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SEMANA AULA 4- DOS ATOS DE COMUNICAÇÃO PROCESSUAL

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PROCESSO PENAL - APLICADO - CCJ0041
(DIREITO PROCESSUAL PENAL II)
Professor Marcos André B. Pereira
SEMANA AULA 4
ATOS JURISDICIONAIS 
TEMA: ATOS DE COMUNICAÇÃO PROCESSUAL
I- CITAÇÃO
Podemos dizer que a citação é o primeiro ato de comunicação processual no processo penal, vez que é com a citação que o réu vai saber da existência de uma ação penal contra ele movimentada e, agora sim, estará formada a relação jurídico processual. 
Mas o que seria a citação?
Seria o ato de comunicação processual que leva o acusado a tomar conhecimento do processo (existe uma peça acusatória já recebida), viabilizando seu direito de CONTRADITÓRIO e AMPLA DEFESA!
Qual o efeito da citação no CPP?
O único efeito que teremos aqui é a angularização (Formação do Triângulo) da relação jurídico-processual. Assim, o Processo terá completada a sua formação quando realizada a citação do acusado, nos termos do artigo 363 do CPP. O artigo 35 do CPPM vai além e especifica que o processo se inicia com o recebimento da denúncia e se efetiva com a citação do réu:
Art. 35. O processo inicia-se com o recebimento da denúncia pelo juiz, efetiva-se com a citação do acusado e extingue-se no momento em que a sentença definitiva se torna irrecorrível, quer resolva o mérito, quer não.
ATENÇÃO! Se a citação consagra o contraditório e a ampla defesa (princípios de extrema relevância no nosso processo penal!), eventual vício da citação constitui causa de nulidade absoluta. Via de regra, vai se operar a nulidade do processo desde o início! 
ATENÇÃO! Mesmo após o trânsito em julgado da sentença condenatória ou absolutória imprópria, é possível arguir a nulidade decorrente do vício na citação, o que será pleiteado através da Revisão Criminal ou habeas corpus. 
ATENÇÃO! Por óbvio a falta/defeito na citação pode ser sanada caso o réu compareça antes de o ato se consumar, conforme a inteligência do art. 570, do CPP, vejamos:
Art. 570 - A falta ou a nulidade da citação, da intimação ou notificação estará sanada, desde que o interessado compareça, antes de o ato consumar-se, embora declare que o faz para o único fim de argui-la. O juiz ordenará, todavia, a suspensão ou o adiamento do ato, quando reconhecer que a irregularidade poderá prejudicar direito da parte. 
EX: Imagine que o oficial de justiça queira citar BARBARA KELLY, porém ao chegar na casa desta quem recebe o oficial é sua amiga BIG BIG, a qual se passa por BARBARA KELLY e recebe a citação, sem, contudo, informar BARBARA KELLY do ocorrido. Por coincidência, naquela mesma semana a ré BARBARA KELLY tentou pegar um nada consta da justiça para se candidatar a uma vaga de emprego na Tv tucuju, canal 24, e não conseguiu, justamente em razão daquela ação penal. Assim, compareceu ao tribunal e tomou conhecimento do teor daquela ação penal, sanando está a falta ou nulidade da citação. Ela irá participar de todos os termos do processo, sendo a ela concedido prazo para apresentar resposta à acusação.
Agora imagine que, nesse mesmo exemplo, a acusada apenas tomasse conhecimento do feito mais adiante, após ouvidas as testemunhas, já apresentadas alegações finais e estando o feito concluso para o juiz sentenciar, qual seria a consequência? O procedimento aqui teria que voltar para aquele instante inicial. Os atos foram efetivamente praticados na ausência do réu, motivo pelo qual são nulos. Ela não compareceu antes da consumação dos atos, motivo pelo qual não podem ser sanados.
ATENÇÃO! O ato que declara a nulidade da citação denomina-se CIRCUNDUÇÃO. Sendo anulada, diz-se que se deu a citação circunduta.
ATENÇÃO! Sendo a citação o ato que noticia ao acusado que ele tem contra si uma ação penal, ela apenas vai se efetivar uma única vez dentro do processo! Não há que se citar o réu mais do que uma vez. A própria execução da pena, em caso de sentença penal condenatória, não demanda nova citação.
ATENÇÃO! Ainda que o acusado tenha constituído advogado na fase de investigação, isso não implica que o juiz possa deduzir que ele tem conhecimento da ação penal contra ele iniciada. Nesse sentido, o seguinte julgado:
4. A CITAÇÃO É PRESSUPOSTO DE EXISTÊNCIA DA RELAÇÃO PROCESSUAL E SUA OBRIGATORIEDADE NÃO PODE SER RELATIVIZADA SOMENTE PORQUE O RÉU CONSTITUIU ADVOGADO PARTICULAR QUANDO FOI PRESO EM FLAGRANTE. O FATO DE O JUIZ TER DETERMINADO A JUNTADA, NOS AUTOS DA AÇÃO PENAL, DE CÓPIA DA PROCURAÇÃO OUTORGADA AO ADVOGADO NO PROCESSO APENSO, RELACIONADO AO PEDIDO DE LIBERDADE PROVISÓRIA, BEM COMO QUE O CAUSÍDICO APRESENTASSE RESPOSTA À ACUSAÇÃO, NÃO SUPRE A FALTA DE CITAÇÃO E NEM DEMONSTRA, SEM O COMPARECIMENTO ESPONTÂNEO DO RÉU A NENHUM ATO DO PROCESSO, SUA CIÊNCIA INEQUÍVOCA DA DENÚNCIA E NEM QUE RENUNCIOU À AUTODEFESA. 5. O prejuízo para a ampla defesa foi registrado no acórdão estadual, não havendo falar em violação do art. 563 do CPP. A ampla defesa desdobra-se na defesa técnica e na autodefesa, esta última suprimida do réu, pois não lhe foram oportunizadas diversas possibilidades, tais como a presença em juízo, o conhecimento dos argumentos e conclusões da parte contrária, a exteriorização de sua própria argumentação em interrogatório etc. 6. Recurso especial não provido. (REsp 1580435/GO, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, julgado em 17/03/2016, DJe 31/03/2016). (Informativo 580).
I.I-	ESPÉCIES DE CITAÇÃO
Passaremos a analisar as formas de Citação.
I.II-	 CITAÇÃO POR MANDADO 
É a citação efetivada por oficial de Justiça, na pessoa do acusado que resida na mesma Comarca do juízo processante e esteja em local certo e sabido. Não se admite a citação do representante legal ou mesmo de procurador legalmente autorizado, tal qual se dá no processo civil.
O mandado é o ato formal, escrito, assinado pelo juiz competente e que deve ser cumprido pelo Oficial de Justiça. A regra no processo penal é, portanto, a citação pessoal, por mandado.
· EXCEÇÕES: 1- CRIMES AMBIENTAIS: A citação da pessoa jurídica deve ser feita na pessoa do representante legal ou diretor com poderes especiais para receber citação; 2- INIMPUTÁVEIS (Doença Mental/Desenvolvimento Mental Incompleto/Retardado Art. 26, caput, do CP): No caso do inimputável, a citação deve ser feita na pessoa do seu curador. Se ainda não há incidente e nomeação de curador, o oficial de justiça deve deixar de cumprir a citação, caso constate que o acusado não tem condições de compreender o caráter do ato, e comunicar ao juiz, por certidão nos autos. Nessa hipótese, o juiz determinará a realização de exame médico-legal e nomeará curador ao acusado, o qual irá receber a citação. Aqui vai ser utilizado o procedimento previsto no art. 245 do novo Código de Processo Civil. Saliente-se que a citação feita nesses moldes é denominada de CITAÇÃO IMPRÓPRIA 
I.III- 	REQUISITOS INTRÍNSECOS E EXTRÍNSECOS DA CITAÇÃO
O mandado de citação deve preencher determinados requisitos intrínsecos, previstos no art. 352 do CPP, e requisitos extrínsecos, estes dispostos no art. 357 do CPP. Vamos a eles:
ATENÇÃO! No Processo Penal, a citação pode ser feita a qualquer hora e em qualquer lugar, respeitada a inviolabilidade domiciliar.
Dúvidas Frequentes: 
1- Citação do PRESO deve ser PESSOAL ainda que este esteja fora da unidade federativa onde o juízo que está lhe citando possui jurisdição (art. 360, do CPP);
2- Citação do FUNCIONÁRIO PÚBLICO também é PESSOAL. O art. 359, do CPP, apenas dispõe que o dia designado para o funcionário público comparecer em juízo, como acusado, será notificado não só este, mas também seu chefe na repartição, no afã de garantir a continuidade da prestação do serviço público;
3- A citação do MILITAR DA ATIVA É UM EXCEÇÃO A REGRA, o art. 358, do CPP, dispõe que a citação do militar será por intermédio do chefe do respectivo serviço. O juiz expede ofício ao chefe do respectivo serviço, e o chefe é quem vai efetivar a citação do militar.
I.IV- CITAÇÃO POR CARTA PRECATÓRIA e CARTA ROGATÓRIA e CARTA DE ORDEM 
ATENÇÃO! A carta rogatória é incompatível com o procedimento dos Juizados Especiais. Assim, estando o réu no estrangeiro, os autos serão remetidos parao juízo criminal comum (o mesmo que ocorre em caso de necessidade de citação por edital, como veremos adiante).
ATENÇÃO! A carta rogatória também vai ser utilizada para efetivar citações em legações estrangeiras, ou seja, em embaixadas e consulados. Dessa forma, caso haja a necessidade de citar alguém que resida em embaixada ou consulado estrangeiro, a citação irá se operacionalizar por meio de carta rogatória.
I.V- DA CITAÇÃO POR EDITAL	
Trata -se de citação presumida, vez que o réu não será citado pessoalmente, mas por uma previsão legal, presume-se que este tomou conhecimento da ação penal ajuizada contra si, haja vista que foi publicado um edital noticiando esse fato. 
Mas quando caberá a citação por edital? 
Segundo o art. 361, do CPP, quando o réu estiver em local incerto ou não sabido. Sendo assim, para esta modalidade de citação deve haver o esgotamento de todas as diligências visando à localização do réu e após isto, a lei permite que seja publicado um edital, com o prazo de 15 dias, com o objetivo de que o réu venha a tomar conhecimento da ação penal. 
Atenção! enunciado 351 da Súmula do Supremo Tribunal Federal acima discutida: se o réu está preso na mesma unidade da Federação, é nula a citação dele efetivada por meio de edital.
Atenção! conforme o parágrafo único do art. 66 da Lei n. 9.099/1995, não encontrado o acusado para ser citado, o Juiz encaminhará as peças existentes ao Juízo comum para adoção do procedimento previsto em lei. Portanto, incabível citação por edital no juizado especial.
Quais seriam os efeitos da citação por edital se o réu não comparecer no processo e nem constituir advogado?
· EFEITOS DA CITAÇÃO POR EDITAL (ART. 366, DO CPP)
· 1º - Suspensão do Processo e do Curso do Prazo Prescricional. 
Atenção! Para que esse efeito se opere, preciso ter um acusado que foi citado por edital e que não compareceu e nem constituiu advogado, ou seja, que não apresentou resposta à acusação no prazo legal. Se o réu foi citado por outros meios (por mandado ou por hora certa, por exemplo). NÃO HAVERÁ SUSPENSÃO DO PRAZO PRESCRICIONAL! O art. 366 do CPP tem aplicação ao citado por edital que não comparece. Portanto, fique ligado!
Qual o prazo para a suspensão do processo neste caso?
· 1ª corrente - doutrina e STJ: o tempo de suspensão deve ser regulado pelo prazo da prescrição da pretensão punitiva em abstrato. Nesse sentido, Súmula 415 do STJ: o período de suspensão do prazo prescricional é regulado pelo máximo da pena cominada. 
Como funciona isso? 
Verifica-se qual a pena máxima em abstrato que a lei penal prevê para aquele crime que está sendo imputado ao réu. A partir daí, verifica-se no dispositivo do Código Penal (art. 109) que trata da prescrição em quantos anos prescreve aquele crime. Exemplo: um crime que prescreve em 8 anos vai ficar suspenso (o processo e a prescrição) pelo prazo de 12 anos. Após isso, o processo volta ao trâmite regular. Caso se atinja o prazo prescricional (que voltou a correr!), há que se reconhecer a prescrição.
· 2ª corrente: STF - A suspensão do processo e da prescrição pode perdurar por prazo indeterminado (STF, RE 460971).
· 2º – Produção Antecipada de Provas – o art. 366 abre a possibilidade de produção antecipada de provas, no caso de suspensão do processo.
· O enunciado 455 da Súmula do Superior Tribunal de Justiça dispõe que a decisão que determina a produção antecipada de provas com base no art. 366 do CPP deve ser concretamente fundamentada, não a justificando unicamente o mero decurso do tempo. Ou seja, não é pelo simples fato de que o processo ficará parado por X tempo que leva à possibilidade de antecipar a prova. A regra é que a prova seja produzida na presença do réu ou de seu defensor, que exercerá contraditório real e ampla defesa. A excepcionalidade precisa ser devidamente fundamentada. 
O entendimento, portanto, é que a oitiva de testemunha, por si só, não justifica a produção antecipada de prova. Ou seja, dizer que a prova dos autos é testemunhal e que o passar do tempo leva ao esquecimento, não é fundamento idôneo para justificar a produção antecipada de prova. Agora, se tivermos aqui um “plus”, aí sim é possível a antecipação da prova. E que “plus” seria esse? Por exemplo, testemunha com enfermidade grave ou avançada idade, inspirando receio de que, na época da instrução, não mais exista, nos termos do que dispõe o art. 225 do CPP, que permite o depoimento antecipado em tal hipótese. 
ATENÇÃO! Há jurisprudência no sentido de que, se cuidando de testemunha policial, por ser corriqueiro que eles sejam testemunhas de fatos muito parecidos, seria possível a produção antecipada de provas.
· 3º - Decretação da Prisão Preventiva – Outro ponto importante relacionado ao art. 366 é a possibilidade de decretação da preventiva. 
A prisão preventiva no art. 366 não pode, jamais, ser considerada uma prisão automática. Não é o simples fato de ter o acusado sido citado por edital e não ter comparecido e nem constituído advogado que leva à prisão dele. deve ser demonstrado os requisitos e pressupostos da prisão preventiva, previstos nos arts. 312 e 313 do CPP, para poder decretá-la. Não se pode presumir que o réu está tentando se furtar à aplicação da lei penal porque ele não atendeu ao chamamento do edital, pois quem tem hábito de ler edital? Pode ser, que o réu não tomou conhecimento da ação penal pelas circunstâncias da vida, e não porque está fugindo.
ATENÇÃO! Importante previsão se extrai do art. 2º, §2º, da Lei de Lavagem de Capitais (9.613/98). O que disciplina a lei? 
Afirma que no processo por crime nela previsto, não se aplica o art. 366 do Código de Processo Penal, e em caso de ser o réu citado por edital, o processo irá prosseguir até o julgamento, com nomeação de defensor. A doutrina critica esse dispositivo, dizendo ser inconstitucional por ferir o princípio da ampla defesa, mas há questão de prova de concurso exigindo o conhecimento da literalidade desse dispositivo.
I.VI- DA CITAÇÃO POR HORA CERTA 
Tal modalidade se aplica ao acusado que se oculta para não ser citado. Caso o oficial de justiça constate que o réu está se ocultando, não precisa sequer informar antecipadamente tal fato ao juiz. É dever de ofício dele tomar as providências necessárias para efetivar a citação por hora certa. E o procedimento adotado é o mesmo do Código de Processo Civil, que, no seu art. 252, traz como requisitos para a citação por hora certa:
• o acusado tem que ter sido procurador por duas vezes em seu de endereço e não ser encontrado;
• haver suspeita de ocultação.
Presentes esses requisitos, o oficial de justiça intimará qualquer pessoa da família ou, em sua falta, qualquer vizinho de que, no dia útil imediato, voltará a fim de efetuar a citação, na hora que designar. Assim, naquele dia e horário marcados, o oficial de justiça retorna ao endereço, independentemente de novo despacho, com o fim de citar o réu, nos termos do art. 253 do Código de Processo Civil. Se o réu estiver no local, será citado pessoalmente. Não estando, o oficial de justiça deixará o mandado com quem lá estiver, sendo considerado o réu citado.
ATENÇÃO! Caso o réu, citado por hora certa, não venha aos autos, não apresente resposta à acusação, o juiz vai nomear advogado dativo e determinará o prosseguimento do feito, nos termos do parágrafo único do art. 362 do Código de Processo Penal.
É importante não confundir citação por hora certa com citação por edital:
II- REVELIA NO PROCESSO PENAL
Teremos revelia no Processo Penal quando o acusado citado ou intimado pessoalmente ou por hora certa não comparece injustificadamente a algum ato processual a que deveria comparecer, ou muda de residência sem comunicar ao juízo. Pensando especificamente na citação, pois, mais adiante, ao tratarmos de procedimento, analisaremos as demais hipóteses com mais cuidado, se o réu é citado pessoalmente ou por hora certa e não vai a juízo, será reconhecida à revelia dele. 
ATENÇÃO! No PROCESSO PENAL o único efeito da revelia é a DESNECESSIDADE DE INTIMAÇÃO DO ACUSADO para a prática dos demais atos processuais,nos termos do art. 367 do CPP. Contudo, o advogado do réu que foi declarado revel continuará a ser intimado, ele é que não será!
ATENÇÃO! ainda que reconhecida à revelia, o réu deverá ser intimado da sentença penal condenatória, pois ele tem possibilidade de recorrer dessa sentença, ainda que a defesa técnica entenda em sentido diverso.
III- DAS INTIMAÇÕES 
A intimação consiste na comunicação de alguém a respeito de um ato processual já praticado (Intimação propriamente dita) ou que ainda será praticado (notificação). Apesar da doutrina diferenciar o conceito de intimação e notificação, o código processual penal não adere tal diferenciação.
Em regra, conforme o art. 370, Caput, do CPP, a disposições aplicadas a citação também devem ser aplicadas, no que for cabível, as intimações. Contudo, nossa legislação traz regras especificas para a intimação, como vermos a seguir:
Entre as principais disposições, salienta-se que o advogado constituído, o advogado do querelante, assim como o assistente de acusação serão intimados pelo órgão oficial. Nos termos do art. 370, §1º, na publicação deve constar, sob pena de nulidade, o nome do acusado. Segue o §2º daquele mesmo dispositivo explicando que se não houver órgão oficial na comarcar, o advogado deve ser intimado por mandado ou pessoalmente no balcão do juízo. Também possível intimação por via postal, com Aviso de Recebimento (AR) ou qualquer outro meio idôneo. Feita a intimação pessoal, fica dispensada a publicação, nos termos do §3º do art. 370 do CPP.
ATENÇÃO! Já em conformidade com o §4º do art. 370, o Ministério Público, o defensor dativo e o defensor público devem ser intimados sempre pessoalmente.
Vejamos alguns pontos relevantes no que diz respeito às intimações e os prazos que decorrem de sua efetivação:
1) Conforme a Súmula 710 do STF, no processo penal, contam-se os prazos da data da intimação, e não da juntada aos autos do mandado ou da carta precatória ou de ordem. Assim, o dia em que se efetiva a intimação (ou a citação) é que deve ser considerado para fins de contagem de prazo. Importa lembrar que o prazo processual conta-se excluindo o dia do início e incluindo o dia final. Realizada a intimação na sexta-feira, o prazo inicia na segunda-feira imediata, ou no primeiro dia útil que se seguir.
2) Os prazos para o Ministério Público começam a correr da data da entrada dos autos no setor administrativo do órgão ministerial, e não da ciência dada pelo promotor de justiça nos autos. Esse o entendimento dos tribunais superiores sobre o tema. Evita-se, com isso, que o promotor de justiça “escolha” quando se inicia o prazo, deixando para dar o seu ciente em momento que lhe seja mais adequado, bem como que o feito fique paralisado por questões administrativas no âmbito do Ministério Público.
3) Em caso de sentença condenatória, tanto o réu quanto o advogado devem ser intimados, mesmo que o réu seja revel. O prazo recursal apenas se inicia a partir da segunda intimação. O réu preso deve ser sempre intimado pessoalmente.
REQUISITOS DA CITAÇÃO 
INTRÍNSECOS (Art. 352, CPP): Trata-se do que deve existir no mandado, quais as informações que ele deve conter
I – leitura do mandado ao citando pelo oficial e entrega da contrafé, na qual se mencionarão dia e hora da citação; II – declaração do oficial, na certidão, da entrega da contrafé, e sua aceitação ou recusa.
 REQUISITOS EXTRÍNSECOS (art. 357, do CPP): O legislador nesse ponto é sobre como o oficial de justiça vai formalizar a citação
I – o nome do juiz; II – o nome do querelante nas ações iniciadas por queixa; III – o nome do réu, ou, se for desconhecido, os seus sinais característicos; IV – a residência do réu, se for conhecida; V – o fim para que é feita a citação; VI – o juízo e o lugar, o dia e a hora em que o réu deverá comparecer; Atenção aqui! O acusado era citado para comparecer em juízo e ser interrogado. Com a Lei n. 11.719/2008, o acusado passou a ser citado para apresentar resposta à acusação em 10 dias. Mas se o examinador cobrar a literalidade do dispositivo, essa previsão está sim expressa na lei; VII – a subscrição do escrivão e a rubrica do juiz.
CITAÇÃO POR CARTA
PRECATÓRIA: quando o acusado residir no território nacional em local certo e sabido, porém fora da competência territorial do juízo processante. 
juízo deprecado, ao receber a carta, determina a expedição de mandado a ser cumprido por oficial de justiça, visando à citação do réu. Após isso, será devolvida ao juízo deprecante.
Nos termos do artigo 354 do Código de Processo Penal, a carta precatória deve indicar:
I – o juiz deprecado e o juiz deprecante;
II – a sede da jurisdição de um e de outro;
III – o fim para que é feita a citação, com todas as especificações;
IV – o juízo do lugar, o dia e a hora em que o réu deverá comparecer.
ROGATÓRIA: Caso o acusado esteja no estrangeiro, em lugar certo e sabido, a citação dele será por meio de carga rogatória
A carta é encaminhada ao Ministério da Justiça, que solicita o cumprimento ao Ministério das Relações Exteriores. A carta é encaminhada para a justiça rogada (onde está o réu), por via diplomática. Sua citação será feita mediante Carta Rogatória.
O Código de Processo Penal prevê, em seu art. 368, a suspensão do prazo prescricional até o cumprimento da rogatória.
CARTA DE ORDEM: A carta de ordem também visa a citar réu que não reside na sede da jurisdição do Tribunal processante. por exemplo, em um processo de Competência Original do Supremo Tribunal Federal que tenha por réu pessoa que reside em Minas Gerais, por exemplo. Nesse caso, o Supremo Tribunal Federal expede uma Carta de Ordem, visando a que aquele réu seja citado no local em que se encontra, o que será efetivado pelo juízo da comarca da residência do réu.
Citação por edital
réu não comparece - processo e prescrição suspensos.
Citação por hora certa
réu não comparece – nomeia advogado dativo e processo segue regularmente. Esse é o mesmo regramento que se aplica ao réu que, citado pessoalmente, não comparece.
Espécies de Citação 
PESSOAL: A regra no processo penal é que a citação seja sempre pessoal, ou seja, realizada diretamente ao próprio acusado. Aqui não temos qualquer dúvida de que o acusado teve pleno conhecimento de que há contra ele uma ação penal e de que ele deve se defender. Há várias formas de se efetivar a citação pessoal: por mandado, por carta precatória, por carta rogatória e por carta de ordem.
Obs: no processo penal, não temos a possibilidade de citação por telefone, e-mail ou mesmo eletrônica. O art. 6º da Lei n. 11.419/2006, inclusive, diz textualmente que não se admite citação eletrônica no processo penal. Qualquer tentativa nesse sentido, culminará em uma citação nula, por falta de previsão legal.
FICTA OU PRESUMIDA: Nessa espécie temos a presunção legal de que o acusado tomou conhecimento da ação penal, motivo pelo qual admite-se, desde que atendidos os requisitos legais para a formalização dessa citação, que o processo tenha o seu regular procedimento, que vai ser específico a depender do tipo de citação ficta realizada. São espécies a citação por edital e a citação por hora certa, que analisaremos adiante

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