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Questões socioeconômicas, ambientais e 
políticas no planejamento urbano
APRESENTAÇÃO
O planejamento urbano é uma atividade que trata de pensar em como organizar o futuro das 
cidades. Essa ação de planejamento é considerada uma atividade muito complexa, que 
influencia vários aspectos, ao mesmo tempo em que deles depende. Assim como o planejamento 
está relacionado à produção do espaço urbano, podendo promovê-lo, incentivá-lo ou controlá-lo, 
ele só se efetiva por meio de políticas públicas e só consegue impactar positivamente o espaço 
urbano se considerar fatores sociais, ambientais, econômicos e políticos.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você entenderá o que é morfologia urbana e como ela 
influencia no desenho urbano das cidades. Além disso, você conseguirá relacionar esse conceito 
ao planejamento urbano e entender os fatores que influenciam essa prática.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Analisar a morfologia urbana e o desenho da cidade.•
Examinar a influência socioeconômica no planejamento urbano.•
Identificar questões ambientais e políticas como balizadoras do planejamento urbano.•
DESAFIO
O planejamento urbano é uma área que estuda o funcionamento das cidades, seu crescimento, 
seu contexto e que, por meio disso, promove ações voltadas a questões de zoneamento, usos, 
infraestrutura, áreas de lazer, entre outras, com o intuito principal de propiciar maior qualidade 
de vida nos centros urbanos.
Você, arquiteto e urbanista, foi convidado para ser o coordenador de levantamento em uma área 
da cidade que necessita de melhoramentos. Veja mais:
Você deverá instruir os estudantes de arquitetura que trabalharão no projeto. Então, indique pelo 
menos três aspectos que devem ser considerados no momento do levantamento, seus elementos 
e por que eles são importantes para a elaboração das ações futuras.
INFOGRÁFICO
A morfologia urbana é o estudo das estruturas, formas e transformações da cidade. Essas formas 
e estruturas resultam da ordenação de diversos elementos que compõem e articulam os centros 
urbanos. A forma urbana está ligada ao espaço urbano e é ela que define seus limites.
“Qualquer espaço em que nos encontremos é fisicamente delimitado, a ponto de estruturarmos 
sua noção a partir da consciência das relações topológicas e perspectivas entre nosso corpo e as 
superfícies que realizam a demarcação do espaço em que estamos. Por tais razões, a 
característica morfológica é o principal identificador dos espaços socialmente utilizados em 
geral. Falar em forma urbana ou espaço urbano remete, necessariamente, à abordagem dos 
processos de organização social na cidade a partir de suas características configurativas.” 
(HOLANDA et al., 2000, p.10)
Conheça mais sobre os elementos da forma urbana neste Infográfico:
DESAFIO:
Para que o levantamento consiga gerar dados e informações necessárias à proposição de ações futuras para o local, é necessário analisar os aspectos a seguir:
Aspecto ambiental: como é a área, seu solo, declives, vegetações, recursos naturais disponíveis, situação atual desses recursos, áreas de proteção, etc. O aspecto ambiental é importante para direcionar ações que preservem os espaços verdes e naturais da área a ser estudada, bem como a situação do solo no caso de moradias irregulares ou ainda possíveis locais de expansão.
Aspecto social: qual é a escolaridade da população, condições de acesso à escola, oportunidades de crescimento, como é a vida na área, situação de violência e crimes, segurança, etc. O aspecto social permite compreender o real contexto da população local, suas particularidades e seus conflitos, a fim de propor ações que estejam adequadas às prioridades locais.
Aspecto econômico: como é a renda da população, seus trabalhos, valorização imobiliária da área, oportunidades de especialização, etc. O aspecto econômico permite entender qual a situação dos moradores e da área, a fim de propor ações que valorizem o espaço.
Aspectos culturais: acesso à cultura, ao esporte e ao lazer por meio da análise da existência de espaços adequados para essas práticas, se a área recebe eventos, etc. Esse aspecto possibilita direcionar a criação de locais para receber eventos, oficinas, cursos e palestras, sendo uma forma de integrar a população e permitir o acesso à cultura.
Aspectos de infraestrutura: se a área apresenta infraestrutura. Se sim, de que tipo, qual a situação, o que precisa ser melhorado, etc. Esse aspecto é importante para relacioná-lo aos outros fatores e priorizar itens de necessidade básica que consequentemente colaboram para ações nos outros aspectos.
CONTEÚDO DO LIVRO
Com o estudo aprofundado da morfologia urbana, é possível entender a formação da cidade, 
seus tecidos e fluxos, permitindo o planejamento de ações para torná-la cada vez mais adequada 
às funções e necessidades da população. Nesse sentido, estudar a forma urbana permite 
compreender os elementos e os aspectos da cidade, servindo como base para a criação de 
políticas públicas que favoreçam o desenvolvimento social-econômico das cidades.
No capítulo Questões socioeconômicas, ambientais e políticas no planejamento urbano, da obra 
Arquitetura e urbanismo, você poderá entender a relação entre o estudo da morfologia urbana e 
o planejamento das cidades, compreendendo os aspectos que influenciam na criação dessas 
ações de planejamento para o melhoramento dos espaços urbanos.
Boa leitura.
ARQUITETURA E 
URBANISMO
Vanessa Guerini Scopell
Questões socioeconômicas, 
ambientais e políticas no 
planejamento urbano
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Analisar a morfologia urbana e o desenho da cidade.
  Examinar a influência socioeconômica no planejamento urbano.
  Identificar as questões ambientais e políticas como balizadoras do 
planejamento urbano.
Introdução
Neste capítulo, você estudará o conceito de morfologia urbana e sua 
relação com o desenho da cidade. Com esse intuito, veremos quais são 
os elementos que o compõem, e como o planejamento urbano, baseado 
em diversos aspectos, é capaz de influenciar a forma das cidades e o seu 
desenvolvimento futuro.
Morfologia urbana e desenho da cidade
Toda cidade tem uma forma, seja ela resultado de um planejamento ou de uma 
organização prévia, ou ainda da ocupação proveniente dos seus colonizadores e 
do desenvolvimento das famílias ao longo do tempo. A Figura 1 traz exemplos 
de cidades com diferentes formas de tecido urbano. Independentemente da 
maneira como cada cidade foi ocupada, ela é representada por uma forma, 
denominada como forma urbana. Essa nomenclatura refere-se “[…] aos prin-
cipais elementos físicos que estruturam e moldam a cidade — os tecidos 
urbanos, as ruas, as parcelas urbanas (ou lotes), os edifícios, entre outros” 
(AMARAL, 2017, documento on-line). Assim, a forma urbana está diretamente 
relacionada ao desenho da cidade, e a morfologia urbana diz respeito ao estudo 
dos elementos que compõem esse desenho. Segundo Maretto (2016, p. 32), a 
morfologia urbana pode ser compreendida como:
[…] o estudo das formas urbanas e dos atores e processos responsáveis pela sua 
transformação. Demanda a habilidade de detectar um vasto sistema de sinais 
estruturais que permitam, dinamicamente, ler e compreender um organismo 
urbano em todas as suas escalas.
Del Rio (2001, p. 9) complementa que:
[…] a morfologia urbana trata do estudo do meio físico da forma urbana, dos 
processos e das pessoas que o formataram. Este estudo constitui um instru-
mento poderoso no entendimento e no planejamento da cidade e, com isso, 
interage com ampla gama de disciplinas. No Desenho Urbano, um estudo 
dessa natureza aparece principalmente como um método de análise, chave 
para se detectar princípios, regras e tipos inerentes ao traçado da cidade, o 
que seria fundamental para futuras intervenções urbanas. 
Figura 1. Diferentes formas do tecidourbano de algumas cidades do mundo. 
Fonte: Urban form (2010, documento on-line).
Questões socioeconômicas, ambientais e políticas no planejamento urbano2
Estudar a morfologia urbana possibilita entender as características espaciais 
e físicas da estrutura das cidades, bem como sua conformação e transformações 
que foram acontecendo ao longo dos anos. Com essa pesquisa aprofundada 
é possível identificar e analisar cada componente que faz parte do desenho 
urbano das cidades, e com isso compreender todos os processos e agentes en-
volvidos. Para Moudon (1997), os estudos ligados à forma da cidade permitem 
resultados relacionados a questões políticas, econômicas e sociais, ou seja, os 
pesquisadores e estudiosos da morfologia urbana conseguem, através disso, 
compreender as intenções e objetivos ligados a esses fatores, que influenciaram 
e ainda influenciam diretamente o contexto urbano.
Além disso, a compreensão das formas urbanas como manifestação física de 
um contexto cultural específico tem favorecido a apreensão das diferentes 
paisagens urbanas. […] Nesse sentido, a base da morfologia urbana é a ideia 
de que a organização do tecido da cidade em diferentes períodos e o seu de-
senvolvimento não são aleatórios, mas seguem leis que a morfologia urbana 
trata de identificar. Portanto, a formação física da cidade tem dinâmica própria, 
ainda que condicionada por fatores culturais, econômicos, sociais e políticos 
(REGO; MENEGUETTI, 2011, p. 124).
Para Rego e Meneguetti (2011), os estudos relacionados à morfologia 
urbana podem ser divididos em duas esferas, chamadas de estudo cognitivo e 
estudo normativo. O estudo cognitivo almeja gerar explicações sobre a forma 
urbana, já o estudo normativo busca criar informações que determinem como 
a cidade deveria ser no futuro: seu planejamento, seus espaços, entre outros. É 
importante ressaltar que os estudos se complementam, não afetando a natureza 
das pesquisas, sendo apenas voltados para abordagens diferentes. 
3Questões socioeconômicas, ambientais e políticas no planejamento urbano
O estudo cognitivo da morfologia urbana está ligado às escolas inglesas. Já o estudo 
normativo é herança das escolas italianas.
Assim, pode-se compreender a dicotomia estabelecida pelas escolas 
inglesa e italiana de morfologia urbana. A escola inglesa, estabelecida 
por pesquisadores que trabalham na esteira dos estudos do geógrafo 
M. R. G. Conzen adota abordagem explanatória, cognitiva. A escola 
italiana, inspirada pelas ideias do arquiteto Saverio Muratori e, mais 
tarde, estimulada pelo trabalho de Gianfranco Caniggia, parece estar 
estimulada pelas possibilidades de desenho urbano, daí a abordagem 
de cunho mais normativo, prescritivo, que, a partir do entendimento 
de tipologias urbanas, insinua articular uma visão do futuro. Inde-
pendentemente dessa divisão, os estudos morfológicos apresentam 
inserção considerável ao facilitarem não só o entendimento da forma 
característica de um bairro, uma cidade, uma paisagem, mas também a 
análise da sua gênese e das transformações sofridas ao longo do tempo 
a partir de certos tópicos comuns que serão expostos a seguir (REGO; 
MENEGUETTI, 2011, p. 124).
Para que seja possível estudar a morfologia urbana é preciso compreender 
as formas das cidades e interligá-las aos fenômenos que deram origem a elas. 
Para Lamas (2004), estudar a morfologia urbana implica em necessariamente 
analisar e pesquisar sobre os instrumentos de leitura que organizam e es-
truturam cada elemento, sendo eles: o formato urbano e suas partes físicas 
externas, a divisão do meio urbano em diferentes partes e sua conexão com 
os conjuntos e as fases de produção dos espaços da cidade. 
Além disso, segundo o autor, é importante entender que a forma urbana 
é composta por diferentes elementos, e que estes devem ser analisados em 
partes para que seja possível a compreensão do todo. Ademais, a forma urbana 
é composta por meio de diferentes aspectos, descritos a seguir.
  Aspectos quantitativos: referem-se a itens que podem ser quantificados, 
como por exemplo as superfícies, fluxos, densidades, etc.
  Aspectos de organização funcional: trata-se das atividades humanas 
que ocorrem no espaço físico da cidade juntamente com os usos de 
cada espaço, área, solo ou edificação.
Questões socioeconômicas, ambientais e políticas no planejamento urbano4
  Aspectos figurativos: estão ligados às questões estéticas da cidade.
Para complementar o estudo morfológico, ainda é preciso identificar e 
analisar especificamente não só os aspectos, mas também os elementos mor-
fológicos do espaço urbano, que são elencados por Lamas (2004), como: o 
solo, os edifícios, o lote, o quarteirão, a fachada, o logradouro, o traçado da 
rua, a praça, o monumento, a árvore e a vegetação e o mobiliário urbano. 
O que antes de mais nada chama a atenção no desenho de uma cidade é a sua 
tessitura, a trama dos seus elementos. O tecido urbano é configurado pelo 
sistema viário, pelo padrão do parcelamento do solo, pela aglomeração e 
pelo isolamento das edificações assim como pelos espaços livres. Em outras 
palavras, o tecido de cidade é dado pelas edificações, ruas, quadras e lotes, 
parques, praças e monumentos, nos seus mais variados arranjos. No entanto, 
esses elementos devem ser considerados como organismos — constantemente 
em atividade e, assim, em transformação ao longo do tempo. E eles existem 
em estreita e forte inter-relação: estruturas edificadas conformando e sendo 
conformadas por espaços livres ao seu redor; vias públicas servindo e sendo 
utilizadas pelas propriedades privadas ao longo delas (REGO; MENEGUET-
TI, 2011, p. 125).
Diante destes aspectos que compõem o estudo da morfologia urbana, Lamas 
(2004) destaca que esses elementos são semelhantes nas cidades, o que difere 
os estudos e cada porção do território é a forma como eles estão dispostos, 
se organizam e se configuram no tecido urbano. Rego e Meneguetti (2011) 
complementam que o objeto de estudo da morfologia urbana é justamente o 
modo como cada um destes elementos e aspectos se cristalizaram nos tecidos 
das cidades. 
A partir da pesquisa aprofundada da morfologia urbana é possível com-
preender a formação da cidade, seus tecidos e fluxos, e com isso planejar ações 
para que ela se torne cada vez mais adequada às funções e necessidades da 
população. Na realidade, estudar a forma urbana permite compreender seus 
elementos de forma aprofundada, servindo como um embasamento para 
a criação de políticas públicas e desenvolvimento social e econômico dos 
centros urbanos.
5Questões socioeconômicas, ambientais e políticas no planejamento urbano
Dimensões espaciais na morfologia urbana 
Para Lamas (2004), é possível compreender as formas urbanas através de diferentes 
níveis, que se caracterizam pela concepção e unidades de leitura. Segundo o autor, 
há três diferentes dimensões:
  Dimensão setorial: é a menor unidade, ou porção de espaço urbano, com forma 
própria. Uma infinidade de elementos que, organizados entre si, definem a forma 
urbana (edifícios, o traçado, estrutura verde, mobiliário urbano). 
  Dimensão urbana: pressupõe uma estrutura de ruas, praças ou formas de escalas 
inferiores. Os elementos morfológicos têm de ser identificados com as formas 
a escalas diferentes e a análise da forma necessita do movimento e dos vários 
percursos (traçados e praças, quarteirões e monumentos, jardins e áreas verdes). 
  Dimensão territorial: a forma estrutura-se através da articulação de diferentes 
formas à dimensão urbana. A forma das cidades define-se pela distribuição dos 
seus elementos primários ou estruturantes (bairros, grandes infraestruturas viárias 
e grandes zonas verdes). 
Estas categorias estabelecidas permitem sistematizar o conhecimento do espaço 
urbano. O desenho urbano — por necessidades da estrutura mental e operativa 
humana — organiza a forma pela adição e composição dos elementos morfológicos, ou 
formas de escalas inferiores. Esta classificação pretendeclarificar a leitura do território, 
articulando-a com os diferentes níveis de produção do espaço.
Influência socioeconômica no planejamento 
urbano
Segundo o Dicionário Online de Português (c2019, documento on-line), a 
palavra “planejamento” pode ser compreendida como a “[…] ação de preparar 
um trabalho, ou um objetivo, de forma sistemática ou efeito de planejar, de 
elaborar um plano.” Quando se relaciona essa ação às cidades, o planejamento 
se refere à organização de atividades para o melhoramento delas. O planeja-
mento urbano, portanto, permite que a cidade possa ser pensada sob diversos 
aspectos que gerem qualidade de vida e melhorem o espaço urbano. 
Assim, as ações de planejamento urbano são influenciadas pelo estudo da 
morfologia urbana e também por diversos outros fatores, como, por exemplo, 
as questões socioeconômicas. Para que se possa planejar, é preciso um vasto 
estudo sobre as diferentes áreas, realidades e o contexto de cada região e cidade. 
Atualmente, as cidades brasileiras ainda são reflexo da falta de organização e 
de planos específicos de crescimento, e seu tecido urbano é resultado da vinda 
Questões socioeconômicas, ambientais e políticas no planejamento urbano6
da população rural para a cidade, que não tinha estrutura para receber tantas 
pessoas. Com a Revolução Industrial e o êxodo rural, as cidades tiveram que 
se adequar ao aumento da população de forma muita rápida, e isso ocasionou 
diversos problemas de infraestrutura, saneamento e densidades. 
O planejamento urbano no Brasil é uma atividade recente cuja necessidade 
passou a se fazer sentir com intensidade cada vez maior nas últimas décadas 
sob o impacto do crescimento rápido e desordenado das nossas cidades. Com 
efeito, em consequência do crescimento econômico e físico e da industrializa-
ção, as cidades brasileiras perderam o caráter de organismo dotado de funções 
urbanas diferenciadas e específicas, capazes de satisfazer a uma ampla gama de 
necessidades, para se transformarem nos aglomerados uniformemente caóticos e 
congestionados que todos nós conhecemos (OLIVEIRA; BOLAFFI, 1970, p. 155).
Somente a partir do ano de 2001, com a implementação do Estatuto da Cidade, 
é que o planejamento urbano passou a ser valorizado nas políticas urbanas, e 
com isso sofreu algumas mudanças significativas. O Estatuto da Cidade é o 
nome dado à Lei Federal nº. 10.257, de 10 julho de 2001 (BRASIL, 2001), que foi 
criada com base na Constituição Federal, em seus artigos 1º e 2º, que se referem 
à política de desenvolvimento urbano e à função social da propriedade. Esse 
Estatuto foi criado com o intuito maior de democratizar a gestão das cidades 
do país, exigindo que municípios com mais de vinte mil habitantes tenham um 
plano diretor que normatize e especifique as áreas e ações futuras para a cidade.
 Os planos diretores, que são instrumentos do Estatuto da Cidade, há alguns 
anos passaram a regulamentar e normatizar usos e índices, porém ainda existem 
diversos problemas que precisam ser pensados e resolvidos com relação ao 
planejamento urbano no país. Assim, a ação de planejar a cidade fica assegurada 
através do plano diretor, que é um planejamento municipal com orientações e 
normativas. Villaça (1999) acrescenta que o plano diretor se refere a um diagnós-
tico científico da realidade física, social, econômica, política e administrativa da 
cidade, apresentando um conjunto de propostas para o futuro desenvolvimento 
socioeconômico e futura organização espacial dos usos do solo urbano, das redes 
de infraestrutura e de elementos fundamentais da estrutura urbana.
O Estatuto da Cidade, genericamente, já cita em alguns de seus itens a 
importância de se considerar os aspectos socioeconômicos no momento de 
criar ações de planejamento para as cidades. Nas diretrizes gerais, o inciso 
VII do art. 2º diz que:
[…] a política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das 
funções sociais da cidade e da propriedade urbana, mediante as seguintes 
7Questões socioeconômicas, ambientais e políticas no planejamento urbano
diretrizes gerais: integração e complementaridade entre as atividades urbanas 
e rurais, tendo em vista o desenvolvimento socioeconômico do município e 
do território sob sua área de influência (BRASIL, 2001, documento on-line).
Em virtude de todos os acontecimentos citados pode-se afirmar que as 
cidades hoje ainda apresentam realidades bastante desiguais e heterogêneas, as 
quais merecem ser pensadas especificamente e inclusive através das análises 
sociais e econômicas requeridas pelo Estatuto.
Porém, planejamento não é uma atividade abstrata e independente dos fins que 
procura atingir. Embora se trate de uma atividade eminentemente técnica e 
especializada, ela não pode ser generalizada e é, portanto, imprescindível que 
seja diretamente referida ao contexto sobre o qual será exercida (OLIVEIRA; 
BOLAFFI, 1970, p. 156).
Os aspectos econômicos e sociais merecem destaque nas políticas de 
planejamento urbano, pois são uma maneira de tratar especificamente os 
problemas de cada área urbana, levando em consideração suas características 
e situações. Isso significa que não é aconselhável pensar ações gerais para 
a área total do município, e sim pensá-la em partes que se integram e se 
influenciam mutuamente.
Nesse sentido, a situação econômica de cada porção do território deve ser 
considerada a fim de propor soluções e investimentos para cada local, dado que 
existem regiões precárias que necessitam de mais investimentos e valorização, 
diferentemente de outras que já estão consolidadas e valorizadas. Da mesma 
forma, analisar os aspectos sociais, a comunidade local, as atividades e os 
usos de cada porção do território garante que as ações certas ou prioritárias 
sejam propostas para cada espaço, possibilitando o crescimento, e contribuindo 
para o desenvolvimento e, principalmente, para a diminuição da desigualdade 
no território urbano.
De maneira geral, o Brasil vem apresentando melhorias nos aspectos econô-
micos, mas isso acabou aumentando a desigualdade social. Para que a questão 
socioeconômica possa contribuir cada vez mais para a elaboração correta 
do planejamento das cidades, é importante também priorizar a participação 
popular. “O melhor modo de tratar das questões urbanas é com a participação 
de todos os cidadãos interessados” (ABRANCHES, 2013, p. 5). Segundo Clark 
(1985, apud ABRANCHES, 2013, p. 5), “[…] a imagem que o indivíduo tem 
da cidade determina se ela é amada ou odiada, e onde dentro dela, ou se em 
alguma outra parte, ele escolherá para morar, comprar, trabalhar e passear”. 
Questões socioeconômicas, ambientais e políticas no planejamento urbano8
As análises sobre a percepção do ambiente resultam em informações mais 
confiáveis e legítimas para proposições futuras em relação à melhoria da 
qualidade ambiental, ou seja, as propostas estarão mais próximas das expec-
tativas daqueles que vivenciam os problemas dos lugares e que utilizam o 
ambiente projetado, pois eles participarão ativamente do que será planejado 
(ABRANCHES, 2013, p. 5).
 Assim, compreender a importância das especificidades de cada região 
e comunidade, considerar sua participação, e principalmente as diferenças 
sociais e econômicas que estão presentes no território garantirá a possibilidade 
de fazer com que o planejamento urbano atue nos pontos principais de cada 
contexto, garantindo a melhora do espaço urbano.
Questões ambientais e políticas ligadas ao 
planejamento urbano
Da mesma forma que os aspectos socioeconômicos infl uenciam diretamente 
o planejamento das cidades, as questões ambientais e políticas também estão 
ligadas às ações de planejamento urbano. Para Tonella (2013, p. 29), “[…] a 
implementação de uma política urbana vigorosa depende de uma quantidade ex-
pressiva de recursos públicos e de diretrizes da política pública estruturada e com 
continuidades ao longo do tempo”. Isso signifi ca que, para que o planejamento 
urbano efetivamente funcione, éextremamente necessário que as políticas estejam 
engajadas nessa causa, entendendo sua importância e dando embasamento para 
que funcionem. Portanto, para que o planejamento urbano seja possível, antes 
de tudo, é necessário que as políticas urbanas sejam integradas, com recursos e 
diretrizes que permitam a criação de ações considerando os diferentes aspectos. 
O próprio Estatuto da Cidade ressalta a importância não só dos aspectos 
sociais e econômicos, na formação dos planos diretores e normativas, mas 
também o cuidado com os fatores ambientais. Segundo o Parágrafo único do 
Estatuto, “[…] para todos os efeitos, esta lei, denominada Estatuto da Cidade, 
estabelece normas de ordem pública e interesse social que regulam o uso da 
propriedade urbana em prol do bem coletivo, da segurança e do bem-estar 
dos cidadãos, bem como do equilíbrio ambiental” (BRASIL, 2001, documento 
on-line). Assim, seu art. 2º destaca que deve-se priorizar a “[…] adoção de 
padrões de produção e consumo de bens e serviços e de expansão urbana 
compatíveis com os limites da sustentabilidade ambiental, social e econômica 
do Município e do território sob sua área de influência” (BRASIL, 2001, 
documento on-line).
9Questões socioeconômicas, ambientais e políticas no planejamento urbano
Em seus demais artigos aparecem alguns instrumentos que possibilitam o 
controle ambiental, como por exemplo, o zoneamento ambiental, o estudo prévio 
de impacto ambiental, a criação de unidades de conservação ou proteção de 
outras áreas de interesse ambiental e a definição de diretrizes e instrumentos 
específicos para proteção ambiental e do patrimônio histórico e cultural.
Com isso, percebe-se que para que um planejamento urbano seja de fato 
integrado e completo é necessário que ele contemple fatores socioeconômicos, 
técnicos e também aspectos ambientais. Para Branco e Rocha (1987, p. 22), 
“[…] caminha-se para a utilização do planejamento urbano de forma integrada 
em termos ecológicos, físico-territoriais, econômicos, sociais, administrativos, 
abrangendo as partes, os elementos e o todo de um sistema ou ecossistema”. 
Essa conexão entre diversos elementos está diretamente ligada à ideia do 
desenvolvimento sustentável. 
O planejamento deve se realizar com base na concepção de desenvolvimento 
sustentável, assim entendido, aquele que atende às necessidades do presente 
sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem às suas 
próprias necessidades. De acordo com o planejamento urbano integrado é 
necessário agir visando à preservação ambiental, pois é mais correto evitar 
os males gerados pela urbanização ao invés de corrigi-los a posteriori. Com 
isso, entende-se a necessidade de considerar as questões ambientais na tomada 
de decisões relativas ao planejamento urbano. A instrumentalização dessas 
necessidades pode ser conseguida através do planejamento da paisagem. 
Nesse sentido o planejamento da paisagem servirá de base para pensar o 
planejamento urbano (MOTA, 1999, p. 22).
Com isso, Nucci (1996) destaca que pensar e considerar os aspectos ambien-
tais é importante para complementar o planejamento urbano das cidades, na 
medida em que ele regulamenta os usos do solo, estuda os recursos ambientais 
disponíveis e garante o máximo proveito do que o ambiente natural pode 
oferecer para as cidades. Além disso, considerar os aspectos ambientais nas 
políticas públicas voltadas ao planejamento permite que haja uma melhora na 
qualidade de vida da população que usa e vive nesses locais. 
Para que o aspecto ambiental influencie no planejamento urbano é preciso 
realizar pesquisas e levantamentos que possam ser traduzidos em dados e em 
mapas. Um destes instrumentos é o chamado Zoneamento Ambiental Munici-
pal, que “[…] visa a contribuir para a relação sustentável do ambiente natural 
com o ambiente construído e para a prestação de serviços ecossistêmicos 
como pressupostos para o ordenamento do território nos diversos biomas 
brasileiros” (BRASIL, 2018, documento on-line). Além disso, “[…] por meio 
Questões socioeconômicas, ambientais e políticas no planejamento urbano10
da identificação das principais fragilidades e vulnerabilidades existentes, 
o ZAM se constitui como um instrumento estratégico para salvaguardar os 
recursos naturais existentes no município” (BRASIL, 2018, documento on-line). 
A Figura 2 mostra o zoneamento ambiental do município de Cachoeirinha. 
Figura 2. Zoneamento ambiental de Cachoeirinha. 
Fonte: Cachoeirinha (2011, documento on-line).
Para Ugeda Júnior (2014, p. 111):
[…] o planejamento da paisagem tem como principal ferramenta a espaciali-
zação dos indicadores ambientais para posterior análise sistêmica. Portanto, 
a metodologia consiste em aglutinar o máximo de dados cartografáveis para 
posterior cruzamento e elaboração de um diagnóstico ambiental espacializado.
11Questões socioeconômicas, ambientais e políticas no planejamento urbano
Dessa maneira, segundo o autor, os dados variam conforme o local e suas 
características geomorfológicas e ambientais, sendo que todas as peculiarida-
des devem ser consideradas no momento do cruzamento de dados, para que 
eles estejam adequados e sirvam como base para a elaboração das políticas 
de planejamento.
Além dos estudos ambientais contribuírem para demonstrar a situação 
atual de cada área, os recursos disponíveis e o que pode ser valorizado, eles 
ainda colaboram para a apresentação das áreas mais adequadas ao adensa-
mento urbano e as futuras ocupações, sendo uma instrumento que direciona 
a expansão urbana; “[…] dessa forma o planejador tem em mãos todas as 
informações necessárias para realizar um planejamento urbano adequado” 
(UGEDA JÚNIOR, 2014, p. 114).
Diante dessa explanação, compreende-se que não basta simplesmente ter 
a intenção de elaborar um planejamento; é preciso que essa intenção consi-
dere os mais variados aspectos, sejam eles sociais, econômicos, políticos ou 
ambientais. Além disso, é necessário que cada contexto, comunidade, região 
e característica seja reconhecida nos planos urbanos, permitindo a proposição 
de soluções adequadas e condizentes com cada realidade.
ABRANCHES, M. Controle social e planejamento urbano participativo: o mapeamento 
dos problemas da cidade pelos seus diversos atores. In: SIMPÓSIO MINEIRO DE ASSIS-
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Questões socioeconômicas, ambientais e políticas no planejamento urbano14
DICA DO PROFESSOR
A prática do planejamento urbano deve levar em consideração os mais diversos aspectos de cada 
local, e pode ser realizada a partir de diferentes níveis. Para que se possa planejar, é preciso um 
extenso estudo sobre as diferentes áreas, realidades e contextos de cada região e cidade. É 
necessário ainda o cumprimento de etapas até chegar à conclusão do projeto.
Nesta Dica do Professor, veja mais sobre os níveis de produção do espaço urbano.
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EXERCÍCIOS
1) Toda cidade apresenta uma configuração, seja ela resultado de planejamento ou de 
ocupação dinâmica e desordenada. Sobre a configuração das cidades e a morfologia 
urbana, é correto afirmar que:
A) a morfologia urbana refere-se ao estudo exclusivo do traçado da cidade.
B) a morfologia urbana é um estudo sobre os usos e o zoneamento da cidade.
C) a forma urbana e seus elementos são estudados pela morfologia urbana.
D) a configuração das cidades e sua forma são assuntos irrelevantes para o urbanismo.
E) a morfologia urbana é um tema dissociado do desenho urbano e do planejamento.
2) Para o estudo da morfologia urbana, é preciso considerar diversos aspectos a fim de 
compreender todo o território. Sobre esses aspectos, é correto afirmar que:
A) os aspectos quantitativos referem-se a áreas e edificações da cidade.
A morfologia urbana é um estudo que se refereaos principais elementos físicos que estruturam e moldam a cidade; não somente dos tecidos urbanos, mas também das ruas, das parcelas urbanas (ou lotes), dos edifícios, entre outros. Assim, pode ser compreendida como o estudo das formas urbanas e dos atores e processos responsáveis pela sua transformação, não tendo a ver com os usos e o zoneamento da cidade. Demanda a habilidade de detectar um vasto sistema de sinais estruturais que permitam, dinamicamente, ler e compreender um organismo urbano em todas as suas escalas. Esse estudo constitui um instrumento poderoso no entendimento e no planejamento da cidade e, com isso, interage com ampla gama de disciplinas.
B) os aspectos figurativos estão ligados a questões ambientais e de paisagem.
C) os aspectos figurativos referem-se a comunidades e seus agentes.
D) os aspectos funcionais referem-se a usos de cada área da cidade.
E) os aspectos funcionais estão ligados a fluxos e densidades.
3) O estudo da forma urbana é complexo e requer a compreensão por diversos níveis. 
Sobre os níveis das dimensões espaciais da morfologia urbana, é correto afirmar que:
A) se diferenciam pelas suas unidades de leitura e seus elementos de composição.
B) são identificados a partir de suas escalas, tamanhos e tipos de desenho urbano.
C) o nível urbano refere-se à menor unidade do espaço da cidade.
D) o nível territorial está ligado à estrutura das ruas e praças de pequena escala.
E) a dimensão setorial corresponde à distribuição dos elementos primários ou estruturantes.
4) O Estatuto da Cidade surgiu como uma evolução nas políticas urbanas com o intuito 
de normatizar as atividades de planejamento. Sobre o Estatuto da Cidade e suas 
preocupações, é correto afirmar que:
A) ele tem por objetivo desintegrar as políticas urbanas no território.
B) ele se refere ao regresso e à conexão das funções sociais da cidade.
É importante entender que a forma urbana é composta por diferentes aspectos; são eles: aspectos quantitativos, que se referem a itens que podem ser quantificados, como, por exemplo, superfícies, fluxos, densidades, etc; aspectos de organização funcional, que tratam das atividades humanas que ocorrem no espaço físico da cidade juntamente com os usos de cada espaço, área, solo ou edificação; e aspectos figurativos, ligados às questões estéticas da cidade.
Para Lamas (2004), é possível compreender as formas urbanas por diferentes níveis (urbano, territorial e setorial), que se caracterizam por unidades de leitura, não tendo a ver com tamanhos e tipos de desenho urbano. Segundo o autor, o nível urbano refere-se a uma estrutura de ruas, praças ou formas de escalas inferiores, mas não à menor unidade. A menor unidade refere-se ao nível setorial. Já a dimensão territorial estrutura-se por meio da articulação de diferentes formas à dimensão urbana, e a forma das cidades nesse nível define-se pela distribuição dos seus elementos primários ou estruturantes.
O Estatuto da Cidade é um documento que tem por objetivo estabelecer, normatizar e evidenciar a importância de considerar alguns aspectos nas ações de planejamento urbano. Para isso, em um de seus artigos, o Estatuto dispõe que “a política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e da propriedade urbana, mediante as seguintes diretrizes gerais: integração e complementaridade entre as atividades urbanas e rurais, tendo em vista o desenvolvimento socioeconômico do Município e do território sob sua área de influência”.
C) ele se preocupa com o desligamento entre as atividades urbanas e rurais.
D) refere-se exclusivamente à promoção da propriedade urbana.
E) ele se preocupa com o desenvolvimento social e econômico do Município.
5) O planejamento urbano está ligado também a políticas e a diversos aspectos de 
caráter ambiental. Sobre esses fatores, é correto afirmar que:
A) as ações de planejamento urbano dependem efetivamente dos recursos públicos.
B) as políticas públicas são dispensáveis para efetivar as ações de planejamento urbano.
C) os aspectos ambientais devem ser considerados somente em áreas de preservação.D) o meio ambiente é um fator que pode ou não ser relevante para as ações de planejamento.
E) o controle ambiental é o único aspecto que deve ser considerado nas ações de 
planejamento.
NA PRÁTICA
Assim como os aspectos socioeconômicos influenciam diretamente o planejamento das cidades, 
as questões ambientais e políticas também estão ligadas a ações de planejamento urbano. O 
planejamento urbano passa por diversas etapas, mas a primeira delas consiste em considerar 
essas questões para a futura elaboração das ações.
Veja neste Na Prática como funcionam essas etapas.
O planejamento urbano é uma atividade que está diretamente ligada a aspectos sociais e econômicos, e também a políticas públicas e fatores ambientais. Ele só acontece se existirem políticas que estejam engajadas nessa causa; assim, antes de tudo, é necessário que as políticas urbanas sejam integradas, com recursos e diretrizes que permitam a criação de ações considerando os diferentes aspectos. O aspecto ambiental deve ser considerado em todo tipo de ação de planejamento urbano, levando em consideração não somente as áreas de preservação, mas os recursos hídricos, a ocupação do solo, o zoneamento urbano, o controle ambiental e outros fatores.
Highlight
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SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Planejamento ambiental e ocupação do solo urbano em Presidente Prudente (SP)
Este artigo discute a relação entre uso e ocupação do solo urbano e a produção da habitação de 
interesse social em cidades médias, considerando as questões ambientais e tendo como estudo 
de caso a realidade da cidade de Presidente Prudente, Município localizado no oeste do Estado 
de São Paulo, entre 1997 e 1999.
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O que é planejamento urbano: a arte de projetar cidades que encantam pessoas
Morfologia urbana, conceitos e aplicações. O planejamento urbano é capaz de melhorar a 
qualidade das cidades e criar ações específicas para cada porção. Leia mais sobre o assunto 
neste site.
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