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Modulo de Financas Publicas

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Prévia do material em texto

MÓDULO DO CURSO DE LICENCIATURA EM 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
 
 
2º Ano 
Disciplina: FINANÇAS PÚBLICAS 
Código: ISCED22-FINPCFE001 
Total Horas/2o Semestre: 125 
Créditos (SNATCA): 6 
Número de Temas: 4 
 
 
STITUTO SUPER 
 
 
 INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA- ISCED 
 ISCED CURSO: ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA; 2° Ano Módulo: FINANÇAS PÚBLICAS 
i 
 
Direitos de autor (Copyright) 
Este módulo é propriedade do Instituto Superior de Ciências e Educação à Distância (ISCED), 
e contém reservado todos os direitos. É proibida a duplicação ou reprodução parcial ou total 
deste módulo, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (electrónicos, mecânico, 
gravação, fotocópia ou outros), sem permissão expressa de entidade editora (Instituto 
Superior de Ciências e Educação à Distância (ISCED). 
A não observância do acima estipulado o infractor é passível a aplicação de processos 
judiciais em vigor no país. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Instituto Superior de Ciências e Educação à Distância (ISCED) 
Direcção Académica 
Rua Dr. Almeida Lacerda, No212 Ponta - Gêa 
Beira - Moçambique 
Telefone: +258 23323501 
Cel: +258 823055839 
Fax: 23323501 
E-mail: isced@isced.ac.mz 
Website: www.isced.ac.mz 
 
mailto:isced@isced.ac.mz
http://www.isced.ac.mz/
 ISCED CURSO: ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA; 2° Ano Módulo: FINANÇAS PÚBLICAS 
ii 
 
Agradecimentos 
O Instituto Superior de Ciências e Educação à Distância (ISCED) e o autor do presente 
módulo agradecem a colaboração dos seguintes indivíduos e instituições na elaboração 
deste módulo, designadamente, a Direcção Académica do ISCED, pela coordenação; A 
Direcção de Qualidade e Avaliação do ISCED, pelo design; Ao Instituto Africano de Promoção 
da Educação a Distância, pelo financiamento e logística. Agradece também ao Dr., pela 
revisão do módulo. 
 
 
 
 
 
Elaborado Por: Gil Chiboleca, Pós-graduado em Género e Políticas Públicas pela Faculdade 
Latino Americana de Ciências Sociais (FLACSO), e Licenciado em Economia pela Universidade 
Eduardo Mondlane. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 ISCED CURSO: ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA; 2° Ano Módulo: FINANÇAS PÚBLICAS 
iii 
 
ÍNDICE 
VISÃO GERAL 5 
Bem-vindo ao Módulo de FINANÇAS PÚBLICAS ............................................................. 5 
INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 5 
OBJECTIVOS DO MÓDULO ............................................................................................... 6 
Quem deveria estudar este módulo ................................................................................. 6 
Como está estruturado este módulo ................................................................................ 7 
Ícones de actividade ......................................................................................................... 9 
Habilidades de estudo ...................................................................................................... 9 
Precisa de apoio? ............................................................................................................ 11 
Tarefas (avaliação e auto-avaliação) .............................................................................. 12 
Avaliação ......................................................................................................................... 13 
TEMA I: INTRODUÇÃO ÀS FINANÇAS PÚBLICAS 15 
UNIDADE TEMÁTICA I: GENERALIDADES SOBRE AS FINANÇAS PÚBLICAS .................... 15 
INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 15 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 25 
Exercícios de AVALIAÇÃO ................................................................................................ 28 
UNIDADE TEMÁTICA II: ESTUDO DO SISTEMA FISCAL ................................................... 29 
INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 29 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 40 
Exercícios de AVALIAÇÃO ................................................................................................ 42 
Exercícios INTEGRADOS DE AVALIAÇÃO ......................................................................... 43 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................................... 45 
TEMA II: ECONOMIA DO BEM-ESTAR 46 
UNIDADE TEMÁTICA I: FUNDAMENTOS PARA A INTERVENÇÃO PÚBLICA .................... 46 
INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 46 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 56 
Exercícios de AVALIAÇÃO ................................................................................................ 58 
UNIDADE TEMÁTICA II: FALHAS DE MERCADO.............................................................. 59 
INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 59 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 67 
Exercícios de AVALIAÇÃO ................................................................................................ 70 
Exercícios INTEGRADOS DE AVALIAÇÃO ......................................................................... 71 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................................... 73 
TEMA III: ORÇAMENTO DO ESTADO 74 
UNIDADE TEMÁTICA I: ORIGEM, CONCEITO E FUNÇÕES DO ORÇAMENTO .................. 74 
INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 74 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 93 
Exercícios de AVALIAÇÃO ................................................................................................ 96 
 ISCED CURSO: ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA; 2° Ano Módulo: FINANÇAS PÚBLICAS 
iv 
 
UNIDADE TEMÁTICA II: EXECUÇÃO, FISCALIZAÇÃO E CONTROLO DO ORÇAMENTO DO 
ESTADO. A CONTA GERAL DO ESTADO ........................................................................... 97 
INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 97 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 115 
Exercícios de AVALIAÇÃO .............................................................................................. 118 
Exercícios INTEGRADOS DE AVALIAÇÃO ....................................................................... 119 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 121 
TEMA IV: DÍVIDA PÚBLICA 122 
UNIDADE TEMÁTICA I: GENERALIDADES SOBRE A DÍVIDA PÚBLICA ........................... 122 
INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 122 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 130 
Exercícios de AVALIAÇÃO .............................................................................................. 131 
Exercícios – PREPARAÇÃO PARA O EXAME ................................................................... 132 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .....................................................................................137 
 
 ISCED CURSO: ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA; 2° Ano Módulo: FINANÇAS PÚBLICAS 
5 
 
 
VISÃO GERAL 
Bem-vindo ao Módulo de FINANÇAS PÚBLICAS 
INTRODUÇÃO 
Nas últimas décadas, o debate político-económico, quer para os países 
desenvolvidos, quer para os países em vias de desenvolvimento, como 
é o caso de Moçambique, tem girado em torno da necessidade da 
implementação de regras e procedimentos eficazes para a gestão de 
Finanças Públicas. Este debate, embora deveras controversa, engendra 
consenso sobre a necessidade de fortalecimento do Sistema de 
Administração Fiscal na arrecadação de receitas compatíveis com as 
necessidades financeiras do Estado para consecução dos seus 
objectivos de política económica e social. 
Neste contexto, o estudo de Finanças Públicas, no actual contexto da 
crescente escassez de recursos, constitui um grande desafio e reveste-
se de capital importância na medida em que fornece ferramentas 
analíticas e metodológicas para uma alocação racional de recursos 
públicos com vista a atender as necessidades colectivas. Ademais, esta 
escassez de recursos tem constituído uma das principais limitantes 
para a implementação das actividades planificadas pelas entidades 
públicas. 
Numa altura em que no país, está em curso, a implementação do novo 
Sistema de Administração Financeira do Estado (SISTAFE) como parte 
integrante da “Estratégia Global de Reforma do Sector Público”, o 
módulo de Finanças Públicas, permite combinar análise teórica com o 
estudo empírico da realidade moçambicana, o que proporciona aos 
estudantes, instrumentos necessários ao esclarecimento das políticas 
públicas que terão de ser consideradas. Por outro lado, o módulo 
permite ao estudante perceber o processo de arrecadação de receitas 
 ISCED CURSO: ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA; 2° Ano Módulo: FINANÇAS PÚBLICAS 
6 
 
e da realização de despesas públicas no quadro do SISTAFE. 
Nestes termos, será levada a cabo uma formação aplicada ao 
funcionalismo público pautada, sobretudo, pela observância dos 
princípios de practicidade e operacionalidade, com vista a dotar os 
estudantes de ferramentas necessárias para análise e compreensão da 
actividade Financeira do Estado no processo de desenvolvimento 
económico e social sustentável. 
OBJECTIVOS DO MÓDULO 
Objectivos Gerais 
 
Este módulo, em termos gerais, tem como objectivos: 
 Providenciar aos estudantes uma visão geral de Finanças 
Públicas. 
 Fornecer aos estudantes uma visão holística sobre a gestão de 
Finanças Públicas em Moçambique tomando em consideração 
o novo quadro do Sistema de Administração Financeira do 
Estado (SISTAFE). 
 
No fim deste módulo o estudante deve ser capaz de: 
 
Objectivos Específicos 
 Apresentar o conceito e as finalidades de Finanças Públicas 
 Identificar os princípios teóricos de tributação 
 Classificar o sistema tributário moçambicano 
 Descrever o processo de formulação, de execução, de 
controlo e fiscalização do Orçamento do Estado. 
 Descrever o papel do SISTAFE na macro-gestão financeira 
do Estado. 
 
 
Quem deveria estudar este módulo 
 ISCED CURSO: ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA; 2° Ano Módulo: FINANÇAS PÚBLICAS 
7 
 
Este Módulo foi concebido especificamente para estudantes do 2º ano 
do curso de licenciatura em Administração Pública do ISCED. Contudo, 
dependendo do interesse de outros leitores, o manual pode ser usado 
como um recurso adicional para consulta e informação. 
Como está estruturado este módulo 
Este módulo de Finanças Públicas, para estudantes do 2º ano do curso 
de licenciatura em Administração Pública, à semelhança dos restantes 
do ISCED, está estruturado como se segue: 
 
Páginas introdutórias 
 Um índice. 
 Uma visão geral detalhada dos conteúdos do módulo, 
resumindo os aspectos-chave que você precisa conhecer para 
melhor estudar. Recomendamos vivamente que leia esta 
secção com atenção antes de começar o seu estudo, como 
componente de habilidades de estudos. 
 
Conteúdos da disciplina/módulo 
Este módulo está estruturado em temas. Cada tema, por sua vez 
comporta certo número de unidades temáticas ou simplesmente 
unidades. Cada unidade temática se caracteriza por conter uma 
introdução, objectivos, conteúdos. 
No final de cada unidade temática ou do próprio tema, são 
incorporados antes o sumário, exercícios de auto-avaliação, só 
depois é que aparecem os exercícios de avaliação. 
Os exercícios de avaliação têm as seguintes características: puros 
exercícios teóricos/práticos. 
 
 ISCED CURSO: ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA; 2° Ano Módulo: FINANÇAS PÚBLICAS 
8 
 
Outros recursos 
A equipa dos académicos e pedagogos do ISCED, pensando em si, 
num cantinho, recôndito deste nosso vasto Moçambique e cheio 
de dúvidas e limitações no seu processo de aprendizagem, 
apresenta uma lista de recursos didácticos adicionais ao seu 
módulo para você explorar. Para tal, o ISCED disponibiliza na 
biblioteca do seu centro de recursos mais material de estudos 
relacionado com o seu curso como: Livros e/ou módulos, CD, CD-
ROOM, DVD. Para além deste material físico ou electrónico 
disponível na biblioteca, pode ter acesso a Plataforma Digital 
Moodle para alargar mais ainda as possibilidades dos seus 
estudos. 
 
Auto-avaliação e Tarefas de avaliação 
As tarefas de auto-avaliação para este módulo encontram-se no 
final de cada unidade temática e de cada tema. As tarefas dos 
exercícios de auto-avaliação apresentam duas características: 
primeiro apresentam exercícios resolvidos com detalhes. Segundo, 
exercícios que mostram apenas as respostas. 
As tarefas de avaliação devem ser semelhantes às de auto-
avaliação mas sem mostrar os passos e devem obedecer o grau 
crescente de dificuldades do processo de aprendizagem, umas a 
seguir as outras. Parte das tarefas de avaliação será objecto dos 
trabalhos de campo a serem entregues aos tutores/docentes para 
efeitos de correcção e atribuição da nota. Também constará do 
exame do fim do módulo. Pelo que, caro estudante, fazer todos os 
exercícios de avaliação é uma grande vantagem. 
 ISCED CURSO: ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA; 2° Ano Módulo: FINANÇAS PÚBLICAS 
9 
 
 
Comentários e sugestões 
Use este espaço para dar sugestões valiosas, sobre determinados 
aspectos, quer de natureza científica, quer de natureza didáctico-
pedagógicos, sobre como deveriam ser ou estar apresentadas. 
Pode ser que graças as suas observações que, em gozo de 
confiança, classificamo-las de úteis, o próximo módulo venha a ser 
melhorado. 
 
Ícones de actividade 
Ao longo deste módulo irá encontrar uma série de ícones nas margens 
das folhas. Estes ícones servem para identificar diferentes partes do 
processo de aprendizagem. Podem indicar uma parcela específica de 
texto, uma nova actividade ou tarefa, uma mudança de actividade, 
etc. 
Habilidades de estudo 
O principal objectivo deste campo é o de ensinar aprender a aprender. 
Aprender aprende-se. 
Durante a formação e desenvolvimento de competências, para facilitar 
a aprendizagem e alcançar melhores resultados, implicará empenho, 
dedicação e disciplina no estudo. Isto é, os bons resultados apenas se 
conseguem com estratégias eficientes e eficazes. Por isso é importante 
saber como, onde e quando estudar. Apresentamos algumas sugestões 
com as quais esperamos que caro estudante possa rentabilizar o tempo 
dedicado aos estudos, procedendo como se segue: 
1º Praticar a leitura. Aprender a Distância exige alto domínio de leitura. 
2º Fazer leitura diagonal aos conteúdos (leitura corrida). 
 ISCED CURSO: ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA; 2° Ano Módulo: FINANÇAS PÚBLICAS 
10 
 
3º Voltar a fazer leitura, desta vez para a compreensão e assimilação 
crítica dos conteúdos (ESTUDAR). 
4º Fazer seminário (debate em grupos), para comprovar sea sua 
aprendizagem confere ou não com a dos colegas e com o padrão. 
5º Fazer TC (Trabalho de Campo), algumas actividades práticas ou as de 
estudo de caso, se existirem. 
IMPORTANTE: Em observância ao triângulo modo-espaço-tempo, 
respectivamente como, onde e quando estudar, como foi referido no 
início deste item, antes de organizar os seus momentos de estudo 
reflicta sobre o ambiente de estudo que seria ideal para si: Estudo 
melhor em casa/biblioteca/café/outro lugar? Estudo melhor à noite/de 
manhã/de tarde/fins-de-semana/ao longo da semana? Estudo melhor 
com música/num sítio sossegado/num sítio barulhento!? Preciso de 
intervalo em cada 30 minutos, em cada hora, etc. 
É impossível estudar numa noite tudo o que devia ter sido estudado 
durante um determinado período de tempo; Deve estudar cada ponto 
da matéria em profundidade e passar só ao seguinte quando achar que 
já domina bem o anterior. 
Privilegia-se saber bem (com profundidade) o pouco que puder ler e 
estudar, que saber tudo superficialmente! Mas a melhor opção é juntar 
o útil ao agradável: Saber com profundidade todos conteúdos de cada 
tema, no módulo. 
Dica importante: não recomendamos estudar seguidamente por 
tempo superior a uma hora. Estudar por tempo de uma hora 
intercalado por 10 (dez) a 15 (quinze) minutos de descanso (chama-se 
descanso à mudança de actividades). Ou seja que durante o intervalo 
não se continuar a tratar dos mesmos assuntos das actividades 
obrigatórias. 
 ISCED CURSO: ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA; 2° Ano Módulo: FINANÇAS PÚBLICAS 
11 
 
Uma longa exposição aos estudos ou ao trabalho intelectual 
obrigatório, pode conduzir ao efeito contrário: baixar o rendimento da 
aprendizagem. O estudante que acumula um elevado volume de 
trabalho, em termos de estudos, em pouco tempo, cria interferência 
entre os conhecimentos, perde a sequência lógica, por fim ao perceber 
que estuda tanto mas não aprende, cai em insegurança, depressão e 
desespero, por se achar injustamente incapaz! 
Não estude na última da hora; quando se trate de fazer alguma 
avaliação. Aprenda a ser estudante de facto (aquele que estuda 
sistematicamente), não estudar apenas para responder a questões de 
alguma avaliação, mas sim estude para a vida, sobretudo, estude 
pensando na sua utilidade como futuro profissional, na área em que 
está a se formar. 
Organize na sua agenda um horário onde define a que horas e que 
matérias deve estudar durante a semana. Face ao tempo livre que 
resta, deve decidir como o utilizar produtivamente, decidindo quanto 
tempo será dedicado ao estudo e a outras actividades. 
É importante identificar as ideias principais de um texto, pois será uma 
necessidade para o estudo das diversas matérias que compõem o 
curso: A colocação de notas nas margens pode ajudar a estruturar a 
matéria de modo que seja mais fácil identificar as partes que está a 
estudar e pode escrever conclusões, exemplos, vantagens, definições, 
datas, nomes, pode também utilizar a margem para colocar 
comentários seus relacionados com o que está a ler; a melhor altura 
para sublinhar é imediatamente a seguir à compreensão do texto e 
não depois de uma primeira leitura; Utilizar o dicionário sempre que 
surja um conceito cujo significado não conhece ou não lhe é familiar; 
Precisa de apoio? 
Caro estudante, temos a certeza que por uma ou por outra razão, o 
 ISCED CURSO: ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA; 2° Ano Módulo: FINANÇAS PÚBLICAS 
12 
 
material de estudos impresso, lhe pode suscitar algumas dúvidas como 
falta de clareza, alguns erros de concordância, prováveis erros 
ortográficos, fraca visibilidade, páginas trocadas ou invertidas, etc. 
Nestes casos, contacte os serviços de atendimento e apoio ao 
estudante do seu Centro de Recursos (CR), via telefone, Sms, E-mail, se 
tiver tempo, escreva mesmo uma carta participando a preocupação. 
Uma das atribuições dos Gestores dos CR e seus assistentes 
(Pedagógico e Administrativo), é a de monitorar e garantir a sua 
aprendizagem com qualidade e sucesso. Dai a relevância da 
comunicação no Ensino à Distância (EAD), onde o recurso às TIC’s se 
torna incontornável: entre estudantes, estudante – Tutor, estudante – 
CR, etc. 
As sessões presenciais são um momento em que você caro estudante, 
tem a oportunidade de interagir fisicamente com Staff do seu CR, com 
tutores ou com parte da equipa central do ISCED indigitada para 
acompanhar as suas sessões presenciais. Neste período pode 
apresentar dúvidas, tratar assuntos de natureza pedagógica e/ou 
administrativa. 
O estudo em grupo, que está estimado para ocupar cerca de 30% do 
tempo de estudos a distância, é de muita importância, na medida em 
que permite lhe situar, em termos do grau de aprendizagem com 
relação aos outros colegas. Desta maneira ficará a saber se precisa de 
apoio ou precisa de apoiar aos colegas. Desenvolver hábito de debater 
assuntos relacionados com os conteúdos programáticos, constantes 
nos diferentes temas e unidade temática, no módulo. 
Tarefas (avaliação e auto-avaliação) 
O estudante deve realizar todas as tarefas (exercícios, actividades e 
autoavaliação), contudo nem todas deverão ser entregues, mas é 
importante que sejam realizadas. As tarefas devem ser entregues duas 
 ISCED CURSO: ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA; 2° Ano Módulo: FINANÇAS PÚBLICAS 
13 
 
semanas antes das sessões presenciais seguintes. 
Para cada tarefa serão estabelecidos prazos de entrega, e o não 
cumprimento dos prazos de entrega, implica a não classificação do 
estudante. Tenha sempre presente que a nota dos trabalhos de campo 
conta e é decisiva para ser admitido ao Exame Final da 
disciplina/módulo. 
Os trabalhos devem ser entregues ao Centro de Recursos (CR) e os 
mesmos devem ser dirigidos ao tutor/docente. 
Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de pesquisa, 
contudo os mesmos devem ser devidamente referenciados, 
respeitando os direitos do autor. 
O plágio1é uma violação do direito intelectual do (s) autor (es). Uma 
transcrição à letra de mais de 8 (oito) palavras do texto de um autor, 
sem o citar é considerada plágio. A honestidade, humildade científica e 
o respeito pelos direitos autorais devem caracterizar a realização dos 
trabalhos e seu autor (estudante do ISCED). 
Avaliação 
Muitos perguntam: Como é possível avaliar estudantes à distância, 
estando eles fisicamente separados e muito distantes do 
docente/turor!? Nós dissemos: Sim é muito possível, talvez seja uma 
avaliação mais fiável e consistente. 
Você será avaliado durante os estudos à distância que contam com um 
mínimo de 90% do total de tempo que precisa de estudar os conteúdos 
do seu módulo. Quando o tempo de contacto presencial conta com um 
máximo de 10%) do total de tempo do módulo. A avaliação do 
estudante consta detalhada do regulamentado de avaliação. 
 
1Plágio - copiar ou assinar parcial ou totalmente uma obra literária, propriedade 
intelectual de outras pessoas, sem prévia autorização. 
 ISCED CURSO: ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA; 2° Ano Módulo: FINANÇAS PÚBLICAS 
14 
 
Os trabalhos de campo por si realizados, durante estudos e 
aprendizagem no campo, têm peso de 25% e servem para a nota de 
frequência para ir aos Exames. 
Os Exames são realizados no final da cadeira disciplina/modulo e 
decorrem durante as sessões presenciais. Os Exames têm peso no 
mínimo de 75%, o que adicionado aos 25% da média de frequência, 
determinam a nota final com a qual o estudante conclui o módulo. 
A nota de 10 (dez) valores é a nota mínima de conclusão do módulo. 
Neste módulo o estudante deverá realizar pelo menos 2 (dois) 
trabalhos e 1 (um) (Exame). 
Algumas actividades práticas, relatórios e reflexões serão utilizados 
como ferramentas de avaliação formativa. 
Durante a realização dasavaliações, os estudantes devem ter em 
consideração a apresentação, a coerência textual, o grau de 
cientificidade, a forma de conclusão dos assuntos, as recomendações, a 
identificação das referências bibliográficas utilizadas, o respeito pelos 
direitos do autor, entre outros. 
Os objectivos e critérios de avaliação constam do Regulamento de 
Avaliação do ISCED. 
 
 
 
 
 
 ISCED CURSO: ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA; 2° Ano Módulo: FINANÇAS PÚBLICAS 
15 
 
TEMA I: INTRODUÇÃO ÀS FINANÇAS PÚBLICAS 
UNIDADE TEMÁTICA I: GENERALIDADES SOBRE AS 
FINANÇAS PÚBLICAS 
INTRODUÇÃO 
A noção de finanças está intimamente ligada à ideia de dinheiro. Com 
o desenvolvimento da humanidade a questão das finanças ganhou 
proeminência tal que hoje discute-se as finanças como ciência que visa 
estudar os aspectos da Economia, onde o processo económico se 
caracteriza por quatro estágios a saber: produção, distribuição, troca e 
consumo. 
O estudo das finanças públicas é importante, pois permite a 
compreensão de actividade financeira do Estado que visa atender as 
necessidades colectivas ou alcançar outro tipo de objectivos 
económicos, políticos e sociais e que se concretiza na arrecadação de 
receitas e na realização de despesas. 
A presente unidade pretende trazer aos estudantes uma visão 
holística sobre as finanças públicas, partindo da sua conceptualização, 
olhando para os sentidos orgânico, o sentido subjectivo e o sentido 
objectivo; iremos também apresentar as diferenças entre as finanças 
privadas das finanças públicas; e as finanças intervencionistas das 
finanças neutras. Por fim, de forma sumária iremos descrever as 
funções do Estado na economia. 
 
 
 
 
 
 
 
 ISCED CURSO: ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA; 2° Ano Módulo: FINANÇAS PÚBLICAS 
16 
 
 
Objectivos 
Específicos 
Ao completar esta unidade, espera-se que você seja capaz de: 
 
 Apresentar o conceito e as finalidades de finanças públicas; 
 Explicar a diferença entre finanças privadas e finanças públicas; 
finanças positivas e finanças normativas; 
 Caracterizar as finanças públicas clássicas e intervencionistas. 
 Descrever as funções do Estado na economia 
 
1.1 Conceito de Finanças Públicas 
A palavra latina finis é apontada como sendo a raiz etimológica do 
termo finanças através duma evolução pelo qual, nos séculos XII e XIV, 
surgiram as expressões finatio e financia que exprimiam as ideias de 
débito e da prestação. 
Entende-se também que da França, onde designava, no século XV, o 
conjunto dos meios económicos postos á disposição de uma 
organização política para a realização dos seus fins próprios, terá vindo 
a generalização do vocábulo. 
As finanças públicas são cruciais em qualquer país. Elas não são só se 
preocupam com a problemática de geração de recursos, mas também 
a aplicação destes recursos pelos diferentes objectivos e actividades 
prosseguidos pelo governo. 
As entidades públicas, ao satisfazerem as necessidades que lhes estão 
confiadas, utilizam bens económicos, desenvolvendo uma actividade 
de natureza económica. Ora fala-se em fenómeno financeiro para 
procurar exprimir justamente essa utilização de meios próprios para a 
satisfação de necessidades comuns. 
Assim, as Finanças Públicas referem-se a um processo de “aquisição e 
utilização de meios financeiros pelas entidades públicas. Por outras 
palavras, dizem respeito às receitas e despesas do Estado, dos 
municípios e das entidades paraestaduais” (Wandschneider, 1999). Em 
 ISCED CURSO: ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA; 2° Ano Módulo: FINANÇAS PÚBLICAS 
17 
 
outras palavras, as Finanças Públicas “trata dos gastos do sector 
público e das formas de financiamento desses gastos” (Hyman, 2002). 
Da conceptualização de Wandschneider, podemos aferir que as 
finanças públicas têm como objecto – o estudo da aquisição e 
utilização de meios financeiros pelas colectividades públicas. 
A expressão finanças públicas envolve três acepções, designadamente 
(Waty, 2004): 
I. Orgânica. Neste sentido, a expressão finanças públicas significa 
instituição do Estado competente para captar e/ou gerir 
recursos financeiros do Estado. 
 
II. Objectiva. A expressão significa actividade de obtenção e 
afectação de recursos públicos para satisfação das 
necessidades colectivas. 
 
III. Subjectiva. Referindo-se à disciplina ou ramo de conhecimento 
económico que estuda os princípios e leis que regem a 
actividade do Estado. É esta acepção que corresponde o nosso 
enfoque no estudo de Finanças Públicas. 
 
a) Mas porquê existem as finanças públicas? 
As finanças públicas existem porque há necessidade do Estado realizar 
despesas, e para o efeito, precisa cobrar receitas: 
 O Estado tem como finalidade a realização de fins públicos, tais 
como a segurança, a ordem públicas, a defesa nacional, saúde, 
educação, a existência de infra-estruturas económicas e sociais 
e a estabilidade macroeconómica. 
 Tem também como objectivo atingir certos objectivos de 
política económica e social, como a redução da pobreza, a 
redistribuição do rendimento e o desenvolvimento económico. 
 ISCED CURSO: ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA; 2° Ano Módulo: FINANÇAS PÚBLICAS 
18 
 
Para alcançar estes objectivos, o Estado necessita de arrecadar 
receitas. Para tal, o Estado usa instrumentos tais como os impostos, as 
taxas, as receitas patrimoniais, os donativos e os empréstimos 
públicos. 
Todo este exercício insere-se no âmbito da actividade financeira do 
Estado, entendida como aquela que visa satisfazer necessidades 
colectivas ou alcançar outro tipo de objectivos económicos, políticos e 
sociais e que se concretiza na arrecadação de receitas e na realização 
de despesas. 
 
1.2 Objectivos e Finalidades de Finanças Públicas 
 
As finanças públicas têm como objectivos: 
 
 Arrecadar receitas públicas para satisfazer necessidades 
colectivas tais como a segurança e ordem públicas, defesa 
nacional, administração da justiça, o acesso a educação e 
saúde, estabilidade macroeconómica; 
 Atingir certos objectivos de política económica e social, como a 
redução da pobreza, a redistribuição do rendimento e o 
desenvolvimento económico. 
 
No tocante as finalidades de finanças públicas podemos destacar as 
seguintes: 
 
 Identificar e avaliar os instrumentos e os efeitos das políticas 
do governo. 
 Examinar os efeitos e as consequências das diferentes formas 
de tributação e das despesas sobre os agentes económicos 
(indivíduos, instituições, etc.) da sociedade e da economia no 
geral. 
 Analisar a eficácia das políticas implementadas pelo governo 
para atingir certos objectivos e, consequentemente, para o 
 ISCED CURSO: ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA; 2° Ano Módulo: FINANÇAS PÚBLICAS 
19 
 
desenvolvimento de procedimentos e técnicas com vista a 
aumentar a eficácia das políticas. 
 
1.3 Finanças Públicas e Finanças Privadas 
O Estado tem as suas finanças, sem dúvida; mas também têm as suas 
finanças os particulares. Há, assim, finanças públicas e finanças 
privadas. Mas qual é a diferença entre elas? 
Nas finanças públicas, os impostos constituem um meio de 
financiamento específico do Estado, que não se encontra ao dispor de 
nenhuma empresa privada. 
Nas finanças privadas, as empresas obtêm as suas receitas através dos 
preços que cobram pela venda de bens ou pela prestação de serviços. 
O Estado também vende bens e serviços, mas as receitas dai 
resultantes são secundárias se comparadas com aquelas que são 
geradas pela arrecadação de impostos. 
Por outro lado, a possibilidade do Estado recorrer aos impostos 
implica que nas finanças públicas, ao contrário do que sucede nas 
finanças privadas, não são as receitas que determinam as despesas. 
Ou seja, as despesas do Estado não estão subordinadas às suas 
receitas: o Estado pode cobrar receitas na medidadas despesas que se 
propõe realizar. 
Tem-se, até, contraposto as finanças privadas às finanças públicas, 
dizendo que, nas finanças privadas, são as receitas que determinam as 
despesas, enquanto, nas finanças públicas, são as despesas que 
determinam as receitas; dizendo em outras palavras, que nas finanças 
privadas o montante das despesas é função das receitas, e nas 
finanças publicas o montante das receitas é função das despesas. 
Por último, o Estado procura satisfazer necessidades colectivas e 
atingir outros fins com a realização de despesas e a cobrança de 
receitas. As empresas privadas, por seu turno, têm como objectivo a 
 ISCED CURSO: ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA; 2° Ano Módulo: FINANÇAS PÚBLICAS 
20 
 
maximização do seu lucro, através da minimização das despesas e 
maximização das receitas. 
 
1.4 Finanças Clássicas e Finanças Intervencionistas 
As diferentes formas de abordar o papel do Estado têm uma tradução 
concreta na forma como é encarado o fenómeno financeiro. Assim, os 
defensores do Estado mínimo apoiam certas características associadas 
as finanças públicas clássicas (neutras). Aqueles que apoiam a ideia de 
um Estado de bem-estar (ou protector) apelam a um carácter mais 
intervencionista do Estado. Esta distinção permite-nos compreender 
melhor a evolução das finanças públicas ao longo do tempo. 
 
1.4.1 Finanças Clássicas (neutras) 
As Finanças Clássicas ou Neutras - correspondem ao período do 
liberalismo económico (Séc. XIX ao início do Séc. XX). Está ligada à 
concepção de Estado defendida por economistas clássicos, com 
destaque para Adam Smith, Jean – Baptiste Say, David Ricardo. Estes 
pensadores defendiam um Estado mínimo e pouco interventivo, o qual 
se deveria limitar a garantir a defesa e segurança dos cidadãos, manter 
a ordem, administrar a justiça e proteger os direitos de propriedade. 
 
Entende-se por finanças neutras, aquelas onde a actividade financeira 
do Estado não modifica as posições relativas dos particulares, e que, 
portanto, tiram a cada indivíduo, através da cobrança de impostos, 
tanta utilidade quanta a que lhe restituem através da prestação de 
bens públicos. 
 
Para os pensadores clássicos, o Estado não se deveria imiscuir em 
questões como a distribuição do rendimento ou a produção de bens e 
serviços. Pretendia-se que fosse o mercado a decidir qual a afectação 
e distribuição de recursos na sociedade. Qualquer interferência estatal 
na iniciativa privada e no livre jogo do 
 ISCED CURSO: ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA; 2° Ano Módulo: FINANÇAS PÚBLICAS 
21 
 
mercado seria prejudicial ao bem-estar dos cidadãos e a prosperidade 
de uma nação. O Estado devia apenas cingir-se na construção de 
algumas infra-estruturais, defesa nacional e outros serviços de 
administração. 
 
Na práctica, com base nestes princípios, as finanças públicas clássicas, 
traduziam-se num volume mínimo de despesas e de receitas públicas, 
e num reduzido peso do sector público na economia. As finanças 
públicas deveriam estar sempre equilibradas, ou seja, o Estado apenas 
deveria recorrer ao endividamento público em situações excepcionais, 
como sejam o caso de uma guerra ou catástrofe natural. Face à fraca 
expressão do património público, os impostos assumem-se como a 
receita típica do período liberal (clássico). Em suma, as finanças 
neutras, ou clássicas, caracterizavam-se por uma extrema simplicidade 
e passividade. 
 
A partir de finais do século XIX, as finanças públicas começam a perder 
a sua neutralidade e a tornarem-se mais intervencionistas. Nesta 
altura ganharam força teorias de que assentavam numa maior 
intervenção do Estado na economia. 
 
 
1.4.2 Finanças Públicas Intervencionistas 
 
As Finanças Intervencionistas (activas) – têm a sua génese nas teorias 
de John Maynard Keynes dos anos 30 do Séc. XX que defendia políticas 
económicas com vista a construção de um Estado de “Bem Estar 
Social” – Well Faire State. 
 
Entende-se por finanças intervencionistas, aquelas onde a actividade 
financeira do Estado afecta as posições relativas dos particulares. Pois 
é através destas que o Estado intervém na economia para atingir 
certos objectivos de política económica. 
 
 ISCED CURSO: ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA; 2° Ano Módulo: FINANÇAS PÚBLICAS 
22 
 
Deste modo, as finanças públicas, tornaram-se activas e funcionais, ou 
seja, as receitas e as despesas públicas passaram a ser definidas em 
função dos objectivos que se pretende alcançar: redistribuição do 
rendimento e redução da pobreza, combate a depressões económicas, 
desenvolvimento económico, etc. 
 
Assim, as despesas sociais ganham importância, os subsídios aos 
preços e aos produtores tornam-se frequentes, o património público e 
as receitas patrimoniais adquirem maior expressão, os impostos, 
aumentam o seu peso. O princípio de equilíbrio orçamental clássico é 
abandonado, passando o estado recorrer com frequência ao crédito. 
Portanto, as finanças públicas perdem a sua passividade e simplicidade 
– tornam-se activas e complexas. 
 
Em suma, as finanças intervencionistas são compatíveis com 
orçamentos deficitários, com uma dimensão significativa do sector 
público, onde o peso das despesas sociais é significativo. 
 
1.5 Finanças Positivas e Finanças Normativas 
O estudo de finanças do Estado só pode ser devidamente 
compreendido quando analisado em função das metas e fins que 
aquele se propõe atingir. Neste contexto, o estudo de finanças 
públicas pode ser feito sob duas vertentes distintas. 
Quando se olha para as finanças públicas na perspectiva de se medir e 
avaliar as consequências, em certas variáveis objectivo, de alterações 
em uma ou mais variáveis instrumentais ou estruturais, estamos no 
campo das finanças positivas. As finanças positivas fazem a teoria da 
realidade, observando e explicando as uniformidades do 
comportamento do Estado. 
Por exemplo, a avaliação (quantificação) do impacto de uma redução 
na taxa do imposto de circulação na inflação ou nas receitas públicas é 
do domínio de finanças positivas. Também o são a análise da evolução 
 ISCED CURSO: ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA; 2° Ano Módulo: FINANÇAS PÚBLICAS 
23 
 
das receitas fiscais ou o estudo das características de um dado sistema 
fiscal. 
Por seu lado, as finanças normativas - produzem juízos de valor, quer 
acerca da situação actual de uma dada sociedade quer acerca de 
adopção de uma política pública na sua dupla componente de 
avaliação dos instrumentos utilizados e da valoração das suas 
consequências previsíveis. Portanto, as finanças normativas enunciam 
as regras, as normas, a que o Estado deve subordinar-se para o melhor 
alcance dos fins. Essas regras ou normas constituem a política 
financeira do Estado. 
A titulo de exemplo, uma discussão sobre quais as despesas públicas 
que têm maior impacto na redução da pobreza (por exemplo, a 
reabilitação de uma estrada secundária ou terciária; a ampliação da 
rede de água rural, a construção de um posto de saúde). Esta 
discussão situa-se na esfera das finanças normativas. 
Resumindo, as finanças positivas pretendem explicar o que existe ou 
que se prevê que aconteça, enquanto que as finanças normativas 
pretendem avaliar as consequências das políticas e fazer 
recomendações. 
 
1.6 Funções do Estado na Economia 
 
Embora os economistas estejam muitas vezes em desacordo acerca 
das questões de índole normativa, estão no essencial de acordo acerca 
das funções que o Estado deve desempenhar. Na óptica de Musgrave, 
as funções do Estado na economia, desdobram-se em três, 
designadamente: 
 Alocação ou correcção da afectação de recursos (função 
alocativa); 
 Redistribuição da riqueza e do rendimento (função 
redistributiva); e 
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24 Estabilização económica (função estabilizadora). 
 
1.6.1 Função Alocativa 
 
Na função alocativa o Estado está preocupado com alocação eficiente 
dos recursos na economia. Isto porque nem sempre o mecanismo de 
mercado (através da interacção entre a oferta e a procura de um 
determinado bem) leva a alocações de recursos por parte da iniciativa 
privada. Deste modo, o Estado intervém através de provisão de bens e 
serviços públicos que, sendo desejados pelos cidadãos, não encontram 
provisão através do funcionamento do mercado. 
 
Para além de provisão de bens e serviços, o Estado pode corrigir falhas 
de mercado (externalidades negativas) através de tributação dos 
agentes económicos ou concessão de subsídios aos consumidores 
“penalizados” pelo mercado. Ainda nesta função, o Estado pode por 
meio da regulação promover a concorrência e evitar a prática de 
preços de monopólios ou oligopólios. 
 
1.6.2 Função Redistributiva 
 
Na função redistributiva o Estado busca a melhoria da redistribuição 
dos rendimentos e da riqueza. Os mecanismos de mercado privilegiam 
a eficiência, o que não garante que a sociedade está disposta a aceitar 
 essa distribuição da renda. Nesse caso, a correcção das desigualdades 
na repartição dos rendimentos e da riqueza deve ser efectuada 
mediante a intervenção do Estado. Um dos processos mais utilizados 
consiste em utilizar os impostos e os gastos do governo para tal 
finalidade. De um lado aumentando a progressividade dos impostos 
(quem ganha mais, paga mais) e de outro lado aumentando os gastos 
governamentais com transferências que beneficia directa ou 
indirectamente (mediante manutenção de serviços gratuitos: saúde, 
educação, ou transferência de rendimentos como programa subsidio 
social básico, caso de Moçambique). 
 
 ISCED CURSO: ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA; 2° Ano Módulo: FINANÇAS PÚBLICAS 
25 
 
1.6.3 Função Estabilizadora 
 
A função estabilização económica coloca-se ao nível macroeconómico 
de contribuir para um crescimento sustentado da economia, para 
níveis de emprego elevados, para uma estabilidade de preços e para 
um equilíbrio de contas externas (balança de pagamentos). O livre 
funcionamento do mercado não leva necessariamente a situações de 
pleno emprego e que a política orçamental poderá levar a níveis 
desejados de crescimento económico e de emprego. A utilização da 
política orçamental com vista a alcançar certos objectivos de natureza 
macroeconómica está precisamente relacionada com a função de 
estabilização do sector público. 
 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 
 
Marque com V as afirmações verdadeiras e com F as afirmações 
falsas. 
 
1. A palavra latina finis é apontada como sendo a raiz etimológica 
do termo finanças através duma evolução pelo qual, nos 
séculos XII e XIV. Modernamente, as finanças públicas referem-
se: 
a) A utilização de meios financeiros próprios para a satisfação de 
necessidades colectivas e individuais. 
b) Ao processo de aquisição e utilização de meios financeiros 
pelas entidades públicas. 
c) A arrecadação de receitas e realização de despesas. 
d) Receitas públicas e despesas públicas. 
 
2. Segundo Waty (2004), a expressão “finanças públicas” envolve 
as seguintes acepções: 
a) Funcional, orgânica e objectiva. 
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26 
 
b) Económica, orgânica e subjectiva. 
c) Orgânica, objectiva e subjectiva. 
d) Territorial, funcional e objectiva. 
 
3. As Finanças públicas têm como objectivos: 
a) Reduzir distorções na alocação de recursos provocado pelas 
falhas de mercado. 
b) Cobrar receitas para satisfazer necessidades colectivas. 
c) Atingir objectivos de política económica e social (crescimento e 
desenvolvimento económico, etc.). 
d) Redistribuir a riqueza através da aplicação da política fiscal. 
 
4. O Estado tem as suas finanças, sem dúvida; mas também têm 
as suas finanças os particulares. A grande diferença entre 
finanças publicas e finanças privadas reside no facto de: 
a) As finanças privadas as empresas terem a prerrogativa de 
cobrar impostos; 
b) Nas finanças públicas as receitas determinaram o volume de 
despesas; 
c) As empresas privadas poderem recorrer ao empréstimo 
bancário; 
d) Os impostos constituírem o meio de financiamento específico 
para o Estado. 
 
5. O estudo de finanças públicas, em função das metas e fins que 
pretende atingir, pode ser analisado sob dois ângulos, 
designadamente: 
a) Finanças normativas e intervencionistas; 
b) Finanças intervencionistas e positivas; 
c) Finanças positivas e normativas; 
d) Finanças clássicas e intervencionistas. 
 
6. Os autores que defendem as finanças clássicas consideram: 
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27 
 
a) Que a despesa pública deve ser financiada sobretudo pelos 
impostos. 
b) Que o peso do Estado na economia deve ser grande. 
c) Que a distribuição do rendimento seja justa. 
d) Que o orçamento do Estado pode não estar equilibrado 
 
7. As finanças normativas diferem das finanças positivas pelo facto 
de: 
a) As finanças positivas produzirem juízos de valor e as finanças 
normativas formular normas, regulamentos, e leis. 
b) As finanças normativas explicarem o que existe ou que se 
prevê que aconteça e as finanças positivas avaliar as 
consequências das políticas e fazer recomendações. 
c) As finanças normativas emitirem juízos de valor e as finanças 
positivas fazem a teoria da realidade, observando e explicando 
as uniformidades do comportamento do Estado. 
d) Tanto as finanças normativas assim como finanças positivas 
emitem juízos de valor. 
 
8. Na óptica de Musgrave, as funções do Estado na economia, 
desdobram-se em três, nomeadamente: 
a) Função alocativa, redistributiva e fiscalizadora 
b) Função promotora, fiscalizadora e estabilizadora 
c) Função alocativa, redistributiva e estabilizadora 
d) Função alocativa, reguladora e fiscalizadora. 
 
9. A necessidade de intervenção do Estado na economia prende 
com a constatação de que o mecanismo de mercado não 
cumpre adequadamente algumas funções. Dentre as opções 
abaixo aponte aquela que correcta esta associada a função 
alocativa do Estado: 
a) A função alocativa está associada ao fornecimento de bens e 
serviços que são oferecidos adequadamente pelo mercado. 
 ISCED CURSO: ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA; 2° Ano Módulo: FINANÇAS PÚBLICAS 
28 
 
b) O sistema de preços não consegue se auto-regular e, por isso, o 
Estado deve actuar visando estabilizar tanto a produção 
quanto o crescimento de preços. 
c) A função alocativa é aquela que provoca a transferência de 
recursos entre grupos da sociedade (entre classes de renda, 
entre trabalhadores e empresários). 
d) A função alocativa diz respeito às políticas relacionadas à 
formação de capital, objectivando o crescimento económico de 
longo prazo. 
 
10. Na perspectiva dos pensadores clássicos, o papel do Estado na 
economia devia apenas cingir-se na: 
a) Redistribuição do rendimento 
b) Produção de bens e serviços 
c) Correcção das falhas de mercado 
d) Construção de algumas infra-estruturas, defesa nacional e 
outros serviços de administração. 
 
 
Exercícios de AVALIAÇÃO 
Caro estudante, responda de forma clara e sucinta as questões que 
se seguem. 
 
1. A Finanças Públicas “trata dos gastos do sector público e das 
formas de financiamento desses gastos” (Hyman, 2002). 
Explique a necessidade da existência de finanças públicas. 
 
2. As finanças do Estado (públicas) podem ser do tipo neutro ou 
intervencionista. Esta distinção permite-nos compreender 
melhor a evolução das finanças públicas ao longo do tempo. 
Explique de forma sucinta as concepções teóricas subjacentes 
as finanças neutras e intervencionistas. 
 
 ISCED CURSO: ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA;2° Ano Módulo: FINANÇAS PÚBLICAS 
29 
 
3. Que implicações as concepções acima apresentadas trazem as 
finanças neutras e intervencionistas? 
 
4. Apresente de forma clara e breve a diferença entre finanças 
positivas e finanças normativas. 
 
5. A tese de que o mecanismo de mercado nem sempre conduz a 
uma alocação eficiente de recursos constitui um dos grandes 
argumentos para a intervenção do Estado na economia. 
Indique e explique as funções do Estado na economia, segundo 
Musgrave. 
 
 
 
UNIDADE TEMÁTICA II: ESTUDO DO SISTEMA FISCAL 
INTRODUÇÃO 
A análise da evolução dos sistemas fiscais dos vários países evidencia a 
existência ao longo do tempo diferentes “modelos de tributação” e 
grande diversidade e figuras tributárias. E isto, tanto quando se 
consideram as autoridades públicas no seu conjunto, como quando se 
retêm em separado os diferentes níveis de governo. 
As razões para tal decorrem de múltiplos factores. Assim, para além 
das influências e opções de ordem histórica e política, é necessário ter 
presente que os sistemas fiscais são eles próprios reflexo das 
estruturas sócio-económicas sobre que incidem e modelam, evoluindo 
em função das características das mesmas e do grau de 
desenvolvimento dos países. 
Na presente unidade iremos abordar o sistema fiscal onde 
debruçaremo-nos sobre as características desejáveis de um sistema 
fiscal. Ainda nesta unidade iremos discutir os princípios de tributação 
dos momentos da cobrança dos 
 ISCED CURSO: ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA; 2° Ano Módulo: FINANÇAS PÚBLICAS 
30 
 
impostos; por fim abordaremos o sistema tributário moçambicano. 
 
 
Objectivos 
Específicos 
Ao completar esta unidade, espera-se que você seja capaz de: 
 
 Descrever as características desejáveis de um sistema fiscal; 
 Enunciar os princípios teóricos da tributação; 
 Classificar as receitas públicas; 
 Descrever o sistema tributário moçambicano. 
 
2.1 Características Desejáveis de um Sistema Fiscal 
Sistema fiscal – é um conjunto de impostos vigente num determinado 
país ou espaço geográfico. Entende – se por imposto - uma prestação 
pecuniária com carácter coercivo (tem carácter obrigatório, força de 
lei) e unilateral (não constitui uma contrapartida de um serviço 
prestado pelo Estado), sem carácter de sanção, exigida pelo Estado 
para a realização de fins públicos. 
De um ponto de vista normativo, isto é, do conjunto de características 
que idealmente um sistema fiscal deveria respeitar, Pereira et al 
(2009), apontam como integrantes de um “bom sistema fiscal” os 
seguintes requisitos: 
I. Equidade – A distribuição da carga fiscal entre os indivíduos 
deve ser equitativa e não arbitrária, devendo cada um suportar 
uma parcela considerada justa dos encargos com a actividade 
pública. 
II. Eficiência – Os impostos devem ser escolhidos de modo a 
minimizarem as interferências com decisões eficientes dos 
agentes económicos tomadas em mercados competitivos. Um 
sistema tributário eficiente é aquele que não deve 
desincentivar a actividade dos agentes económicos ou 
detentores da riqueza, nem piorar o seu bem-estar. 
 ISCED CURSO: ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA; 2° Ano Módulo: FINANÇAS PÚBLICAS 
31 
 
III. Flexibilidade – A estrutura dos impostos deve ser concebida de 
modo a constituir um instrumento eficaz de estabilização 
automática da conjuntura. Os impostos são conhecidos como 
estabilizadores automáticos, no sentido de que eles, quando 
devidamente concebidos, têm a flexibilidade para reagirem por 
forma a evitar efeitos indesejados das flutuações conjunturais. 
IV. Transparência – As regras tributarias devem ser, tanto quanto 
possível, estáveis e de fácil compreensão para os contribuintes, 
e permitir a responsabilização politica dos governos pelas 
medidas fiscais tomadas. 
V. Baixo custo de funcionamento – Os custos associados à 
administração e cumprimento do sistema de impostos e regras 
fiscais devem ser tão baixos quanto o permitam os restantes 
objectivos de política fiscal. 
VI. Eficácia financeira – As receitas geradas por um sistema fiscal 
devem ser adequadas e suficientes para fazer face às 
necessidades financeiras e objectivos da política orçamental. 
Apresentados estes seis requisitos, torna-se compreensível que face às 
suas características e exigências, as estruturas fiscais concretas se 
possam afastar, na prática, em maior ou menor grau, de alguns desses 
princípios, nomeadamente por que concebidas e limitadas por um 
conjunto de influências de carácter económico, social e político, não 
raramente conflituantes. 
 
2.2 Princípios Teóricos da Tributação 
A teoria da tributação baseia-se em dois princípios fundamentais que 
devem tornar o sistema harmonioso. Esses princípios são: a 
neutralidade e a equidade. 
 
 
 
 ISCED CURSO: ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA; 2° Ano Módulo: FINANÇAS PÚBLICAS 
32 
 
2.2.1 Princípio de neutralidade 
De acordo com este princípio, o sistema tributário deve interferir o 
mínimo possível na alocação dos recursos disponíveis na economia, 
por parte do sector privado. Este princípio tem como objectivo manter 
inalterado o comportamento do sector privado no que toca às 
decisões de produção e consumo. 
 
2.2.2 Princípio de equidade 
Este princípio estabelece que todo o sistema tributário deve ser 
“justo”. Para tal, é preciso estabelecer um tratamento, em termos de 
contribuição, para contribuintes em situação de desigualdade 
(equidade vertical). Em contrapartida, devem merecer o mesmo 
tratamento, contribuintes em idêntica situação (equidade horizontal). 
Ao aplicar este princípio, surgem dois critérios básicos que 
caracterizam essa finalidade de justiça social: princípio do benefício e 
o princípio da capacidade de pagamento. 
b) O critério do benefício, que propõe atribuir a cada indivíduo um 
ónus tributário (contribuição) equivalente aos benefícios que 
ele usufrui dos programas governamentais; e 
c) O critério da capacidade contributiva, que advoga a repartição 
do ónus tributário em função das respectivas capacidades 
individuais de tributação. Se a questão é pacífica quanto aos 
indivíduos iguais, ou seja quanto à equidade horizontal, o 
mesmo não ocorre quanto aos indivíduos diferentes. Como se 
pode diferenciar os desiguais? Deve o montante da 
contribuição variar de forma absoluta, proporcional ou mais 
que proporcional à variação da renda? Daqui emerge a ideia 
dos chamados impostos proporcionais, progressivos e 
regressivos. 
 
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33 
 
2.3 Classificação dos impostos 
Do ponto vista da distribuição da carga tributária os impostos podem 
ser: 
a) Proporcional – O Estado fixa uma fracção constante da matéria 
colectável, a qualquer que seja o valor do rendimento (Ex. uma 
taxa fixa de 10% sobre o rendimento); 
b) Progressivo – O Estado pode também exigir uma fracção 
crescente da matéria colectável, a medida que o rendimento 
vai aumentar; 
c) Regressivo – O Estado pode fixar uma fracção decrescente da 
matéria colectável, a medida que o rendimento vai aumentar. 
 
Do ponto de vista de incidência: 
a) Imposto directo – aqueles que incidem sobre o rendimento (ex: 
Imposto Sobre Rendimentos de Pessoas Singulares – IRPS; 
Imposto Sobre Rendimentos de Pessoas Colectivas - IRPC); 
b) Imposto indirecto – aqueles que incidem sobre a despesa (ex: 
IVA, ICE, imposto de selo, imposto sobre veículos, etc.). 
 
Do ponto de vista da base de incidência: 
a) Renda – imposto que incide sobre a renda gerada na economia 
(Ex: IRPS). 
b) Património – imposto que incide pelas simples posse de imóvel 
(Ex. imposto predial autárquico). 
c) Vendas – imposto que incide sobre as vendas de mercadorias e 
serviços. 
 
 
 
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34 
 
2.4 Momentos da Técnica Tributária 
Técnica tributária refere-se a um processo júridico-financeiro 
mediante o qual se define a forma como se reparte o sacrifício fiscal 
por todos os membros da sociedade e qual é, em concreto, o sacrifício 
fiscal de cada contribuinte até a efectiva cobrança da receita do 
Estado. 
A técnica tributária apresenta 5 fases nomeadamente: 
(I) Incidência fiscal; (II) Determinação da matéria colectável; (III) 
Fixação da taxa; (IV) Liquidação do imposto e (V) Cobrança. 
I. Incidência Fiscal – consiste na determinação das situações em 
que é devido o imposto. A incidência fiscal pode ser do ponto 
de vista pessoal, real (património ou rendimento). 
II. Determinação da matéria colectável – consiste na 
determinação de processos ou métodos de avaliação da 
matéria colectável a serem usados. 
III. Fixação da taxa – definido o método a usar para avaliar a 
matéria colectável, é necessário fixar a taxa, isto é qual ou 
quais dentre os vários métodos serão usados para o 
estabelecimento do montante do imposto. 
IV. Liquidação do Imposto – consiste na determinação concreta do 
imposto devido (colecta), pela aplicação da taxa a matéria 
colectável. 
V. Cobrança – definido o montante do imposto é necessário 
cobrar, ou seja quando e como o contribuinte vai pagar o 
imposto. 
 
2.5 Receitas Públicas 
Constituem receitas públicas “todos os recursos monetários ou em 
espécie, seja qual for a sua fonte ou natureza, postos à disposição do 
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35 
 
Estado, com ressalva daquelas em que o Estado seja mero depositário 
temporário” (Artigo 14 – Lei 09/2002 – SISTAFE). 
 
Segundo Pereira et al (2009), as receitas públicas abrangem todas as 
somas em dinheiro ou recurso equivalente, cujo beneficiário é o 
Estado ou uma outra entidade pública administrativa, e que têm como 
finalidade principal satisfazer as necessidades financeiras e outros fins 
públicos relevantes. 
 
 
2.5.1 Tipologia e Estrutura das Receitas Públicas 
 
Existem várias modalidades de receita pública, cuja apresentação sob 
varias perspectivas ou critérios se torna útil, pois que permitem 
evidenciar algumas das suas características distintas. Assim, a receita 
pública pode ser classificada obedecendo os seguintes critérios: 
 
i. Natureza económica – receitas correntes e receitas de capital. 
ii. Efectividade – receitas efectivas ou com carácter definitivo e 
aumentam o património do Estado (Ex: taxas, impostos, etc); e 
receitas não-efectivas, que ao contrário devem ser devolvidas 
(não aumentam o património do Estado – ex: empréstimos); 
iii. Coercividade – de carácter obrigatório ou 
“facultativo”/voluntário de que se reveste o seu pagamento; 
iv. Captação – receitas próprias ou de transferência. 
 
Assim, segundo Pereira et al (2009:214), aplicando estes quatro 
critérios à realidade concreta, podemos classificar e caracterizar seis 
modalidades de receitas públicas: 
 
 
1. Receitas fiscais (impostos). Prestações pecuniárias de natureza 
corrente, definitivas com carácter coercivo e unilateral, porque 
sem contrapartida imediata e directa para quem as 
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36 
 
paga/suporta (ex. IRPS, IVA). 
 
2. Receitas para-fiscais (contribuições sociais). Estas receitas são, 
tal como os impostos, pagamentos de natureza obrigatória e 
de carácter corrente, mas se diferenciando na medida em que 
têm como contrapartida uma prestação social futura em favor 
do respectivo beneficiário. Um exemplo deste tipo de receitas 
são as contribuições da segurança social pagas pelos 
trabalhadores com os respectivos empregadores calculadas 
com base na remuneração dos trabalhadores. 
 
3. Receitas patrimoniais. São receitas efectivas provenientes do 
património mobiliário e imobiliário do Estado, podendo 
assumir carácter corrente ou extraordinário (ex. 
Rendimentos/juros de depósitos, rendas de edifícios, 
dividendos recebidos de empresas públicas, produto de 
alienação de imóveis, de venda de participações). 
 
4. Taxas, licenças e tarifas/”preços”. São prestações pecuniárias, 
efectivas de carácter corrente e de natureza bilateral, porque 
pressupõem uma contraprestação específica (benefício ou não 
para quem paga) por parte do serviço público que a cobra, 
como nos casos, respectivamente de autorização de exercício 
de uma actividade comercial, pagamento de taxa de portagem, 
emissão de passaportes, certificados escolares). As taxas e 
tarifas devem respeitar o princípio de proporcionalidade entre 
o valor pago e o serviço obtido. 
 
5. Multas, penalidades e coimas. São pagamentos efectuados 
pelos particulares ao Estado e outros entes públicos, que têm a 
natureza de penalização/compensação por infracção a um 
regulamento ou outra disposição legal (ex. Multa pela 
infracção do código de estrada, atraso no cumprimento de uma 
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37 
 
obrigação fiscal). 
 
6. Receitas creditícias ou empréstimos. São receitas resultantes da 
contracção de dívidas por parte do Estado junto dos 
particulares e demais entidades financiadoras (nacionais e 
estrangeiras), normalmente de subscrição voluntária e de 
natureza não-efectiva porque implicando o posterior 
reembolso (amortização) do capital mutuado. 
 
Nota Importante: Na estrutura das fontes de financiamento público, a 
mais importante na maior parte dos países é constituída pelas receitas 
fiscais, o que decorre não só das próprias características dos serviços 
públicos que com elas se visam financiar, como da sua natureza de 
“instrumento” de política económica usado pelos governos na 
prossecução, de objectivos redistributivos. 
 
2.6 Sistema Tributário de Moçambique 
 
O sistema tributário de Moçambique assenta em critérios de justiça 
social e o regime jurídico-fiscal, seguindo os princípios de legalidade 
tributária, de equidade, da eficiência e da simplicidade do sistema 
tributário. 
O sistema tributário integra impostos nacionais e autárquicos. Os 
impostos nacionais classificam em directos e indirectos. Os impostos 
directos incidem sobre o rendimento (ex: IRPS, IRPC), ao contrário dos 
indirectos que incidem sobre a despesa (ex: IVA, ICE, imposto de selo, 
imposto sobre veículos, etc.). 
 
2.6.1 Objectivos da Política Tributária em Moçambique 
A política tributária em Moçambique tem como objectivos: 
 Assegurar a eficácia, eficiência e equidade na aplicação das 
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38 
 
políticas tributárias e aduaneiras; 
 Garantir a comodidade no cumprimento das obrigações fiscais; 
 Detectar irregularidades e evasão fiscal, (artigo 3 da Lei nº 
1/2006 de 22 de Março). 
 
2.6.2 Fins da tributação em Moçambique 
Em Moçambique a tributação tem como fins: 
 Satisfazer as necessidades financeiras do Estado e outras 
entidades públicas; 
 Promover da justiça social, igualdade de oportunidades e a 
redistribuição da riqueza e do rendimento; 
 Respeitar os princípios da generalidade, da igualdade, 
legalidade, da não retroactividade, da justiça material e da 
eficácia e simplicidade do sistema tributário, (artigo 2 da Lei n° 
1/2006 de 22 de Março). 
 
2.6.3 Atribuições do Sistema Tributário em Moçambique 
O sistema tributário moçambicano tem como atribuições: 
 Executar a política tributária e aduaneira, dirigindo e 
controlando o funcionamento dos seus serviços; 
 Planificar e controlar as suas actividades e o sistema de 
informação; 
 Formar e planificar os recursos humanos; e 
 Elaborar estudos e apoiar na concepção de políticas tributária e 
aduaneira. 
 
 
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39 
 
 
2.6.4 Sistema Tributário Autárquico 
 
Denomina-se Autarquia ou Municípios – as cidades e vilas geridas 
autonomamente por órgãos próprios, dirigidos por um presidente – 
presidente do Conselho Municipal ou Povoação, também denominado 
autarca. 
As autarquias são criadas por lei para executar, de forma 
descentralizada as actividades de administração pública; sendo 
dotadas de autonomia financeira, administrativa e patrimonial, isto é, 
elas possuem o seu património e receitas próprias, sendo tuteladas 
pelo Estado. 
Sendo parte integrante do sistema tributário vigente no país, o 
Sistema Tributário Autárquico, aplica-se aos residentes das Autarquias 
sujeitos aos impostos e taxas aprovados pela Lei nº1/2008 de 16 de 
Janeiro, que define o regime financeiro, orçamental e patrimonial das 
Autarquias locais, bem como, o próprio sistema tributário. 
Assim, o Sistema Tributário Autárquico compreende impostos e taxas, 
cuja aplicação é regido pelos Códigos Tributário Autárquico e de 
Posturas aprovados pelo Conselho de Ministros. Constituem impostos 
e taxas do sistema tributário autárquico os seguintes: 
 Imposto Pessoal Autárquico; 
 Imposto Predial Autárquico; 
 Imposto Autárquico de Veículos; 
 Imposto Autárquico de Sisa; 
 Contribuição de Melhorias; 
 Taxas por Licenças Concedidas e por Actividade Económica e; 
 Tarifas pela Prestação de Serviços. 
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40 
 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 
 
Marque V as afirmações verdadeiras e F as afirmações falsas. 
1. Na perspectiva de Pereira et al (2009), um “ bom sistema 
fiscal” deve apresentar os seguintes requisitos: 
a) Equidade, neutralidade, eficiência, eficácia, regularidade 
financeira e economia. 
b) Flexibilidade, eficiência, eficácia, economia e regularidade 
financeira. 
c) Transparência, efectivo, completo, isenção, regular e estável 
d) Equidade, eficiência, flexibilidade, transparência, baixo custo 
de funcionamento e eficácia financeira. 
 
2. A teoria da tributação baseia-se em dois princípios 
fundamentais: 
a) Harmonia e eficiência 
b) Equidade e eficácia 
c) Neutralidade e equidade 
 
3. Todo o sistema tributário deve ser “justo”. Este tese é 
estabelecido pelo seguinte princípio: 
a) Eficiência. 
b) Eficácia. 
c) Equidade. 
d) Neutralidade. 
 
4. Ao aplicar-se o princípio de equidade, surgem dois critérios 
básicos que caracterizavam essa finalidade de justiça social: 
a) Critério de equidade e benefício. 
b) Critério de benefício e economia. 
c) Critério de benefício e capacidade contributiva. 
d) Critério de capacidade contributiva e eficiência. 
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41 
 
 
5. Cada indivíduo deve ser tributado mediante os benefícios que 
ele usufrui dos programas governamentais. Este postulado 
enquadra-se no seguinte critério básico: 
a) Beneficio. 
b) Equidade. 
c) Eficiência. 
d) Capacidade contributiva. 
 
6. Do ponto de vista da distribuição da carga tributária os 
impostos podem ser: 
a) Proporcional, progressivo e efectivo. 
b) Regressivo, efectivo e completo. 
c) Proporcional, progressivo e regressivo. 
d) Equitativo, proporcional e progressivo. 
 
7. Do ponto de vista de incidência podem ser: 
a) Imposto directo e indirecto. 
b) Imposto proporcional e directo. 
c) Imposto fixo e indirecto. 
d) Nenhuma das afirmações. 
 
8. A técnica tributária apresenta 5 fases, designadamente: 
a) Incidência fiscal, determinação da matéria colectável, fixação 
da taxa, liquidação do imposto e cobrança. 
b) Incidência fiscal, avaliação da taxa, fixação da taxa, liquidação 
do imposto e cobrança. 
c) Avaliação da taxa, determinação da matéria colectável, 
liquidação do imposto, fixação da taxa e cobrança. 
d) Incidência fiscal, liquidação do imposto, cobrança, avaliação 
fiscal e fixação da taxa. 
 
9. A receita publica pode ser classificada obedecendo os 
seguintes criterios: 
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a) Natureza económica, regularidade financeira, eficiência e 
eficácia. 
b) Natureza económica, efectividade, coercividade e eficácia. 
c) Natureza económica, efectividade, coercividade e captação. 
d) Captação, eficiência, flexibilidade e efectividade. 
 
10. Em Moçambique a tributação tem como um dos grandes fins: 
a) Satisfazer as necessidades financeiras do Estado e outras 
entidades públicas. 
b) Garantir a segurança e ordem públicas. 
c) Arrecadar receitas e realizar despesas. 
d) Financiar o sector privado criando um bom ambiente de 
negócios. 
 
 
 
Exercícios de AVALIAÇÃO 
Caro estudante, responda de forma clara e objectiva as questões que 
se seguem. 
 
1. O sistema fiscal compreende um conjunto de impostos num 
determinado país ou espaço geográfico. Do ponto de vista 
normativo, existe um conjunto de requisitos/elementos que 
um “bom sistema fiscal” deve integrar. 
a) Enumere os requisitos que um “bom sistema fiscal”deve 
integrar segundo Pereira et al (2009). 
b) Descreve três requisitos de um “bom sistema fiscal”a sua 
escolha. 
 
2. A teoria da tributação baseia-se em dois princípios principais 
que devem tornar o sistema harmonioso. 
a) Indique e descreve tais princípios. 
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43 
 
b) Ao aplicar-se um dos princípios da teoria da tributação surgem 
dois criterios básicos que caracterizam a finalidade da justiça 
social patente em um dos princípios. Indique e descreve tais 
critérios. 
 
3. O imposto constitui uma prestação pecuniária, coactiva, 
unilateral, sem carácter de sanção, exigida pelo Estado para 
atender fins públicos. Classifique os impostos do ponto de vista 
da distribuição, incidência e base de incidência. 
 
4. A Técnica tributária refere-se a um processo júridico-financeiro 
mediante o qual se define a forma como se reparte o sacrifício 
fiscal por todos os membros da sociedade. Enumere as fases da 
técnica tributária e descreve as duas últimas fases. 
 
5. No estudo das receitas públicas, Pereira et al (2009), classifica e 
caracteriza seis modalidades de receitas públicas. Apresente e 
classifique tais modalidades. 
 
Exercícios INTEGRADOS DE AVALIAÇÃO 
 
Marque V as afirmações verdadeiras e F as afirmações falsas. 
 
1. Quando falamos de finanças públicas referimo-nos: 
e) A utilização de meios financeiros próprios para a satisfação de 
necessidades colectivas e individuais. 
f) Ao processo de aquisição e utilização de meios financeiros 
pelas entidades públicas. 
g) A arrecadação de receitas e realização de despesas. 
h) Receitas públicas e despesas públicas. 
 
2. As finanças públicas têm como objectivos: 
 ISCED CURSO: ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA; 2° Ano Módulo: FINANÇAS PÚBLICAS 
44 
 
e) Reduzir distorções do mercado na alocação de recursos. 
f) Cobrar receitas para satisfazer necessidades colectivas. 
g) Atingir objectivos de política económica e social (crescimento e 
desenvolvimento económico, etc.). 
h) Redistribuir a riqueza através da aplicação da política fiscal 
 
3. Na óptica de Musgrave, as funções do Estado na economia, 
desdobram-se em três, nomeadamente: 
e) Função alocativa, redistributiva e fiscalizadora 
f) Função promotora, fiscalizadora e estabilizadora 
g) Função alocativa, redistributiva e estabilizadora 
h) Função alocativa, reguladora e fiscalizadora. 
 
4. A teoria da tributação baseia-se em dois princípios 
fundamentais: 
d) Harmonia e eficiência 
e) Equidade e eficácia 
f) Neutralidade e equidade 
g) Eficácia e eficiência 
 
5. Ao aplicar-se o princípio de equidade, surgem dois critérios 
básicos que caracterizavam essa finalidade de justiça social: 
e) Critério de equidade e benefício. 
f) Critério de benefícioe economia. 
g) Critério de benefício e capacidade contributiva. 
h) Critério de capacidade contributiva e eficiência. 
 
 
 
 
 
 
 
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45 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 Do Amaral, J.F., Louça, F., Ferreira, C., Fontaínha, E., Caetano, 
G., Santos, S. (2002). Introdução à Macroeconomia, Escolar 
Editora, Cap.3, pp. 57-66. 
 Pereira, P.T., Afonso, A., Arcanjo, M., Santos, J.C.G. (2009). 
Economia e Finanças Públicas, 3ª Edição. Escolar Editora, pp. 3-
37. 
 Ribeiro, J.J. Teixeira. (1997). Lições de Finanças Públicas, 5ª 
Edição, refundida e actualizada. Coimbra Editora, pp. 29-45. 
 Sousa Franco, A.L. (1996). Finanças Públicas e Direito 
Financeiro, Vol.1, p.3; pp. 50-68. 
 Wandschneider, T. S. (1998-99). Apontamentos de Finanças 
Públicas. Universidade Eduardo Mondlane (UEM), pp. 1-8. 
 Waty, T.A. (2004). Introdução ao Direito Fiscal. W&W Editora, 
Lda. Maputo, pp.2-4. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 ISCED CURSO: ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA; 2° Ano Módulo: FINANÇAS PÚBLICAS 
46 
 
TEMA II: ECONOMIA DO BEM-ESTAR 
UNIDADE TEMÁTICA I: FUNDAMENTOS PARA A 
INTERVENÇÃO PÚBLICA 
INTRODUÇÃO 
A evolução do pensamento económico foi marcada por momentos de 
debate aceso em torno da intervenção do Estado na economia. Por 
um longo período o Estado foi atribuído um papel minimalista na 
economia dando-se primazia ao mecanismo de mercado na alocação 
de recursos. A partir dos anos 30 do século XX o papel do Estado 
evolui, em parte, como consequência da grande crise económica que 
se verificou na década de 30 que demonstrou que ao Estado cabe, e 
muitas das vezes só a ele cabe, muitos papéis na economia. 
Ademais, a ocorrência das falhas do mercado (bens públicos, 
externalidades, poder do mercado e assimetrias de informação) 
consubstanciadas na desigual distribuição de recursos e de 
oportunidades de acesso à riqueza, entre outras formas, 
fundamentam o consenso sobre a necessidade da intervenção pública 
na economia por razões de equidade e de eficiência. 
Nesta unidade iremos apresentar os fundamentos que norteiam a 
intervenção pública na economia. E para fazer jus ao tema, vamos dar 
especial atenção aos dois teoremas fundamentais da economia do 
bem-estar, e por fim, sem entrar em aspectos de demonstrações 
matemáticas, apresentaremos as teorias do bem-estar. 
 
 ISCED CURSO: ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA; 2° Ano Módulo: FINANÇAS PÚBLICAS 
47 
 
 
Objectivos 
Específicos 
Ao completar esta unidade, espera-se que você seja capaz de: 
 
 Explicar os objectivos da intervenção pública na economia; 
 Enunciar os dois teoremas fundamentais da economia do bem-
estar; 
 Identificar as teorias do bem-estar. 
 
 
1.1 Objectivos da Intervenção Pública 
 
Existem vários objectivos que norteiam a intervenção pública na 
economia. Mas uma classificação clássica evidencia dois, 
designadamente, a promoção da: 
 Eficiência, e da 
 Equidade. 
 
 (a) Promoção da Eficiência 
A eficiência, no seu sentido económico mais simples, significa 
utilização dos recursos económicos que produzem o nível máximo de 
satisfação possível, sendo dados os factores de produção e a 
tecnologia. De acordo com Vilfredo Pareto, a eficiência – significa 
afectar os recursos económicos de forma óptima, no sentido de que 
não é possível melhorar o bem-estar de um agente económico sem 
que seja através da diminuição do bem-estar de outro. Este conceito é 
explicado, de forma simples, no conceito da Fronteira das 
Possibilidades Produtivas (FPP) em manuais introdutórios de 
Economia, indicando movimentos sobre a linha da FPP. 
Quando o mercado falha na alocação de recursos é preciso identificar 
as circunstâncias em que isso ocorre, identificar as acções correctivas 
necessárias e avaliar as condições específicas existentes no Estado 
para que a intervenção correctiva seja comparativamente benéfica em 
 ISCED CURSO: ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA; 2° Ano Módulo: FINANÇAS PÚBLICAS 
48 
 
termos de eficiência. 
As acções correctivas do Estado para promover a eficiência podem 
incluir: 
 Provisão de bens e serviços públicos, 
 Impostos e/ou subsídios para corrigir efeitos externos 
negativos à acção do sector privado, e 
 Regulamentação de certas actividades. 
 
(b) Promoção da Equidade 
 
Equidade significa tratamento igual de indivíduos em situações 
similares. A análise da equidade “visa determinar os efeitos da 
distribuição da carga fiscal e dos benefícios de despesa pública no 
bem-estar social” (Pereira et al, 2009). 
O princípio de igualdade de oportunidades para todos os cidadãos, 
pressupõe, entre outras coisas, uma igualdade de acesso aos bens 
primários ou de mérito, como sejam educação básica, cuidados 
primários de saúde. Essa igualdade de acesso implica que o Estado 
intervenha ao nível do ensino básico obrigatório, ao nível das 
campanhas de vacinação gratuitas e noutros sectores. Neste caso, 
está-se na presença de uma provisão a todos os cidadãos de certos 
bens e serviços directamente em espécie. Esta intervenção tem a 
função distribuição para promover a equidade, a igualdade de acesso. 
 
1.2 Os Dois Teoremas Fundamentais da Economia do Bem-Estar 
 
Numa economia com mercados perfeitos – ou seja, mercados que se 
caracterizam pela existência de concorrência perfeita e informação 
perfeita, ausência de externalidades e bens públicos, e rendimentos 
constantes à escala – o livre funcionamento do mercado garante uma 
afectação óptima ou eficiente de recursos. Por outras palavras, conduz 
a um equilíbrio (ou óptimo) de Pareto: não existe nenhuma afectação 
de recursos alternativa que melhore o 
 ISCED CURSO: ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA; 2° Ano Módulo: FINANÇAS PÚBLICAS 
49 
 
bem-estar de um agente económico sem que seja através da 
diminuição do bem-estar de outro. Este é, precisamente, o corolário 
do primeiro teorema fundamental da economia do bem-estar. 
Segundo Pareto existe um sistema de preços, de bens e factores 
produtivos, para o qual as empresas utilizam os seus recursos 
produtivos de forma óptima – isto é, com uma combinação de factores 
produtivos que minimizam os seus custos – e os consumidores 
utilizam os seus rendimentos de forma óptima. Estes preços resultam 
da interacção de milhões de agentes de forma descentralizada sem 
necessidade a priori de intervenção pública. 
Este teorema demonstra que o mercado pode ser um poderoso 
mecanismo de coordenação descentralizada de recursos. Por outro 
lado, o teorema dá também a primeira racionalidade para a 
intervenção da pública na economia baseada no critério de eficiência. 
Portanto, não só assegurar que os mercados sejam e permaneçam 
competitivos, como tentar ultrapassar as falhas de mercado que 
existem quando pelo menos uma daquelas condições iniciais não se 
verifica. 
Dizer que a afectação de recursos é eficiente não significa que seja 
considerada socialmente justa. Mas será que para promover a justiça e 
equidade é necessário abdicar totalmente da eficiência? É aqui onde 
entra o segundo teorema fundamental da economia de bem-estar, 
segundo o qual, qualquer afectação de recursos eficiente (à Pareto) 
pode ser alcançada como um equilíbrio competitivo de mercado após 
uma apropriada redistribuição das dotações iniciais. 
O que este teorema pretende é mostrar que não é preciso uma 
sociedade ficar dependente da distribuição de rendimento que resulta 
do funcionamento livre e competitivo dos mercados. Em teoria, outra 
qualquer afectação de recurso eficiente, e socialmente mais justa, 
poderá ser alcançada por via, quer de uma redistribuição inicial quer 
 ISCED CURSO: ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA; 2° Ano Módulo: FINANÇAS PÚBLICAS 
50 
 
do funcionamento dos mercados. 
Neste contexto,

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