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Farmacologia da Osteoporose 1 Farmacologia da Osteoporose processo de reabsorção óssea Farmacologia da Osteoporose 2 A remodelação óssea depende do balanço entre osteoblastos e osteoclastos. A molécula RANKL presente nos precursores de osteoblastos se liga ao receptor RANK presente nos precursores de osteoclastoss. Com isso, M-GFS é liberado e inicia a diferenciação do osteoclasto precursor em osteoclasto maduro (presença de microvilosidade, anel adesivo e liberação de ácidos para reabsorção óssea). Após a desmineralização, os osteoblastos podem depositar osteoide e liberar fosfatase para hidrolisar pirofosfato afim de cristalizar os sais de fosfato e cálcio (processo de mineralização). Os osteoblastos totalmente circundados pela matriz óssea podem ser denominados de osteócitos e contribuem para formação e reabsorção - liberam esclerostina, a qual possui função de inibir a formação óssea. Além disso, osteoblastos produzem osteoprogerina (OPG) com finalidade de inibir a reabsorção óssea por meio do impedimento da ligação RANL-RANK. Vitamina D, paratormônio e glicocorticoides favorecem a atividade osteoclástica, pois modulam a formação de OPG negativamente. O estrogênio estimula produção fármacos e seus mecanismos de ação na remodelação óssea Farmacologia da Osteoporose 3 de OPG. Na osteoporose ocorre um desbalanço da atividade de osteoblastos e osteoclastos. Ela pode ser primária do tipo I ou pó-menopausa, ocorrendo pela queda de estrógenos, enquanto a tipo II está envolvida com o envelhecimento (deficiência crônica de cálcio e aumento do paratormônio). Já a secundária, ocorre por fatores inflamatórios, endócrinos, uso de drogas (corticoide, álcool e vitamina A). No caso do glicocorticoide, há redução da formação de osteoblasto e aumento da atividade osteoclástica, além da perda de absorção intestinal do cálcio. TRATAMENTO DE PRIMEIRA LINHA BISFOSFONATO Bisfosfonatos (BPs) [em pontos vermelhos na figura 2] → ficam presos no osso, saem apenas quando osteoclasto aparece para remodelação óssea (osteoclasto é quem libera) fármaco antirressortivo análogo ao pirosfostato usados amplamente na osteoporose sua estrutura molecular se fixa aos cátions bivalentes - Ca++- de modo que apresenta afinidade nas superfícies ósseas em remodelamento ao ser liberado pelo osteoclasto, fármaco é endocitado e internalizado neles, com isso, ocorre a ativação de algumas vias que desencadeiam sua morte por apoptose tratamento de primeira linha proteção de osteoblastos e osteócitos da apoptose induzida por glicocorticóides baixa absorção oral e biodisponibilidade nos tecidos → indicação é tomar em jejum pela manhã visto que, se ingeridos com alimento, podem se ligar a ele bem como suplementos que possuem cátion bivalente, reduzindo ainda mais a absorção (jejum de líquidos e alimentos por 60 minutos após) intensa distribuição óssea e excreção inalterada por filtração glomerular podem causar pirose e esofagite, devendo ser administrado com bastante água (250ml) e paciente permanecer reto; pode ocorrer osteonecrose da mandíbula - raro VITAMINA D Farmacologia da Osteoporose 4 vitamina D3 ou colecalciferol é formada nas camadas profundas da pele em contato com raios UVB; o colecalciferol sobre uma hidroxilação no fígago formando o 25-hidroxicolecalciferol inativo que será ativo no rim por uma segunda hidroxilação, gerando 1,25-hidroxicolecalciferol ou calcitriol a forma ativa, calcitriol, aumenta absorção de cálcio no intestino, pois facilita entrada no enterócito, e inibe paratormônio, eleva a reabsorção renal de cálcio e fosfato, além de ter ação imunomoduladora. Resumindo: suplementação suprime a remodelagem óssea, melhora DMO e aumenta a absorção intestinal de cálcio → indicado para pacientes com menores concentrações de vitamina D suprime função das glandulas paratireoides reduz renovação óssea usado em pacientes com deficiência renal crônica (rim nao faz hidroxilação para formar vit D) → possuem pouca vit D, hipocalcemia e aumento do paratormônio suplementação de vit D e cálcio reduz a incidência de fraturas uso de análogos da vitamina D disponível por VO e intravenosa evento adverso: hipercalcemia, exige monitoramento adequado podem ser usados numa suplementação modesta que suprime remodelagem óssea, melhora densidade mineral óssea e aumenta absorção intestinal de cálcio conjunto de suplementação de cálcio e vit D reduz a incidência de fraturas TRATAMENTO DE SEGUNDA LINHA MSRE - Moduladores Seletivos dos Receptores de Estrogênio esses moduladores se ligam aos seus receptores e promovem ativação de coativadores e corepressores para alterar a transcrição gênica alguns tecidos atua como semelhante do estrógeno, em outros tem efeito antagonista estrogênico reduzindo a transcrição gênica varia de acordo com elementos de resposta hormonal que eles se ligam e qual tipo de coativação e corepressores são recrutados reduz risco de fraturas por compressão vertebral e aumenta moderadamento DMO, porém, pode aumentar fator tromboembólico bazedoxifeno Farmacologia da Osteoporose 5 aumenta densitometria mineral óssea (DMO) e reduz o turnover ósseo eficácia similar ao dos bisfofonatos na redução de fraturas osteoporóticas raloxifeno é antagonista ao estrógeno no osso, aumenta a apoptose de esteoclastos e inibe morte dos osteoblastos na mama atua como entagonista para evitar aumento proliferativo do tecido mamário - que pode levar ao câncer tamoxifeno antagonista no osso, endométrio - pode aumentar risco de câncer endometrial - e mama Terapia de reposição hormonal (TRH) reduz a reabsorção pela supressão dos genes que codificam RANKL e citocinas responsáveis por proliferar osteoclástos. Também geram morte de osteoclastos e inibe morte dos osteoblastos e osteócitos. geralmente são administrados com agente de progesterona para redução de câncer endometrial estabiliza e aumenta moderadamente a densitometria mineral óssea (DMO) efeito adverso pode envolver sangramento uterino e agravamento dos sintomas vasomotores → maior risco de eventos tromboembólicos. contraindicado em casos de câncer de mama na família Denosumabe anticorpo manoclonal sintético anti-RANKL simula a osteoprotegerina - responsável por impedir interação do RANKL com RANK inibição da formação e ativação dos osteoclastos aumenta DMO e reduz o risco de fraturas vertebrais, não vertebrais e de quadril fármaco de alto custo Teriparatida análogo do PTH depende do tempo e concentração Farmacologia da Osteoporose 6 uso contínuo favorece a reabsorção óssea intermitante - favorece a formação óssea ! administação subcutânea, meia-vida curta eleva DMO total reduz risco de fraturas vertebrais e não vertebrais em homens e mulheres com osteoporose pode causar osteossarcoma (aumento exagerado da formação óssea), sendo contraindicado em pacientes com risco para esse tipo de câncer terapia não pode ultrapassar 2 anos Calcitonina calcitonina liga-se a um receptor acoplado a proteína G em osteoclastos, ativando a proteína G e diminuindo atividade reabsortiva aumenta a excreção renal de cálcio reduz a mobilização de Ca dos óssos → reduz reabsorção óssea calcitonina sintética é proveniente do salmão - melhor absorção uso por spray nasal ou via subcutânea reduz o risco de fratura e faz discreto aumento da DMO pode causar náusea, urticária, edema nas mãos e cólica intestinal Fluoreto primeiro agente anabólico ósseo usado funciona como mitógeno para os osteoblastos e aumenta massa óssea trabecular, mas pode levar à conversão da hidroxiapatita em fluoroapatita, que é mais densa e quebradiça ainda não há resultados comprovados