Fisioterapia do Instituto Cuiabá de Ensino e Cultura (ICEC).3 Docente do Curso de Fisioterapia do Instituto Cuiabá de Ensino e Cultura (ICEC). 
4 Docente do Curso de Fisioterapia do Instituto Cuiabá de Ensino e Cultura (ICEC). 
5 Docente do Curso de Fisioterapia da Universidade de Cuiabá (UNIC). 
6 Docente do Curso de Fisioterapia do Instituto Cuiabá de Ensino e Cultura (ICEC). 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Organiza%C3%A7%C3%A3o_Mundial_da_Sa%C3%BAde
 
 
 
32 
 
adaptativa às situações de estresse e no risco para desenvolver doenças relacionadas à velhice 
(DIAS et al. 2011). 
O processo de envelhecimento caracteriza-se pela alta incidência de doenças crônicas e 
degenerativas que, muitas vezes, ressultam em elevada dependência. Muitos desses quadros 
são acompanhados por dor crônica que é a principal queixa do indivíduo, fato que pode 
interferir de modo acentuado na qualidade de vida (DELLAROZA et al., 2007). A dor 
confronta o idoso com sua fragilidade e ameaça sua segurança, por vezes, impedindo o convívio 
social, a realização das atividades de vida diária (AVD), o consumo de sua renda o esgota de 
modo físico e psíquico tanto do idoso como da família ou o cuidador (CELICH; GALON, 2009). 
 Associa-se a importantes complicações nos idosos fatores como: depressão, ansiedade, 
incapacidade física e funcional, dependência, afastamento social, mudanças na sexualidade, 
alterações na dinâmica familiar, desequilíbrio econômico, desesperança, sentimento de morte e 
outros. Esses sinais e sintomas encontram-se associados a quadros de dor crônica, que podem 
levar a dependência funcional e a um maior gasto com serviços de saúde (CUNHA; 
MAYRINK, 2011). Sua função é de alerta e, muitas vezes, tem a etiologia incerta.7 Não 
desaparece com o emprego dos procedimentos terapêuticos convencionais e é causa de 
incapacidades e inabilidades prolongadas (DELLAROZA et al., 2008). 
O Questionario de McGill (Br-MPQ) que é considerado um bom instrumento para a 
avaliação da dor crônica e é o mais utilizado para caracterizar e discernir os componentes 
afetivo, sensitivo e avaliativo da dor quando se pretende obter informações qualitativas e 
quantitativas com base de descrições verbais (PIMENTA; TEIXEIRA, 1996). É considerado 
um instrumento universal, capaz de padronizar a linguagem da dor (SALLUM et al., 2012). O 
Questionário (McGill Pain Questionnaire - MPQ) foi criado por Melzack e McGill (1975), na 
universidade de Mcgill em Montreal, Canadá (SANTOS et al., 2006). 
Além da intensidade, tem índices de validade e confiabilidade estabelecidos e poder 
discriminativo entre os diversos componentes da dor (PIMENTA; TEIXEIRA, 1996). O 
questionário é dividido em 20 categorias, onde cada uma dispõe de inúmeras opções de 
resposta. As opções são lidas para o paciente e ele deve escolher, dentro de cada categoria, ao 
menos uma que represente a dor que ele está vivenciando (FORTUNATO et al., 2013). 
O questionário que é composto por 10 grupos de 42 palavras relacionadas às sensações 
físicas, 5 grupos de 14 palavras relacionadas da parte afetiva, 1 grupo de 5 palavras que fala da 
dor de uma forma geral, 4 grupos de 17 palavras que não se encaixaram nos grupos acima, 
chamado de miscelânea ou “miscelândia” (PIMENTA; TEIXEIRA, 1996). É utilizado para 
 
 
 
33 
 
avaliação dos aspectos sensoriais, afetivos e avaliativos da dor, inclui um diagrama corporal 
para localização da experiência dolorosa, uma escala de intensidade e 78 descritores de dor 
agrupados em 4 grandes grupos e 20 subgrupos (ANDRADE et al., 2006). 
As variáveis que avaliam Br-MPQ são: Localização e Profundidade da Dor, 
Circunstâncias de Início da Dor, Padrão Temporal da Dor, Número Total de Descritores da Dor, 
Índice de Classificação Sensorial, Afetiva, Subjetiva, Mista e Total da dor e Intensidade da dor 
(SANTOS et al., 2006). 
Sua execução pode levar cerca de três a cinco minutos, variando conforme o padrão de 
resposta do paciente. Exige maior treinamento por parte do profissional para analisar os 
resultados da escala e escolher a melhor maneira de intervir (PIMENTA; TEIXEIRA, 1996, 
SALLUM et al., 2012, SANTOS et al., 2006). 
 A mensuração exata dessa experiência pode contribuir para que esse impacto seja 
minimizado, evitando sofrimento desnecessário. O Br-MPQ mostrou-se útil para obtenção de 
informações qualitativas da dor quando utilizado no idoso com impedimentos cognitivos. 
Possui como desfecho fornecer informação imediata sobre a realidade do desempenho dos 
pacientes e ser capaz de avaliar as diferentes dimensões da dor (ANDRADE et al., 2006). O 
objetivo desse estudo foi verificar a confiabilidade da aplicação do Br-MPQ em idosos com dor 
crônica. 
 
2 Metodologia 
Foi realizado um estudo de revisão narrativa sobre o questionário de Mcgill, na base de 
dados Lilacs e na SCIELO. A pesquisa foi realizada no período de maio a novembro de 2018, 
com referências sobre a temática da Escala de Mcgill em idosos com dor crônica. Utilizando-
se simultaneamente as palavras-chave, Idoso, envelhecimento, dor crônica e questionário de 
Mcgill. Os critérios de inclusão foram artigos científicos que avaliaram idosos com dor crônica 
e sua correlação com o déficit cognitivo. Como exclusão, artigos que não utilizaram a escala de 
dor para avaliação cognitiva e pesquisas que incluíram pacientes portadores de distúrbios 
neurológicos. 
 
3 Resultados e Discussão 
Foram encontrados 160 artigos, e excluídos 140 artigos, com base nos critérios seguidos 
pelo estudo. Totalizando 20 artigos aplicados na pesquisa, analisados na integra. 
No Brasil e em todas as regiões do mundo as mulheres vivem mais do que os homens e 
 
 
 
34 
 
constituem a maioria da população idosa. Isso evidencia uma transversalização de gênero na 
questão do envelhecimento, esse fenômeno denominado pelos estudiosos de “feminização” do 
envelhecimento está acontecendo associado a projeções epidemiológicas que indicam uma 
alarmante prevalência de dor crônica no Brasil, principalmente entre as mulheres (HAYAR et 
al., 2014). 
Encontraram em estudo com idosos que a frequência da dor crônica e os locais mais 
prevalentes foram: região dorsal (21,7%) e membros inferiores (21,5%). Considerando que 
dores em membros inferiores e em região dorsal foram as mais frequentes, correspondendo a 
43,2% das dores crônicas (DELLAROZA et al., 2007). 
Na visão Sallum et al., (2012) a dor constante e de duração prolongada pode ser 
perturbadora e acarreta alterações em atividades físicas, no sono, na vida sexual, modificações 
no humor, baixa autoestima, pensamentos negativos ou suicidas, apreciação desesperançada da 
vida e alterar as relações familiares, de trabalho e de lazer. Já no ponto de vista de Silva e 
Deliberato (2009) a intensidade da dor é percebida de forma distinta por cada sujeito, sendo 
modificada pela personalidade do indivíduo. 
Nos idosos as queixas relacionadas à dor são atribuídas devido a faixa etária e 
consideradas próprias ao processo de envelhecimento deixam, assim, de ser tratadas, o que vai 
influenciar negativamente na qualidade de vida na velhice (CELICH; GALON, 2009). O 
acompanhamento dos familiares motiva ao idoso realizar as atividades com calma, de segundo 
suas capacidades, tendo atenção exclusiva do seu cuidador, ocasionando em um desempenho 
motor maior (KAWASAKI; DIOGO, 2007). 
Avaliando a dor no idoso, a maneiras de intervir de modo adequado, implementando um 
cuidado que possa proporcionar o alívio da dor, a fim de que o idoso possa responder 
positivamente seu cotidiano e ter condições que contribuem para o bem físico e espiritual dos 
indivíduos em sociedade (CELICH; GALON, 2009). 
Conforme Santos et al. (2006) o Br-MPQ foi capaz de fornecer informações sobre as 
diferentes percepções dos vários domínios que integram o sintoma dor em indivíduos com 
diferentes doenças, uma vez que a percepção desse sintoma está relacionada aos aspectos 
sensoriais, afetivos, motivacionaise não somente à intensidade. No dizer de Da Silva e 
Ribeiro-Filho (2011) foi desenvolvido o questionário de avaliação de dor McGill como um 
instrumento para avaliar as qualidades sensoriais, afetivas e avaliativas da dor, juntamente com 
vários outros aspectos, tais como intensidade, padrão e localização. 
 O reconhecimento de que este questionário é o melhor instrumento existente para se 
 
 
 
35 
 
avaliar a dor sob o prisma multidimensional traz a compreensão de que sua elaboração foi 
calcada no referencial teórico da fisiologia da dor (THAKRAL et al., 2016). Devido ao 
aparecimento de doenças crônicas em idosos, constata-se que a participação em atividades 
físicas pode retardar o envelhecimento, diminuir a dor e os declínios funcionais e também as 
limitações deles provenientes, além de promover o desenvolvimento das habilidades 
psicomotoras (DIAS et al., 2011). 
 
4 Conclusão 
Observa-se nas últimas décadas o avanço na criação de instrumentos de medida de dor. 
Contudo, a mensuração da experiência dolorosa em indivíduos idosos ainda necessita de 
atenção dos estudiosos no sentido de elaborar escalas que possam atender às necessidades dessa 
população, principalmente nos casos em que se associam os déficits cognitivos, sensoriais e 
motores. 
Tendo este conhecimento, os profissionais da área da saúde podem contribuir para que 
esse impacto seja diminuído, evitando sofrimento indevido. Assim, saberão valorizar a dor 
referida pelos idosos, gerando a possibilidade de orientar e interferir de modo a minimizar esta 
aflição, proporcionando ao idoso uma qualidade de vida satisfatória. 
 
Referências 
ANDRADE, F.A.; PEREIRA, L.V.; SOUSA, F.A.E.F. Mensuração da dor no idoso: uma 
revisão. Rev. Latinoam. Enferm., v.14, n.2, p.271-276, 2006. 
 
CELICH KLS, GALON C. Dor crônica em idosos e sua influência nas atividades da vida diária 
e convivência social. Rev. Bras. Geriatr. Gerontol., v.12, n.3, p.345-359, 2009. 
 
CUNHA, L.L.; MAYRINK, W.C. Influência da dor crônica na qualidade de vida em idosos. 
Rev. Dor, v.12, n.2, p.120-124, 2011. 
 
DA SILVA, J.A.; RIBEIRO-FILHO, N.P. A dor como um problema psicofísico. Rev. Dor, 
v.12, n. 2, p. 138-151, 2011. 
 
DIAS, J.A. et al. Ser idoso e o processo do envelhecimento: saúde percebida. Esc. Anna Nery. 
v. 15, n. 2, p. 372-379, 2011. 
 
DELLAROZA, M.S.G.; PIMENTA, C.A.M.; MATSUOT, TMI. Prevalência e caracterização 
da dor crônica em idosos não institucionalizados. Cad. Saúde Pública. v. 23, n. 5, p. 1151-1160, 
2007. 
 
DELLAROZA, M.S.G. et al. Caracterização da dor crônica e métodos analgésicos utilizados 
por idosos da comunidade. Rev. Assoc. Med. Bras., v.54, n.1, p.36-41, 2008. 
 
 
 
 
36 
 
FORTUNATO, J.G.S. et al. Escalas de dor no paciente crítico: uma revisão integrativa. Rev 
Hosp. Universit. Pedro Ernesto, v.12, n.3, p.110-117, 2013. 
 
HAYAR, M.A.S.P. et al. Envelhecimento e dor crônica: um estudo sobre mulheres com 
fibromialgia. Acta Fisiátr. v. 21, n. 3, p. 107-112, 2014. 
 
KAWASAKI, K.; DIOGO, M.J.D. Variação da independência funcional em idosos 
hospitalizados relacionada a variáveis sociais e de saúde. Acta Fisiátr. v. 14, n. 3, p.164-169, 
2007. 
 
MACIEL, M.G. Atividade física e funcionalidade do idoso. Motriz Rev. Educ. Fis. v. 16, n. 4, 
p. 1024-1032, 2010. 
 
PIMENTA, C.A.M.; TEIXEIRA, M.J. Questionário de dor McGill: proposta de adaptação 
para a língua portuguesa. Rev. Esc. Enferm. v. 30, n. 3, p. 473-483, 1996. 
 
SALLUM, A.M.C.; GARCIA, D.M.; SANCHES, M. Dor aguda e crônica: revisão narrativa da 
literatura. Acta Paul Enferm. v. 25 , n.1, p. 150-4, 2012. 
 
SANTOS, C.C. et al. Aplicação da versão brasileira do questionário de dor Mcgill em idosos 
com dor crônica. Acta Fisiátr., v.13, n.2, p.75-82, 2006. 
 
SILVA, F.C.; DELIBERATO, P.C. Analise das escalas de dor revisão de literatura. Rev. Bras. 
Ciênc. Saúde, v.19, p.86-89, 2009. 
 
THAKRAL, M, et al. Pain quality descriptors in community-dwelling older adults with 
nonmalignant pain. Pain, v. 157, n.12, p.2834-2842, 2016. 
 
TEIXEIRA, M.J.; TEIXEIRA, W.G.J.; SANTOS, F.P.S. Epidemiologia clínica do dor 
músculo-esquelética. Rev. Med., v. 80, p. 1-21, 2001. 
 
OMS- Organização Mundial de Saúde. O papel da atividade física no envelhecimento saudável. 
Florianópolis: OMS, 2006. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/?term=Thakral%20M%5BAuthor%5D&cauthor=true&cauthor_uid=27842050
 
 
 
37 
 
CAPITULO 05 
 
Fisioterapia em Crianças com Microcefalia 
 
Emily Fernandes Da Silva Cordeiro1 
Ariane Hidalgo Mansano Pletsch2 
Olyvia Ribeiro Derze3 
Juliana Santi Sagin Pinto Bergamim4 
Maristela Prado e Silva Nazario5 
Izabella Oliveira6 
 
 
Resumo 
Introdução: Compreende-se que a microcefalia é uma má formação congênita onde o cérebro 
não cresce o suficiente durante a gestação, sendo assim, a criança apresentará uma série de 
problemas. Neste contexto, a fisioterapia é de extrema importância na reabilitação da criança 
com microcefalia ajudando a melhorar a qualidade de vida. Objetivo: Portanto, o objetivo 
do estudo foi descrever a importância da fisioterapia na reabilitação de crianças com 
microcefalia. Método: Foi realizada uma revisão de literatura com base em estudos científicos 
sobre o papel da fisioterapia na estimulação precoce e reabilitação de crianças com 
microcefalia. Resultados: Os estudos têm mostrado que a fisioterapia é de extrema 
importância na reabilitação da criança com microcefalia, pois, geralmente elas apresentam 
disfunções motoras como o atraso no desenvolvimento motor normal que comprometem 
significativamente sua qualidade de vida. Além disso, um dos principais objetivos da 
fisioterapia é alcançar as habilidades motoras desta criança visando sua independência e 
inclusão na sociedade. Conclusão: Este trabalho mostrou a importância da fisioterapia na 
estimulação precoce das crianças portadoras de microcefalia tendo em vista que quanto mais 
cedo se inicia o tratamento fisioterapêutico, maiores são as chances de alcançar um resultado 
satisfatório no tratamento deste indivíduo. 
 
Palavras-chave: Fisioterapia. Microcefalia. Estimulação Precoce. 
 
1 Introdução 
Compreende-se que a microcefalia é uma má formação congênita onde o cérebro não 
cresce o suficiente durante a gestação, sendo assim, a criança apresentará uma série de 
problemas tais como: déficit intelectual, atraso no desenvolvimento motor normal, epilepsias, 
alterações na fala e visão. 
 
1 Acadêmico do Curso de Fisioterapia da Universidade de Cuiabá (UNIC). 
2 Docente do Curso de Fisioterapia da Universidade de Cuiabá (UNIC). 
3 Docente do Curso de Fisioterapia do Instituto Cuiabá de Ensino e Cultura (ICEC). 
4 Docente do Curso de Fisioterapia do Instituto Cuiabá de Ensino e Cultura (ICEC). 
5 Docente do Curso de Fisioterapia do Instituto Cuiabá de Ensino e Cultura (ICEC). 
6 Docente do Curso de Fisioterapia da Universidade de Cuiabá (UNIC). 
 
 
 
38 
 
As crianças com microcefalia podem apresentar alterações no desenvolvimento 
neuropsicomotor (DNPM), portanto o fisioterapeuta deve realizar uma avaliação minuciosa, 
reconhecendo os processos do DNPM e consequentemente elaborar o melhor plano de 
tratamento para a reabilitação desta criança. 
Os estudos revelam que a fisioterapia é de extrema importância na reabilitação da criança 
com microcefalia, pois elas geralmente apresentam disfunções motoras que comprometem 
significativamente sua qualidade de vida. Portanto, um dos principais objetivos da fisioterapia 
é alcançar as habilidades motoras desta criança visando sua independência e inclusão na 
sociedade. 
Devido ao aumento do número de casos de microcefalia no Brasil, o profissional de 
fisioterapia tem se deparado no dia a dia com muitas crianças diagnosticadas pela doença. Pode-
se observaro comprometimento motor destas crianças, sendo necessária a intervenção 
fisioterapêutica com o objetivo de reduzir as complicações causadas pela doença. 
Com o intuito de entender como o tratamento fisioterapêutico quando iniciado 
precocemente, traz uma melhor qualidade de vida para essas crianças. A problemática deste 
estudo gira em torno de como a fisioterapia pode contribuir na vida de crianças com 
microcefalia? 
Essa pesquisa tem como objetivo conceituar a microcefalia; entender a importância da 
estimulação precoce em crianças com microcefalia e apontar as principais técnicas utilizadas 
na fisioterapia nestes casos. 
 
2 Metodologia 
Trata-se de um estudo descritivo de revisão narrativa. O levantamento bibliográfico on-
line foi realizado nas bases de dados da Medline e Lilacs e na biblioteca on line SciELO. Foram 
utilizados para busca dos artigos, os seguintes descritores e suas combinações nas línguas 
portuguesa e inglesa: “Microcefalia”, “Fisioterapia” e “Estimulação Precoce”. Foram excluídos 
os artigos duplicados ou incompletos. Os critérios de inclusão definidos para a seleção dos 
artigos foram: artigos publicados em português e inglês, artigos na íntegra que retratassem a 
temática referente ao tema abordado e artigos publicados e indexados nos referidos bancos de 
dados entre os anos de 2008 e 2018. Em seguida, foram selecionadas, criteriosamente, todas as 
bibliografias consideradas relevantes e pertinentes ao objetivo da pesquisa, que, juntas, 
somaram informações necessárias para o desenvolvimento do tema proposto neste estudo. 
Todas as etapas da busca foram realizadas por dois avaliadores, com a supervisão de outro 
 
 
 
39 
 
revisor que por vezes intermediou o processo na tentativa de equalizar o processo de captura e 
aceitação das obras. Inicialmente, esses realizaram a triagem dos títulos relacionados ao tema 
em questão. Ao final da busca, foram excluídos os artigos duplicados, além dos editoriais. Em 
seguida, foi feita a leitura detalhada dos resumos dos artigos a fim de selecionar aqueles que 
abordassem exclusivamente a microcefalia, fisioterapia e estimulação precoce. 
O resultado da busca inicial foi de 60 artigos e somente seis estudos englobavam os temas 
propostos para esta revisão, os quais apresentam os principais achados encontrados nos estudos. 
 
3 Resultados e Discussão 
De acordo a Organização Mundial de Saúde (2016), a definição de microcefalia é “uma 
malformação congênita definida como um tamanho de cabeça muito menor do que a de outros 
bebês da mesma idade e sexo. Quando uma criança nasce, e sua cabeça tem um tamanho menor 
do que o considerado normal, temos a chamada Microcefalia congênita ou primária. 
Entretanto, se a criança nasce com o tamanho do cérebro normal, mas durante o seu 
crescimento o cérebro não acompanha esse desenvolvimento, ficando com tamanho menor que 
o esperado para sua idade, tem-se a Microcefalia pós-natal (WHO, 2014). 
Apesar da definição de microcefalia não ser padronizada, há unanimidade quanto a 
eventualidade de um perímetro cefálico (PC) abaixo do padrão apropriado para determinada 
idade e sexo. Quando o PC é baixo, indica, de modo geral, um cérebro menor que o esperado. 
Cerca de 90% das microcefalias estão associadas com retardo mental, exceto nas de origem 
familiar que podem ter o desenvolvimento cognitivo normal (PERNAMBUCO, 2015). 
A medição do perímetro cefálico, deve ser feita com fita métrica não-extensível, na altura 
das arcadas supraorbitárias, anteriormente, e da maior proeminência do osso occipital, 
posteriormente. Os valores obtidos devem ser registrados em gráficos de crescimento craniano, 
o que permite a construção da curva de cada criança e a comparação com os valores de 
referência. Mudanças súbitas no padrão de crescimento e valores anormalmente pequenos para 
a idade e o peso (menor que dois desvios-padrão) devem ser investigados. A medida do PC é 
importante nos primeiros dois anos de vida, refletindo, até certo ponto, o crescimento cerebral 
(BRASIL, 2016). 
Segundo o protocolo de atenção à saúde e resposta a ocorrência de microcefalia 
relacionada a infecção pelo vírus Zika, emitido pelo Ministério da Saúde, a microcefalia pode 
ser classificada conforme o tempo do seu início, como sendo: 
 
 
 
 
 
40 
 
[...] microcefalia congênita: está presente ao nascimento e é às vezes chamada de 
‘microcefalia primária’; porém, como este termo se refere a um fenótipo particular 
de microcefalia, deve-se usar preferencialmente ‘microcefalia congênita’. 
Microcefalia pós-natal: refere-se à falha de crescimento normal do perímetro 
cefálico após o nascimento, ou seja, o cérebro é normal ao nascimento; por isso é 
também chamada de microcefalia secundária. (BRASIL, 2016, p.13). 
 
 
De acordo com o Guia para os profissionais de saúde “Atenção à saúde do Recém-
nascido” emitido pelo Ministério da Saúde, o valor do Perímetro Cefálico (PC) no Recém-
nascido (RN) a termo varia de 33 a 37cm. Os RN com o valor do PC menor que 33cm eram 
considerados microcefálicos. 
Em 2016 o Brasil adota a norma da Organização Mundial de Saúde (OMS) e reduz 
medida para microcefalia, para menino a medida será igual ou inferior a 31,9cm e para menina, 
igual ou inferior a 31,5cm. 
 
3.1 Causas da microcefalia 
Existem muitos fatores que podem desencadear a microcefalia dentre eles estão: 
 
[...] infecções do útero: toxoplasmose (causada por um parasita chamado de 
Toxoplasma Godii, encontrado em carne malcozidas), rubéola, herpes, sífilis, 
citomegalovírus e VIH. Exposição por substâncias químicas: exposição da mãe a 
metais pesados como o arsênico e mercúrio, álcool, radiação e fumo de tabaco. 
Anomalias genéticas, tais como a síndrome de Down e mal nutrição grave durante a 
vida do feto (OMS, 2016, p. 01). 
 
De acordo com Ashwal et al. (2009), a microcefalia pode ocorrer por dois fatores, o fator 
genético ou ambiental. No fator genético estão incluídas patologias tais como: Síndrome de 
Down e Síndrome de Cri-du-chat (síndrome do miado do gato), entre outras. E o fator externo 
inclui: exposição a álcool e drogas no período gestacional, infecções no sistema nervoso 
central, por exemplo a toxoplasmose congênita na gravidez. 
Visto que a Microcefalia é uma anomalia que afeta diretamente o Sistema Nervoso 
Central devido ao tamanho da cabeça do bebê não permitir que o cérebro cresça de forma 
normal, este individuo apresentará diversas alterações em seu desenvolvimento motor normal, 
portanto, a Fisioterapia será de extrema importância na vida da criança, buscando melhor 
qualidade de vida e sua integração na sociedade. 
 
3.2 Desenvolvimento neuropsicomotor de 0 a 12 meses 
Segundo o Brasil (2012), o acompanhamento do desenvolvimento deve fazer parte de 
toda a consulta geral da criança. 
De acordo com Schwartzman (2003) o DNPM normal é caracterizado pela maturação 
 
 
 
41 
 
gradual do controle de tronco e pelo desaparecimento dos reflexos primitivos, isso acontece 
entre de 4 a 6 meses de idade. 
 
3.3 Reflexos primitivos 
Os reflexos primitivos são reações não intencionais da criança, esses reflexos estão 
presentes desde o nascimento e devem ser inibidos ao decorrer dos meses, quando surgem os 
reflexos posturais. Presença dos reflexos primitivos mostram a integridade do sistema nervoso 
central (SNC) mas quando esses reflexos persistem mesmo após o período que deveriam ser 
inibidos, mostram que há uma disfunção neurológica. 
Gallahue e Ozmun (2005) classificou os reflexos como primitivos e posturais. Os 
principais reflexos primitivos são: 
Reflexo de Moro: Consiste em uma brusca extensão da cabeça em relação ao tronco. Este 
reflexo foi descrito por André Thomas como “reflexo de braços em cruz” e ele normalmente 
desaparece no quarto mês. 
Reflexo de Busca: Consiste em o bebê virar a sua cabeça em direção ao seio, e ele 
permanece até o quartomês. 
Reflexo de Sucção: Continuidade do reflexo de busca, início voluntário por volta do 
quarto mês. 
Reflexo Tônico-Cervical Assimétrico (RTCA): É um reflexo postural que ocorre devido 
a mudanças na posição da cabeça em relação ao tronco, importante para o aprendizado motor 
em relação a lateralidade. 
Reflexo de Marcha: Coloca-se o bebê com os membros inferiores apoiados em uma 
superfície seguro pelas axilas e com o estímulo, o bebê vai “andar” realizando flexão alternada 
de membros inferiores. A presença deste reflexo é normal até o quarto mês. 
 
3.4 Marcos do Desenvolvimento Motor 
É extremamente importante a avaliação do desenvolvimento motor infantil para que se 
possa perceber qualquer disfunção e iniciar a intervenção precocemente. 
Willrich et al. (2009) afirmam que o desenvolvimento motor é considerado um processo 
contínuo relacionado a idade cronológica, através deste, o ser humano adquire habilidades 
motoras simples e desorganizadas para que depois possam executar habilidades motoras muito 
mais complexas e organizadas 
Burns e Mac Donald (1999) frisam que o conhecimento do DNPM do lactente é muito 
 
 
 
42 
 
importante, principalmente em casos em que o recém-nascido apresenta ou corre o risco de 
apresentar distúrbio motor. 
Cada criança tem um padrão característico de desenvolvimento, isto ocorre pela 
influência sofrida em seu meio externo, sendo assim, há uma considerável variabilidade do 
DNPM de acordo com cada criança. 
 
3.5 Estimulação Precoce na Microcefalia 
Entende-se a estimulação precoce como uma abordagem de caráter sistemática e 
sequencial, que utiliza técnicas e recursos terapêuticos capazes de estimular todos os domínios 
que interferem na maturação da criança, de forma a favorecer o desenvolvimento motor, 
cognitivo, sensorial, linguístico e social, evitando ou amenizando eventuais prejuízos (LIMA; 
FONSECA, 2004; RIBEIRO et al., 2007; HALLAL; MARQUES; BRACHIALLI, 2008). 
De acordo com Lima e Fonseca (2004), a plasticidade neural fundamenta e justifica a 
intervenção precoce para bebês que apresentem risco potencial de atrasos no desenvolvimento 
neuropsicomotor. Isso porque é justamente no período de zero a 3 anos que o indivíduo é mais 
suscetível a transformações provocadas pelo ambiente externo. A estimulação precoce tem, 
como meta, aproveitar este período crítico para estimular a criança a ampliar suas competências, 
tendo como referência os marcos do desenvolvimento típico e reduzindo, desta forma, os efeitos 
negativos de uma história de riscos (PAINEIRAS, 2005). 
Formiga, Pedrazzani e Tudela, ressaltam que a intervenção precoce em bebês de risco 
possui importante significado no sentido de fortalecer e/ou formar novas conexões neuronais: 
tendo-se em mente que os eventos plásticos de reorganização que ocorrem em decorrência de 
uma lesão cerebral têm paralelo com o processo de desenvolvimento ontogenético, reforça-se 
ainda mais o conceito de que se deve tê-lo como ponto de partida no tratamento, no qual os 
estímulos sensitivo-motores devem ser conduzidos do mais simples até que alcancem, através 
do aumento progressivo no grau de dificuldades, uma complexidade funcional maior 
(FORMIGA; PEDRAZZANI; TUDELA, 2010). 
De acordo com Zanluca et al. (2015) e Fantinato et al. (2016) os casos de malformação 
neurológica têm tido um crescimento significativo no Brasil devido o surto do vírus Zika em 
2015. Diante desta situação, logo que nascem, essas crianças iniciam uma rotina de exames 
para determinar que tipos de malformação elas têm, para que se possa determinar qual o nível 
de comprometimento do cerebral, da visão, da audição, entre outros. Além disso, os bebês que 
são diagnosticados ou com suspeita de microcefalia, são submetidos desde os primeiros meses 
 
 
 
43 
 
de vida a intervenção de terapias multidisciplinares, tais como fisioterapia, fonoaudiologia, 
otorrinolaringologia e oftalmologia. O acompanhamento precoce com esta equipe tem um 
objetivo em comum que é através da estimulação precoce oferecer uma melhor qualidade de 
vida para este público. Especialistas dizem que até os três anos de idade é indispensável o 
acompanhamento multidisciplinar para reduzir o nível de comprometimento causado pela 
malformação. 
 
3.6 Técnicas Fisioterapêuticas Utilizadas no Tratamento de Crianças com microcefalia 
Conceito Neuroevolutivo Bobath 
Segundo a Associação brasileira para o desenvolvimento e divulgação do conceito 
neuroevolutivo Bobath (ABRADIMENE), o método foi criado e desenvolvido no início dos 
anos de 1940 pelo casal Karel e Berta Bobath sendo ele Médico e ela Fisioterapeuta. A técnica 
Bobath foi descrita primeiramente em 1948. 
O Conceito de Tratamento Neuroevolutivo-Bobath oferece uma abordagem 
interdisciplinar de solução de problemas para a avaliação e tratamento. Propõe o gerenciamento 
do indivíduo com limitação para participar totalmente do cotidiano, devido a danos motores, 
(incluindo tônus muscular e padrões de movimento) funções sensoriais, perceptivas e 
cognitivas, resultantes dos distúrbios do SNC – Sistema Nervoso Central”. Mayston (2004, 
apud ABRADIMENE, 2018). 
O tratamento neuroevolutivo Bobath é uma das abordagens mais comumente utilizadas 
no acompanhamento de pacientes com déficit neurológico e oferece um modelo de referência 
durante as intervenções clínicas dos terapeutas da neurorreabilitação (AlCÂNTARA; COSTA; 
LACERDA,2010). 
O conceito do tratamento Neuroevolutivo é baseado no reconhecimento de dois fatores 
importantes: 1- Interferência da maturação normal do cérebro, devido a uma lesão, que irá levar 
a um atraso ou perda do desenvolvimento motor. 2- A presença de padrões de postura e 
movimento anormal devido a atividade reflexa anormal (ABRADIMENE, 2018). 
O Bobath tem como objetivo realizar uma avaliação funcional do paciente em uma 
determinada tarefa funcional, por meio da observação e análise do desempenho dessa tarefa, e 
possibilitar, por meio do tratamento, melhor funcionalidade. Um dos princípios norteadores da 
técnica refere-se à aprendizagem motora, que é descrita como uma série de processos 
associados com a prática, o treinamento ou a experiência que resulta em mudanças 
relativamente permanentes no comportamento motor. Outro objetivo desta técnica é incentivar 
 
 
 
44 
 
e aumentar a habilidade da criança de mover-se funcionalmente da maneira coordenada 
(AlCÂNTARA; COSTA; LACERDA, 2014). 
Durante o processo de reabilitação fisioterapêutica, a capacidade da criança em usar as 
habilidades que estão sendo facilitadas vai depender da condição do SNC em adaptar-se a essas 
mudanças, incluindo a capacidade perceptiva e cognitiva do paciente em usar as habilidades em 
um contexto, justificando o princípio da neuroplasticidade definida por Pascual-Leone et al. 
(2005) como sendo uma propriedade intrínseca do SNC presente em toda a vida, assim é 
considerada como um mecanismo de aprendizagem, crescimento e desenvolvimento de 
mudanças na entrada de qualquer sistema neural, ou nas metas ou exigências das suas conexões 
eferentes, levando o sistema a reorganização que poderia ser demonstrado ao nível do 
comportamento, anatomia e fisiologia e também ao nível celular e molecular (DUARTE; 
RABELO, 2015, p.20). 
Uma das principais contribuições do Conceito Bobath foi à comprovação que o SNC é 
capaz de aprender e responder a estímulos inibitórios dos padrões de movimento que interferem 
com a movimentação normal. 
Neste conceito o paciente recebe experiência sensório-motora de movimentos básicos 
(rolar, sentar, engatinhar e andar, mas também de atividades da rotina diária, como tomar banho, 
alimentar-se, vestir-se, locomover-se em ambientes variados, entre outros), que pela repetição 
e integração em suas atividades de vida diária geram o aprendizado motor e, posteriormente, 
automatismo (DUARTE; RABELO, 2015, p.21). 
 
3.7 KABAT – FNP (facilitaçãoneuromuscular proprioceptiva) 
A FNP utiliza a informação proprioceptiva através de receptores sensoriais que são 
encontrados em músculos, tendões e articulações para melhorar a função neuromuscular. A 
função neuromuscular é estimulada através da aplicação de resistência utilizando contrações 
isotônicas concêntricas e excêntricas e contrações isométricas, através destas contrações é 
possível aumentar a força e resistência muscular, equilíbrio e postura (YAMASHIRO; 
ESCAMILLA, 2012). 
A FNP também inclui: aprendizagem motora e retenção funcional de atividades 
aprendidas com a repetição de uma demanda específica; o uso da progressão de 
desenvolvimento do comportamento motor, que permite aos pacientes criar e recriar estratégias 
de movimento funcional eficiente; e a análise biomecânica e comportamental do controle 
motor. Todas as atividades dentro da intervenção da FNP são direcionadas a um objetivo 
 
 
 
45 
 
funcional e relacionadas ao ambiente no qual o objetivo deve ser alcançado. Este método pode 
ser aplicado em crianças e adultos com disfunções neurológicas. 
Os objetivos da FNP são promover o desenvolvimento funcional por meio da facilitação, 
da inibição, do fortalecimento e do relaxamento de grupos musculares (DUARTE; RABELO, 
2015). 
Na aplicação da técnica de FNP o objetivo é sempre facilitar a obtenção de um movimento 
ou postura, o fisioterapeuta deverá estar atento há alguns procedimentos para que a técnica 
tenha maior efetividade, tais como: Contato manual, Posição e Mecânica Corporal, Comando 
Verbal, Estímulo Visual e Resistência apropriada (YAMASHIRO; ESCAMILLA, 2012). 
De acordo com Yamashiro e Escamilla (2012), na FNP existem várias técnicas que 
podemos utilizar para ajudar o paciente conquistar habilidades motoras, para o tratamento da 
microcefalia, podemos utilizar: Iniciação Rítmica: com a finalidade de ensinar ao paciente a 
sensação do movimento, iniciando em movimento passivo, ativo assistido e resistido. 
Combinações de isotônicas para promover movimentos funcionais, coordenados e suaves. 
Estabilização rítmica para promover estabilidade de uma parte do corpo em uma amplitude 
determinada, esta técnica utiliza contrações isométricas. Para ganho de amplitude de 
movimento e flexibilidade podemos ainda utilizar a técnica de contrai-relaxa para liberar a 
musculatura tensa que inibe a amplitude de movimento. 
 
4 Conclusão 
Ao decorrer deste trabalho, foi realizado uma revisão bibliográfica afim de encontrar 
embasamento científico para o desenvolvimento do projeto e alcançar os objetivos propostos. 
Visto que após a leitura de vários artigos referente a microcefalia, foi possível descrever com 
clareza o que é esta patologia que, desde 2015 vem sendo muito discutida na mídia brasileira 
devido o surto do vírus Zika. 
Desta forma, é possível concluir que este trabalho teve seus objetivos propostos 
alcançados, podendo esclarecer o que é a microcefalia e a importância da intervenção da 
fisioterapia neste público, o porque a estimulação precoce na Microcefalia é tão importante, 
visto que este assunto tem sido muito falado nos últimos anos, e mostrar algumas técnicas 
fisioterapêuticas que são utilizadas para o tratamento das disfunções motoras que a microcefalia 
ocasiona no indivíduo. 
Dada à importância do assunto, torna-se necessário a realização de mais pesquisas com 
comprovação científica sobre a atuação da fisioterapia em crianças com microcefalia e sua 
 
 
 
46 
 
eficácia, pois, apesar de ser uma patologia já conhecida, o índice de crianças portadoras de 
microcefalia tem aumentado nas clínicas dede 2015, se tornado um desafio no dia-a-dia dos 
profissionais da área da saúde, inclusive dos fisioterapeutas. 
 
Referências 
ABRADIMENE. O conceito do tratamento neuroevolutivo. Disponível em: 
http://www.abradimene.org.br/artigos.asp?lang=pt&temp=5&materia=17 . Acesso em: 1 ago. 
2018. 
 
ALCÂNTARA, C.B.; COSTA, C.M.B; LACERDA, H.S. Tratamento Neuroevolutivo: 
conceito Bobath. In: CURY, V.C.R.; BRANDÃO, M.B. Reabilitação em paralisia cerebral. 
Rio de Janeiro: Medbook, 2011, p. 315-24. 
 
ASHWAL, S. et al. Practice parameter: evaluation of the child with microcephaly (an 
evidence-based review): report of the Quality Standards Subcommittee of the American 
Academy of Neurology and the Practice Committee of the Child Neurology Society. 
Neurology. v.11, p.887-897, 2009. 
 
BURNS, Y.R.; MACDONALD, J. Fisioterapia e crescimento na infância. São Paulo: Santos, 
1999, 
 
BRASIL. Ministério da Saúde. Atenção à Saúde do Recém-Nascido. Guia para os profissionais 
de Saúde. Cuidados Gerais. Brasília: MS, 2012. 
 
BRASIL. Centro de Operações de Emergência em Saúde Pública. Microcefalia Situação 
Epidemiológica e Gestão. 2016. Disponível em: http://www.planejamento.gov.br/aedes/saiba-
mais/apresentacoes/coes-microcefalia-reuniao-no-ministerio-do-planejamento-2fev2016.pdf 
Acesso em: 9 mar. 2018. 
 
BRASIL. Ministério da Saúde. Diretrizes de estimulação precoce. Crianças de zero a 3 anos 
com atraso no desenvolvimento neuropsicomotor decorrente de microcefalia. Brasília; MS, 
2016. 
 
BRASIL. Ministério da Saúde. Diretrizes da estimulação precoce em crianças de zero a 3 anos 
com atraso no desenvolvimento neuropsicomotor. Brasília: MS, 2016. 
 
BRASIL. Ministério da Saúde. Brasil adota norma da OMS e reduz medida para microcefalia. 
2016, Disponível em: http://www.brasil.gov.br/saude/2016/03/brasil-adota-norma-da-oms-e-
reduz-medida-para-microcefalia/@@nitf_galleria. Acesso em: 2 mar. 2018. 
 
BRASIL. Ministério da Saúde. Perguntas e respostas: Microcefalia. Disponível 
em:http://portal.crfsp.org.br/documentos/dengue/Perguntas_e_respostas_Microcefalia_Minist
erio_da_Saude.pdf. Acesso em: 1 mar. 2018. 
 
BRASIL. Ministério da Saúde. Protocolo de atenção à saúde e resposta à ocorrência de 
microcefalia relacionada à infecção pelo vírus Zika, Brasília: MS, 2016. 
 
DUARTE, M.P; RABELO, L.M. Conceito neuroevolutivo Bobath e a Facilitação 
http://www.planejamento.gov.br/aedes/saiba-mais/apresentacoes/coes-microcefalia-reuniao-no-ministerio-do-planejamento-2fev2016.pdf
http://www.planejamento.gov.br/aedes/saiba-mais/apresentacoes/coes-microcefalia-reuniao-no-ministerio-do-planejamento-2fev2016.pdf
 
 
 
47 
 
neuromuscular proprioceptiva como forma de tratamento para crianças com encefalopatia 
crônica não progressiva da infância. Rev. Cient. Fac. Educ. Meio Amb., v.6, n.1, p.14-26, 
2015. 
 
GALLAHUE, D.L.; OZMUN, J.C. Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês, crianças, 
adolescentes e adultos. São Paulo: Phorte, 2005. 
 
FANTINATO, F.F.S.T. et al. Descrição dos primeiros casos de febre pelo vírus Zika 
investigados em municípios da região Nordeste do Brasil, 2015. Epidemiol. Serv. Saúde, v.25, 
n.4, p.683-690, 2016. 
 
FORMIGA, C.K.M.R.; PEDRAZZANI, E.S.; TUDELA, E. Intervenção precoce com bebês 
de risco. Rio de Janeiro: Atheneu, 2010. 
 
HALLAL, C.Z.; MARQUES, N.R.; BRACHIALLI, L.M.P. Aquisição de habilidades 
funcionais na área de mobilidade em crianças atendidas em um Programa de Estimulação 
Precoce. Rev. Bras. Cresc. Desenvol. Hum., v.18, n.1, p.27-34, 2008. 
 
LIMA, C.L.F.A; FONSECA, L.F. Paralisia cerebral. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 
2004. 
 
OMS - Organização Mundial da Saúde. Microcefalia. 2016. Disponível em: 
<http://www.who.int/mediacentre/factsheets/microcephaly/pt/>. Acesso em: 25 set. 2018. 
 
PAINEIRAS, L.L. Narrativas sobre a estimulação precoce evidenciando as particularidades da 
criança portadora de síndrome alcoólica fetal (SAF). 2005. 142 f. Dissertação (Mestrado em 
saúde da Criança) – Instituto Fernandes Figueira, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 
2005. 
 
PERNAMBUCO. Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco. Secretaria Executiva de 
Vigilância em Saúde. Protocolo Clínico e Epidemiológico para investigação de casos de 
microcefalia no estado dePernambuco. Versão N° 02. Pernambuco: Secretaria Estadual de 
Saúde, 2015.42p. 
 
RIBEIRO, C.T.M. et al. Perfil do atendimento fisioterapêutico na Síndrome de Down em 
algumas instituições do município do Rio de Janeiro. Rev. Neurocienc., v.15, n.2, p.114-119, 
2007. 
 
SCHWARTZAMAN, J.S. Histórico. In: SCHAWTZMAN, J.S. Síndrome de Down. São 
Paulo: Mackenzie; 2003. 
 
SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. Pediatria Ambulatorial. Disponível em: 
http://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/img/documentos/doc_pediatria_ambulatorial.p
df Acesso em: 16 abr. 2018. 
 
WILLRICH, A.; AZEVEDO, C.C.F.; FERNANDES, J.O. Motor development in childhood: 
influence of the risk factors and intervention programs. Rev. Neurocienc., v.17, n.1, p.51-56, 
2009. 
 
WHO - World Health Organization. Birth defects surveillance: a manual for programme 
 
 
 
48 
 
managers. Geneva: WHO, 2014. 
 
YAMASHIRO, K.M.; ESCAMILLA, R.F. Facilitação neuromuscular proprioceptiva. In: 
BRODY, L.T.; HALL, C.M. Exercício terapêutico na busca da função. Rio de Janeiro: 
Guanabara Koogan, 2012. p.357-371. 
 
ZANLUCA, C. et al. First report of autochthonous transmission of Zika virus in Brazil. 
Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, v.110, n.4, p.569-572, 2015. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
49 
 
CAPITULO 06 
 
Incidências da Mortalidade das Doenças do Aparelho Circulatório no Estado de Mato 
Grosso 
 
Aldo Ricci Figueiredo Filho1 
Juliana Santi Sagin Pinto Bergamim2 
Olyvia Ribeiro Derze3 
Ariane Hidalgo Mansano Pletsch4 
Maristela Prado e Silva Nazario5 
 
 
Resumo 
Introdução: As doenças do aparelho circulatório (DAC) estão entre as principais causas de 
mortalidade no Brasil. Além disso, causam perda de produtividade no trabalho e a diminuição 
da renda familiar em função do absenteísmo. Objetivo: Apresentar os dados em relação à 
mortalidade pelas Doenças do Aparelho Circulatório no Estado de Mato Grosso em 2018. 
Método: O levantamento dos dados foi obtido através das publicações nos sites do Ministério 
da Saúde (MS), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da Organização Mundial 
de Saúde (OMS). Para demonstrá-las, foram construídas tabelas exemplificando os dados. 
Resultados: As taxas de mortalidade pelas doenças do aparelho circulatório (DAC) continuam 
elevadas no Estado de Mato Grosso em ambos os sexos. Conclusão: As doenças do aparelho 
circulatório continuam sendo as principais causas de mortalidade no Estado de Mato Grosso 
em 2018, e em maior índice no sexo masculino. 
 
Palavras-chave: Mortalidade. Doenças do Aparelho Circulatório. Mato Grosso. 
Epidemiologia. 
 
 
1 Introdução 
É de notório conhecimento que as doenças infectocontagiosas assolavam o País no início 
do século XX, sendo estas as principais causas de mortalidade. Com o passar dos anos e o 
avanço da tecnologia, da medicina, da prevenção e o combate às endemias, a participação das 
mesmas fora reduzida drasticamente, sendo preteridas pelas Doenças Crônicas Não 
Transmissíveis (DCNT), transformando-se num dos principais fatores de mortalidade no 
Brasil1. 
Isso se agrava ainda mais quando associamos às mudanças nos padrões de consumo, dos 
hábitos de vida, o avanço tecnológico, a forma como nos alimentamos e à inatividade física, 
mantendo tal índice em constante elevação (MALTA et al., 2011). 
 
1 Acadêmico do Curso de Fisioterapia do Instituto Cuiabá de Ensino e Cultura (ICEC). 
2 Docente do Curso de Fisioterapia do Instituto Cuiabá de Ensino e Cultura (ICEC). 
3 Docente do Curso de Fisioterapia do Instituto Cuiabá de Ensino e Cultura (ICEC). 
4 Docente do Curso de Fisioterapia da Universidade de Cuiabá (UNIC). 
5 Docente do Curso de Fisioterapia do Instituto Cuiabá de Ensino e Cultura (ICEC). 
 
 
 
50 
 
Como o impacto produzido pelas DCNT vem aumentando consideravelmente ao longo 
dos anos, além do envelhecimento populacional, as projeções das mortes anuais decorrentes 
destas continuam a subir em todo o mundo, sendo que o maior aumento esperado incidirá nas 
regiões de baixa e média renda, conforme informações da Organização Mundial de Saúde 
(OMS, 2010). 
De acordo com a Organização Mundial de Saúde para o ano de 2012, estimou-se que 56 
milhões de pessoas morreram em todo o mundo, sendo as DCNT responsáveis por 68% de todas 
as mortes no referido ano. As principais doenças são: cardiovasculares, câncer, diabetes e 
doenças respiratórias crônicas. 
Schmidt et al (2011) verificou que no Brasil, as DCNT foram responsáveis por 72% dos 
óbitos em 2007, destacando-se aqueles provocados por doenças do aparelho circulatório 
(31,3%), neoplasias (16,3%) e diabetes (5,2%). 
No estudo de Abegunde et al. (2007), “avaliações para o Brasil indicam que a perda de 
produtividade no trabalho e a diminuição da renda familiar resultantes de apenas três DCNT: 
diabetes, doença do coração e acidente vascular encefálico, levarão a uma perda na economia 
brasileira de US$ 4,18 bilhões entre 2006 e 2015”. 
Conforme o Ministério da Saúde e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
(MS/IBGE, 2010) as informações referentes aos Gastos com Ações e Serviços Públicos de 
Saúde tendo como proporção o PIB brasileiro em 2010 - na qual ocorre a soma dos valores 
aplicados pelas três esferas governamentais (Municipal, Estadual e Federal) o total da média 
nacional foi de 3,67%. Deste percentual do PIB nacional, fora destinado ao Estado de Mato 
Grosso o percentual de 3,18% no mesmo ano. 
A proposta do presente estudo foi demonstrar a incidência de mortes pelas Doenças do 
Aparelho Circulatório no Estado de Mato Grosso em 2018, enquadradas no Capítulo IX da 
Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde – 10 
Revisão (CID 10, Cap. IX). 
 
2 Metodologia 
Trata-se de um estudo descritivo e abordagem quantitativa, na qual os dados foram 
coletados nos sites do Ministério da Saúde, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e 
da Organização Mundial de Saúde. A amostra foi composta por indivíduos de ambos os sexos, 
de todas as idades, sendo os dados referentes ao ano de 2018 do Brasil e de Mato Grosso. Para 
a análise das mesmas, foram verificadas as informações divulgadas pelos órgãos acima citados 
 
 
 
51 
 
quanto à: população, sexo, auto avaliação em saúde, taxa de crescimento populacional, índice 
de envelhecimento populacional, mortalidade pelas doenças do aparelho circulatório de acordo 
com a Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde – 
10 Revisão (CID 10, Capítulo IX), gastos com ações e serviços públicos de saúde como 
proporção do PIB, as 10 maiores causas de mortes no mundo e o relatório mundial das doenças 
não transmissíveis de 2010 da Organização Mundial de Saúde. 
Aspectos éticos por se tratarem de dados públicos, e não haver elementos de identificação 
dos indivíduos estudados, não houve necessidade de emprego de termo de consentimento livre 
e esclarecido. Foram observados os princípios éticos constantes da Resolução do Conselho 
Nacional de Saúde (CNS) no 466, de 12 de dezembro de 2012. 
 
3 Resultados e Discussão 
No ano de 2015, a população brasileira era de 204.860.000. Em Mato Grosso, a população 
total era de 3.274.000, perfazendo um total de 1,59%. 
Quanto ao percentual da população por sexo em Mato Grosso, 50,43% são do sexo 
masculino (1.651.000) e 49,57% são do sexo feminino (1.623.000). 
 
Quadro 1 – Percentual da população. 
Referência n % 
Brasil 204.860.000 100% 
Mato Grosso 3.274.000 1,59% 
 Masculino 1.651 50,43% 
 Feminino 1.623 49,57% 
Fonte: Dados da pesquisa. 
 
A Pesquisa Nacional de Saúde na qual as pessoas respondem pela sua percepção de 
saúde, realizada em 2013 pelo IBGE, as respostas nacionais ficaram tabuladas da seguintemaneira: 13,30% “muito boa”, 52,82% “boa”, 28,05% “regular”, 4,67% “ruim” e 1,16% “muito 
ruim”. Já para as respostas dos habitantes do Estado de Mato Grosso, estas ficaram assim 
distribuídas: 10,39% “muito boa”, 56,28% “boa”, 27,72% “regular”, 4,54% “ruim”, sendo que 
não houve dados estatisticamente significativos para a resposta “muito ruim”. 
 
Quadro 2 - Pesquisa nacional de saúde - 2013 módulo percepção de 
saúde. Distribuição na linha por auto avaliação de saúde 
Referência Respostas (%) 
Muito Boa Boa Regular Ruim Muito ruim 
Brasil 13,30 52,82 28,05 4,67 1,16 
 
 
 
52 
 
Mato Grosso 10,39 56,28 27,72 4,54 - 
Fonte: Dados da pesquisa. 
 
A taxa bruta de natalidade brasileira no ano de 2011 ficou na monta de 15,50 para cada 
um mil habitantes. 
Já os dados referentes à taxa bruta de mortalidade brasileira no ano de 2018 ficou com 
o índice de 6,74 para cada mil habitantes e em Mato Grosso de 5,70 para mil habitantes. 
 
Quadro 3 – Taxa de percentual de incremento médio anual, índice de envelhecimento e porporção de 
gasto total. 
 Percentual de incremento 
médio anual (%) 
Índice de envelhecimento 
populacional (%) 
Proporção do Gasto Total / 
PIB (%) em 2010 (%) 
Brasil 0,84 43,19 3,67 
Mato Grosso 1,31 28,27 3,18 
Fonte: Dados da pesquisa. 
 
A Taxa de Percentual de Incremento Médio Anual referente ao crescimento 
populacional no Brasil pelo Censo de 2010 foi de 0,84%, sendo que para o mesmo período em 
Mato Grosso a taxa foi de 1,31%. 
Quanto ao Índice de Envelhecimento populacional, em 2018 o referido dado foi de 
43,19% enquanto para Mato Grosso, o percentual encontrado foi de 28,27%. 
Os dados referentes aos óbitos que compõem a Classificação Internacional de Doenças 
e Problemas Relacionados à Saúde (CID-10) demonstram que o total de óbitos no País em 2016 
foi de 1.309.774. Destes, em relação ao capítulo IX da CID 10, que trata sobre as Doenças do 
Aparelho Circulatório (DAC), evidenciam que no Brasil, a taxa de mortalidade foi de 362.091, 
perfazendo um total de 28,88% do referido ano. 
 
Quadro 4 - Óbitos por ocorrência do capítulo IX / 
CID-10 - MT/2016 
Referência CID 10 - Cap. IX (DAC) 
 N % 
BRASIL 362.091 28,88 
Mato Grosso 4.211 1,60 
 Masculino 2.495 59,25 
 Feminino 1.716 40,75 
Fonte: Dados da pesquisa. 
 
Quanto à Mato Grosso, o total para o ano de 2016 foi de 4.211 casos, perfazendo 1,60% 
dos óbitos comparando-se aos dados brasileiros relativos ao Cap. IX da CID 10, sendo que 
 
 
 
53 
 
59,25% (2.495) foram de pessoas do sexo masculino e 40,75% (1.716) de pessoas do sexo 
feminino. 
 Em relação ao gasto do PIB brasileiro no ano de 2010 quanto às ações e serviços 
públicos necessários para a manutenção da saúde pública do País, foram utilizados 3,67% do 
PIB, sendo que no mesmo período para o Estado de Mato Grosso, fora destinado o percentual 
de 3,18%. 
 A partir dos dados apresentados, verifica-se que os índices de mortalidade tendo como 
causa as DAC continuam sendo uma das principais causas responsáveis pela alta taxa de 
mortalidade no País em 2018. 
Para tanto, em sua publicação com o título: “Relatório de Posicionamento Global das 
Doenças Não Transmissíveis em 2010”, a Organização Mundial de Saúde divulgou dados que 
vão de encontro com os apresentados pelo Governo Brasileiro, vez que as DAC são uma das 
principais causas de mortes pelo mundo, e uma das que compõem as DCNT. Além disso, em 
outra publicação do mesmo Órgão com o título “As 10 maiores causas de mortes”, fica 
evidenciado que dentre as DCNT, as DAC continuam na liderança como a maior causa mortis 
mundial, apesar da redução de 30% (OMS, 2010, MARINHO; PASSOS; FRANÇA, 2016) 
Um estudo de Soares et al (2018) demonstraram que no Estado do Rio de Janeiro, no 
período de 1979 à 2010 evidenciou que a variação evolutiva do Produto Interno Bruto per capita 
demonstrou elevada correlação com a redução da mortalidade por DAC. Essas relações 
sinalizam a importância na melhoria das condições de vida da população para reduzir a 
mortalidade cardiovascular. 
O estudo de Alves e Moraes (2015) encontraram em seu resultado os seguintes dados 
quanto às DAC tendo como referência a população de ambos os sexos, idade entre 30 e 69 anos, 
abrangência em todos os Estados e o Distrito Federal, período de 2000 à 2011: o total de óbitos 
para o referido período foi de 1.787.322, destes 1.086.921 (60,81%) referentes ao sexo 
masculino e 700.401 (39,19%) do sexo feminino. Verificando individualmente as Unidades da 
Federação e o Distrito Federal, quase todos os Estados apresentaram redução do número de 
óbitos, com exceção dos estados do Acre e a Paraíba, que apresentaram tendência de 
manutenção do índice. Em relação ao sexo feminino, quase todos os Estados apresentaram 
redução do índice, com exceção de Acre e Roraima, que apresentaram tendência estacionária. 
Mas no estudo na capital do Acre, Rio Branco, Bezerra et al. (2018), observou que houve uma 
tendência decrescentes de mortes por doenças do aparelho circulatório. 
 
 
 
 
54 
 
4 Conclusão 
Conclui-se que as Doenças Crônicas Não Transmissíveis continuam sendo as principais 
responsáveis pela alta incidência de mortes no Brasil, sendo que o Estado de Mato Grosso não 
foi exceção à regra no ano de 2018. 
Destas, a principal causa de mortalidade continua sendo as Doenças do Aparelho 
Circulatório, incidindo com maior frequência a população do sexo masculino, mesmo que 
alguns trabalhos demonstrem que tais índices vêm diminuindo no País e no mundo. 
Ademais, faz-se necessário a realização de novos estudos para que possamos acompanhar 
os índices de mortalidade em relação às Doenças do Aparelho Circulatório no Brasil. 
 
Referências 
ABEGUNDE, D.O. et al. The burden and costs of chronic diseases in low-income and middle-
income countries. Lancet, v.370, n.9603, p.1929-1938, 2007. 
 
ALVES, C.G.; MORAES NETO, O.L. Tendência da mortalidade prematura por doenças 
crônicas não transmissíveis nas unidades federadas brasileiras. Ciênc. Saúde Coletiva, v.20, 
n.3, p.641-654, 2015. 
 
BEZERRA PCL, MONTEIRO GTR. Tendência de mortalidade geral e por doenças do aparelho 
circulatório em idosos, Rio Branco, Acre, 1980-2012. Rev. Bras. Geriatr. Gerontol., v.21, n.2, 
p.145-157, 2018. 
 
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Nacional de Amostra por 
Domicílios (PNAD) 2004 a 2013. 
 
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Plano Nacional de Saúde (PNS) 2013. 
 
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. PNAD, Censos Demográficos, Contagem 
Populacional, Projeções e Estimativas Demográficas. 
 
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censos Demográficos. 
 
BRASIL. Ministério da Saúde, DATASUS Mortalidade Brasil – SIM. 
 
MALTA, D.C.; MORAIS NETO, O.L.; SILVA JUNIOR, J.B. Apresentação do plano de ações 
estratégicas para o enfrentamento das doenças crônicas não transmissíveis no Brasil, 2011 a 
2022. Epidemiol. Serv. Saúde. v. 20, n. 4, p. 425-438, 2011. 
 
MARINHO, F.; PASSOS, V.M.A.; FRANÇA, E.B. Novo século, novos desafios: mudança no 
perfil da carga de doença no Brasil de 1990 a 2010. Epidemiol. Serv. Saude, v. 25, n. 4, p. 713-
724, 2016. 
 
BRASIL. Ministério da Saúde - Secretaria Executiva. Departamento de Economia da Saúde e 
Desenvolvimento. Sistema de Informação Sobre Orçamentos Públicos de Saúde. Fundo 
Nacional de Saúde e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 
 
 
 
55 
 
 
OMS. Organização Mundial de Saúde. Media Centre: the top 10 causes of death. 
 
OMS. Organização Mundial de Saúde. Global status report on non communicable diseases 
2010. 
 
SCHMIDT, M.I. et al. Chronic non - communicable diseases in Brazil: burden and current 
challenges. Lancet, v. 377, n. 9781, p. 1949-1979, 2011. 
 
SOARES, G.P. et al. Evolução da Mortalidade por Doenças do Aparelho Circulatórioe do 
Produto Interno Bruto per Capita nos Municípios do Estado do Rio de Janeiro. Int J Cardiovasc 
Sci. v. 31, n. 2, p. 123-132, 2018. 
 
WHO. World Health Organization. Diet, Nutrition and the Prevention of Chronic Diseases. 
Report of a Joint WHO/FAO Expert Consultation, Geneva, 28 January - 1 February 2002. 
Geneva; 2002. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
56 
 
CAPITULO 07 
 
Ligamentoplastia de LCA: Procedimentos Fisioterapêuticos em sua Reabilitação 
 
Paulo Henrique de Figueiredo de Sousa1 
Olyvia Ribeiro Derze2 
Ariane Hidalgo Mansano Pletsch3 
Juliana Santi Sagin Pinto Bergamim4 
Maristela Prado e Silva Nazario5 
 
Resumo 
Introdução: O complexo da articulação do joelho é extremamente elaborado e inclui três 
superfícies articulares, que formam duas articulações distintas contidas dentro de uma simples 
cápsula: a patelofemoral e a tibiofemoral. O Ligamento Cruzado Anterior é uma estrutura única 
e um dos mais importantes ligamentos para a estabilidade do joelho, servindo como restrição 
primária para a translação anterior da tíbia relativa ao fêmur e restrição secundária à rotação 
externa e interna do joelho que não está sustentando peso. Objetivo: Descrever a atuação 
fisioterapêutica no paciente pós-cirúrgico de Ligamento Cruzado Anterior. Método: Foi 
realizado um estudo de revisão bibliográfica. O levantamento bibliográfico foi realizado nos 
bancos de dados da Lilacs e SciELO, na língua portuguesa e inglesa. Como critério de inclusão 
foi considerado os artigos científicos em português, disponíveis eletronicamente e publicados 
entre 2011 a 2018, livros, Monografia e Trabalho de Conclusão de Curso. Resultados: 
Articulação do complexo do joelho, portanto, é a mais lesionada. Dentre as lesões mais comuns 
estão as entorses, contusões, lesões meniscais e ligamentares. As mais frequentes são as lesões 
do ligamento cruzado anterior. Conclusão: É imprescindível que após a ligamentoplastia de 
LCA a intervenção fisioterapêutica seja precoce e respeite os principais métodos utilizados no 
ato cirúrgico: o enxerto osso tendão osso e o enxerto quádruplo do semitendíneo e grácil 
precisarão dessa atenção, pois, cada um deve ser reabilitado de forma diferente cabendo a esse 
profissional utilizar a melhor combinação de exercícios cinesiológicos e cadeia cinética aberta 
e cadeia cinética fechada para um perfeito retorno desse paciente as suas AVDs. 
 
Palavras-chaves: Ligamentoplastia de LCA, Procedimentos e Reabilitação Fisioterapêutica. 
 
 
1 Introdução 
O complexo do joelho localiza-se na transição entre a coxa e a perna e é considerado a 
mais complexa articulação do corpo humano. Ele tem uma incidência de lesões relativamente 
alta, principalmente em esportistas (HENTSCHEL; SERRÃO, 2010). 
O joelho é destinado à realização de movimentos rápidos e complexos ao mesmo tempo, 
 
1 Acadêmico do Curso de Fisioterapia do Instituto Cuiabá de Ensino e Cultura (ICEC). 
2 Docente do Curso de Fisioterapia do Instituto Cuiabá de Ensino e Cultura (ICEC). 
3 Docente do Curso de Fisioterapia da Universidade de Cuiabá (UNIC). 
4 Docente do Curso de Fisioterapia do Instituto Cuiabá de Ensino e Cultura (ICEC). 
5 Docente do Curso de Fisioterapia do Instituto Cuiabá de Ensino e Cultura (ICEC). 
 
 
 
57 
 
comumente tem suas tarefas dificultadas pelo peso do corpo. Essas duas necessidades, 
velocidade e força, aplicam tensões na articulação e isto, por sua vez, pode acarretar sintomas. 
Outra característica é a posição exposta do joelho, que torna a articulação vulnerável em muitas 
ocupações e esportes (MACNICOL, 2002). 
O joelho deve suportar grandes forças, dar estabilidade e possuir uma grande amplitude 
de movimento, tudo isso é fornecido pelas estruturas ósseas, musculares, ligamentares e 
menisco (OLIVEIRA; CHIAPETA, 2016). 
O complexo da articulação do joelho é extremamente elaborado e inclui três superfícies 
articulares, que formam duas articulações distintas contidas dentro de uma simples cápsula: a 
patelofemoral e a tibiofemoral (DUTTON,2010). 
Um dos motivos da ocorrência frequente de lesão no complexo do joelho é o fato de estar 
localizado entre dois braços longos de alavanca, o fêmur e a tíbia, formando o elo entre os 
elementos da cadeia cinética dos membros inferior e acaba sendo submetido a grandes forças 
(HENTSCHEL; SERRÃO, 2010). O objetivo deste trabalho foi descrever a atuação 
fisioterapêutica no paciente pós-cirúrgico de Ligamento Cruzado Anterior. 
 
2 Metodologia 
A metodologia desse trabalho está desenvolvida em revisão bibliográfico e análise de 
pesquisas. O levantamento bibliográfico foi realizado no s bancos de dados SciELO e Lilacs na 
língua portuguesa e inglesa. Foram utilizados os seguintes descritores: Ligamentoplastia, LCA, 
Procedimentos, Fisioterapêuticos e Reabilitação. Como critérios de inclusão consideramos os 
artigos científicos em português, disponíveis eletronicamente e publicados entre 2011 a 2018, 
livros, Monografia e Trabalho de Conclusão de Curso. Sendo excluídos artigos em outros 
idiomas. 
 
3 Resultados e Discussão 
O joelho é uma das articulações mais lesionadas do corpo. Os tipos de lesões nessa região 
vistos clinicamente podem ser generalizados dentro das seguintes categorias (DUTTON, 2010): 
 Entorses ou distensões inespecíficas e outras lesões menores, incluindo as por 
esforço repetitivo. 
 Contusões. 
 Lesões de menisco ou de ligamentos. 
Dentre essas lesões, as comumente ocorridas são as ligamentares, com evidência para a 
 
 
 
58 
 
lesão do ligamento cruzado anterior (OLIVEIRA; CHIAPETA, 2016). 
O Ligamento Cruzado Anterior (LCA) é uma estrutura única e um dos mais importantes 
ligamentos para a estabilidade do joelho, servindo como restrição primária para a translação 
anterior da tíbia relativa ao fêmur e restrição secundária à rotação externa e interna do joelho 
que não está sustentando peso (DUTTON, 2010). 
Anatomicamente o LCA, está inserido no platô tibial parte anterior, estendendo-se para 
cima e para posterior se inserindo na face medial do côndilo femoral lateral (STIEVEN-FILHO 
et al. 2011). 
Quando se abre pela frente a articulação do joelho, observa-se que os ligamentos cruzados 
estão situados em pleno centro da articulação, alojando-se principalmente na incisura 
intercondiliana, e o primeiro que se encontra é o LCA, sua inserção tibial localiza-se na 
superfície pré-espinhal, ao longo da glenóide interna entre a inserção do corno anterior do 
menisco interno pela frente e a do menisco externo por trás. O seu trajeto é oblíquo para cima 
para trás e para fora e sua inserção femoral se realiza sobre a face axial do côndilo externo 
(KAPANDJI, 2000). 
O LCA é o ligamento do joelho lesionado em 50% de todas as lesões ligamentares, em 
que a maioria destas ocorre em atividades esportivas, principalmente as que envolvem 
aceleração e desaceleração (OLIVEIRA; CHIAPETA, 2016). 
O LCA absorve cerca de 90% da força causadora da translação anterior. Seu feixe ântero-
medial é tenso na flexão, enquanto, na extensão, as fibras póstero-laterais são alongadas. Essas 
propriedades únicas não apenas o tornam o ligamento “crucial” da articulação do joelho, mas 
também aumentam seu potencial para sofrer lesões (DUTTON,2010). 
 
3.1 Ligamentoplastia de LCA 
Apesar dos avanços no estudo da anatomia e biomecânica do joelho, quando se depara 
com uma lesão de LCA, a maior dificuldade encontrada relativa ao tratamento é determinar se 
a indicação terapêutica é clínica ou cirúrgica. A intervenção cirúrgica é indicada quando a 
instabilidade causa incapacidade e limitações funcionais ou pode eventualmente levar à 
deterioração das superfícies articulares (CAMANHO, 2003). 
A decisão para a reconstrução do LCA é baseada em fatores como: grau de instabilidade, 
idade do paciente, nível deexigência do joelho, presença de falseios, lesões meniscais 
recorrentes e interesse em retornar ao esporte. A cirurgia tem como objetivo criar uma réplica 
do ligamento original, porém para se obter as mesmas capacidades funcionais comparadas ao 
 
 
 
59 
 
membro não operado é necessário um programa de reabilitação (PEREIRA et al., 2012). 
A reconstrução do LCA é uma das cirurgias ortopédicas mais realizadas estimando-se 
que por ano, sejam realizadas aproximadamente entre 50.000 a 300.000 reconstruções nos 
Estados Unidos da América, consoante os diferentes estudos. 
No entanto, são utilizados preferencialmente enxertos autólogos ou aloenxertos, 
principalmente devido à possibilidade de transmissão de doenças (SALGADO; CASTRO, 
2014). 
Os enxertos mais utilizados são: osso-tendão-osso com terço médio do tendão patelar 
(OTO) e enxerto quádruplo do semitendíneo e grácil (EQSG). Para cada tipo de enxerto existem 
as vantagens e as desvantagens (PEREIRA et al., 2012). 
 
3.2 Enxerto Osso-tendão-Osso (OTO) 
A utilização do terço central do tendão rotuliano para reconstrução do LCA foi 
inicialmente descrita por Jones, numa tentativa de realizar um procedimento mais fisiológico. 
Esta técnica foi posteriormente modificada por vários cirurgiões dando origem à técnica 
cirúrgica atual, na qual o terço central do tendão rotuliano é removido juntamente com uma 
porção óssea em cada uma das extremidades do tendão, devendo cada porção óssea ter 10 mm 
de largura e 25 mm de comprimento e o tendão 9 a 11 mm de largura. 
Como vantagens, esta técnica permite a colheita fácil de um enxerto com tamanho 
consistente, com elevada rigidez e resistência elástica, com capacidade de revascularização e 
com rápida incorporação. Adicionalmente este enxerto permite uma fixação sólida com a 
utilização de parafusos de interferência e apresenta boas taxas de retorno dos doentes às 
atividades físicas prévias. 
As desvantagens estão sobretudo, relacionadas com a morbilidade da zona dadora e 
incluem dor, tendinite rotuliana, fratura rotuliana, ruptura do tendão rotuliano e maiores taxas 
de rigidez articular. 
Quanto à biomecânica, já foi demonstrado que este enxerto pode apresentar uma 
resistência elástica aproximadamente 168% da do LCA normal, sendo que, para os enxertos 
tradicionais de 10 mm de largura, os estudos mostram valores de resistência elástica que variam 
de 1784 N a 2977 N e valores de rigidez que variam de 210 N/mm a 620 N/mm (SALGADO; 
CASTRO, 2014). 
 
 
 
 
 
60 
 
3.3 Enxerto Quádruplo do Semitendíneo e Grácil (EQSG) 
Já o uso do EQSG tornou-se frequente como substituto do LCA porque evita a retirada 
de parte do mecanismo extensor, diminuindo, assim, as complicações crônicas e agudas da 
articulação patelofemoral. Porém, pode ocorrer fraqueza dos isquiotibiais e o procedimento é 
tecnicamente mais complicado. Aliada à reconstrução ligamentar, a reabilitação do joelho é um 
ponto de fundamental importância para alcançar os resultados desejados. O programa ideal de 
reabilitação tem por base o conhecimento biológico e mecânico exercido pelo ligamento 
(PEREIRA et al. 2012). 
Muitos cirurgiões de joelho têm preconizado o uso do enxerto múltiplo do mecanismo 
flexor para substituir o ligamento cruzado anterior. Lonnie E. Paulos (comunicação pessoal. 
Orthopedic Specialty Hospital, Salt Lake City, Utah, outubro de 1994) utiliza-se o 
semitendinoso duplo associado ao grácil duplo e os fixa no fêmur com o Mitek (Mitek Surgical 
Products, Inc., MA) e na tíbia com arruela denteada. Os meios de fixação utilizados por 
Rosenberg e Paulos são comprovadamente eficientes e vêm ao encontro da tendência moderna 
de bem estabilizar para liberar precocemente, porém têm no custo um fator inibidor de aplicação 
da técnica. Procurando adequar a utilização do mecanismo flexor do joelho como enxerto para 
o LCA, com a diminuição do custo do material de fixação em mais de 90% em relação à técnica 
de Rosenberg e Paulos, temos empregado o semitendinoso e o grácil (enxerto quádruplo) 
fixando-os ao fêmur com placa de um furo de 10x10mm e a tíbia também com placa de um 
furo, de 20x10mm (BALSINI; BALSINI, 1996). 
Hoje em dia a cirurgia de reconstrução do LCA é artroscopicamente assistida 
utilizando técnicas minimamente invasivas de modo a reduzir ao máximo a morbilidade 
cirúrgica (SALGADO; CASTRO, 2014). 
 
3.4 Intervenção Fisioterapêutica Pós Ligamentoplastia de LCA 
Após o tratamento cirúrgico, inicia-se a fase de reabilitação do joelho, onde o 
conhecimento do tipo de enxerto utilizado na cirurgia deve ser levado em consideração, pois 
cada enxerto possui suas especificidades (SANTOS, 2016). 
O enxerto da 4ª a 12ª semana é mais fraco e tem menos resistência, com isso, o programa 
de reabilitação deve proporcionar o nível de esforço apropriado sem provocar uma relesão 
consequentemente melhorando a cicatrização e a remodelação. Reconstruções que utilizam em 
enxerto do tendão patelar através de pinos ósseos proporcionam um enxerto forte e uma fixação 
firme com cicatrização óssea. Esses enxertos fornecem resistência e meios de fixação diferentes 
 
 
 
61 
 
(CAMANHO; CAMANHO; VIEGAS, 2003). 
Após o procedimento cirúrgico torna-se imprescindível o processo de reabilitação. Este 
processo deve se atentar para alguns pontos de destaque, o ganho de arco de movimento em 
extensão deve ser o mais precoce possível, fortalecimento de todo o membro inferior afetado, 
ganho de flexão do joelho, exercícios de equilíbrio, propriocepção e o retorno às atividades 
sociais e profissionais cotidianas do paciente (CAMANHO; CAMANHO; VIEGAS, 2003). 
Durante a reabilitação pós reconstrução do LCA, vários recursos podem ser utilizados. 
Ao longo dos anos diversos protocolos são propostos e tem sofrido inúmeras modificações. O 
sucesso de uma reconstrução do LCA extrapola o ato cirúrgico e depende também dos 
procedimentos utilizados na reabilitação pós-operatória sendo, portanto, a fisioterapia uma 
continuação lógica do ato cirúrgico (ARLIANI et al., 2012). 
Apesar da discordância entre autores acerca do protocolo para reabilitação da lesão de 
ligamento cruzado anterior, há uma concordância ao se utilizar crioterapia associada com 
ultrassom pulsátil, exercícios isométricos e pliométricos no início do tratamento (OLIVEIRA; 
CHIAPETA, 2016). 
Nos vários protocolos encontrados, existem dois principais para a reabilitação pós-
cirúrgica de LCA, sendo eles: 
 Normal: tem como objetivo recuperar o joelho de pacientes não atletas e o tempo de 
tratamento pode chegar até a oito meses (BOSSINO, MESQUITA, 2011) 
 Acelerado: chega de quatro a seis meses de tratamento, para reabilitar o paciente atleta 
no menor tempo possível, a fim de deixá-lo apto para as suas atividades profissionais 
(BOSSINO, MESQUITA, 2011). 
Pode-se notar que tanto o protocolo normal quanto o acelerado têm o intuito de deixar o 
paciente o mais funcional possível, sendo basicamente um só, diferenciando apenas na forma 
de usá-los, adequando sempre às necessidades do paciente (OLIVEIRA; CHIAPETA, 2016). 
Propôs as seguintes condutas: 
 Primeira fase: mobilização patelar, isometria para ganhar amplitude de movimento 
(ADM), imobilização de joelho em extensão, controlar o edema, dor, deambulação 
com muletas sem apoio do membro operado, mobilização passiva continua. 
 Segunda fase: deambulação com carga parcial com auxílio de muletas e imobilizador 
em extensão, exercícios isotônicos sem carga, a ADM passiva deve estar em 90º, o 
objetivo e ganhar até 120º, exercício ativo livre para flexão e extensão de joelho, 
propriocepção sem descarga de peso, alongamentos leves. 
 
 
 
62 
 
 Terceira fase: entra os exercícios em cadeia cinética fechada, elevação da perna com 
peso, bicicleta, alongamentos mais fortes, iniciam-se trotes em linha reta e com 
mudança de direção. 
 Quarta fase: o paciente continua os alongamentos,o ganho de ADM deve estar 
completo, continuar exercícios em cadeia cinética fechada e dar início aos exercícios 
e cadeia cinética aberta, deve-se continuar a propriocepção e pliometria, iniciar treino 
de atividade esportiva (corrida em linha reta, com mudança de direção, corrida em 
oito), deve-se iniciar musculação e natação liberando o paciente para suas atividades 
esportivas. 
A reabilitação do LCA requer a restauração da amplitude normal de movimento, dar força 
e dar capacidade funcional, ao mesmo tempo em que protege o enxerto. A resistência do enxerto 
depende da resistência da fixação durante as primeiras 4 a 6 semanas. 
 
4 Conclusão 
Devido a sua localização entre dois braços de alavancas longos do corpo humano, o fêmur 
e a tíbia, sendo a articulação mais complexa do nosso organismo e exposta a todos os tipos de 
atrito do dia a dia e também a ação da gravidade. A articulação do complexo do joelho, portanto, 
é a mais lesionada. Dentre as lesões mais comuns estão as entorses, contusões, lesões meniscais 
e ligamentares. As mais frequentes são as lesões do ligamento cruzado anterior. 
Sendo restritor primário da anteriorização da tíbia em relação ao fêmur e secundário da 
rotação interna e externa do joelho, é imprescindível que após a ligamentoplastia de LCA a 
intervenção fisioterapêutica seja precoce e respeite os principais métodos utilizados no ato 
cirúrgico: o enxerto osso tendão osso e o enxerto quádruplo do semitendíneo e grácil precisarão 
dessa atenção, pois, cada um deve ser reabilitado de forma diferente cabendo a esse profissional 
utilizar a melhor combinação de exercícios cinesiológicos e cadeia cinética aberta e cadeia 
cinética fechada para um perfeito retorno desse paciente as suas AVD. 
 
Referências 
ARLIANI, G.G. et al. Lesão do ligamento cruzado anterior: tratamento e reabilitação – 
perspectivas e tendências atuais. Rev. Bras. Ortop., v.47, n.2, p.191-196, 2012. 
 
BALSINI N.; BALSINI, N. E. Reconstrução do LCA com enxerto quádruplo do semitendinoso 
e grácil. Rev. Bras. Ortop., v.31, n.2, p.159-164, 1996. 
 
CAMANHO, G; CAMANHO, L.F.; VIEGAS, A. Reconstrução do ligamento cruzado anterior 
com tendões dos músculos flexores do joelho fixos com Endobutton. Rev. Bras. Ortopedia, 
 
 
 
63 
 
v.38, n.6, p.329-336, 2003. 
 
DUTTON, M. Fisioterapia ortopédica: exame, avaliação e intervenção. Porto Alegre: Artmed, 
2010. 
 
HENTSCHEL P.; SERRÃO, F. Movimento articular: aspectos morfológicos e funcionais: 
volume II, membro inferior. Barueri: Manole, 2010. 
 
KAPANDJI, A.I. Fisiologia articular. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000. 
 
MACNICOL, M.F. O joelho com problema. São Paulo: Manole, 2002. 
 
OLIVEIRA, T.G.; CHIAPETA, A.V. Intervenção fisioterapêutica nas lesões do Ligamento 
Cruzado Anterior (LCA): revisão de literatura. Rev. Cient. Univiçosa, v.8, n.1, p.548-554, 2016. 
 
PEREIRA, M. et al. Tratamento fisioterapêutico após reconstrução do ligamento cruzado 
anterior. Acta Ortop Bras, v.20, n.6, p.372-5, 2012. 
 
SALGADO, J.; CASTRO, J. Ligamentoplastia do ligamento cruzado anterior com enxerto 
osso-tendão-osso vs enxerto de tendões isquiotibiais vs enxerto osso-tendão. Rev. Port. Ortop. 
Traum. v.22, n.3, 2014. 
 
SANTOS, T. Protocolos de tratamento fisioterapêutico no pós-operatório de reconstrução do 
ligamento cruzado anterior em atletas profissionais. Rev. Cient. FacMais, v.8, n.3, 2016. 
 
STIEVEN-FILHO E, et al. Estudo anatômico das duas bandas do ligamento cruzado anterior 
com o joelho em 90º de flexão. Rev. Col Bras. Cir., v. 38, n.5, p.338-342, 2011. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
64 
 
CAPITULO 08 
 
O Uso da Pressão Positiva Contínua nas Vias aéreas em Crianças: Revisão Integrativa 
da Literatura 
 
Douglas Cardoso Alves1 
Olyvia Ribeiro Derze2 
Ariane Hidalgo Mansano Pletsch3 
Juliana Santi Sagin Pinto Bergamim4 
Nelma Sueli Marques Borges5 
Maristela Prado e Silva Nazario6 
 
Resumo 
Introdução: Pressão positiva contínua nas vias aéreas (CPAP) é um modo de ventilação 
mecânica não invasiva comumente usados em crianças. Objetivo: Identificar quais são os 
principais impactos da utilização da pressão positiva contínua nas vias aéreas em crianças 
hospitalizadas com pneumonia adquirida na comunidade (PAC). Método: Foi realizada uma 
pesquisa de revisão integrativa da literatura nas bases de dados eletrônicos nos últimos dez anos 
Medline, Pubmed, Lilacs, Bireme, Scielo e Google Acadêmico, elucidando o conceito de CPAP 
e PAC, abordando os problemas enfrentados por crianças hospitalizadas e identificando os 
impactos da utilização do CPAP. Conclusão: Foi possível identificar que o CPAP pode ser um 
coadjuvante no tratamento da PAC, pois, o mesmo pode minimizar as complicações da 
hospitalização, reduzindo a morbidade e a mortalidade. 
 
Palavras-chave: Ventilação Não-Invasiva. Pneumonia Associada a Assistência à Saúde. 
Criança Hospitalizada. 
 
1 Introdução 
A pneumonia adquirida na comunidade (PAC) atinge uma enorme porção da população 
mundial, tem maior predomínio em países não desenvolvidos. Essa patologia é responsável por 
um imenso número de mortes em todo o mundo. Estima-se que no mundo morram dois milhões 
de crianças por ano devido à pneumonia, especialmente em países em desenvolvimento 
(RODRIGUES, 2011). 
Pneumonias são doenças inflamatórias agudas causadas por infecções que agridem o trato 
respiratório e podem ser causadas por vírus, bactérias ou fungos. As pneumonias de origem 
bacteriana são as que mais acometem crianças. O tratamento hospitalar é indicado para as 
pneumonias classificadas como graves e muito graves, observando como complicações mais 
constantes das pneumonias o derrame pleural, atelectasias, pneumatoceles e insuficiência 
 
1 Acadêmico do Curso de Fisioterapia do Instituto Cuiabá de Ensino e Cultura (ICEC). 
2 Docente do Curso de Fisioterapia do Instituto Cuiabá de Ensino e Cultura (ICEC). 
3 Docente do Curso de Fisioterapia da Universidade de Cuiabá (UNIC). 
4 Docente do Curso de Fisioterapia do Instituto Cuiabá de Ensino e Cultura (ICEC). 
5 Docente do Curso de Fisioterapia do Instituto Cuiabá de Ensino e Cultura (ICEC). 
6 Docente do Curso de Fisioterapia do Instituto Cuiabá de Ensino e Cultura (ICEC). 
 
 
 
65 
 
respiratória (RICCETTO; MORCILLO; ZAMBOM, 2003). 
As crianças que são submetidas ao processo de hospitalização prolongada ou repetida têm 
maior risco de sofrerem retardo no seu desenvolvimento, além, dos riscos físicos que estão 
expostas. No período que estão no hospital às crianças ficam restringidas ao leito, inertes, 
cercadas de pessoas estranhas e submetidas a vários procedimentos desagradáveis, trazendo 
várias consequências emocionais às mesmas (PEDROSA et al., 2007). Para minimizar os 
impactos sofridos por essas crianças e diminuir o tempo de hospitalização, se faz necessário o 
uso de uma técnica que venha auxiliar o tratamento convencional. 
Referente ao que já foi exposta, a ventilação não invasiva (VNI) refere-se à aplicação de 
um suporte ventilatório sem a utilização de métodos invasivos das vias aéreas (tubo oro ou 
nasotraqueal ou uma cânula de traqueostomia) (FERREIRA et al., 2009). Há diferentes 
modalidades no seu uso, o presente trabalho está focado na Pressão positiva contínua nas vias 
aéreas - Continuous positive airway pressure (CPAP). Nesta modalidade, uma pressão positiva 
contínua é oferecida às vias aéreas inferiores através da faringe por diferentes tipos de 
interfaces, como máscara nasal, máscara facial e máscara facial total (MFT). A CPAP aumenta 
a absorção de Oxigênio (O2) pelo organismo, diminui o esforço respiratório, aliviando o 
cansaço dos músculos inspiratórios, Impede o colapso alveolar, dentre outros benefícios (LOH; 
CHAN; CHAN, 2007). 
Tendo em vista o cenário que foi apresentado, o presente trabalho irá analisaro uso do 
CPAP em crianças hospitalizadas com pneumonia adquirida na comunidade. Assim, o objetivo 
geral passa a ser identificar quais são os principais impactos da utilização da CPAP em crianças 
hospitalizadas com pneumonia adquirida na comunidade, e para tanto, será necessário 
conceituar a CPAP, a PAC, relacionar as complicações enfrentadas por crianças hospitalizadas, 
e apontar e analisar os efeitos da utilização do CPAP. 
 
2 Metodologia 
O presente estudo consiste em uma pesquisa de revisão bibliográfica integrativa, de 
caráter exploratório e descritivo, que trará seus resultados apresentados sobre a forma 
qualitativa. Para a sua elaboração foi realizada uma busca ativa de informações, através de 
artigos científicos, utilizando as bases de dados eletrônicos nos últimos dez anos Medline, 
Pubmed, Lilacs, Bireme, Scielo e Google Acadêmico. O levantamento foi executado com os 
seguintes descritores: Ventilação não invasiva com pressão positiva / non invasive ventilation 
with positive pressure, CPAP, crianças hospitalizadas / hospitalized children, pneumonia 
 
 
 
66 
 
adquirida na comunidade / Community-acquired pneumonia. Foram definidos como critérios 
de inclusão: artigos de revisão, editoriais, livros, consensos e artigos originais de língua inglesa, 
portuguesa ou espanhola. 
 
3 Resultados e Discussão 
Na década de 40 iniciaram-se estudos sobre a pressão positiva, durante a segunda guerra 
mundial, com a medicina de aviação (MOTLEY et al., 1947). A partir dos anos 80, está técnica 
começou a ser mais propagada com a inserção do CPAP (continuos positive airway pressure) 
para o tratamento da síndrome da apnéia obstrutiva do sono (SAOS). Nos anos 90 começa a 
utilização desse recurso em crianças nos Estados Unidos. E desde então a sua utilização tem-se 
difundido no tratamento de insuficiência respiratória de diversas etiologias (DÍAZ; 
MAYORALAS, 2003). 
A ventilação não invasiva (VNI) refere-se ao uso de um suporte ventilatório sem o auxílio 
de métodos invasivos das vias aéreas como (intubação orotraqueal e traqueostomia). O CPAP 
(Continuos Positive Airway Pressure – Pressão Positiva Contínua nas Vias Aéreas) é uma 
modalidade de VNI, que se define como um sistema artificial que produz pressão transpulmonar 
positiva ao longo das fases da respiração espontânea (FERREIRA et al., 2009). 
Pode-se utilizar a CPAP através de ventiladores exclusivos para a VNI, estes apresentam 
um circuito único, por onde ocorre a inspiração e a expiração (LOFASO et al., 1996). No 
entanto, essa modalidade também pode ser usada com os ventiladores de unidade de tratamento 
intensivo (UTI). Contudo os ventiladores específicos se sobressaem, devido à tolerância ao 
vazamento, a boa sincronia paciente-ventilador e o preço competitivo quando equiparados aos 
ventiladores de UTI (VITACCA et al., 2002). 
Para usarmos a CPAP se faz necessário também a utilização de uma interface que fará 
conexão do paciente ao ventilador. Existem diferentes tipos de máscaras: nasais, nasobucais ou 
faciais. A escolha da máscara é de fundamental importância para a sua aplicação, pois, o ajuste 
do paciente dependerá de suas características. As mais empregadas em pediatria são as nasais 
e nasobucais de silicone, de diferentes tamanhos (MEDINA; PONS; ESQUINAS, 2004). 
A aplicação do CPAP produz alguns efeitos no organismo, destacamos o aumento da 
passagem de ar nas vias aéreas superiores, tanto pelo estímulo dos músculos dilatadores desse 
local quanto pela abertura das vias aéreas pela pressão positiva, essa modalidade permite um 
gradual recrutamento alveolar. Melhora a oxigenação sistêmica, com isso, reverte a vaso 
constrição dos capilares pulmonares, diminuindo a resistência vascular e aumentando o fluxo, 
 
 
 
67 
 
conseqüentemente diminuindo o shunt. Diminui o gasto cardíaco, por permitir uma maior 
entrega de oxigênio aos tecidos (GRENVIK, 2001). Além disso, essa técnica melhora as trocas 
gasosas, a saturação de oxigênio, favorece a complacência pulmonar, diminui o trabalho 
respiratório, evita a intubação precoce, facilita a redistribuição do líquido do interstício 
(KNOBEL, 2006). Portanto, podemos inferir que essa técnica auxilia no tratamento e minimiza 
as complicações geradas pela PAC. 
Para prosseguirmos com este trabalho, se faz necessária a definição da Pneumonia. As 
pneumonias são doenças inflamatórias agudas de origem infecciosa que arremetem contra o 
parênquima pulmonar e são causadas por vírus, bactérias, fungos, entre outros agentes. A 
Pneumonia Adquirida na comunidade (PAC) que é o objeto de estudo deste trabalho se refere 
à pneumonia contraída fora do ambiente hospitalar, ou, ainda, aquela que se manifeste até 48 h 
após admissão em uma unidade assistencial (SOCIEDADE BRASILEIRA DE 
PNEUMOLOGIA E TISIOLOGIA, 2004). 
Em seguida abordarmos a fisiopatologia da pneumonia. Conforme Santos (2009), o 
organismo invasor causa inflamação nos bronquíolos e alvéolos, o exsudato se dispersa para os 
alvéolos mais próximos, favorecendo uma rápida disseminação de bactérias. Os alvéolos 
passam a acumular eritrócitos, leucócitos, macrófagos e fibrina, com congestão no lobo 
pulmonar ou em parte deste. A função pulmonar sofre alteração, provocando uma diminuição 
da ventilação alveolar, apesar do sangue correr normalmente, há redução nas trocas gasosas e 
na ventilação/perfusão (V/Q), resultando em hipoxemia e hipercapnia (SANTOS, 2009). 
Diversos são os fatores de risco que favorecem o aumento de ocorrências e/ou a gravidade 
das pneumonias em crianças, destacam-se a prematuridade, desnutrição, nível socioeconômico 
baixo, tabagismo passivo e convívio em creches. Semelhantemente doenças que afetam os 
sistemas cardiopulmonar, imunológico ou neuromuscular podem agravar o quadro de saúde das 
crianças com pneumonia (BOHLAND; JORGE, 1999). 
O quadro clínico dessa patologia é evidenciado pela presença de tosse, dispnéia, dor 
pleurítica, queda do estado geral, febre, cefaléia, sudorese, mialgia, hipoxemia, adinamia entre 
outros. Além desses sintomas, para diagnosticar a PAC, se faz necessário verificar alguns 
achados no exame físico como redução localizada do murmúrio vesicular, aumento do frêmito 
toracovocal, maciez à percussão, pectorilóquia. Também é indispensável à análise da 
radiografia de tórax e do hemograma (HALM; TEIRSTEIN, 2002; PEREIRA et al., 2004). 
Para tomada de decisão sobre o tratamento, avaliação da gravidade da doença e inferir 
provável prognóstico se utilizam alguns métodos classificatórios entre eles o Índice de 
 
 
 
68 
 
Gravidade de Pneumonia (PSI – Pneumonia Severity Index) e a escala de gravidade da PAC da 
British Thoracic Society (BTS) (BOHLAND; JORGE, 1999; MANDELL et al., 2007). Há 
necessidade de internação para pacientes que obtiverem maiores pontuação segundo as escalas, 
pois, são considerados pacientes de maiores riscos. Mediante ao exposto percebemos que a 
hospitalização é recomendada para pneumonias classificadas como graves e muito graves. 
Diante do que já foi exposto, podemos observar que crianças acometidas com pneumonias 
graves ou que tenham complicações decorrentes das mesmas, passarão pelo processo de 
hospitalização. Crianças estão mais suscetíveis a morbidade e mortalidade em consequência da 
PAC, segundo Piva et al. (1998) a população pediátrica é mais vulnerável, devido ao 
comprometimento do seu sistema respiratório. Dentre os vários fatores eles destacam as 
peculiaridades anatômicas, características fisiológicas e imunológicas, tais como menor 
diâmetro das vias aéreas que causam maior obstrução, musculaturas intercostais e diafragma 
menos maduram acarretando em fadiga, seu sistema imunológico ainda em desenvolvimento, 
propício as infecções e reservas de oxigênio diminuídas. 
Crianças hospitalizadas podem sofrer com a desnutrição e estão expostos a adquirirem 
infecções, ambos os riscos provenientes do ambientehospitalar. Em um estudo encontraram 
percentuais elevados de perda ponderal em crianças hospitalizadas com pneumonia (ROCHA; 
ROCHA; MARTINS, 2006). Quanto aos riscos de adquirirem infecções a Organização Mundial 
da Saúde preconiza que a infecção hospitalar é a principal causa de morbidade e mortalidade 
em crianças de mais tenra idade (OMS, 1971). Semelhantemente Turrini (2002) em seu estudo, 
ao analisar a relação da infecção hospitalar com o óbito, verificou que em 30,4% das crianças 
hospitalizadas a infecção foi considerada a causa do óbito e em 50,8% ela contribuiu. 
Além disso, a hospitalização traz prejuízos à saúde mental e emocional das crianças, visto 
que, é uma experiência detestável, pois envolve um processo de perda, independentemente do 
tempo de internação, devido à criança ser mais vulnerável que o adulto, impondo adaptações às 
mudanças do seu dia-a-dia. Em muitos casos ocorre a separação das crianças e os pais, 
promovendo medo e ansiedade nas mesmas por estarem em um ambiente novo, também por 
serem submetidas a procedimentos terapêuticos desconhecidos e agressivos sofrem sentimentos 
de abandono e desamparo (LIMA, 2004). 
É comum ocorrerem mecanismos de defesa, em forma de regressão, no qual a criança 
volta a uma fase anterior à sua idade atual, como meio de proteção. Também pode haver rejeição 
da alimentação, diminuição da fala, perda do domínio sobre os esfíncteres, além de outras 
respostas emocionais (SDALA; ANTÔNIO, 1995). Por outro lado, a hospitalização pode alterar 
 
 
 
69 
 
o desenvolvimento da criança, promovendo alterações físicas e mentais, estabelecendo 
sentimentos de menos valia, insegurança e inferioridade (PEDROSA et al., 2007). Devido a sua 
fragilidade emocional a criança terá dificuldade em aceitar sua situação, trazendo impactos 
psicológicos, muitas vezes irreversíveis. 
Conforme o contexto se faz necessário expor e analisar os impactos do uso do CPAP em 
crianças hospitalizadas com a PAC. Para a utilização do CPAP o paciente pediátrico necessita 
estar consciente, alerta, cooperativo (excetuando pacientes com narcose por hipercapnia), 
hemodinamicamente estável e sem dificuldades para adaptação à máscara e ao modo 
ventilatório empregado (MEDURI, 1998). Podemos inferir que, antes de aplicar a técnica o 
paciente deve passar por uma avaliação, para verificar se o mesmo é um paciente elegível para 
a sua utilização. 
O uso do CPAP pode trazer associado algumas complicações destacam-se: lesão da 
pirâmide nasal, eritema facial, congestão nasal, hemorragias nasais, distensão gástrica, dor 
ocular, conjuntivite, ulceração corneal, sinusite e menos frequentemente pneumotórax, 
hipotensão e pneumonia de aspiração (MEDINA; PONS; ESQUINAS, 2004). O 
desenvolvimento de necrose de pele no local de contato da máscara é a complicação mais 
comum de VNI, com uma incidência aproximada de 10% (SILVA; FORANDA; TROSTER, 
2003). Logo, para utilizar a CPAP se faz necessária uma equipe de profissionais habilitados a 
identificar antecipadamente os problemas que poderão surgir e solucioná-los de forma 
adequada. 
Embora o CPAP possa trazer algumas complicações no seu uso, e tenham que ser tomados 
alguns cuidados na sua aplicação. Esse recurso se mostra vantajoso, quanto ao seu desempenho 
no tratamento da PAC e suas complicações. Dentre as vantagens que podemos obter ao 
empregar está técnica salientamos evitar as complicações relacionadas à EOT e traqueostomia, 
preservar os mecanismos de defesa das vias aéreas, preserva a linguagem e a deglutição, 
necessita de pouca ou nenhuma sedação e possui grande flexibilidade em instituir e suspender 
seu uso (SILVA; FORANDA; TROSTER, 2003). 
O CPAP traz também benefícios fisiológicos que observamos em pacientes que o 
utilizam, apontamos o recrutamento de alvéolos colapsados ou não ventilados, aumenta a 
capacidade residual funcional, melhora a relação ventilação-perfusão, melhora a troca gasosa, 
otimiza a atividade respiratória, diminui a fadiga, aumenta a ventilação minuto (MEDURI, et 
al. 1996). 
Apesar de o CPAP ser uma técnica nova, podemos observar inúmeros estudos clínicos, 
 
 
 
70 
 
que comprovam em seus resultados a eficácia no tratamento da PAC e de suas complicações. 
Em um estudo com 113 crianças, tendo como modo ventilatório mais frequente o CPAP, e em 
segundo lugar com 31% dos casos a pneumonia como patologia de base, seus resultados 
apresentaram uma rápida melhora clínica, avaliada através da diminuição da frequência 
cardíaca e respiratória, melhora nos parâmetros gasométricos (pH e pCO2), evitou-se o 
agravamento clínico e possibilitou um maior conforto respiratório. Apesar das dificuldades 
encontradas na realização desse trabalho, complicações decorrentes da VNI, difícil colaboração 
e adaptação, revés na escolha e ajuste da interface. O mesmo se mostrou promissor quanto à 
utilização do CPAP em pacientes pediátricos (NUNES et al., 2010). 
Existem vários estudos que comprovam os benefícios da ventilação não invasiva com 
pressão positiva em pacientes com insuficiência respiratória aguda decorrente da PAC. Um 
estudo realizado na Itália em pacientes com PAC mostrou uma redução na taxa respiratória e 
na quantidade de intubação endotraqueal ao empregar a CPAP (CONFALONIERI et al., 1999). 
Holanda et al. em estudo realizado em um hospital no Ceará com portadores de insuficiência 
respiratória aguda decorrentes de várias patologias, dentre elas a pneumonia. Utilizando a 
ventilação não invasiva com pressão positiva, também constatou uma redução no número de 
intubação, redução da frequência respiratória e melhora na gasometria (HOLANDA et al., 
2001). 
Por fim, a partir do desenvolvimento de cada um dos objetivos específicos, foi possível 
reconhecer os principais impactos da utilização do CPAP em pacientes pediátricos com a PAC, 
e apesar de ser necessária a observação de alguns critérios para sua utilização, o método se 
mostra promitente. Desse modo, o objetivo geral deste trabalho foi alcançado e o problema de 
pesquisa devidamente respondido. Embora, mais estudos prospectivos analisando esses 
impactos, principalmente em crianças, são necessários. 
 
4 Conclusão 
A aplicação da CPAP em crianças embora seja recente, já demonstra ser um método 
auspicioso, suficientemente poderoso para provocar mudanças no tratamento de pacientes 
pediátricos. O uso da CPAP traz resultados positivos no tratamento da PAC e de suas 
complicações, já que o mesmo diminui o complexo e arriscado processo da VMI, melhora a 
oxigenação e otimiza o processo respiratório. Além disso, esse recurso ameniza os problemas 
físicos e emocionais das crianças hospitalizadas, visto que, o tempo de hospitalização é 
abreviado. Contudo se faz necessário considerar algumas complicações geradas por sua 
 
 
 
71 
 
utilização e analisar alguns critérios para o seu uso. 
 
Referências 
BOHLAND, A.K.; JORGE, M.H.P.M. Mortalidade infantil de menores de um ano de idade na 
região do sudoeste do estado de São Paulo. Rev. Saúde Pub., v. 33, p. 366-73, 1999. 
 
CONFALONIERI, M. et al. Acute respiratory failure in patients with severe community-
acquired pneumonia. A prospective randomized evaluation of noninvasive ventilation. Am. J. 
Respir. Crit. Care Med., v.160, p.1585-1591, 1999. 
 
DÍAZ, L.S.; MAYORALAS, A.S. Ventilación no invasiva. Arch. Bronconeumol., v.39, n.12, 
p.566-579, 2003. 
 
FERREIRA, S. et al. Ventilação não invasiva. Rev. Port. Pneumol., v.15, n.4, p.655-667, 2009. 
 
GRENVIK, A. Manual de Terapia Intensiva. São Paulo: Roca, 2001. 
 
HALM, E.A.; TEIRSTEIN, A.S. Management of community-acquiredpneumonia. N Engl. J. 
Med., v.347, p.2039-2045, 2002. 
 
HOLANDA, M.A. et al. Ventilação não-invasiva com pressão positiva em pacientes com 
insuficiência respiratória aguda: fatores associados à falha ou ao sucesso. J. Pneumol., v.27, 
n.6, p.301-309, 2001. 
 
KNOBEL, E.; LASELVA, C.R.;MOURA JUNIOR, D.F. Terapia intensiva enfermagem. São 
Paulo: Atheneu, 2006. 
 
LIMA, M.G.S. Atendimento psicológico da criança no ambiente hospitalar. In: BRUSCATO, 
W.L.; BENEDITTE, C.; LOPES, S.R.A. A pratica da psicologia hospitalar na Santa Casa de 
São Paulo: novas páginas em uma antiga história. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2004. p.81-
88. 
 
LOFASO, F. et al. Home versus intensive care pressure support devices. Experimental and 
clinical comparison. Am. J. Respir. Crit. Care Med., v.153, n.5, p.1591-1599, 1996. 
 
LOH, L.E.; CHAN, Y.H.; CHAN, I. Ventilação não-invasiva em crianças: uma revisão. 
Pediatr. v.83, n.2, p. S91-s99, 2007. 
 
MANDELL, L.A. et al. Infectious Diseases Society of America. American Thoracic Society 
Consensus Guidelines on the Management ofthe Community-Acquired Pneumonia in Adults. 
Clin Infect Dis. v. 44, supl 2, p. 27, 2007. 
 
MEDINA, A.; PONS, M.; ESQUINAS, A. Ventilacion no invasiva en pediatria, Madrid, Ergon, 
2004. 
 
MEDURI, G.U. Noninvasive positive-pressure ventilation in patients with acute respiratory 
failure. In: MARINI, J.J.; SLUTSKY, A.S. Physiological basis of ventilatory support. New 
York: Marcel Dekker, 1998. p.921-996. 
 
 
 
 
72 
 
MEDURI, G.U. et al. Noninvasive positive pressure ventilation via face mask. First-line 
intervention in patients with acute hypercapnic and hypoxemic respiratory failure. Chest, v.109, 
n. 1, p. 179-93, 1996. 
 
MOTLEY, H.L. et al. Observations on the clinical use of intermittent positive pressure. J. 
Aviation Med., v.18, n.5, p.417-435, 1947. 
 
NUNES, P. et al. Ventilação não invasiva numa unidade de cuidados intensivos pediátricos. 
Acta Med. Port., v. 23, n. 3, p. 399-404, 2010. 
 
OMS - Organização Mundial da Saúde. Manual de Classificação estatística internacional de 
doenças, lesões e causas de óbito; Revisão, 1975. São Paulo, Centro da OMS para Classificação 
de Doenças em Português, 1978- v.1. 
 
PEDROSA, A.M. et al. Diversão em movimento: um projeto lúdico para crianças hospitalizadas 
no Serviço de Oncologia Pediátrica do Instituto Materno Infantil Prof. Fernando Figueira, IMIP. 
Rev Bras. Saúde Materno Infantil, v.7, n.1, p.99-106, 2007. 
 
PEREIRA, C.A.C. et al. Diretrizes para pneumonias adquiridas na comunidade em adultos 
imunocompetentes. J. Bras. Pneumol., v.30, supl 4, p. S1-S24, 2004. 
 
PIVA, J.P. et al. Insuficiência respiratória na criança. J. Pediatr. v.74, p.S99-S112, 1998. 
 
RICCETTO, A.G.L.; MORCILLO, A.M.; ZAMBOM, M.P. Características de crianças com 
pneumonia atendidas no pronto-socorro. Rev. Ciênc. Méd., v.12, n.1, p.55-62, 2003. 
 
ROCHA, G.A.; ROCHA, E.J.; MARTINS, C.V. The effects of hospitalization on the nutritional 
status of children. J. Pediatr., v.82, p.70-4, 2006. 
 
RODRIGUES, F.E. et al. Mortalidade por pneumonia em crianças brasileiras até 4 anos de 
idade. J. Pediatr., v.87, n.2, p.111-114, 2011. 
 
SANTOS, M.S. Pneumonia em idosos e tratamento fisioterapêutico: revisão bibliográfica. 
Lins: Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium; 2009. 
 
SDALA, M.L.A.; ANTÔNIO, A.L.O. Interagindo com a criança hospitalizada: utilizando 
técnicas e medidas terapêuticas. Rev. Latinoam. Enferm., v.3, n.2, p.93-106, 1995. 
 
SILVA, D.C.B.; FORANDA, F.A.K.; TROSTER, E.J. Ventilação não invasiva em pediatria. J. 
Pediatr, v.79, p.S161-S168, 2003. 
 
SOCIEDADE BRASILEIRA DE PNEUMOLOGIA E TISIOLOGIA. Diretrizes para 
Pneumonias Adqüiridas na Comunidade (PAC) em Adultos Imunocompetentes. J. Pneumol., 
v.30, Suppl 4, p. S1-S24, 2004. 
 
TURRINI, R.N.T. Infecção hospitalar e mortalidade. Rev. Esc. Enferm., v.36, n.2, p.177-183, 
2002. 
 
VITACCA M, et al. Comparison of five bilevel pressure ventilators in patients with chronic 
ventilatory failure: a physiologic study. Chest, v.122, n.6, p.2105-2114, 2002. 
 
 
 
73 
 
CAPITULO 09 
 
Tratamento Fisioterapêutico na Fibromialgia 
 
 
Crislayne Almeida dos Santos1 
SayaraTainã Cavallari2 
Ariane Hidalgo Mansano Pletsch3 
Maristela Prado e Silva Nazario4 
Jonatan Costa Gomes5 
PatriciaHaranaka Ide6 
 
Resumo 
Introdução: A denominação fibromialgia, palavra derivada do latim fibro (tecido fibroso, 
presente em ligamentos, tendões e fáscias), e do grego mio (tecido muscular), algos (dor) e ia 
(condição), foi proposta inicialmente por Yunus e cols. em 1981, com o intuito de substituir o 
termo fibrosite, até então utilizado para denominar um tipo particular de reumatismo 
caracterizado pela presença de pontos musculares endurecidos e dolorosos à palpação, a partir 
do entendimento de que não havia, nestes adoecimentos, inflamação tecidual. Em 1990, um 
comitê do Colégio Americano de Reumatologia (ACR) definiu como critérios classificatórios 
da fibromialgia a presença na história clínica de dor generalizada, afetando o esqueleto axial e 
o periférico, acima e abaixo da cintura, com duração superior a três meses. Acomete 
predominantemente mulheres, no entanto, pode acometer crianças, adolescentes e idosos. 
Objetivo: O objetivo desse trabalho é ressaltar a importância do tratamento da fisioterapia na 
fibromialgia, através de métodos científicos. Método: O estudo foi realizado através de revisão 
bibliográfica, em artigos científicos retirados do banco de dados da Medline e das bibliotecas 
virtuais Scielo e Bireme. A população definida para o estudo foram mulheres 30 a 60 anos de 
idade. Resultados: 21 artigos atenderam aos critérios estabelecidos. Os tratamentos mostraram 
benefícios para qualidade vida, diminuindo o impacto dos sintomas. Conclusão: A fisioterapia 
tem importante papel na diminuição do quadro álgico da fibromialgia na vida dos pacientes, 
por meio de várias abordagens terapêuticas, melhorando a sua capacidade funcional e 
contribuindo para a manutenção de sua qualidade de vida 
 
Palavras-chave: Fisioterapia. Tender Points. Dor. Acometimento em Mulheres 
 
 
1 Introdução 
A denominação fibromialgia, palavra derivada do latim fibro (tecido fibroso, presente em 
ligamentos, tendões e fáscias), e do grego mio (tecido muscular), algos (dor) e ia (condição), 
 
1 Acadêmico do Curso de Fisioterapia do Instituto Cuiabá de Ensino e Cultura (ICEC). 
2 Acadêmico do Curso de Fisioterapia do Instituto Cuiabá de Ensino e Cultura (ICEC). 
3 Docente do Curso de Fisioterapia da Universidade de Cuiabá (UNIC). 
4 Docente do Curso de Fisioterapia do Instituto Cuiabá de Ensino e Cultura (ICEC). 
5 Docente do Curso de Fisioterapia do Instituto Cuiabá de Ensino e Cultura (ICEC). 
6 Docente do Curso de Fisioterapia do Instituto Cuiabá de Ensino e Cultura (ICEC). 
 
 
 
74 
 
foi proposta inicialmente por Yunus et al. (1981) com o intuito de substituir o termo fibrosite, 
até então utilizado para denominar um tipo particular de reumatismo caracterizado pela 
presença de pontos musculares endurecidos e dolorosos à palpação, a partir do entendimento 
de que não havia, nestes adoecimentos, inflamação tecidual (JUNIOR; GOLDENFUM; SIENA, 
2012) 
 Na década de 1980 diversos critérios diagnósticos foram sugeridos com base na exclusão 
de doença sistêmica, na presença de determinados sintomas e no achado de tender points 
durante o exame físico. Em 1990, um comitê do Colégio Americano de Reumatologia definiu 
como critérios classificatórios da fibromialgia a presença na história clínica de dor generalizada, 
afetando o esqueleto axial e periférico, acima e abaixo da cintura, com duração superior a três 
meses. Acomete predominantemente mulheres, no entanto, pode acometer crianças, 
adolescentes e idosos, frequentemente, estão associados outros sintomas, como a fadiga, 
distúrbios do sono, rigidez matinal e distúrbios psicológicos, como a ansiedade e depressão 
(RIBERTO; PATO, 2004; MARQUES et al. 2002; BATISTA; BORGES; WIBELINGER, 
2012). 
Apesar de acometer muitas pessoas em todo o mundo, pois sua prevalência é de2%, sua 
fisiopatologia ainda é tão incerta e multicausal quanto a sua etiologia. Fatores sociais, 
emocionais, familiares, aliados a uma característica de maior resposta aos estímulos dolorosos, 
o baixo nível de condicionamento cardiovascular e desempenho muscular são as hipóteses mais 
plausíveis (BATISTA; BORGES; WIBELINGER, 2012). 
No âmbito das intervenções físicas, a fisioterapia se destaca pela riqueza de modalidades 
terapêuticas como cinesioterapia, massoterapia, que podem ser utilizadas no controle da 
fibromialgia (FERREIRA; MARINO; CAVENAGHI, 2011). 
Cinesioterapia minimiza a dor, a fadiga e a tensão muscular, melhorando níveis de 
estresse, ansiedade e depressão nos indivíduos portadores de fibromialgia, quando executados 
de maneira regular e monitorada. Os exercícios de alongamento, por sua vez, permitem a 
recuperação do comprimento muscular funcional, possibilitando alívio de tensões, 
realinhamento da postura e melhora na amplitude, além de liberdade e consciência de 
movimento (LORENA et al., 2015). 
Pilates pode ser uma opção de atividade física no tratamento da fibromialgia, visa 
melhorar a flexibilidade, redução da dor melhora da capacidade funcional e qualidade do sono. 
Minimizando o recrutamento muscular desnecessário, que pode causar fadiga, instabilidade e 
dificuldades de recuperação (KOMATSU et al., 2016). O objetivo desse trabalho é ressaltar a 
 
 
 
75 
 
importância do tratamento da fisioterapia na fibromialgia, através de métodos científicos. 
 
2 Metodologia 
A revisão narrativa foi realizada entre agosto de 2018 a junho de 2019, através de revisão 
bibliográfica, em artigos científicos. Dentre os artigos apresentados na busca, foram 
selecionados somente aqueles compreendidos entre os anos de 2004 e 2019, totalizando um 
número de 21 artigos selecionados para análise. Retirados do banco de dados bibliográficos 
SciELO, Bireme, Medline e Revista Eletrônica. 
Nessa busca utilizamos artigo em português e inglês, palavras-chaves: fisiopatologia, 
ocupacionais, fisioterapêutico, miofascial, recursos, efeito, exercícios, muscular, tratamento, 
fibromialgia, pilates, dor, qualidade, mulheres, síndrome, fisioterapia, tratamento, pacientes. 
Pelos estudos feitos bibliograficamente através dos artigos, o critério de inclusão foram 
mulheres com a faixa etária entre 30 a 60 anos. Segundo os artigos analisados, sobre a eficácia 
do tratamento de fisioterapia na fibromialgia, dos 23 artigos encontrados, 21 foram inclusos e 
02 foram excluídos, pelo fato de não estar de acordo com a linha de tratamento desejada, pois 
relatava sobre tratamento farmacológico e medicina alternativa, sendo que, nosso objetivo é o 
tratamento fisioterapêutico. 
 
3 Resultados e Discussão 
Em um estudo foi analisado os aspectos referentes à qualidade de vida utilizando o 
questionário validado Short-Form Health Survey (SF-36), onde foi aplicado em um período pré 
e pós-tratamento, com tratamento de hidrocinesioterapia e cinesioterapia, foi realizado com 
mulheres da faixa etária de 30 e 55 anos, foram divididos em dois grupos de 12 pacientes, cada 
sessão teve a duração de 60 minutos sendo realizada uma vez por semana, os exercícios tanto 
na agua quanto no solo foram os mesmos como alongamento, exercício aeróbico de baixas 
intensidades. Foi analisada a capacidade funcional dos pacientes, ambos os grupos 
apresentaram melhora estatisticamente significante (p <0,05) entre o período pré e pós-
tratamento. Em relação aos aspectos físicos, somente o grupo tratado com cinesioterapia obteve 
melhora estatisticamente significante (p < 0,05). Isso pode estar relacionado aos efeitos do 
alongamento na recuperação da amplitude de movimento e da mobilidade articular, agindo 
positivamente sobre os sintomas da fibromialgia e facilitando a execução da atividade de vida 
diária. Quanto aos aspectos emocionais, somente o grupo da hidrocinesioterapia apresentou 
melhora estatisticamente significante (p < 0,05) quando comparados os resultados pré e pós-
 
 
 
76 
 
tratamento. A melhora se deve ao fato da água facilitar o desempenho dos movimentos e 
promover relaxamento muscular, uma vez que a flutuação se contrapõe à gravidade aliviando 
o peso corporal, consequentemente diminuindo a força de compressão sobre as articulações e o 
trabalho muscular. A melhora dos sintomas promovida pelos efeitos dessa técnica, os pacientes 
têm mais disposição e sente-se menos deprimida. Através do estudo analisou-se que o 
tratamento obteve melhora na qualidade de vida sendo indispensável esse tipo de tratamento 
para um paciente com Fibromialgia (HECKER et al., 2011; BATISTA; BORGES; 
WIBELINGER, 2012). 
Foi feito um estudo de exercício de alongamento muscular e aeróbico onde participou 32 
pacientes, foram selecionados por ordem de chegada só o primeiro paciente que foi por sorteio, 
mais a escolha pelo exercício também ficou a critério do paciente, teve alguns que preferiram 
ficar em outro grupo. Foram feitas avaliações antes e após o final do tratamento, a intensidade 
da dor foram avaliadas pela escala analógica visual (EVA) com escore de 0 a 10, foi utilizado 
a dolorimetria para avaliar os 18 pontos dolorosos, dividindo-se em dois grupos realizado 8 
sessões de fisioterapia uma vez por semana, alguns pacientes desistiram, tanto no grupo de 
alongamento quanto no grupo de exercícios aeróbico, por motivos profissionais ou pela 
distância. O estudo relata que nesta, o sono foi o fator que mais melhorou (38%) com os 
exercícios de alongamento (MARQUES et al., 2007; MATSUTANI; ASSUMPÇÃO; 
MARQUES, 2012; LORENA et al., 2015). 
O programa de exercícios de alongamento proposto também combinava com exercícios 
de respiração e alinhamento do tronco, o que pode ter colaborado com o relaxamento muscular, 
assim diminuindo a dor, melhorando o sono e, consequentemente, a depressão. Os pacientes 
que realizaram os exercícios aeróbicos apresentaram melhor resultado somente na ansiedade, 
sendo discreta (8% no traço de ansiedade e 10% no estado de ansiedade), no final do tratamento 
foram comparados os exercícios, o alongamento trouxe benefício na melhora da intensidade da 
dor, no número tender points e sono, os exercícios aeróbicos tem um efeito mais importante 
diminuição da ansiedade (MARQUES et al., 2007; MATSUTANI; ASSUMPÇÃO; 
MARQUES, 2012; LORENA et al., 2015). 
Foi analisado um tratamento com alongamento, e hidroterapia na fibromialgia, onde 
observou uma melhora da qualidade do sono, diminuição da positividade dos tender points e da 
dor, com ganho da flexibilidade muscular, além da melhora na postura e do bem estar geral da 
paciente, os componentes físicos e psicológicos foram agrupados, notou-se que o 
condicionamento aeróbico é mais eficaz que o alongamento. Observou que o treino aeróbico 
 
 
 
77 
 
provoca mudanças neuroendócrinas necessárias para a melhora do humor (aumento da 
serotonina e norepinefrina) e o alongamento não promove os mesmos efeitos. Um estudo 
comparativo com diferentes tipos de tratamento para pacientes com fibromialgia e concluíram 
que programa de exercícios aeróbicos de baixa intensidade, alongamentos e hidroterapia tem 
benéfico, promovendo a diminuição do impacto dos sintomas da fibromialgia e assim 
proporcionando uma melhor qualidade de vida (SANTOS; KRUEL, 2009). 
A hidroterapia é utilizada nos portadores de fibromialgia, os movimentos são suaves e as 
propriedades físicas da água, a imersão em água aquecida, 33 º a 36 ºC, promove alívio dos 
sintomas diminuindo rigidez articular e espasmos musculares, promovendo relaxamento, Watsu 
consiste em um trabalho passivo do paciente que geralmente experimenta um relaxamento 
profundo, a partir da sustentação pela água e o contínuo movimento, paciente não faz nenhum 
movimento e flutua nos braços do terapeuta, que associado à respiração imerge lentamente. Os 
pacientes com fibromialgia têm dificuldadesde fazer exercícios, mais essa técnica é realizada 
sem dores, o Watsu trabalha tanto o relaxamento como o alongamento. Ajudando a melhorar o 
sono e alívio do quadro álgico (BASTOS; CATEANO, 2010; GOMES et al., 2011). 
A técnica Isostretching é uma técnica de ginastica postural global, baseada em 
cinesioterapia, em um estudo foram feitos a (FIG) para avaliação, iniciou o tratamento com seis 
pessoas, ao decorrer do tratamento duas desistiram por conta do aumento do quadro álgico, o 
estudo ressalta que essa técnica não é indicado fazer em quadros álgicos agudos, a técnica de 
ginástica postural global baseada em uma cinesioterapia de equilíbrio, que mantém e controla 
o corpo no espaço, harmonizando as tensões e evitando as compensações que favorecem as 
alterações da coluna vertebral, sendo considerado desta forma, um método corretivo, educativo, 
preventivo, flexibilizam-te, tonificante e não traumatizante. Existe vários fatores importantes 
ser analisados como o controle respiratório, o domínio das sensações e da posição corporal 
somado ao trabalho muscular intenso, A harmonia do corpo se constrói pela qualidade, 
equilíbrio entre a força, leveza, potência de contração e possibilidade de alongamento. Essa 
técnica pode beneficiar indivíduos portadores de fibromialgia por ser um método que promove 
a manutenção ou ganho da capacidade funcional, melhorando, assim, sua qualidade de vida 
(TUROZI et al., 2010). 
Uma pesquisa utilizou o método pilates como tratamento para fibromialgia, foram 
realizados com paciente do sexo feminino, dividido 13 para tratamento e sete para controle, 
todos foram avaliados antes e após oito semanas, o grupo tratado foi submetido a uma hora de 
pilates duas vezes por semana durante oito semanas com orientações do princípio do pilates 
 
 
 
78 
 
durante o tratamento. O grupo controle permaneceu as intervenções previas de tratamento e as 
terapias inalteradas, o estudo ressalta que a taxa de abandono do grupo controle foram 53%,a 
principal razão para o abandono foram o agravamento dos sintomas, o grupo controle não 
apresentou diferenças significativa entre a primeira e a última avaliação, já o grupo tratado teve 
muita diferença na diminuição da dor, enquanto o grupo tratado apresentou um nível de dor 
maior no início, o que se nivelou com o grupo controle ao final do estudo, consideramos nossos 
resultados como positivos, dado que uma melhora de 14% no escore FIQ é considerada 
clinicamente relevante ; o grupo tratado apresentou melhora de 20% no escore do FIQ após o 
tratamento e melhora de 31,5% na intensidade da dor medida pela EAV, o que pode ser 
considerado clinicamente relevante (KOMATSU et al., 2016; KÜMPEL et al., 2016; SILVA et 
al., 2019). 
Nos resultados mostraram que o tratamento de Pilates tem efeitos positivos sobre a 
intensidade da dor e regiões dolorosas de mulheres com fibromialgia. Alguns estudos sobre o 
método Pilates, seja como tratamento ou adjuvante na promoção da saúde de atletas e 
indivíduos saudáveis, indicam que os benefícios do Pilates dependem da regularidade de sua 
prática, onde foram observados apenas em curto prazo. Existem alguns efeitos do pilates onde 
ocorreu ruptura diafragmática e desalojamento de um implante mamário, mais nenhum caso 
aconteceu com paciente de fibromialgia, essas controversas desses maus efeitos do pilates foi 
por conta do mau uso da técnica, má orientação do instrutor, prescrição inadequada de 
exercícios, progressão rápida do exercício e cargas excessivas, os pacientes do estudo não 
apresentou nenhum efeito adverso (KOMATSU et al., 2016; KÜMPEL et al., 2016; SILVA et 
al., 2019). 
Em um estudo foi analisada a eficácia do mat pilates no tratamento da fibromialgia onde 
foram analisados os desfechos secundários incluem impacto relacionado à doença, capacidade 
funcional, qualidade do sono e qualidade de vida em geral, Foi realizado estudo sobre o 
tratamento de pilates e exercício aeróbicos aquáticos, onde 60 mulheres participou com a idade 
de 18 a 60 anos, receberam 24 sessões de tratamento, 2 vezes por semana, por 12 semanas com 
duração de 50 minutos, foram comparado os dois métodos, obteve o mesmo resultado de 
melhora nos sintomas da fibromialgia. Objetivo do Pilates tem como melhora da dor, postura, 
alongamento e fortalecimento do corpo como um todo. Mulheres com Fibromialgia são 
frequentemente recomendadas para realizar exercícios físicos para melhorar os sintomas da 
Fibromialgia (KOMATSU et al., 2016; KÜMPEL et al., 2016; SILVA et al., 2019). 
De acordo com a literatura a massagem, baseia-se em gerar uma deformação mecânica 
 
 
 
79 
 
dos tecidos através de um estiramento e pressão ritmicamente aplicados, quando um estimulo 
mecânico é executado sobre o musculo de forma continua as fibras irão alongar-se de forma 
paralela, gerando efeitos fisiológicos indireto sobre a linfa, um grupo de pessoas selecionadas 
receberam as sessões de massagem administrada pelo fisioterapeuta uma vez por semana, o 
estudo mostrou que intensidade da dor e o número de tender points, mostrou melhoras 
significativa durante as 15 intervenções, As técnicas manuais mais utilizadas no tratamento 
foram drenagem linfática, liberação miofascial e alguns movimentos leves e profundos nos 
tecidos musculares favorecendo reações fisiológicas, desativando pontos de gatilhos ou tender 
point, também é utilizado a técnica da teoria de repouso e longevidade é uma manobra feita de 
friccionar as mãos até ambas aquecerem, massageando a região especifica de cima para baixo 
restabelecendo a beleza, a vitalidade e a saúde promovendo não somente a prevenção como o 
tratamento de fisiopatologias (GONDIM; ALMEIDA, 2017; ZIANIA et al., 2017). 
 A petrissage é uma técnica utilizada no estudo, às manobras são amassar, pinçamento, 
torcedura e compressão, as fibras musculares são liberadas evitando a liberação de cortisol, 
promovendo uma diminuição perceptiva da dor e no retorno venoso. A primeira sessão inclui 
apenas 30 minutos de massagem, devido ao quadro de dor crônica, não é capaz de aguentar 1 
hora de duração, até que numa próxima consulta, o paciente se sinta confortável, aplica-se 
sessões de 60 minutos uma vez por semana. O estudo relata que massoterapia teve benefício no 
quadro álgico da fibromialgia, foi visto que a massagem num modo geral apresentou resultados 
satisfatórios, verificou-se melhoria sobre a dor, a ansiedade e insônia em fibromiálgicos 
(GONDIM; ALMEIDA, 2017; ZIANIA, et al., 2017). 
O shiatsu na fibromialgia promove relaxamento, melhorar a circulação sanguínea e 
linfática, alivia dores e aumenta consciência corporal. Ele não é só indicado apenas para quadro 
onde tem patologia ou desconforto instalado. A sensação dolorosa ocorre quando a excesso de 
energia em um determinado ponto, a melhora da dor promovida pelo shiatsu ocorra devido à 
energia vital fazendo que tenha uma circulação melhor pelo corpo. A vasoconstrição nos pontos 
dolorosos da fibromialgia sugeriu que a hipóxia local seja os motivos dos pontos dolorosos, ele 
relata que as técnicas que aumenta a circulação para esses pontos, traz benefícios para o manejo 
dos sintomas para fibromialgia (MARTINS, 2015). 
 Foi realizado o tratamento de shiatsu com 34 participantes com idade entre 30 e 65 anos, 
os participantes foram divididos em dois grupos com 17 pacientes, o tratamento teve duração 
de 50 minutos, 2 vezes por semana durante 8 semanas. Os pacientes receberam orientações 
educativas sobre a fibromialgia, os critérios avaliados foram dor, qualidade de sono, ansiedade, 
 
 
 
80 
 
nível de confiança de equilíbrio, nível de satisfação com o shiatsu e qualidade de vida. Todos 
esses foram observados e avaliados, menos a ansiedade que não foi, o shiatsu é uma técnica 
importante na fibromialgia, o estudo chegou a conclusão que a massagem terapêutica com 
duração mais de cinco semanas teve um bom efeitona melhora da dor, ansiedade e depressão 
com pacientes com fibromialgia, relataram que a massagem terapêutica deve ser um tratamento 
complementar na fibromialgia (MARTINS, 2015). 
Uma pesquisa realizada relata um caso de fibromialgia juvenil onde foi utilizado TENS 
associado à injeção de anestésico, ouve relato da diminuição da dor e melhora da função. O 
TENS associado com um programa de exercício de alongamento, melhora progressiva da 
sensibilidade dolorosa ao longo do tratamento, também teve diminuição significativa da dor 
difusa mensurada pela escala analógica visual. Já o biofeedback por eletromiografia (EMG) e 
por eletroencefalografia (EEG), ambos obtiveram melhora da sintomatologia dolorosa da 
fibromialgia, mais a eletroencefalografia (EMG) teve benefícios também melhorando o padrão 
do sono (MARQUES et al., 2002). 
A fisioterapia tem papel importante na melhora dos sintomas da fibromialgia juvenil, 
através de estimulação elétrica transcutânea (TENS) associada com injeção de anestésico. Tem 
um efeito eficaz a estimulação elétrica transcutânea (TENS) também associada com programa 
de exercício de alongamento muscular, os dois métodos são eficazes pois proporcionam 
diminuição da dor e melhora da função. No método biofeedback por eletromiografia (EMG) e 
por eletrocefalografia (EEG), os eletrodos de superfície foram colocados na região frontal e no 
músculo trapézio. No grupo de biofeedback por (EEG), foram posicionados eletrodos na região 
central da cabeça, ambos os métodos demonstraram a sua eficácia na melhora da sintomatologia 
dolorosa da fibromialgia, e que o biofeedback por (EMG) também acarretou melhoria do padrão 
do sono nos pacientes (MARQUES et al., 2002). 
Foi realizado ensaios clínicos sobre os efeitos da eletrofototermoterapia com a utilização 
do laser, foram abordados 20 pessoas do sexo feminino com idade de 45 anos, os materiais da 
avaliação foram a escala analógica visual e o questionário de SF36 (short form), foram 
divididos em dois grupos um grupo utilizou laser e alongamento e o outro só utilizou 
alongamento, foram realizados dez sessões, o resultado final seria que os dois grupos teve o 
mesmo efeito de diminuição do quadro álgico (RICCI; DIAS; DRIUSSO, 2010; FERREIRA; 
MARINO; CAVENAGHI, 2011). 
Também foi aplicado o tens com 10 mulheres portadoras da fibromialgia com idade de 
47 a 50 anos, foi utilizado como avaliação o SF36 (short form), EAV (Escala Analógica Visual). 
 
 
 
81 
 
Nesse estudo foram divididos dois grupos o primeiro grupo foi utilizado o TENS por 40 minutos 
por três vezes na semana e o segundo grupo foi submetido à hidroterapia cinco minutos, 
alongamento vinte minutos, e exercício aeróbico quinze minutos, ouve melhora da dor dos 
sintomas depressivos e da qualidade de vida (RICCI; DIAS; DRIUSSO, 2010; FERREIRA; 
MARINO; CAVENAGHI, 2011). 
O Ultrassom foi aplicado em 20 pacientes do sexo feminino com fibromialgia as 
avaliações foram feitas antes e após 20 sessões de tratamento, após um ano de acompanhamento 
foram realizadas avaliações em 14 indivíduos, chegaram à conclusão que a queixa do sono não 
reparador melhorou após o programa de tratamento (RICCI; DIAS; DRIUSSO 2010; 
FERREIRA; MARINO; CAVENAGHI, 2011). 
Foi feito uma análise através da EVA (escala analógica visual) e FIQ (Fibromialgia 
Impacto Questionário) foi utilizado como controle diário antes e após as sessões de acupuntura, 
paciente do sexo feminino de 30 a 50 anos foi observado que todas as pacientes tinham o 
diagnostico tardio de dois a cinco anos após o início dos sintomas, no estudo com acupuntura, 
foi observado uma melhora da depressão, devido à liberação da serotonina, importante 
neurotransmissor envolvido na depressão, que está diretamente ligado ao efeito da acupuntura. 
Todas as voluntárias relataram que a depressão era decorrente da dor excessiva, da não 
objetividade dos tratamentos, da incredibilidade das pessoas quanto à veracidade da doença 
(“são tidas como dramáticas”). Soma-se ainda o aumento diário de todos os sintomas. Após o 
tratamento a acupuntura se mostrou satisfatória quanto a diminuição dos níveis dolorosos 
(MENDONÇA, 2006). 
 
4 Conclusão 
A fisioterapia tem importante papel na diminuição do impacto dos sintomas da 
fibromialgia, na vida dos pacientes por meio de várias abordagens terapêuticas, como 
tratamentos de cinesioterapia, hidrocinesioterapia, pilates, terapia manual, 
eletrotermofototerapeutico, acupuntura, todos esses tratamentos apresentaram benefícios 
melhorando o quadro álgico e sua capacidade funcional, contribuindo para a manutenção de 
sua qualidade de vida, respeitando sempre os limites de cada um, onde o paciente seja um 
elemento ativo no tratamento. 
Conforme a literatura, não há relatos de cura pois, a fibromialgia é uma síndrome e não 
uma patologia. Através dos artigos científicos há relatos de diminuição da dor e melhora na 
qualidade de vida, por meio da fisioterapia nos pacientes portadores da síndrome. 
 
 
 
82 
 
Observou-se por meio deste trabalho que a fisioterapia proporciona uma melhora 
significativa na qualidade de vida de pacientes com a fibromialgia, promovendo o alívio da dor, 
a qual é a principal queixa do paciente. Nesse sentido, a fisioterapia pode ressignifcar a vida 
desses pacientes por meio do controle da dor, que muitas vezes limitam sua a autonomia. 
Sabendo que a fibromialgia é crônica, se faz necessário continuar com pesquisas que foquem 
tanto no bem-estar físico quanto emocional desses pacientes. 
 
Referências 
BASTOS, G.S.; CATEANO, L.F. Os benefícios do watsu na fibromialgia. Corpus Scie., v.6, 
n.2, p.14-25, 2010. 
 
BATISTA, J.S.; BORGES, A.M.; WIBELINGER, L.M. Tratamento fisioterapêutico na 
síndrome da dor miofascial e fibromialgia. Rev. Dor, v.13, n..2, p. 170-174, 2012. 
 
FERREIRA, L.L.; MARINO, L.H.C.; CAVENAGHI, S. Recursos eletrotermofototerapêuticos 
no tratamento da fibromialgia. Rev. Dor, v.12, n.3, p. 256-60, 2011. 
 
HECKER, C.D. et al. Análise dos efeitos da cinesioterapia e da hidrocinesioterapia sobre a 
qualidade de vida de pacientes com fibromialgia - um ensaio clínico randomizado. Fisioter. 
Mov., v. 24, n. 1, p. 57-64, 2011. 
 
GOMES, R.L. et al. Hidroterapia No tratamento de portadoras de fibromialgia. Colloquium 
Vitae, v.3 n.Esp., p. 310-316, 2011. 
 
GONDIM, S.S.; ALMEIDA, M.A.P.T. Os efeitos da massagem terapêutica manual em 
pacientes com a síndrome da fibromialgia. Id on Line Rev. Mult.Psic, v.11, n. 39, p. 336-354, 
2017. 
 
JUNIOR, M.H.; GOLDENFUM, M.A.; SIENA, C.A.F. Fibromialgia: aspectos clínicos e 
ocupacionais. Rev. Assoc. Med. Bras., v.58, n.3, p. 358-365, 2012. 
 
KOMATSU, M. et al. Prática de Pilates melhora a dor e a qualidade de vida em mulheres com 
síndrome fibromiálgica. Rev. Dor, v.17, n.4, p.274-8, 2016. 
 
KÜMPEL, C. et al. Benefício do Método Pilates em mulheres com fibromialgia. ConScientiae 
Saúde, v.15, n.3, p.440-447, 2016. 
 
LORENA, S.B. et al. Efeitos dos exercícios de alongamento muscular no tratamento da 
fibromialgia: uma revisão sistemática. Rev. Bras. Reumatol. v.55, n.2, p.167-173, 2015. 
 
MARTINS, G. C. V. Efeitos de shiatsu no tratamento da fibromialgia: Uma revisão 
sistemática. Camina Grande: Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2015. 
 
MARQUES, A.P. et al. A fisioterapia no tratamento de pacientes com fibromialgia uma: revisão 
da literatura. Rev. Bras. Reumatol., v.42, n. 1, p. 42-48, 2002. 
 
 
 
 
83 
 
MARQUES, A.P. et al. Exercícios de alongamento ativo em pacientes com fibromialgia: efeito 
nos sintomas e na qualidade de vida. Fisioter. Pesq., v.14, n.3, p.18-24, 2007. 
 
MATSUTANI, L.A.; ASSUMPÇÃO, A.; MARQUES, A.P. Exercícios de alongamento 
muscular e aeróbico no tratamento da fibromialgia: estudo piloto. Fisioter. Mov., v.25, n.2, 
p.411-8, 2012. 
 
MENDONÇA, C.M. Eficácia da acupuntura sobre a dor e a qualidade de vida emmulheres com 
fibromialgia. Rev PIBIC, v.3, n.1, p.75-81, 2006. 
 
RIBERTO, M.; PATO, T.R. Fisiopatologia da fibromialgia. Acta Fisiatr, v.11, n. 2, p. 78-81, 
2004. 
 
RICCI, N.A.; DIAS, C.N.K.; DRIUSSO, P. A utilização dos recursos 
eletrotermofototerapêuticos no tratamento da síndrome da fibromialgia: uma revisão 
sistemática. Rev. Bras. Fisioter. v.14, n.1, p. 1-9, 2010. 
 
SANTOS, L.C.; KRUEL, L.F.M. Síndrome de Fibromialgia: fisiopatologia, instrumentos de 
avaliação e efeitos do exercício. Motriz, v.15 n.2 p.436-448, 2009. 
 
SILVA, H.J.A. et al. Mat Pilates and aquatic aerobic exercises for women with fibromyalgia: a 
protocol for a randomised controlled blind study. BMJ Open, v. 9: e022306, 2019. 
 
TUROZI, E. et al. Analise do Isostretching na qualidade de vida pacientes com fibromialgia. 
Rev. Espaço Saúde, v.11, n.2, p.66-75, 2010. 
 
 ZIANIA, M. M. et al. Efeitos da terapia manual sobre a dor em mulheres com fibromialgia: 
uma revisão de literatura. Ciênc. Saúde, v.10, n.1, p.48-55, 2017. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
84 
 
CAPITULO 10 
 
Perfil de Pacientes Hospitalizados no Hospital Geral Universitário 
 
 
Ana Paula da Silva1 
Eli Aparecida Matheus¹ 
Elza da Silva Santiago2 
Issaira Teodoro Amorim Ferreira3 
Viviane Martins Santos4 
Walkiria Shimoya-Bittencourt5 
 
Resumo 
Introdução: O perfil socioeconômico é considerado um retrato da sociedade em que se 
exterioriza a condição de vida de uma população, bem como suas necessidades e os gastos de 
acordo com o que se necessita. Dessa forma, a análise da população hospitalizada torna-se 
importante para o processo de conhecimento genérico desses pacientes especialmente para 
promover um programa de atendimento adequado ao tipo de indivíduo que procura esse setor. 
Objetivo: Descrever o perfil socioeconômico, clínico e demográfico de pacientes 
hospitalizados. Método: Foi realizada uma pesquisa de caráter exploratório, quantitativo e 
descritivo no Hospital Geral Universitário (HGU) em Cuiabá – MT. Foram analisados dados 
como idade, sexo, escolaridade, diagnóstico clínico, renda, dentre outros. Resultados: 
Participaram da pesquisa 107 pacientes com idade média de 54,0±16,7 anos, sendo 49,5% 
homens e 50,5% mulheres; 49,0% pardos e com baixo grau de instrução (ensino fundamental 
incompleto 32,7%). A maior porcentagem de internação foi decorrente a doenças cardíacas 
como as valvulopatias (23,3%) seguida de infarto agudo do miocárdio (14,0%) e angina 
(14,0%). Conclusão: Conclui-se que os pacientes hospitalizados em enfermarias possuem 
baixo status socioeconômico, com predomínio de doenças cardíacas. 
 
Palavras-chave: Perfil de Saúde. Hospitalização. Fatores Socioeconômicos. 
 
1 Introdução 
O perfil socioeconômico é considerado um retrato da sociedade em que se exterioriza a 
condição de vida de uma população, bem como suas necessidades e os gastos de acordo com o 
que se necessita. O conhecimento de fatores socioeconômicos também contribui para o 
surgimento de doenças para a sua recorrência e interfere no período da na reabilitação das 
incapacidades instaladas. Também reflete o consumo de produtos ou serviços, anseios e 
desejos, sendo modificada de acordo com a cultura, ideologia, raça, condições sociais dentre 
outros (EBAH, 2014; CAVALCANTE et al., 2010). 
 
1 Acadêmica do Curso de Fisioterapia da Universidade de Cuiabá - UNIC 
2 Acadêmica do Curso de Fisioterapia da Universidade de Cuiabá - UNIC 
3 Acadêmicas do Curso de Fisioterapia da Universidade de Cuiabá - UNIC 
4 Pesquisadora da Universidade de Cuiabá – UNIC. 
5 Docente pesquisadora do Curso de Fisioterapia e do mestrado em Ambiente e Saúde da Universidade de 
Cuiabá - UNIC. 
 
 
 
85 
 
A hospitalização entendida como a admissão e permanência do paciente em um 
estabelecimento hospitalar, seja a instituição pública ou privada, equipada com todos os 
recursos para o tratamento dos doentes, pode trazer consequências físicas, emocionais e 
representar um estímulo negativo na sua condição de saúde por estar confinado (ALMEIDA; 
RODRIGUES; SIMÕES, 2007). 
Além disso, pacientes hospitalizados com tempo prolongado de internação tornam-se 
descondicionados. A falta de mobilização associada ao posicionamento inadequado predispõe 
a modificações morfológicas, gerando a síndrome do imobilismo que, em alguns casos, pode 
provocar alterações no alinhamento biomecânico, acometer os sistemas cardiovascular, 
musculoesquelético, neurológicos e respiratórios podendo inclusive surgir doenças mais graves 
(COSTA et al., 2014). 
Outro fator importante durante a hospitalização é a ocorrência de desnutrição, a qual é 
multifatorial e abrange cerca de 50% dos pacientes internados. Dentre as causas da má nutrição 
estão o aspecto socioeconômico, o jejum prolongado decorrente da necessidade para realização 
de procedimentos, pelo desconhecimento médico ou pela baixa aceitação da dieta hospitalar. A 
desnutrição pode também estar associada a fatores emocionais, hiporexia, restrições dietéticas 
imposta pelo tratamento dietoterápico, sintomas gastrointestinais associados a medicação e 
problemas mecânicos de deglutição (LEANDRO-MERHI et al., 2004). 
Nos dias de hoje o Sistema de Informação Hospitalar do SUS (SIH/SUS) opera o sistema 
de mapeamento de internações hospitalar reunindo informação aproximadamente de 70% das 
internações do país. No entanto, sua abrangência limita as internações no âmbito do SUS, 
excluindo, as que custeiam diretamente ou cobertas por seguro-saúde ou planos de saúde 
(JORGE, 2004). 
É um desafio para a organização dos serviços assistenciais, incluindo a necessidade de 
produção de conhecimento no campo de gestão hospitalar que oriente o estabelecimento das 
prioridades nos serviços de planejamento dos programas de qualificação assistencial (DUARTE 
et al., 2012). 
A análise da população que frequenta determinado hospital através da rede terciária da 
atenção à saúde é de valiosa importância para o processo de conhecimento genérico desses 
pacientes especialmente para promover um programa de atendimento adequado ao tipo de 
indivíduo que procura esse setor (STAMM et al., 2002). 
Além disso, o perfil socioeconômico pode ser verificado através de medidas 
quantificáveis por meio de parcelas de públicos divididas em segmentos de demografia, 
 
 
 
86 
 
variando conforme região, renda e seu estado geral. Assim sendo é possível conhecer as 
características do paciente hospitalizado, desde sua condição de saúde bem como seu estado 
econômico e social. Portanto, o propósito deste estudo foi conhecer o perfil socioeconômico, 
demográfico e clínico dos pacientes hospitalizados. 
 
2 Metodologia 
Foi realizado pesquisa de caráter exploratório, quantitativo e descritivo no Hospital Geral 
Universitário (HGU), localizado em Cuiabá – MT. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de 
Ética em Pesquisa da Universidade de Cuiabá - UNIC sob o número de protocolo 012197/2015. 
Foram incluídos na pesquisa pacientes hospitalizados maiores de dezoito anos, de ambos 
os sexos e excluídos aqueles sem diagnóstico clínico, com baixo nível cognitivo. Para coleta de 
dados foi utilizado formulário contendo variáveis socioeconômicas (renda, etnia, raça, nível 
educacional, estado civil, número de pessoas que residem na residência), dados clínicos 
(diagnóstico clínico, estado nutricional através do índice de massa corporal (IMC) e relação 
cintura-quadril, tempo de hospitalização, tratamento: conservador, cirúrgico e fisioterapêutico), 
e demográfico (sexo, idade, procedência, profissão, condição do imóvel em que reside: própria, 
alugada ou cedida) do paciente. Os dados clínicos respondidos pelo paciente foram registrados 
mediante confirmação do prontuário médico, para desse modo, evitar erro de informação 
(ENCCEJA, 2013) 
Os dados coletados foram tabelados emExcel versão 2007. Foi realizada estatística 
descritiva com medidas de tendência central e de dispersão, além de frequência e porcentagens. 
 
3 Resultados e Discussão 
Participaram da pesquisa 107 pacientes com idade média de 54,0±16,7 anos, IMC de 
26,2±4,6 e estatura mediana (Quadro 1). 
 
Quadro 1 - Dados Antropométricos dos pacientes internados na enfermaria do 
Hospital Geral Universitário, Cuiabá – MT, 2015. 
Características Média Desvio Padrão 
Idade (anos) 54,0 16,7 
Altura (m) 1,7 0,1 
Peso (Kg) 71,4 14,2 
IMC 26,2 4,6 
RCQ 0,9 0,1 
Legenda: IMC: Índice de massa corporal; RCQ: Relação cintura quadril; m: metros; Kg: 
quilograma. 
Fonte: Dados da pesquisa. 
 
 
 
87 
 
Foram encontrado 65,4% dos pacientes com doença cardíaca sendo destas 25 (23,3%) 
com valvulopatias, seguido de 15 (14,0%) Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) 15 (14,0%) com 
Angina, 6 (5,6%) com Insuficiência Cardíaca, 5 (4,6%) com Arritmias, 2 (1,8%) com Doenças 
Coronarianas e 2 (1,8%) Pós-cirúrgico. Muitos pacientes não apresentaram co-morbidades. O 
tempo médio de internação foi 19,1± 19,1dias. No que se refere ao estado nutricional observou-
se maior percentual de sobrepeso com 51 (47,6%) e peso normal 42 (39,2%). O tratamento 
cirúrgico foi o mais realizado com 77 (71,9%) procedimentos (Quadro 2). 
 
Quadro 2 - Dados Clínicos dos pacientes internados na 
enfermaria do Hospital Geral Universitário, Cuiabá – MT, 2015. 
Características n % 
Diagnóstico clínico 
 Doença Cardíaca 70 65,4 
 Valvulopatias 25 23,3 
 Doenças coronarianas 2 1,8 
 Insuficiência Cardíaca 6 5,6 
 Infarto agudo do miocárdio 15 14,0 
 Arritmias 5 4,6 
 Anginas 15 14,4 
 Pós-cirúrgicos 2 1,8 
 Doença Pulmonar 4 3,7 
 Câncer 2 1,8 
 Doença Ortopédica 4 3,7 
 Doença Renal 3 2,8 
 Outros 24 22,4 
Co-morbidades 
 DM 1 0,9 
 HAS 17 15,8 
 HAS + DM 4 3,7 
 Não 54 50,4 
 Outros 31 28,9 
Tratamento 
 Conservador 30 28,0 
 Cirúrgico 77 71,9 
Tempo de Hospitalização* 19,1±19,1 - 
Estado Nutricional 
 Abaixo do peso 5 4,6 
 Peso normal 42 39,2 
 Sobrepeso 51 47,6 
 Obesidade 9 8,4 
Consumo de álcool 
 Sim 14 13,1 
 Não 93 86,9 
Tabagismo 
 Sim 7 6,5 
 Não 100 93,4 
Legenda: DM: Diabetes mellitus; HAS: Hipertensão arterial sistêmica; (*) 
Média e Desvio padrão. 
Fonte: Dados da pesquisa. 
 
 
 
 
88 
 
O Quadro 3 mostra que houve equilíbrio entre homens (49,5%) e mulheres (50,5%). Com 
relação as características sociodemográfica, a maioria tinha como profissão do lar (26,6%) e 
aposentado (23,3%), procedência do Interior do Mato Grosso (57%) e com moradia própria 
(80%). 
 
Quadro 3 - Dados Sociodemográfico dos pacientes internados na 
enfermaria do Hospital Geral Universitário, Cuiabá – MT, 2015. 
 Características n % 
Gênero 
 Feminino 54 50,5 
 Masculino 53 49,5 
Procedência 
 Capital 41 38,3 
 Interior 61 57,0 
 Outro estado 5 4,6 
Moradia 
 Própria 86 80,3 
 Alugada 19 17,7 
 Cedida 2 1,8 
Profissão 
 Aposentado 25 23,3 
 Do lar 28 26,1 
 Motorista 9 8,4 
 Estudante 3 2,8 
 Agricultor 4 3,7 
 Carpinteiro 5 4,6 
 Comerciante 3 2,8 
 Serviços Gerais 6 5,6 
 Vigilante 2 1,8 
 Técnico de manutenção 3 2,8 
 Atendente 4 3,7 
 Outros 15 14,0 
Fonte: Dados da pesquisa. 
 
 
Os resultados mostraram um alto percentual de pessoas casadas (62,6%), com renda 
familiar de 1 a 2 salários mínimos (48,5%) residindo em sua residência com no mínimo duas 
pessoas (28,9%) e católicos (62,6%). Quanto ao nível de escolaridade foi observado que 32,7% 
dos pacientes não teve ensino fundamental completo (Quadro 4). 
 
Quadro 4 - Dados Socioeconômico dos pacientes internados na enfermaria do 
Hospital Geral Universitário, Cuiabá – MT, 2015. 
Característica n % 
Estado Civil 
 Casado (a) 67 62,6 
 Solteiro (a) 21 19,6 
 Viúvo (a) 15 14,0 
 Separado (a) 4 3,7 
 
 
 
89 
 
Cor/raça 
 Branco (a) 47 43,9 
 Preto (a) 11 10,2 
 Pardo (a) 49 45,8 
Religião 
 Católica 67 62,6 
 Protestante ou Evangélica 33 30,8 
 Espírita 1 0,9 
 Sem religião 5 4,6 
 Outra 1 0,9 
Número de pessoas na residência 
 Duas pessoas 31 28,9 
 Três pessoas 26 24,3 
 Quatro pessoas 20 18,7 
 Mais que quatro 20 18,7 
 Mora sozinho (a) 10 9,3 
Renda Familiar 
 Até 1 salário mínimo 15 14,0 
 1 a 2 salários mínimos 52 48,5 
 2 a 5 salários mínimos 29 27,1 
 5 a 10 salários mínimos 6 5,6 
 10 a 30 salários mínimos 4 3,7 
 Nenhuma renda 1 0,9 
Nível educacional 
 Não estudou 13 12,1 
 1ª à 4ª série do ensino fundamental 35 32,7 
 5ª à 8ª série do ensino fundamental 27 25,2 
 Ensino médio incompleto 5 4,6 
 Ensino médio completo 15 14,0 
 Ensino superior incompleto 5 4,6 
 Ensino superior completo 4 3,7 
 Pós-graduação 3 2,8 
Fonte: Dados da pesquisa. 
 
O conhecimento de dados epidemiológicos permite verificar se houve aumento ou 
redução da doença ao longo dos anos assim como perceber a ocorrência frequente de uma 
doença em relação outra em determinada região. Também possibilita a identificação de padrão 
e frequência de acontecimentos relacionados a saúde de uma população para poder conhecer as 
características do comportamento de enfermidades e identificar os subgrupos populacionais 
mais vulneráveis (WERNECK, 2009). 
Conforme um estudo internacional de morbidade, as mulheres utilizam aproximadamente 
20% mais os serviços de saúde do que os homens (STAMM, et al. 2002). Parece que a 
prevenção ou promoção da saúde são considerados cuidados rotineiros para as mulheres, 
fazendo com que o uso mais frequente dos serviços por parte das mulheres ser compreendida 
como parte da concepção tradicional de gênero e também por ser atribuição feminina o cuidar 
de si próprias (SCHRAIBER, et al. 2010). 
De maneira geral a mulher aparenta adoecer mais que o homem, uma vez que os 
 
 
 
90 
 
problemas de saúde das mesmas podem ser atribuídos tanto a sua natureza feminina quanto ao 
serviço de casa associado ao seu trabalho assalariado que promovem fadiga. Pelo fato de não 
conseguirem se recuperar do desgaste ficam mais suscetíveis a dores, doenças e vários tipos de 
sofrimento físico e mental (REZENDE; PEREIRA, 1994). 
Por outro lado, o governo procura, na área da saúde da mulher, através da Norma 
Operacional de Assistência à Saúde (NOAS) estabelecer para os municípios a garantia das ações 
básicas mínimas de pré-natal e puerpério, planejamento familiar e prevenção do câncer de colo 
uterino. E para garantir o acesso às ações de maior complexidade prevê a conformação de 
sistemas funcionais e resolutivos de assistência à saúde, por meio da organização dos territórios 
estaduais para dessa forma melhor assistir a saúde das mulheres (BRASIL, 2004). 
Para os homens as maiores causas da baixa adesão às medidas de atenção integral à saúde 
são as barreiras socioculturais, as quais se estruturam como obstáculo entre os homens e os 
serviços de saúde. Tais barreiras favorecem a crença e os valores do que é ser masculino e os 
estereótipos de gênero que estão enraizados há séculos em nossa cultura patriarcal. Nesse 
contexto, o adoecimento para uma grande parcela da população masculina é considerado um 
sinal de fragilidade, para o qual ela se julga invulnerável, consequentemente, cuida-se menos 
favorecendo a exposição às situações de risco à saúde (POZZATI et al., 2013). 
Apesar disso, no sexo masculino, as principais causas que levam à internação aparecem 
em primeiro lugar as doenças do aparelho respiratório (21,1%), seguindo-se, com proporções 
semelhantes, doenças do aparelho circulatório, infecciosas, aparelho digestivoe lesões 
(LAURENTI; JORGE; GOTLIEB, 2005). 
No presente estudo a análise da classificação do sexo prevalente das internações revelou 
uma quantidade equilibrada entre os gêneros, mulheres (50,5%) e homens (49,5%). 
De acordo com Laurenti et al. (2005), quanto à distribuição de gênero conforme a causa 
de internação, a razão entre hospitalizações masculinas e femininas está balanceada, com 
exceção das internações por lesões e envenenamentos (2, 32:1) e transtornos mentais e 
comportamentais (1,90:1). A menor proporção de internações masculinas diante das femininas 
ocorre entre as doenças do aparelho geniturinário (razão igual a 0, 44:1) e as neoplasias (0, 
64:1). 
 Em relação ao diagnóstico, neste estudo observou-se uma prevalência de internação por 
doenças cardíacas (65,4%), principalmente as valvulopatias. 
Conforme dados do BRASIL (2004) a insuficiência cardíaca é responsável pela maioria 
das internações referentes a cardiopatias. Estas estão diretamente relacionadas ao número e a 
 
 
 
91 
 
intensidade dos fatores de risco, que podem ser divididos em não modificáveis, como a idade 
avançada, o sexo e história familiar de doença cardiovascular, e em fatores modificáveis como 
a obesidade, o sedentarismo, a presença de hipertensão arterial sistêmica, sendo que o 
tabagismo e o sedentarismo são comportamentais e os demais são associados a componentes 
genéticos e ambientais. 
No Brasil, a doença valvar representa uma significativa parcela das internações por 
doença cardiovascular. Seu impacto social e econômico remete a uma compreensão 
aprofundada do tema para que se possa organizar estruturas de saúde, otimizar custos e, 
principalmente, melhorar a qualidade de vida e a sobrevida dos pacientes (TARASOUTCHI et 
al., 2011). 
A prevalência de desnutrição no ambiente hospitalar tem variado em função do tipo de 
indicador nutricional utilizado, o tipo de hospital, a população estudada e o critério adotado. 
Em estudo realizado por Merhi et al. (2009), em hospitais brasileiros, no qual foi utilizada a 
Avaliação Global Subjetiva (AGS), foi encontrado que 31,8% dos pacientes estavam com 
desnutrição. 
Em um estudo realizado em um hospital da rede pública da Região Sudeste com 304 
pacientes mostrou que 18% dos pacientes estavam desnutridos, enquanto que os demais 
apresentaram eutrofia (47%) e excesso de peso (35%) (CRUZ; BASTOS; MICHELI, 2012). 
Semelhante ao presente estudo o percentual de peso normal encontrado no Hospital Geral 
Universitário foi de 39,2%, sobrepeso de 47,6% e abaixo do peso foi de 4,7%. 
De acordo com Araújo et al. (2014) o excesso de tecido adiposo, principalmente no 
abdome, está intimamente relacionado com o risco de complicações cardiovasculares como as 
doenças arteriais coronárias e a hipertensão arterial. Além disso, o excesso de tecido adiposo 
provoca algumas alterações metabólicas. 
Os resultados do estudo de Rosa et al. (2011) diferem em termos de predominância de 
pessoas com ensino fundamental incompleto (70,2%), o que pode estar relacionado à 
vulnerabilidade social da população que utiliza o Pronto Socorro de um Hospital Universitário 
do Rio Grande do Sul, já que o hospital em questão atende com exclusividade o SUS e no Brasil 
ainda não possibilita o acesso universal à educação básica. No entanto, não se pode afirmar que 
a baixa escolaridade por si só predisponha a agravos clínicos e traumáticos. 
O grau de instrução de pacientes internados no hospital das Clinicas da Faculdade de 
Medicina da Universidade de São Paulo foi predominantemente de pessoas com baixo nível 
escolar totalizando 78,9%, distribuídos em 58,6% com 1º grau incompleto, 4,2% de analfabetos, 
 
 
 
92 
 
5,0% que sabiam ler e escrever e aos que possuíam o 1º grau completo (11,1%) (STAMM et 
al., 2002). 
Semelhantes aos resultados da presente pesquisa, a maior parte dos pacientes atendidos 
no Hospital Geral Universitário em Cuiabá - MT tinha 1° grau incompleto (32,7%), que 
somados com os que não estudaram (12,1%) e aos que possuíram o 1° grau completo (25,2%), 
totalizaram 70,0%. Apenas 29,7 % apresentavam curso superior completo, incompleto e pós-
graduação. 
Quando se analisa apenas a taxa de analfabetismo da população geral, os resultados são 
melhores. Segundo Datasus (2015) afirma que este índice atinge 8,6 % dos brasileiros, e cerca 
de 8,0 % dos Mato-grossenses. 
Pacientes internados no Hospital universitários de Santa Catarina são considerados pobres 
e possuem renda de 1 a 2 salários mínimos (69,6%) (STAMM et al., 2002). 
Estudos realizados pela Universidade Federal de Mato Grosso classifica como pobre 
pessoas que recebem 1 salário mínimo, abaixo de 1 salario a linha da pobreza absoluta, sendo 
assim como o percentual de 48,5% dos pacientes hospitalizados no HGU foi de 1 a 2 salários 
mínimos por paciente, apresentando baixa renda. 
Trabalhador é toda pessoa que exerça uma atividade de trabalho, independentemente de 
estar inserido no mercado formal ou informal de trabalho, inclusive na forma de trabalho 
familiar e/ou doméstico (BRASIL, 2002). Em relação a profissão dos pacientes hospitalizados 
no maior hospital geral universitário do estado de Mato Grosso, a maioria era composta por do 
lar (26,1%) e aposentados (23,3 %). Quanto ao estado civil e a religião, muitos dos avaliados 
eram casados e católicos. Cavalcante et al.2 observaram que os pacientes internados no Hospital 
Geral do Ceará que viviam juntos de seu companheiro, possuíam condições de renda precária 
e que isto contribuiu para o surgimento da doença. 
A prevalência de quem mora no interior foi de 57% dos pacientes internados na 
enfermaria do HGU. Segundo Cavalcante et al. (2010) geralmente hospitais geral e universitário 
são melhores equipados em relação aos hospitais do interior que em sua maioria não dispõem 
de recursos diagnósticos e terapêuticos para o atendimento desta clientela. Um exemplo disso 
é o Hospital Geral do estado de Ceará que é referência para tratamento de acidente vascular 
encefálico nessa região. 
No presente estudo percebeu-se que a diversidade de municípios atendidos pelo Hospital 
Geral Universitário é pelo fato do mesmo ser referência em cirurgias cardíacas na capital, no 
atendimento particular, convênios, inclusive o SUS, sendo este o mais solicitado no hospital. 
 
 
 
93 
 
4 Conclusão 
Conclui-se que os pacientes hospitalizados em enfermarias possuem baixo status 
socioeconômico como pouca escolaridade e renda, com predomínio de doenças cardíacas, 
especialmente as valvulopatias, católicos, procedentes do interior do estado e distribuídos 
proporcionalmente entre os gêneros masculino e feminino. 
Estabelecido o perfil destes pacientes pode-se nortear e promover ações terapêuticas e 
preventivas específicas para a clientela deste hospital para melhor qualidade da prestação do 
serviço oferecido. 
 
Referencias 
ALMEIDA, I.S.; RODRIGUES, B.M.R.D.; SIMÕES, S.M.F. Hospitalização de adolescentes. 
São Paulo. Rev. Bras. Enf. Ped., v.7, n.1, p.33-39, 2007. 
 
ARAÚJO, A.M. et al. Perfil Epidemiológico e Clínico de pacientes acometidos por 
Insuficiência Cardíaca. Rev. Enferm., v.8, n.3, p.509-5013, 2014. 
 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Departamento de Atenção 
Básica. Área Técnica de Saúde do Trabalhador. Cadernos 5 de Atenção Básica. Programa Saúde 
da Família. 5- 65, 2002. 
 
BRASIL. Ministério da saúde. Política Nacional de Atenção Integral a Saúde da Mulher. 
Princípios e Diretrizes.13-80, 2004. 
 
CAVALCANTE, T.F. et al. Perfil Socioeconômico de pacientes internados por acidente 
vascular encefálico. Rev. Ren. Fortaleza, v.11, n.4, p.154-162, 2010. 
 
COSTA, F.M. et al. Avaliação da funcionalidade motora em pacientes com tempo prolongado 
de internação hospitalar. UNOPAR Cient., Ciênc. Biol. Saúde, v. 16, n.2, p.87-91, 2014. 
 
CRUZ, L.B.; BASTOS, N.M.R.M.; MICHELI, E.T. Perfilantropométrico dos pacientes 
internados em um hospital universitário. Porto Alegre. Rev HCPA. v. 32, n. 2, p.177-181, 2012. 
 
DATASUS. Brasília. Ministério da Saúde. 2015. Disponível em: 
http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabnet.exe?idb2012/b01c.def. 
 
DUARTE, J.G. et al. Perfil dos pacientes internados em serviços de pediatria no município do 
Rio de Janeiro: mudamos? Physis Revista de Saúde Coletiva, v. 22, n. 1, p. 199-214, 2012. 
 
EBAH, Perfil sócio-econômico. 2014. Disponível em: 
<http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAYYAAC/perfil-socio-economico>. Acesso em: 20 out. 
2018 
 
ENCCEJA. 2014. Disponível em: 
ttp://download.inep.gov.br/educacao_basica/encceja/questionario_socioeconomico/2013/quest
http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabnet.exe?idb2012/b01c.def
http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAYYAAC/perfil-socio-economico
 
 
 
94 
 
ionario_socioeconomico_encceja_2013.pdf. 
 
JORGE, M.H.P.M. Gastos governamentais do SUS com internações hospitalares por causas 
externas: análise no Estado de São Paulo, 2000. Rev. Bras. Epidemiol, v.7, n.2, p.228-238, 2004. 
 
LAURENTI, R.; JORGE, M.H.P.M.; GOTLIEB, S.L.D. Perfil epidemiológico da morbi-
mortalidade masculina. Ciênc. Saúde Coletiva, v. 10, n.1, p.35-46, 2005. 
 
LEANDRO-MERHI, V.A. et al. Estado nutricional de pacientes hospitalizados em um hospital 
privado, São Paulo. Rev Bras Nutr Clin, v. 19, n.3, p. 116-12, 2004. 
 
MERHI, V.A.L.; MORETE, J.L.; OLIVEIRA, M.R.M. Avaliação do estado nutricional 
precedente ao uso de nutrição enteral. Arq. Gastroenterol. v. 46, n.3, p. 219-224, 2009. 
 
POZZATI, R. et al. O Cuidado na saúde dos homens: realidade e perspectiva. Rio de Janeiro. 
Rev. Enf, v. 21, n. 4, p. 540-545, 2013. 
 
REZENDE, E.F.; PEREIRA, A.S. Os múltiplos papéis da mulher trabalhadora: um olhar do 
Serviço Social. Uberlândia. 1-19, 1994. 
 
ROSA, T.P. et al. Perfil dos pacientes atendidos na sala de emergência do pronto socorro de um 
hospital universitário. R. Enferm. UFSM, v.1, n.1, p.51-60, 2011. 
 
SCHRAIBER, L.B. et al. Necessidades de saúde e masculinidades: atenção primária no cuidado 
aos homens. Cad. Saúde Pública. v.26, n.5, p.961-970, 2010. 
 
STAMM, A.M.N.F. et al. Perfil socioeconômico dos pacientes internados no Ambulatório de 
Medicina Interna do Hospital Universitário da UFSC. Arq. Catar. Med., v.31, n.1/2, p.17-22, 
2002. 
 
TARASOUTCHI, F. et al. Diretriz Brasileira de Valvopatias - SBC 2011/ I Diretriz 
Interamericana de Valvopatias - SIAC 2011. v.97, n.5, p.189-200, 2011. 
 
WERNECK, G. Epidemiologia e serviços de saúde. Saúde Epidemiol. Serv. Saúde, v.18, n.3, 
p.205-7, 2009. 
 
 
 
	Pré-textuais
	Pós-textuais

Mais conteúdos dessa disciplina