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1 
 
 
2 
 
 
 
 
 
Sumário 
INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 4 
Vamos refletir.... ............................................................................................................................ 5 
1. BREVE HISTÓRICO DA PSICOLOGIA ..................................................................................... 6 
2. PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO ................................................................................................. 8 
Texto para reflexão ..................................................................................................................... 10 
3. PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO ................................................................................ 11 
4.1 Fatores internos que contribuem para a modificação do comportamento...................... 12 
4.2 Fatores externos que contribuem para a modificação do comportamento .................... 15 
Refletindo... ................................................................................................................................. 16 
4.3 Fases do desenvolvimento humano .............................................................................. 16 
4.4 Princípios do desenvolvimento ...................................................................................... 19 
4.5 Desenvolvimento físico e motor ..................................................................................... 20 
4.6 Desenvolvimento emocional e social ............................................................................. 22 
4.7 Desenvolvimento da personalidade em Freud ............................................................... 23 
SIGMUND FREUD - Fundador da psicanálise ........................................................................... 24 
4. DESENVOLVIMENTO COGNITIVO ........................................................................................ 31 
4.1 Estágio da Inteligência sensório-motora ........................................................................ 32 
4.2 Estágio da Inteligência intuitiva ou pré-operatório ......................................................... 33 
4.3 Estágio Operatório Concreto.......................................................................................... 35 
4.4 Estágio das Operações Formais .................................................................................... 37 
Leitura complementar ................................................................................................................. 39 
5. - DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM .............................................................................. 41 
5.1 Principais teorias da aquisição da linguagem ................................................................ 42 
5.2 Estágios do desenvolvimento da Linguagem ................................................................. 42 
6. PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM E SUAS DIFERENTES CONCEPÇÕES ....................... 45 
6.1 Inatismo ............................................................................................................................ 45 
6.2 Ambientalismo ou empirismo ............................................................................................. 46 
6.3 Interacionismo ................................................................................................................... 47 
7. TEORIAS DA APRENDIZAGEM ............................................................................................. 49 
7.1 Behaviorismo ................................................................................................................. 49 
7.2 Teoria da Gestalt ........................................................................................................... 51 
7.3 Teoria cognitiva .............................................................................................................. 53 
3 
 
 
8. Incentivação e motivação ........................................................................................................ 55 
8.1 Incentivo ........................................................................................................................ 55 
8.2 Motivação ...................................................................................................................... 56 
Texto complementar ................................................................................................................... 57 
9. DESENVOLVIMENTO E LINGUAGEM NA VISÃO DE VYGOTSKY ....................................... 60 
10. INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS .......................................................................................... 63 
11. DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM ............................................................................ 65 
11.1 Dificuldades na linguagem oral ................................................................................... 67 
11.2 Dificuldade na linguagem escrita ................................................................................ 68 
11.3 Dislexia ....................................................................................................................... 68 
11.4 Discalculia .................................................................................................................. 70 
11.5 Hiperatividade ............................................................................................................. 70 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................................ 72 
 
 
4 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Pesquisas revelam que os profissionais da área educacional sentem dificuldades, 
que são enfrentadas, pela maioria das instituições escolares, quando se trata de garantir 
aos alunos a igualdade de oportunidades no processo de aprender. 
E para que esse processo da aprendizagem seja satisfatório, faz-se necessário 
levarmos em consideração as experiências de vida dos nossos alunos, suas 
características psicológicas, e ainda, socioculturais, que o transformam num ser 
individual, único, um ser qualitativamente diferente dos outros, tanto pela sua capacidade 
de assimilação, quanto pela apropriação das suas experiências acumuladas no decurso 
da história social, e ainda, na história de cada um. 
Quanto mais conhecimentos, nós, educadores, tivermos sobre a educação e 
desenvolvimento, ou aprendizagem e desenvolvimento, maiores serão as chances de 
melhoria das práticas pedagógicas e atuação docente em sala de aula. 
O objetivo aqui não é apresentar um conjunto de práticas de ensino, materiais e 
informações teóricas como uma receita pronta, dizendo o que fazer em sala de aula para 
ser um bom professor, mas sim fazer um estudo da maneira pela qual acontece o 
desenvolvimento e a aprendizagem, refletindo sobre como construir na interação de 
nossos alunos no ambiente concreto. Tendo consciência da importância das nossas 
ações, e acreditando que a educação e o ensino não devem esperar apenas pela 
maturação das funções psíquicas, mas sim estimular e promover o desenvolvimento de 
nossos alunos, numa visão consciente de mundo. 
Na construção desses fundamentos, a Psicologia contribui com alguns de seus 
ramos. A Psicologia do desenvolvimento esclarece quanto à sucessão das fases da vida, 
especialmente quanto às características da infância e adolescência. Já a Psicologia da 
personalidade aprofunda questões relativas ao modo de ser da pessoa, como se 
organiza e como funciona o chamado psiquismo. A Psicologia da aprendizagem traz sua 
contribuição quanto ao modo como as pessoas aprendem, as condições necessárias 
para uma boa aprendizagem, o que aprendem e o que fazem as pessoas com o que 
aprendem. 
O indivíduo que você for estudar dentro da Psicologia de aprendizagem é o mesmo 
que você verá emprocesso de desenvolvimento, e o mesmo que estrutura sua 
personalidade dentro de processos evolutivos, É um ser que aprende, desenvolve e que 
5 
 
 
se constrói. Esse enorme campo de estudo precisou ser abordado de forma sucinta, 
devido à dinâmica do nosso curso EAD. 
Contamos com você, para que persistentemente, busque sempre mais e amplie os 
conhecimentos que estamos abordando. 
O único homem que se educa é aquele que aprendeu como aprender; que 
aprendeu como se adaptar e mudar; que se capacitou de que nenhum 
conhecimento é seguro, que nenhum processo de buscar conhecimento 
oferece uma base de segurança. Carl R. Rogers 
Vamos refletir.... 
Todos nós sabemos da grande importância que a escola assume na vida das 
crianças, e de como essa escola, pode afetar no desenvolvimento emocional, cognitivo e 
social, na formação de cada indivíduo. 
Baseando-se nesta afirmação, reflita e elabore um texto sobre sua opinião do que 
seja: 
 
 
Uma escola ideal 
Uma sala de aula ideal 
Um professor ideal 
Ao final do estudo de Psicologia da educação, retome o seu texto, e observe o que 
você acrescentaria ou mudaria nele. 
6 
 
 
Ao final do estudo do capítulo você deverá ser capaz de : 
▪ Avaliar a contribuição dos filósofos gregos para as reflexões sobre o ser humano. 
▪ Identificar a origem do termo Psicologia 
▪ Apontar a época e o porquê a Psicologia se torna independente dos seus 
antecedentes filosóficos 
▪ Conceituar Psicologia. 
1. BREVE HISTÓRICO DA PSICOLOGIA 
 
Vejamos, em linhas gerais, que na história do conhecimento humano, desde a 
antiguidade até hoje, na era da informática, foram de grande valia e bastante variadas as 
participações no campo, visando de compreender o processo evolutivo do ser humano. 
 
O período prolongado de tempo e teorias tornam difícil destacar e descrever toda a 
história da ciência e do conhecimento humano, sem que uma simplificação signifique 
comprometimento dos fatos. 
Mas, onde realmente se situa o início da história da Psicologia? 
Alguns pesquisadores da história começaram com os filósofos gregos, cinco séculos 
A.C. Sócrates, Hipócrates, Platão, Aristóteles, entre outros, iniciaram questionamentos 
sobre a natureza do ser humano. 
Levaríamos uma grande parte de tempo estudando e analisando essas indagações 
filosóficas sobre o "ser humano", que não deixa de ser de suma importância para a 
compreensão das complexas questões que definem a Psicologia hoje. 
O termo Psicologia tem origem grega "PSYQUÉ" e significa alma e logos, ou. seja, 
razão e estudo, ou ainda, estudo da alma, pois, para os gregos, a alma seria 
pensamento, desejo, amor, ódio, sensação e percepção. 
Sócrates evidencia a razão como uma das principais características do ser humano. 
Todo o seu trabalho não teve apenas o objetivo intelectual, o que pretende usando a 
máxima: "Conhece-te a ti mesmo" e o caminho das virtudes humanas. 
Platão, contemporâneo de Sócrates, concorda com sua teoria e desenvolve a 
dialética de Sócrates, definida como sendo um "contínuo discurso consigo mesmo". 
Platão defende a ideia de que o lugar da razão é na cabeça, e que na cabeça estaria a 
alma humana. Surgem as teorias platônicas (alma imortal e separada do corpo). Já para 
Aristóteles, a alma e o corpo não podem estar separados, e a "psique" seria o elemento 
ativo da vida, valorizando a razão no controle dos sentidos e das paixões. Suas teorias 
são denominadas Aristotélicas (alma mortal e ligada ao corpo). 
7 
 
 
Porém, a Psicologia só se tornou realmente ciência no século XIX, quando o homem 
utilizou a sua observação e a experimentação para um estudo mais científico da 
natureza humana, só então, a Psicologia ganhou independência dos antecedentes 
filosóficos. 
Para se tornar independente da filosofia, a Psicologia necessitou desenvolver 
métodos de estudos e técnicas para adquirir clareza e objetividade nas suas 
problemáticas, e, definida como a "ciência do comportamento" consegue conquistar sua 
independência, já no início do século XX. 
Durante algum tempo, predominou, nesta nova ciência, as ideias do alemão Wundt, 
que determinaram os métodos e objetivos, reunindo várias linhas de pensamentos que 
tinham forte influência da filosofia. 
Fonte:http://caminhodaPsicologia.webnode.com.pt/mundo/ acesso em maio 2014 
Em poucos anos, começaram a surgir novos pensamentos de muitos e diferentes 
pontos de vista, constituindo diferentes escolas de pensamento. 
Essas escolas eram grupos de psicólogos que se reuniam para trabalhar por 
problemas comuns referentes à Psicologia. Surgem, então, várias teorias psicológicas do 
desenvolvimento e da aprendizagem. 
Atualmente a Psicologia é entendida como a ciência que estuda a personalidade, o 
comportamento, os fenômenos psíquicos, sempre centralizado no homem, visualizando- 
o de forma sistêmica. 
No princípio era o Verbo... É o pensamento que tudo cria e produz? Seria preciso 
pôr: No princípio era a Força... O espírito vem em meu auxílio! Vejo de súbito a solução 
e escrevo com segurança: No princípio era a Ação. (Goethe) 
http://caminhodapsicologia.webnode.com.pt/wundt/
8 
 
 
Ao final do capítulo você deve ser capaz de : 
▪ Identificar na tarefa de compreensão do aluno e do processo ensino aprendizagem os dois 
aspectos principais tratados pela Psicologia da educação 
▪ Valorizar as atitudes positivas do educador na condução do processo de ensino 
aprendizagem. 
▪ Refletir sobre o papel do educador para o aluno e a sociedade 
2. PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO 
 
A Psicologia da educação é um veículo a partir do qual se pode potencializar o 
desenvolvimento pedagógico, assim como o desenvolvimento moral e intelectual de 
pessoas criativas, cooperativas, autônomas e solidárias. 
 
Utilizar os princípios dos conhecimentos que a Psicologia da educação oferece 
constitui-se em uma das bases necessárias para o desenvolvimento e eficiência no 
processo educativo. 
O conhecimento científico psicológico ajuda a garantir as interações humanas na 
escola, com o intuito de viabilizar a socialização e as condições favoráveis na formação 
do aluno. 
A contribuição da Psicologia da Educação abrange dois aspectos fundamentais: 
▪ Compreensão do aluno 
O professor tem a missão principal de educar os seus alunos, contribuir através da 
influência de sua personalidade, estabelecendo com eles uma ligação afetiva, 
percebendo suas necessidades e características individuais e seu desenvolvimento 
físico, emocional, intelectual e social. 
9 
 
 
▪ Compreensão do processo ensino-aprendizagem 
O professor precisa não só conhecer seu aluno, mas também compreender no 
processo ensino-aprendizagem, quais os fatores que facilitam ou prejudicam a 
aprendizagem, de que maneira o aluno consegue aprender com mais eficiência, assim 
como perceber e fortalecer os vínculos entre aluno, professor, escola, família e meio 
social. 
Sendo assim, fica evidente a importância do papel que o educador assume na 
construção do desenvolvimento da aprendizagem, na vida de cada aluno. 
Percebe-se, então, que dominar conteúdos e ter eficiência no processo de ensino- 
aprendizagem são características muito valorizadas pelos alunos. Porém é de suma 
importância a vinculação criada em toda construção desse processo. Educadores 
pacientes, com atitudes democráticas e cooperadoras, que participam de atividades 
extraclasse as quais proporcionam oportunidades de conhecer melhor seus alunos, têm 
mais probabilidade de ser bem sucedidos em seu desempenho escolar. 
As atitudes positivas do educador levam o indivíduo não só a uma maior 
independência interna e autoconfiança, bem como contribui para desenvolver suas 
habilidades e conhecer as próprias características e os seus próprios limites. O professor 
não é mais visto como o dono da verdade, como mostrava a tão ultrapassada escola 
tradicional. Hoje o educador deve ser o mediador do conhecimento, com atitudes 
positivas, sem preconceitos.O professor deve ter a consciência de que ele é visto, pelos 
seus alunos, como um exemplo de conduta, de posturas, e principalmente como um 
modelo que, muitas vezes, se identifica com o professor. 
O professor deixou de ser o mero transmissor do conhecimento, pois o educador 
aprende enquanto ensina, e o aluno, enquanto aprende, também ensina. 
É imprescindível também que o professor tenha uma formação sólida e consciente, 
dada a complexidade do seu trabalho. No entanto, sabemos que o educador, muitas 
vezes, não recebe incentivo necessário para aperfeiçoar-se, muito menos para suprir 
suas necessidades básicas para o ensino, que são os recursos didáticos. 
Com isso, o professor fica sujeito a condições de trabalho muito precárias, 
ocorrendo uma contradição entre a necessidade de formação que se exige e as 
condições oferecidas para a prática da atuação profissional. 
Não havendo, no entanto, formas específicas e milagrosas de como acertar a 
situação do professor brasileiro, espera-se, pelo menos, que os professores tenham 
como princípio o hábito de refletir sobre o seu próprio trabalho, aprofundando seus 
10 
 
 
conhecimentos teóricos, com vistas a tornarem-se agentes transformadores e 
facilitadores da aquisição do conhecimento. 
Texto para reflexão 
A arte de ser professor.... 
 
Ser professor é ser artista, malabarista, pintor, escritor, doutor, psicólogo; é ser pai, mãe, 
irmão, avô, avó...só? 
É ser palhaço, bagaço, é ser paciência, ciência, informação, ação, 
Para uns é o próprio Cristo; para outros, o demônio. Para estes, mal visto; para aqueles, 
um santo. 
Ser professor...é ser bússola, farol, sol, luz. É impelir para o bem. Incompreendido? 
E muito. Defendido? Nunca. Seu filho passou de ano?... Claro, é um gênio, não passou? 
Foi o professor que não ensinou. 
Pra que ser professor? É um vício? Uma vocação? É uma e outra coisa. É ter nas mãos o 
mundo de amanhã. É ter nas mãos o mundo e não ter nada. 
Amanhã os alunos se vão e ele, o professor, fica de mãos vazias. Ainda há esperança, 
olhos voltados para a estrela-guia, de que, no início do próximo ano, nova turma povoará a sala 
de aula. 
Aí, novos olhinhos, ávidos de cultura. 
E ele, o mestre, o professor, vai ensinando - semeando - com toda ternura. 
Nas novas cabecinhas, que, amanhã, brilharão no firmamento da pátria...fica, fica sim, 
uma enorme saudade, e uma grande amizade... 
Ao professor, o pagamento real? 
Só na eternidade! 
Fonte do texto: http://mailisa-criativa.blogspot.com.br/2011/10/arte-de-ser-professor.html-Acesso em 
maio 2014 
 
 
 
Segundo o poema não é nada fácil ser professor, um profissional muitas vezes 
desvalorizado, incompreendido! 
Mas será que ser professor é mesmo uma vocação? Professor é amor? 
Registre a sua opinião sobre o tema. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://mailisa-criativa.blogspot.com.br/2011/10/arte-de-ser-professor.html-Acesso
11 
 
 
Ao final do capítulo você deverá ser capaz de : 
▪ Identificar fatores internos e externos de modificação do comportamento 
▪ Citar e caracterizar as fases de desenvolvimento do ser humano 
▪ Indicar os princípios do desenvolvimento humano 
▪ Caracterizar o desenvolvimento físico,motor,emocional e social 
▪ Reconhecer a importância de Freud nos estudos sobre o desenvolvimento da personalidade 
▪ Identificar os estágios de desenvolvimento da personalidade. 
3. PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO 
 
Para entendermos como a aprendizagem acontece no indivíduo, é necessário 
compreender como o ser humano se desenvolve. É no trabalho como professor que você 
perceberá a cada momento a importância do conhecimento das linhas gerais de 
desenvolvimento para todo o processo de formação do alunado e do ensino- 
aprendizagem. 
Essa área do conhecimento da Psicologia estuda o desenvolvimento do ser humano, 
desde o seu nascimento até a fase adulta, em todos os seus aspectos: físico, motor, 
intelectual, afetivo, emocional e social. A abrangência deste capítulo será grande em 
decorrência do tema. 
 
Desde Rousseau, a criança não é mais vista como um adulto em miniatura. Ao 
contrário, a criança apresenta características próprias em cada idade, e estudar o seu 
desenvolvimento significa conhecer essas características em cada faixa etária. 
Quando passamos algum tempo sem ver nossos alunos, notamos seu crescimento e 
a mudança de sua aparência, enquanto que os pais, que estão envolvidos com seus filhos 
no dia-a-dia, acabam não percebendo tais mudanças, resultantes principalmente da 
maturação física do organismo e que ocorre de forma lenta e contínua. 
A maneira da criança pensar, o seu comportamento, a sua convivência social, o 
conhecimento dos conteúdos escolares são mudanças que também ocorrem, resultantes, 
em sua maior parte, da construção da aprendizagem. 
É muito comum, nós, adultos, exigirmos das crianças comportamentos e respostas a 
determinadas situações impróprias para sua faixa etária. Precisamos nos colocar no lugar 
da criança e respeitar cada idade, porque, para cada fase de desenvolvimento infantil, 
existem padrões de comportamentos apropriados. 
O que uma criança faz em cada idade? Por que faz isso nessa idade? São 
questionamentos que normalmente são feitos no contexto educacional, assim como no 
contexto familiar. 
Uma criança com três ou quatro anos pode falar "consego" ao invés de consigo, de 
acordo com os padrões dos adultos. Essa maneira de se expressar pode ser considerada 
imatura, isto é, o indivíduo é maduro na medida em que se comporta adequadamente 
conforme sua faixa de desenvolvimento, entretanto pode não ser imaturo de acordo com 
12 
 
 
os padrões infantis. Um comportamento é maduro, na medida em que for igual ao 
comportamento da grande parte das pessoas que têm a mesma idade. 
Assim, por exemplo, dizer "Onde você vamos?" aos três anos de idade é um 
comportamento maduro, pois a maioria das crianças dessa faixa etária pode falar dessa 
maneira, enquanto que aos nove anos isso representaria um comportamento imaturo. De 
acordo com a nossa cultura, um jovem de dezessete anos que interage com os outros por 
meio de empurrões e brincadeiras desagradáveis pode ser considerado um rapaz imaturo 
em termos de desenvolvimento social, portanto, maturidade, em termos psicológicos, é o 
nível de desenvolvimento em que a pessoa se encontra, em comparação com as outras 
da mesma idade, nos aspectos intelectual, social, emocional e físico que devem estar 
intimamente relacionados e coordenados. 
O ser humano modifica o seu comportamento de acordo com o crescimento do 
organismo, principalmente sob a influência de fatores internos e externos. 
 
 
4.1 Fatores internos que contribuem para a modificação do comportamento 
 
3-1-1 Maturação 
A maturação é um fator interno importante que influi no desenvolvimento. Esse fator 
consiste nas mudanças do organismo, determinadas de dentro para fora, como exemplo, 
aumento de altura, tamanho dos órgãos, desenvolvimento das habilidades de correr e 
andar, que permitem ao indivíduo comportamentos e um domínio do mundo que 
anteriormente não possuía. 
Um fato bem claro que comprova isso é a possibilidade de descobertas de uma 
criança, quando ela começa a engatinhar, andar e correr, em relação a quando essa 
criança estava no berço com alguns dias de vida. Um comportamento precisa, além da 
maturação interna, interagir com o meio para se desenvolver com harmonia. Pais e 
professores deveriam aproveitar mais cada momento de aprendizagem e maturidade da 
criança para incentivar e mediar. 
Uma criança de dois anos pode apresentar-se superativa por ter uma sede ilimitada 
de conhecimentos; é necessário dar oportunidades de saciar esses conhecimentos, pelo 
menos por certo tempo ela pode tender a ficar menos agitada. 
Quando citamos a maturação, não estamos nos referindo apenas à maturidade 
física, biológica, existem outros tipos de maturidade que acontecem em decorrência do 
outro, de forma sistêmica.13 
 
 
Nenhum desses aspectos da maturidade podem ser esquecidos pela escola, que 
pode e deve proporcionar aos alunos oportunidades para seu desenvolvimento como um 
todo. 
3 -1- 2 Maturidade social 
 
Segundo Pereira(2003) citando Mouly as características de uma pessoa considerada 
socialmente madura são as seguintes: 
a) relativa liberdade com relação ao domínio de seus pais e colegas, e já não procura 
a segurança através da dependência infantil, nem apresenta as explosões e a 
rebeldia do adolescente; 
b) não apenas aceitação da responsabilidade pelos seus atos e por sua pessoa, mas 
também pelos outros; 
c) sensibilidade social, de forma a poder integrar suas necessidades e ações com as 
necessidades e direitos dos outros, além de ser capaz de comunicar-se de 
maneira eficiente para permitir harmonia e ação eficientes em situações sociais; 
d) capacidade de enfrentar várias situações, sem sacrificar seus valores básicos e 
padrões de conduta, apenas para "ser aceito"; 
e) ajustamento sexual, pois é motivado pelos aspectos morais do sexo, e não apenas 
pelos aspectos biológicos, têm muitos amigos íntimos de ambos os sexos; 
f) capacidade de avaliação crítica das questões, a partir de seu efeito a longo prazo, 
sobre o grupo e sobre si mesmo, e não de um ponto de vista egoísta; 
g) capacidade de participação efetiva de relações sociais, mas mantém o nível de 
participação compatível com sua personalidade, seus recursos e suas 
necessidades, bem como com as necessidades do grupo. 
 
3-1- 3 Maturidade intelectual 
 
Alguns psicólogos entraram em acordo no que se refere aos aspectos do 
desenvolvimento mental. Vejamos esses aspectos segundo Mouly (1966). 
a) O desenvolvimento mental envolve a ampliação dos horizontes intelectuais, 
temporais e espaciais. Com o desenvolvimento, o indivíduo torna-se sempre mais 
capaz de compreender e de pensar o passado, o presente e o futuro. A criança 
pequena só tem condições de perceber e viver o presente, o ser adulto pode 
perceber e, até certo ponto, viver o passado e o presente, sempre mais distantes. 
b) Quanto ao espaço, ocorre a mesma coisa, a criança só compreende o espaço 
mais próximo, desenvolvendo-se, amplia sempre mais a extensão desse espaço, 
até incluir nele o mundo e o universo. 
c) O desenvolvimento mental envolve um aumento da capacidade para lidar com 
abstrações e símbolos. O exemplo mais característico deste desenvolvimento é o 
da linguagem. Por volta de dois anos, a criança usa aproximadamente 150 
palavras, aos sete anos pode utilizar aproximadamente 2 500 palavras. Além da 
ampliação do vocabulário, sua linguagem torna-se cada vez mais complexa e rica 
em possibilidades de expressão de ideias. 
14 
 
 
d) O desenvolvimento mental envolve uma capacidade de concentração por períodos 
mais longos. Quanto mais nova a criança, menor sua capacidade de atenção e 
concentração em uma tarefa. 
e) O desenvolvimento mental envolve um declínio do devaneio e da fantasia. Os 
sonhos, devaneios e fantasias infantis não constituem fuga da realidade, mas são 
normais e necessários para o desenvolvimento da criança. 
f) O desenvolvimento mental envolve o desenvolvimento da memória. Muitos podem 
pensar que é na infância que a pessoa tem maiores possibilidades no campo da 
memória. Entretanto, isso não é verdade, pois a linguagem, as experiências, as 
percepções e a compreensão infantil estão longe de ter atingido seu 
desenvolvimento máximo, e portanto, de possibilitar uma memória altamente 
desenvolvida. 
g) O desenvolvimento mental envolve um aumento da capacidade de raciocínio. O 
raciocínio adulto será menos ingênuo e egocêntrico que o raciocínio infantil. 
 
3-1- 4 Maturidade emocional 
 
O que se entende por maturidade emocional? De forma simplificada podemos dizer 
que é um processo contínuo para conhecer e administrar as emoções . 
Maturidade emocional quer dizer também capacidade de usar 
recursos emocionais a fim de obter satisfação por coisas agradáveis; 
ser capaz de amar e de aceitar amor; experimentar cólera frente a 
contrariedades que provocariam a ira em qualquer pessoa razoável, 
aceitar e compreender o significado do medo que surge quando se 
enfrenta algo ameaçador, sem precisar usar falsa máscara de 
coragem, alcançar e buscar o que a vida possa oferecer, ainda que 
isso signifique enfrentar a possibilidade de ganho e de perda, de 
alegria ou de tristeza. Jersild (apud: Pfromm Netto, p.136): 
 
 
Podemos dar um exemplo de maturidade do aluno para o aprendizado da escrita 
abordando todos os aspectos enfocados. 
Para que o aluno consiga dominar a linguagem escrita e o ato de escrever é necessário, 
segundo algumas teorias, que ele tenha atingido maturidade intelectual, que é a capacidade que o 
indivíduo tem de pensar e também de raciocinar, ou ainda, do conhecimento que a pessoa tem de 
si mesmo e do mundo que o cerca. Aqui ele precisa compreender o significado dos sinais 
gráficos. 
Já a maturidade física, que se refere ao crescimento orgânico, é responsável pela 
manipulação de objetos e de exercício do próprio corpo. No caso do aluno que está aprendendo a 
escrever, deve ter condições de segurar o lápis e manejá-lo de maneira adequada. 
A maturidade social é a maneira como esse aluno reage diante das situações que envolvem 
outras pessoas; quanto mais ela cresce, mais aceita os outros e torna-se aceita, sendo capaz de 
interagir no grupo de maneira satisfatória. 
A maturidade emocional é o modo particular como cada aluno integra as suas experiências. 
É o sentir vergonha, medo, e a capacidade de se concentrar nas atividades que fazem parte do 
aprendizado da escrita. 
15 
 
 
 
4.2 Fatores externos que contribuem para a modificação do comportamento 
 
 
Dentre os fatores externos modificadores do comportamento podemos destacar o 
ambiente social, a alimentação e os cuidados com a preservação da natureza. 
 
3-2-1 Ambiente social 
 
O ambiente social em que a criança vive é um fator que influencia em seu 
comportamento; podem-se incluir aqui a escola, a família, a classe e o grupo social ao 
qual a criança pertence. 
O ambiente social em que a criança convive deverá proporcionar oportunidades para 
um desenvolvimento sadio. 
 
 
3-2-2 Alimentação 
A alimentação é uma necessidade primária e, quando não saciada, pode interferir 
na disponibilidade da pessoa para qualquer atividade. Uma criança com fome está 
menos disponível para brincar, correr e, inclusive, para aprender, encontrando assim 
inúmeras dificuldades. 
Um dos aspectos fundamentais a serem discutidos são os hábitos alimentares. Uma 
criança precisa de uma alimentação rica e saudável para um bom desenvolvimento, mas 
isso só será possível na medida em que houver uma melhoria na distribuição de renda e 
do acesso às informações. 
16 
 
 
Baseando-se nos estudos dos fatores internos e externos que levam à modificação 
do comportamento, elabore um texto sobre: "A importância dos fatores internos e 
externos no processo ensino-aprendizagem". 
 
 
3-2-3 Preservação da natureza 
 
A sobrevivência da humanidade depende da 
preservação da natureza, um fator importante para o 
desenvolvimento humano. 
A poluição do ar, do solo, das águas, poluição visual e 
sonora podem trazer consequências para o 
desenvolvimento infantil, dificultando assim o rendimento 
escolar. Nas grandes cidades onde existe excesso de 
barulho, isso acarreta dificuldades de concentração, além 
de prejudicar o aparelho auditivo; a poluição visual pode 
trazer cansaço e fadiga; e a poluição do ar pode trazer problemas respiratórios. 
A natureza de forma geral, as espécies animais e as áreas verdes precisam ser 
preservadas, pois é desse equilíbrio que o ser humano necessita para sobreviver e se 
desenvolver de forma harmoniosa e saudável. 
 
Refletindo... 
 
 
 
4.3 Fases do desenvolvimento humano 
 
 
O desenvolvimento é um processo dinâmico do organismo, e não há momentos deruptura radicais, ou seja, vai-se completando em diferentes níveis de amadurecimento. 
Crianças não podem se comportar como adultos, porque resultam de níveis de 
amadurecimentos diferentes. 
Sabendo que o desenvolvimento do ser humano é contínuo, alguns estudiosos 
dividiram esse processo em etapas, com características próprias, a fim de facilitar o 
estudo. São elas: vida pré-natal, que compreende a vida intrauterina; a infância, que se 
estende do nascimento aos doze anos; a adolescência, compreendida entre doze e vinte 
e um anos; a fase adulta, dos vinte e um aos sessenta e cinco anos, e a velhice, após os 
sessenta e cinco anos. 
17 
 
 
Essa divisão foi baseada em diferentes critérios que se estabeleceram para concluir 
se um indivíduo ainda é criança, se já é adolescente, ou um adulto 
Passamos a descrever esses períodos que são: pré-natal, período do recém-nascido 
período da infância puberdade e adolescência. 
3-3-1 Período pré-natal 
A vida de um indivíduo não começa no momento em que nasce, mas 
no instante em que é concebido. 
O bebê passa nove meses no ambiente uterino, sujeito a influências, 
pois embora vivendo sua vida com independência de órgãos e circulação, 
vive também a vida de sua mãe. A vida orgânica e psíquica da mãe, a 
posição do feto e muitos outros fatores importantes são envolvidos nesse 
processo. 
Todas as sensações vividas no ambiente intrauterino têm um papel importante no 
desenvolvimento posterior do indivíduo. 
Para uma boa evolução do ser em formação é preciso, além de boa saúde, a boa 
formação psicológica e um relacionamento satisfatório dos pais. A criança deve ser 
concebida na alegria e não deve ser objetivo e compensação, caso contrário, acarretará 
problemas futuros e a mãe não terá uma gravidez satisfatória. 
Não há comunicação entre o sistema nervoso da mãe e do feto, mas as ansiedades 
ou estimulações levadas pelo sangue podem ser irritantes para o feto. 
As emoções da mãe, de forma indireta, através da atividade bioquímica do seu 
organismo, irão exercer uma poderosa influência sobre o ser em formação. 
A fase principal da gestação, na qual o ser está mais aberto às influências, é a dos 
três primeiros meses. 
 
3-3-2 Período do recém-nascido 
Este período inicia-se com a passagem da 
vida intrauterina para o meio exterior e termina 
com a queda do cordão umbilical. Este período 
tem uma duração média de sete dias, quando se 
inicia a primeira infância. 
18 
 
 
3-3-3 Período da Infância 
 
Esse é um período longo e a caracterização de cada uma dessas etapas precisa ser 
detalhado. 
A Infância inicia-se com a queda do cordão umbilical e termina com a puberdade. 
Podemos classificar a infância em: 
Primeira infância tem início com a queda do 
cordão umbilical e termina com o desenvolvimento 
da oralidade e do caminhar. A criança já poderá se 
alimentar sozinha e já possui uma certa 
independência da mãe. No final deste período 
começa a desenvolver a dentição. 
Segunda infância - Inicia por volta dos dois anos 
ou com o desenvolvimento e aquisição da linguagem 
oral. Esta fase da infância termina aos seis anos. 
Meninice- Geralmente inicia com a primeira 
série do Ensino Fundamental e vai até a puberdade. 
Nesta fase a criança já se expressa socialmente com 
mais facilidade. 
3-3-4 Puberdade - 
Período que, nas meninas, tem início mais cedo, geralmente por volta dos doze 
anos, já, no menino, em torno dos quatorze anos. É um período curto, de 
aproximadamente dois anos. Nesta fase há os segredos, os diários, as conversas 
confidenciais. No menino, a voz começa a engrossar e, nas meninas, aparece a 
menstruação e o crescimento dos seios. 
3-3-5 Adolescência 
Não podemos estabelecer limites para a duração desse período, porque sua 
evolução sofre influências como hereditariedade, maneira de viver, clima, tipo de 
atividade, meio social, condições econômicas, entre outros fatores. Mas, de um modo 
geral, podemos dizer que entre os dez, doze anos até os vinte, vinte e dois anos é que 
acontece a fase da adolescência. 
O adolescente, mesmo que encontre condições de escolha para o futuro, algumas 
das quais podem durar para a vida toda como casamento, ter filhos e escolha de 
profissão, toma essas decisões num tempo crítico, sendo que isso é dificultado pela 
sociedade que lhe dá pouca liberdade de escolha. O adolescente perde a posição que, 
19 
 
 
enquanto criança, tinha como bem definida pela sociedade; e, pior, não consegue se 
integrar no mundo adulto. A impressão que se tem é de que a criança tem tudo de que 
precisa para viver no mundo social, e de repente tem que se adaptar a um mundo novo, 
com outra escala de valores. Pode-se inaugurar aqui um drama, além do desenvolvimento 
intenso nos campos biológicos, fisiológicos e psíquicos. 
Na puberdade é que ocorrem as mudanças físicas, variando muito o início de uma 
pessoa para outra. 
As mudanças biológicas e fisiológicas acontecem 
na puberdade, ou seja, o indivíduo atinge a fase genital, sente prazer 
nas relações sexuais e já é capaz de gerar filhos. 
As modificações físicas acontecem rapidamente, sem um preparo 
psicológico, o que torna o processo motivo de preocupações, uns 
acabam ficando receosos e outros, orgulhosos. Acontece um 
crescimento desarmonioso, deixando-os desajeitados, vítimas de críticas dos adultos e 
dos próprios colegas. 
A adolescência é mais abrangente que a puberdade e o seu início é marcado pelas 
mudanças fisiológicas, enquanto que o fim da adolescência depende muito do tipo de 
sociedade e do tipo de vida que o indivíduo leva. Cada indivíduo vive essa fase de uma 
forma, porque depende, também, do tipo de temperamento, influências do ambiente 
familiar e escolar e da história da sua infância. Podemos dizer que é uma época de 
problemas (físico, sexual, emocional, religioso, intelectual, social, familiar, vocacional, 
moral e escolar) mas que também pode ser enfrentado pelo adolescente com 
tranquilidade se ele souber aceitá-los e enfrentá-los com compreensão, confiança, 
serenidade e firmeza. 
 
4.4 Princípios do desenvolvimento 
 
O comportamento e o desenvolvimento do ser humano nos reservam grandes 
surpresas, pois as pessoas são diferentes, com ideias e características próprias . Apesar 
dessas diferenças, podemos destacar algumas fases que acontecem no desenvolvimento 
de todo ser humano. São etapas que obedecem a uma sequência, embora varie a idade 
em que cada ser humano inicia cada fase e quanto tempo permanece nela, determinadas 
também pelas maneiras diferentes de pensar e agir. 
Segundo Pfromm Netto, podemos estabelecer alguns princípios essenciais que 
norteiam esse estudo. 
 
20 
 
 
 
3-4-1 O desenvolvimento como processo contínuo 
 
O desenvolvimento é um processo contínuo e ordenado, marcado por uma 
transformação estrutural no indivíduo. 
De um modo geral, podemos citar quatro etapas: infância, adolescência, idade adulta 
e velhice. Nesta sequência, uma etapa sempre influencia a outra que vem depois. Em 
relação ao desenvolvimento físico das diversas partes do corpo, estas etapas são 
determinadas geneticamente. 
3-4-2.As sequencias céfalo caudal e próximo distal 
 
O desenvolvimento segue as sequencias céfafo-caudal e próximo distal. 
No recém-nascido o tamanho da cabeça é desproporcional ao tamanho do seu 
corpo, porque há inicialmente um crescimento e desenvolvimento das partes próximas ao 
cérebro e, em seguida, o desenvolvimento se estende por todo o corpo. Uma criança 
primeiro sustenta a cabeça, depois levanta o tronco, em seguida senta, engatinha e 
finalmente anda. A sequência próximo-distal indica o amadurecimento das partes centrais 
do corpo e depois das periféricas. É o desenvolvimento de dentro para fora. Como 
exemplo podemos citar o fato de uma criança adquirir maior controle do braço, depois do 
antebraço e, finalmente dos dedos. 
3-4-3 Das respostas gerais às específicas 
 
O desenvolvimentoprogride de respostas gerais para respostas específicas. O 
indivíduo, quanto mais se desenvolve, mais se torna capaz de respostas específicas. Em 
relação ao seu desenvolvimento físico, uma criança recém-nascida, quando estimulada em 
alguma parte do corpo, responde com todo o organismo. É o que chamamos respostas de 
massa. Um bebê maior, quando recebe uma picada no pé, ou seja, quando é estimulado em 
uma área específica de seu organismo, reagirá desviando apenas o pé que foi estimulado. 
Na aprendizagem da fala, um bebê emite todos os sons da fala primeiro, depois poucas 
palavras para dizer uma porção de coisas, depois é que fala uma palavra para cada 
20 
 
 
coisa específica. 
No que se refere à escrita da criança, primeiro ela escreve com todo o seu corpo, ela 
movimenta ao mesmo tempo a cabeça, tronco e membros. Depois que suas estruturas 
nervosas amadurecem e que exercita essa .habilidade, que os movimentos tornam-se 
menores é que a criança começa a utilizar somente as mãos e os dedos. 
3-4-4.O ritmo de desenvolvimento 
 
Cada parte do organismo apresenta um ritmo próprio de desenvolvimento. 
Percebemos que a cabeça cresce de maneira acelerada e em ritmo diferente do resto 
do corpo, logo após o nascimento até mais ou menos os dois anos de idade, depois seu 
ritmo diminui. O tronco cresce significativamente até o primeiro ano de vida, enquanto que 
pernas e braços iniciam um crescimento mais acelerado aos dois anos. 
Um jovem fica muito preocupado com o tamanho de seus pés e das suas mãos, que 
ficaram muito grandes em relação ao restante de seu corpo, somente mais tarde é que 
tomam uma proporção normal. 
Por outro lado o ritmo de desenvolvimento de cada indivíduo tende a permanecer 
constante. O primeiro dentinho em uma criança pode nascer aos quatro meses como pode 
nascer aos dez meses de idade. Uma moça pode menstruar aos 10, 14 ou 16 anos, isso vai 
depender do ritmo de desenvolvimento de cada ser humano, mas que pode ser perturbado 
por influências internas e externas, como doenças ou falta de uma alimentação adequada. 
 
3-4-5 Complexidade e interrelação de aspectos do desenvolvimento 
 
O desenvolvimento é complexo e todos os seus aspectos são interrelacionados. 
Só podemos dividir o desenvolvimento do ser humano para fins de estudo, uma vez 
que a criança se desenvolve sempre como um todo, intelectual, física, emocional e 
socialmente, sendo todos esses aspectos interdependentes, ou seja, todos os processos de 
desenvolvimento estão em constante interação, podendo um processo interferir no 
desenvolvimento do outro. 
 
 
4.5 Desenvolvimento físico e motor 
 
 
Um bebê difere de outro ao nascer, na sua estatura e peso, mas a maioria nasce 
com cinquenta centímetros de altura e pesa entre três e cinco quilos; normalmente os 
21 
 
 
meninos são maiores que as meninas. Os primeiros dois anos do bebê e o início da sua 
adolescência são os momentos em que o crescimento apresenta maior velocidade, 
havendo muitas diferenças no ritmo de crescimento de cada indivíduo. 
Crescimento refere-se às mudanças das dimensões corpóreas, peso e estrutura. É 
importante evidenciar que crescimento e desenvolvimento são processos distintos, mas 
inseparáveis, que produzem no 
homem as mudanças mentais, 
sociais, físicas e emocionais; ou seja, 
o biológico deve interagir sempre 
com o social e o psicológico. 
É preciso compreender o 
homem não só no seu crescimento 
como em seu desenvolvimento. 
Quando o bebê nasce, já estão 
presentes os sentidos: visão, 
audição, olfato, tato e paladar, e 
vários reflexos, tosse, preensão, 
vomito, sucção, inclusive o reflexo de 
andar e o de nadar. 
O desenvolvimento das 
habilidades motoras (movimentar, 
agarrar, sentar, engatinhar e andar) 
são muito visíveis na criança e 
seguem uma ordem de 
desenvolvimento, embora varie muito 
de idade. Algumas crianças andam com dez meses, outras com mais de um ano. 
O treinamento precoce dessas habilidades pode ser prejudicial, porque produz 
frustrações e também experiências negativas, bem como a privação de oportunidades, 
como deixar a criança sem a possibilidade de movimentos por muito tempo, ou, ainda, 
pode retardar seu desenvolvimento motor. 
Observai a natureza e segui o caminho que ela vos traça. Ela exercita 
continuamente as crianças; endurece o seu temperamento com provas de 
toda espécie; e ensina-lhes, muito cedo, o que é uma dor e o que é um 
prazer. Rousseau 
22 
 
 
 
 
 
 
 
Como dado interessante porque apresenta uma reversão nas ideias sobre as fases 
de desenvolvimento humano sugerimos assistir e fazer uma resenha sobre o filme de 
Benjamin Button .que conta a história da vida de uma pessoa nasceu de forma incomum, 
com a aparência e doenças de uma pessoa em torno dos oitenta anos mesmo sendo um 
bebê. Ao invés de envelhecer com o passar do tempo, Button rejuvenesce. O filme o 
Curioso caso de Benjamin Button é do ano de 2009 e foi dirigido por David Finch. 
Ainda a respeito de cinema aconselhamos a assistir o filme Bebês (2010) de Thomas 
Balmés, que acompanha a vida de quatro bebês durante um ano. São tomadas cenas de 
um bebê na Mongólia, outro na Nigéria, outro nos Estados Unidos e outro no Japão 
 
 
4.6 Desenvolvimento emocional e social 
 
 
Será que quando uma criança nasce, ela traz consigo sentimentos de amor, raiva, 
ódio, medo, etc., ou são as experiências que ela adquire com os adultos nos primeiros 
anos de vida é que vão estabelecer o tipo de relacionamento que elas vão ter com as 
outras pessoas? As atitudes positivas ou negativas que a 
criança adquire são o resultado da ligação afetiva que ela 
tem com a mãe ou com as pessoas de seu convívio? 
Alguns psicólogos estudaram e observaram as 
emoções que uma criança apresenta desde o nascimento, e, 
através dessas observações, John B.Watson sugeriu que a 
criança nos primeiros meses de vida apresenta emoções 
como o medo, cólera e amor. Em relação aos medos, a 
criança retinha a respiração; fechava os olhos, tremia, 
gritava, chorava e fechava as mãos em forma de garras, 
quando ouvia sons altos ou quando retiravam-na 
bruscamente de um apoio corporal. 
A cólera causava retenção dos movimentos espontâneos, os braços e os pés eram 
movimentados com violência, a criança gritava e sua face contraía. 
No amor, ela respondia com relaxamento muscular e uma respiração tranquila 
Sugestão de Filme 
23 
 
 
quando era provocado por um contato suave, acalento ou acariciamento de algumas 
partes do corpo. 
Mas, outros estudos colocaram essa teoria em dúvida, achando difícil identificar as 
reações dos recém-nascidos. 
Para Bridges, quando uma criança nasce, ela só apresenta um comportamento 
emocional, ou seja, uma excitação difusa, que acontece quando há mudanças bruscas no 
ambiente. A partir dessa excitação é que se diferencia o prazer e o desprazer, e a partir 
deste desprazer identificam-se respostas de cólera e medo. 
Entre nove e dez meses a animação e a afeição pelos adultos são desenvolvidas a 
partir de satisfação ou do prazer. A afeição por outras crianças aparece com um ano e 
três meses; o ciúme, quando a criança já está com um ano e quatro meses, e as 
manifestações de alegria e risadas, quando a criança está com um ano e dez meses. 
Esses comportamentos aparecem graças à maturidade que, com o desenvolvimento, 
se manifesta na criança, podendo ser modificados. A criança aprende a expressar suas 
emoções, à medida que o desenvolvimento vai se processando, 
Quando a criança passa a usar mais a linguagem, consegue expressar suas 
emoções por palavras e não mais por atos. 
É natural uma criança em idade pré-escolar sentir ciúmes de seus brinquedos, dos 
seus pais, não os dividindo com ninguém. 
Durante o período escolar, a atenção da professora e as notas são causas de 
emoções, a criança já consegue se controlar ou disfarçar suas reações de desgosto. 
A criança muda o seu estado emocional com frequênciae rapidez. Uma hora chora e 
imediatamente sorri, com muita facilidade, ela apresenta episódios emocionais, enquanto 
os adultos apresentam estados emocionais. 
Com Copérnico, o homem deixou de estar no centro do universo. Com 
Darwin, o homem deixou de ser o centro do reino animal. Com Marx, o 
homem deixou de ser o centro da história (que, aliás, não possui um 
centro). Com Freud, o homem deixou de ser o centro de si mesmo. 
Eduardo Prado Coelho 
 
 
 
4.7 Desenvolvimento da personalidade em Freud 
 
 
A construção da personalidade ocupa um papel de suma importância para a 
psicanálise, o que muito contribui para que possamos compreender a afetividade do 
24 
 
 
sujeito. Sem dúvida o maior nome da Psicanálise é o de Freud. 
 
SIGMUND FREUD - Fundador da psicanálise 
 
Nasceu em 06-05-1856 e faleceu em 23-09-1939. 
Alguns aspectos da abordagem do autor passam a ser descritas. Chama-se de 
aspecto energético o que coloca a conduta em movimento. A conduta é o que determina 
o comportamento das pessoas. 
Pesquisas mostram que o sujeito se desenvolve, também, em virtude do interjogo 
entre o sujeito e o meio ambiente, ou seja, é o resultado das operações cognitivo - 
afetivo, possuindo um caráter estrutural, que Piaget nos coloca muito bem, e que veremos 
a seguir no desenvolvimento cognitivo, e outro energético, vindo da conduta do sujeito. 
Observa-se a necessidade de haver uma integração entre os fatores do meio e os que o 
sujeito já possui. 
A personalidade é o ponto pacífico para que haja a aprendizagem e o 
desenvolvimento, uma vez que ela reúne os padrões individuais de reação e interação 
com os outros, reunindo o afetivo e o cognitivo. 
Freud expressava, em suas primeiras obras, grande convicção de que o psiquismo 
do ser humano se estruturava em duas partes: o consciente e o inconsciente. 
Para Freud o consciente era considerado como insignificante, era apenas o aspecto 
superficial de toda a personalidade. Já o inconsciente era encarado como o poderoso e 
entendido como o que contém forças ocultas, que impulsionam todo o comportamento do 
homem. 
Revendo mais tarde sua distinção sobre consciente e inconsciente, Freud apresentou 
do que realmente se constrói o aparelho mental: id - ego - superego. 
O id corresponde ao inconsciente, o qual segundo Freud é a parte primeira, à qual, 
temos menos acesso. Existem ali forças poderosas. Nessas forças podemos incluir 
nossos impulsos sexuais e instintivos. O id busca, sempre, satisfação imediata e nunca 
leva em conta as circunstâncias. Freud deu o nome de princípio de prazer, a atuação do 
id. 
O ego é o que ele já denominara consciente. O ego é o representante da razão. É o 
mediador entre o "eu" e o "mundo externo". O ego está sempre consciente da realidade, 
assim, Freud o chamou de princípio da realidade. 
Existe uma interação entre eles para que possamos manter o equilíbrio entre os 
impulsos do desejo e o que a realidade me exige como comportamento. 
25 
 
 
O terceiro componente é o superego que se desenvolve cedo na infância, através de 
"regras" e "limites"; o superego surge como uma censura, determinado como 
autocontrole. 
Se por um lado o ego tenta mediar as paixões e os impulsos do id, o superego inibiu 
por completo. 
São os instintos propulsores de toda a dinâmica de todo o comportamento humano, 
no sentido amplo de toda a atividade observável. A libido é a forma de energia na qual se 
manifestam os instintos da vida. 
 
 
Tendo em mente as explicações sobre a psicanálise em Freud,(p22 em diante) 
Interprete a imagem a seguir 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte:institutoluzes.com.org-maio de 2014 
 
 
Significado de Libido 
 
s.f. Busca instintiva pelo prazer sexual; desejo sexual: algumas pessoas 
seguem sempre sua libido. 
Psicanálise. Segundo as teorias Freudianas, refere-se à energia vital que está 
na base das modificações da pulsão sexual. 
Psicanálise. Segundo as teorias de C.G. Jung, força ou energia psíquica. 
(Etm. do latim: libidus.inis) 
Fonte: http://www.dicio.com.br/libido/ Acesso em maio de 2014 
http://www.dicio.com.br/libido/
26 
 
 
Grito de Alerta 
 
Primeiro você me azucrina 
Me entorta a cabeça 
e me bota na boca 
um gosto amargo de fel 
Depois vem chorando desculpas 
assim meio pedindo 
querendo ganhar 
um bocado de mel 
Não vê que então eu me rasgo 
engasgo, engulo 
reflito e estendo a mão 
E assim nossa vida 
é um rio secando 
as pedras cortando 
eu vou perguntando 
até quando? 
São tantas coisinhas miúdas 
roendo, comendo 
arrasando aos poucos 
com o nosso ideal 
São frases perdidas num mundo 
de gritos e gestos 
num jogo de culpa 
que faz tanto mal 
Não quero a razão pois eu sei 
o quanto estou errado 
e o quanto já fiz destruir 
Só sinto no ar o momento 
em que o copo está cheio 
e que já não dá mais pra engolir 
Nosso caso é uma porta entreaberta 
Eu busquei a palavra mais certa Vê 
se entende o meu grito de alerta 
Veja bem 
É o amor agitando meu coração 
Há um lado carente dizendo que sim 
E essa vida da gente gritando que não 
 
Segundo a canção "Grito de Alerta", tão bem interpretada por Gonzaguinha, podemos 
perceber que "viver é fácil", o difícil é conviver, baseando na teoria freudiana no que se refere ao 
id, ego e superego, pense e interprete a seguinte frase que diz: 
 
"Há um lado carente dizendo que sim, e essa vida da gente gritando que não". 
27 
 
 
 
O primeiro ano de vida é importantíssimo, ele dá significado à constituição do 
indivíduo. Assim, ao nascer, o bebê possui extrema dependência e vulnerabilidade, sendo 
que seu sistema nervoso está ainda inacabado e o cérebro não está pronto para 
funcionar no controle do comportamento. Um suprimento mais constante e adequado de 
oxigênio constitui-se em uma exigência importante para o desenvolvimento do cérebro. 
Com isto, observamos que não podemos ensinar uma criança a respirar, mas podemos 
oferecer-lhe os estímulos necessários para fazer funcionar importantes reflexos. 
Nesta fase de vida, o comportamento liga-se predominantemente aos ajustamentos 
orgânicos internos, a maturação do sistema nervoso do bebê só se realizará 
perfeitamente em condições familiares favoráveis. 
Assim, o relacionamento mãe-filho baseia-se em ajustamentos emocionais e sociais 
do bebê, cujos impulsos estarão em torno da mãe. A resposta desperta no bebê a 
capacidade para o reconhecimento e a necessidade de saber e amar, forças estas que 
podem tornar-se tão fortes como o anseio que as trouxe à vida. 
Faz-se necessária também a presença do pai no início da vida do bebê, pois a sua 
falta poderá deixar um vácuo penoso nos sentimentos da criança. 
É importante também ressaltar o bom relacionamento entre os pais para que o bebê 
tenha uma estabilidade psicológica, pois os bebês não pensam, mas sentem, sendo que 
o efeito de um distúrbio emocional, logo cedo, é muitas vezes conservado na vida adulta, 
embora o indivíduo desconheça que tais sentimentos fazem parte de sua bagagem 
emocional. 
As principais fases do desenvolvimento da personalidade são as fases: oral, anal, 
fálica, latência e genital.: 
 
3.8.1 Fase oral - (O a 18 meses) 
O bebê explora o mundo pela boca, sendo esta a 
via pela qual ele aplaca a fome, a sede, para, assim, 
diminuir a tensão e restabelecer o conforto. A boca 
passa a ser o centro do mundo para o bebê, a sua maior 
fonte de satisfação no processo de adaptação fora do 
útero. A sucção torna-se, ainda, uma função capital, pois 
28 
 
 
além de receber o alimento, satisfaz importantes necessidades psicológicas do bebê. 
A amamentação ao seio é a primeira satisfação que o bebê tem, após o nascimento, 
por intermédio da mãe. Desta maneira, o bebê tende a adquirir mais confiança e fé em 
sua mãe e, consequentemente, são mais fáceis de conduzir e orientar. Já o desmame 
deve ser um processo lento e gradual, quando a presença da mãe deve ser constante, 
para que não traga consequênciasdrásticas ao bebê. 
É necessário que se evitem frustrações para o novo ser nos primeiros meses de 
vida, pois isso lhe causa exagerada tensão, cujos efeitos podem resultar em perturbações 
do comportamento. Assim, para o bebê, o princípio de prazer deve predominar e o que se 
pode fazer com segurança é introduzir, aos poucos, ordem em suas funções, tornando-as 
fáceis e satisfatórias. 
 
3.8.2 Fase anal (18 meses a 3 anos) 
 
"O prazer da criança estaria voltado para a eliminação e retenção das fezes e da 
urina". 
Essa é a fase em que a criança aprende a controlar os esfíncteres, e passa a derivar 
prazer ou desprazer na expulsão ou retenção das fezes. 
Se nesta fase a criança passar por muitas frustrações, através de um controle muito 
severo dos esfíncteres, por exemplo, sua estrutura de personalidade poderá interferir no 
seu desenvolvimento. Psicanalistas atribuem a avareza, a exagerada preocupação por 
limpeza e a meticulosidade, às frustrações ocorridas nesta fase. 
 
3.8.3 Fase fálica (3 a 6/7 anos) 
 
É assim denominada a fase do desenvolvimento da personalidade, na qual o pênis 
(falo = pênis) é o principal objeto de interesse para a criança de ambos os sexos. O 
interesse está nas diferenças anatômicas do menino e da menina; durante esta fase a 
criança demonstra desejo de mostrar e ver os genitais. A criança se interessa e também 
fantasia as questões voltadas para a origem dos bebês, e também o papel que os pais 
desempenham na procriação. 
Reações punitivas por parte principalmente dos pais sobre esses interesses, 
segundo a concepção freudiana, pode ter um efeito negativo na identificação sexual 
futura. 
29 
 
 
Segundo Freud, é a fase na qual nasceria no menino o temor à castração e na 
menina o desejo do pênis que lhe falta, acompanhado de um ressentimento contra a mãe 
que não a dotou disso. 
Nessa fase, acontece também o Complexo de Édipo, que recebeu este nome, tendo 
como referência a lenda grega, a qual relata que Édipo matou involuntariamente o seu 
pai, casando-se com a mãe. Nesse estágio a criança sente certa rejeição pelo progenitor 
do mesmo sexo, na qual vê como um rival. Posteriormente irão identificar-se com o 
progenitor do mesmo sexo para conquistar o sexo oposto. 
As figuras paternas e maternas necessitam de que seus papéis sejam determinados 
e seguros, pois, caso contrário, os filhos poderão desprezar suas figuras. Com o término 
desses três importantes estágios, a criança ingressa num outro período que Freud 
denominou de latência: 
 
3.8.4 Fase de latência (7 a 12 anos) 
 
 
F 
No período da latência ocorre o declínio do complexo de 
Édipo e sua resolução. O superego assume a herança do 
complexo edipiano, que representa a moral que proíbe o incesto, e 
expressa uma vitória da espécie sobre o indivíduo. A criança 
também começa a escolarização durante este período, e as novas 
atividades absorvem suas energias quase que totalmente. Nesta 
fase, a interação com outras crianças é quase exclusivamente com membros do mesmo 
sexo. 
3.8.5 Fase genital (12 anos até a idade adulta) 
 
A ligação sexual é mais madura. Algumas pessoas que não foram bem sucedidas na 
resolução da crise edipiana podem ter identificações confusas que alteram sua habilidade 
de enfrentar o reaparecimento das energias sexuais durante a adolescência. Outras não 
tiveram um estágio oral satisfatório e assim não têm muito claros os alicerces de um 
relacionamento amoroso. Tudo isso poderá interferir na completa resolução dos conflitos 
da puberdade. 
30 
 
 
 
 
31 
 
 
Ao final do capítulo sobre o desenvolvimento cognitivo você deverá ser capaz de : 
• Avaliar a contribuição facilitadora de Piaget, relativas ao nosso conhecimento sobre 
os alunos e suas aprendizagens 
▪ Reconhecer nas ideias de Piaget os princípios de equilibração- acomodação e 
assimilação 
▪ Descrever características dos diferentes estágios do desenvolvimento cognitivo 
apresentados pelo autor 
▪ Identificar as ideias piagetianas para conhecimento restrito e conhecimento amplo 
 
 
4. DESENVOLVIMENTO COGNITIVO 
 
"Conhecer não é contemplar passivamente, mas agir sobre coisa e acontecimentos, 
construindo-os e reconstituindo-se em pensamento". Jean Piaget (1896 -1980) 
O biólogo suíço, Jean Piaget foi, sem dúvida alguma, um dos grandes gênios do 
nosso tempo. Escreveu mais de cinquenta livros e monografias, tendo publicado centenas 
de artigos. Sua preocupação mais forte foi com o sujeito epistêmico, isto é, o sujeito que 
protagoniza o papel central do modelo piagetiano, pois a grande preocupação da teoria é 
desvendar os mecanismos processuais do pensamento do homem 
 
Piaget deu grande ênfase ao processo de interação indivíduo - ambiente, procurando 
entender os mecanismos mentais que o indivíduo utiliza para captar o mundo. Esse 
processo de relação com meio depende do conhecimento. 
Investigou cientificamente, por mais de quarenta anos, como se dá o conhecimento 
realizando pesquisas com crianças, principalmente suas filhas, e usando a observação 
direta, sistemática e cuidadosa. 
Sua teoria explica que o desenvolvimento cognitivo é o progresso gradativo da 
habilidade dos seres humanos, no sentido de obterem conhecimento e de aperfeiçoarem- 
se intelectualmente. 
Jean Piaget afirma que a inteligência não é inata nem adquirida, mas é o resultado 
da construção do sujeito. Ao nascer, a criança encontra-se num estado de discriminação 
entre si e o mundo externo, construindo então os níveis do desenvolvimento cognitivo. 
Para Piaget, todo organismo vivo procura manter um estado de equilíbrio ou de 
adaptação, procurando compreender as relações que ele estabelece com o meio. Nesse 
processo dinâmico e constante, vão surgindo novas estruturas, novas formas de 
conhecimento que podem causar um desequilíbrio, mas as funções do desenvolvimento 
32 
 
 
permanecem as mesmas. 
Para alcançar um novo estado de equilíbrio, dois mecanismos são associados: a 
assimilação e a acomodação. 
Através da assimilação incorporamos o mundo exterior, atribuímos significações a 
partir de experiências anteriores, e, pela acomodação, o organismo precisa se modificar e 
se transformar para se ajustar às demandas impostas pelo meio. 
Os processos de assimilação e acomodação, ocorrendo durante anos, irão 
transformar as estruturas primitivas em estruturas mais sofisticadas. 
A natureza e a caracterização da inteligência mudam significativamente com o 
passar do tempo, portanto Piaget definiu alguns estágios para o desenvolvimento mental 
ou cognitivo, variando a idade para o aparecimento de cada um. 
 
4.1 Estágio da Inteligência sensório-motora 
 
 
A criança, desde o nascimento até mais ou menos 
dois anos de idade, resolve seus problemas 
exclusivamente através da percepção e dos movimentos; 
percebe o ambiente e age sobre ele. Para Piaget a 
estimulação visual, tátil e auditiva é fundamental no 
desenvolvimento do bebê (uso de chocalhos, móbiles, 
variedade na manipulação de objetos, várias 
possibilidades de se movimentar, etc.). Ainda no primeiro 
mês de idade, o bebê passa a maior parte do tempo 
dormindo, só acorda quando está com fome, molhado ou 
incomodado com alguma coisa, encontra-se num estado 
egocêntrico. Os esquemas sensório-motores são 
construídos a partir de reflexos inatos, como o de sucção 
e o de agarrar, depois é que a criança passa a coordenar 
esses reflexos, ou seja, ele melhora com suas 
experiências. 
33 
 
 
Por exemplo, um bebê suga melhor no décimo dia do 
que no terceiro dia. Já com quatro meses, a criança olha 
para aquilo que ouve, tenta alcançar objetos, agarra-os e 
coloca-os na boca. Aos seis meses o bebê adquire um 
conceito importante para o desenvolvimento mental, 
chamado objeto permanente, ou seja, ela passa a 
entender que um objeto, mesmo escondido, existe, 
embora ela não possa vê-lo. A criança sabe que o 
desaparecimento é apenas temporário. Exemplo:brincar 
de esconde-esconde, uma pessoa aparece e desaparece. 
A criança já pode manter em sua mente a figura do objeto 
desaparecido, é quase que como o início da memória 
elementar. 
Depois de um ano de idade, a criança já procura 
meios para atingir aquilo que deseja e, por volta de dois 
anos, ela já evolui de uma atitude passiva em relação a 
tudo que a rodeia para uma atitude mais ativa e 
participativa. 
 
4.2 Estágio da Inteligência intuitiva ou pré-operatório 
 
Nesse estágio, que vai dos dois aos sete anos, aparece o desenvolvimento da 
capacidade simbólica, ou seja, ela já usa símbolos mentais, imagens ou palavras, que 
representam coisas e pessoas ausentes. O sujeito passa a ter um pensamento intuitivo, 
ou seja, fazem julgamentos sem usar a lógica. As comparações mentais precisam ser 
vistas, tocadas, mostradas. O sujeito confunde o seu pensamento com o do sujeito com 
quem conversa. 
Um dos acontecimentos mais importantes nesta fase é o aparecimento da linguagem 
e, em virtude dela, o desenvolvimento do pensamento se acelera. 
34 
 
 
 
 
Piaget evidenciou algumas características do pensamento infantil neste estágio: 
• Egocentrismo: revela a incapacidade de a 
criança se colocar no ponto de vista do outro. 
O centro de tudo é o próprio sujeito. Um 
exemplo de pensamento egocêntrico é quando 
a criança faz uso do jogo da imaginação e da 
imitação (jogo simbólico), brinca de carrinho, 
casinha e comidinha; aqui, neste estágio, a 
criança transforma sua vida real em ficção, 
prevalecendo aquilo que deseja. 
• Pensamento verbal: é a fase do pensamento em que a criança deixa o 
pensamento egocêntrico e passa a procurar a razão causal e finalista de 
tudo. Nesse momento o pensamento infantil apresenta três 
características: 
a) Finalismo: é a famosa fase dos porquês, a criança precisa e quer saber o 
porquê das coisas, para ela, não existe o acaso, e tudo deve ter uma causa. 
b) Animismo: a criança dá vida aos objetos inanimados, e acredita que esses são 
capazes de sentir, andar, etc. Exemplo: A Lua está triste. 
c) Artificialismo: a criança acredita que ela ou qualquer ser humano criou tudo 
que existe no mundo. Exemplo: o homem fez as estrelas e as colocou no céu.. 
• Pensamento intuitivo: a criança pensa da forma como ela vê, ela afirma 
aquilo que percebe, sem conseguir reverter uma situação. Seu pensamento 
apresenta traços característicos. 
a) Centralização: conservação de massa/quantidade. A criança é capaz de 
perceber os diferentes aspectos de um objeto, ou de um conhecimento, usa 
mais a intuição do que a lógica. Exemplo: se mostrarmos para a criança duas 
massas de modelar com a mesma quantidade de massa, porém com formas 
diferentes, ela vai achar que tem mais massa aquela que para ela aparenta 
formato maior. 
b) Dicotomia: as crianças na fase pré-operatória conseguem usar critérios 
definidos para executar a classificação agrupando os objetos por acaso. Para 
essa criança objetos de formas, tamanhos e cores se misturam. A partir dos 
cinco anos elas já conseguem agrupar objetos identificando tamanho, forma ou 
35 
 
 
cor. 
c) Inclusão de classe: a criança neste estágio não consegue entender que um 
objeto pode pertencer ao mesmo tempo a duas classes. 
d) Seriação: a criança pequena é incapaz de perceber as diferenças de tamanho 
fazendo ordenações causais. 
 
 
4.3 Estágio Operatório Concreto 
 
 
Essas características do pensamento infantil aparecem dos sete aos onze, doze 
anos, quando o sujeito pensa vendo, fazendo, olhando. O sujeito pensa no que faz. Pensa 
fazendo e faz pensando. A criança usa sua lógica quando manipula objetos concretos, e 
em situações reais, e não consegue pensar em termos abstratos. Dando um exemplo: um 
problema de matemática, com enunciado verbal, torna-se muito difícil porque ela só se 
sente capaz de resolver situações-problemas através da manipulação dos objetos. Neste 
estágio as crianças já estão mais preparadas para começar um processo de 
aprendizagem sistemático, já são capazes de trabalhar em grupo e adquirirem autonomia. 
Ainda neste período a criança começa a entender noções de maior, menor, esquerda e 
direita. 
Seu pensamento está se tornando mais lógico e estável, mas ela ainda não é capaz 
de lidar com ideias abstratas. O uso de representações mentais de eventos e coisas já 
permite que a criança torne-se capaz de classificar, seriar, entender os princípios de 
conservação. A criança já descentraliza, ou seja, é capaz de levar em conta todos os 
aspectos de uma situação e compreende a característica reversível da maioria das 
operações. 
O egocentrismo diminui e a criança começa perceber que é um ser distinto e 
separado do resto do universo. Já é capaz de se colocar no lugar de outra pessoa e 
efetuar julgamentos morais. Os conceitos de realismo, animismo, e artificialismo já 
começaram a ser descartados de seu pensamento. 
É importante que o professor do Ensino Fundamental tenha consciência das 
capacidades que as crianças desta faixa etária apresentam; sempre voltadas para o 
desenvolvimento das operações concretas as crianças necessitam trabalhar, com tudo 
que possa ser visto e manipulado. Conceitos abstratos só têm validade se forem 
vivenciados na prática, ou seja, de nada adianta dar definições muito teóricas. 
36 
 
 
Terceiro momento 
Vamos ver como acontece a evolução da criança em relação à conservação(relativo 
ao pensamento intuitivo) que talvez seja o trabalho mais conhecido de Piaget. A 
capacidade que uma criança tem de conservar está presente quando ela já consegue 
reconhecer que duas quantidades iguais, de substância, volume ou peso, permanecem 
iguais, mesmo que essas quantidades sejam transformadas. 
Que tal realizar uma pesquisa? 
Para percebermos o nível de pensamento da criança, podemos aplicar as provas 
piagetianas, considerando sempre o ponto de vista infantil. 
Desenvolva uma pesquisa com duas crianças na faixa etária de 4/5 anos e outra de 8/9 
anos, realizando a prova piagetiana de conservação de massa. 
Conservação de massa 
 
- mostrar a caixa de massa de modelar nova; 
- pedir a criança que escolha duas cores; 
- pedir a criança que faça uma bola de cada cor escolhida. Perguntar 
à criança: 
- Você acha que nas duas bolinhas tem a mesma quantidade de massa? Ou alguma tem 
mais, alguma tem menos? 
(seja qual for a resposta da criança, devemos perguntar: por quê?) 
Nesse momento a criança deve ter a certeza de que nas duas bolinhas existe a mesma 
quantidade de massa, só assim poderemos seguir a prova. 
 
 
Agora, eu gostaria que você escolhesse uma cor para você. A criança escolhe uma cor e o 
examinador fica com a outra. 
Veja o que eu vou fazer com a minha bolinha.(O examinador estica sua bolinha, fazendo 
uma salsicha). 
Você acha que agora nós continuamos com a mesma quantidade? Ou alguém tem mais, 
alguém tem menos? 
(A criança responde). 
Perguntamos sempre, por quê? 
(Nesse momento ela vai responder conforme sua estrutura cognitiva permitir). 
Sempre voltamos a fazer a bolinha inicial e perguntamos novamente. 
 
Amassar a bolinha em forma de uma pizza. Perguntar 
novamente a criança: 
- Você acha que agora nós continuamos com a mesma quantidade de massa? Ou 
alguém tem mais, alguém tem menos? Por quê? (Volta a fazer a bola inicial) 
Quarto momento 
Fazer umas quatro ou cinco bolinhas 
- E agora, você acha que nós continuamos com a mesma quantidade de massa? 
Ou alguém tem mais, alguém tem menos? Por quê? 
Primeiro momento 
Segundo momento 
37 
 
 
 
 
4.4 Estágio das Operações Formais 
 
 
Após os doze anos, o pensamento que antes era concreto, agora passa a ser formal, 
abstraio. O adolescente já não precisa manipular objetos, tira suas conclusões através de 
hipóteses (pensamento hipotético - dedutivo) e imagina possibilidades, isto é, ele se torna 
capaz de tirar conclusões a partir de hipóteses. 
Se X é maior que J, e J émaior que Z, então X é maior que Z. 
No período anterior, seu pensamento operava apenas no concreto, agora 
desenvolve a capacidade para pensar abstratamente. isso permite que os jovens usem de 
flexibilidade nos problemas, pensem sobre hipóteses, testem e deduzam se ela é ou não 
verdadeira, ou seja, o adolescente já é capaz de raciocínio hipotético-dedutivo. 
À medida que esse adolescente foi crescendo, suas estruturas neurológicas também 
foram se desenvolvendo, seu ambiente social se ampliou e as oportunidades que ele teve 
de experimentação deixaram impressões sobre ele. As interações desses fatores 
possibilitaram que suas estruturas cognitivas amadurecessem. 
Ginsburg e Opper (1969) fazem um resumo dos pensamentos de Piaget no que se 
refere à atividade intelectual do adolescente. 
Na esfera intelectual, o adolescente tem uma tendência a envolver-se 
com questões abstratas e teóricas. Constrói elaboradas teorias 
políticas ou inventa doutrinas filosóficas complexas. Pode 
desenvolver plano para a reorganização completa da sociedade ou 
entregar-se à especulação metafísica. Acabando de descobrir 
capacidades para pensamento abstraio, ele passa a exercitá-las sem 
restrição. Com efeito, no processo de explorar suas novas 
capacidades, algumas vezes o adolescente perde contato com a 
realidade e julga que pode realizar tudo apenas pelo 
pensamento.(p.204-205) 
 
A estruturação da personalidade do adolescente é um período em que o jovem tem a 
necessidade de buscar sua identidade. É a fase em que se pergunta "Quem sou Eu?" Ele 
necessita desenvolver seus próprios valores, precisa ser amado e respeitado por outros 
jovens da mesma idade que a sua, tem a necessidade de descobrir o que pode fazer. De 
acordo com sua capacidade mental, encontra condições de construir uma realidade, 
elaborar projetos e colocá-los em ação, podendo trabalhar na realização destes 
38 
 
 
programas ou projetos de vida. 
Inhelder e Piaget (1976, p. 256) deixam clara a influência em relação aos projetos de 
vida. 
 
 
...Tem uma influência real no desenvolvimento ulterior do indivíduo e 
pode ocorrer que encontremos em seus papéis de adolescente o 
esboço de ideias que efetivamente desenvolverá mais tarde. Mas em 
muitos outros casos, os projetos da adolescência parecem mais uma 
espécie de jogo superior com funções de compreensão, da 
participação em ambientes realmente inacessíveis, etc. Assim, o 
adolescente aceita orientações que o satisfazem certo tempo e são, 
em seguida, abandonadas. 
Esses projetos de vida, indispensáveis para a estruturação de uma personalidade, 
podem ser abandonados a partir do momento em que ele percebe que seu desempenho 
não condiz com aquilo que seja necessário para a construção desses projetos. Daí a 
necessidade de intervenção dos adultos, entre eles pais e professores, em tornar o 
adolescente mais realista, apesar de o fato de sonhar ser um comportamento necessário. 
Na vida social do adolescente, ele prefere o convívio dos amigos ao da sua família; é 
muito sensível às demonstrações de amizade, solidariedade e de simpatia, busca a 
aprovação e luta para integrar-se num grupo social, aí seu interesse em participar de 
sociedades políticas, esportivas, etc. 
Num primeiro momento, o adolescente, em contato com amigos da mesma idade, 
discute as reformas sociais e só mais tarde é que passa a conviver com movimentos 
coletivos para a construção de um mundo melhor, busca uma realização pessoal e 
através do estudo e do trabalho adapta-se à sociedade. O fato de o adolescente muitas 
vezes querer viver a sua própria vida, de se sentir independente e adquirir experiência 
pessoal leva a uma difícil relação com os pais que tentam impor suas experiências, e que 
só ficam tranquilos à medida que o adolescente cede às pressões da sociedade e se 
enquadra nas regras do jogo do mundo dos adultos; comparado ao comportamento de 
um adolescente, Piaget(p 69) conclui: 
Aqueles que, entre quinze e dezessete anos, nunca construíram 
sistemas inserindo seu programa de vida em um vasto sonho de 
reformas, ou aqueles, que no primeiro contato com a vida material 
sacrificaram suas ideias quiméricas a novos interesses adultos, não 
foram os mais produtivos. A metafísica própria do adolescente, assim 
como suas paixões e megalomanias, são preparativas reais para a 
criação pessoal. 
39 
 
 
 
 
 
 
Leitura complementar 
 
 
Construtivismo de Piaget - Inteligência e Conhecimento 
 
O que é "construído" é inteligência e conhecimento. Para Piaget, estas palavras têm 
um significado, algo diferente do que usualmente tem para nós. Piaget usa ambos os 
termos para referir-se à mesma coisa: a inteligência adaptativa do indivíduo ou o 
conhecimento que o habilita a adaptar-se a um maior número de situações. 
Esse conhecimento é "conhecimento" no sentido amplo, e isto, para Piaget, é a 
mesma coisa que "inteligência". É diferente do conhecimento no sentido restrito, no qual o 
termo refere-se a uma pequena informação. 
Repetindo: "conhecimento", no sentido amplo, é o mesmo que "inteligência", e no 
sentido restrito, refere-se a uma pequena informação. 
Para ilustrar a diferença entre conhecimento no sentido amplo e conhecimento no 
sentido restrito, Furth (1969) dá um exemplo (que procuraremos adaptar ao nosso país): 
Se tentarmos ensinar às nossas crianças da pré-escola que Brasília é a capital do Brasil, 
o máximo que poderíamos obter seria uma repetição mecânica. As crianças não 
entenderiam a afirmação porque não têm o quadro geral de conhecimentos que 
necessitam para colocar esta afirmação. Elas precisam de um quadro geral de geografia 
e de organização política para compreender esta frase. Com quatro anos de idade, 
mesmo morando em Brasília e em um país ao "mesmo tempo", a palavra "capital" pode 
significar uma pessoa, um edifício, uma fonte ou nada. 
Para compreender "Brasília capital" e "Brasil" é necessário capacidade de 
classificação e generalização, A relação entre essas palavras precisa ser entendida como 
é para nós que conhecemos a relação entre Londres e Inglaterra, Paris e França, Lisboa 
e Portugal, etc. 
Crianças da sexta série poderiam compreender um pouco melhor que Brasília é a 
capital do Brasil, entretanto mais tarde, lendo jornais, estudando Geografia e História, e 
indo com pessoas mais velhas à Brasília, a mesma criança estará apta para extrair ricas 
afirmações da frase: "Brasília é a capital do Brasil", 
Se interrogada o que a palavra Brasília a faz lembrar, ela poderá dizer: Palácio da 
40 
 
 
Atividade 
A partir do exemplo de Brasília citado no texto (p 39 da apostila) aponte uma outra situação 
que envolva conhecimento específico e conhecimento amplo. 
Alvorada, Praça dos Três Poderes, Lago Paranoá, etc. Estas associações exemplificam o 
ponto de vista de Piaget, segundo o qual "desde que o conhecimento seja organizado 
numa totalidade estrutural coerente, nenhum conceito pode existir isolado". Cada conceito 
é sustentado e colorido por uma rede completa de outros conceitos. 
Conhecer o fato específico de que Brasília é a capital do Brasil é um exemplo de 
conhecimento no sentido restrito. O quadro geral que habita a criança a compreender a 
afirmação específica sobre Brasília, nos aspectos de sua classificação e relação é, por 
outro lado, um exemplo de conhecimento no sentido amplo. Este conhecimento não é 
uma coleção de fatos específicos, mas antes, uma estrutura organizada. 
"Conhecimento no sentido amplo é o que possibilita à criança compreender uma 
informação específica". 
Para Piaget, o significado do conhecimento específico depende do desenvolvimento 
do conhecimento no sentido amplo. A criança compreende e aprende novas coisas 
através de seu amplo quadro de conhecimentos, ou seja, sua inteligência. 
Para compreender o que Piaget quer dizer quando afirma que "o que possibilita à 
criança a compreensão de afirmações específicas é o conhecimento nosentido amplo", 
pensemos nas perguntas mais divertidas que fazem as crianças no nível pré-operacional. 
Um exemplo foi dado por uma psicóloga cujo filho de quatro anos perguntou: Por que o 
sol é tão quente? Tentando responder a seu filho de uma maneira que ele pudesse 
entender, a mãe disse: Porque o sol é como uma grande bola de fogo. A pergunta 
seguinte foi: Quem atirou ela lá? 
A razão desse tipo de pensamento da criança pré-operacional, diferente do 
pensamento adulto, é que o conhecimento é construído na mente pela assimilação do 
conhecimento anterior: o conhecimento é sempre um todo organizado em que cada nova 
ideia é encaixada. 
( ROGERS apud KAMII, C. & DEVRIES, R.,1992) 
41 
 
 
Ao final do capítulo você deverá ser capaz de 
▪ Avaliar a importância da linguagem como forma de expressão e pensamento 
▪ Identificar as teorias a respeito do desenvolvimento da linguagem 
▪ Caracterizar os estágios de desenvolvimento da linguagem 
 
 
 
5. - DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM 
Antes mesmo de uma criança aprender a falar, ela já entende a linguagem. Logo 
após o seu nascimento é capaz de perceber os sons, e seu choro é uma forma de se 
comunicar. 
 
 
 
Já com um mês, as pessoas que cuidam de um bebê conseguem identificar seus 
diferentes tipos de choro (fome, dor, sono,...), o que torna sua comunicação mais precisa. 
Até os seis meses, a criança já produz sons gritados e gargarejados, chamados de 
arrulhos, inclusive crianças surdas. A partir daí, esses arrulhos se modificam em balbucio 
(da, pá, di, ga,...), e, ao final desta fase, já repete esses sons várias vezes 
(dadadadadada,...). 
Já com dez ou doze meses, podemos considerar que a criança que fala "mama" 
para a palavra mamãe, "aga" para dizer água, já aprendeu a falar. 
Nesta fase a criança usa uma única palavra para transmitir um pensamento 
completo, chamamos esse período uni vocabular, palavra frase ou holofrase. Pouco a 
pouco a criança vai transformando sua frase em mais uma palavra e, por volta dos vinte e 
quatro meses, surge a frase "Buno quê aga" e já é capaz de compreender ordens 
simples. 
Mas, como é que uma criança adquire a linguagem? 
Do ponto de vista de Chomsky, o mais importante são as estruturas herdadas 
biologicamente, mas com o cuidado de realçar que: "O conhecimento da linguagem 
resulta do intercâmbio de estruturas da mente inicialmente dadas, dos processos de 
manutenção e da interação com o ambiente"; enquanto Skinner acredita que o mais 
importante é o meio em que a criança vive, porque ela é recompensada sempre que fala. 
Assim, quando uma criança pronuncia "aga", para pedir água, quem ouve, sorri para ela 
elogiando-a, esse reforço faz com que a criança repita a operação imediatamente. 
42 
 
 
Sabemos que um único fator não é suficiente para uma criança aprender a falar, ela 
precisa de certas estruturas genéticas, maturação do sistema nervoso, das cordas vocais 
e de um ambiente que propicie e estimule a linguagem. 
 
 
5.1 Principais teorias da aquisição da linguagem 
 
Entre as principais podemos citar: behaviorismo, relativismo cultural, interacionismo 
e preformacionismo. 
Para os behavioristas, psicólogos que estudam o comportamento através da 
observação de reações ou respostas do organismo a estímulos do ambiente, a linguagem 
é aprendida através do condicionamento operante (Skinner). Consiste na repetição das 
respostas que forem seguidas de um reforço. 
O Relativismo Cultural é uma teoria menos ambientalista e enfatiza o papel cultural, 
não dando importância à hereditariedade e às diferenças individuais. A linguagem é 
aprendida por uma necessidade social. 
O Interacionismo é uma visão de aprendizagem da teoria piagetiana que explica a 
aquisição da linguagem através da interação entre a hereditariedade, maturação e meio 
ambiente. A criança nasce com a capacidade e necessidade de adquirir a linguagem que 
é a parte essencial do desenvolvimento humano. 
O Preformacionismo, teoria de Noam Chomsky, sustenta, como já vimos, que a 
criança tem uma predisposição biológica inata para a linguagem, embora essa 
aprendizagem resulte também da maturação e do meio em que vive. 
Essas questões apresentadas a respeito da aquisição da linguagem ainda são um 
grande enigma, mas com certeza representam um fato marcante e fascinante do 
desenvolvimento do ser humano, e é através dele que as crianças se socializam com 
outras. 
Outras pesquisas também revelam estágios para o desenvolvimento da linguagem. A 
linguagem é uma das características que distingue os homens dos animais, é uma forma 
de comunicação, existem outras formas de se expressar, chamadas, gestos, mímicas, 
desenhos, escritas, etc. Para se comunicar a pessoa precisa estar motivada. 
 
 
5.2 Estágios do desenvolvimento da Linguagem 
 
O desenvolvimento da linguagem também acontece por estágios, independente da 
43 
 
 
língua que a criança vai falar. São eles : causalidade, expansão, consciência estrutural, 
operacionalização e criativo. Vamos acompanhar algumas características dos mesmos? 
O primeiro estágio é o da casualidade (zero a oito meses). 
É anterior à linguagem propriamente dita, a criança apenas produz sons 
aleatoriamente. Não há ligação entre os sons e a linguagem posterior. 
Para a passagem do balbucio à linguagem significativa é necessário um 
amadurecimento neurológico, que ocorre depois do oito meses de vida, 
O balbucio é igual para todas as crianças, independente da raça ou da língua, 
mesmo as crianças deficientes auditivos balbuciam, posteriormente não desenvolvem a 
fala como crianças que ouvem. 
Até seis meses, a criança ri, chora e produz os sons; após essa idade, começa a 
produzir sons como "papa", "dada", etc., à medida que os adultos reagem a esses sons, a 
criança começa a emiti-las propositalmente, querendo chamar a atenção. 
Entre oito e dez meses a criança repete para si mesma longas sequências do 
mesmo som (ecolalia). 
O segundo estágio é o da expansão (oito a vinte e quatro meses) quando surge a 
primeira palavra e logo seguem as outras. Muitas vezes não são palavras convencionais, 
mas, sons que significam algo para a criança, por exemplo: pó - chupeta, papa - comida. 
Para ser considerada uma palavra não é preciso que tenha um som convencional, 
mas que seja usada para um mesmo objeto ou situação. 
Inicialmente existem as palavras frases, exemplo: aco-paninho - significa "quero meu 
paninho, estou com sono", aos poucos a criança vai desenvolvendo a palavra, até 
dominar a linguagem correta. 
O terceiro estágio é o da consciência estrutural (dois a quatro anos). Neste estágio a 
criança procura regras para poder generalizar. 
Criam uma regularidade e criam sua gramática própria até para as formas 
irregulares. Exemplo: Eu fazi, eu trazi. 
Enriquecem seu vocabulário rapidamente. Em todas as línguas as mudanças se dão 
numa mesma sequência, mesmo que num ritmo variável. 
É importante ter claro que a linguagem não é uma imitação, mas uma criação; 
quanto mais se interage com a criança, procurando compreender sua comunicação, mais 
a criança se sentirá estimulada a enriquecer sua linguagem. 
O quarto estágio é o da automatização (quatro - cinco anos a dez anos). 
Nesta fase a criança se adapta à linguagem do grupo. Pode falar de uma forma com 
44 
 
 
a família e de outra com o seu grupo de amigos. A criança já domina um vasto 
vocabulário. 
O quinto estágio é o criativo (onze a dezoito, vinte anos) 
A tendência é criar uma linguagem própria, diferente da dos adultos. 
Algumas pesquisas mostram que crianças de classe média têm um vocabulário mais 
amplo que a criança de classe menos favorecida. Isso porque se conversa mais com as 
crianças desde as primeiras semanas de vida, o que possibilita que elas desenvolvam 
um vocabulário maior. 
Este é um fator que pode trazer facilidades ou dificuldades para a criança 
compreender e construir sentenças mais complexas. 
 
 
Atividade1- Crie um quadro sinótico bem simples onde apareçam os estágios de desenvolvimento da 
linguagem baseando se na apostila e apresente uma característica para cada fase. (Utilize 
no comando inserir-smart art do word ou outro aplicativo de sua preferência e trabalhe) 
Sugestão de quadro 
 
 
 
2- Releia o tópico sobre o desenvolvimento da linguagem e responda : Quando se pode 
realmente afirmar que ocorreu o início da linguagem da criança? Por quê? 
 
 
 
 
 
 
Estágios de 
Desenvolvimento 
da Linguagem 
45 
 
 
Ao final do estudo do capítulo você deverá ser capaz de: 
▪ Apresentar um conceito de aprendizagem 
▪ Identificar as principais concepções da Psicologia que dizem respeito às teorias de 
aprendizagem 
▪ Citar pelo menos uma consequência que a adoção cada uma dessas concepções provocam 
no âmbito da educação escolar 
▪ 
 
 
6. PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM E SUAS DIFERENTES CONCEPÇÕES 
 
A aprendizagem acontece ao longo de nossa vida, desde o nascimento até a morte. 
Aprendemos de diversas formas, podendo aprender dentro e fora da escola, através da 
família, dos amigos, dos meios de comunicação, etc. 
 
 
 
As diversas teorias sobre aprendizagem e 
sobre o que seja aprender, se apoiam em 
diferentes visões sobre o do modo como o 
homem chega ao conhecimento. Essas 
concepções estão ligadas à visão de mundo em 
determinado momento histórico e sofrem a 
influência da realidade. 
Podemos considerar, a princípio, que são 
três as diferentes concepções em: inatismo, 
ambientalismo e o interacionismo. 
 
 
6.1 Inatismo 
 
 
Para os inatistas, a criança quando nasce já vem equipada com capacidades 
básicas, partindo da ideia de que os fatos que acorrem após o nascimento não são 
importantes para o desenvolvimento humano. Para eles o desenvolvimento resulta da 
maturação das estruturas orgânicas. O papel que o ambiente, a educação e o ensino 
desempenham interfere pouco no processo de desenvolvimento espontâneo do ser 
humano. Para os adeptos desta concepção, o aluno é um ser ativo, sendo a 
aprendizagem um processo de dentro para fora. Esse aluno tem o poder de modificar a 
O que é aprendizagem para você? 
46 
 
 
realidade de acordo com os interesses, e a função do professor é a de permitir o 
desenvolvimento. Tal concepção acabou gerando rotulações no contexto escolar e na 
atuação do educador em sala de aula, no sentido de valorizar os testes de inteligência, 
aptidões e prontidão para a aprendizagem. 
Como o homem "já nasce pronto", o ambiente e a ação educativa podem apenas 
modelar o desenvolvimento e melhorar um pouco o que o indivíduo possa vir a ser. 
Alguns autores expressam a concepção inatista com o ditado popular "pau que 
nasce torto, morre torto"; portanto, pouco pode fazer em relação ao desenvolvimento 
humano. 
Algumas consequências da concepção inatista na escola: 
• Os testes de inteligência, aptidão e prontidão que podem rotular o aluno. 
• O aluno era culpado por não aprender. 
 Nasceu "burro" e vai ser "burro" mesmo. 
• Retira da escola a função pedagógica. 
• Falta nessa visão a perspectiva do social, o meio não interessa. 
 
 
6.2 Ambientalismo ou empirismo 
 
 
Essa visão contradiz a visão inatista . Para os adeptos da concepção ambientalista, 
o desenvolvimento do ser humano é fruto das forças do ambiente, dos estímulos do meio 
em que ele vive, e das experiências por que o indivíduo passa. Desprezam-se outros 
aspectos da sua conduta, como as suas fantasias, desejos, sentimentos, suas aptidões, 
etc. Essa concepção é derivada da corrente filosófica, chamada empirismo, que valoriza a 
experiência sensorial como fonte de conhecimento. Foi John Locke (1632 -1704) filósofo 
inglês, quem afirmou que nossa mente é uma "tabula rasa" e que os nossos 
conhecimentos são resultado das nossas sensações e das experiências. 
Para Watson (1878-1958), a Psicologia deveria observar o comportamento do 
organismo para poder modificá-lo. Os comportamentos seriam as respostas aos 
estímulos do ambiente, e enfatizam a importância do condicionamento das respostas. 
Já Skinner (1904-1990) acrescentou às ideias de Watson a noção de reforço, ou 
seja, o comportamento pode ser mantido ou tornar-se mais frequente se for seguido de 
estímulos reforçadores. O comportamento pode ser extinto, se os estímulos forem 
retirados ou se for apresentado uma punição. O comportamento pode ainda ter influência 
da imitação de outras pessoas que sirvam como modelo. 
47 
 
 
Esses pensadores, psicólogos da corrente ambientalista, que neste século 
dominaram a Psicologia, a partir da década de 50 até meados de 80, definiram a 
aprendizagem como uma mudança no comportamento ou uma adoção de novas formas 
de comportamento, resultante dos estímulos do ambiente. Para Skinner o papel do 
ambiente é mais importante do que a maturação biológica. Para os ambientalistas a 
educação consiste em manipular ou condicionar comportamentos, e já que o aluno é um 
ser passivo, a sociedade é quem modela o seu comportamento, portanto, também é o 
papel do professor condicionar o seu aluno para que o estudante possa obter respostas 
desejáveis ou extinguir as indesejáveis, não tendo ele a menor possibilidade de escolha, 
de autenticidade. 
Algumas consequências da concepção ambientalista na educação : 
- Currículos fechados, definição dos objetivos do ensino. 
- Planejamento das aulas. 
- Apostilas, tudo é mastigado, para que pensar? 
- O aluno é treinado. 
- Disciplina, o aluno é padronizado, condicionado. 
- Enfatiza a memorização. 
- Visão do mundo, o aluno é passivo, fica esperando a resposta. 
- Desconsidera o individualismo, a história do aluno em si. 
 
 
6.3 Interacionismo 
 
 
De acordo com essa visão, o desenvolvimento do ser humano se dá através de 
fatores orgânicos e de fatores ambientais. Essa visão também se aplica na relação do 
homem com a sociedade. O homem é o resultado das forças sócio-históricas específicas 
e, ao mesmo tempo, ele é capaz de ação, que o faz transformar o meio. 
Na visão interacionista o indivíduo nasce com um potencial, e sua interação com o 
meio é que possibilita que a aprendizagem se realize. 
O sujeito vai construindo seus conhecimentos na interação com o meio. Nessa 
interação, os fatos se relacionam continuamente, ou seja, fatores internos e fatores 
externos, exercem ação recíproca, acarretando mudanças sobre o indivíduo. 
É na interação do sujeito com o mundo físico e social que as características 
peculiares da aprendizagem e do conhecimento vão sendo adquiridas. 
Um dos representantes da corrente interacionista é Piaget. Como já estudamos, para 
ele, a criança age sobre o meio, e possui um modo de funcionamento cognitivo próprio 
que leva a se adaptar a esse meio e a organizar suas experiências. 
48 
 
 
 
 
"Ninguém educa ninguém, como tampouco ninguém educa a si mesmo: os homens se 
educam em comunhão, mediatizados pelo mundo.(...) A leitura do mundo precede a leitura da 
palavra e a leitura desta implica a continuidade da leitura daquele". Paulo Freire 
 
 
ATENÇÃO 
Você já definiu o que é aprendizagem. Conhecendo um pouco sobre as visões de 
como o aprender acontece no sujeito, em qual das visões a sua definição se enquadraria? 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: http://sociologiass-unespunesp.blogspot.com.br/2011_03_21_archive.html 
http://sociologiass-unespunesp.blogspot.com.br/2011_03_21_archive.html
49 
 
 
 
 
7. TEORIAS DA APRENDIZAGEM 
 
Estudamos, de forma geral, as principais visões sobre a aprendizagem. Dentro de 
cada visão foram surgindo as teorias da aprendizagem, que muito contribuíram para todo 
o processo histórico da Psicologia e da aprendizagem. A importância do assunto nos leva 
a descrever mais sobre o tema, assim vamos conhecer e mostrar como essas teorias 
influenciam o nosso fazer pedagógico. São elas : behaviorismo, gestaltismo e a teoria 
cognitiva. 
7.1 Behaviorismo 
 
 
Iniciou-se nos Estados Unidos com estudosde John B. Watson, e tem foco no 
comportamento. 
Para essa teoria o estímulo (meio) e respostas (manifestações comportamentais) 
são as unidades básicas da descrição e o ponto de partida para a compreensão do 
comportamento humano. 
O comportamento reflexo é o comportamento não voluntário, que dá respostas 
produzidas por modificações do ambiente. Por exemplo: contrair as pupilas quando uma 
luz forte incide sobre os olhos, ou a salivação devido a uma gota de limão sobre a língua, 
ou ainda sobre as lágrimas nos olhos ao cortar cebola, etc. 
O comportamento operante é o comportamento que opera sobre o mundo, ou seja, 
age no mundo. Por exemplo: A leitura de um livro, a escrita, pedir para o táxi parar com 
um gesto de mão, tocar um instrumento musical, namorar, etc. 
De acordo com essa teoria, aprendizagem significa condicionamento, ou seja, 
quando queremos que o indivíduo aprenda um novo comportamento, precisamos 
condicioná-lo a essa aprendizagem. Esse processo consiste em apresentar estímulos 
para que a aprendizagem ocorra, quando a pessoa manifesta o comportamento, o qual 
queremos que ela aprenda. Esses estímulos são chamados de reforços, e devem estar 
Ao final desse capítulo você deverá ser capaz de : 
▪ Citar três importantes teorias de aprendizagem que têm reflexo no nosso fazer 
pedagógico,reconhecendo suas características 
▪ Estabelecer conclusão sobre a questão do aprendizado através de estímulo e resposta 
na concepção behaviorista e na gestaltista 
▪ Reconhecer nas atividades da escola momentos de aplicação de propostas do 
cognitivismo 
50 
 
 
Barra 
 
Água 
Bandeja 
 
 
 
 
Caixa de Skinner 
relacionados com alguma necessidade da pessoa que aprende. 
Os reforços podem ser classificados em positivos ou negativos, assim, se deixarmos 
um ratinho privado de água durante vinte e quatro horas, ele aprenderá o comportamento 
de tomar água assim que tiver oportunidade. Esse comportamento foi aprendido e 
mantido pelo efeito que proporcionou: matar a sede, esta é a lei da ação - efeito. 
Já no laboratório, ao determinarmos a 
resposta que o organismo deverá emitir para 
conseguir o efeito de matar a sede. Skinner 
colocou um ratinho numa caixa onde se encontra 
uma barra que, pressionada, aciona um 
mecanismo (camuflado pelo rato) que possibilita 
a saída de uma de água de uma pequena haste. 
Isso acontece pela primeira vez por acaso, ele 
então continuará buscando a água e irá repetir o 
seu comportamento até que ele associe o ato de 
pressionar a barra ao aparecimento da água. 
Neste caso, o comportamento operante, que propicia a aprendizagem do 
comportamento e da ação do organismo sobre o meio e o efeito resultante é o de 
satisfazer a necessidade, ou seja, a relação que se estabelece entre a ação e seu efeito. 
R - S (R é a resposta, pressionar a barra, - S é o estímulo reforçador (a água)). 
Estímulo reforçador é o reforço, ou seja, o estímulo de nossa ação está nas 
consequências dessa ação. Por exemplo: Abrir a janela para o sol entrar, tocar um 
instrumento musical para ouvir o som, etc. 
O reforço positivo altera o comportamento para fortalecer o comportamento que o 
precede. 
O reforço negativo fortalece a resposta que remove o comportamento. 
Por exemplo: Voltamos à caixa de Skinner, que, em vez de gotas de água, terá um 
choque no assoalho, que poderá ser removido pela pressão da barra. O ratinho pressiona 
a barra e o choque desaparece, o bater na barra está associado ao desaparecimento do 
choque (reforço negativo). 
O positivo oferece alguma coisa ao organismo; o negativo permite a retirada de algo 
indesejável. 
Para que um condicionamento seja mais duradouro, não precisamos dar o reforço 
todas as vezes; segundo a teoria, basta fazê-lo de forma intercalada. 
51 
 
 
Como alternativa para as salas de aula, Skinner criou os textos de instrução. O aluno 
lê a questão e escreve a resposta num determinado espaço. Depois ele verifica se a 
resposta está correta ou não. Se estiver correta, vai se sentir reforçado e então passará 
para a questão seguinte. Caso contrário, deve voltar às questões que não foram 
aprendidas. 
 
7.2 Teoria da Gestalt 
 
 
mostram como acontece o insight com uma lâmpada acendendo em cima da cabeça do 
personagem. 
 
 
De acordo com essa teoria, toda aprendizagem consiste na reorganização perceptiva 
(uma percepção do todo da situação-problema), ou seja, uma aprendizagem por 
compreensão, sendo que a experiência anterior e o estímulo proposto também são fatores 
importantes . 
A Teoria da Forma ou Gestalt, teve início na Alemanha , foi precursora do 
cognitivismo e desenvolvida com base nos trabalhos de Wertheimer e Köhler. Veio criticar 
o modelo behaviorista, segundo o qual o comportamento humano se poderia explicar pela 
fórmula E-R(estímulo-resposta). 
Esse esquema explicativo era mecânico, não correspondendo à realidade complexa 
do comportamento humano. Ao modelo mecânico proposto pelos behavioristas, os 
gestaltistas propõem um modelo dinâmico. 
Para os psicólogos gestaltistas, a aprendizagem acontece por insight, é uma forma 
em que a aprendizagem se dá "por estalo", parece que tudo fica claro e compreensível de 
repente, "Ah! Já sei", "Ah! Já entendi". Os desenhistas de histórias em quadrinhos 
52 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Exemplos de percepção . 
 
 
 
 
O que você vê? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quantos animais? 
 
 
 
A teoria da Gestalt influenciou muito na área da percepção e da aprendizagem, por 
tentar explicar os aspectos correspondentes a solução de problemas de forma mais 
53 
 
 
abrangente do que haviam feito os behavioristas. 
Como desdobramento da gestalt surge a teoria de campo . A teoria de campo explica 
como a aprendizagem e a percepção dependem do campo psicológico da própria pessoa, 
ou seja, depende das suas atitudes, de seus sentimentos, expectativas e ainda da forma 
com o ambiente externo atua em relação a todas condições internas do indivíduo. O 
principal nome ligado a essa corrente foi Kurt Lewin. 
O conceito principal desta teoria é chamado de espaço vital, que são as 
características da pessoa e também do meio onde vive. 
Lewin coloca, ainda, que todo comportamento deve ser visto em sua totalidade, 
chegando ao conceito de grupo, que tem como principal característica a interdependência 
de seus membros. 
Para a teoria de campo, toda aprendizagem é uma mudança na estrutura cognitiva 
do indivíduo, ou seja, à medida que aprende, o sujeito aumenta seu conhecimento, 
ampliando e diferenciando o espaço vital. 
Essa mudança na estrutura cognitiva acontece através de repetições ou de acordo 
com as necessidades do indivíduo. 
Para compreendermos o campo psicológico das pessoas, faz-se necessário 
sensibilidade em relação aos sentimentos e atitudes de cada um. 
7.3 Teoria cognitiva 
 
Estão ligados a essa teoria o norte-americano John Dewey (1859-1952) e teve 
também como representantes Angell e H. Carr (Universidade de Chicago), R. Woodworth 
(Universidade de Colúmbia) e Jerome Bruner, entre outros. 
No Brasil, as ideias da escola nova de Dewey foram muito difundidas a partir do final 
da década de vinte, através de Anísio Teixeira, Lourenço Filho e muitos outros. 
O cognitivismo se preocupa com o processo de compreensão, transformação, 
armazenamento e utilização das informações no plano da cognição. 
Cognição é o processo através do qual o mundo de significados tem origem. 
Para Dewey, aprender é aprender a pensar, isto é "inquirir, investigar, examinar, 
provar, sondar para se chegar à descoberta". Este pensamento a que ele se refere é a 
reflexão. 
Sua escola nova é aquela em que o trabalho é feito com o diálogo entre o professor 
e os alunos, com a participação dos alunos em atividades variadas, com o estímulo às 
54 
 
 
perguntas e à introdução de novidades, o estabelecimento de um clima democrático em 
sala. Tudo isso, num ambiente interessante e propício à reflexãoe às descobertas. 
A teoria cognitiva concebe a aprendizagem como a solução de problemas, que, 
segundo Dewey, segue o seguinte esquema: 
 
 
A experiência educativa é, para Dewey, reflexiva, resultando em 
novos conhecimentos. Deve seguir alguns pontos essenciais: que o 
aluno esteja numa verdadeira situação de experimentação, que a 
atividade o interesse, que haja um problema a resolver, que ele 
possua os conhecimentos para agir diante da situação e que tenha a 
chance de testar suas ideias. Reflexão e ação devem estar ligadas, 
são parte de um todo indivisível. Dewey acreditava que só a 
inteligência dá ao homem a capacidade de modificar o ambiente a 
seu redor.(FERRARI, Márcio, 2008) 
 
 
 
Reconheceu algumas das fases do esquema de Dewey na atividade apresentada? 
1. tomada de consciência do problema; 
2. delimitação do problema; 
3. aparecimento das hipóteses; 
4. seleção da hipótese mais provável; 
5. verificação da hipótese; 
6. confirmação do resultado e generalização. 
Vamos verificar a aplicação dessas ideias na escola? 
A professora de uma turma do terceiro ano , aproveitando os dias de calor propôs à turma 
promover um lanche coletivo ,solicitando que seus alunos levassem frutas para fazer suco.. 
Trabalhou com encarte de supermercado para abordar o trabalho com sistema monetário. Sugeriu 
que eles examinassem encartes de supermercado para verificarem diferenças de preços e 
levando-os também a verificar que as frutas da estação e as frutas produzidas na região 
tornavam menores as despesas. 
Aproveitou a ocasião e no dia marcado para a atividade , antes de fazer o suco, usou as frutas 
para contagem e quantificação . 
O envolvimento dos alunos foi total. 
http://lh3.ggpht.com/-m1Xw1eoZq2k/T3ZOdEyYi5I/AAAAAAAAElA/mFLn_Gwxr-o/s1600-h/frutas%25255B5%25255D.jpg
55 
 
 
 
 
 
 
8. Incentivação e motivação 
 
Quando recebemos um convite para uma festa de reencontro com um grupo de 
amigos é bem provável que pensemos : quero estar bem para me apresentar aos outros 
colegas. A seguir nos vem a vontade de comprar uma roupa nova, cortar o cabelo etc. 
Essa situação corriqueira envolve tanto motivo quanto incentivo. 
Da mesma maneira , na sala de aula , a todo tempo somos incentivados e quase 
sempre nos mostramos motivados a realizar o que nos é proposto ou apresentado. Tendo 
em mente que a nossa mobilização interna é essencial para buscarmos a aprendizagem, 
nós educadores temos necessariamente, que saber preparar nossos alunos para essa 
mobilização em torno do aprender. É de Paulo Freire uma interessante reflexão sobre a 
nossa tarefa educativa: “Continuo buscando, re-procurando. Ensino porque busco, porque 
indaguei, porque indago e me indago. Pesquiso para conhecer o que ainda não conheço e 
comunicar e anunciar a novidade”.(FREIRE apud Morin, 2004.p 73).Essa postura 
engajada no que fazemos deve mover a todos nós os sujeitos da escola. 
 
 
8.1 Incentivo 
 
 
Um objeto ou uma situação qualquer que se introduz no contexto para valorizar e 
determinar a ação, denomina-se incentivo. 
Uma galinha, depois de saciada, se é colocada no meio de outras famintas, passa 
novamente a comer e pode comer até sessenta por cento a mais, além do padrão de 
saciedade. Neste caso, a presença de animais famintos devorando avidamente grãos 
apresenta-se como incentivo. 
Ao final da leitura desse capítulo espera-se que você seja capaz de 
• Definir incentivo e motivo 
• Estabelecer diferenças entre eles 
• Refletir sobre a tarefa do educador criador de incentivos visando despertar as 
motivações de seus alunos 
• Conceituar aprendizagem significativa 
56 
 
 
Assim temos como exemplo que um premio em dinheiro, a presença de uma 
guloseima, as notas escolares, os elogios, os distintivos, os títulos honoríficos, tudo 
isso se constitui em incentivos positivos, pois se apresentam como algo agradável que 
resulta de determinada ação. 
No entanto. os incentivos podem ser positivos ou negativos. Os incentivos 
negativos são aqueles que determinam um comportamento de afastamento; como os 
castigos, as notas baixas, as reprovações, etc. ao contrário dos incentivos positivos 
que são aqueles que determinam um comportamento de aproximação; como o que 
implica aprovação e aceitação social. 
 
8.2 Motivação 
 
 
Motivo é tudo aquilo que leva alguém a fazer alguma coisa. Poderíamos defini-lo 
como tudo que inicia, sustenta e dirige uma atividade. 
A necessidade de vencer na vida leva os estudantes para as salas de aula. A sede 
leva o motorista a parar o carro e procurar água ou refrigerante num bar. O interesse por 
conhecer os motores leva o adolescente a procurar revistas de mecânica. Para 
resguardar suas riquezas, o rico proprietário vota nos candidatos conservadores. 
Podemos identificá-lo como aquela quantidade de energia psíquica capaz de 
determinar um comportamento individual ou social. 
Numa definição um pouco mais aceita, motivo vem a ser tudo aquilo capaz de 
determinar um comportamento individual ou social. Há, pois, motivos individuais e 
motivos sociais. Os primeiros movem os indivíduos e os segundos, os grupos. 
 
1- Estabeleça a diferença entre motivo e incentivo 
2- Na execução de uma aula o professor utiliza variados recursos para despertar e 
manter a atenção do aluno. Devem esses recursos ser considerados motivos ou 
incentivos? 
3- Pensando numa aula cite um exemplo de uma situação de motivação e outra 
de incentivo. 
Uma parada para revisão: 
57 
 
 
Texto complementar 
 
Duas Espécies de Aprendizagem 
 
A aprendizagem pode ser dividida em duas espécies gerais, dentro da mesma 
continuidade de significação. Num extremo da escola está a espécie de tarefa que os 
psicólogos algumas vezes impõem a seus clientes, a aprendizagem de sílabas, sem 
sentido. Guardar de memória certos itens como baz, ent, nip, arl, lud e outros de igual teor 
são tarefa difícil, porque não sugerem significado algum; aprender tais sílabas não é fácil 
e, se aprendidas, são logo esquecidas. 
Com frequência nos negamos a reconhecer que muito do material apresentado aos 
estudantes em sala de aula tem, para eles, a mesma qualidade desconcertante e 
destituída de significado que tem para nós a lista de sílabas sem sentido, isto é verdade, 
sobretudo, para a criança pouco privilegiada, a quem uma experiência anterior não 
oferece contexto algum dentro do qual se insira o material com que se defronta. Mas 
quase todo estudante descobre que extensas porções do seu currículo não têm, ao seu 
ver, o menor significado, Assim a educação se transforma na frustrada tentativa de 
aprender matérias sem qualquer significação pessoal. 
Tal aprendizagem lida apenas com o cérebro. Só se coloca "do pescoço para cima". 
Não envolve sentimentos ou significados pessoais; não tem a mínima relevância para a 
pessoa, como um todo. 
Em contraste, há algo significante, pleno de sentido, a aprendizagem experiencial. 
Quando a criança que está aprendendo a andar toca no aquecedor, aprende por si 
mesma o significado da palavra "quente", percebe a necessidade de ter certos cuidados 
em relação a objetos semelhantes no futuro; e a sua aprendizagem é feita de modo tão 
significativo, que dela não se esquecerá tão cedo. Também a criança que guarda de 
memória "dois mais dois igual a quatro" pode, um dia, ao brincar com seus toquinhos ou 
com suas bolas de gude, compreender, subitamente que "dois mais dois devem fazer 
quatro". Descobriu algo que, para ela, tem significado, de um modo que envolve ao 
mesmo tempo, o seu pensar e o seu sentir. Ou a criança que laboriosamente adquiriu a 
"habilidade de ler" pode-se ver encantada, um dia, com uma história ilustrada, seja um 
livro cômico ou um conto de aventuras, e se capacita de que as palavras têm um poder 
mágico que a põe fora de si mesma, dentro de um outro mundo. Só então aprendeu a ler. 
Marshall McLuhan dá-nos outro exemplo. Acentua ele que se uma criança de cinco58 
 
 
anos é levada a um país estrangeiro, e se lhe é permitido brincar, livremente, durante 
horas, com seus novos companheiros, sem nenhuma instrução prévia sobre a língua que 
eles falam, as crianças aprenderão conseguindo em poucos meses, até mesmo a 
entonação que lhe é própria. Estará aprendendo de um modo que tem significado, que 
tem sentido para ela, e tal aprendizagem se processa em espaço de tempo relativamente 
curto. Mas se alguém tentar instruí-la na nova língua, baseada esta instrução nos 
elementos que tem significado para o professor, a aprendizagem será tremendamente 
lenta ou simplesmente não se fará. 
Esse exemplo, fundado em fato comum, merece ser bem ponderado. Por que é que 
a criança, deixada a si mesma, aprende rapidamente de forma que não se esquecerá tão 
cedo e por um meio que tem significado eminentemente prático para ela? E por que tudo 
poderia se deteriorar se fosse "ensinado" de maneira a só envolver a sua inteligência? 
Talvez um exame mais aprofundado nos ajude a responder. 
Definamos, com um pouco mais de precisão, os elementos envolvidos em tal 
aprendizagem significativa ou experiencial. Ela tem a quantidade de um envolvimento 
pessoal. A pessoa como um todo, tanto sob o aspecto sensível, quanto sob o aspecto 
cognitivo, inclui-se no fato da aprendizagem. Ela é auto-iniciada. Mesmo quando o 
primeiro impulso ou o estímulo vem de fora, o senso da descoberta, do alcançar, do 
captar e do compreender vem de dentro. É penetrante. Suscita modificação no 
comportamento, nas atitudes, talvez mesmo na personalidade do educando. É avaliada 
pelo educando. Este saber está indo ao encontro de suas necessidades, em direção ao 
que quer saber se a aprendizagem projeta luz sobre a sombria área de ignorância da qual 
tem ele experiência. O locus da avaliação, pode-se dizer, reside, afinal, no educando. 
Significar é sua essência. Quando se verifica a aprendizagem, o elemento de significação 
desenvolve-se para o educando dentro de sua própria experiência com um todo. A 
aprendizagem, como já vimos, acontece durante toda nossa vida, mas ainda temos a 
necessidade de saber como nossos alunos pensam, se desenvolvem e como adquirem o 
conhecimento do mundo. Muitos psicólogos da educação vêm se dedicando ao estudo 
dos processos de desenvolvimento e aprendizagem, mas ainda não chegaram a um 
acordo sobre os aspectos considerados importantes neste processo. 
As diferentes teorias para explicar o desenvolvimento e o processo ensino/ 
aprendizagem e procurar entender o ser humano a partir de diferentes pontos de vista, 
procurando contribuir sempre para o seu aperfeiçoamento, não encontra uma resposta 
final para essas questões, portanto nenhuma teoria pode ser considerada superior. É 
59 
 
 
importante que os professores entendam, compreendam e analisem as diferentes 
concepções de aprendizagem para que sua atuação tenha coerência educacional. O 
caminho a ser escolhido deve ser baseado numa postura pedagógica consciente. 
(ROGERS, Carl 1978, p. 4-5.) 
 
 
 
 
Refletir... 
 
 
Pense no trabalho que você realiza com seus alunos ou no que é feito em sua 
escola. Assim indique como você pode agir para tornar a aprendizagem de seus 
alunos mais significativa. Use o texto de Rogers como suporte para a sua resposta e 
acrescente as ideias de outros autores , se achar necessário. 
60 
 
 
 
 
 
 
9. DESENVOLVIMENTO E LINGUAGEM NA VISÃO DE VYGOTSKY 
 
O bielo russo Vygotsky (1896 -1934), é representante de uma vertente de 
aprendizagem conhecida como sócio-interacionismo. 
 
No trabalho de Vygotsky, e no dos seus seguidores, especialmente Luria e Leontief, 
existe uma contínua interação entre as estruturas orgânicas e as condições sociais em 
que a criança vive. Através do contato com outras pessoas mais experientes, a criança 
vai, por meio da linguagem, se apropriar do conhecimento. 
 
 
 
Através da fala e do comportamento de pessoas mais experientes é que se forma e 
que se organiza o pensamento infantil, que gradativamente adquire a capacidade de se 
auto regular. Por exemplo, quando uma pessoa mais velha dá nome a determinados 
objetos, indicando para a criança as várias relações que esses mantêm entre si, ela 
constrói formas mais complexas e sofisticadas de conceber a realidade. Quando se 
mostra a uma criança de dois anos que o ferro é quente e queima, o fato de se apontar 
para o objeto e falar o que acontece provoca na criança uma modificação na percepção e 
no seu conhecimento. Esse processo de internalização (processo ativo), possibilita que a 
criança se aproprie do social de uma forma particular. 
Ela interioriza e transforma o conhecimento dentro de uma interação constante. Ao 
mesmo tempo em que a criança interage com o outro, ela é capaz de se posicionar frente 
a esse outro ser seu crítico e seu agente transformador, até ter o controle sobre sua 
própria conduta. Quando a criança internaliza essas instruções, ela modifica também 
suas funções psicológicas: atenção, memória, percepção e capacidade para solucionar 
Ao final do estudo do capítulo você deverá ser capaz de : 
• Justificar a denominação sócio interacionista para o trabalho de Vygotsky 
• Associar desenvolvimento de linguagem e conhecimento 
• Conceituar a zona de desenvolvimento proximal 
• Comparar os ponto de vista de Piaget e Vygotsky 
61 
 
 
problemas. 
Para Vygotsky, pensamento e linguagem são dois círculos interligados. É na união 
deles que se produz o pensamento verbal, o qual não inclui todas as formas de linguagem 
nem todas as formas de pensamento, caso da inteligência prática, que nem todas as 
áreas do pensamento têm relação direta com a fala. 
Vygotsky não aceita a sequência de estágios cognitivos proposta por Piaget, porque 
acredita na diversidade das condições histórico-sociais em que vivem as crianças. Para 
ele os fatores biológicos preponderam sobre os sociais apenas no início de vida, depois o 
desenvolvimento do ser humano se dá dependendo das condições e das interações 
humanas. 
Para Vygotsky, desenvolvimento e aprendizagem podem ser discutidas do ponto de 
vista de três teorias. Na primeira o indivíduo tem que estar "pronto" para aprender. É 
necessário um certo nível de desenvolvimento para que a aprendizagem seja possível, 
esta teoria também é defendida por Piaget. 
Na segunda teoria, aprendizagem é desenvolvimento, ou seja, o desenvolvimento 
ocorre simultaneamente à aprendizagem. 
A terceira teoria que pode ser considerada para Vygotsky é que há uma interação 
entre desenvolvimento e aprendizagem, embora sejam processos independentes: 
desenvolvimento causa aprendizagem, e a aprendizagem causa desenvolvimento. 
Quando Vygotsky questiona a interação entre desenvolvimento e aprendizagem, ele 
mostra o papel da capacidade do ser humano de entender e utilizar a linguagem, portanto 
ele vê a inteligência como habilidade para aprendizagem, deixando de lado que 
inteligência é resultado de aprendizagens já realizadas. Os testes psicológicos 
padronizados apontam apenas aquilo que a criança é capaz de realizar sozinha. Para ele 
a relação que a criança tem com parceiros mais experientes cria uma zona de 
desenvolvimento proximal. Quando ele fala em zona de desenvolvimento proximal ou 
zona de desenvolvimento potencial se refere à distância entre o nível de desenvolvimento 
atual, quando a criança é capaz de solucionar um problema sem a ajuda do outro, e o 
nível potencial de desenvolvimento, medido através da solução de problemas com a 
ajuda de crianças mais velhas. 
Num teste de inteligência, duas crianças têm o mesmo resultado e podem ser 
completamente diferentes, o que se deve em grande parte às diferentes formas de se 
relacionar com as outras pessoas, que pode inclusive dificultar a construção do 
conhecimento por parte das crianças, portanto a aprendizagem precede ao 
62 
 
 
desenvolvimento intelectual, ao invés de coincidir com ele ou de segui-lo.O conceito de 
zona de desenvolvimento proximal é que nos possibilita compreender a forma como a 
criança organiza uma informação e o modo como o seu pensamento opera. 
O professor, em sala de aula, percebendo o que um aluno é capaz de realizar com e 
sem ajuda, pode com isso planejar as situações de ensino e avaliar o progresso de cada 
criança. Vygotsky nos mostra o quanto é importante a troca que se dá num plano verbal 
entre professor e aluno para a construção do pensamento. 
 
Atividade 
 
Fonte: http://education-portal.com/academy/lesson/differences-between-piaget-vygotskys-cognitive-development- 
theories.html#lesson-Acesso em maio de 2014 
 
 
A partir do exposto no texto (p 59-60) explique em que Vygotsky se contrapõe às 
ideias de Piaget sobre os estágios de desenvolvimento. 
http://education-portal.com/academy/lesson/differences-between-piaget-vygotskys-cognitive-development-
63 
 
 
 
 
10. INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS 
 
Como nossa proposta em Psicologia da Educação é traçar um painel que possibilite, 
a você aluno e futuro professor, conhecer e participar de forma abrangente das 
abordagens dessa disciplina, de maneira a facilitar a sua atuação profissional, 
precisamos considerar a importância da teoria das Inteligências Múltiplas para a 
educação. 
 
 
 
 
Howard Gardner, psicólogo construtivista e também professor adjunto de 
neurologia na Universidade de Medicina de Boston, com uma grande equipe de 
pesquisadores, desenvolve na Universidade de Harvard projetos que buscam explicar 
o desenvolvimento do que é chamado de inteligência múltipla. 
O autor defende que as manifestações de inteligência compõem um amplo 
espectro de competências, incluindo as dimensões: musical(1); corporal cinestésica(2); 
lógico matemática(3); espacial(4); linguística(5); intrapessoal(6) e interpessoal(7). 
Em um processo mais recente de revisão de sua teoria, Gardner acrescentou a 
inteligência naturalista(8) à lista original. Aproveite para reconhecer nas figuras cada 
uma delas identificando-a com os números. 
 
 
Fonte: http://Psicologiadaeducacao-portfolio.blogspot.com.br/2013/03/howard-gardner-e-teoria-das.html 
Ao final do estudo desse capítulo você deverá ser capaz de : 
• Reconhecer as diferentes competências citadas nos estudos sobre as Inteligências Múltiplas 
• Entender a necessidade de ter uma visão pluralista no contexto escolar observando e 
valorizando as competências predominantes nos alunos 
 
http://psicologiadaeducacao-portfolio.blogspot.com.br/2013/03/howard-gardner-e-teoria-das.html
64 
 
 
 
 
A competência musical consiste na habilidade de apreciar, reproduzir ou compor a 
música. Esta habilidade conta com a capacidade de discriminação de sons e percepção de 
variações, como ritmo e timbre. 
A dimensão corporal cinestésica é a habilidade do atleta, do artista, para resolver 
problemas, para criar produtos através do corpo. Utiliza com grande facilidade a coordenação 
motora grossa ou fina, apresenta grande controle de movimentos corporais e de manipulação. 
A competência lógico-matemática apresenta grande habilidade em desenvolver 
raciocínios dedutivos e resolução rápida para lidar com números ou outros objetos 
matemáticos, envolvendo cálculos e transformações. 
A inteligência espacial é a habilidade de encontrar caminhos, reconhecer faces, notar 
mínimos detalhes. Geralmente esta competência está associada às atividades do arquiteto ou 
do navegador, que revelam grandes habilidades na percepção e administração do espaço, na 
elaboração de mapas, plantas, etc. Apresenta capacidade para perceber um objeto sob 
diferentes ângulos. 
A inteligência linguística se expressa de forma mais visível no orador, no escritor e em 
todos os que lidam criativamente com as palavras. Tem habilidade no uso da linguagem para 
discursos, para transmitir ideias, convencer, agradar e também fazer humor. Apresenta 
facilidade na significação das palavras e valorização semântica/sintática. 
A inteligência intrapessoal permite estar bem consigo mesmo, assim como a 
compreensão e o trabalho de si mesmo, permitindo o entendimento e o trabalho com as 
outras pessoas. Aquele que desenvolve mais esta inteligência tem um modelo de si mesmo e 
se ajuda na resolução de conflitos. 
A competência interpessoal consiste na habilidade de socializar-se. É a capacidade de 
perceber distinções entre pessoas, em perceber seus humores, suas motivações, em captar 
suas intenções. É característica nos líderes, políticos, professores, terapeutas, etc. 
A competência naturalista está ligada à sensibilidade para compreender e organizar os 
objetos, fenômenos e padrões da natureza, como reconhecer e classificar plantas, animais, 
minerais, incluindo toda a variedade de fauna, flora, meio-ambiente e seus componentes. 
 
 
Segundo Gardner todos os elementos das competências apresentadas interagem 
entre si, sugerindo que o contexto escolar tenha uma visão pluralista, na qual possa 
reconhecer as diferenças nas possibilidades cognitivas de cada aluno, permitindo assim, 
o desenvolvimento dentro de suas competências específicas. 
Para o autor da teoria todas as inteligências fazem parte da herança genética 
humana o que de acordo com o mesmo, independe da educação e da cultura. 
Atividade 
1- Pense no planejamento de uma aula, enfatizando predominantemente o 
desenvolvimento de uma das inteligências múltiplas. Apresente ao grupo e discuta as 
ideias apresentadas e indique possibilidades de atender aos alunos com diferentes 
competências. 
2- Levando em conta o seu perfil em quais dos tipos de inteligência você se 
enquadraria de forma mais predominante? 
65 
 
 
 
 
 
11. DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM 
 
Dificuldade de aprendizagem de acordo com Krespsky(2004), é um termo geral que 
se refere a um grupo diferenciado de desordens manifestadas por barreiras significativas 
na aquisição e utilização da compreensão auditiva, da fala, da leitura, da escrita e do 
raciocínio matemático. 
Essas dificuldades de aprendizagem são consideradas "os sintomas", e é pela 
intensidade com que se apresentam esses sintomas e comportamentos e pela duração 
que eles têm na vida escolar que se faz necessária a busca das possíveis soluções para 
os problemas surgidos na aprendizagem . 
Ao final do estudo você deverá ser capaz de : 
▪ Reconhecer que a dificuldade em aprender refere-se às situações que impedem ou 
atrapalham as crianças, adolescentes ou adultos na caminhada em direção ao saber. 
▪ Estabelecer diferenças entre os fatores que dificultam o processo de aprender 
• Identificar os distúrbios referentes à linguagem oral, linguagem escrita, 
dislexia, discalculia e distúrbio de atenção 
 
Existem vários fatores que podem desencadear uma dificuldade no processo de 
aprender. Os fundamentais são os orgânicos, psicológicos e ambientais. Apresentamos a 
seguir alguns exemplos de cada um deles.: 
- fatores orgânicos: saúde física, falta de integridade neurológica, alimentação 
inadequada, etc. 
- fatores psicológicos: inibição, fantasia, ansiedade, angústia, inadequação à realidade, 
sentimento generalizado de rejeição, etc. 
- fatores ambientais: o tipo de educação familiar, o grau de estimulação que a 
criança recebeu desde os primeiros dias de vida, a influência dos meios de 
comunicação, etc. 
Podemos ainda incluir os fatores pedagógicos, assim como os funcionais. 
Os pedagógicos se referem ao método de ensino e às defasagens de séries 
anteriores. 
Entre os funcionais seria identificar a maneira como a criança, age, a maneira de 
funcionamento como um todo. Cada um de nós tem um jeito próprio de fazer ou agir 
sobre algo, por exemplo: Nós dirigimos um carro, porém cada um tem uma maneira, um 
66 
 
 
jeito próprio de dirigir, que às vezes pode ser prejudicial de alguma forma . 
Detectar as causas que interferem no desempenho escolar, principalmente da 
criança, é fundamental para o seu bom rendimento escolar. 
 
 
Parao professor, sendo um dos primeiros elos no processo ensino-aprendizagem 
sistemático, é importante que tenha uma preocupação em reconhecer aqueles alunos 
com dificuldades de aprendizagem, que geralmente são crianças rotuladas como: lentas, 
preguiçosas ou incompetentes, etc. Esse fato pode torná-las distantes, arredias, rebeldes, 
agressivas, inclusive, sendo motivo para a evasão escolar. 
Além dessa preocupação em reconhecer, é preciso admitir que é possível fazer algo 
que possa ajudar o aluno. Existem diversos fatores que podem desencadear as 
dificuldades na aprendizagem, como já lemos anteriormente, porém alguns são 
considerados fundamentais: falta de estimulação nas habilidades básicas (conceitos 
básicos, lateralidade), métodos de ensino; fatores emocionais; diferenças culturais; 
sociais; dificuldades sensoriais (audição e visão); deficiência mental; síndromes; 
hiperatividade; dificuldade de atenção; dificuldades na linguagem (dislexia, disgrafia, 
disortografia, discalculia), oral e escrita, e na matemática (dificuldade no raciocínio 
lógico), sendo que na maioria dos casos uma dificuldade se apresenta comprometida com 
as demais. 
Existem várias maneiras para se constatar uma dificuldade da criança em aprender, 
mas o ponto de partida é o próprio desempenho do aluno. Estar atento para os 
comportamentos que a criança manifesta para o funcionamento da visão e audição, assim 
como orientar e direcionar a família para um encaminhamento que se faça necessário é 
de suma importância para a vida escolar do aluno. 
As dificuldades de aprendizagem podem estar relacionadas ao funcionamento 
cognitivo, sendo o mais frequente a ausência de esquemas para a realização de tarefas, 
pois, segundo Piaget, ninguém aprende além do que sua estrutura cognitiva permitir. 
Vamos imaginar uma situação de ensino que envolva características do pensamento 
operatório formal para uma criança que só dispunha do pensamento operatório concreto. 
Neste caso, o aluno não dispõe dos recursos cognitivos de que precisa para aprender, e 
quando o aluno tem esses recursos precisa saber fazer uso deles. Dessa forma é como 
"A educação não é apenas o ato mediante o qual um homem informa a outro alguma 
a coisa. Ela é sobretudo um sistema de troca mediante o qual, através da compreensão, 
se atinge o consenso". Íris B.Goulart 
67 
 
 
se o aluno tivesse um instrumento e não soubesse o que fazer com ele, ou fizesse um 
uso inadequado. 
A escola tem seu lugar garantido no desenvolvimento infantil, podendo a relação 
professor - aluno oferecer oportunidades riquíssimas de crescimento, e os conflitos que 
possam surgir exercem um importante papel, não só no desenvolvimento infantil, como no 
processo de aprendizagem como um todo. É fundamental criar um vínculo positivo nesta 
relação, sendo que o professor deve estabelecer limites e normas que sejam válidas para 
todo o grupo. 
Sem pretender esgotar o assunto , vejamos aqui o que algumas pesquisas, de um 
modo bastante sucinto, definem como "causas" das dificuldades de aprendizagem 
 
 
11.1 Dificuldades na linguagem oral 
 
Dislalia - Dificuldade na linguagem oral, que pode interferir no aprendizado da escrita. 
A criança omite, faz substituições, distorções ou acréscimo de sons. Exemplos: 
• omissão - não pronuncia sons - "ornei" = "tornei"; 
• substituição - Troca alguns sons por outros - "telo" = "quero"; 
• acréscimo - Introduz mais um som - "Atelântico" = "Atlântico". 
Disartria: É um problema de articulação que se manifesta através de uma dificuldade 
que o indivíduo tem para realizar os movimentos necessários à emissão verbal. Esta 
dificuldade na fala pode se originar de uma lesão no sistema nervoso ou de uma 
perturbação nos músculos que intervêm na produção de sons linguísticos. 
Afasia - A afasia está associada à perturbação da linguagem decorrente de distúrbios 
no funcionamento cerebral. Caracteriza-se por falhar- na compreensão e na expressão 
verbal. 
Podemos observar a afasia em uma criança que: 
• ouve a palavra mas não consegue interiorizá-la com significado; 
• apresenta gestos inadequados e deficientes; 
• . demora em compreender o que lhe é solicitado; 
• confunde frases ou palavras com outras similares; 
• apresenta dificuldade de evocação, exteriorizada por ausência de respostas ou 
tentativa incompleta para achar a expressão ou emissão que a substituem. 
68 
 
 
11.2 Dificuldade na linguagem escrita 
 
 
Disgrafia: A criança apresenta dificuldade em passar para a escrita, o estímulo visual 
da palavra impressa. É o que chamamos genericamente de "letra feia". 
Podemos caracterizar a disgrafia também pela lentidão no traçado das letras. 
As principais características da disgrafia: 
• apresentação desordenada de um texto; 
• inexistência ou dificuldade em fazer margens; 
• espaço irregular entre as palavras, linhas; 
• traçado de má qualidade; 
• distorção da escrita oscilando para cima e para baixo; 
• separação inadequada das letras; 
• ligações defeituosas de letras. 
Disortografia - É a dificuldade que o sujeito apresenta para transcrever corretamente 
a linguagem oral, havendo confusão de letras e trocas ortográficas. Os exemplos mais 
comuns são: 
• confusão de letras com trocas auditivamente semelhantes: f/v; p/b; ch/j; 
• confusão de sílabas com tonicidade semelhante: falaram/falarão; 
• confusão de letras com trocas visuais: b/d; p/q; 
• confusão de palavras com configurações semelhantes: mapa/capa; 
• uso de palavras com um mesmo som para várias letras: asa/aza; casar/cazar; 
• dificuldade em recordar a sequência dos sons das palavras, por exemplo: 
como nas junções: do que / do que; nas fragmentações: es cola / escola; a 
contece/ acontece; nas inversões: prota/porta; nas adições: palalavra / 
palavra;e nas omissões: tesora/tesoura; boeca/boneca. 
Quando falamos em disortografia devemos considerar o nível de escolaridade da 
criança e a frequência de seus erros. 
 
 
11.3 Dislexia 
 
A dislexia se refere à dificuldade na aprendizagem da leitura e, consequentemente, 
na escrita, ou seja, a criança não identifica símbolos gráficos (letras e/ou números), o que 
acarreta fracasso em áreas que dependam da leitura e da escrita. Apesar de não ler é, ela 
69 
 
 
pode ser, muitas vezes, uma criança bastante inteligente. 
Por outro lado a criança disléxica é considerada desatenta e preguiçosa, trazendo 
consequências graves no nível emocional. Necessitam de auxílio especializado e 
principalmente da ajuda do professor. 
Podemos reconhecer se as dificuldades são devidas à dislexia, respondendo-se as 
perguntas que se seguem: 
 
• Ela ainda tem dificuldades de leitura? 
• Ela ainda apresenta dificuldades para soletrar? Isso nos surpreende? 
• Temos a impressão de que em atividades não relacionadas com leitura e soletração ela é uma criança 
esperta e inteligente? 
• Inverte os números como 15 por 51 ou 2 por 5? 
• Escreve "B" no lugar de "D"? 
• Necessita usar blocos ou dedos para fazer cálculos? 
• Apresenta dificuldade incomum em lembrar a tabuada? 
• Demora em responder o que lhe é solicitado? 
• Confunde direita e esquerda? 
• É desajeitada? 
• Tem dificuldade em pegar ou chutar bola? 
• Apresenta dificuldades em atar os sapatos, fazer nó, vestir-se ou trocar a roupa? 
• Ainda comete erros negligentes na leitura? 
• Ainda comete erros esquisitos na soletração? 
• Omite algumas letras nas palavras? 
• Não tem bom senso de direção, confundindo às vezes direita com esquerda? 
• Às vezes confunde "b" com "p"? 
• Ainda tem dificuldade na tabuada? 
• Utiliza os dedos das mãos, dos pés, sinais no papel para fazer cálculos? 
• A compreensão de leitura é mais lenta do que a esperada para sua faixa etária? 
• Leva mais tempo do que a média para fazer trabalhos escritos? 
• O tempo de que necessita para fazer as quatro operações, parecem mais lentas 
do que o esperado? 
• Demonstra insegurança e baixa apreciação sobre simesmo? 
A existência de alguns desses aspectos exige do professor uma atenção especial, de 
forma ajudar o aluno , sem o rotular. 
Primeiramente levemos em conta se a criança tem cerca de oito anos e meio: 
Agora vamos supor estar trabalhando com a criança entre 8 anos e meio a 12 anos: 
70 
 
 
11.4 Discalculia 
 
A discalculia é a dificuldade na compreensão e nos processos matemáticos, sendo 
que as causas podem ser pedagógicas, capacidade intelectual limitada ou uma disfunção 
do sistema nervoso central. 
Os distúrbios do raciocínio lógico podem ser encontrados em crianças que 
apresentam incapacidade para: 
• estabelecer correspondência um a um , ou termo a termo ; 
• associar símbolos auditivos e visuais (faz contagem oral mas não identifica 
o número visualmente); 
• aprender a contagem através dos números cardinais e ordinais; 
• visualizar conjunto de objetos dentro de um conjunto maior; 
• compreender o princípio de conservação de quantidade 
• compreender o significado dos sinais das quatro operações (adição, 
subtração, multiplicação e divisão); 
• compreender os princípios da medida 
• obedecer e recordar os passos das operações; 
• escolher os princípios (somar, subtrair, multiplicar, dividir) para solucionar problemas. 
 
 
 
11.5 Hiperatividade 
 
É um distúrbio de atenção que atinge cerca de cinco por cento das crianças e 
adolescentes de todo o mundo. Embora prejudique a capacidade de concentração e 
atenção, a hiperatividade é facilmente tratável. Além de medicamentos com especialistas 
a reorientação pedagógica na escola ajuda o aluno a não perder rendimento. A 
hiperatividade só fica evidente no período escolar quando é necessário aumentar o nível 
de concentração para aprender, embora o diagnóstico deva ser feito com base na história 
da criança. 
A origem do distúrbio pode ser de origem genética, segundo algumas pesquisas, e 
os seus portadores produzem menos dopamina, um neurotransmissor responsável pelo 
controle motor e pelo poder de concentração. 
71 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
fonte: integramundo.com.br 
Para melhor reconhecer as características de uma criança hiperativa, observe se a 
mesma apresenta as reações a seguir : 
 
 
"Se uma criança não pode aprender da maneira que é ensinada, é melhor ensina-; 
Ia da maneira que ela pode aprender”. Marion Welchmann 
Fonte: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/855-2.pdf 
 
ATIVIDADES 
 
1- Faça um levantamento das possíveis dificuldades de aprendizagem que você 
tenha percebido no contexto de uma sala de aula. 
 
 
 
2- Discuta com o seu grupo de que forma você poderia contribuir para ajudar os 
alunos com dificuldades de aprendizagem, e mãos à obra! 
• agita mãos ou pés ou se remexe na cadeira; 
• abandona sua cadeira em sala de aula ou outras situações nas quais se espera 
que permaneça sentada; 
• corre ou escala em demasia em situações impróprias; 
• tem dificuldade para brincar ou se envolver silenciosamente em atividades de lazer; 
• está sempre "a todo vapor"; 
• fala demais; 
• é impulsiva; 
• dá respostas precipitadas, antes de ouvir a pergunta inteira, 
• tem dificuldade de aguardar sua vez; 
• intromete-se na conversa de outros ou a interrompe; 
• tem dificuldades para seguir instruções; 
• perde objetos com frequência; 
• enfrenta os perigos sem avaliar os riscos. 
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/855-2.pdf
72 
 
 
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