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Elias Nasrala Neto Juliana Santi Sagin Pinto Bergamim Mara Lílian Soares Nasrala Olyvia Ribeiro Derze (Organizadores) FISIOTERAPIA NA PRÁTICA CLINICA UNOPAR Editora 2019 Fisioterapia na Prática Clinica Diretoria de Pós-Graduação Stricto Sensu e Pesquisa da Kroton Hélio Hiroshi Suguimoto Universidade de Cuiabá – Unic Reitoria Maria Angelica Motta da Silva Esser Pró-Reitoria Acadêmica José Claudio Perecin Coordenação Acadêmica Edirles Mattje Backes Coordenação do Curso de Fisioterapia - Unic Maria Amélia Nascimento Braga Gonçalves Conselho Editorial Dra. Ariane Hidalgo Mansano Pletsch - UNIC Dra. Maristela Prado e Silva Nazario - ICEC Dra. Maria Amélia Nascimento Braga Gonçalves – UNIC Dra. Walkiria Shimoya Bittencourt – UNIC Dra. Viviane Martins Santos - UNIC Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Selma Alice Ferreira Ellwein – CRB 9/1558 F464 Fisioterapia na prática clínica. / Elias Nasrala Neto [et al.] (organizadores). – Londrina: UNOPAR Editora, 2019. ISBN 978-85-7184-014-0 1. Fisioterapia. 2. Saúde Humana. 3. Idoso. 4. Dor. I. Nasrala Neto, Elias. II. Bergamim, Juliana Santi Sagin Pinto. III. Nasrala, Mara Lílian Soares. IV. Derze, Olyvia Ribeiro. V. III. Título. CDD 615.82 SUMÁRIO Apresentação .................................................................................................................... Juliana Santi Sagin Pinto Bergamim Olyvia Ribeiro Derze 04 Capitulo 01 Escala de Depressão Geriátrica de Yesavage: Revisão Narrativa .............................. Isabella Silva Zattar de Faria Talyssa Oliveira Taques Maristela Prado e Silva Nazario Ariane Hidalgo Mansano Pletsch Olyvia Ribeiro Derze Juliana Santi Sagin Pinto Bergamim 05 Capitulo 02 Funcionalidade do idoso hospitalizado com índice de Barthel ..................................... Maressa Raquel de Carvalho Serafim Meriane Mendes Tavares da Silva Maristela Prado e Silva Nazario Ariane Hidalgo Mansano Pletsch Juliana Santi Sagin Pinto Bergamim 11 Capitulo 03 As Vantagens da Mobilização Precoce em Pacientes na Unidade de Terapia Intensiva ........................................................................................................................... Debora Pereira Pinheiro Rayssa Laura de Carvalho Magalhães Olyvia Ribeiro Derze Juliana Santi Sagin Pinto Bergamim Ariane Hidalgo Mansano Pletsch Maristela Prado e Silva Nazario 17 Capitulo 04 Escala de Dor Baseada no Questionário de Mcgill em Idosos com Dor Crônica ................................................................................................................... Daiane Binsfeld Garcez Tatiane Briene Couto Maristela Prado e Silva Nazario Olyvia Ribeiro Derze Ariane Hidalgo Mansano Pletsch Juliana Santi Sagin Pinto Bergamim 31 Capitulo 05 Fisioterapia em Crianças com Microcefalia .................................................................. Emily Fernandes Da Silva Cordeiro Ariane Hidalgo Mansano Pletsch Olyvia Ribeiro Derze Juliana Santi Sagin Pinto Bergamim Maristela Prado e Silva Nazario Izabella Oliveira 37 Capitulo 06 Incidências da Mortalidade das Doenças do Aparelho Circulatório no Estado de Mato Grosso ..................................................................................................................... Aldo Ricci Figueiredo Filho Juliana Santi Sagin Pinto Bergamim Olyvia Ribeiro Derze Ariane Hidalgo Mansano Pletsch Maristela Prado e Silva Nazario 49 Capitulo 07 Ligamentoplastia de LCA: Procedimentos Fisioterapêuticos em Sua Reabilitação ... Paulo Henrique de Figueiredo de Sousa Olyvia Ribeiro Derze Ariane Hidalgo Mansano Pletsch Juliana Santi Sagin Pinto Bergamim Maristela Prado e Silva Nazario 56 Capitulo 08 O Uso da Pressão Positiva Contínua nas Vias Aéreas em Crianças: Revisão Integrativa da Literatura ................................................................................................ Douglas Cardoso Alves Olyvia Ribeiro Derze Ariane Hidalgo Mansano Pletsch Juliana Santi Sagin Pinto Bergamim Nelma Sueli Marques Borges Maristela Prado e Silva Nazario 64 Capitulo 09 Tratamento Fisioterapêutico na Fibromialgia .............................................................. Crislayne Almeida dos Santos SayaraTainã Cavallari Ariane Hidalgo Mansano Pletsch Maristela Prado e Silva Nazario Jonatan Costa Gomes Patricia Haranaka Ide 73 Capitulo 10 Perfil de pacientes hospitalizado no Hospital Geral Universitário .............................. Ana Paula da Silva Eli Aparecida Matheus Elza da Silva Santiago Issaira Teodoro Amorim Ferreira Viviane Martins Santos Walkiria Shimoya-Bittencourt 84 4 APRESENTAÇÃO O presente trabalho foi elaborado em forma de artigo e desenvolvido pelos discentes do Curso de Graduação em Fisioterapia do Instituto Cuiabá de Ensino e Cultura- ICEC e da Universidade de Cuiabá – UNIC, visando contribuir com a pratica na área da fisioterapia referentes as áreas Hospitalar, Ortopédica, Idosos e Crianças. Este livro digital intitulado: FISIOTERAPIA NA PRATICA CLINICA, é o resultado da parceria entre ICEC e UNIC que são as duas maiores faculdades do curso de Fisioterapia de Cuiabá que receberam da avaliação do MEC a nota 4, devido a dedicação, qualificação dos docentes que buscam sempre mostrar aos seus alunos os caminhos para a melhoria da saúde da população. Estes artigos foram selecionados e aprimorados pelos docentes das duas instituições, abrangendo uma totalidade de 10 artigos, sendo oito do ICEC e dois da UNIC, referindo-se especificamente aos trabalhos de conclusão de curso apresentados pelos discentes das duas instituições. São temas abrangentes e resultantes da pratica realizada pelos graduandos em Hospital conveniado e clinica das instituições. Através deste livro digital agradecemos de maneira especial aos discentes participantes das duas instituições e ao mesmo tempo oferecer aos acadêmicos e aos profissionais da área da saúde resultados que contribuirão de forma positiva na pratica profissional. Juliana Santi Sagin Pinto Bergamim e Olyvia Ribeiro Derze Docente do Instituto Cuiabá de Ensino e Cultura- ICEC 5 CAPITULO 01 Escala de Depressão Geriátrica de YESAVAGE: Revisão Narrativa Isabella Silva Zattar de Faria1 Talyssa Oliveira Taques2 Maristela Prado e Silva Nazario3 Ariane Hidalgo Mansano Pletsch4 Olyvia Ribeiro Derze5 Juliana Santi Sagin Pinto Bergamim6 Resumo Introdução: É de suma importância relatar que o envelhecimento é um fator natural e individual com alterações funcionais, morfológica, bioquímicas e psicológicas. E quando são correlacionados a diversas patologias, podem acarretar um declínio da capacidade funcional do idoso. Torna-se uma condição comum, principalmente naqueles hospitalizados. Objetivo: O presente artigo se propôs a realizar uma revisão narrativa sobre o uso da Escala de Depressão Geriátrica na versão reduzida em idosos hospitalizados e institucionalizados. Método: Trata-se de estudo de revisão narrativa realizada através das seguintes bases de dados nos últimos dez anos: Lilacs, Medline, Ibecs, Scielo e Cumed. Resultados: Durante a pesquisa, no total foram encontrados 49 artigos. Porém, apenas 18 foram incluídos na pesquisa. Resultados: Foi possível ressaltar que existe uma grande diferença nos resultados de idosos hospitalizados e institucionalizados dependendo em qual tipo de situação cada idosovive. Contudo, relata-se que a Escala de Depressão Geriátrica de Yesavage obteve melhores resultados em idosos institucionalizados. Conclusão: A Escala de Depressão Geriátrica versão reduzida, serve apenas como um complemento para identificar os transtornos de humor e conhecimento a respeito da à saúde mental do idoso. Para obter um diagnóstico mais específico da depressão sugerimos que seja feita a realização de outros exames que avaliam a saúde mental deste idoso. Palavras-chave: Avaliação Geriátrica, Saúde do idoso institucionalizado, Envelhecimento. 1 Introdução O envelhecimento é um fenômeno comum a todos os seres vivos, mas ainda existem vários pontos obscuros quanto á natureza desse processo, pois ocorrem diversas alterações que influenciam o desempenho funcional desses indivíduos. Tais fatores são: alterações funcionais, morfológica, bioquímicas e psicológicas (ESQUENAZI, 2014). O processo do envelhecimento é individual, ou seja, tudo depende de como o indivíduo leva a sua vida, qual o seu gênero, qual 1 Acadêmico do Curso de Fisioterapia do Instituto Cuiabá de Ensino e Cultura (ICEC). 2 Acadêmico do Curso de Fisioterapia do Instituto Cuiabá de Ensino e Cultura (ICEC). 3 Docente do Curso de Fisioterapia do Instituto Cuiabá de Ensino e Cultura (ICEC). 4 Docente do Curso de Fisioterapia da Universidade de Cuiabá (UNIC) 5 Docente do Curso de Fisioterapia do Instituto Cuiabá de Ensino e Cultura (ICEC). 6 Docente do Curso de Fisioterapia do Instituto Cuiabá de Ensino e Cultura (ICEC). 6 sua classe social, meio de educação, contexto sócio econômico, meio ambiente, acidentes e doenças (FECHINE; TROMPIERI 2012). É de suma importância relatar que os fatores citados, quando correlacionados a diversas patologias, podem acarretar um declínio da capacidade funcional do idoso (CONDÉ et al., 2010). Desenvolvendo assim vários tipos de dependência, interferindo na sua capacidade de realizar atividades de vida diárias (AVD) e levando o mesmo a desenvolver problemas psicológicos, sendo o principal a depressão (CONDÉ et al., 2010). A depressão é uma doença que vem abrangendo quadros com alterações psicopatológicas diversas que podem diferir consideravelmente em relação à sintomatologia, gravidade, curso e prognóstico (CARNEIRO et al., 2007). Com isso a depressão no idoso torna-se uma condição comum, principalmente naqueles hospitalizados (TRINDADE et al., 2013). Portanto a atenção ao diagnóstico clínico deve ser redobrada. Por estes apresentar maior risco para desenvolverem um declínio físico e psicológico (TRINDADE et al., 2013). O idoso hospitalizado quando deprimido pode apresentar períodos prolongados de dor, dificuldades em se alimentar levando ao emagrecimento profundo, declínio da mobilidade física, incapacidade de dormir e diminuição da autonomia (SIQUEIRA et al., 2009). Diante desses diversos tipos de transtornos, a depressão acaba tornando-se um problema de saúde mental associada a um maior risco de morbidade e mortalidade na terceira idade (LIMA 1999). A escolha do tipo de avaliação, como o tipo de escala a ser utilizada deve ser feita através da facilidade e familiaridade que o profissional da saúde deve ter com os tipos de casos e sua sensibilidade de monitorar mudanças ao longo do tempo, para que ocorra uma melhor forma para ser administrada (ALMEIDA; ALMEIDA 1999). Para avaliação da depressão do idoso geralmente é utilizada a Escala de Depressão Geriátrica (EDG) (NÓBREGA et al., 2015). Ela é um dos instrumentos mais frequentemente utilizados no mundo e foi desenvolvida especialmente para identificação de depressão em idosos. Criada por Yesavage et al. em 1983 originalmente com 30 itens, na língua inglesa (GERIATRIC DEPRESSION SCALE – GDS) (YESAVAGE et al., 1983). Em 1986, Sheike e Yesavage elaboraram uma nova versão reduzida composta de 15 itens, já validada no Brasil e obteve níveis adequados de sensibilidade e especificidade e confiabilidade. Essa versão é mais utilizada em ambulatórios, com o intuito de avaliar o nível de depressão no idoso hospitalizado por exigir um menor tempo para ser administrada, diferente da composta de 30 itens (PARADELA et al., 2005). A escala é composta por 15 perguntas negativas/afirmativas, um ponto é dado para cada questão com conotação negativa e uma 7 pontuação de seis ou mais é sugestivo de depressão (PARADELA et al., 2005, FERRARI; DALACORTE 2007) referente ao humor e ao estado de saúde. O ponto de corte varia, considerado de 0 a 5, estado normal; de 5 a 10, depressão moderada; e acima de 10 pontos, depressão grave (ALMEIDA; ALMEIDA 1999, ROESLER et al., 2012). Dessa maneira, o presente estudo teve como principal objetivo identificar o uso da Escala De Depressão Geriátrica versão reduzida descrita por Yesavage et al (1983), em idosos tanto hospitalizados como institucionalizados. 2 Metodologia O processo de pesquisa para o presente estudo narrativo foi realizado através das palavras- chave: Escala de Yesavage, Depressão, Avaliação Geriátrica, Saúde do idoso institucionalizado, Envelhecimento, utilizando as seguintes bases de dados nos últimos dez anos: PubMed, Lilacs, Scielo, Medline, Ibecs e Cumed. Durante a pesquisa, no total foram encontrados 49 artigos. Para os critérios de inclusão foram: Artigos que utilizaram o questionário da Escala de Depressão Geriátrica descrita por Yesavage et al. (1983) versão reduzida, em idosos hospitalizados ou não, com idade média entre 60 a 80 anos; artigos disponíveis na íntegra, artigos em inglês e português e publicado nos últimos dez anos. Mediante a leitura dos resumos foram selecionados apenas 18 artigos aplicados na pesquisa. Portanto, foram excluídos aqueles que não correspondiam com os critérios citados, artigos que não estavam disponíveis na internet e artigos que não apresentaram nenhuma informação sobre a metodologia empregada. 3 Resultados e Discussão A Escala de Depressão Geriátrica versão reduzida quando aplicada no âmbito hospitalar apresenta itens individuais com pouca estabilidade, pois a informação obtida não é o suficiente para produzir uma resposta consistente (ALMEIDA; ALMEIDA 1999). Além disso, alguns fatores podem ser contribuintes para reduzir a taxa de confiabilidade estudada pelos autores às respostas do instrumento, que poderiam variar de acordo com o tempo, sendo que apenas oito das questões demonstraram estabilidade na condição de reteste (ALMEIDA; ALMEIDA 1999). No estudo de Paradela et al. (2005) mostrou que a escala tem grande valia em ambientes não especializados. As características dos pacientes estudados foram semelhantes aos outros estudos feitos pelo Brasil, assim mostrando uma maior prevalência de depressão em mulheres idosas devido ao fato de a grande maioria se encontrar viúvas ou separadas Sendo de extrema 8 importância ter um melhor conhecimento da escala e saber identificar o seu ponto de corte de 5/6, que foi sugerida também por outros autores (PARADELA et al., 2005, FERRARI; DALACORTE 2007, AGUIAR et al., 2014). Além do mais foi citado que se a escala fosse adequadamente utilizada poderia servir como um instrumento muito valioso na saúde pública para a identificação da depressão geriátrica (PARADELA et al., 2005). No relato de Ferrari e Dalacorte (2007), a Escala de Depressão Geriátrica versão reduzida é pouco adequada e menos sensível sobre o idoso hospitalizado, devido a situação de doença em que se encontram, pois automaticamente responderam às perguntas de forma negativa. A escala apresentou perguntas que causaram desconforto ao paciente no decorrer do questionamento alguns pacientes desistiram de finalizar a escala. Houve ainda pacientes que apresentaram quadro sintomático leves, mas que não foram diagnosticados com uma depressão maior (FERRARI;DALACORTE, 2007). O estudo feito por Siqueira et al. (2009), sinalizou uma maior predominância da depressão nos homens do que nas mulheres, pois estas dificultaram nas respostas das perguntas da escala, por apresentarem baixo nível cognitivo. Esses pesquisadores idealizaram a criação de uma nova escala em virtude das dificuldades encontradas em aplicar a escala nos idosos avaliados por eles, visto que a aplicação da Escala de Depressão Geriátrica não seria o suficiente para indicar um quadro depressivo no idoso (SIQUEIRA et al., 2009). Com relação á analise do estudo feito por Nascimento et al. (2013) em idosos institucionalizados, baseado no questionário em versão reduzida constatou-se que cerca de 65% deles apresentaram quadro de depressão leve ou grave. Levando em consideração que a diferença entre os índices de depressão em idosos hospitalizados e institucionalizados é devido à função de diversos outros fatores em que este indivíduo pode se encontrar. No estudo de Guths et al. (2017) em idosos institucionalizados, o GDA -15 revelou que 53% dos idosos apresentaram sintomas de depressão moderada e um idoso de depressão grave. Em um estudo realizado em Erechim-RS observou que 57% dos idosos estão no parâmetro da normalidade, 38 % apresentavam depressão leve e somente 0,5% de depressão grave, isso demonstra um resultado positivo que o município está promovendo para essa população, idoso estar institucionalizado não define que o mesmo vá desenvolver a doença, sendo este um argumento empírico da sociedade (RALDI et al., 2016). O diferencial encontrado em base desse estudo é que os referidos autores levaram em consideração que o idoso necessita de atividades multidisciplinares, visando melhorar a saúde e o bem-estar dos idosos (NASCIMENTO et al., 2013). Sendo assim, evitando o surgimento de 9 alterações do humor ou quaisquer outras doenças psicossomáticas (ROESLER et al., 2012, AGUIAR et al., 2014). Porém, sempre levando em consideração que deve existir mais estudos aprofundados em relação ao surgimento da depressão em idosos (RALDI et al., 2016). 4 Conclusão Ressalta-se, que saber escolher a população a ser avaliada é de extrema importância. Pois idosos que se encontram internados podem estar fragilizados e serem portadores de diversas patologias. Fazendo uso de determinados medicamentos ou até mesmo com a capacidade funcional reduzida. Assim se tornam mais suscetíveis a sintomas depressivos e acabam respondendo ás perguntas de formas negativas reduzindo a confiabilidade da escala nos idosos hospitalizados. Além disso, o hospital já é um ambiente onde prevalece um estado de tristeza, devido às tais condições que o idoso se encontra. Entretanto, a escala demonstrou um resultado mais satisfatório nos estudos feitos em idosos que se encontravam institucionalizados em abrigos e não no ambiente hospitalar. Conclui-se que a Escala de Depressão Geriátrica versão reduzida, serve apenas como um complemento para identificar os transtornos de humor e conhecimento a respeito da à saúde mental do idoso. Para obter um diagnóstico mais específico da depressão sugerimos que seja feita a realização de outros exames que avaliam a saúde mental deste idoso. Referências AGUIAR, A.M.A. et al. Prevalência e determinantes de sintomatologia depressiva em idosos assistidos em serviço ambulatorial. Rev. Bras. Geriatr. Gerontol., v.17, n.4, p.853-866, 2014. ALMEIDA, O.P.; ALMEIDA, S.A. Confiabilidade da versão brasileira da Escala de Depressão em Geriatria (GDS) versão reduzida. Arq. Neuro-Psiquiatr. v.57(2-B), p.421-426, 1999. CONDÉ, S.A.L. et al. Declínio cognitivo, depressão e qualidade de vida em pacientes de diferentes estágios da doença renal crônica. J. Bras. Nefrol., v.32, n.3, p.242-248, 2010. CARNEIRO, R.S. et al. Qualidade de vida, apoio social e depressão em idosos: relação com habilidades sociais. Psicol. Reflexão Crít., v.20, n.2, p. 229-237, 2007. ESQUENAZI, D.; SILVA, S.R.B; GUIMARÃES, M.A.M. Aspectos fisiopatológicos do envelhecimento humano e quedas em idosos. Rev. Hosp. Univers. Pedro Ernesto, v.13, n.2, p.11-20, 2014. FECHINE, B.R.A; TROMPIERI, N. O processo de envelhecimento: as principais alterações que acontecem com o idoso com o passar dos anos. Rev Cient. Int., v.20, n.1, p.106-194, 2012. FERRARI, J.F.; DALACORTE, R.R. Uso da escala de depressão geriátrica de Yesavage para avaliar a prevalência de depressão em idosos hospitalizados. Scie. Med., v.17, n.1, p.3-8, 2007. 10 GÜTHS, J.L.S. et al. Perfil sociodemográfico, aspectos familiares, percepção de saúde, capacidade funcional e depressão em idosos institucionalizados no Litoral Norte do Rio Grande do Sul, Brasil. Rev. Bras. Geriatr. Gerontol., v.20, n.2, p.175-185, 2017. LIMA, M.S. Epidemiologia e impacto social. Rev. Bras. Psiquiatr., v.21(Suppl 1), p.1-5, 1999. NASCIMENTO, D.C.; BRITO, M.A.C; SANTOS, A.D. Depressão em idosos residentes em uma instituição asilar da cidade de Juazeiro do Norte, Ceará, Brasil. J. Manag. Prim. Health Care, v.4, n.3, p.146-150, 2013. NÓBREGA, I.R.A.P. et al. Fatores associados à depressão em idosos institucionalizados: revisão integrativa. Saúde Debate, v.39, n.105, p.536-50, 2015. PARADELA, E.M.P.; LOURENÇO, R.A.; VERAS, R.P. Validação da escala de depressão geriátrica em um ambulatório geral. Rev. Saúde Pública, v.39, n.6, p.918-923, 2005. RALDI, G.V.; CANTELE, A.B.; PALMEIRAS, G.B. Avaliação Da Prevalência de Depressão em Idosos Institucionalizados em uma ILPI No Norte do RS. Rev. Enferm., v.12, n.12, p.48-63, 2016. ROESLER, E. et al. Prevalência e fatores associados à depressão entre idosos institucionalizados: subsídio ao cuidado de enfermagem. Rev. Esc. Enferm.. USP, v.46, n.6, p.1387-1393, 2012. SIQUEIRA, G.R. et al. Análise da sintomatologia depressiva nos moradores do Abrigo Cristo Redentor através da aplicação da Escala de Depressão Geriátrica (EDG). Ciênc. Saúde Coletiva, v.14, n.1, p.253-259, 2009. YESAVAGE, J.A. et al. Development and validation of a geriatric depression screening scale: a preliminary report. J. Psychiat. Res., v.17, n.1, p.37-49, 1983. TRINDADE, A.P.N.T. et al. Repercussão do declínio cognitivo na capacidade funcional em idosos institucionalizados e não institucionalizados. Fisioter. Mov., v.26, n.2, p.281-289, 2013. 11 CAPITULO 02 Funcionalidade do Idoso Hospitalizado com Índice de Barthel: Revisão Narrativa Maressa Raquel de Carvalho Serafim1 Meriane Mendes Tavares da Silva2 Maristela Prado e Silva Nazario3 Ariane Hidalgo Mansano Pletsch4 Juliana Santi Sagin Pinto Bergamim5 Resumo Introdução: O aumento da expectativa de vida dos brasileiros traz como consequência evidente a busca por atendimento hospitalar devido a distúrbios psicológicos, físicos e acidentes ocorridos pela perda de mobilidade advindo do aumento da idade. Objetivo: O estudo visa identificar o declínio da funcionalidade do idoso e seus riscos consecutivos. Deste modo, mostrar como a avaliação da capacidade funcional torna-se indispensável para fundamentar um diagnóstico, prognóstico e também servir como uma base para orientação sobre o cuidado necessário ao idoso hospitalizado. Método: Foi realizado uma revisão narrativa através da biblioteca on line SciELO durante os meses de agosto e setembro de 2018. Os critérios de inclusão utilizados foram sobre o Índice de Barthel e sua funcionalidade na avaliação de idosos hospitalizados. Resultados: O Índice de Barthel é uma avaliação que procura compreender os aspectos da vida diária e a funcionalidade da independência nos quesitos locomoção, cuidados pessoais, movimentos e outros. A aposentadoria ou perda das práticas individuais de responsabilidade geram distúrbios como depressão,quedas e distorções no humor, além disso, a necessidade de hospitalização interfere plenamente no cotidiano dessas pessoas. Conclusão: O estudo conclui que a avaliação da funcionalidade do idoso utilizando o Índice de Barthel é um método eficaz para conseguir medir o grau de independência desse indivíduo com maior facilidade, com a finalidade de respeito e de garantir o bem-estar deste idoso, porém observamos a necessidade de desenvolver novos instrumentos que avaliem essa funcionalidade de uma maneira globalizada. Palavras-chave: Idoso. Hospitalização. Indice de Barthel. 1 Introdução A Organização Mundial da Saúde - OMS define o idoso como todo indivíduo com idade igual ou superior a 60 anos. Em sua maioria já apresentam doenças crônicas adquiridas na juventude ou consequência de seu envelhecimento. A partir desta definição podemos interligar 1 Acadêmico do Curso de Fisioterapia do Instituto Cuiabá de Ensino e Cultura (ICEC). 2 Acadêmico do Curso de Fisioterapia do Instituto Cuiabá de Ensino e Cultura (ICEC). 3 Docente do Curso de Fisioterapia do Instituto Cuiabá de Ensino e Cultura (ICEC). 4 Docente do Curso de Fisioterapia da Universidade de Cuiabá (UNIC) 5 Docente do Curso de Fisioterapia do Instituto Cuiabá de Ensino e Cultura (ICEC). 12 a situação atual da sociedade brasileira, na qual há uma aceleração demográfica da população idosa, com o aumento da expectativa de vida OMS, 2005. Ainda em detrimento das informações da OMS e o crescimento desta população, Borges et al. (2015) acrescenta que problemas são inerentes a essa situação, assim como, o aumento no índice de internação hospitalar. Segundo Converso e Lartelli (2007) o curso do envelhecimento intervém na capacidade funcional (CF) do idoso. As mudanças ocorridas na funcionalidade dos idosos são perceptíveis e enfatizadas quando ocorre a sua hospitalização podendo levar a uma incapacidade (CUNHA et al., 2009). O índice de Barthel é um instrumento utilizado para medir a CF e a mobilidade do indivíduo. Esse índice é medido através de atividades diárias da CF desses idosos (MAHONEY; BARTHEL, 1965). O estudo realizado por Araújo et al. (2007) mostra que o Índice de Barthel tem um nível competente de fidelidade, tornando-se decisivo para escolha do instrumento e viabilizando uma clara avaliação da CF do idoso e suas respectivas divergências6. Como a avaliação da CF torna- se indispensável para fundamentar um diagnóstico, prognóstico e também servir como uma base para orientação sobre o cuidado necessário ao idoso hospitalizado, o estudo visou identificar o declínio da funcionalidade do idoso e seus riscos consecutivos. 2 Metodologia Foi realizado uma revisão narrativa através da biblioteca on line SciELO durante os meses de agosto e setembro de 2018, com as seguintes palavra-chave: Índice de Barthel, idoso, avaliação, funcionalidade e hospitalização. Os critérios de inclusão utilizados para o desenvolvimento deste trabalho foram estudos que utilizaram o Índice de Barthel para avaliação da funcionalidade na avaliação de idosos hospitalizados. Após a leitura de 31 resumos, selecionamos 17 artigos lidos na integra e analisados conforme população alvo, tipos de estudos e objetivos que preencheram os critérios de inclusão. Foram excluídos estudos e que não estavam relacionados ao Índice de Barthel e capacidade funcional do idoso. 3 Resultados e Discussão Segundo Minosso et al. (2010) o Índice de Barthel é uma avaliação que procura compreender os aspectos da vida diária e a funcionalidade da independência nos quesitos locomoção, cuidados pessoais, movimentos e outros. Este é o objeto do nosso estudo que visa acompanhar e observar as atitudes decorrentes deste processo, tais como: vestir-se, ingerir 13 alimentos, fazer higiene pessoal, subir e descer escadas, a utilização do sanitário, entre outros (MAHONEY; BARTHEL 1965). Santos e Cunha (2014), discorrem que vários profissionais da saúde como fisioterapeutas e enfermeiros têm utilizado a avaliação da CF como instrumento para obter dados multidisciplinares e atender os idosos com qualidade. Desse modo, os autores afirmam ainda que a partir desta verificação de escalas e trabalho com questionamentos é possível verificar como funciona a capacidade dos idosos de realizar as atividades comuns do cotidiano. A equipe multidisciplinar é importante nesse patamar para identificar e planejar as atuações tanto na prevenção de doenças e riscos, como na reabilitação dessas pessoas que devem ter autonomia para exercer suas funções (CRISTO; PERNAMBUCO 2009). O aumento da expectativa de vida do Brasil transforma o país em uma pátria de idosos, desse modo, a geração necessita de cuidados específicos em detrimento das dificuldades encontradas neste período da vida (OMS, 2005). Desse modo, inúmeros fatores podem contribuir para a dependência de ações da vida diária, como o risco da hospitalização e doenças com dificuldade de recuperação, visto sua fragilidade (CHERNICHARO; FERREIRA 2015). Chernicaro e Ferreira (2015) acrescentam ainda que o trabalho de educação em saúde é importante tanto quando o idoso se encontra hospitalizado como quando recebe alta. É um processo contínuo que se inicia no hospital com o treinamento para os familiares ou cuidadores agirem de forma correta no domicílio, garantindo ao idoso tratamento adequado e evitando uma maior dependência deste. Algo a ser ressaltado nesta prática é a atribuição de materias educativos que explicitem as principais dúvidas ocorridas no processo, concretizando procedimentos necessários para o desenvolvimento deste idoso e sua recuperação. Sobre as características emocionais do idoso durante a hospitalização, Care (2007) relata que a transição ocorrida durante a terceira idade pode facilitar o aparecimento reações negativas no idoso. A aposentadoria ou perda das práticas individuais de responsabilidade geram distúrbios como depressão, quedas e distorções no humor. Além disso, a necessidade de hospitalização interfere plenamente no cotidiano dessas pessoas. Care (2007) demonstra ainda que o idoso precisa ser compreendido, e ter seus anseios e preocupações identificados, papel atribuído ao psicólogo. São comuns as indagações por meio dos doentes sobre o seu estado de saúde, por isto necessita de um olhar diferenciado que paute na preservação de sua integridade física, emocional e religiosa. É importante ressaltar que a fragilidade existente deve ser gerida pela equipe de saúde e familiares, a fim de promover o bem-estar dessas pessoas. Conhecer os causadores da 14 fragilidade em idosos e procurar estratégias que as solucione é algo inerente a um país que passa por um período de evolução do processo de envelhecimento. Desse modo, podem facilitar a identificação de certos agravantes que contribuem para o preparo dos profissionais da saúde para lidarem com os casos e/ou trabalhar a prevenção destas questões (CARNEIRO, et al. 2016). Com a finalidade de diagnósticos precisos e orientações perspicazes, é utilizado por profissionais de saúde instrumentos que procuram avaliar a capacidade de realização de diversas atividades, a chamada funcionalidade, nesta questão específica, a do idoso (LIMA; PORTELLA, 2010) O Índice de Barthel, portanto, é uma escala que possibilita uma avaliação da independência do idoso, atribuindo pontos para cada atividade desenvolvida, que podem variar de 0 a 100 (APOSTOLO, 2012). Na alimentação, a pontuação zero é atribuída à incapacidade de alimentar-se sozinha, a cinco a necessidade de auxílio para elementos como efetuar cortes, entre outros, e a dez para a independência nas atividades referidas. No banho, são duas pontuações, zero para auxilio e cinco para independente. As atividades de higiene pessoal como fazer abarba, escovar os dentes, pentear os cabelos, recebem zero para a necessidade de ajuda e cinco para a independência (APOSTOLO, 2012). Para ações como se vestir é atribuído zero quando o idoso é dependente de auxilio, cinco quando necessita de auxílio em uma parte específica e dez quando se veste totalmente sozinho, incluindo zíper, laços e botões (APOSTOLO, 2012). Com relação ao intestino as classificações estão entre zero para incontinente, cinco para situações ocasionais e dez para continente, essa mesma pontuação é utilizada para o sistema urinário. O uso do banheiro segue a seguinte escala: zero para dependente, cinco para ajuda parcial e dez para independência total (APOSTOLO, 2012). Casos como a transferência de uma cama para cadeira ou cadeira/cama são proferidos zero para incapacidade de realização, cinco para ajuda de uma ou duas pessoas, dez para pouca ajuda e quinze para independência de ações mesmo com bengala (APOSTOLO, 2012). No caso da mobilidade em ambientes planos, as medições referem zero para a incapacidade, cinco cadeiras de rodas independente, dez caminhadas com auxílio de uma pessoa e quinze para realização independente (APOSTOLO, 2012). Nas escadas, zero é atribuído para incapacidade, cinco para ajuda e dez independências (APOSTOLO, 2012). 15 Paixão Junior e Reichenhem (2005) complementam que a avaliação dos idosos de forma qualitativa e a proveitos condizentes com a realidade da maioria dos pacientes, proporcionaria uma prevenção de diagnósticos que colaborariam para a identificação e tratamento de doenças de forma a não os retirar de seus lares. Já que a hospitalização se torna um agravante em diversas dimensões para a população idosa, o que existe na atualidade não atua de forma necessária para garantir a qualidade de vida dessas pessoas. Paixão Junior e Reichenhem (2005) indagam ainda, a necessidade de existir um processo de comparação de resultados, novos instrumentos que mapeiem e consigam dinamizar a avaliação dos idosos, a fim de proporcionar ajuda nas decisões a serem tomadas. A partir das definições destes instrumentos é possível efetuar considerações sobre as patologias e as ações sobre elas, desse modo devemos observar que ao efetuar reavaliações periodicamente, ficaria mais fácil à introdução de novos procedimentos caso haja uma maior debilidade da funcionalidade. Outro caso seria poder avaliar patologias que por muitas vezes passariam despercebidas. 4 Conclusão Compreende-se é que há necessidade de que os idosos hospitalizados tenham um suporte diferenciado no andamento de suas atividades cotidianas. Analisando e identificando o desenvolvimento da sua funcionalidade e criando uma estrutura que proporcione estímulos e melhor qualidade para o convívio diário dos idosos hospitalizados. Algo importante a acrescentar é que a análise detalhada da capacidade funcional do idoso é a chave principal para que consigamos progredir nos tratamentos necessários. A fase da vida em questão colabora para diversas interrupções da capacidade funcional dos indivíduos, desse modo, através do índice de Barthel, analisamos que a hospitalização deste idoso vem a contribuir para a piora deste quadro. Portanto este instrumento é tido como um método claro e eficaz de avaliação, comprovando que após certo período hospitalizado há um declínio gradual deste idoso. Porém é preciso desenvolver novos instrumentos que avaliam este paciente de uma maneira globalizada. Referências APOSTOLO, J.L.A. Instrumentos para avaliação de geriatria. Escola superior de enfermagem de Coimbra, 2012. ARAÚJO, F. et al. Validação do índice de Barthel numa amostra de idosos não institucionalizados. Qualidade de vida, v. 25, n 2, 2007. 16 AZEVEDO, P.W. et al. 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Capacidade funcional e sua mensuração em idosos: uma revisão integrativa. REFACS, v.2, n.3, p.269-278, 2014. 17 CAPITULO 03 As Vantagens da Mobilização Precoce em Pacientes na Unidade de Terapia Intensiva Debora Pereira Pinheiro1 Rayssa Laura de Carvalho Magalhães1 Olyvia Ribeiro Derze2 Juliana Santi Sagin Pinto Bergamim3 Ariane Hidalgo Mansano Pletsch4 Maristela Prado e Silva Nazario5 Resumo Introdução: Na Unidade de terapia intensiva a perda de mobilidade em pacientes hospitalizados tem impacto negativo em vários sistemas orgânicos e pode levar ao aumento do tempo de internação e à mortalidade. Sendo assim, torna-se importante o uso da mobilização precoce com o intuito de diminuir o risco de hospitalização prolongada e os custos relacionados à pacientes com alta taxa de permanência em leitos de UTI. Objetivo: O presente artigo tem como proposta analisar a importância da mobilização precoce em pacientes críticos na unidade de terapia intensiva. Métodos: Trata-se de uma revisão de literatura baseada em trabalhos escritos em português e inglês, através de um levantamento bibliográfico encontrado em materiais publicados em redes eletrônicas cientificas obtida nas bibliotecas on line Scielo e Bireme, no período de 2009 a 2018. Resultados: Verificou-se que a mobilização precoce em pacientes críticos na unidade de terapia intensiva traz benefícios aos pacientes hospitalizados em relação à recuperação de forma rápida e reduzindo os problemas respiratórios e musculares. Dessa forma, reforça o papel do fisioterapeuta nesse processo, já que o mesmo é responsável pela conduta da terapia. Conclusão: Conclui-se que a mobilização precoce em pacientes que se encontram nas unidades de terapia intensiva é eficaz e benéfica, preservando a força muscular periférica e respiratória. Palavras-chave: Deambulação Precoce. Fisioterapia. Unidades de Terapia Intensiva. 1 Introdução As transformações ocorridas no mundo da saúde, trazem a partir da década de 70 a importância do fisioterapeuta na equipemultidisciplinar nos hospitais e atuando com pacientes em estágio crítico. A fisioterapia intensiva, ganha destaque e a terapia de mobilização precoce nos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) contribuem significativamente para que o paciente se recupere de forma mais rápida. Nesse novo cenário da medicina onde a partir do século XX, houve um avanço em relação 1 Acadêmico do Curso de Fisioterapia do Instituto Cuiabá de Ensino e Cultura (ICEC). 2 Docente do Curso de Fisioterapia do Instituto Cuiabá de Ensino e Cultura (ICEC). 3 Docente do Curso de Fisioterapia do Instituto Cuiabá de Ensino e Cultura (ICEC). 4 Docente do Curso de Fisioterapia da Universidade de Cuiabá (UNIC). 5 Docente do Curso de Fisioterapia do Instituto Cuiabá de Ensino e Cultura (ICEC). 18 a técnica de mobilização precoce em pacientes críticos. A imobilidade, juntamente com a utilização de medicamentos podem afetar o sistema musculoesquelético assim como as funções viscerais, causando impactos no sistema respiratório, cardiovascular e o sistema urinário. Daí vem a importância da fisioterapeuta e principalmente da mobilidade precoce na unidade de terapia intensiva propiciando uma melhor qualidade de vida ao paciente, contribuindo para uma recuperação mais rápida (PINHEIRO, 2009). A fisioterapia é indissociável nas unidades de terapia intensiva, quando a mobilização precoce é utilizada de forma eficaz além dos benefícios psicológicos, físicos e ganho de qualidade de vida e recuperação rápida do paciente, ainda reduz os custos hospitalares e contribui para a redução do tempo de permanência, gerando maior oferta de leitos vagos para a população e reduzindo os efeitos deletérios da imobilidade prolongada (REIS et al. 2018). Portanto será abordado tal assunto para descobrir a relevância da mobilidade precoce como terapia, possibilitando uma recuperação rápida e uma maior qualidade de vida aos pacientes em estágio critico na unidade de terapia intensiva. Demonstrando a importância da fisioterapia na equipe multidisciplinar, auxiliando o paciente, a equipe e a família do paciente. O objetivo desse artigo é analisar as vantagens da mobilização precoce em pacientes com estágio critico que se encontram na UTI, bem como, demonstrar os benefícios que a mobilização precoce como: preservar a força e a massa muscular, melhorando o fluxo sanguíneo, estimulando a produção de citocinas anti-inflamatórias, além de contribuir para redução de complicações pulmonares e musculoesqueléticas. 2 Metodologia Foi realizado um estudo de revisão de literatura em relação à abordagem do tema. A pesquisa foi baseada em trabalhos escritos em português e inglês no período de 2009 a 2018, através de um levantamento bibliográfico encontrado em materiais publicados nas bibliotecas on line Scielo e Bireme, e todos os meios científicos confiáveis. Por fim serão extraídas informações e explicações sobre a mobilidade precoce, demonstrando sua eficiência e eficácia para uma pratica hospitalar de qualidade, levando a melhoria e rapidez de recuperação do paciente critico na UTI. 3 Resultados e discussão 3.1 Unidades de Terapia Intensiva e a Fisioterapia na UTI O conceito de UTI, e sua idealização vai de encontro com a ideia de acolher pacientes 19 que estão em estado grave de sobrevida e precisam de cuidados especiais e complexos, além de um monitoramento constante (ASSOBRAFIR, 2009). Nesse aspecto, a unidade de terapia intensiva exige uma equipe multidisciplinar, que ainda discorre que o conceito e equipe com seus valores implica na existência de uma visão ampla e coletiva, em que é necessária a coerência de propósito, a sincronização e a continuidade de ação (KAMADA, 1978). Não basta que um determinado grupo trabalhe em conjunto; é imprescindível que o mesmo esteja estreitamente unido e motivado para um objetivo comum. A alta tecnologia adotada nos leitos de UTI, com aparelhos, assim como os medicamentos e o próprio processo de imobilidade trazem incomodo aos pacientes em estágio critico, dessa maneira a partir de 1995, tem início ao movimento de humanização nos leitos de UTI que visam aumentar os laços de proximidade, auxiliando para que o ambiente hospitalar possa ser mais humano. Por isso, a organização desse ambiente é de grande importância para proporcionar aos pacientes e à equipe o máximo de conforto e segurança possível, de forma que os aspectos sejam incluídos na prática de humanização. O fisioterapeuta exerce um papel fundamental na reabilitação dos pacientes internados em UTI, e, além de qualidade técnica, deve prezar pela qualidade relacional de sua assistência, a fim de transmitir confiança e de estar atento às necessidades dos pacientes (MONDADORI et al. 2016). De acordo com Pinheiro e Christofoletti (2012), no ambiente hospitalar, os serviços prestados, pelos profissionais de saúde tem como objetivo recuperar a condição clinica dos pacientes, a fim de que eles possam retornar a realidade com qualidade de vida. Nesse aspecto, em relação a estrutura da unidade de terapia intensiva temos: “Cada leito na UTI deve conter uma cama Fowler, monitor multiparamétrico, bomba de infusão contínua, AMBU e rede de gases, com no mínimo saídas de ar comprimido e oxigênio, aspirador, ventilador mecânico microprocessado e colchões especiais que visam diminuir os quadros de úlceras por pressão” (PINHEIRO, 2009). O papel do profissional de fisioterapia na unidade de terapia intensiva torna-se essencial e parte integrante no atendimento multidisciplinar, a atuação desse profissional evita danos respiratórios e danos motores, com a prática da mobilidade precoce (CRUZ, 2018). Um foco multidisciplinar na mobilização precoce é necessário como parte das rotinas clínicas diárias na UTI. A estrutura da equipe multidisciplinar e a inclusão de fisiatras, médicos, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, enfermeiros, nutricionistas, psicólogos, fisiologista e assistentes sociais pode servir como um excelente modelo para a construção de uma equipe de mobilidade precoce na UTI. Isto pode ser útil para avaliar os diferentes componentes de um programa de 20 treinamento próprio, incluindo o tipo, frequência, intensidade e exercícios específicos, além do tipo de programas e intervenções psicossocial (BORGES et al., 2009; FRANÇA et al., 2012). Lopes e Brito (2009) relatam que a questão técnica é importante, no entanto a relação com o paciente num aspecto humanizado deve ser primordial pois nas condições que os pacientes se apresentam durante o tratamento intenso, as questões psicológicas estão adjuntas a patologias físicas. A história da fisioterapia vai desde a Antiguidade, utilizando propriedades físicas e químicas como, gelo, calor, para o alivio da dor, sequencialmente surgiu às técnicas de massagem e enfaixamento para alívio das dores e diminuição das deformidades. Porém só na segunda guerra mundial a fisioterapia se disseminou se tornando conhecida através da fundação de escolas de cinesioterapia para aprimorar o tratamento dos soldados mutilados, sobreviventes da guerra (LOPES; BRITO, 2009). A fisioterapia foi regulamentada como profissão pelo decreto lei de número 938, 13 de outubro de 1969. Tem como principais atribuições: a realização de métodos, técnicas e procedimentos terapêuticos, sob contato físico aplicados diretamente ao paciente, estando ele consciente ou não (BRAZ et al., 2009). A portaria do ministério da saúde número 3432, em vigor desde de 12/08/1998 diz que as UTI, com nível terciário devem contar com assistência fisioterapêutica em período integral dessa forma reduzem os custos hospitalares e principalmente contribuem para uma recuperação mais eficaz de pacientes em estado crítico, que ainda complementa lembrando da resolução da SOBRATI (AssociaçãoBrasileira de Terapia Intensiva) acerca da terapia intensiva. A resolução número 7 da RDC (Resolução da Diretoria Colegiada), que dispõe dos requisitos mínimos para o funcionamento das UTI, deu novas disposições a fisioterapia, onde deve haver um fisioterapeuta coordenador, especializado em terapia intensiva de modo que aumente a carga horária e principalmente que a cada dez leitos, tem que haver um profissional de fisioterapia (ULTRA, 2009). Nesse aspecto a terapia intensiva é conceituada dessa forma: O fisioterapeuta intensivista é aquele que tem sua dedicação total voltada ao paciente critico, realizando seu diagnóstico funcional [...] com objetivo de melhora do quadro do paciente, debatendo com a equipe multidisciplinar deforma coerente a estadia do paciente na terapia intensiva (SUBTIL et al., 2011). Um dos pontos considerados importantes, é que a assistência fisioterapêutica pode auxiliar nos problemas precoces cinéticos-funcionais, em pacientes em estágio grave na unidade de terapia intensiva (SOARES et al., 2010). Desse modo, a partir da inserção do fisioterapeuta 21 na equipe multidisciplinar nas unidades de terapia intensiva na década de 70, houve avanços em relação a como o tratamento com exercícios e principalmente através da mobilidade precoce, trouxeram vantagens a esses pacientes. O oficio do fisioterapeuta na UTI, ganha um outro patamar, aplicando técnicas motoras respiratórias, introduzindo a reabilitação respiratória de cuidados com a via aérea artificial e mais recentemente a manipulação da ventilação mecânica invasiva e não invasiva (ASSOBRAFIR, 2009). As especialidades envolvidas em pacientes críticos estão na resolução número 400 de 2011, que trata especialmente da fisioterapia respiratória e na resolução de número 402 de 2011 que são reconhecidas pelo Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO), sendo essenciais para uma prática hospitalar eficaz do fisioterapeuta. Nesse aspecto, o papel do fisioterapeuta vai de encontro com a humanização das unidades de terapia intensiva. O seu oficio é de grande parte usar as mãos como instrumento de trabalho, um atendimento sem empatia e sem humanização seria praticamente nulo aos pacientes críticos. Para que o contato entre o fisioterapeuta e o paciente seja considerado bom, deve haver empatia, reciprocidade, confiança e afeto, para com isso reduzir o desconforto dos entes queridos e utilizando práticas que mostram boa conduta profissional e de humanização (SUBTIL et al., 2011). Nesse aspecto em relação a fisioterapia enquanto ciência temos abaixo esse conceito: Ciência voltada para o entendimento da funcionalidade humana, a fisioterapia tem papel fundamental no processo de recuperação dos pacientes internados em UTI, onde o profissional trabalha com o objetivo de reabilitar indivíduos hospitalizados, auxiliando em seu processo de cura. Sabe-se da importância da intervenção fisioterápica em pacientes assistidos nas unidades de terapia intensiva e que os benefícios são vários (como prevenir e reduzir os efeitos deletérios ocasionados pelo leito, propiciar bem-estar psíquico aos pacientes, melhorar a capacidade respiratória e cardiovascular, promover independência funcional, proporcionar e acelerar uma recuperação de qualidade, além de diminuir o tempo de hospitalização desses indivíduos (MONDADORI et al., 2016). São abundantes os procedimentos que um fisioterapeuta pode realizar nas UTI tais como avaliar e tratar as funções motoras e respiratórias, determinar as medidas para o suporte ventilatório instalando e manuseando a oxigenioterapia ou oxigenação mecânica, técnicas fisioterapêuticas que incluem manobras de higienização brônquica, exercícios respiratórios, fortalecimento muscular global, readequação evolutiva do paciente aos esforços (PINHEIRO, 2009). Dentre as principais atividades do fisioterapeuta que atua na unidade de terapia intensiva encontra esses dois aspectos: 22 a) A fisioterapia respiratória: é o suporte ventilatório, com a parte de fisiologia respiratória, suporte respiratório, oxigenioterapia, ventilação mecânica não invasiva e ventilação mecânica invasiva e toda essa parte de cuidado respiratório do paciente, que é um dos motivos que o leva a UTI. b) A fisioterapia motora: a fisioterapia motora inclui a parte de fortalecimento, reabilitação, prevenção de deformidades e tratamento de complicações relacionadas com a permanência desses pacientes que estão muito tempo imóveis no leito. É muito importante nesse contexto a mobilização precoce, cujo planejamento também é feito por esse profissional. No momento em que entramos na UTI já devemos pensar em mobilizar esse paciente o mais rápido possível. Portanto, ao longo da história compreendemos os avanços da medicina e as suas mudanças. A formação, concepção e objetivo das unidades de terapia intensiva, assim como o papel do fisioterapeuta nessas unidades que ganharam e vem ganhando uma ótica humanizada, proporcionando a equipe multidisciplinar uma maior empatia para com o paciente. Nesse aspecto, a fisioterapia se torna um instrumento que vai além das técnicas impostas nas terapias, e sim no ato de se doar e principalmente colaborar com a recuperação rápida e eficaz dos pacientes em estado crítico. O fisioterapeuta contribui não somente com o paciente, mas com todos os envolvidos no processo, demonstrando que esse oficio é essencial e primordial para um ambiente hospitalar eficiente e humanizado. 3.2 Mobilização Precoce para Pacientes em UTI As Unidades de Terapia Intensiva têm por foco o suporte à vida, e ao tratamento de pacientes com instabilidade clínica. A impossibilidade de movimentação, associadas ao uso de medicamentos e ventilação mecânica, acarretam efeitos colaterais, como a diminuição da capacidade física. Para que haja bons resultados na qualidade de vida do paciente, se faz necessário uma multidisciplinaridade no âmbito hospitalar, de forma que a equipe médica esteja em sintonia com os fisioterapeutas, de forma que o tratamento ocorra sem muitas intercorrências. Pacientes admitidos em uma UTI e que sobrevivem à fase aguda de uma doença crítica relatam que apresentam fraqueza muscular. Estudos realizados sugerem que ela ocorre em 25% a 60% dos pacientes que recuperam a consciência depois de uma semana de ventilação mecânica, tendo, muitas vezes, repercussões por meses ou anos após a alta hospitalar, com impacto na realização das atividades de vida diária, na qualidade de vida e reintegração do paciente à sociedade (JONGHE 2009; VINCENT; NORRENBERG, 2009). Sibinelli et al. (2012), afirmam que: O sistema musculoesquelético é projetado para se manter em movimento, sendo que https://www.iespe.com.br/blog/reabilitacao-acelerada-fisioterapia/ 23 são necessários apenas sete dias de repouso no leito para reduzir a força muscular em 30%, levando a perda adicional de 20% da força restante a cada semana. A imobilidade no leito aliada a reações medicamentosas traz impactos para o paciente, podendo afetar o sistema musculoesquelético além das funções viscerais, causando assim alterações nos sistemas: respiratório, cardiovascular, e sistema urinário. Tendo em vista o quanto a imobilização é prejudicial a estes pacientes, se observa a necessidade da fisioterapia em intervir antecipadamente (PINHEIRO, 2009). Pacientes graves em uma UTI, realizando a mobilização precoce, algo vantajoso e viável. Um estudo de Borges et al. (2009) demonstrou que é um procedimento seguro, com muitas vantagens em se iniciar um tratamento precocemente. Segundo o estudo, a mobilização precoce é viável em qualquer paciente crítico estável hemodinamicamente, são raros os eventos adversos e não houve nenhum sério, ou seja, nenhum que ocasionasse em extubações ou complicações que acarretassem oaumento de custos ou o prolongamento da permanecia no centro hospitalar. A mobilização precoce é a base para a recuperação funcional, melhora o transporte de oxigênio, mantem a capacidade musculoesquelética, reduz as complicações do imobilismo e melhora a qualidade de vida após alta hospitalar. Essa mobilização será viável quando não houver ou quando for diminuída a sedação, analgesia e bloqueio neuromuscular, visto que contribuem para o agravamento dos resultados. O ortostatismo, a eletroestimulação neuromuscular, mudança de decúbito, mobilização passiva e deambulação são algumas das estratégias para realização do procedimento. De acordo com Silva et al., (2014): Há, cada vez mais, sobreviventes de doenças críticas, cujas complicações decorrentes da permanência prolongada na UTI contribuem para desordens neuromusculares, piora nas habilidades funcionais, aumento dos custos assistenciais e redução da qualidade de vida após alta hospitalar. A disfunção muscular pode ser agravada por consequências de doença, sedação e imobilidade no leito, bem como intensidade e duração inadequadas da reabilitação física. A frequência e gravidade da fraqueza neuromuscular e suas manifestações clínicas podem ser amenizadas, utilizando-se alternativas como a mobilização precoce (MP) para a prevenção e o tratamento de tais complicações. A terapia física precoce, inclusive durante o período de intubação e suporte ventilatório, pode ser realizada com segurança, melhorando os resultados funcionais dos pacientes. No ambiente hospitalar, o objetivo do serviço prestado pelos profissionais da saúde é recuperar a condição clínica dos pacientes, resultando em qualidade de vida após a alta hospitalar. A imobilidade, o descondicionamento físico e a fraqueza muscular estão associados a maior incapacidade e a reabilitação prolongada (PINHEIRO; CHRISTOFOLETTI, 2012). 24 Os efeitos benéficos relacionados à mobilização precoce em pacientes internados em UTI, não excluem a avaliação de alguns fatores de segurança antes da realização dessas atividades nesse ambiente. Os principais fatores de segurança que devem ser analisados são: fatores intrínsecos ao paciente, como antecedentes médicos, reservas cardiovascular e respiratória; e fatores extrínsecos ao paciente, como acesso vascular no paciente, ambiente e equipe (SILVA et al. 2010). Conceição et al. (2017), diz que, fatores externos como força física e funcionalidades prévias, nível de cooperação, dispositivos anexados ao paciente e a cultura de mobilização existente na unidade são relevantes para a reabilitação do paciente em UTI, resultando em uma melhora na qualidade de vida posterior a alta hospitalar. A própria autora afirma que: Estudos demonstram que a MP é segura e viável, porém ainda não há consenso em relação a seus desfechos. Estudos mostram potenciais benefícios como redução do tempo de ventilação mecânica, permanência na UTI, internação hospitalar, sedação e duração do delirium, custos hospitalares, além da melhora dos desfechos clínicos e funcionais na alta hospitalar. No entanto, estes resultados contrastam com os de outros estudos randomizados e controlados, que demonstraram que a realização de mobilização intensiva e precoce não altera funcionalidade e qualidade de vida quando avaliados na alta e até 6 meses após alta hospitalar. Acreditava-se, durante muitos anos, que o repouso absoluto seria a melhor forma de tratar o enfermo que se encontra em estado crítico, uma vez que este não resistiria a uma atividade física. Havia a crença de que era benéfico para a estabilização clínica do paciente. Entretanto, já se sabe que o descondicionamento físico e a fraqueza muscular, são complicações que surgem devido à imobilidade. Por essa prática, havia a piora do paciente e, ao mesmo tempo, risco de infecções e morbimortalidade (MUSSALEM et al., 2014). França et al. (2012) elenca os efeitos negativos e complicações que surgem devido à imobilidade. Entre eles estão: aumento da frequência cardíaca máxima; diminuição do volume total de sangue; alterações na relação ventilação / perfusão; diminuição na pressão arterial de oxigênio; aumento da excreção de cálcio, fósforo e magnésio; e diminuição da força e capacidade muscular. Desta forma, o repouso absoluto dos pacientes em UTI seria um declínio funcional para os mesmos, além de gerar mais gastos assistenciais. A fisioterapia é fundamental no atendimento aos pacientes em UTI, envolvendo atendimento a quadros críticos que necessitam ou não de suporte ventilatório, visando evitar possíveis complicações respiratórias e motoras ocasionadas pela imobilidade do paciente (CRUZ, 2018). A fisioterapia é uma ciência capaz de promover a recuperação e preservação da funcionalidade, podendo minimizar estas complicações. 25 O fisioterapeuta intensivista deve ter o compromisso de realizar a mobilização de forma precoce para proporcionar ao paciente uma melhor qualidade de vida e assim evitando na medida do possível os efeitos deletérios da síndrome do imobilismo (BORGES et al., 2009). Junior e Badaró (2013) indaga que a fisioterapia é de extrema relevância para a recuperação clínica de pacientes em UTI, trazendo benefícios funcionais. A mobilização precoce deve ser diariamente realizada com os pacientes críticos, internados em unidade de terapia intensiva, tanto naqueles estáveis, que se encontram acamados, inconscientes e sob ventilação mecânica, quanto naqueles conscientes capazes de realizar de forma independente. O treinamento físico tem sido cada vez mais reconhecido como um importante componente no cuidado de pacientes críticos que requerem ventilação mecânica prolongada, ao proporcionar melhora na função pulmonar, muscular e na independência funcional, acelerando o processo de recuperação e diminuindo assim o tempo de ventilação mecânica e de permanência na UTI (FRANÇA et al., 2009). A mobilização precoce traz benefícios físicos, psicológicos e evita os riscos da hospitalização prolongada, diminuindo a incidência de complicações, acelerando a recuperação e normalização do quadro após a alta do paciente. Se realizada precocemente, nos primeiros dias de internação, otimiza a recuperação funcional (CRUZ, 2018). As atividades desenvolvidas pelo fisioterapeuta em UTI podem ser: mudanças de decúbito e posicionamento no leito, mobilização passiva, exercícios ativo-assistidos e ativo livres, uso de cicloergômetro, eletroestimulação, treino de atividades de vida diária e funcionalidade, sedestação, ortostatismo, marcha estática, transferência da cama para cadeira e deambulação (FRANÇA et al., 2012). O fisioterapeuta é responsável pela prescrição e implementação dos exercícios e treinamentos, juntamente com os demais da equipe médica e assistencial responsável. Há um protocolo de mobilização, que vai desde exercícios com menor taxa metabólica como a mobilização passiva, a realização de transferências até exercícios com carga para membros superiores e membros inferiores e a utilização de ergômetros (FRANÇA et al., 2009). Para realizá-los, é preciso seguir algumas recomendações e analisar se existe alguma contraindicação. Em pacientes críticos, por exemplo, é necessário verificar a ventilação minuto pelo peso corporal. Após 2 horas de iniciada a hemodiálise ou já ter sido realizada a filtragem de 3.000ml é contraindicado realizar a mobilização (JUNIOR; BADARÓ, 2013). Tem sido adotado programas para início e evolução da mobilização precoce do paciente crítico, e são divididos em 4 ou 5 fases de fácil aplicação. As informações fornecidas incluem os tipos de pacientes para os quais cada fase é adequada, mobilidade na cama, transferências, marcha, exercícios terapêuticos, o 26 posicionamento, a educação, e a duração e frequência das sessões de mobilidade. Uma boacomunicação dentro da equipe multidisciplinar da UTI, que inclui um médico, fisioterapeuta e enfermeiro, é fundamental para proporcionar a mobilização adequada, dependendo da estabilidade clínica do paciente (JUNIOR; BADARÓ, 2018). A equipe multidisciplinar será responsável por analisar e identificar as indicações e contraindicações para que ocorra a mobilização precoce, a partir do conjunto de dados. Na UTI, geralmente, pacientes em estado crítico são sedados logo no princípio da internação para que o paciente tenha alívio da dor e diminua a ansiedade, para reduzir o consumo de oxigênio e impedir que o paciente desconecte o ventilador mecânico. Dependendo das drogas ministradas ao paciente, é contraindicado a realização da mobilização precoce, e a frequência de sedativos pode acarretar uma piora no quadro de imobilismo (SARTI et al., 2016). 3.3 Perspectivas e Discussões acerca da Mobilização Precoce Foi observado que após três horas de mobilização passiva contínua diária, por meio de cicloergômetro apropriado para realização deste tipo de mobilização precoce, houve redução na atrofia de fibras e perda de proteínas (FRANÇA et al. 2009). Machado et al (2017) realizou um ensaio clínico randomizado envolvendo 38 pacientes em ventilação mecânica com fisioterapia convencional e outro grupo com fisioterapia convencional e exercícios passivos em cicloergômetro cinco vezes por semana, resultou que a realização de mobilização passiva contínua de forma cíclica auxilia na recuperação da força muscular periférica de pacientes internados em UTI. Pinheiro e Christofoletti (2012), afirmam que: Estudos recentes demonstram a importância de programas mobilização precoce na UTI, pois produz efeitos significativos nos desfechos clínicos, é considerada uma intervenção segura e viável após a estabilização cardiorrespiratória e neurológica do paciente crítico. Utilizada por muitos fisioterapeutas, a mobilização precoce deve ser aplicada diariamente nos pacientes internados em unidade de terapia intensiva, tanto naqueles estáveis, que se encontram acamados e inconscientes (que estão em ventilação mecânica), quanto naqueles conscientes e que realizam a marcha independente. Pacientes com maior tempo de internação em UTI, sob ventilação mecânica prolongada, estão naturalmente sujeitos à maior perda de massa muscular, com uma recuperação funcional mais demorada, em relação aos internados a pouco tempo. Vários fatores causam o descondicionamento físico e contribuem para um maior tempo de internação do paciente, o que o predispõe a um maior risco de infecção hospitalar e a outros efeitos colaterais à sua saúde (JUNIOR; BADARÓ, 2018). 27 Feliciano et al. (2012) em um estudo realizado, utilizando um protocolo de mobilização precoce, cujo objetivo foi comparar a eficácia da mobilização em pacientes que tiveram insuficiência respiratória, não se observou nenhuma intercorrência durante a sua aplicação, sendo ele considerado seguro; e os pacientes submetidos a esse protocolo apresentaram uma redução no tempo de internamento na UTI e uma redução de custos hospitalares. Outro estudo realizado por Pinheiro e Christofoletti (2012) que durou 6 semanas de treinamento físico, onde realizavam fortalecimento muscular, deambulação, e atividades funcionais em pacientes em ventilação mecânica comparado a outro grupo, onde os pacientes não realizavam nada disso, observou- se que houve um aumento significativo de ganho de força muscular de membros e também de função pulmonar nos pacientes que realizaram o treinamento fisioterapêutico. E os pacientes que não fizeram parte do estudo, houve redução de força muscular e maior comprometimento respiratório, sugerindo que a imobilidade é uma consequência importante em pacientes graves que estão em ventilação mecânica prolongada. Malkoc et al. (2009), em um estudo controlado com 510 pacientes, avaliaram os efeitos da mobilização precoce no tempo de estadia na UTI. Verificou-se que os pacientes mobilizados ficaram em média de 6 a 10 dias a menos internados na UTI. Santos et al. (2017) observaram que a mobilização precoce em pacientes após cirurgia cardíaca previne complicações pós-operatórias, melhora a capacidade funcional e reduz tempo de internação hospitalar. Rocha et al. (2017) estratégias de mobilização precoce na unidade de terapia intensiva podem resultar na prevenção e redução da polineuromiopatia no paciente crítico, melhora da qualidade de vida, redução da permanência na UTI e do hospital e menor mortalidade durante a hospitalização. Dantas et al. (2012) num ensaio clínico, controlado e randomizado realizado em 59 pacientes, em ventilação mecânica avaliaram a mobilização precoce observaram que houve ganho da força muscular inspiratória e periférica quando submetida a um protocolo de mobilização precoce e sistematizado. Assim sendo, para Nascimento (2013) se mostra de forma evidente que a mobilização precoce oferta uma melhora na função motora e cognitiva, que podem influenciar negativamente no processo de reabilitação. Entretanto Sarti et. al. (2016) dizem que, apesar dos benefícios apresentados ela realização da mobilidade precoce, mais estudos são necessários para saber quais são os melhores exercícios, a duração, a repercussão e a intensidade da fisioterapia motora para cada paciente crítico. Para que a mobilização aconteça com segurança 28 e seja viável ao paciente, é necessário a análise de alguns critérios como: respiratório, circulatório e neurológico para que os exercícios não agravem o quadro clínico. Caso esses critérios estejam de acordo, a mobilização precoce poderá ser segura e viável, podendo diminuir os efeitos deletérios da imobilidade prolongada. É de grande importância à atuação do Fisioterapeuta, na prevenção das sequelas do Imobilismo, pois, somente fazendo uso das técnicas devidas, estando dentro do contexto de multidisciplinaridade, é que fará a diferença na evolução gradativa do paciente, evitando sequelas, diminuição significativa na permanência do mesmo na Unidade de Terapia Intensiva e prevenção de patologias ocasionadas pelo imobilismo. De forma a se garantir assim, uma melhora na qualidade de vida. 4 Conclusão Apesar dos avanços na área da saúde e principalmente a humanização nos leitos de UTI, além do reconhecimento da importância da fisioterapia intensiva no tratamento dos pacientes críticos, ainda existe certo desconhecimento e também uma desvalorização desse profissional. A mobilização precoce é a base para recuperação funcional dos pacientes que se encontram nos leitos das unidades de terapia intensiva. A técnica é eficaz e benéfica, auxiliando na preservação da força muscular e respiratória. Os benefícios vão além da questão física, também configuram na melhora psicológica do paciente e dos familiares, já que a recuperação se torna mais rápida. O grande desafio é que se faça mais estudos em relação ao tema para que haja cada vez mais a padronização e protocolos de tratamentos, otimizando a terapia e gerando benefícios tanto para o conhecimento dos profissionais da área, quanto para os próprios pacientes. Portanto, por meio dessa revisão de literatura, o objetivo desse estudo fica evidente e demonstra a importância da mobilização precoce em pacientes que se encontram nas unidades de terapia intensiva. Referências ASSOBRAFIR, Associação Brasileira de fisioterapia Cardiorrespiratória e Fisioterapia em Terapia Intensiva. 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Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009. http://pesquisa.bvsalud.org/portal/?lang=pt&q=au:%22Rocha,%20AR%20Miranda%22 javascript:void(0); 31 CAPITULO 04 Escala de Dor Baseada no Questionário de Mcgill em Idosos com Dor Crônica Daiane Binsfeld Garcez1 Tatiane Briene Couto2 Maristela Prado e Silva Nazario3 Olyvia Ribeiro Derze4 Ariane Hidalgo Mansano Pletsch5 Juliana Santi Sagin Pinto Bergamim6 Resumo Introdução: O questionário de Mcgill possui como desfecho, fornecer informação imediata sobre a realidade do desempenho dos pacientes e ser capaz de avaliar as diferentes dimensões da dor. Nas pessoas idosas pode ser associado a complicações como: depressão, ansiedade, incapacidade física e funcional, dependência, alterações na dinâmica familiar, desequilíbrio econômico, desesperança, sentimento de morte e outros. Objetivo: Verificar as evidências científicas sobre a confiabilidade da aplicação do questionário de Mcgill em idosos com dor crônica. Método: Foi realizado um estudo de revisão narrativa na base de dados Lilacs e na Scielo. Resultados: O Questionário de McGill é considerado um bom instrumento para a avaliação da dor crônica e é o mais utilizado para caracterizar e discernir os componentes afetivo, sensitivo e avaliativo da dor quando se pretende obter informações qualitativas e quantitativas. Nos idosos as queixas relacionadas à dor são atribuídas devido à faixa etária e consideradas próprias ao processo de envelhecimento deixam, assim, de ser tratado, o que vai influenciar negativamente na qualidade de vida na velhice. Conclusão: Os profissionais da área da saúde podem contribuir para que esse impacto seja diminuído, evitando sofrimento indevido. Assim saberão valorizar a dor referida pelos idosos, gerando a possibilidade de orientar e interferir de modo a minimizar esta aflição, proporcionando ao idoso uma qualidade de vida satisfatória. Palavras-chave: Idoso. Envelhecimento. Dor Crônica. Medição da Dor. 1 Introdução Conforme a Organização Mundial da Saúde (2006) idoso é todo indivíduo com idade igual ou superior a 60 anos para países em desenvolvimento ou 65 anos, no caso de nações desenvolvidas (MACIEL, 2010). O envelhecimento, dentro desta perspectiva, pode ser definido como uma deterioração funcional progressiva e generalizada que resulta na perda da capacidade 1 Acadêmico do Curso de Fisioterapia do Instituto Cuiabá de Ensino e Cultura (ICEC). 2 Acadêmico do Curso de Fisioterapia do Instituto Cuiabá de Ensino e Cultura (ICEC).
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