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PLANEJAMENTO URBANO E AMBIENTAL-mesclado

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E-BOOK
PLANEJAMENTO URBANO
 E AMBIENTAL
Evolução urbana e planejamento 
ambiental: histórico
APRESENTAÇÃO
Esta Unidade de Aprendizagem apresenta a evolução dos centros urbanos e do planejamento 
ambiental. A partir desta Unidade, será possível compreender que as duas questões estão 
claramente relacionadas, embora a ação de planejar propriamente dita remeta somente às últimas 
décadas. Além disso, será possível reconhecer que os problemas ambientais atuais, do dia a dia, 
são os mesmos que assolaram as civilizações antigas.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Analisar por que a civilização humana estabeleceu residência.•
Identificar os problemas ambientais associados às primeiras cidades.•
Reconhecer as primeiras discussões e ações de planejamento ambiental.•
DESAFIO
Você, na condição de gestor ambiental, acaba de passar em um concurso de seu município e está 
muito empolgado para solucionar questões ambientais que assolam as cidades há muito tempo.
Como o seu perfil é proativo, você começa uma pesquisa para identificar os principais 
problemas que podem estar ocorrendo no seu município. Para tanto, coloca na bolsa uma 
máquina fotográfica e sai pela cidade em busca de indícios que possam indicar tais problemas.
Seu desafio, portanto, é apresentar no mínimo duas fotos que mostrem diferentes problemas 
urbanos e relacioná-los com os detectados nos primórdios das cidades humanas. Como sugestão, 
os dois problemas podem ser a respeito de água e moradia.
INFOGRÁFICO
No infográfico a seguir, há uma síntese gráfica e histórica da evolução urbana e do 
planejamento ambiental.
 
CONTEÚDO DO LIVRO
Neste capítulo Evolução Urbana e Planejamento Ambiental: Histórico, da obra Planejamento 
urbano aborda a evolução dos centros urbanos e do planejamento 
ambiental, compreendendo que essas duas questões estão claramente relacionadas, embora a 
ação de planejar propriamente dita corresponda somente às últimas décadas.
Boa leitura.
PLANEJAMENTO 
URBANO
Vanessa Machado
Evolução urbana 
e planejamento 
ambiental: histórico
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Analisar por que a civilização humana estabeleceu residência.
 � Identificar os problemas ambientais associados às primeiras cidades.
 � Reconhecer as primeiras discussões e ações de planejamento 
ambiental.
Introdução
Neste capítulo, você vai estudar a evolução dos centros urbanos e do 
planejamento ambiental, e vai compreender que essas duas questões 
estão claramente relacionadas, embora a ação de planejar propriamente 
dita corresponda somente às últimas décadas. Além disso, você vai ver 
que os problemas ambientais da atualidade são os mesmos que assolaram 
as civilizações antigas.
U N I D A D E 4
A formação das primeiras 
aglomerações humanas
O período da Pré-história é definido como antecedente ao aparecimento da 
escrita, que ocorreu em torno de 4.000 a. C, pela civilização suméria. A Pré-
-história é dividida em dois períodos: Paleolítico e Neolítico, e teve importância 
fundamental no desenvolvimento do ser humano na Terra.
Durante o período mais antigo, o Paleolítico, as pessoas viviam em cavernas 
e tinham como atividade principal a caça, a pesca e a coleta de frutos e raízes. 
Quando exauridos os recursos, migravam para outro local. Por isso, durante 
o Paleolítico, podemos considerar que o ser humano tinha vida nômade, ou 
seja, sem habitação fixa. Nesse período, os seres humanos também produziram 
inúmeros instrumentos e ferramentas específicas, feitas com ossos e pedras, 
e por isso, esse período, também é conhecido como Idade da Pedra Lascada.
O período seguinte, o Neolítico, foi fundamental, pois o homem descobriu 
o fogo, o que permitiu diversos avanços como o cozimento dos alimentos e 
a proteção dos locais onde estavam. Mas o mais importante foi o início do 
desenvolvimento de técnicas relacionadas à agricultura, fator determinante 
que favoreceu o sedentarismo humano, ou seja, as comunidades deixaram de 
ser nômades e começaram então a estabelecer residência. Dalgalarrondo (2011) 
cita que as populações de caçadores e coletores necessitavam de cerca de mil 
hectares para o sustento de uma pessoa. Com a agricultura e o pastoreio, 10 
hectares eram suficientes para o sustento de um indivíduo. Ruddiman (2015) 
coloca que a agricultura possibilitou a produção de abundantes alimentos 
durante as estações quentes, além de estoques que podiam ser guardados para 
o inverno e para períodos de seca.
É interessante ressaltar que as primeiras cidades ocorreram ao longo de cursos de água, 
e esse aspecto não é por acaso, ou seja, a fertilidade do solo após as cheias sazonais 
dos rios favorecia a produção de alimentos, a agricultura. Assim foi a formação das 
cidades ao longo dos Rios Tigre e Eufrates, no caso da civilização suméria, e Rio Nilo, 
no caso da civilização egípcia (veja as Figuras 1 e 2).
Evolução urbana e planejamento ambiental: histórico2
Ruddiman (2015) cita que outros aspectos podem ter influenciado no seden-
tarismo humano, como a fertilidade e a apropriação de bens e equipamentos. 
No primeiro caso, associadas à necessidade de gestação e cuidado com a prole, 
e no segundo, com relação ao transporte de materiais e filhos pequenos. Em 
contrapartida, povos que desenvolviam a agricultura não possuíam tais problemas 
e podiam ter filhos com mais frequência. Essas populações de agricultores, com 
o passar dos anos, aprendeu a utilizar o ambiente em seu benefício e acabou 
também por desenvolver outras habilidades importantes e que favoreceram 
o desenvolvimento da humanidade, como domar, criar e disciplinar animais.
É muito difícil afirmar qual foi a primeira concentração urbana do mundo e 
por isso os pesquisadores continuam a ampliar essa discussão. Em Catalhöyük, 
na Turquia, descobriram que por volta de 9.000 a.C. a população utilizava o sal 
como moeda. Wall e Waterman (2012) apontam que os sítios de Çatalhöyük 
são um dos maiores e mais antigos sítios Neolíticos já descobertos, mostrando 
um denso agrupamento de moradias com paredes-meias e que eram acessadas 
por aberturas nas coberturas. Em Jericó, na Palestina, o registro de paredes 
remonta cerca de 8.000 a.C. (DALGALARRONDO, 2011).
Ruddiman (2015) cita que a agricultura surgiu pela primeira vez em di-
versos locais do mundo, há aproximadamente 11.000 anos. Uma curiosidade 
é que esse período coincide com o término do Último Máximo Glacial na 
Terra, e, portanto, a temperatura começou a aumentar, favorecendo assim a 
agricultura e o sedentarismo da civilização humana. O autor coloca que muitos 
cientistas apontam que a estabilidade do nosso clima interglacial quente foram 
benéficos para o desenvolvimento humano, em contraste com as condições 
mais frias, ventosas e poeirentas que dominavam a glaciação mais recente. 
De qualquer forma, os primeiros povoados humanos eram formados por um 
grupo de moradias, feitas em torno de lareiras e com divisão de áreas (área 
dos alimentos e área de dormir, por exemplo).
As primeiras cidades já apresentavam ruas que conectavam habitações (WALL; WA-
TERMAN, 2012). No entanto, podemos considerar o início das grandes cidades a partir 
da formação da civilização suméria e egípcia (Figura 2), pois realmente transformaram 
a paisagem a partir de 10.000 a.C.
3Evolução urbana e planejamento ambiental: histórico
Figura 1. Mapa mostrando a região da Mesopotâmia, local onde 
ocorreu as primeiras cidades. Essas se desenvolveram ao longo das 
margens dos Rios Tigre e Eufrates.
Fonte: KajzrPhotography/Shutterstock.com.
Figura 2. Desenhos rupestres egípcios indicando a utilização de 
animais domésticos na agricultura. 
Fonte: Vladimir Wrangel / Shutterstock.com.
As primeiras grandes cidades foram 
construídas em forma de Acrópole
Umas das primeiras civilizações a construir grandes cidades foram os meso-
potâmicos, às margens dos Rios Tigre e Eufrates,no Oriente Médio (Figura 
Evolução urbana e planejamento ambiental: histórico4
1). Formavam uma rede de cidades-estado independentes e com comunicação 
fluvial. Uma particularidade dessas cidades é que eram consideradas fecha-
das, pois possuíam grandes muralhas e fossos para proteção, além de serem 
construídas em colinas, ficando em formato de triângulo. Esse formato de 
cidade é conhecido como acrópole e possuía função defensiva e simbólica. 
Além do povo mesopotâmico, os babilônios, sumérios e assírios, bem como 
outras civilizações também construíram grandes acrópoles, como os gregos, 
por exemplo, no século V a.C. (PEREIRA, 2010) (Figura 3).
Figura 3. A acrópole de Atena, na Grécia.
Fonte: milosk50/Shutterstock.com.
Os problemas ambientais urbanos: histórico
Os problemas ambientais urbanos são tão antigos quanto as primeiras gran-
des cidades humanas. Com o sedentarismo e a formação das aglomerações 
humanas também começou o acúmulo de resíduos e inclusive de excretas 
humanas. As excretas acumulavam-se nas ruas e nas imediações das cidades 
antigas. As práticas higiênicas básicas não eram adotadas pelos habitantes 
dessas cidades. Muito pelo contrário, Rocha, Rosa e Cardoso (2009) relatam 
que o reboco das tendas na Mesopotâmia era feito com uma mistura de lama 
e excrementos humanos. Além disso, há diversos autores que apontam para 
a presença constante de piolhos em distintos povos da Antiguidade, como os 
gregos, chineses e indianos. Já no século VII, na cidade de Pompéia, em Roma, 
os serviços de lavandeira que eram oferecidos utilizavam urina humana e de 
animais para a higiene das roupas.
5Evolução urbana e planejamento ambiental: histórico
Outro aspecto muito importante a ser considerado é a poluição das águas. 
Como os resíduos eram dispostos diretamente nos solos dessas cidades, por 
lixiviação, eram naturalmente carreados para os locais mais baixos do terreno, 
e consequentemente para os cursos de água, iniciando assim um processo que 
se perpetua até os dias de hoje: a poluição e degradação dos nossos corpos 
hídricos. Rocha, Rosa e Cardoso (2009) ainda cita que a poluição generalizada 
dos rios teve início com a introdução de sistemas de efluentes domésticos nas 
cidades, já implantadas na antiga Babilônia. Imagine esse sistema de canais de 
esgoto a céu aberto em uma cidade com formato de acrópole. Nesse sentido, 
e por gravidade, os efluentes e dejetos eram encaminhados para o curso de 
água mais próximo, mas acabavam ficando armazenados em distintas partes 
desses canais, em locais com menor declividade, produzindo ambientes to-
talmente insalubres e produtores de doenças. Cabe lembrar que a captação de 
água para abastecimento e irrigação nessas cidades antigas era realizada no 
mesmo corpo hídrico onde acumulava-se os resíduos humanos, aumentando 
as chances de infecções e disseminação de distintas doenças de veiculação 
hídrica. Diarreias, disenterias, vômitos e outras enfermidades deviam ser 
corriqueiras na época.
Além disso, o acúmulo de resíduos e excretas humanas nas ruas dessas 
cidades antigas favoreceu certa fauna que se adaptou muito bem em se 
alimentar dos detritos disponíveis, como ratos por exemplo. Ocorre que 
esses animais são ditos vetores, ou seja, são transmissores de doenças, 
e, dessa forma, houve na história dessas grandes cidades antigas, muitos 
problemas de saúde pública. A Peste Bubônica, também conhecida como 
Peste Negra, é citada por vários autores como a mais grave epidemia da 
história antiga, que só na Europa causou cerca de 25 milhões de mortes 
no século XIV (Figura 4).
A peste bubônica, é causada pela bactéria Yersinia pestis, comum em ratos e transmitida 
ao homem através das pulgas desses animais contaminados.
Evolução urbana e planejamento ambiental: histórico6
Figura 4. Pintura do alemão Toggenburg Switzerland, de 1411, ilus-
trando homem e mulher com peste bubônica.
Fonte: Everett Historical/Shutterstock.com.
Conforme Rocha, Rosa e Cardoso (2009), há várias citações relacionando 
as pestes, advindas de pragas de roedores, insetos e etc., com a disposição 
inadequada de resíduos líquidos e sólidos.
A partir da Revolução Industrial, os problemas ambientais só agravaram. 
Além de efluentes domésticos, passaram também a ser incorporados ao solo e aos 
corpos hídricos os rejeitos industriais, que muitas vezes estavam contaminados 
com substâncias químicas tóxicas e de efeitos nocivos ao meio ambiente e ao ser 
humano. O agravamento da poluição atmosférica também causou grandes impactos.
As cidades apresentavam um novo modelo político, teoricamente livre, acessível 
e igualitário; sem uma administração centralizada. No entanto, o desenvolvimento 
do capital imobiliário e empresarial começa a prover uma série de inconvenientes 
nas cidades, gerando desordem e aumento de contaminações de doenças, princi-
palmente no pós-guerra de 1815. Como resultado, as cidades ficaram cobertas de 
fumaça, havia fome, doença e morte (WALL; WATERMAN, 2012).
Rocha, Rosa e Cardoso (2009) apontam que as cidades do século XVIII 
rapidamente começaram a sentir os efeitos da poluição, com a mortandade de 
peixes e transmissão de doenças como a cólera. A Inglaterra, um dos berços da 
Revolução Industrial, foi um dos primeiros países a sofrer as consequências da 
poluição generalizada. As cidades ficaram conhecidas como cidades industriais 
liberais e geraram um ambiente totalmente precário e caótico.
Após a Revolução Industrial houve um crescimento exponencial sem plane-
jamento que nunca tinha sido visto na civilização humana e em suas cidades. A 
7Evolução urbana e planejamento ambiental: histórico
partir daí foram surgindo os centros urbanos que conhecemos nos dias atuais. 
Muitos dos problemas contemporâneos originaram-se a partir desse crescimento 
desordenado e do desenvolvimento de veículos feitos para servir esse estilo de 
vida: do trem a vapor ao automóvel (WALL; WATERMAN, 2012).
O sistema político mudou, temos a administração pública, por exemplo, mas 
os problemas ambientais urbanos continuaram e agora são muito mais signifi-
cativos. A falta de planejamento adequado aliada a uma má administração dos 
centros urbanos gerou um grande problema socioambiental, cidades precárias e 
insalubres. Maharastra, na Índia, pode ser considerada a maior área coberta por 
habitações de baixa renda e possui hoje cerca de 19 milhões de habitantes. É um 
lugar totalmente insalubre, sem qualquer estrutura urbana básica, como sistema 
de esgotamento sanitário ou recolhimento de resíduos sólidos. Neza, no México, 
concentra 4 milhões de pessoas em condições semelhantes. Já no Brasil, a maior 
favela, a Rocinha, concentra 70 mil pessoas (Figura 5). Além disso, essa ocupação 
desordenada ocorreu em muitos locais inadequados para moradia, resultando em 
riscos evidentes para o meio ambiente e também para essas próprias populações.
Deslizamentos de terra e enchentes são desastres naturais relacionados a alteração 
na cobertura do solo em áreas de risco, como encostas de morro ou mesmo na 
margem de rios, e comumente vivenciados nos centros urbanos. Mesmos os países 
detentores do poder econômico não estão isentos dos agravos a saúde pública e 
desastres ambientais.
 Rosa, Fraceto e Moschini-Carlos (2012) aponta que o padrão de vida da 
população dita privilegiada sucumbem ao consumismo, a concentração de 
poluentes atmosféricos e alimentos provenientes de cadeias cada vez mais 
complexas e artificiais.
Dessa forma, as cidades modernas perpetuam os mesmos problemas ambientais 
das primeiras cidades, porém, agora, esses são excessivamente mais significativos 
e impactantes. Além disso, somam-se a esses problemas existentes outros tantos 
relacionados aos grandes centros urbanos. São exemplos disso a mobilidade urbana 
e as condições de moradia adequadas, além de problemas na área da saúde e de 
emprego, diretamente ligados à qualidade de vida. Todos esses temas também são 
discutidos quando nos referimos a planejamentourbano e ambiental.
Evolução urbana e planejamento ambiental: histórico8
Figura 5. Rocinha, considerada a maior favela do Brasil, no Rio de 
Janeiro. Sua construção sem planejamento é um dos típicos problemas 
relacionados a condições adequadas de moradia.
Fonte: Matyas Rehak/Shutterstock.com.
A poluição ambiental já chegou a proporções insustentáveis em distintas cidades do 
planeta. No Brasil, um exemplo ocorreu durante o governo de Juscelino Kubitschek, 
na década de 50. Em processo acelerado de industrialização, o município de Cubatão, 
a 40 km de São Paulo, maior berço econômico do país, e de Porto de Santos, o maior 
da América Latina, era um local perfeito para dar início ao grandioso centro industrial 
paulista. Cercada pela Mata Atlântica, a cidade era rica em recursos naturais e, com 
o boom industrial na região, sofreu intensivamente com a emissão de gases do polo 
(veja a Figura ilustrativa a seguir). Dessa forma, houve grande decréscimo na qualidade 
de vida da população local.
Ferreira (2007) destaca:
[...] no final da década de 1970 e início da década de 80, médicos, biólogos e técnicos 
em saúde pública que realizaram estudos e pesquisas na região de Cubatão, detectaram 
anomalias congênitas, perdas gestatórias e problemas pulmonares graves em crianças e 
idosos, comprovadamente gerados pela poluição atmosférica do município.
Nesse sentido, é necessário planejar as cidades visando a concentração de atividades 
similares, mas descentralizando-as, afim de minimizar os efeitos ao meio ambiente.
9Evolução urbana e planejamento ambiental: histórico
Figura 6. A intensa emissão de gases industriais para a atmosfera 
causa a poluição direta do ar e indireta de outros recursos naturais.
Fonte: ET1972/Shutterstock.com.
Para saber mais sobre os povos nômades no Rio Grande 
do Sul, assista ao documentário acerca de uma exposição 
itinerante intitulada 12.000 Anos de História - Arqueologia 
e Pré História do RS. Acesse o link ou o código a seguir.
https://goo.gl/mJRVYE 
A evolução do planejamento ambiental
A implementação de ações conjuntas com foco na resolução de problemas 
práticos, principalmente relacionado à agricultura e ao abastecimento de água, 
datam do início das grandes cidades. Wall e Waterman (2012) afirmam que 
quando as pessoas começaram a viver juntas e a tomar decisões conjuntamente 
para construir ou modificar suas cidades e/ou comunidades, mesmo que de 
Evolução urbana e planejamento ambiental: histórico10
forma informal, começaram também as primeiras tentativas de planejar o 
ambiente urbano. Os autores ainda indicam que certas práticas foram comuns 
em todos os primeiros povoados, o transporte de alimentos e bens, o manuseio 
do resíduo e instalação de locais distintos para reuniões, oração e moradia, 
por exemplo. Essa distinção dos locais de acordo com sua finalidade, dentro 
das cidades, como ocorreu nas primeiras cidades da Mesopotâmia e do Egito, 
também configuram um certo planejamento urbano, mesmo que inconsciente. 
Diversos autores descrevem estruturas e obras realizadas pelos povos antigos 
para a solução de questões ambientais.
A primeira represa de armazenamento de água foi construída no Egito pelo faraó 
Menes para abastecimento da capital Memphis, em 2900 a.C.; o primeiro aqueduto, 
criado em 700 a.C., para abastecimento de água de Jerusalém.
Os hindus construíram, a cerca de 4 mil anos, um sistema eficiente de distribuição de 
água em Mohenjo-Daro, na Índia, com cerca de 40 mil habitantes, além de um perfeito 
sistema de poços e canais de lançamentos de efluentes (ROCHA; ROSA; CARDOSO, 2009).
Nesse contexto, Wall e Waterman (2012) indicaram que os Gregos e Roma-
nos construíram grandes estruturas para resolver questões de saneamento. Os 
enormes aquedutos romanos para o transporte de água potável, por gravidade, 
de fontes localizadas nas montanhas até suas cidades, são até hoje visíveis, e 
pontos turísticos bastante visitados nessa região (Figura 7). Mesmo diante de 
aspectos de relevância para o planejamento, cabe salientar que muitas dessas 
cidades foram planejadas com foco na proteção, e continham assim grandes 
muralhas (WALL; WATERMAN, 2012), como as cidades mesopotâmicas e 
mesmo romanas, em forma de acrópole. Interessante que em muitas dessas 
cidades houve a formação de sucessivos anéis de proteção, devido à expan-
são urbana contínua. Cabe ressaltar que Aristóteles promoveu uma grande 
discussão acerca da organização do centro urbano, inclusive com inferência 
a impactos ambientais.
11Evolução urbana e planejamento ambiental: histórico
Figura 7. Construído na época medieval pelos romanos, o aqueduto 
é hoje um ponto turístico em Lisboa, Portugal.
Fonte: LianeM / Shutterstock.com
Hipódamo de Mileto é considerado o “pai” do planejamento urbano, por 
ter apresentado o primeiro traçado modular para planejar o desenvolvimento 
da cidade (Figura 7). No entanto, outro nome aparece citado na bibliografia 
como tão relevante ou mais que Mileto, como é o caso de Dinócrates, o ar-
quiteto e planejador urbano de Alexandre, o Grande, que planejou a cidade de 
Alexandria e foi o arquiteto de vários templos (WALL; WATERMAN, 2012).
Figura 8. Primeiro traçado urbano, a 
planta de Mileto, no século V a.C.
Fonte: Wall e Waterman (2012, p. 24).
Evolução urbana e planejamento ambiental: histórico12
É importante ressaltar que o zoneamento descende do traçado feito principalmente 
por gregos e romanos.
A partir da revolução industrial as cidades cresceram exponencialmente 
e nasceram novos formatos urbanos sem planejamento prévio. Os resultados 
foram cidades caóticas, com centros comerciais (que eram corredores viários 
com concentração de lojas), cidades-satélites, locais suburbanos que eram 
utilizados apenas como dormitórios, e zonas industriais (WALL; WATER-
MAN, 2012). Após, e com o estabelecimento de cidades com administração 
centralizada, e com o dito planejamento, o foco desse processo foi ainda 
realizado de forma inadequada.
Um padrão que favorece a separação do uso do solo, intensificando a 
desigualdade social e a poluição e degradação ambiental, além de incentivar 
a utilização de meio de transporte individual (KEELER; BURKE, 2010), o 
veículo, moldou nossa realidade atual. Esse aspecto é facilmente observado 
no traçado urbano de Brasília, onde houve a preferência por viabilizar o 
transporte individual ao invés do coletivo. Nesse sentido, a própria história 
de Brasília aponta para o descaso social no desenvolvimento das cidades. 
A capital do Brasil foi totalmente planejada. No entanto, hoje é formada 
também por verdadeiras cidades periféricas que se desenvolveram à margem 
da administração pública, formadas pelas pessoas que construíram Brasília: 
os trabalhadores operários. Não é difícil encontrar exemplos de construções 
homéricas com relação a viadutos, pontes e demais infraestruturas ligadas à 
mobilidade urbana.
Apenas nas últimas décadas, a partir do surgimento de uma série de movi-
mentos com o objetivo de buscar novos padrões sustentáveis para as cidades, é 
que nasceram novos modelos de expansão urbana, e com foco no planejamento 
urbano e ambiental. A Expansão Urbana Inteligente e o Novo Urbanismo 
são exemplos desses modelos (KEELER; BURKE, 2010). De acordo com esses 
autores, a Expansão Urbana Inteligente busca ajudar as comunidades a crescer 
e se desenvolver de modo a promover a prosperidade econômica, a preservação 
ambiental e uma sociedade justa e forte, englobando, portanto, os três pilares da 
sustentabilidade. Esse modelo surgiu no final de 1990 e, nos Estados Unidos, 
resultou na publicação de um conjunto de princípios de orientação criados pela 
Agência de Proteção ao Meio Ambiente dos Estados Unidos (EPA).
13Evolução urbana e planejamento ambiental: histórico
Entre as diretrizes da Expansão Urbana Inteligente estão citados a criação 
de opções de moradias e transporte, implementação de bairros onde se possa 
andar tranquilamente, encorajamento à participação detodos, promoção do 
uso misto do solo e preservação de espaços abertos, terras agrícolas, belezas 
naturais e áreas ambientais sensíveis. Já o Novo urbanismo foi fundado em 
1993 e faz uma grande crítica ao modelo de planejamento baseado no trans-
porte individual. Kellere BURKe (2010) citam que o Novo Urbanismo projeta 
comunidades para as pessoas, e não para automóveis. Ainda colocam que, de 
acordo com esse movimento, outras questões também devem ser abordadas pelo 
planejamento urbano, como a perda de espaços abertos, a degradação contínua 
do patrimônio arquitetônico, o desenvolvimento de comunidades projetadas 
visando o uso do automóvel e o aumento da segregação social e econômica.
No Brasil, as bases da Gestão Ambiental Urbana estão expostas no Estatuto 
da Cidade, Lei Federal nº 10.257, de 10 de julho de 2001, que estabelece normas 
de ordem pública e de interesse social que regulam o uso da propriedade urbana 
em prol do bem coletivo, da segurança e do bem-estar dos cidadãos, bem como 
do equilíbrio ambiental. Em suas diretrizes fica bastante claro a preocupação 
com a poluição e a degradação ambiental dos centros urbanos. Essa mesma 
lei reafirma a importância do Plano Diretor como instrumento essencial de 
desenvolvimento urbano bem como apresenta outros instrumentos essenciais 
para o planejamento urbano e ambiental dos grandes centros urbanos, como 
o zoneamento ambiental e o Estudo de Impacto de Vizinhança.
Para você ver mais um exemplo de como o planejamento 
urbano ainda é bastante ineficiente, acesse o artigo Plane-
jamento ambiental e ocupação do solo urbano em Presidente 
Prudente (SP) (HONDA et al., 2015).
https://goo.gl/NicPUz
Evolução urbana e planejamento ambiental: histórico14
BRASIL. Lei n° 10.257, de 10 de julho de 2001. Regulamenta os arts. 182 e 183 da Constitui-
ção Federal, estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras providências. 
Brasília: Presidência da República, 2001. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/leis/LEIS_2001/L10257.htm>. Acesso em: 20 maio 2017.
DALGALARRONDO, P. Evolução do cérebro: sistema nervoso, psicologia e psicopatologia 
sob a perspectiva evolucionista. Porto Alegre: Artmed, 2011.
FERREIRA, L. G. A gestão ambiental do pólo industrial de Cubatão a partir do programa 
de controle da poluição iniciando 1983: atores, instrumentos e indicadores. 2007. 289 f. 
Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) – Programa de Pós-Graduação em Saúde 
Pública, Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2007.
HONDA, S. C. A. L. et al. Planejamento ambiental e ocupação do solo urbano em 
Presidente prudente (SP). Revista Brasileira de Gestão Urbana, Curitiba, v. 7, n. 1, p. 62-
73, jan./abr. 2015. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/urbe/v7n1/2175-3369-
urbe-7-1-0062.pdf>. Acesso em: 20 maio 2017.
KEELER, M.; BURKE, B. Fundamentos de projeto de edificações sustentáveis. Porto Alegre: 
Bookman, 2010.
PEREIRA, J. R. A. Introdução à história da arquitetura: das origens ao século XXI. Porto 
Alegre: Bookman, 2010.
ROCHA, J. C.; ROSA, A. H.; CARDOSO, A. A. Introdução à química ambiental. 2. ed. Porto 
Alegre: Bookman, 2009.
ROSA, A. H.; FRACETO, L. F.; MOSCHINI-CARLOS, V. Meio ambiente e sustentabilidade. 
Porto Alegre: Bookman, 2012.
RUDDIMAN, W. F. A terra transformada. Porto Alegre: Bookman, 2015.
WALL, E.; WATERMAN, T. Desenho urbano. Porto Alegre: Bookman, 2012.
Evolução urbana e planejamento ambiental: histórico15
 
DICA DO PROFESSOR
A Dica do professor apresenta uma síntese desta Unidade de Aprendizagem, e trata de questões 
relacionadas às primeiras cidades e ao início do planejamento ambiental e urbano.
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EXERCÍCIOS
1) Por que os seres humanos deixaram de ser nômades e formaram as primeiras 
aglomerações humanas? 
A) Porque começaram a pescar.
B) Porque começaram a coletar.
C) Porque começaram a caçar.
D) Porque precisavam de abrigos mais fortes.
E) Porque começaram a cultivar alimentos no solo.
2) O saneamento ambiental é um dos problemas mais antigos das aglomerações 
humanas, se não o mais antigo. Nesse sentido, são exemplos de medidas tomadas 
pelas antigas civilizações para minimizar os efeitos negativos da falta de saneamento, 
EXCETO: 
A) Aquedutos.
B) Canais de esgoto a céu aberto.
C) Armazenamento de água.
D) Represamento de água para abastecimento humano.
E) Ordenamento do espaço.
3) De acordo com WALL (201, o pai do planejamento urbano pode ser considerado um: 
A) Sumério.
B) Grego.
C) Egípcio.
D) Hindu.
E) Romano.
4) As cidades modernistas foram planejadas com base: 
A) Na preocupação ambiental.
B) Nas questões de saneamento.
C) Na redução das desigualdades sociais.
D) O controle da poluição.
E) Em superquadras, em shopping centers, em autoestradas.
5) Nas últimas décadas, surgiu uma série de movimentos que buscam promover padrões 
de planejamento mais sustentáveis. Dentre esses, destaca-se a Expansão Urbana 
Inteligente, que tem como objetivo: 
A) Criar bairros para a utilização de carros.
B) Tomar decisões pela comunidade.
C) Priorizar o desenvolvimento de novas comunidades.
D) Promover a utilização segregada do solo.
E) Criar uma variedade de opções de moradia.
NA PRÁTICA
Você trabalha em uma consultoria como gestor ambiental. Sua equipe acaba de ganhar uma 
licitação para a realização de um projeto junto a uma comunidade carente de seu município.
Essa comunidade está localizada em um morro e, ao visitar esse local pela primeira vez, você se 
lembra de seu tempo de aluno. Nessa ocasião, na disciplina de Evolução Urbana e Planejamento 
Ambiental: Histórico, o professor havia comentado das cidades antigas em forma de acrópole, o 
que gerou grandes problemas ambientais de saneamento, iguais aos que você observa agora 
nessa comunidade.
Você então decide fazer um planejamento ambiental focado no saneamento básico, além 
de programas de educação ambiental voltados para o controle de doenças.
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
METRÓPOLE E EXPANSÃO URBANA: A PERSISTÊNCIA DE PROCESSOS 
"INSUSTENTÁVEIS
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Fundamentos de Projeto de Edificações Sustentáveis
Porto Alegre: Bookman, 2010. Capítulo 16.
Introdução à Química Ambiental
2ed. Porto Alegre: Bookman, 2009. Capítulo 2.
A História da Arquitetura Mundial
3ed. Porto Alegre: AMGH, 2011. Capítulos 1, 2 e 3.
Fundamentos de Paisagismo
Porto Alegre: Bookman, 2011. Capítulo 1.
Planejamento Urbano e Ambiental: por 
onde começar?
APRESENTAÇÃO
Nesta Unidade de Aprendizagem, será abordado como se deve iniciar o planejamento ambiental. 
Realizar um diagnóstico adequado é de fundamental importância para a tomada de decisão e 
para a formulação de diretrizes quanto às ações que devem ser postas em prática em projetos e 
programas. Além disso, possibilita um desencadeamento de conhecimento que permite avaliar o 
método e seus resultados, o que contribui de forma direta para a gestão mais eficiente dos 
centros urbanos.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Reconhecer a importância do diagnóstico ambiental.•
Relacionar os assuntos mais abordados em diagnósticos ambientais.•
Definir como iniciar o planejamento ambiental.•
DESAFIO
A consultoria ambiental em que você trabalha acaba de ganhar uma licitação para a realização 
do diagnóstico ambiental sobre a coleta de esgoto doméstico em seu município. Você, na 
condição de gestor de projetos, deve elaborar uma metodologia para o levantamento dos dados e 
fazer as devidas distribuições de tarefas.
INFOGRÁFICO
No infográfico a seguir, ilustra-se o que deve fundamentar um diagnóstico ambiental.
CONTEÚDO DO LIVRO
Neste capítulo Planejamento Urbano e Ambiental: por onde começar?, da obra Planejamento 
urbano aborda como se deve iniciar o planejamentoambiental.
Boa leitura.
PLANEJAMENTO 
URBANO
Vanessa Scopel
 
Planejamento urbano 
e ambiental: por 
onde começar?
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Reconhecer a importância do diagnóstico ambiental.
  Relacionar os assuntos mais abordados em diagnósticos ambientais.
  De� nir como iniciar o planejamento ambiental.
Introdução
Neste capítulo, você vai ver como se deve iniciar o planejamento am-
biental. Realizar um diagnóstico adequado é de fundamental importância 
para a tomada de decisão e para a formulação de diretrizes quanto às 
ações que devem ser postas em prática em projetos e programas. Além 
disso, possibilita um desencadeamento de conhecimento que permite 
avaliar o método e seus resultados, o que contribui de forma direta para 
a gestão mais eficiente dos centros urbanos.
O que é um diagnóstico ambiental?
O planejamento urbano e ambiental é uma ação que visa planejar, organizar, 
programar e estudar o espaço urbano e o meio ambiente. O espaço urbano pode 
ser entendido como um local do território ou área que se caracteriza por estar 
inserido ou pertencer a uma cidade. Pode-se considerar o espaço urbano como o 
centro populacional e a paisagem própria da cidade, sendo compreendido também 
como área urbana ou meio urbano. Já a palavra ambiental se refere ao meio am-
biente, que pode ser defi nido como um sistema formado por elementos naturais e 
artifi ciais relacionados entre si e que são modifi cados pela ação humana. O meio 
ambiente é composto por ar, água, solo, seres vivos e objetos criados pelo homem. 
Cap_14_Planejamento_Urbano.indd 1 31/01/2018 15:01:36
Quando se fala em planejamento urbano e ambiental, é importante perceber 
que a atividade de organizar um território precisa se preocupar tanto com as 
construções quanto com o meio ambiente, sendo que esses dois aspectos devem 
ser considerados conjuntamente para a elaboração de propostas de melhoramento.
Para que se possa planejar o espaço urbano e o meio ambiente, é preciso 
estudar sobre esses assuntos e elaborar um diagnostico que diz respeito à 
área de intervenção. Em um planejamento, em um primeiro momento, são 
estabelecidos metas e objetivos principais no sentido de perceber quais áreas 
precisam ser melhoradas, conservadas, expandidas ou investidas para aumentar 
a qualidade de vida das pessoas e desses espaços nos meios urbanos. Após 
essa definição inicial, parte-se para a elaboração de estratégias que serão 
aplicadas a essas porções a fim de desenvolvê-las.
A partir da definição de qual área será revitalizada, antes de qualquer 
formulação de projeto ou diretriz, é de extrema importância que se faça um 
diagnóstico dessa fração do território. Elaborar um diagnóstico significa 
recolher informações e analisar dados sobre determinado assunto, objeto ou 
área. Um diagnóstico ambiental se refere à ação de analisar os mais variados 
aspectos de determinado ambiente, seja ele construído ou natural. 
Diagnosticar ambientalmente um espaço é conhecer todos os seus compo-
nentes ambientais com o objetivo de obter informações reais, caracterizando 
suas potencialidades, condicionantes e deficiências. Sendo assim, formular um 
diagnóstico ambiental é interpretar a situação do local sob os mais variados 
pontos de vista, de maneira que se forme um documento capaz de servir como 
base para a formulação de propostas condizentes e eficazes. 
Entende-se por diagnóstico ambiental a avaliação da área de influência 
de um determinado empreendimento. Portanto, o diagnóstico é um processo 
que envolve atitudes que têm por objetivo alcançar metas, estabelecendo 
alternativas para que as metas pertencentes ao campo ambiental possam ser 
atingidas, visando melhorias. O planejamento urbano e ambiental tem por 
objetivo principal solucionar questões do meio urbano e natural e propor in-
tervenções que garantam a melhoria da qualidade dessas áreas. Essa atividade 
de planejamento pode contar com zoneamentos ambientais, planos de recursos 
hídricos ou um planejamento urbano mais sustentável.
Conforme o Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA, o diag-
nóstico ambiental é de extrema importância para caracterizar a qualidade 
ambiental da área de abrangência do estudo ou proposta de planejamento, pois 
essa coleta de dados e informações realizadas no diagnóstico deve fornecer 
Planejamento urbano e ambiental: por onde começar?2
Cap_14_Planejamento_Urbano.indd 2 31/01/2018 15:01:37
conhecimento suficiente para embasar a identificação e a avaliação dos im-
pactos nos meios físico, biológico e socioeconômico. 
De acordo com o artigo 6º da Resolução CONAMA nº 001/86, podemos 
definir os meios físico, biológico e socioeconômico da seguinte forma:
Meio Físico: “[...] o subsolo, as águas, o ar e o clima, destacando os re-
cursos minerais, a topografia, os tipos e aptidões do solo, os corpos d’água, 
o regime hidrológico, as correntes marinhas, as correntes atmosféricas [...]” 
(BRASIL, 1986).
Meio Biológico e os Ecossistemas Naturais: “[...] a fauna e a flora, desta-
cando as espécies indicadoras da qualidade ambiental, de valor científico e 
econômico, raras e ameaçadas de extinção e as áreas de preservação perma-
nente [...]” (BRASIL, 1986).
Meio Socioeconômico: “[...] o uso e ocupação do solo, os usos da água e a 
socioeconômica, destacando os sítios e monumentos arqueológicos, históricos 
e culturais da comunidade, as relações de dependência entre a sociedade 
local, os recursos ambientais e a potencial utilização futura desses recursos 
[...]” (BRASIL, 1986)
Realizar um diagnóstico ambiental é ação primordial para um planejamento 
urbano e ambiental, pois esse diagnóstico permite que se conheça a porção de 
estudo de maneira mais completa e estruturada. Cada área, ecossistema, solo, 
edificação, entre outros, é diferente, com características, materiais e elementos 
diversos e particulares. Sem um diagnóstico, é perigoso tratar cada fração por 
uma mesma base, o que é um grande equívoco já que, em virtude de toda a 
diversidade do nosso território, cada ação e intervenção deve ser programada 
a partir das peculiaridades de cada local para que, de fato, as revitalizações 
e melhoramentos sejam eficazes e bem-sucedidos. 
Leia sobre o Planejamento Urbano Sustentável. Acesse o 
link ou o código a seguir.
https://goo.gl/asocpc 
3Planejamento urbano e ambiental: por onde começar
Cap_14_Planejamento_Urbano.indd 3 31/01/2018 15:01:37
Aspectos abordados no diagnóstico ambiental
O diagnóstico ambiental é uma atividade importante e que infl uencia dire-
tamente a formulação das diretrizes projetuais e a tomada de decisão; sendo 
assim, deve, obrigatoriamente, conter a descrição de variados fatores que 
infl uenciam direta e indiretamente o projeto. Conforme o Portal da Educação 
(2018), um diagnóstico ambiental deve apresentar:
[...] uma caracterização da área de influência do empreendimento, apresentando 
informações sobre: os cursos d’água mais próximos do empreendimento, a 
bacia hidrográfica, cobertura vegetal, áreas de preservação e/ou conserva-
ção próximas, existência de pontos regionais de interesse histórico, cênico, 
cultural, científico e natural, vias de acesso ao empreendimento, atividades 
desenvolvidas, assentamentos populacionais, indústrias, cidades, comunida-
des, aspectos sociais. Além de descrição básica sobre a geologia, pedologia, 
geomorfologia, meteorologia, qualidade da água, qualidade do ar, fauna e 
flora terrestre e aquática, espécies ameaçadas de extinção.
O diagnóstico ambiental é uma etapa muito custosa dentro da atividade 
de planejamento urbano e ambiental, de modo que deve ser elaborado com 
responsabilidade e cautela. Para isso, é importante considerar os variados 
aspectos nessa fase de coleta de dados, que deve, inicialmente, responder 
quatro perguntas básicas: 
a) Quais as informações necessárias e para qual finalidade elas serão 
utilizadas?
b) Como as informações serão coletadas?
c) Ondeas informações serão coletadas?
d) Durante quanto tempo, em que frequência e em que épocas do ano as 
informações serão coletadas?
Quando esses questionamentos ficam incompletos ou mal formulados, po-
dem influenciar na elaboração de diretrizes que não condizem com a realidade 
ou necessidade da área de intervenção, tornando o planejamento inviável. A 
função desse estudo inicial realizado a partir do diagnóstico, segundo Sánchez 
e Silva-Sánchez (2008), é fornecer informações para a identificação e análise 
dos impactos ambientais, de maneira que as mesmas facilitem a adoção de 
planos de gestão ambiental. Com esses dados e informações, é possível compor 
uma base de dados que possa servir em futuras comparações sobre os efeitos 
gerados pelo empreendimento.
Planejamento urbano e ambiental: por onde começar?4
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Segundo Sánchez e Silva-Sánchez (2008, p. 517), “[...] os resultados dos 
estudos de base formam uma descrição e análise da situação atual de uma 
área de estudo feita por meio de levantamentos de componentes e processos do 
meio ambiente físico, biótico e antrópico de suas interações, o que usualmente 
chamamos de diagnóstico ambiental [...]”.
Sendo assim, nota-se que os principais aspectos abordados no diagnóstico 
ambiental dizem respeito a três esferas principais: os meios físico, biológico 
e antrópico. 
O meio físico se refere a clima, solo, relevo, hidrologia, entre outros as-
suntos. Os estudos e a coleta de dados relativos a esse assunto envolvem 
profissionais de diversas áreas, como geógrafos, engenheiros, entre outros. 
Em virtude de haver a colaboração de muitos profissionais, é possível que 
algumas informações e resultados obtidos sejam desconectados. Para resolver 
essas questões, são usados alguns métodos, como mapas, imagens de satélite, 
fotografias aéreas e cartas geográficas, que podem vir a facilitar a compreensão 
dos resultados e permitem a visualização espacial da área de influência do 
projeto, bem como a análise dos potenciais impactos.
O meio biológico trata de todas as áreas referentes à biologia, sendo elas 
a parte de vegetação, animais, entre outros. Nesse assunto, trabalham os 
profissionais especializados em botânica, entomólogos, ornitólogos, entre 
outros. Pelo fato de que os aspectos biológicos são extremamente complexos 
e variados, é necessária uma equipe especializada e que englobe os diversos 
profissionais habilitados. 
Os estudos do meio biológico iniciam a partir do levantamento da vegetação 
e da definição das variadas formações vegetais, seguindo-se a análise do seu 
estado de conservação e sua classificação. Após isso, é possível estabelecer 
e identificar grupos taxonômicos presentes no local. Na análise do meio bio-
lógico, é importante, também, coletar dados em pelos menos duas estações 
diferentes, o que permite a identificação de espécies que, porventura, estejam 
presentes em apenas uma época sazonal.
Além da coleta desses dados e informações, é necessário fazer uma listagem 
das espécies, considerando-as ameaçadas, raras, endêmicas, etc. Os resultados 
biológicos podem ser representados por mapas e imagens da área, informando 
os tipos de vegetação e a distribuição das espécies de fauna relevantes, além 
de informações hidrológicas e geológicas que forem importantes.
O meio antrópico se refere às aspectos sociais da comunidade local. Esse 
assunto pode ser estudado e embasado a partir de alguns dados já existentes, 
como, por exemplo, os levantamentos realizados pelas prefeituras municipais 
ou pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Também é 
5Planejamento urbano e ambiental: por onde começar
Cap_14_Planejamento_Urbano.indd 5 31/01/2018 15:01:37
possível realizar pesquisa e entrevistas com moradores e usuários, de maneira 
a facilitar o entendimento da situação da área de intervenção.
De acordo com os impactos do projeto e as questões previamente identifi-
cadas, é possível dar maior atenção a determinados aspectos sociais. O uso de 
recursos naturais, por exemplo, é um aspecto muito importante, principalmente 
quando a atividade do empreendimento prejudicar a qualidade e a disponibili-
dade desses recursos (por exemplo, solo) (PORTAL DA EDUCAÇÃO, 2018).
Os levantamentos relacionados a esse item devem ser elaborados com 
responsabilidade e cuidado, pois envolvem as pessoas e a população local. 
Nesse sentido, é importante considerar as características culturais, os valores 
e as crenças. Essa fase do diagnóstico também deve ser apresentada com base 
em uma linguagem coerente e acessível a todos os interessados.
Produzir um diagnóstico apropriado é de fundamental importância para a 
tomada de decisão e para a formulação de diretrizes relativas às futuras ações 
que deverão ser implementadas na área de intervenção. Uma análise adequada 
e completa dos condicionantes do meio urbano e ambiental permite avaliar o 
método e seus resultados, o que contribui de forma direta para a gestão mais 
eficiente dos centros urbanos. 
Etapas do planejamento ambiental
O planejamento ambiental pode ser considerado como um processo de caráter 
social, econômico, político, tecnológico e educativo. Além disso, também se 
caracteriza por ser um processo participativo no qual “[...] líderes políticos, 
institucionais e comunitários, com o poder público federal, estadual e munici-
pal, devem escolher as melhores alternativas para a conservação da natureza, 
gerando o seu desenvolvimento equilibrado e compatível com o conceito de 
meio ambiente [...]” (HIDALGO, 1991, p. 24). 
Para Antonio Lanna (1995, p. 87), o planejamento ambiental pode ser 
considerado como um:
[...] processo organizado de obtenção de informações, reflexão sobre os proble-
mas e potencialidades de uma região, definição de metas e objetivos, definição 
de estratégias de ação, definição de projetos, atividades e ações, bem como 
definição do sistema de monitoramento e avaliação que irá retroalimentar o 
processo. Este processo visa organizar a atividade socioeconômica no espaço, 
respeitando suas funções ecológicas, de forma a promover o desenvolvimento 
sustentável. 
Planejamento urbano e ambiental: por onde começar?6
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Planejar ambientalmente uma fração do território vai muito além de orga-
nizar, dispor e associar as partes de um todo. Elaborar um planejamento é um 
trabalho complexo e demorado que requer diversas habilidades, profissionais 
e variadas visões sobre um mesmo tema. É essencial que, nesse processo, 
compreenda-se a natureza, o meio ambiente, suas características e peculiari-
dades, sua função e principalmente seu funcionamento.
Para Santos (1995), o planejamento ambiental pode ser dividido em três etapas:
  Pesquisar: ação de levantar, reunir e organizar dados importantes que 
sirvam de embasamento para a formulação das propostas;
  Analisar: ação de avaliar os dados coletados, relacionando-os ao meio;
  Sintetizar: ação de aplicar o conhecimento obtido.
Cada uma dessas fases é realizada com base em metodologias específi-
cas, que se conectam e se articulam entre si, visto que o planejamento é um 
processo contínuo. Pode-se considerar, então, que as fases mais frequente-
mente realizadas em um planejamento ambiental são: definição dos objetivos, 
diagnóstico, prognóstico, levantamento de alternativas, tomadas de decisão 
e avaliação (Quadro 1).
Fonte: Santos (1995).
Fases Procedimentos
Definição de objetivos –
Inventário Inventário, listagens, matrizes, diagramas 
e redes de interação, métodos de 
ordenação e ponderação
Diagnóstico Métodos espaciais, análises multivariadas
Prognóstico Construção de cenários, modelagem e 
simulação, análise de agrupamentos
Tomada de decisão Métodos de ordenação, matrizes cruzadas, 
métodos multicriteriais, técnicas econômicas
Formulação de diretrizes Árvores de decisão, sistemas especialistas
Quadro 1. Fases de um planejamento ambiental.
7Planejamento urbano e ambiental:por onde começar
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Seguir uma estrutura inicial de planejamento é uma maneira de nortear a 
equipe para o levantamento de dados e para a composição do banco de dados. 
Em um primeiro momento, é necessário estabelecer os objetivos gerais do 
plano ambiental que estão diretamente relacionados à área de intervenção. 
Após, é realizado um inventário dessa área, ou seja, tudo o que existe naquele 
local. O terceiro passo consiste em realizar o diagnóstico ambiental, que é a 
fase mais importante do planejamento, considerada o princípio do plano, já 
que sem o diagnostico é impossível formular estratégias e intervenções que 
realmente estejam de acordo com a área a ser melhorada. Tendo um diagnóstico 
ambiental em mãos, é possível determinar um prognóstico ambiental, ou seja, 
prever os impactos do empreendimento ou da intervenção sobre o meio em 
que será inserido. Pode-se dizer que o prognóstico ambiental é uma etapa que 
diz respeito às análises dos impactos.
Após essa etapa, é possível chegar à tomada de decisões. Nesse momento, 
são levantadas questões que precisam de uma resposta ou decisão. A tomada 
de decisão é uma ferramenta que nos possibilita perceber a realidade, avaliar 
os caminhos e construir um referencial futuro. Em seguida, são elaboradas as 
principais estratégias, que, com base no diagnóstico, revitalizarão a área em 
questão, melhorando tanto sua qualidade ambiental quanto urbana.
Com base nessas etapas e nesses estudos, pode-se chegar à conclusão de 
que o planejamento ambiental deve iniciar pelos objetivos e, logo após, pelo 
diagnóstico da área na qual será feita a intervenção. Realizar esse diagnóstico 
é uma maneira de entender a realidade e o contexto do lugar a fim de que se 
possa elaborar proposições mais adequadas às necessidades daquela porção 
da cidade. O diagnóstico é o primeiro grande passo que dá início a esse pro-
cesso de planejamento: sem esse estudo inicial, não há embasamento para a 
proposição de diretrizes eficazes e pertinentes.
1. Você, na condição de gestor 
de projetos, precisa realizar um 
treinamento sobre diagnóstico 
ambiental com sua equipe. Nesse 
sentido, como se pode entender 
diagnóstico ambiental?
a) O estudo da atual situação 
ambiental de uma 
determinada área/região.
b) O monitoramento da atual 
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situação ambiental de uma 
determinada área/região.
c) O levantamento histórico de 
uma determinada área/região.
d) A previsão da situação ambiental 
de uma determinada área/região.
e) O Estudo de Impacto 
Ambiental (EIA).
2. Ainda sobre diagnóstico ambiental, 
marque a opção correta.
a) São investigados apenas 
os meios físico e biológico 
no diagnóstico.
b) Podem ser abordados inúmeros 
aspectos ambientais no 
diagnóstico, como drenagem, 
mapeamento da ocupação 
humana e uso do solo.
c) Refere-se ao meio biológico 
e socioeconômico.
d) É um estudo apresentado 
somente a partir de referencial.
e) Aborda apenas problemas 
urbanos, como coleta 
seletiva, uso do solo, 
saneamento e outros.
3. O diagnóstico ambiental 
auxilia diretamente na tomada 
de decisão em distintos 
programas/projetos, EXCETO:
a) no licenciamento.
b) em planos de ocupação 
do solo municipal.
c) no Zoneamento Ecológico-
Econômico (ZEE).
d) em Projeto de Recuperação 
de Áreas Degradadas (PRAD).
e) O diagnóstico ambiental não 
está diretamente relacionado 
à tomada de decisão em 
nenhum dos projetos.
4. Você acaba de assumir um cargo 
no departamento de planejamento 
urbano e constata a falta de 
documentos que norteiem o 
desenvolvimento da região. Nesse 
sentido, por onde você começaria?
a) Por programas de 
monitoramento ambiental.
b) Pelo treinamento dos 
funcionários.
c) Por programas de 
educação ambiental.
d) Pelo diagnóstico ambiental.
e) Pelo licenciamento.
5. Os planos ambientais são 
baseados em diagnósticos. 
Nesse sentido, são conclusões 
oriundas desses dados, EXCETO:
a) a delimitação das áreas 
legalmente protegidas.
b) a delimitação de bacias 
hidrográficas.
c) a delimitação em mapa 
da cobertura vegetal e 
demais usos do solo.
d) a necessidade de 
compensação ambiental.
e) a necessidade de ações 
imediatas de limpeza urbana 
em uma região específica.
9Planejamento urbano e ambiental: por onde começar
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BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Reso-
lução CONAMA nº 1, de 23 de janeiro de 1986. Brasília: CONAMA, 1986. Disponível em: 
<http://www.mma.gov.br/port/conama/legislacao/CONAMA_RES_CONS_1986_001.
pdf>. Acesso em: 25 jan. 2018.
HIDALGO, P. Proposta metodológica de planejamento ambiental. Porto Alegre: [s.n.], 1991.
LANNA, A. E. L. Gerenciamento de bacia hidrográfica: aspectos conceituais e metodo-
lógicos. Brasília: IBAMA, 1995.
PORTAL DA EDUCAÇÃO. Diagnóstico ambiental. [S.l.]: Portal Educação, 2018. Disponível 
em: <https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/idiomas/diagnostico-
-ambiental/7230>. Acesso em: 25 jan. 2018.
SÁNCHEZ, L. E.; SILVA-SÁNCHEZ, L. E. Tiering Strategic environmental assessment and 
project environmental impact assessment in highway planning in São Paulo, Brazil. 
Environmental Impact Assessment Review, v. 28, p. 515-522, 2008.
SANTOS, R. F. Planejamento ambiental: teoria e prática. São Paulo: Oficina de Textos, 
1995.
Planejamento urbano e ambiental: por onde começar?10
Cap_14_Planejamento_Urbano.indd 10 31/01/2018 15:01:39
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
DICA DO PROFESSOR
O vídeo a seguir apresenta alguns dos aspectos mais relevantes quando se trata de planejamento 
urbano e ambiental: por onde se deve começar.
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EXERCÍCIOS
1) Você, na condição de gestor de projetos, precisa realizar um treinamento sobre 
diagnóstico ambiental com sua equipe. Nesse sentido, como se pode entender 
diagnóstico ambiental?
A) O estudo da atual situação ambiental de uma determinada área/região.
B) O monitoramento da atual situação ambiental de uma determinada área/região.
C) O levantamento histórico de uma determinada área/região.
D) A previsão da situação ambiental de uma determinada área/região.
E) O estudo de impacto ambiental (EIA).
2) Ainda sobre diagnóstico ambiental, marque a opção correta.
A) Você investigará apenas o meio físico e biológico no diagnóstico.
B) Podem ser abordados inúmeros aspectos ambientais no diagnóstico, como drenagem, 
mapeamento da ocupação humana e uso do solo.
C) O diagnóstico refere-se ao meio biológico e socioeconômico.
D) O diagnóstico é um estudo apresentado somente a partir de referencial.
E) O diagnóstico aborda apenas problemas urbanos, como coleta seletiva, uso do solo, 
saneamento e outros.
3) O diagnóstico ambiental auxilia diretamente na tomada de decisão em distintos 
programas/projetos, EXCETO:
A) no licenciamento.
B) em planos de ocupação do solo municipal.
C) no zoneamentos ecológico-econômico (ZEE).
D) em projeto de recuperação de áreas degradadas (PRAD).
E) O diagnóstico ambiental não está diretamente relacionado à tomada de decisão em nenhum 
dos projetos citados anteriormente.
4) Você acaba de assumir um cargo no departamento de planejamento urbano e 
constata a falta de documentos que norteiam o desenvolvimento da região. Nesse 
sentido, por onde você começaria?
A) Por programas de monitoramento ambiental.
B) Em treinamento dos funcionários.
C) Por programas de educação ambiental.
D) Pelo diagnóstico ambiental.
E) Pelo licenciamento.
5) Os planos ambientais são baseados em diagnósticos. Nesse sentido, são conclusões 
oriundas desses dados, EXCETO:
A) A delimitação das áreas legalmente protegidas.
B) A delimitação de bacias hidrográficas.
C) A delimitação em mapa dacobertura vegetal e demais usos do solo.
D) A necessidade de compensação ambiental.
E) A necessidade de ações imediatas de limpeza urbana em uma região específica.
NA PRÁTICA
Um diagnóstico ambiental, na prática, pede dois caminhos para então se chegar a uma 
conclusão: determinação de fatores internos e fatores externos; os fatores internos devem conter 
seus elementos, subelementos, suas forças e fraquezas; e os fatores externos devem contemplar 
elementos, subelementos, oportunidades e ameaças. Observe um exemplo de parte de um 
diagnóstico ambiental de um determinado município:
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Diagnóstico Ambiental de Porto Alegre
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Diagnóstico ambiental
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Planejamento Ambiental Urbano: 
definições e objetivos
APRESENTAÇÃO
Nesta Unidade de Aprendizagem, serão estudadas as definições e os objetivos aplicados ao 
planejamento ambiental urbano. Será possível entender que a busca pelo desenvolvimento 
sustentável é a chave para o planejamento mais adequado dos centros urbanos.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Definir o conceito de planejamento.•
Relacionar as etapas envolvidas no planejamento ambiental.•
Identificar os principais objetivos do planejamento ambiental urbano.•
DESAFIO
Você, na condição de gestor ambiental, acaba de assumir um cargo na prefeitura fictícia de 
Tápolis. Após um mês de trabalho, constata que os servidores não planejam as melhorias dos 
serviços públicos, mas acabam realizando-os quando ocorre alguma denúncia ou mesmo uma 
reclamação. Você reconhece que um planejamento adequado é de fundamental importância 
rumo a um desenvolvimento mais coerente e determinado a sanar os problemas da sociedade. 
Nesse sentido, e para sensibilizar os seus colegas de trabalho, você resolve realizar uma pequena 
palestra sobre a definição de planejamento, seus objetivos, suas etapas e questões essenciais 
para o planejamento ambiental municipal.
Seu desafio é elaborar uma pequena apresentação audiovisual para essa palestra, com no 
mínimo quatro slides diferentes.
INFOGRÁFICO
O infográfico contém uma síntese gráfica do conteúdo: definição e objetivos do 
planejamento ambiental aplicado aos centros urbanos.
CONTEÚDO DO LIVRO
Neste capítulo Planejamento Ambiental Urbano: Definições e Objetivos, da obra Planejamento 
urbano aborda as definições e os objetivos aplicados ao planejamento ambiental urbano, base 
teórica para esta unidade de aprendizagem.
Boa leitura.
PLANEJAMENTO 
URBANO
Vanessa Scopel
 
Planejamento ambiental 
urbano: definições 
e objetivos
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Definir o conceito de planejamento.
 � Relacionar as etapas envolvidas no planejamento ambiental.
 � Identificar os principais objetivos do planejamento ambiental urbano.
Introdução
Neste capítulo, você estudará as definições e os objetivos aplicados ao 
planejamento ambiental urbano. Será possível entender que a busca 
pelo desenvolvimento sustentável é a chave para o planejamento mais 
adequado dos centros urbanos.
Conceito de planejamento
A palavra planejamento vem do verbo planejar, que tem por significado definir 
com antecedência um conjunto de intenções ou ações a serem realizadas. 
Portanto, trata-se de uma ação de organizar previamente atividades futuras a 
fim de evitar ou resolver problemas.
O planejamento urbano nada mais é do que uma atividade que se preocupa em 
planejar para o melhoramento da qualidade das cidades. É um termo muito mais 
abrangente do que simplesmente desenhar espaços nas cidades, pois inclui, além 
disso, aspectos de infraestrutura, investimentos, leis, zoneamento, entre outros.
Conforme Del Rio (1990), planejar é uma atividade necessária e contínua 
para a tomada de decisões, acontecendo a partir da definição de objetivos e da 
proposição de meios para atingi-los. Lang (2005) complementa que o plane-
jamento urbano se preocupa com a distribuição de usos do solo em relação às 
redes de transportes, tendo como objeto de estudo a sociedade urbana e como 
objetivo principal o desenvolvimento sustentável das cidades. É por isso que, 
segundo Duarte (2007), o planejamento não pode ser compreendido como um 
produto, pois é um processo. Nesse sentido, considera-se o planejamento como 
um processo consciente, afinal, as ações são organizadas buscando atingir 
metas predeterminadas, resolvendo problemas atuais e evitando os futuros.
Devido ao fato de que o planejamento urbano é uma atividade global, as 
ações são propostas, na maioria das vezes, por meio de diretrizes, normas e 
leis, não entrando de maneira detalhada e especifica em cada pormenor das 
cidades. De qualquer forma, é com essas bases que os urbanistas projetam 
os espaços urbanos, de modo que o planejamento tem influência direta na 
configuração da forma urbana e na qualidade dos espaços.
De acordo com Souza (2010), o planejamento urbano está diretamente 
relacionado à gestão urbana. Assim, o autor trata o planejamento como “[...] 
a antevisão de fenômenos futuros, caracterizando uma preparação para a 
futura gestão, pois essa é a administração de situações presentes, com recursos 
disponíveis, contemplando demandas imediatas [...]” (SOUZA, 2010, p. 46). 
Dessa maneira, o planejamento urbano ganha um enfoque ambiental, tratando 
também das qualidades físico-ambientais do meio urbano.
O planejamento ambiental urbano é um termo que surgiu nos últimos anos 
no Brasil em virtude de uma conferência das Nações Unidas sobre o Meio 
Ambiente, realizada em 1992, da qual resultou a Agenda 21, que é o maior 
programa de planejamento urbano ambiental. O objetivo do planejamento 
urbano ambiental é melhorar a qualidade de vida dos habitantes, com enfoque 
na preservação e na conservação do meio ambiente.
Depois disso, foram implantadas diretrizes da Política Nacional do Meio 
Ambiente, que tem por objetivo “[...] preservação, melhoria e recuperação da 
qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições 
ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e 
à proteção da dignidade da vida humana [...]” (BRASIL, 1981, art. 2). Essa 
política prevê alguns princípios como, por exemplo:
I - ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o 
meio ambiente como um patrimônio público a ser necessariamente assegurado 
e protegido, tendo em vista o uso coletivo;
II - racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar;
Ill - planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais;
IV - proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas;
V - controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras;
VI - incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso 
racional e a proteção dos recursos ambientais;
Planejamento ambiental urbano: definições e objetivos2
VII - acompanhamento do estado da qualidade ambiental;
VIII - recuperação de áreas degradadas; 
IX - proteção de áreas ameaçadas de degradação;
X - educação ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a educação da 
comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do 
meio ambiente (BRASIL, 1981, art. 2).
O processo de planejamento ambiental urbano é continuo, permanente e 
envolve a coleta e a análise de informações, visando atingir objetivos futuros 
por meio de alternativas e métodos específicos que aproveitem de uma maneira 
sustentável os recursos naturais disponíveis. Nessa atividade, estudam-se 
as características do meio urbano, a situação econômica e social, além de 
carências, potencialidades e possibilidades das áreas. 
A escolha das ações a serem realizadas e o método a ser usado depende 
dos objetivos almejados edo contexto do problema. Sendo assim, é neces-
sária uma análise das consequências ambientais de toda possível ação, a 
fim de que não se criem outros problemas, e sim soluções adequadas em 
todos os aspectos. 
Considerando a complexidade dessa atividade, resultado da heterogênea 
rede das cidades, ela deve ser realizada com a participação de profissionais 
de várias áreas, sendo considerada uma ação multidisciplinar. Quando se fala 
em planejamento, pensa-se sempre em uma rede de ações e pessoas. Mesmo 
que exista apenas um profissional para elaborar diretrizes, existem outros que 
lhe fornecem estatísticas, dados e diagnósticos. Essas diretrizes elaboradas 
servirão de base para o trabalho de outras pessoas, sendo este um processo 
de planejamento continuo e interligado.
Del Rio (1990) destaca que não existe um momento para pensar o planejamento 
ambiental urbano, pois essa ação deve ser constante na gestão das cidades, rela-
cionando planos e ações, conteúdos e diretrizes, a longos, médios e curtos prazos.
Segundo o Ministério do Meio Ambiente, a Agenda 21 é um instrumento de plane-
jamento para a construção de cidades sustentáveis, que concilia métodos voltados 
para eficiência econômica, justiça social e proteção ambiental. A Agenda 21 é parte 
integrante do Plano Plurianual do Governo Federal (PPA) 2008/2011 e se fundamenta 
na execução de três ações: elaboração e implementação das Agendas 21, formação 
continuada em Agenda 21 e fomento a projetos voltados para a Agenda 21.
3Planejamento ambiental urbano: definições e objetivos
Etapas do planejamento ambiental
O planejamento ambiental urbano, por ser um processo complexo, deve ser 
realizado por meio de etapas sequenciais, que têm por objetivo chegar à reso-
lução de um problema de uma maneira eficaz e organizada. Segundo Floriano 
(2004), pode-se considerar dezesseis fases desse processo de planejamento, 
geralmente aplicadas na seguinte ordem:
1. Propósito;
2. Revisão de literatura; 
3. Visão sobre o tema; 
4. Objetivos;
5. Missão;
6. Políticas;
7. Classe do planejamento;
8. Problemas ocorridos, existentes e potenciais sobre o assunto;
9. Alternativas;
10. Diretrizes;
11. Metas;
12. Ações necessárias para atingir os objetivos e metas dentro dos critérios 
e prioridades estabelecidos; 
13. Alvos a atingir;
14. Plano de ações para atingir os alvos/metas;
15. Sistema de monitoramento;
16. Sistema de controle.
O propósito do planejamento é o tema, problema ou assunto principal 
que deverá ser tratado na ação de planejar. Deve estar claro e explícito no 
início do plano.
A revisão da literatura se trata de informações bibliográficas e docu-
mentais que esclareçam o assunto e, posteriormente, auxiliem a justificar as 
ações de planejamento.
A visão sobre o tema é uma análise do assunto, considerando perspectivas 
sobre o problema abordado e destacando possíveis prognósticos caso ele não 
seja resolvido.
Na etapa de objetivos, descreve-se quais ações se pretende realizar em 
relação ao tema, problema ou assunto abordado. É preciso refletir aonde se 
quer chegar com o planejamento da ação em questão. 
Planejamento ambiental urbano: definições e objetivos4
A missão é a razão do objetivo do planejamento e deve visar à satisfação 
de alguma necessidade. Esse item deve expressar um compromisso do plano 
com o assunto abordado.
A etapa seguinte expõe as políticas que deverão ser adotadas para que se 
possa cumprir os objetivos e atingir a missão desejada.
O item que trata da classe do planejamento deve descrever claramente as 
dimensões e características principais do planejamento em questão, destacando 
o tipo e nível do plano. Dentro desse item, segundo Floriano (2004), é preciso 
definir a equipe envolvida no plano, as áreas abrangidas e as responsabilidades. 
Além disso, é necessário deixar claros os prazos, que deverão ser estabelecidos 
como metas para a organização da atividade e a prática das ações, tendo em 
vista a resolução dos problemas da maneira mais eficaz possível. Conforme 
os objetivos, existem prazos longos, médios e curtos, dependendo também da 
complexidade do problema a ser resolvido. Além dos prazos, deve-se estabele-
cer os responsáveis por cumpri-los, garantindo assim a agilidade do processo.
Na etapa de problemas ocorridos, existentes e potenciais sobre o assunto, 
discorre-se sobre a situação atual do problema, destacando suas fraquezas e 
deficiências, que deverão ser resolvidas, e suas potencialidades, que poderão 
ser valorizadas no plano.
Na etapa de alternativas, são listadas, resumidamente, as decisões esco-
lhidas para a resolução do tema abordado.
No item de diretrizes, deve-se descrever quais diretrizes foram utilizadas 
para a escolha das alternativas.
Nas metas, é preciso quantificar os objetivos, formando propósitos a 
serem atingidos.
Depois disso, são elencadas as ações que deverão ser realizadas para que 
se possa atingir as metas, objetivos e prazos estabelecidos nos itens anteriores.
Os alvos a atingir tratam dos prazos para atingir as metas estabelecidas.
A etapa de sistema de monitoramento é o controle das ações dos planos 
e, para Floriano (2004, p. 34), 
[...] quando se chega a esta fase do planejamento necessitamos ter em mãos 
um rascunho do plano para identificarmos os parâmetros e os atributos que 
devem ser monitorados, os quais serão os indicadores de que o plano está 
sendo executado dentro dos critérios e padrões estabelecidos, ou não.
A última etapa do planejamento ambiental urbano se chama sistema de 
controle e é a “[...] análise e interpretação dos dados do monitoramento e o 
5Planejamento ambiental urbano: definições e objetivos
estabelecimento de ações ou medidas mitigadoras, preventivas e corretivas com 
o objetivo de manter o que foi planejado dentro do padrão, ou para melhorá-lo 
[...]” (FLORIANO, 2004, p. 35).
Em resumo, as etapas de planejamento ambiental urbano são tarefas com 
o intuito de se chegar a um fim, primeiramente identificando um objeto ou 
problema, criando uma visão sobre ele (análise), definindo objetivos e de-
terminando missões a serem atingidas, estabelecendo políticas e critérios de 
trabalho, instituindo metas e ações necessárias para alcançar os objetivos, 
criando um sistema de monitoramento, controle e análise das ações realizadas, 
para, por fim, avaliar todo o processo e poder prevenir e corrigir desvios e 
erros que poderão acontecer nessa atividade do planejamento, sempre visando 
o resultado final do plano que é a resolução do tema/problema em questão.
No link a seguir, você poderá ver um exemplo real de um 
plano ambiental que não considerou todos os pontos e 
etapas na fase de planejamento, resultando em uma série 
de erros e equívocos no processo de implementação.
https://goo.gl/XCvw1y 
Principais objetivos do planejamento ambiental
O planejamento ambiental é um processo complexo e contínuo que envolve 
diversos aspectos como, por exemplo, coleta de dados, organização de infor-
mações, análises de métodos e procedimentos. Todas essas atividades, dentro 
da ação de planejar, são realizadas tendo em vista chegar a escolhas mais 
adequadas, com melhores alternativas para o aproveitamento dos recursos 
naturais disponíveis. No planejamento ambiental, é necessária uma abordagem 
multidisciplinar que considere, além dos aspectos físico-naturais, também 
situações ambientais e geográficas.
Para Franco (2001), no contexto atual, o planejamento ambiental assume 
o papel estratégico de garantir a preservação e a conservação dos recursos 
naturais e, consequentemente, de assegurar a sobrevivência da civilização. 
Segundo ele, planejadores devem ter um contato bem próximo com o público-
Planejamento ambiental urbano: definições e objetivos6
-alvo envolvido. No caso das bacias hidrográficas, por exemplo, é fundamental 
que a comunidade local seja consultada e envolvida no planejamento.
Na prática, os termos planejamento ambiental, gerenciamento ambiental e 
gestão ambiental acabam sendo confundidos. Embora tenham significadoseme-
lhantes, cada um apresenta características próprias, que devem ser consideradas. O 
planejamento ambiental tem por objetivo principal determinar metas e estabelecer 
instrumentos que possam viabilizar uma situação socioambiental ideal no futuro e a 
mais adequada possível no presente, a partir da realidade atual. Já o gerenciamento 
ambiental é uma fase que vem após a atividade de planejamento, de maneira que 
sua função está ligada, conforme Santos (2004), à aplicação, à administração, ao 
controle e ao monitoramento das alternativas que foram estabelecidas na fase de 
planejamento. Sendo assim, a gestão ambiental é a integração entre o planejamento 
e o gerenciamento e engloba diversos aspectos, que vão desde a parte de diagnóstico 
e conhecimento da realidade global, até propostas e execução. 
No Brasil, a gestão ambiental municipal é responsável pela delimitação da 
zona urbana, rural e dos demais territórios e áreas para onde são direcionadas 
as diretrizes de planejamento ambiental. Considerando o planejamento am-
biental, seus principais instrumentos para chegar aos objetivos estabelecidos 
são o Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE), o Plano Diretor Municipal, 
o Plano Ambiental Municipal, a Agenda 21 Local, entre outros. Além desses 
instrumentos específicos, os planos setoriais que tratam dos aspectos de 
moradia, mobilidades, transporte, saneamento básico, entre outros, também 
são instrumentos do planejamento ambiental. Segundo o Ministério do Meio 
Ambiente, é fundamental que
[...] esses instrumentos sejam compostos por ações preventivas e normativas 
que permitam controlar os impactos territoriais negativos dos investimentos 
público-privados sobre os recursos naturais componentes das cidades. Com 
isso, almeja-se evitar a subutilização dos espaços já infraestruturados e a 
degradação urbana e imprimir uma maior eficiência das dinâmicas socioam-
bientais de conservação do patrimônio ambiental urbano (BRASIL, 2017).
Todos os instrumentos da gestão ambiental das cidades têm por objetivo 
proteger a integridade do sistema ambiental global: “O objetivo principal desses 
instrumentos é incentivar aqueles que ajudam a conservar ou produzir serviços 
ambientais a conduzirem práticas cada vez mais adequadas que assegurem a 
conservação e a restauração dos ecossistemas, atribuindo à conservação obtida 
um valor monetário, ausente anteriormente” (BRASIL, 2017).
A partir da exposição do conceito, das etapas e dos objetivos do planeja-
mento ambiental urbano, é possível entender sua importância para a gestão 
7Planejamento ambiental urbano: definições e objetivos
e qualidade de vidas das cidades, de modo que é uma atividade primordial 
para a preservação e o controle dos recursos naturais e, consequentemente, 
para o desenvolvimento saudável dos centros urbanos.
1. Como um bom gestor ambiental, 
indique o significado de planejamento.
a) Planejamento é o ato de gerir, 
gerenciar ou administrar.
b) Planejamento é a articulação 
prévia da ação.
c) Planejamento é o ato 
de planejar e gerir uma 
empresa/órgão público.
d) Planejamento é a articulação 
posterior à ação.
e) Planejamento é o monitoramento 
das ações propostas.
2. O processo de planejamento 
ambiental pode ser dividido 
nas seguintes fases:
a) inventário, diagnóstico, 
prognóstico, tomada de decisão 
e formulação de diretrizes.
b) definição de objetivos, inventário, 
diagnóstico, prognóstico, 
tomada de decisão, formulação 
de diretrizes e implantação.
c) implantação, avaliação e 
produção de conhecimento.
d) inventário, diagnóstico 
e prognóstico.
e) definição de objetivo, inventário, 
diagnóstico, prognóstico, 
tomada de decisão e 
formulação de diretrizes.
3. A preocupação com a ocupação 
de áreas de risco, particularmente 
nos centros urbanos, tornou-se 
clara na legislação a partir de 1979, 
com a proposição da Lei Federal 
nº 6.766, que dispõe sobre o 
parcelamento do solo urbano. Essa 
lei, portanto, pode ser considerada 
como a primeira a propor diretrizes 
com enfoque no planejamento 
da ocupação urbana. São áreas 
de risco ambiental que devem ser 
ocupadas com cautela, exceto:
a) em terrenos alagadiços e 
sujeitos a inundações.
b) em áreas de preservação 
ecológica.
c) em áreas planas mais afastadas 
dos cursos de água.
d) em terrenos que tenham 
sido aterrados com materiais 
nocivos à saúde.
e) em terrenos com declividade 
igual ou superior a 30%.
4. Pode-se, seguramente, traçar 
um paralelo entre planejamento 
ambiental urbano e cidades 
sustentáveis. Nesse sentido, 
atingir as metas das cidades 
sustentáveis é atender aos 
objetivos sociais, ambientais, 
políticos, culturais, econômicos 
e físicos de seus cidadãos. Assim, 
podem-se considerar objetivos 
de um adequado planejamento 
ambiental urbano ou de 
Planejamento ambiental urbano: definições e objetivos8
BRASIL. Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio 
Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências. 
Brasília: Presidência da República, 1981. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/leis/L6938.htm>. Acesso em: 20 dez. 2017.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Instrumentos de planejamento. Brasília: MMA, 
2017. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/cidades-sustentaveis/planejamento-
-ambiental-urbano/instrumentos-de-planejamento>. Acesso em: 20 dez. 2017.
DEL RIO, V. Introdução ao desenho urbano no processo de planejamento. São Paulo: 
Pini, 1990.
DUARTE, F. Planejamento urbano. Curitiba: IBPEX, 2007.
FLORIANO, E. P. Planejamento ambiental. Santa Rosa: [s.n.], 2004. (Caderno Didático, n. 6).
FRANCO, M. de A. R. Planejamento ambiental para cidade sustentável. São Paulo: An-
nablume, 2001.
LANG, J. Urban design: a typology of procedures and products. Burlington: Archi-
tectural, 2005.
SANTOS, R. F. dos. Planejamento ambiental: teoria e prática. São Paulo: Oficina de 
Textos, 2004.
SOUZA, M. L. de. Mudar a cidade: uma introdução crítica ao planejamento e à gestão 
urbanos. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2010.
cidade sustentável, exceto:
a) utilizar os recursos naturais da 
forma mais eficiente possível.
b) aumento de áreas 
permeáveis nas cidades.
c) redução da poluição.
d) procurar uma expansão 
com esgotamento.
e) redução dos níveis de 
emissões de gases estufa.
5. O desenvolvimento de práticas 
sustentáveis já pode ser observado 
em diversas cidades do mundo. 
Tais práticas podem e devem 
ser utilizadas para fundamentar 
o planejamento ambiental mais 
adequado dos centros urbanos. 
Nesse sentido, destacam-se como 
práticas sustentáveis, exceto:
a) construção de ruas mais 
amplas para carros.
b) maior disponibilidade 
de áreas verdes.
c) a utilização de bicicletas.
d) construções verdes.
e) promoção de programas de 
reciclagem e compostagem.
9Planejamento ambiental urbano: definições e objetivos
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
DICA DO PROFESSOR
No vídeo a seguir, faz-se uma contextualização relacionada ao conceito e aos objetivos do 
planejamento ambiental aplicado aos centros urbanos.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
EXERCÍCIOS
1) Como um bom gestor ambiental, indique o significado de planejamento. 
A) Planejamento é o ato de gerir, gerenciar ou administrar.
B) Planejamento é a articulação prévia da ação.
C) Planejamento é o ato de planejar e gerir uma empresa/órgão público.
D) Planejamento é a articulação posterior à ação.
E) Planejamento é o monitoramento das ações propostas.
2) O processo de planejamento ambiental pode ser dividido nas seguintes fases: 
A) inventário, diagnóstico, prognóstico, tomada de decisão e formulação de diretrizes.
B) definição de objetivos, inventário, diagnóstico, prognóstico, tomada de decisão, 
formulação de diretrizes e implantação.
C) implantação, avaliação e produção de conhecimento.
D) inventário, diagnóstico e prognóstico.

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