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Fundamentos_Basicos_em_Geriatria - SANAR

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2021
 
Título: Fundamentos Básicos em Geriatria
Editor: Guilherme Melo
Projeto gráfico: Bruno Brum
Revisor: Bernardo Machado
Diagramação: caixadedesign.com
Capa: Mateus Machado
Conselho Editorial: Caio Vinicius Menezes Nunes, Itaciara Larroza
Nunes, Paulo Costa Lima, Sandra de Quadros Uzêda, Silvio José
Albergaria da Silva
 
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Tuxped Serviços Editoriais (São Paulo-SP)
S729f 
  Souza, Jonas Gordilho (org).
  Fundamentos Básicos em Geriatria / Organizadores: Jonas
Gordilho Souza e Débora Fontenele Alves.– 1. ed.– Salvador,
BA : Editora Sanar, 2021.
  512 p.; 16x23 cm.
 
  Inclui bibliografia.
  ISBN 978-65-89822-12-7.
 
  1. Fundamentos Básicos. 2. Geriatria. 3. Medicina. I. Título. II.
Assunto. III. Souza, Jonas Gordilho. IV. Alves, Débora
Fontenele. 
CDD 618.97
CDU 616-053.9
ÍNDICE PARA CATÁLOGO SISTEMÁTICO
1. Outros ramos da medicina: Geriatria.
2. Geriatria.
 
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
SOUZA, Jonas Gordilho; ALVES, Débora Fontenele (org.).
Fundamentos Básicos em Geriatria. 1. ed. Salvador, BA: Editora
Sanar, 2021.
 
Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário Pedro Anizio Gomes CRB-8 8846
 
Editora Sanar Ltda.
Rua Alceu Amoroso Lima, 172
Caminho das Árvores
Edf. Salvador Office e Pool, 3º andar.
CEP: 41820-770 – Salvador/BA
Telefone: 0800 337 6262
sanarsaude.com
atendimento@sanar.com
 
COORDENADORES
Jonas Gordilho Souza
Foto Jonas_Grayscale.jpg
Médico geriatra titulado pela Sociedade Brasileira de Geriatria e
Gerontologia (SBGG), professor do Departamento de Medicina
Interna e Apoio Diagnóstico da Faculdade de Medicina da Bahia da
Universidade Federal da Bahia - FMUFBA. Doutor em Ciências
Médicas pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
(FMUSP).
 
 
Débora Fontenele Alves
Foto Débora_Grayscale.jpg
Acadêmica de Medicina da Universidade Federal do Ceará - campus
Sobral (2017-2023). Presidente da Academia de Medicina Geriátrica
e Gerontologia de Sobral (AMG GES), no ano de 2019.
 
AUTORES
Adriano Cesar Gordilho
Médico geriatra titulado pela SBGG/AMB. Especialista em
Gerontologia e Geriatria pela PUC/Porto Alegre. Ex-presidente da
SBGG nacional Biênio 2002-2004.
 
Alini Maria Orathes Ponte Silva
Médica geriatra com área de atuação em Medicina Paliativa. Pós-
graduação em Medicina da Família e Comunidade pela Irmandade
da Santa Casa de São Paulo (2007). Pós-graduação em Geriatria
pela Universidade de São Paulo - USP (2009). Pós-graduação em
Medicina Paliativa pela SBGG/AMB (2017). Médica assistente em
Medicina Paliativa no Hospital Universitário Edgard Santos
(HC/UFBA)
 
Ana Rebeca Sousa de Freitas
Acadêmico de Medicina da Universidade Federal do Ceará - campus
Sobral (2018.2- 2024). Membro da Academia de Medicina Geriátrica
e Gerontologia de Sobral (AMGGES), no período 2018-2020.
Integrante da Liga Interdisciplinar de Saúde Digital (LISD), desde
2019.
 
Andressa Maria Guedes Lemos
Acadêmica de Medicina da Universidade Federal do Ceará - campus
Sobral (2018-2023). Tesoureira da Academia de Medicina Geriátrica
e Gerontologia de Sobral (AMGGES), no ano de 2019.
Atila Coelho Botelho Ponte
Médico formado pela Universidade de Fortaleza, em 2015, com
residência médica em Clínica Médica pelo hospital geral dr.
Waldemar Alcântara concluída em 2019, atualmente Residente de
Geriatria no Hospital Geral Dr. César Cals pela Universidade de
Fortaleza.
Cândido Rodrigues Maia Neto
Acadêmico de Medicina da Universidade Federal do Ceará - campus
Sobral (2018-2023). Membro da Academia de Medicina Geriátrica e
Gerontologia de Sobral (AMGGES).
Christiane Machado Santana
Médica Geriatra especialista pela SBGG. Professora de Geriatria da
Faculdade de Medicina da UFBA. Médica Geriatra do Serviço Médico
Universitário Rubens Brasil - UFBA.
Débora Fontenele Alves
Acadêmica de Medicina da Universidade Federal do Ceará - campus
Sobral (2017-2023). Monitora de Princípios de Farmacologia e
Farmacologia de órgãos e sistemas pelo Programa de Iniciação à
Docência (PID), vinculado a Pró Reitoria de Graduação, no ano de
2019; Monitora de Endocrinologia clínica e pelo PID, vinculado a Pró
Reitoria de Graduação no ano de 2020. Presidente da Academia de
Medicina Geriátrica e Gerontologia de Sobral (AMGGES), no ano de
2019, diretora de marketing da AMGGES em 2020.
Edmilson Correia Timbó
Médico Graduado pela UFAL (Universidade Federal de Alagoas). Pós-
Graduado em Saúde da Família Lato-Sensu. Possui especialização
em Geriatria pela Escola de Saúde Pública do Ceará.
Francisca Thalía Magalhães Rodrigues
Acadêmica de Medicina da Universidade Federal do Ceará - campus
Sobral (2017-2023). Monitora de Imunologia Básica pelo Programa
de Iniciação à Docência (PID), vinculado à Pró Reitoria de Graduação
no ano de 2020. Secretária da Academia de Medicina Geriátrica e
Gerontologia de Sobral (AMGGES), no ano de 2019, e Vice-
presidente da AMGGES em 2020.
Gabriel Costa dos Reis
Acadêmico de Medicina da Universidade Federal do Ceará - campus
Sobral (2017-2022). Membro da Sociedade Científica de
Neurociências de Sobral (2018-2020). Monitor de Semiologia
Médica pelo Programa de Iniciação à Docência (PID), vinculado a
Pró Reitoria de Graduação, no ano de 2019; Monitor de Fisiologia
Médica pelo PID, vinculado a Pró Reitoria de Graduação no ano de
2020. Estagiário da Emergência Adulto pelo Programa de Integração
Ensino Serviço (PIES) da Santa Casa de Misericórdia de Sobral no
ano de 2021.
Gustavo Pessoa Pinto
Acadêmico de Medicina da Universidade Federal do Ceará - campus
Sobral (2017-2022). Monitor de Atenção Básica à Saúde pelo
Programa de Iniciação à Docência (PID), vinculado a Pró Reitoria de
Graduação, no ano de 2019; Diretor de Pesquisa da Academia de
Medicina Geriátrica e Gerontologia de Sobral (AMGGES), no ano de
2019. Presidente da AMGGES em 2020.
Hiroki Shinkai
Graduado em Medicina pela Universidade Federal do Pará.
Especialista em Geriatria pela Escola de Saúde Pública do Ceará.
Médico de Família e Comunidade pela Sociedade Brasileira de
Medicina de Família e Comunidade. Mestre em Saúde Pública pela
Universidade Federal do Ceará. Professor Assistente na
Universidade Federal do Ceará. Professor Adjunto na UNINTA.
Ianna Lacerda Sampaio Braga
Graduada em Medicina pela Universidade Federal do Ceará (2003).
Residência em clínica médica no Hospital Geral Dr. César Cals
(HGCC) (2006) e Residência em Geriatria pela Universidade Federal
de São Paulo (UNIFESP) (2009). Titulada pela Associação Médica
Brasileira (AMB) em Terapia Intensiva (2012) e Cuidados Paliativos
(2016). Doutora em Biotecnologia pela UNIFOR (2018). Médica do
Hospital Geral Dr. César Cals (HGCC) e coordenadora da
Geriatria/Cuidados Paliativos. Professor Assistente na Universidade
de Fortaleza (UNIFOR).
Ithaan Barboza da Silva
Médico formado pela Universidade Federal do Maranhão (2012-
2017). Residência em Clínica Médica pelo Hospital Geral de
Fortaleza (2018-2020). Residente de Geriatria pela Universidade de
Fortaleza (2020-2022).
Ivna Vasconcelos de Oliveira
Acadêmica de Medicina da Universidade Federal do Ceará - campus
Sobral (2019-2025). Tesoureira da Academia de Medicina Geriátrica
e Gerontologia de Sobral (AMGGES), no ano de 2020. Integrante da
Liga de Medicina de Família e Comunidade de Sobral (LIMFACS), por
meio da qual realiza estágio voluntário em Centros de Saúde da
Família (CSF), desde 2020. Tesoureira do Projeto Interdisciplinar de
Abordagem a Sexualidade e Gênero (PIASG), desde 2020. Integrante
do corpo docente do projeto Espaço Novo Acadêmico, desde 2019.
Izabelle Fraga Gomes
Acadêmica de Medicina pela Faculdade de Medicina da Bahia-
FMB/UFBA (2017-2023). Bacharela em Saúde pelo Instituto de
Humanidades, Artes & Ciências Professor Milton Santos (IHAC) da
Universidade Federal da Bahia (UFBA) (2017). Integrante do Projeto
de Extensão chamado AbraSUS da FMB/UFBA, desde 2019. Membro
e atual diretora de extensão da Liga Acadêmica de
Gastroenterologia e Hepatologia da Bahia, desde 2020.
Jonas Gordilho Souza
Médico geriatra titulado pela Sociedade Brasileira de Geriatriae
Gerontologia SBGG. Residência Médica em Geriatria pelo Hospital
das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São
Paulo (USP). Doutorado em Ciências Médicas pela Faculdade de
Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Professor adjunto
do Departamento de Medicina Interna e Apoio Diagnóstico da
Faculdade de Medicina da Bahia da Universidade Federal da Bahia –
FMUFBA. Vice-presidente da SBGG seccional Bahia biênio 2021-
2022.
Josecy Maria de Souza Peixoto
Médica geriatra titulada pela SBGG/AMB. Graduação em Medicina
pela Universidade Federal da Bahia (1989). Mestrado em Medicina e
Saúde pela Universidade Federal da Bahia (2006). Doutorado em
Medicina e Saúde Humana pela EBMSP (2018). Professora
assistente da Fundação Bahiana para Desenvolvimento das Ciências
e Universidade de Salvador (UNIFACS). Coordenadora da Residência
Médica em Geriatria e Gerontologia das Obras Sociais Irmã Dulce.
Juliana Borges Casqueiro Fernandes
Graduada em medicina pela Faculdade de Medicina da Bahia da
Universidade Federal da Bahia (FMB-UFBA). Residência Médica em
Geriatria pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo (HC-FMUSP). Médica Geriatra titulado
pela SBGG/AMB. Supervisora da Residência de Clínica Médica do
Hospital Ana Nery (HAN). Diretora Científica da SBGG seccional
Bahia, 2021-2022.
Juliana de Araújo Melo Fortes
Graduada em medicina pela Faculdade de Medicina da Bahia da
Universidade Federal da Bahia (FMB-UFBA). Residência Médica em
Geriatria pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo (HC-FMUSP). Médica Geriatra titulada
pela SBGG/AMB. Supervisora da Residência de Clínica Médica do
Hospital Ana Nery (HAN).
Juliana Rodrigues Teixeira
Geriatria pela Universidade Federal do Ceará- UFC, pós graduação
em Cuidados Paliativos pela Unifor, mestranda em Saúde Coletiva
pela Universidade de Fortaleza (Unifor), preceptora da Unifor,
membra da equipe de Cuidados Paliativos.
Leonardo Brandão de Oliva
Médico geriatra titulado pela SBGG/AMB. Residência Médica em
Geriatria pela Escola Paulista de Medicina / UNIFESP. Residência
Médica em Clínica Médica pela Casa de Saúde Santa Marcelina-SP.
Graduado pela Universidade Federal da Bahia. Presidente da SBGG-
BA biênios 2016-18 e 2018-20.
Lílian Barbosa Ramos
Nutricionista pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Mestre em
Nutrição Humana aplicada pela Universidade de São Paulo (USP).
Doutora em Ciências pela Universidade Federal de São Paulo
(Unifesp). Professora Associada da Escola de Nutrição da UFBA,
especialista em Gerontologia pela Sociedade Brasileira de Geriatria e
Gerontologia (SBGG). Coordenadora do Centro de Estudos e
Intervenção na Área do Envelhecimento (Ceiae) da UFBA.
Lucas Khun Pereira Prado
Médico geriatra titulado pela SBGG/AMB. Residência Médica em
Geriatria pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo (USP). Mestrado em Ciências Médicas
pela Universidade de São Paulo (USP). Professor assistente da
Universidade de Salvador (UNIFACS). Preceptor da Residência de
Geriatria das Obras Sociais de Irmã Dulce. Presidente da SBGG
secional Bahia biênio 2021-2022.
Luisa Castro Souza
Médica geriatra titulado pela SBGG/AMB. Residência Médica em
Geriatria nas Obras Sociais Irmã Dulce (2018 – 2020). Residência
médica em Clínica Médica pelo Hospital Português da Bahia (2016 –
2018). Graduada em Medicina pela Faculdade de Tecnologia e
Ciências em 2014.
Madeleine Sales de Alencar
Médica formada pela Universidade Federal do Ceará (UFC)- 2014.
Residência em Clínica Médica pelo Hospital Geral de Fortaleza-
2017. Residência em Geriatria pelo Hospital Universitário Walter
Cantídio (UFC)- 2019. Pós- graduação em Cuidados Paliativos e
Bioética pela Universidade de Fortaleza- 2021. Mestranda em
Fisioterapia e Funcionalidade pela Universidade Federal do Ceará-
em curso. Professora do curso de Medicina da Universidade
Christus.
Manuela Oliveira de Cerqueira Magalhães
Médica geriatra titulado pela SBGG/AMB. Residência Médica em
Clínica Médica e em Geriatria nas Obras Sociais Irmã Dulce.
Mestrado em Medicina e Saúde pela UFBA (2006). Doutorado em
Saúde Pública com área de concentração em Epidemiologia pelo
ISC-UFBA (2018). Professora assistente de geriatria da Faculdade de
Medicina da Universidade Federal da Bahia e da Escola Bahiana de
Medicina e Saúde Pública. Médica preceptora da Residência Médica
em Geriatria e Gerontologia das Obras Sociais Irmã Dulce.
Maria das Graças d’Araujo Senna
Assistente Social Graduada pela Universidade Católica do Salvador
– 1987. Titulada como Especialista em Gerontologia Social pela
Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia - 1993. Pós-
Graduada em Gerontologia Social pela Faculdade Olga Mettig. Pós-
Graduada em Saúde Mental pela UFBA. Professora da Pós
graduação em Gerontologia da Universidade Católica do Salvador -
UCsal. Professora da Pós graduação em Gerontologia do Instituto de
Desenvolvimento Educacional – IDE. Idealizadora e Coordenadora
da Faculdade Livre da Maturidade/São Bento desde 2007.
Fundadora e Membro da ANG/Bahia – Associação Nacional de
Gerontologia da Bahia e Vice-Diretora Técnico-científica. Sócia
fundadora e professora do Curso de Formação para Cuidador de
Pessoa Idosa, da GR Consultoria gerontológica desde 2017.
Marina Filgueiras Gordilho Caldas
Fisioterapeuta pela Universidade Católica de Salvador-Ucsal.
Especialista em Reabilitação Gerontológica pela UNIFESP.
Presidente da Associação Brasileira de Alzheimer regional Bahia
(ABRAz-Ba). Secretaria adjunto da SBGG-BA. Coordenadora técnica
do Instituto Longevitat.
Márlon Juliano Romero Aliberti
Médico geriatra titulado pela SBGG/AMB. Doutor em Ciências
Médicas pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
(FMUSP). Professor da Disciplina de Geriatria do Departamento de
Clínica Médica da FMUSP. Professor de Epidemiologia do Programa
de Pós-graduação do Hospital Sírio-Libanês São Paulo.
Olivia Carla Bonfim Boaventura
Especialista em Endocrinologia e Metabologia pela USP e pela
SBEM. Titulada pelo Colégio Brasileiro de Radiologia e especialista
em DENSITOMETRIA ÓSSEA. Profa. Assistente da Escola Bahiana
de Medicina e Saúde Pública (EBMSP) e da UNIFACS, Salvador-BA.
Preceptora da Residência de Clínica Médica do Hospital São Rafael,
Rede D'Or, Salvador-BA.
Patrick Gonçalves de Oliveira
Acadêmico de Medicina da Universidade Federal do Ceará - campus
Sobral (2019-2025). Membro do Núcleo de Pesquisa em Avaliação
Neurocognitva e Comportamental (Neurocog), desde  2020. Diretor
de marketing da Liga Acadêmica de Cirurgia Plástica de Sobral
(LACIPS) no ano de 2019. Secretário da Academia de Medicina
Geriátrica e Gerontologia de Sobral (AMGGES), desde 2020.
Secretário do Projeto Interdisciplinar de Abordagem a Sexualidade e
Gênero (PIASG), desde 2020.
Priscila Pinheiro Silvestre Nogueira
Possui graduação em Medicina pela Universidade Federal do Ceará
(2008), especialização em Saúde da Família pela Universidade
Federal do Ceará (2011). Residência em Clínica Médica pela
Universidade Federal do Ceará (2012) e Residência em Geriatria pela
Universidade de Fortaleza(2019).
Rafael de Sousa Bezerra Pinheiro
Médico pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Residência em
Clínica Médica no Hospital Geral César Cals (HGCC). Residência em
Geriatria pela Universidade de Fortaleza (Unifor).
Sileno de Queiroz Fortes Filho
Médico geriatra titulado pela SBGG/AMB. Residência Médica em
Geriatria pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo (USP). Doutorado em Ciências do
Aparelho Locomotor pela Universidade de São Paulo (USP).
Professor da Universidade do Estado do Amazonas.
Simone Lessa Metzger
Médica geriatra titulado pela SBGG/AMB. Residência Médica em
Geriatria pelas Obras Sociais Irmã Dulce. Residência Médica em
Clínica Médica pelo Hospital Sagrada Família. Professora assistente
da Universidade Salvador. Professora auxiliar na Escola Bahiana de
Medicina e Saúde Pública. Preceptora da Residência Médica de
Geriatria nas Obras SociaisIrmã Dulce. Graduação em Medicina pela
Universidade Federal da Bahia.
Thayná Araújo Freire
Graduada em Medicina pela Universidade Federal do Ceará (2014-
2019). Residente de Clínica Medica pela UFC/Santa Casa de
Misericórdia de Sobral (2020-2022).
Thays Araújo Freire
Graduada em Medicina pela Universidade Federal do Ceará (2014-
2019). Residente de Clínica Medica pela UFC/Santa Casa de
Misericórdia de Sobral (2020-2022).
Wallena Cavalcante Brito
Médica formada pela Universidade Federal do Ceará - campus
Sobral em 2015. Residência de Clínica Médica pela Universidade
Federal do Ceará - Santa Casa de Misericórdia de Sobral 2017-2019.
Residência de Geriatria pela Universidade de Fortaleza 2019-2021.
Sumário
Capítulo 1
Abordagem do idoso: Avaliação Geriátrica Ampla
Caso clínico
Introdução e epidemiologia
Histórico da Geriatria
Avaliação Geriátrica Ampla
Evidências do uso da AGA
Comentários sobre o caso clínico
Referências bibliográficas
Capítulo 2
Síndrome de fragilidade no idoso
Caso clínico
Definição
Fenótipo de fragilidade
Escala de Rockwood
Epidemiologia
Fisiopatologia
Quadro clínico e abordagem diagnóstica
Tratamento
Medidas não farmacológicas
Tratamento medicamentoso
Prognóstico
Considerações finais
Comentários sobre o caso clínico
Referências bibliográficas
Capítulo 3
Polifarmácia e princípios da prescrição medicamentosa no
idoso
Caso clínico
Introdução
Epidemiologia
Idosos e o metabolismo dos fármacos
Absorção
Distribuição
Metabolismo
Excreção
Adesão ao tratamento
Reações adversas a medicamentos
Uso inadequado de medicações
Princípios gerais da prescrição e desprescrição
Prognóstico
Comentários sobre o caso clínico
Referências bibliográficas
Capítulo 4
Iatrogenia
Caso clínico
Definição
Epidemiologia
Fatores de Risco
Classificação
Distanásia
Prevenção
Comentários sobre o caso clínico
Referências bibliográficas
Capítulo 5
Doença de Alzheimer e outras síndromes demenciais
Caso clínico
Introdução e epidemiologia
Fisiopatologia
Quadro clínico
Abordagem diagnóstica
História clínica
Testes para rastreio diagnóstico
Testes laboratoriais
Neuroimagem
Punção lombar
Biópsia
Tratamento
Prevenção
Prognóstico
Comentários sobre o caso clínico
Referências bibliográficas
Capítulo 6
Delirium
Caso clínico
Definição
Epidemiologia
Fisiopatologia
Fatores de risco
Quadro clínico
Abordagem diagnóstica
Prevenção
Tratamento
Prognóstico
Comentários sobre o caso clínico
Versão em português do Confusion Assessment Method (CAM)8
Referências bibliográficas
Capítulo 7
Depressão
Introdução e epidemiologia
Fisiopatologia
Quadro clínico
Abordagem diagnóstica
Peculiaridades no diagnóstico da depressão no idoso
Tratamento
Medidas não farmacológicas
Comentários sobre o caso clínico
Referências bibliográficas
Capítulo 8
Transtornos do movimento
Caso clínico
Doença de Parkinson Breve histórico e epidemiologia
Fisiopatologia
Quadro clínico
Abordagem diagnóstica
Diagnóstico diferencial
Tratamento não farmacológico
Tratamento farmacológico
Terapias cirúrgicas para doença de Parkinson
Prognóstico
Tremor essencial
Comentários sobre o caso clínico
Referências bibliográficas
Capítulo 9
Instabilidade postural e quedas
Caso clínico
Definição
Epidemiologia
Classificação
Fatores de Risco
Abordagem diagnóstica
Prevenção e tratamento
Consequências
Conclusões
Comentários sobre o caso clínico
Referências bibliográficas
Capítulo 10
Síndrome da imobilização
Caso clínico
Introdução
Definição
Epidemiologia
Etiologia
Quadro clínico e abordagem diagnóstica
Complicações da síndrome de imobilização
Manejo clínico
Prevenção
Prognóstico
Comentários sobre o caso clínico
Referências bibliográficas
Capítulo 11
Incontinência urinária
Caso clínico
Definição
Epidemiologia
Fisiopatologia
Quadro clínico
Abordagem diagnóstica
Diário de micção
Questionários validados
Exame Físico
Teste de esforço
Exames laboratoriais e de imagem
Exames urodinâmicos
Tratamento não farmacológico
Tratamento farmacológico
Dispositivos e cirurgia
Prognóstico
Comentários sobre o caso clínico
Referências bibliográficas
Capítulo 12
Abordagem social no paciente idoso
Caso clínico
Introdução
Políticas Públicas voltadas ao idoso
Relações familiares
Insuficiência familiar
Institucionalização do idoso
Condições sociais
Violência contra o idoso
Comentários sobre o caso clínico
Referências bibliográficas
Capítulo 13
Distúrbios do sono em idosos
Caso clínico
Introdução
Fisiologia do sono
Insônia
Síndrome da Apneia/Hipopneia Obstrutiva do Sono
Síndrome das Pernas Inquietas
Transtorno comportamental do sono REM
Sono e comorbidades
Comentários sobre o caso clínico
Referências bibliográficas
Capítulo 14
Exames de rastreamento no paciente idoso
Caso clínico
Introdução
Rastreio de doenças não oncológicas
Rastreio de doenças oncológicas
Comentários sobre o caso clínico
Referências bibliográficas
Capítulo 15
Abordagem do idoso em cuidados paliativos
Caso clínico
Introdução e conceitos
Princípios fundamentais dos cuidados paliativos
Conhecendo o paciente geriátrico
Principais condições clínicas
Indicações de cuidados paliativos
Aspectos éticos em cuidados paliativos
Diretivas Antecipadas de Vontade (DAV)
Comentários sobre o caso clínico
Referências bibliográficas
Capítulo 16
Hipertensão arterial em idosos
Caso clínico
Definição e epidemiologia
Fisiopatologia
Quadro clínico
Abordagem diagnóstica
Tratamento
Prognóstico
Comentários sobre o caso clínico
Referências bibliográficas
Capítulo 17
Diabetes no idoso
Caso clínico
Introdução e epidemiologia
Fisiopatologia
Quadro clínico e exame físico
Abordagem diagnóstica
Metas glicêmicas no idoso
Fatores associados à hipoglicemia
Tratamento não farmacológico
Tratamento farmacológico
Acompanhamento
Prognóstico
Comentários sobre o caso clínico
Referências bibliográficas
Capítulo 18
Osteoporose
Caso clínico
Definição
Epidemiologia
Fisiopatologia
Fatores importantes ao crescimento ósseo
Quadro clínico e abordagem diagnóstica
Tratamento
Prognóstico
Comentários sobre o caso clínico
Referências bibliográficas
Capítulo 19
Manejo da perda de peso no idoso
Caso clínico
Definição
Epidemiologia
Fisiopatologia
Etiologia
Abordagem diagnóstica
História
Exame clínico
Exame laboratorial
Tratamento
Prognóstico
Comentários sobre o caso clínico
Referência bibliográficas
Capítulo 20
Manejo da anemia no idoso
Caso clínico
Definição
Epidemiologia
Etiologia
Fisiopatologia e classificação
Quadro clínico
Abordagem diagnóstica
Tratamento
Prognóstico
Comentários sobre o caso clínico
Referências bibliográficas
PREFÁCIO
Este projeto trata-se de uma iniciativa da Academia de Medicina
Geriátrica e Gerontologia de Sobral (AMGGES) em parceria com a
Sanar e diversos colaboradores. Ele surgiu com o objetivo de
fornecer um material didático de qualidade para aqueles que
buscam aprimorar seus conhecimentos básicos em geriatria,
focando nas particularidades do idoso. Cada tema apresentado foi
embasado em casos clínicos fictícios de forma a facilitar o
entendimento do leitor, permitindo uma maior proximidade com a
rotina do atendimento dos pacientes nessa faixa etária. Durante o
desenvolvimento do livro, pudemos contar com a participação de
diversos profissionais com ampla experiência clínica e acadêmica
nas áreas de geriatria e gerontologia, que, em parceria com os
alunos da liga colaboraram com a escrita e revisão de cada capítulo.
Portanto, com esse processo, buscamos escrever um livro que
possa abranger tanto os estudantes quanto médicos, trazendo uma
visão atualizada e prática das rotinas no atendimento ao idoso.
Coordenadores
Jonas Gordilho Souza 
e Débora Fontenele Alves
1. ABORDAGEM DO IDOSO: AVALIAÇÃO
GERIÁTRICA AMPLA
CASO CLÍNICO
MCV, sexo feminino, 76 anos, viúva, natural e procedente de
Sobral/CE, mora com a irmã, Isabela, 73 anos. Foi conduzida ao
departamento de Emergência após ter escorregado no banheiro
durante a madrugada. Após a admissão hospitalar, uma fratura de
colo de fêmur foi identificada, sendo indicada para a intervenção
cirúrgica, de onde, posteriormente, seguiria para a enfermaria, na
qual receberiaos cuidados de reabilitação. Isabela relatou que a
paciente era independente em suas atividades, controlava seus
remédios e o dinheiro, ia à missa todos os domingos e saía para
conversar com os amigos na praça diariamente. Há cinco dias
começou a ingerir “remédio para dormir”, por conta própria, pois não
conseguia dormir à noite, desde o falecimento do marido, há dois
meses. Dado o exposto, responda:
 
A. A paciente se beneficiaria da Avaliação Geriátrica Ampla (AGA)
antes do procedimento cirúrgico? Por quê?
 
B. Se sim, quais profissionais estão habilitados para conduzir a
AGA neste caso?
 
INTRODUÇÃO E EPIDEMIOLOGIA
O envelhecimento populacional é um fenômeno que tem sido
observado mundialmente, em meio a uma redução das taxas de
mortalidade e natalidade.8 44 Em 2050, estima-se que o número
global de pessoas idosas alcançará 2,1 bilhões. Dados
epidemiológicos da Organização das Nações Unidas (ONU) também
demonstram que a população com 60 anos ou mais cresce a uma
taxa de 3% ao ano, mais rápido que os grupos etários jovens.45 No
Brasil, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estima
que, em 2060, 25% dos habitantes terão 65 anos ou mais, o
equivalente a 58,2 milhões de indivíduos. Apesar desse processo de
transição demográfica ocorrer universalmente, não é homogêneo,
uma vez que sofre influência dos ambientes habitados e das
circunstâncias sociais vivenciadas.7 46 51
Diante do aumento global no número de idosos, alguns conceitos
precisam ser esclarecidos, a fim de não considerar toda alteração
associada ao envelhecimento como algo patológico. Enquanto
senescência se refere a um processo fisiológico, que envolve
alterações no organismo de um indivíduo — cabelos brancos e pele
enrugada, por exemplo —, senilidade compreende processos
patológicos que interferem na qualidade de vida e capacidade
funcional, ou seja, na independência para realizar atividades diárias
(AVDs).13 A autonomia é um outro conceito importante de ser
descrito, que está relacionado à capacidade do indivíduo de tomar
suas decisões e gerenciar sua vida (cognição).
Tendo em vista a heterogeneidade observada entre os idosos,
instrumentos destinados para avaliá-los de forma individualizada
tornam-se necessários, permitindo assim um atendimento
multidimensional e integral. Nesse contexto, a AGA é uma
ferramenta fundamental para guiar os processos de diagnóstico e
formulação de planos de cuidado.7
 
HISTÓRICO DA GERIATRIA
No início do século XX, o norte-americano Ignatz L. Nascher foi
um dos primeiros autores a sugerir uma abordagem médica focada
no paciente idoso, recebendo o nome de Geriatria, pela junção das
palavras gregas geronto (idoso) e iatro (médico/medicina). No
entanto, foi apenas na década de 1930 que a especialidade passou
a ganhar visibilidade, quando, no Reino Unido, Marjory Warren
elaborou um plano de cuidados e reabilitação individualizado para
os pacientes crônicos do Hospital West Middlesex. Antes, esses
idosos eram vistos como pacientes enfermos, sem previsão de
melhora. No entanto, após a intervenção proposta, muitos deles
puderam ser reabilitados e alguns receberam alta para o domicílio. A
partir de então, ficou clara a importância de uma abordagem
multidisciplinar, individualizada, servindo como pilar para o
desenvolvimento da AGA.17 28 41
 
AVALIAÇÃO GERIÁTRICA AMPLA
A AGA é um processo diagnóstico, frequentemente
multidisciplinar e sempre multidimensional, cujo objetivo é traçar um
plano de cuidados e assistência ao idoso a médio e longo prazo.
Inicialmente, são coletados dados sociodemográficos e, em
seguida, outros domínios importantes são avaliados, como
capacidade funcional, cognição, humor, estado nutricional, equilíbrio,
marcha, suporte social, visão e audição. Em diversos serviços, o
processo de avaliação multidimensional se dá por um time, que
pode ser composto por médico (geriatra), enfermeira, assistente
social e outros profissionais — entre eles terapeutas ocupacionais,
farmacêuticos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, educadores físicos,
nutricionistas e dentistas.16
Avaliação da Funcionalidade:
A capacidade funcional diz respeito ao potencial que os idosos
têm para atuar independentemente em suas vidas. Uma vez que a
senilidade é um processo que pode culminar com perda funcional,
um dos principais objetivos da abordagem geriátrica é preservar ou
reduzir essa perda de independência.23
Existem diversas escalas sugeridas para a avaliação de AVDs. No
entanto, as mais comumente utilizadas nos serviços de atendimento
ao idoso são as escalas de Lawton e Katz, para avaliação de
atividades instrumentais e básicas de vida diária, respectivamente.38
39
 
Quadro 1. Escala de Avaliação Funcional de Atividades Básicas de Vida Diária (Katz).
ATIVIDADE INDEPENDENTE Sim Não
1. Banho
Não recebe ajuda ou
somente recebe ajuda para
uma parte do corpo
 
2. Vestir-se
Pega as roupas e se veste
sem nenhuma ajuda,
exceto para amarrar os
sapatos
 
3. Higiene
pessoal
Vai ao banheiro, usa o
banheiro,
veste-se e retorna sem
nenhuma ajuda (pode usar
andador ou bengala)
 
4.
Transferênci
a
Consegue deitar na cama,
sentar
na cadeira e levantar sem
ajuda
(pode usar andador ou
bengala)
 
5. Continência Controla completamenteurina e fezes 
�. Alimentação
Come sem ajuda (exceto
ajuda
para cortar carne ou passar
manteiga no pão)
 
 
Escore: 6 pontos (independência para AVDs); 4 pontos (dependência parcial para AVDs);
2 pontos (dependência importante).
Adaptado de Katz et al., 1970.35
Quadro 2. Escala de Atividades Instrumentais de Vida Diária (Lawton e Brody).
1. O(a) Sr.(a) consegue usar o
telefone?
Sem ajuda 3
Com ajuda 2
Não
consegue 1
2. O(a) Sr.(a) consegue ir a
locais distantes, usando
algum transporte sem
necessidade de
planejamentos especiais?
Sem ajuda 3
Com ajuda 2
Não
consegue 1
3. O(a) Sr.(a) consegue fazer
compras?
Sem ajuda 3
Com ajuda 2
Não
consegue 1
4. O(a) Sr.(a) consegue
preparar suas próprias
refeições?
Sem ajuda 3
Com ajuda 2
Não
consegue 1
5. O(a) Sr.(a) consegue
arrumar a casa?
Sem ajuda 3
Com ajuda 2
Não
consegue
1
�. O(a) Sr.(a) consegue fazer
os trabalhos manuais
domésticos, como
pequenos reparos?
Sem ajuda 3
Com ajuda 2
Não
consegue 1
7. O(a) Sr.(a) consegue tomar
os seus remédios na dose
certa e no horário correto?
Sem ajuda 3
Com ajuda 2
Não
consegue 1
�. O(a) Sr.(a) consegue cuidar
de suas finanças?
Sem ajuda 3
Com ajuda 2
Não
consegue 1
 
Escore: 9 pontos (totalmente dependente); 10 a 15 pontos (dependência grave); 16 a 20
pontos (dependência moderada); 21 a 25 pontos (dependência leve); 25 a 27 pontos
(independência). Adaptado de Lawton et al., 1969.8
Avaliação da Cognição
Cognição é definida como o processo que permite aquisição de
conhecimento. Entre seus componentes estão inclusos a atenção,
raciocínio, memória, juízo, abstração, linguagem, pensamento,
percepção, associação.4 47
Existem diversos instrumentos que auxiliam no rastreamento de
alterações cognitivas em idosos. A seguir, serão destacados os
mais utilizados na rotina diária, a exemplo do miniexame do estado
mental (MEEM), Montreal Cognitive Assessment (MoCA) a fluência
verbal e teste do desenho do relógio.
MEEM
É um dos testes de triagem cognitiva mais utilizados
mundialmente. Ele avalia diversas funções: orientação temporal,
orientação espacial, memória imediata, atenção e cálculo, memória
de evocação e linguagem. É importante, no entanto, que os
resultados sejam avaliados de forma crítica, levando em
consideração a escolaridade de cada indivíduo, além da relação
entre os domínios afetados e a provável etiologia da demência.
Existem diferentes pontos de corte, corrigidos para o nível
educacional, sugeridos na literatura, a exemplo da classificação de
Brucki et al. (2003): analfabetos (20); escolaridade de 1 a 4 anos
(25); escolaridade de 5 a 8 anos (26,5); escolaridade de 9 a 11 anos
(28); escolaridade superior a 11 anos (29) — (Quadro 3).11
 
Quadro 3. Miniexame do Estado Mental.
Orientação
temporal
(Qual é o...
?)
1. Ano2. Mês
3. Dia do mês
4. Dia da semana
5. Hora
5 pontos
Orientação
espacial
(Onde
estamos?)
1. Local específico
2. Local genérico
3. Bairro ou rua próxima
4. Cidade
5. Estado
5 pontos
Memória Nomear 3 objetos e pedir para o 3 pontos
imediata paciente repetir: “carro, vaso,
tijolo”.
Atenção e
cálculo
Pedir para o paciente diminuir 7
de 100 (até 5x). Alternativa:
soletrar a palavra mundo na
ordem inversa.
5 pontos
Memória
de
evocação
Repetir os 3 objetos nomeados
antes. 3 pontos
Linguagem Mostrar um relógio e uma caneta
e pedir para nomear 2 pontos
Repetir “nem aqui, nem lá”. 1 ponto
Seguir o comando de 3 estágios:
“pegue este papel com a mão
direita, dobre-o ao meio e
coloque-o no chão.
3 pontos
Ler, executar a ordem: Feche os
olhos. 1 ponto
Escrever uma frase. 1 ponto
Copiar o desenho
 
1 ponto
 
 
Adaptado de Folstein et al., 1975, e Brucki et al., 2003.10 26
MOCA:
Trata-se de uma ferramenta de rastreio cognitivo, que se destaca
pela sua sensibilidade em identificar indivíduos com
Comprometimento Cognitivo Leve (CCL) e estágios iniciais da
demência, uma vez que avalia funções como memória, orientação,
planejamento, linguagem, praxia e função visuoespacial. Neste
teste, um escore acima de 26 é considerado normal. Sua
aplicabilidade, no entanto, é mais limitada em indivíduos de baixa
escolaridade, como uma grande parte dos idosos em nosso país
(Figura 1).27
 
Figura 1. Montreal Cognitive Assessment.
Adaptado de Rosas et al., 2007.53
Fluência verbal:
Esse teste é de fácil aplicação, em especial nos indivíduos com
baixa escolaridade. Ele avalia a função executiva, a linguagem e a
memória semântica, envolvendo a capacidade de gerar o máximo de
palavras em 1 minuto. Existem diversas formas de aplicação, entre
elas a semântica e a fonêmica. A primeira é relacionada à geração
de palavras pertencentes a certa classe semântica, por exemplo à
categoria “animal”. Já a fonêmica se dá pela evocação de palavras
que começam com certa letra, por exemplo, a F. Para analfabetos, o
ponto de corte é 9, já para indivíduos com mais de 8 anos de
escolaridade, o ponto de corte é 13. 10, 52
Teste do relógio
Trata-se de uma ferramenta de fácil e rápida aplicação, que
consiste em solicitar que o paciente desenhe um relógio com
números e ponteiros, marcando determinado horário como 11 horas
e 10 minutos. No entanto, em alguns pacientes, o seu uso pode ser
mais limitado, uma vez que o desempenho no teste depende do grau
de escolaridade. Tendo em vista essa limitação, recomenda-se
realizar o teste naqueles com escolaridade superior a quatro anos.
Além da utilização como ferramenta diagnóstica, o teste do relógio
também pode ser útil para acompanhamento da evolução do quadro
demencial. Atualmente, existem diversas pontuações sugeridas na
literatura, sendo a de Sunderland et al. (1989), uma das mais
utilizadas — Quadro 4.3 62
 
Quadro 4. Pontuação sugerida para o teste do relógio.
Avaliação do desenho
10 a 6: Desenho do relógio e números corretos.
10 Ponteiros na posição correta.
9 Distúrbio leve nos ponteiros.
8 Distúrbios mais intensos nos ponteiros.
7 Ponteiros completamente errados.
6 Uso inapropriado dos ponteiros.
5 a 1: Desenho do relógio e números incorretos.
5 Números em ordem inversa ou concentradosem alguma parte do relógio.
4 Distorção da sequência numérica, faltanúmeros ou estão fora dos limites do relógio.
3 Números e mostrador não estãorelacionados. Não há ponteiros.
2
Aparenta ter entendido as instruções, mas o
desenho tem vaga semelhança com um
relógio.
1 Não tentou ou não conseguiu representar umrelógio.
 
Adaptado de Sunderland T et al., 1989 e Mendes-santos L et al., 2015.42 62
Avaliação do Humor
O humor, ou estado de ânimo, é definido como o tônus afetivo do
indivíduo, seu estado basal em um determinado momento.
Alterações no humor de idosos, por vezes, passam despercebidas
por cuidadores, médicos e familiares, levando a um risco de
desfechos negativos. Portanto, é crucial que a equipe de saúde
realize uma busca ativa desses sintomas, que podem inclusive estar
mascarados em queixas somáticas.15
Um instrumento amplamente utilizado e de fácil aplicação é o
Geriatric Depression Scale (GDS). Trata-se de um questionário com
respostas dicotômicas com 30 questões associadas ao estado de
humor, com um ponto de corte de 10 pontos para o diagnóstico de
depressão. Existem também versões reduzidas de 15 e 4 itens com
pontos de corte de 5 e 1 respectivamente. Essas versões permitem
uma aplicação em menor tempo, o que facilita seu uso na prática
diária. O GDS também é uma excelente ferramenta para o
monitoramento da resposta ao tratamento medicamentoso.2 No
Quadro 5 está demonstrada a escala na versão de 15 itens.
 
Quadro 5. Escala de Depressão Geriátrica, versão 15 itens.
Você está basicamente satisfeito
com sua vida?
0 1
Sim Não
Você deixou muitos de seus
interesses e atividades?
1 0
Sim Não
Você sente que sua vida está vazia?
1 0
Sim Não
Você se aborrece com frequência?
1 0
Sim Não
Você se sente de bom humor a
maior parte do tempo?
0 1
Sim Não
Você tem medo de que algum mal 1 0
vá lhe acontecer? Sim Não
Você se sente feliz a maior parte do
tempo?
0 1
Sim Não
Você sente que sua situação não
tem saída?
1 0
Sim Não
Você prefere ficar em casa a sair e
fazer coisas novas?
1 0
Sim Não
Você se sente com mais problemas
de memória do que a maioria?
1 0
Sim Não
Você acha maravilhoso estar vivo?
0 1
Sim Não
Você se sente um inútil nas atuais
circunstâncias?
1 0
Sim Não
Você se sente cheio de energia?
0 1
Sim Não
Você acha que sua situação é sem
esperança?
1 0
Sim Não
Você sente que a maioria das
pessoas está melhor do que você?
1 0
Sim Não
Total 
 
Adaptado de Almeida e Almeida, 1999.2
Avaliação do Risco Nutricional
Os idosos compõem um grupo de vulnerabilidade nutricional. A
desnutrição, por sua vez, está associada a mortalidade, redução da
qualidade de vida e susceptibilidade imunológica a diversas
infecções. Investidas para prover uma nutrição adequada a esse
grupo encontram alguns problemas, como: dificuldade de definir
suas necessidades nutricionais, diminuição da massa corpórea e o
declínio energético/metabólico.64
Dentro da abordagem interdisciplinar da AGA, destacamos a
importância do nutricionista que, junto com a equipe de saúde, pode
utilizar instrumentos que estimem o risco nutricional e auxiliem no
plano de intervenção. A medida do Índice de Massa Corpórea (IMC)
e a avaliação da circunferência da panturrilha < 31 cm podem ser
utilizadas para estimar o estado nutricional e avaliar sarcopenia, por
exemplo.7 Desde 1992, a Nutrition Screening Initiative determina que
o IMC que o idoso obeso tem é o IMC ≥ 27 Kg/m2.48
Durante a aplicação da AGA é importante realizar um inquérito
nutricional, no qual paciente ou acompanhante são questionados
sobre histórico alimentar recordatório.64 Além disso, existem
ferramentas de rastreio, como a Mini Avaliação Nutricional (MAN),
instrumento que tem o objetivo de avaliação do risco nutricional, por
meio de um questionário padronizado, composto de duas partes
(triagem e avaliação global) — Quadro 6.
De acordo com o teste, todos os indivíduos com uma pontuação
menor que 11 na triagem devem ser submetidos à segunda parte do
questionário, e aqueles com escore abaixo de 14 são considerados
desnutridos. 30, 31
 
Quadro 6. Mini Avaliação Nutricional.
TRIAGEM
A. O consumo de
alimentos diminuiu nos
E. Problemas
neuropsicológicos:
últimos 3 meses devido
à perda de apetite,
problemas digestivos,
dificuldades para
mastigar ou deglutir?
0 = diminuição severa da
ingesta.
1 = diminuição
moderada da ingesta.
2 = sem diminuição da
ingesta.
                         
0 = demência ou
depressão grave
1 = demência leve
2 = sem problemas
psicológicos                     
B. Perda de peso nos
últimos 2 meses:
0 = superior a três
quilos.
1 = não sabe informar.
2 = entre um e três
quilos.
3 = sem perda de peso.
F. Índice de massa
corpórea
(IMC = peso
[kg]/estatura [m]2):
0 = IMC <19.
1 = 19 ≤ IMC < 21.
2 = 21 ≤ IMC < 23.
3 = IMC ≥ 23.
C. Mobilidade:
0 = restrito ao leito ou à
cadeira de rodas.
1 = deambula, mas não é
capaz de sair de casa
sem ajuda.
2 = deambula
normalmente e é capaz
de sair de casa sem
ajuda.
G. Vive independente e
não está asilado ou
hospitalizado?
0 = não.
1 = sim.
D. Passou por algum
estresse psicológico ou
Escore de triagem
(máximo de 14 pontos)
doença aguda nos
últimos três meses?
0 = sim.
2 = não.
≥12 = normal;
desnecessário continuar
a avaliação.
≤11 = possibilidade de
desnutrição; continuar a
avaliação.
 
 
AVALIAÇÃO GLOBAL
H. Utiliza mais de 3
medicamentos por dia?
0= sim.
1= não.
M. Quantos copos de
líquidos (água, suco,
café, chá, leite) o
paciente consome por
dia?
0,0 = menos de três
copos
0,5 = três a cinco copos
1,0 = mais de cinco
copos                  
I. Lesões de pele ou
escaras?
0 = sim.
1 = não.
N. Modo de se alimentar
0 = não é capaz de se
alimentar sozinho
1 = alimenta-se sozinho,
porém com dificuldade
2 = alimenta-se sozinho
sem dificuldade       
J. Quantas refeições faz
por dia?
0 = uma refeição.
1 = duas refeições.
O. O paciente acredita
ter algum problema
nutricional?
2 = três refeições ou
mais.
0 = acredita estar
desnutrido
1 = não sabe dizer
2 = acredita não ter
problema nutricional    
K. O paciente consome:
Pelo menos uma porção
diária de leite ou
derivados (queijo,
iogurte)?
(  ) Sim (   ) Não
Duas ou mais porções
semanais de legumes ou
ovos?
(  ) Sim (   ) Não
Carne, peixe ou aves
todos os dias?
(  ) Sim (  ) Não
P. Em comparação a
outras pessoas da
mesma idade, como o
paciente considera a
sua própria saúde?
0,0 = pior
0,5 = não sabe
responder
1,0 = igual
2,0 = melhor
0,0 = nenhuma ou uma
resposta «sim».
0,5 = duas respostas
«sim».
1,0 = três respostas
«sim».
Q. Circunferência do
braço (CB) em cm:
0,0 = CB < 21.
0,5 = 21 ≤ CB ≤ 22.
1,0 = CB > 22.
L. O paciente consome
duas ou mais porções
diárias de frutas ou
vegetais?
0 = não.
1 = sim.
R. Circunferência da
panturrilha (CP) em cm:
0 = CP < 31.
1 = CP ≥ 31.
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL:
< 17 = DESNUTRIDO.
17 A 23,5 = RISCO DE DESNUTRIÇÃO.
≥ 23,5 = NUTRIDO.
 
Adaptado de Guigoz et al., 1994.30
AVALIAÇÃO DO EQUILÍBRIO E MARCHA
No idoso, podem existir fatores intrínsecos que culminam com
alteração da marcha e equilíbrio, levando a uma maior propensão ao
risco de quedas. É importante que isso seja prevenido, uma vez que
pode gerar inúmeras consequências, como fraturas, dependência e
redução da qualidade de vida. Nesse contexto, dentro da AGA,
existem diversas formas para avaliar esse risco.34
Inicialmente, em toda consulta, o paciente precisa ser
questionado ativamente sobre o histórico de quedas, uma vez que
isso pode ser um sinal de alarme para futuros eventos. Existem
também alguns testes de fácil aplicabilidade que podem ser
realizados, como a avaliação da velocidade de marcha e o teste do
Get Up and Go.
No teste do Get Up and Go o paciente deve se levantar de uma
cadeira reta e com um encosto (apoio de aproximadamente 46 cm
de altura e braços de 65 cm de altura), caminhar por 3 metros e
voltar após girar 180°, retornando para a mesma posição inicial,
sentado. Um escore final qualitativo pode ser obtido com uma
escala que vai de 1 (normal) a 5 (severamente anormal).40 Outra
forma de avaliação do teste é calcular o tempo necessário para o
deslocamento, aqui descrito como o Timed Up and Go. Existem
também outros testes validados para a avaliação da marcha e
equilíbrio, como a escala de Tinetti, que serão descritos com mais
detalhes posteriormente, em outro capítulo desta edição.
AVALIAÇÃO SENSORIAL
A deficiência auditiva/visual, comumente, é desvalorizada pela
maioria dos cuidadores e pelos próprios idosos, sendo associada a
perdas naturais do envelhecimento. Entretanto, esses deficits podem
culminar em dificuldade para execução de atividades diárias
básicas, além de interferir na comunicação, fundamental para a vida
em comunidade.60 Cabe ao geriatra rastrear alterações visuais e
auditivas e, caso seja identificado deficiências, encaminhar para um
especialista.
VISÃO
No idoso, a perda da acuidade visual tem sido associada a risco
de quedas, perda de capacidade funcional, isolamento e depressão.
Existem, no entanto, possíveis maneiras do médico generalista
rastrear essa perda. Inicialmente, deve ser realizada uma avaliação
subjetiva, através da anamnese, escutando as queixas do idoso a
respeito de dificuldade para enxergar. O médico também pode usar
estratégias como perguntar ativamente se tem problemas em
atividades cotidianas — como assistir televisão — ou dificuldade
para enxergar quando alguém o cumprimenta de longe.7
Uma ferramenta amplamente usada para triagem é o teste de
Snellen, que é realizado com o paciente situado a uma distância de
cinco metros de um quadro contendo letras do alfabeto. Cada olho é
testado separadamente, com ou sem o uso de lentes corretivas. De
acordo com o teste, as seguintes pontuações definem alterações:
0,1 - 20/200 (cegueira); 0,5 - 20/40 (perda visual importante); 0,8
(demanda investigação complementar com oftalmologista). O uso
alternativo de símbolos como a figura “E” é importante no contexto
da avaliação de pacientes de baixa escolaridade, já que costumam
ter dificuldades em identificar as letras do alfabeto.33
AUDIÇÃO
A perda da audição também está envolvida com a funcionalidade
do idoso, podendo contribuir inclusive para um maior isolamento
social, depressão e alteração cognitiva. É necessário questionar o
paciente sobre dificuldades para escutar, se certificar de estar em
um ambiente sem ruídos, falar de forma clara e simples, além de
fazer testes objetivos, como o teste do sussurro, que se configura
como um bom método de triagem para detecção de presbiacusia.7,36
Para a realização do teste, o avaliador deve se colocar fora do
campo visual do participante, a uma distância de 0,6 metros, com o
braço estendido tocando em seu ombro. Após a oclusão do ouvido
contralateral, são sussurrados uma combinação de três números e
letras intercalados. Para aqueles incapazes de repeti-los
corretamente, a avaliação deve ser repetida com a utilização de
outros três números e outras letras. Em caso de alteração no teste, é
necessário avaliar o conduto auditivo, em busca de obstruções,
como o cerume e, caso permaneça alterado, o idoso deve ser
encaminhado para o otorrinolaringologista.60 63
MULTIMORBIDADES, COMORBIDADES E FERRAMENTAS
PROGNÓSTICAS
O termo multimorbidade é usado para definir a ocorrência de
duas ou mais doenças crônicas em um mesmo indivíduo, ao passo
que comorbidade se refere a efeitos somados de outras doenças
sobre uma principal. A multimorbidade é comum na população
idosa, mas não deve ser um estigma da idade, como propagado. É
crucial que o médico atendente valorize as queixas trazidas, pois
negligenciar os sintomas apresentados passa a mensagem para o
paciente idoso de que todas as alterações são fisiológicas,
pertencentes à idade, o que, em muitas das situações, não é
verdade.21 Existem diversos instrumentos para avaliação das
comorbidades e prognóstico, como o índice de comorbidade de
Charlson12, que avalia o risco de mortalidade em um ano, baseado
na presença de 19 condições clínicas, com diferentes pesos. Outro
instrumento muito utilizado é o Cumulative Illness Rating Scale -
Geriatric (CIRS-G), que permite uma estimativa de prognóstico com
base em uma pontuação composta de acordo com a gravidade do
problema em cada sistema orgânico.50
Apesar da ampla utilização de tais ferramentas, o seu uso ainda
é discutido, uma vez que foram desenvolvidos em amostras
específicas, o que dificulta a aplicação em populações com
características diferentes. Baseado nesse racional, Suemoto61 e Cols
desenvolveram um modelo preditivo de mortalidade em dez anos
com base em dados obtidos em cinco estudos longitudinais
populacionais, inclusive estudos brasileiros. Tal ferramenta se
tornou bastante útil na prática clínica, uma vez que leva em
consideração a heterogeneidade das populações. Parase obter a
pontuação, deve-se inserir diversos dados clínicos em um modelo
que calcula a porcentagem de indivíduos com as mesmas
características que irão morrer em 10 anos, fornecendo um
importante dado para tomadas de decisões na prática do geriatra.9
POLIFARMÁCIA E MEDICAÇÕES POTENCIALMENTE
INAPROPRIADAS
Polifarmácia pode ser definida como o uso de cinco ou mais
medicamentos, ou como a prescrição de um número de
medicamentos maior do que o clinicamente indicado.32 43
Tendo em vista a magnitude desse problema entre os idosos, a
AGS  vem publicando periodicamente os critérios, como os de Beers,
que sistematizam três grupos de medicações: 1) drogas
potencialmente inapropriadas e classes que devem ser evitadas em
idosos; 2) drogas potencialmente inapropriadas e classes que
devem ser evitadas em idosos com determinadas doenças, e
sintomas que possam ser exacerbados pela droga; 3) drogas que
devem ser usadas com cuidado em idosos.24
No Brasil, recentemente foi publicado um consenso brasileiro de
medicamentos potencialmente inapropriados para idosos, para
auxiliar médicos a avaliarem os medicamentos utilizados por idosos
e propiciar escolhas mais apropriadas e com menos efeitos
colaterais.49
Com base nesses critérios, é recomendado que o geriatra,
durante a consulta, revise todas as medicações utilizadas e
indicações para o uso, de forma a buscar as opções mais seguras e
adequadas. Um detalhamento maior ao tema será dado no capítulo
de princípios de prescrição medicamentosa e polifarmácia.
 
SUPORTE SOCIAL
O apoio social é definido como grupo de pessoas com as quais o
indivíduo tem algum vínculo. Ele constitui um elemento importante
para a manutenção do bem-estar do indivíduo idoso, tendo impacto
positivo sobre a aderência às condutas terapêuticas, funcionalidade
e diminuição da mortalidade. Para que o médico possa entender
toda rede social do indivíduo, é necessário que, durante a consulta, o
paciente seja questionado a respeito das pessoas que moram na
mesma residência, presença de familiares ou vizinhos que possam
dar qualquer tipo de suporte. Muitas vezes nos deparamos com
idosos de baixa escolaridade, alteração cognitiva, limitações de
comunicação ou motoras, sozinhos em consulta. Isso traz diversas
dificuldades, uma vez que pacientes com tais características
necessitam de uma rede de apoio.6 18
Em busca de um instrumento capaz de avaliar o apoio social em
todas as suas dimensões, Sherbourne CD et al., 1991,
desenvolveram o Medical Outcomes Study (MOS), um questionário
que avalia cinco aspectos do suporte social — ajuda física, suporte
afetivo, emocional, informativo e interação social — por meio de 19
perguntas, com respostas graduadas que variam de 1 (nunca) a 5
(sempre). O escore final fornece um valor entre 0 e 95, sendo que
não há ponto de corte proposto na literatura. Tal instrumento
também já foi validado no Brasil por Griep et al., 2005, o que permite
seu uso em nossa população.22 29 56
Uma outra ferramenta utilizada é o APGAR da família e dos
amigos, que representa o seguinte acrônimo da língua inglesa: A,
adaptation (adaptação); P, partnership (companherismo); G, growth
(desenvolvimento); A, affection (afetividade); R, resolve (capacidade
resolutiva). Esse instrumento está demonstrado no Quadro 7.57 58 59
 
Quadro 7. APGAR da família e dos amigos.
Está satisfeito e pode contar
com seus familiares (amigos)
para resolver seus
problemas?
1. Raramente
2. Ocasionalmente
3. Frequentemente
Está satisfeito com a forma
com que seus familiares
(amigos) conversam e
compartilham os problemas
com você?
1. Raramente
2. Ocasionalmente
3. Frequentemente
Está satisfeito com a forma
com que seus
familiares/amigos acatam e
apoiam suas vontades e
decisões?
1. Raramente
2. Ocasionalmente
3. Frequentemente
Está satisfeito com a forma
com que seus
familiares/amigos
expressam afeição e
respondem às suas
emoções, como raiva,
sentimento de culpa, medo,
afeto?
1. Raramente
2. Ocasionalmente
3. Frequentemente
Está satisfeito com a forma
com que você e seus
familiares/amigos
compartilham o tempo
juntos?
1. Raramente
2. Ocasionalmente
3. Frequentemente
 
Escore: < 3 pontos, acentuada disfunção nas relações familiares e de amizade; 4 a 6
pontos, moderada disfunção nas relações familiares e de amizade; > 6 pontos, disfunção
leve ou ausente.
Adaptado de Smilkstein et al., 1978.58
 
EVIDÊNCIAS DO USO DA AGA
As evidências atuais têm demonstrado benefícios com o uso da
AGA em diversos cenários. Idosos no contexto de internação
hospitalar parecem ser aqueles que mais se beneficiam. Em uma
revisão da Cochrane, o uso da AGA em pacientes admitidos no
hospital esteve associado a um menor tempo de internação
hospitalar.19 20 Outro estudo avaliou idosos internados por fratura de
fêmur e o impacto do apoio do geriatra, sendo concluído que houve
uma redução do tempo de internação hospitalar.5 Em pacientes
hospitalizados, a aplicação da AGA foi associada a uma menor
perda de independência para AVDs, menor taxa de
institucionalização, menor custo na hospitalização, além de reduzir
as taxas de readmissão em 30 dias. Importante pontuar que houve
aumento da satisfação entre os pacientes, familiares, médicos e
enfermeiras com a abordagem. 14 25 37
Já no ambiente ambulatorial, apesar de evidências menos
robustas, o uso da AGA parece diminuir o número de internações e
teve impacto positivo na sobrevida dos pacientes após dois anos de
seguimento.19 20 O benefício foi semelhante com idosos frágeis da
comunidade, levando a uma redução da taxa de admissão hospitalar
e o risco de readmissão naqueles que receberam alta.54 A evidência
mais escassa sobre os benefícios do uso da AGA no ambiente
ambulatorial talvez esteja ligado ao fato de ter sido estudada com
populações mais heterogêneas, em diferentes ambientes. Parece
existir um menor benefício nos indivíduos em extremos de saúde e
doença, sendo indicada, principalmente para os idosos com
síndromes geriátricas, multimorbidades e utilização mais frequente
dos serviços de saúde, risco de fragilização e perda de capacidade
funcional.19 20 Um ponto negativo da AGA é o tempo necessário para
a sua aplicação, que normalmente dura de uma a duas horas.
Visando facilitar sua aplicabilidade, Marlon et al. desenvolveram
uma avaliação geriátrica compacta de 10 minutos, que demonstrou
boa acurácia diagnóstica, podendo ser uma alternativa à AGA
tradicional, principalmente no contexto de limitação de tempo.1
Concluindo, a AGA evoluiu muito desde sua criação.
Constantemente, novos estudos são publicados tentando mensurar
os impactos da AGA na saúde da população idosa, o que já foi
corroborado por outras publicações. Selecionando corretamente os
pacientes que se beneficiam, planejando as condutas individuais
junto a uma equipe interdisciplinar, os impactos positivos poderão
ser maiores.
 
 
A. A paciente se beneficiaria da Avaliação Geriátrica Ampla antes
do procedimento cirúrgico? Por quê?
RESPOSTA: Margarida é uma candidata que se beneficiaria do uso
da AGA. Isso porque estamos lidando com uma paciente que
sofrerá uma queda brusca na sua funcionalidade, às custas de uma
fratura de fêmur. Ademais, precisará ser internada para cuidados de
reabilitação pós-cirúrgicos. É sabido que um longo período de
hospitalização e imobilização aumenta os riscos de desfechos
negativos para pacientes, como óbito, perda de funcionalidade e
imobilidade. Isto posto, é conhecido que estudos mostram a eficácia
da utilização da avaliação multidimensional no contexto hospitalar,
reduzindo o tempo de internação e diminuindo a mortalidade.
 
B. Se sim, quais profissionais estão habilitados para conduzir a
AGA neste caso?
RESPOSTA: Para um melhor cuidado no caso descrito, é
imprescindível a elaboração de um plano terapêutico de reabilitação,
envolvendo diversos profissionais, compondo um grupo
multidisciplinar. Este pode conter o médico, nutricionista, psicólogo,
fisioterapeuta, assistente social entre outros.
 
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2. SÍNDROME DE FRAGILIDADE NO IDOSO
CASO CLÍNICO
Paciente do sexo feminino, 72 anos, obesa, portadora de
diabetes mellitus tipo 2 há 30 anos, em uso de insulina há 10 anos;
tem transtorno de ansiedade, faz uso de escitalopram regularmente
e o que mais a incomoda são as dores que sente no joelho,
secundárias à ostroartrite avançada. Devido ao quadro álgico de
difícil controle, tem estado progressivamente mais restrita nos
movimentos, caminha com lentidão e muita dificuldade e precisou
deixar de fazer muitas atividades rotineiras como sair para passear
no shopping com sua filha e ir para o supermercado, por exemplo.
Por ser uma pessoa sempre muito ativa, isso tem causado sintomas
depressivos, que se refletem na redução de interesse por atividades
prazerosas e redução do apetite, a ponto de ter perdido cerca de 6
kg nos últimos seis meses. O que agora é muito perceptível é que a
paciente está cada vez mais restrita, com dificuldade para andar e
com menos força, passando a depender de muito mais ajuda de
terceiros para realizar atividades básicas da vida diária. Há dois
meses, necessitou ser internada para tratamento de uma infecção
urinária complicada e, após sete dias restrita ao leito, teve alta
hospitalar e foi percebido que agora ela está com muito mais
dificuldades em relação à capacidade funcional. Em relação ao
peso, mantém IMC de obesidade grau 1, apesar da perda nos
últimos meses. Foi orientada a procurar um geriatra, que a
encaminhou para outros profissionais, como nutricionista e
fisioterapeuta.
 
A. Em relação a esse caso, pode-se suspeitar que essa paciente é
frágil? Por quê?
 
B. Quais são as consequências que a fragilidade pode trazer a
essa paciente?
 
C. Mesmo considerando a condição de obesidade, perder peso
poderá piorar a mobilidade devido à fraqueza muscular. Como
você justificaria essa afirmação?
 
D. Quais seriam as melhores estratégias de abordagem
diagnóstica e terapêutica nesse caso, na intenção de minimizar as
consequências da fragilidade?
 
DEFINIÇÃO
A fragilidade constitui um quadro sindrômico que se apresenta,
em geral, em pacientes com mais de 65 anos, levando a uma
condição de vulnerabilidade que interfere, sobremaneira, na
autonomia e na qualidade de vida da pessoa idosa. É uma condição
multifatorial, no qual mudanças fisiológicas e relacionadas à
senilidade, em diferentes sistemas, levam a alterações
homeostáticas significativas a ponto de interferir no equilíbrio do
organismo.4 Entre os sistemas e fatores envolvidos na fragilidade,
pode-se destacar o envelhecimento celular, alterações no sistema
osteomuscular, com destaque para a sarcopenia, no sistema
endócrino e no sistema imunológico, resultando em uma
apresentação fenotípica considerada característica.25
O idoso considerado frágil vivencia a diminuição gradativa e mais
acentuada de suas reservas fisiológicas, quando comparado a um
indivíduo não frágil, com aumento do risco de perda da capacidade
funcional, além de outros desfechos adversos, como será visto
adiante. Há um comprometimento da força muscular, do
desempenho locomotor, dificuldade no enfrentamento dos diversos
insultos orgânicos aos quais o idoso é suscetível e, com frequência,
o comprometimento cognitivo, entre outros aspectos.
Conforme proposto por Fried et al., a fragilidade pode ser
reconhecida clinicamente por características que compõem um
conjunto de sinais e sintomas, conhecidos como o “modelo do
fenótipo da fragilidade”. Essas características representam, de
alguma maneira, a tradução clínica da vulnerabilidade do indivíduo,
cujo organismo reage de forma desproporcional aos estressores
aos quais é exposto. O modelo do fenótipo surgiu em 2001, quando
Linda Fried e colegas analisaram numa população de idosos,
prospectivamente, a relação existente entre determinadas
características clínicas hipoteticamente representativas da
fragilidade e desfechos, como a incidência de doença,
hospitalizações, quedas, perda da capacidade funcional e morte. Os
resultados corroboraram a hipótese e os indivíduos com dois ou
mais, dentre os cinco sinais propostos (considerados frágeis),
apresentaram maior prevalência dos desfechos analisados. Fried e
colegas embasaram, desde então, o conceito de fragilidade a partir
de uma rede complexa e interligada, descrita como ciclo da
fragilidade, exposto na Figura 1 e que será detalhado ao longo deste
capítulo.13 A Figura 1 traz o modelo conceitual proposto por Linda
Fried, que mostra a fragilidade como uma complexa rede sistêmica
de desequilíbrio homeostático.
 
Figura 1. Ciclo da Fragilidade, conforme proposto por Fried et al. 2001
Adaptado de Fried e colegas, 2001.13
 
Um outro modelo surgiu em 2005, quando Rockwood e colegas,
também a partir da análise prospectivade uma dada população em
estudo, propõem um outro olhar sobre a compreensão da fragilidade
enquanto quadro sindrômico. Nesse estudo, os autores representam
a fragilidade não a partir de determinados sinais e sintomas, mas de
um conjunto composto por “deficit” que, acumulados, graduariam a
vulnerabilidade compreendida no conceito de fragilidade. Quanto
maior a soma dos deficit, maior a chance e o grau de fragilidade. Foi
classificado como deficit toda e qualquer condição adversa e
prevalente em indivíduos idosos e que, consequentemente, seria
capaz de levar a perdas e prejuízos à saúde. Esse modelo ficou
conhecido como Índice de Fragilidade por Acúmulo de Deficits e veio
complementar a proposta de Linda Fried no modelo do fenótipo.24 A
seguir, os critérios diagnósticos de cada modelo.
 
FENÓTIPO DE FRAGILIDADE
O modelo do fenótipo é representado por cinco características
clínicas, que podem ser facilmente identificadas. O paciente será
considerado frágil caso sejam identificados três ou mais dos cinco
critérios. Se um ou dois dos sinais estiverem presentes, o indivíduo
será classificado como pré-frágil.13
 
Quadro 1. Critérios de fragilidade de Linda Fried (modelo do fenótipo).
Perda de peso: não desejada, equivalente a pelo
menos 5% do peso corporal ou superior a 4,5 kg
no último ano.
Sensação de exaustão: relatada pelo próprio
paciente. Para mensurar essa queixa, usa-se a
escala CES-D.
Diminuição da velocidade da marcha:
apresentada pela redução de 20% na velocidade
de deambulação. A marcha deve ser
cronometrada numa determinada distância e a
velocidade deverá ser corrigida pelo sexo e altura.
Baixo nível de atividade física: estimada pela
quantidade de Kcals perdidas semanalmente pelo
paciente por meio de atividade física cotidiana ou
por meio de exercícios.
Redução da força: avalia a força do paciente
através da preensão palmar, medida pelo
dinamômetro e que deve guardar proporção com
o Índice de Massa Corpórea (IMC).
Adaptado de Fried et al., 2001.13
 
ESCALA DE ROCKWOOD
O índice de fragilidade por acúmulo de deficit é representado por
uma ferramenta em que o paciente é classificado de acordo com o
conjunto de deficit que ele apresenta, que basicamente se traduz em
funcionalidade. Foram elencadas nove categorias, baseadas no
quadro clínico do paciente, em que ele pode ser classificado entre
robusto (saudável e não frágil) e em condição de fragilidade
terminal, cujo prognóstico traduz a proximidade com a morte.24
 
Quadro 2. Escala Clínica de Fragilidade (Clinical Frailty Scale).
Robusto: indivíduo com um estado geral
condizente com sua idade e que se apresenta
ativo em relação a suas atividades cotidianas e
pratica exercícios regularmente.
Saudável: não tem doenças ativas. Porém, não é
tão ativo quanto o paciente robusto e pratica
exercícios esporadicamente.
Controlado: possui comorbidades que estão
controladas e tem a prática de atividade física
restrita a caminhadas.
Vulnerável: possui quadro clínico sintomático,
apresenta lentificação da caminhada e cansa em
ocasiões do cotidiano.
Fragilidade leve: necessita da monitorização de
um cuidador em relação a medidas cotidianas,
como uso de medicamentos controlados e a
deambulação.
Fragilidade moderada: necessita dos cuidados de
uma outra pessoa para realizar atividades que
impõem um maior esforço, como subir escadas,
ou até mesmo para deambular, além de requerer
cuidados durante o período do sono noturno.
Fragilidade severa: significativa limitação da
capacidade física e também cognitiva,
requerendo ampla ajuda de um cuidador. Nesse
caso não há estimativa de morte em curto
período de tempo (seis meses).
Fragilidade muito severa: diz respeito a uma
proximidade maior com a morte, podendo ser ela
ocasionada por uma doença adquirida neste
momento.
Fragilidade terminal: é quando o fim da vida é
iminente, em um período de tempo inferior a seis
meses.
Adaptado de Rockwood et al., 2005.24
 
Na verdade, o conceito de fragilidade ainda é algo em construção
e cada vez mais aproxima-se da ideia de que quanto mais ampla a
abordagem ao paciente, maior a precisão diagnóstica. O desafio
está em desenvolver um instrumento que seja facilmente aplicável
na prática clínica.
 
EPIDEMIOLOGIA
Com a transição do perfil populacional nas últimas décadas, a
percentagem de indivíduos idosos e muito idosos tem aumentado
significativamente. No início do século XX, cerca de 4,1% da
população mundial era idosa e apenas 3,2% tinham mais de 85
anos. Na metade do século, cerca de 8% da população era idosa,
evoluindo para 12,6% no início do século XXI.12 Essas mudanças
demográficas e epidemiológicas refletem, respectivamente, a maior
proporção relativa de idosos e o aumento da expectativa de vida.
Esses fenômenos se devem à redução da natalidade (levando a
menos nascimentos e menor proporção de jovens) e aos avanços
em indicadores sociais, junto aos progressos na ciência e na
medicina, permitindo maior sobrevida e mais longevidade. Ressalta-
se que, nesse cenário, é menor a prevalência de doenças
infectocontagiosas em detrimento do aumento das doenças
crônicas degenerativas, configurando um quadro no sistema de
saúde em que as demandas são tanto maiores quanto contínuas. E
é nesse contexto que a síndrome de fragilidade tem apresentado
uma importância epidemiológica significativa, atrelado ao avanço da
expectativa de vida e ao aumento da prevalência de comorbidades
nos indivíduos idosos.
Mais recentemente, muito vem sendo estudado sobre síndrome
de fragilidade e sua relação com desfechos como quedas, declínio
funcional, hospitalização, institucionalização e morte; e os estudos
mostram que idosos frágeis têm piores resultados frente a eventos
estressores relacionados ao envelhecimento.
A prevalência de fragilidade cresce com a idade, de acordo com
os dados obtidos do Cardiovascular Health Study que deu origem
aos critérios do fenótipo, corroborado com os trabalhos
subsequentes.13 Um outro dado importante é que a maioria dos
indivíduos pré-frágeis evolui para a condição de fragilidade, ao
passo que é rara a conversão de frágil para não frágil. Idosos
institucionalizados são mais frágeis, se comparados a idosos da
comunidade. Em relação às diferenças quanto a sexo, a fragilidade
predomina em mulheres, de acordo com os estudos que analisaram
essa variável. Isso deve-se possivelmente ao fato de que mulheres
têm menos massa magra, menos força muscular e mais sarcopenia
associada a maior risco nutricional. Por outro lado, a mortalidade é
maior entre os homens.15
Em 2009, foram analisados dados de um estudo realizado em 10
países europeus, com uma amostragem de 18.227 pessoas, com
idades superiores a 50 anos. Entre os idosos com mais de 65 anos,
cerca de 42,3% dos entrevistados atendiam a um ou dois critérios de
Fried para a fragilidade, sendo classificados como pré-frágeis. Cerca
de 17% atendiam a mais de três critérios, sendo classificados como
frágeis; entre esses, 21% eram do sexo feminino e 11,9% eram do
sexo masculino.18
Em 2012, foi publicada uma revisão sistemática sobre a
prevalência de fragilidade em que 21 estudos foram analisados,
num total de 61.500 idosos da comunidade. A prevalência variou
entre 4% e 59%. No entanto, não foi verificada uniformidade nos
parâmetros diagnósticos utilizados, o que explica essa grande
variação.6
 
FISIOPATOLOGIA
A síndrome de fragilidade tem fisiopatologia complexa e resulta
da perda da homeostase do organismo ao longo do tempo em que o
paciente se expõe a fatores de desgaste orgânico, psíquico e social.
O estado de fragilidade leva o indivíduo a apresentar uma resposta
desproporcional aos estresses aos quais é submetido, gerando um
ciclo no qual um fator de exposição leva a outro. Diferentes
sistemas estão sabidamente envolvidos no quadro sindrômico,
principalmente o osteomuscular, endócrino, imunológico e
nervoso.25 A seguir, serão detalhadas as alterações presentes em
cada um deles.
Sistema muscular
A sarcopenia é compreendida como o elemento-chave e principal
desencadeante da fragilidade. Ela

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