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30 Lição 2 A BÍBLIA COMO LIVRO Esta Lição apresenta como eram formados os livros nos tempos em que a Bíblia foi escrita. O processo era bem diferente do de hoje, desde o material utilizado até a maneira como eram feitos e conservados os registros escritos. Por isso, a Bíblia tinha uma aparência totalmente diferente de como a conhecemos hoje em seu formato impresso, e mais ainda na forma virtual e on-line. Sem alterar jamais o teor da mensagem divina, a composição da Bíblia também sofreu alterações, a considerar que os livros sagrados não estavam no princípio todos reunidos como os temos agora. As invenções e descobertas feitas pelo homem ao longo da História, como o papel e o prelo de tipos móveis, propiciou a difusão progressiva da Palavra de Deus por todo o globo. Diversas são as designações que a Bíblia emprega a si mesma, o que veremos durante o estudo desta Lição, assim como o significado e a origem deste termo – Bíblia. A estrutura da Bíblia é também objeto de estudo desta Lição, como sua divisão em dois Testamentos, em capítulos e em versículos. Os autores dos livros bíblicos são igualmente aqui abordados, levando-se em conta que foram escritos por cerca de quarenta pessoas, no decorrer de aproximadamente dezesseis séculos, o que não impediu jamais o milagre da perfeita harmonia e da unidade do texto bíblico. 31 Sendo Jesus Cristo o tema central dos 66 livros que compõem as Sagradas Escrituras, é possível sintetizá-los, para efeito de entendimento, em (a) preparação, (b) manifestação, (c) explanação e (d) consumação. Além da composição, da estrutura e do tema central da Bíblia, esta Lição apresenta sobre ela algumas particularidades, que seguramente nos serão úteis e práticas ao estudo. Acompanhemos, então, as páginas que se seguem. Esboço da Lição 1. Os Livros Antigos 2. A Estrutura da Bíblia (Parte 1) 3. A Estrutura da Bíblia (Parte 2) 4. O Tema Central da Bíblia 5. Observações Úteis e Práticas Objetivos da Lição Ao concluir o estudo desta Lição, você deverá ser capaz de: 1. Descrever a forma primitiva da Bíblia; 2. Definir a palavra testamento no contexto do estudo da Bíblia; 3. Dar a estrutura da Bíblia no que concerne ao Novo Testamento; 4. Dizer qual é o tema central da Bíblia; 5. Mencionar três observações úteis e práticas no estudo das Escrituras. Bibliologia I 32 TEXTO 1 OS LIVROS ANTIGOS Como todo livro antigo, a Bíblia, em sua composição original, também tinha a forma de rolo (Jr 36.2). Esses rolos eram feitos de papiro ou pergaminho. Papiro O papiro era uma folha para escrever e/ou pintar, feita de tiras cortadas da entrecasca do papiro, planta aquática que crescia junto aos rios, lagos e banhados do Oriente. Essa planta existe ainda hoje no Sudão, na Galileia Superior e no vale de Sarom. As tiras extraídas do papiro eram umedecidas, justa- postas e/ou entrecruzadas, batidas para se obter sua unificação, e geralmente polida após a secagem, tornando-se uma folha apropriada para escrever ou pintar. As folhas eram então coladas umas às outras, até formarem um rolo de qualquer extensão. Criado pelos egípcios, foi o principal suporte da escrita na antiguidade, especialmente na região do Mar Mediterrâneo, onde a maior parte dos livros e registros diversos era constituída por rolos de papiro. Este material gráfico primitivo é mencionado muitas vezes na Bíblia, por exemplo em Êxodo 2.3, Jó 8.11 e Isaías 18.2. Em certas versões da Bíblia, o papiro é mencionado como junco; de fato, o papiro é um tipo de junco de grandes proporções. De papiro deriva-se a palavra papel. Seu uso nas Escrituras remonta ao ano 3000 a.C. Pergaminho O pergaminho consistia em peles, princi- palmente de carneiro ou ovelha, submetidas a um banho de cal e depois raspadas e polidas com pedra-pomes. Feito isso, eram lavadas, novamente raspadas e postas a secar em molduras de madeira, para evitar a formação de pregas ou rugas. Por fim, recebiam uma ou mais demãos de alvaiade (pigmento branco, constituído de carbonato de chumbo, usado em pintura de exteriores). O material é melhor e mais durável que o papiro. Lição 2 - A Bíblia com o Livro 33O nome pergaminho deriva da cidade de Pérgamo, onde, prova- velmente no século II a.C., o processo foi desenvolvido. Seu uso é mais recente do que o do papiro; provém dos primórdios da Era Cristã, apesar de já ser conhecido antes. É também mencionado na Bíblia, como em 2 Timóteo 4.13. O formato primitivo da Bíblia A Bíblia foi originalmente escrita em forma de rolo, sendo cada livro um rolo. Assim, vemos que, a princípio, os livros sagrados não estavam reunidos uns aos outros como os temos agora em um volume único: a Bíblia. O que tornou isso possível foi a invenção do papel no século II pelos chineses, bem como a do prelo de tipos móveis em 1450 d.C., por Gutenberg, tipógrafo alemão. Até então, era tudo manuscrito pelos escribas, de modo laborioso, lento e oneroso. Quanto ao aspecto da difusão da Sua Palavra, Deus tem abençoado maravilhosamente. Através dos milhões de exemplares impressos, com rapidez e facilidade em muitos pontos do globo, a distribuição e a disse- minação da Bíblia, ou mesmo apenas do Novo Testamento, mais e mais pessoas vêm sendo alcançadas. Graças também ao progresso obtido no campo das invenções e da tecnologia, hoje podemos transportar, com toda a comodidade, um exemplar da Bíblia, coisa impossível nos tempos primitivos. Todavia, devido aos ritos tradicionais, os rolos sagrados das escrituras hebraicas continuam, ainda hoje, em uso nas sinagogas judaicas. O vocábulo Bíblia O termo Bíblia não se encontra no texto das Sagradas Escrituras. Consta apenas da capa, mas não do texto. Donde, pois, provém este vocábulo? Do grego, a língua original do Novo Testamento. A palavra Bíblia, que é uma forma plural, deriva do grego biblos ou biblíon, que significa rolo ou livro. Biblíon, no caso nominativo plural, assume a forma bíblia, significando livros. No latim medieval, é usado como uma palavra singular – uma coleção de livros ou “a Bíblia”. Um rolo de papiro de tamanho pequeno era chamado biblíon, e vários destes formavam uma bíblia. Portanto, literalmente, a palavra bíblia quer dizer coleção de livros pequenos. Com a invenção do papel desapareceram Bibliologia I 34 os rolos, e a palavra biblos deu origem a livro, como se vê em biblioteca, bibliografia, bibliófilo etc. É consenso entre os doutos no assunto que o nome Bíblia foi primeiramente aplicado às Sagradas Escrituras por João Crisóstomo, patriarca de Constantinopla, no século IV da nossa era. Devido as Escrituras constituírem uma unidade perfeita, a palavra Bíblia, sendo uma forma plural, como acabamos de ver, passou a ser singular, significando O Livro, isto é, O Livro dos Livros, O Livro por Excelência. Como Livro Divino, a definição canônica da Bíblia é “A Revelação de Deus à Humanidade”. Entre inúmeros outros, os nomes mais comuns que a Bíblia emprega a si mesma, isto é, nomes canônicos, são: Escrituras: “Diz-lhes Jesus: Nunca lestes nas Escrituras: A pedra, que os edificadores rejeitaram, essa foi posta por cabeça do ângulo; pelo Senhor foi feito isto, e é maravilhoso aos nossos olhos?” (Mt 21.42). A HISTÓRIA DOS LIVROS A história dos livros é tão antiga quanto a história da escrita. Alguns historiadores apon- tam que surgiram juntos. Além da escrita, outros fatores, como a economia, a política e a necessidade de registrar a história contri- buíram para o surgimento do livro. O homem aprendeu a escrever há milênios, a fim de ar- mazenar tudo o que conhecia e repassar to- das as informações às futuras gerações. Com o correr do tempo e dos fatos, seria impossível guardar tudo no cérebro. A escrita surgiu, por- tanto, para registrar a história do homem. A preservação da história do povo de Deus deu-se primeiramente pela tradição oral. A história era passada dos pais aos filhos. O co- nhecimento dos feitos de Deus no Egito e da libertação do povo da escravidãofoi assim preservado. “E para que contes aos ouvidos de teus filhos, e dos filhos de teus filhos, as coisas que fiz no Egito, e os meus sinais, que tenho feito entre eles; para que saibais que eu sou o Senhor” (Êx 10.2). Mas igualmente por ordem de Deus, e inspirado pelo Seu Santo Espírito, Moisés registrou por escrito os Seus feitos e a história do Seu povo. Seus registros foram fei- tos em papiros e pergaminhos – os primeiros materiais de escrita. O pergaminho surgiu depois do papiro e veio dar mais resistência aos escritos. A du- rabilidade de um documento em pergaminho era maior. Os livros não nasceram na forma como os conhecemos hoje; esse tipo de encadernação e formato é moderno. Com o passar dos anos, a invenção de tecnologias possibilitou uma melhor conservação, bem como o armazena- mento do conhecimento, além de facilitar a produção de obras e o acesso à informação. Antigamente, a escrita era uma atividade ex- clusiva dos escribas, assim como a leitura (Ne 8.1-3). Somente eles sabiam ler e escrever. No papiro, deveria constar apenas informações oficiais, como leis e assuntos administrativos. A invenção dos livros encadernados acon- teceu quase no final da Antiguidade, quan- do estudiosos decidiram organizar os per- gaminhos em páginas, em vez de rolos, para Lição 2 - A Bíblia com o Livro 35 Sagradas Escrituras: “O qual antes prometeu pelos seus profetas nas santas escrituras” (Rm 1.2). Livro do Senhor: “Buscai no livro do Senhor, e lede; nenhuma destas coisas faltará...” (Is 34.16). A Palavra de Deus: “Invalidando assim a palavra de Deus pela vossa tradição...” (Mc 7.13); “Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes ...” (Hb 4.12). Os oráculos de Deus: “... aos judeus foram confiados os oráculos de Deus” (Rm 3.2 – ARA). EXERCÍCIOS Associe a coluna “A” à coluna “B”. Coluna “A” ___2.01 Originalmente, a Bíblia era assim confeccionada. facilitar a locomoção e o manuseio. Durante a Idade Média, os livros viraram exclusivi- dade de clérigos, tornando-se objeto para devoção a deuses. A Igreja chegou a proibir inúmeros livros, considerados impróprios por membros do clero. Isso fez com que, nos dias da Reforma Protestante, as Bíblias fossem acorrentadas ao púlpito, e de uso exclusivo dos padres. A prensa de Gutenberg O alemão Johannes Gutenberg revolucionou a história da comunicação, com a prensa de tipos móveis. Foi a partir dessa invenção que teve início a impressão em massa de mate- riais. Com a criação da prensa móvel, o custo de impressão dos livros barateou muito. An- tes, a cópia de um texto era atividade dos es- cribas, que a faziam a mão, letra por letra, o que tornava demorado e caro qualquer mate- rial escrito. Foi através da nova invenção, que o custo para a fabricação de livros diminuiu consideravelmente. E o primeiro exemplar im- presso foi a Bíblia em latim, que ficou conheci- da como a Bíblia de Gutenberg. Com a disseminação do papel e a facilida- de na reprodução de materiais com a prensa de tipos móveis, os livros se popularizaram entre as pessoas, a educação deu início a um processo de democratização e a imprensa co- meçou a surgir. Lutero traduziu a Bíblia para o alemão dando ao povo a oportunidade de po- der ler a Palavra de Deus em seu idioma. Referências Bibliográficas Barbier, Frédéric. História das Bibliotecas: De Alexandria às Bibliotecas Virtuais, tradução de Regina Salgado Campos – São Paulo: Edi- tora da Universidade de São Paulo, 2018. Febvre, Lucien, 1878-1956. O Aparecimento do Livro - Lucien Febvre & Henri-Jean Martin; colaboração Anne Basanoff… [et al]; tradu- ção de Fulvia M. L. Moretto & Gracira Mar- condes Machado – São Paulo: Editora da Uni- versidade de São Paulo, 2017. Bibliologia I 36 ___2.02 Materiais com que eram feitos os livros antigos. ___2.03 Consistia em pele de animal submetida a um banho de cal e depois raspada e polida. ___2.04 Cada um de seus livros formava um rolo. ___2.05 Donde provém o vocábulo Bíblia. ___2.06 Como livro divino, a Bíblia é “a revelação de Deus à humanidade”. ___2.07 “... é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes”. Coluna “B” A. Grego. B. Pergaminho. C. A Palavra de Deus. D. Bíblia. E. Em rolos. F. Definição canônica da Bíblia. G. Papiro e pergaminho. TEXTO 2 A ESTRUTURA DA BÍBLIA Parte 1 Estudaremos neste Texto a estrutura ou composição da Bíblia, isto é, sua divisão em partes principais e seus livros quanto à classifi- cação por assuntos, divisão em capítulos e versículos, e certas parti- cularidades indispensáveis. Os Dois Testamentos A Bíblia divide-se em duas partes principais: o Antigo e o Novo Testamentos, tendo ao todo 66 livros: 39 no Antigo Testamento e 27 em o Novo. Estes 66 livros foram escritos num período de aproximadamente de 16 séculos, por cerca de 40 autores. Lição 2 - A Bíblia com o Livro 37Aqui está um dos milagres da Bíblia. Esses escritores pertenciam às mais variadas profissões e atividades, viveram e escreveram em países, regiões e continentes diferentes, distantes uns dos outros, em épocas e condições diversas. Entretanto, seus escritos formam uma harmonia perfeita. Isto prova que Um só os dirigia no registro da revelação divina. A palavra testamento provém do termo grego diatheke e significa: a) aliança ou concerto. No Antigo Testamento, a palavra usada é berith, que significa concerto. b) testamento, isto é, um documento contendo a última vontade de alguém quanto à distribuição de seus bens após a morte. Esta é a palavra empregada em o Novo Testamento, como, A NECESSIDADE DA REVELAÇÃO Por que carecemos da revelação? Porque precisamos conhecer a Deus e tomar cons- ciência do nosso pecado. Nós somos pergun- tadores por essência; perguntamos tudo sobre tudo. E as grandes perguntas da humanidade são exatamente o anseio do homem em busca de Deus. Perguntas como “Quem eu sou? Para onde vou? De onde viemos? Qual a origem da vida?” são indagações de quem está em busca de algo maior que si mesmo. A Bíblia nos res- ponde todas essas interrogações: – Quem eu sou? Filho de Deus! – Para onde eu vou? Se buscar a Cristo e confessá-lo como único e suficien- te Salvador, vou para o céu. – De onde viemos? Fomos criados por Deus, do pó da Terra. – Qual a origem da vida? O próprio Deus; Ele é a verdade e a vida. Todas essas perguntas são feitas no anseio pelo autoconhecimento. Diante disto, algumas pessoas estarão propensas ao próprio racio- cínio, à capacidade humana de formular ques- tões filosóficas. Ninguém duvidaria de um pro- fessor de matemática que diz que 1+1=2. Esse conhecimento é afirmado com toda a certeza; ele pertence às ciências exatas. Entretanto, esse tipo de conhecimento não tem a menor relevância diante das questões últimas da vida. Acaso você já viu alguém chorar comovido por haver descoberto o sentido da vida ao deparar- -se com o fato de que, sem dúvida alguma, a menor distância entre dois pontos é uma reta? Seria uma situação no mínimo ridícula. A existência de Deus pode ser negada, como a própria Bíblia revela: "Disse o néscio no seu coração: Não há Deus" (Sl 14.1). Ora, se a existência de Deus pode ser negada, de onde então vem a certeza de que Ele existe? Da Bí- blia. Sim, a resposta é simples assim. Deus não é para ser questionado, mas aceito! O pecado nos afasta de Deus (Rm 3.23) e afeta todos os aspectos da vida humana, inclusive nossa consciência e razão. Por isso, todas as vezes que o homem procurar encontrar Deus por meio de sua consciência, ou de suas pro- priedades intelectuais, sempre chegará a con- clusões estranhas sobre o Criador. Por isso é necessária a revelação bíblica: para que pos- samos chegar ao verdadeiro conhecimento de Deus e ter comunhão com Ele. Sem a revelação Bíblica a nós disponível, seria impossível, por exemplo, concebermos a Doutrina da Trinda- de, que é essencial ao cristianismo. Bibliologia I 38 por exemplo, em Lucas 22.20.O duplo sentido do termo grego mostra duas coisas: que a morte do testador (Cristo) ratificou ou selou a Nova Aliança e, portanto, nos garante toda a herança (Hb 9.15-17). O título “Antigo Testamento” foi primeiramente aplicado aos primeiros 39 livros da Bíblia por Tertuliano e Orígenes, que integram a era patrística da Igreja. Na primeira divisão principal da Bíblia temos o Antigo Concerto (também chamado de pacto, aliança), vindo pela Lei, feito no Sinai e selado com sangue de animais (Êx 24.3-8; Hb 9.19,20). Na segunda divisão principal, o Novo Testamento, temos o Novo Concerto, advindo pelo Senhor Jesus Cristo, feito no Calvário e selado com o Seu sangue (Lc 22.20; Hb 9.11-15). É, pois, um concerto superior ao anterior. O Antigo Testamento Como dissemos, o Antigo Testamento contém 39 livros e foi escrito originalmente em hebraico, com exceção de pequenos trechos escritos em aramaico, língua que Israel contraiu no exílio babilônico. Há também algumas palavras persas. Seus 39 livros estão classificados em 4 grupos, conforme o assunto a que pertencem: Lei, História, Poesia e Profecia. 1. Lei. São 5 livros: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. Esta seção do Antigo Testamento também é chamada de “Pentateuco”. Esses livros tratam da origem de todas as coisas, da Lei e do estabelecimento da nação israelita. 2. História. São 12 livros: de Josué a Ester. Ocupam-se da história de Israel nos seus vários períodos: a) Teocracia, sob o comando dos juízes; b) Monarquia, sob o reino de Saul, Davi e Salomão; c) Divisão do reino e cativeiro, contendo o relato dos reinos de Judá e Israel, este levado sob cativeiro para a Assíria e, aquele, à Babilônia. d) Pós-Cativeiro, sob a liderança de Zorobabel, Esdras e Neemias em conjunto com os profetas, seus contemporâneos. 3. Poesia. São 5 livros: de Jó a Cantares de Salomão. São chamados “Poéticos”, não porque sejam cheios de Lição 2 - A Bíblia com o Livro 39imaginação e fantasia, mas devido ao gênero de seu conteúdo. São também chamados “Devocionais”. 4. Profecia. São 17 livros: de Isaías a Malaquias. Subdividem-se em: a) Profetas Maiores: Isaías a Daniel (5 livros); b) Profetas Menores: Oséias a Malaquias (12 livros). Os nomes “Maiores” e “Menores” não se referem ao mérito ou à notoriedade do profeta, mas ao tamanho dos livros e à dimensão do ministério profético. Apresentamos a seguir um quadro com todos os livros do Antigo Testamento separados por assunto, de acordo com a versão Septuaginta das Sagradas Escrituras. ANTIGO TESTAMENTO Lei Livros Históricos Livros Poéticos Livros proféticos Gênesis Êxodo Levítico Números Deuteronômio Josué Juízes Rute 1 Samuel 2 Samuel 1Reis 2 Reis 1 Crônicas 2 Crônicas Esdras Neemias Ester Jó Salmos Provérbios Eclesiastes Cantares de Salomão Os Profetas Maiores Isaías Jeremias Lamentações de Jeremias Ezequiel Daniel Os Profetas Menores Oséias Joel Amós Obadias Jonas Miquéias Naum Habacuque Sofonias Ageu Zacarias Malaquias Bibliologia I 40 EXERCÍCIOS Assinale com “x” a alternativa correta. 2.08 A Bíblia tem, ao todo, ___a) 39 livros. ___b) 27 livros. ___c) 66 livros. ___d) 49 livros. 2.09 Os livros da Bíblia foram escritos num período de 16 séculos e tiveram cerca de ___a) 60 autores. ___b) 40 autores. ___c) 27 autores. ___d) 39 autores. 2.10 A palavra testamento provém do termo grego diatheke e significa aliança ou ___a) concerto. ___b) anel. ___c) dialeto. ___d) papiro. 2.11 A segunda divisão principal da Bíblia refere-se ao Novo Concerto, advindo por ___a) Moisés. ___b) Tertuliano. ___c) Jesus Cristo. ___d) Orígenes. 2.12 Os cinco livros escritos por Moisés são também chamados de: ___a) O Pentateuco. ___b) Os Poéticos. ___c) Os Proféticos. ___d) Os Históricos. Lição 2 - A Bíblia com o Livro 41TEXTO 3 A ESTRUTURA DA BÍBLIA Parte 2 A classificação dos livros do Antigo Testamento por assunto advém da versão Septuaginta, através da Vulgata, e não leva em conta a ordem cronológica dos acontecimentos relatados em cada livro, o que, para o leitor menos avisado, dá lugar a não poucas confusões, procurar agrupar a narra- tiva cronologicamente. Estudaremos a cronologia bíblica mais adiante, em Lição específica. Na Bíblia hebraica (que é o nosso Antigo Testamento), a divisão dos livros é bem diferente, como veremos posteriormente. O Novo Testamento Composto por 27 livros, o Novo Testamento foi escrito em grego, não o grego clássico dos eruditos, mas o do povo comum, chamado “Koiné”. Seus livros também estão classificados em 4 grupos, conforme o assunto a que pertencem: Biografia, História, Epístolas e Profecia. 1. Biografia. São os 4 Evangelhos. Descrevem a vida do Senhor Jesus Cristo e Seu glorioso ministério terreno. Os três primeiros Evangelhos são chamados “Sinópticos” devido ao paralelismo das informações que há entre eles. Todos os livros que precedem os Evangelhos tratam da preparação para a manifestação de Jesus Cristo, e os que os seguem são explicações da doutrina de Cristo. 2. História. É o Livro de Atos dos Apóstolos. Registra a história da Igreja Primitiva, seu viver, a propagação do Evangelho; tudo através do Espírito Santo, conforme Jesus prometera (At 1.8). 3. Epístolas. São 21 epístolas (ou cartas), e abrangem de Romanos a Judas. Elas contêm a Doutrina da Igreja e os destinatários são diversos, também conforme o assunto: a) 9 são d ir ig ida s a igreja s (de Romanos a 2 Tessalonicenses); b) 4 são dirigidas a indivíduos (duas a Timóteo, uma a Tito e uma a Filemom); c) 1 é dirigida aos hebreus cristãos; Bibliologia I 42 d) 7 são dirigidas a todos, indistintamente (Tiago, 1 e 2 Pedro, 1, 2, e 3 João e Judas). Estas são também chamadas “Universais”, “Católicas” ou “Gerais”, apesar de duas delas (2 e 3 João) serem dirigidas a particulares. 4. Profecia. É o Livro de Apocalipse (ou Revelação). Trata da volta pessoal do Senhor Jesus Cristo à terra e das coisas que precederão esse glorioso evento. Nesse livro bíblico vemos o Senhor Jesus vindo com os Seus santos para: a) destruir o poder gentílico mundial, então sob o reinado da Besta; b) livrar Israel, que estará no centro da Grande Tribulação; c) julgar as nações; d) estabelecer o Seu reino milenar. Assim como os do Antigo Testamento, os livros do Novo Testa- mento não estão situados em ordem cronológica, pelas mesmas razões já mencionadas. NOVO TESTAMENTO Biografia História Epístolas Paulinas Epístolas Gerais Profecia Mateus Marcos Lucas João O Livro de Atos Romanos 1 Coríntios 2 Coríntios Gálatas Efésios Filipenses Colossenses 1 Tessalonicenses 2 Tessalonicenses 1 Timóteo 2 Timóteo Tito Filemom Hebreus Tiago 1 Pedro 2 Pedro 1 João 2 João 3 João Judas Apocalipse Lição 2 - A Bíblia com o Livro 43Particularidades da versão católica da Bíblia Nas Bíblias de edição católico-romana, os Livros de 1 e 2 Samuel e 1 e 2 Reis são chamados 1, 2, 3 e 4 Reis, respectivamente. Os livros de 1 e 2 Crônicas são chamados 1 e 2 Paralipômenos. Esdras e Neemias são chamados 1 e 2 Esdras. Também nas edições católicas de Matos Soares e Antonio Pereira de Figueiredo, o salmo 9 corresponde, na versão de João Ferreira de Almeida, aos Salmos 9 e 10. O de número 10, ao de número 11. Isto assim se sucede até aos Salmos 146 e 147, que em nossa Bíblia é o de número 147. Deste modo, os três salmos finais são idênticos em qualquer das versões acima mencionadas. Essas diferenças de numeração em nada afetam o texto em si; nem poderia ser de outra forma, sendo a Bíblia o Livro do Senhor. EXERCÍCIOS Marque “C” para certo e “E” para errado. ___2.13 O Novo Testamento é composto de 29 livros. ___2.14 O Novo Testamento foi escrito em grego clássico, o dos eruditos. ___2.15 O Livro de Atos registra a história da Igreja Primitiva. ___2.16 As Epístolas contêm a Doutrina dos Últimos Dias. ___2.17 Apocalipse ou Revelação é o Livro Profético do Novo Testamento. ___2.18 Nas Bíblias de edição católico-romana, os Livros de 1 e 2 Samuel,e 1 e 2 Reis, são chamados 1, 2, 3 e 4 Reis, respectivamente. TEXTO 4 O TEMA CENTRAL DA BÍBLIA Jesus Cristo é o tema central da Bíblia. Ele mesmo o declara nos evangelhos: “E disse-lhes: São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: Que convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na lei de Moisés, e nos profetas e nos Salmos.” (Lc 24.44) Bibliologia I 44 “Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testi- ficam.” (Jo 5.39) Leia também Atos 3.18; 10.43 e Apocalipse 22.16. Se examinarmos atentamente o Antigo Testamento, veremos que em tipos, figuras, símbolos e profecias, Jesus ocupa o lugar central das Escrituras. E, em todo o Novo Testamento, temos registrada a Sua manifestação. Cristo – De Gênesis a Apocalipse Destacamos abaixo o tratamento dado a Jesus Cristo por cada um dos livros bíblicos, segundo seu contexto, autor e propósitos divinos. Em Gênesis, Cristo é a Semente de Mulher; Em Êxodo, é o nosso Cordeiro Pascal; Em Levítico, é o nosso Sumo Sacerdote; Em Números, é a Coluna de Nuvem de Dia e a Coluna de Fogo à Noite; Em Deuteronômio, é o Profeta no Meio do Povo; Em Josué, é o Capitão do Exército do Senhor; Em Juízes, é o nosso Juiz e Libertador; Em Rute, é o nosso Parente Remidor; Em 1 Samuel, é o nosso Profeta; Em 2 Samuel, é o nosso Sacerdote; Em 1 Reis, é o Rei Sábio; Em 2 Reis, é o Rei Fiel; Em 1 Crônicas, é o Grande Monarca; Em 2 Crônicas, é o Monarca que Permanece; Em Esdras, é o Grande Escriba; Em Neemias, é o nosso Restaurador; Em Ester, é o nosso Escape da Morte; Em Jó, é o nosso Redentor que Vive; Em Salmos, é o nosso Pastor; Em Provérbios, é a Sabedoria de Deus; Em Eclesiastes, é a nossa Vida Completa; Em Cantares de Salomão, é o Amado de nossa Alma; Lição 2 - A Bíblia com o Livro 45Em Isaías, é o Messias Prometido; Em Jeremias, é o Renovo da Justiça; Em Lamentações, é Aquele que Chora por Nós; Em Ezequiel, é o Renovo Principal; Em Daniel, é o Quarto Homem na Fornalha; Em Oséias, é o Marido Fiel; Em Joel, é o nosso Batizador; Em Amós, é o Divino Lavrador; Em Obadias, é o nosso Salvador; Em Jonas, é o Grande Missionário; Em Miquéias, é o Libertador Divino; Em Naum, é o Juiz das Nações; Em Habacuque, é o Deus da nossa Salvação; Em Sofonias, é o Senhor Zeloso; Em Ageu, é o Desejado das Nações; Em Zacarias, é o Renovo da Justiça; Em Malaquias, é o Sol da Justiça; JESUS CRISTO, O TEMA CENTRAL DA BÍBLIA A Bíblia foi escrita em um período de aproxi- madamente 1600 anos, por cerca de 40 escri- tores, mas o seu real autor é Deus, e o seu real intérprete é o Espírito Santo. Por isso, toda a Bí- blia tem um único tema: Jesus Cristo. Por todas as páginas da Bíblia podemos ver o Senhor Jesus (Não estamos, com isto, dizendo que Jesus é a chave-hermenêutica para se interpretar a Bíblia; tal pensamento é um refugo do iluminismo tra- vestido de espiritualidade). O que estamos afir- mando é que Jesus é o assunto de toda a Bíblia. Os evangelhos, assim como os demais livros da Bíblia, possuem uma unidade de pensamen- to, uma coerência que avança numa sequência precisa dos capítulos. De Gênesis 1 até Apoca- lipse 22 temos um único Livro, dividido em 66 capítulos que apontam para a nossa redenção. A leitura deste Livro abre-nos as janelas da mente, limpa-nos a alma e põe-nos em contato com o Criador e Sustentador de tudo. Sobre quem é a Bíblia? Ao contrário do que muitos creem, a Bíblia não é uma série de his- tórias desconexas. Cada narrativa ali é parte de uma história única. No Antigo Testamento, o relato da queda no Jardim do Éden já aponta para a boa notícia da vinda do segundo Adão, melhor que o primeiro e que completou o tes- te no Jardim das aflições, trazendo a redenção à humanidade. Jesus Cristo é o autor da nossa Salvação (Lc 24.27, 44-45; At 10.43). “Olhando firmemente para o Autor e Con- sumador da fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, supor- tou a cruz, não fazendo caso da ignomí- nia, e está assentado à destra do trono de Deus. Considerai, pois, atentamente, aquele que suportou tamanha oposição dos pecadores contra si mesmo, para que não vos fatigueis, desmaiando em vossa alma.” (Hb 12.2,3 ARA) Bibliologia I 46 Em Mateus, é o Rei dos Judeus; Em Marcos, é o Servo de Deus; Em Lucas, é o Filho do Homem; Em João, é o Filho de Deus; Em Atos, é o Senhor Ressurreto; Em Romanos, é Aquele que nos Faz Mais que Vencedores, Em 1 Coríntios, é o Senhor das nossas Vidas; Em 2 Coríntios, é o nosso Conforto; Em Gálatas, é o Libertador do Jugo da Lei; Em Efésios, é Aquele que Cumpre Tudo em Todos; Em Filipenses, é o Modelo de Humildade; Em Colossenses, é a Plenitude de Deus; Em 1 Tessalonicenses, é Aquele que Virá Arrebatar a Igreja; Em 2 Tessalonicenses, é Aquele que Virá para Julgar os Ímpios; Em 1 Timóteo, é o Único Mediador Entre Deus e os Homens; Em 2 Timóteo, é o nosso Modelo; Em Tito, é o nosso Exemplo; Em Filemom, é o nosso Senhor e Mestre; Em Hebreus, é o nosso Intercessor Junto ao Pai; Em Tiago, é o nosso Modelo Singular; Em 1 Pedro, é a Pedra Angular da nossa Fé; Em 2 Pedro, é a nossa Força; Em 1 João, é o nosso Advogado Junto ao Pai; Em 2 João, é a Verdade; Em 3 João, é o Caminho; Em Judas, é o nosso Protetor; Em Apocalipse, Jesus Cristo é o Rei dos reis e Senhor dos senhores. Aleluia! Reconhecendo o Senhor Jesus Cristo como o centro da Bíblia, o Dr. C. I. Scofield resume os 66 livros em quatro palavras a Ele referentes, da seguinte forma: 1. Preparação: todo o Antigo Testamento, ao tratar da preparação para o advento de Jesus Cristo. Lição 2 - A Bíblia com o Livro 472. Manifestação: os evangelhos, ao tratar da encarnação, manifestação e vida de Jesus Cristo. 3. Explanação: as epístolas, que fornecem o esclareci- mento sobre a doutrina de Cristo. 4. Consumação: o Livro de Apocalipse, ao tratar da consu- mação de todas as coisas preditas, através de Cristo. Portanto, as Escrituras sem Jesus seriam como a Física sem a matéria ou a Matemática sem os números. Alguns fatos e particularidades da Bíblia A Bíblia, originalmente, não era dividida em livros, capítulos e versículos. A divisão em capítulos foi feita em 1250 d.C. pelo cardeal ISAÍAS 53 Bibliologia I 48 Hugo de Saint-Cher, abade dominicano e estudioso das Escrituras. A divisão em versículos deu-se em duas etapas: 1. O Antigo Testamento, em 1445, pelo rabi Nathan. 2. O Novo Testamento, em 1551, por Robert Stevens, um impressor de Paris que publicou a primeira Bíblia dividida em capítulos e versículos em 1555, sendo esta a Vulgata Latina. Quanto às imperfeições destas divisões, trataremos noutro texto. O Antigo Testamento tem 929 capítulos e 23.214 versículos. O Novo Testamento tem 260 capítulos e 7.959 versículos. Assim, a Bíblia toda possui 1.189 capítulos e 31.173 versículos. A Bíblia foi o primeiro livro impresso no mundo, após a invenção do prelo em 1452, em Mainz, Alemanha. Segundo dados publicados em 2021 pela Sociedade Bíblica do Brasil, a Bíblia completa acha-se traduzida em 704 línguas; o Novo Testamento, em 1571, e porções dela acham-se disponíveis em 1.160. Ou seja, dos 7.359 idiomas existentes no mundo, 3.435 contam com a tradução de pelo menos uma porção das Escrituras. No entanto, resta muito trabalho a ser feito: 3.924 idiomas ainda não possuem tradução de nenhuma linha da Bíblia. Oremos pelos tradutores e para que Deus levante obreiros para a seara da tradução da Sua Palavra. De todo modo, o Senhor o tem feito: nos últimos anos, o processo de tradução da Bíblia tem-se acelerado surpreendentemente. Em apenas 8 anos, de 2013 a 2021, o número de idiomas para os quais a Bíblia foi completamente traduzida subiu de 600 a 704. Deus seja louvado! Desta forma, as palavras de Jesus, em Marcos 16.15, podem ter o seu fiel cumprimento: “E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura”. CONTINENTE OU REGIÃO PORÇÕES SÓ TESTAMENTOS BÍBLIA TODA TOTAL África 223 292 158 673 Ásia 223 236 130 589 Austrália,Nova Zelândia e Ilhas do Pacífico 155 224 38 417 Europa 112 35 61 208 Lição 2 - A Bíblia com o Livro 49América do Norte 41 28 07 76 Ilhas do Caribe, México, América Central e América do Sul 120 264 27 411 Línguas Construídas 02 0 01 03 Totais 876 1.079 422 2.377 (https://biblia.sbb.org.br/artigo/707-milhoes-de-pessoas). EXERCÍCIOS Associe a coluna “A” à coluna “B”. Coluna “A” ___2.19 O tema central da Bíblia. ___2.20 Testificam de Jesus. ___2.21 Palavra referente a Jesus, em todo o Antigo Testamento. ___2.22 Palavra referente a Jesus, nos evangelhos. ___2.23 Palavra referente a Jesus, nas epístolas. ___2.24 Palavra referente a Jesus, no Apocalipse. Coluna “B” A. Preparação. B. Consumação. C. Jesus. D. Explanação. E. As Escrituras. F. Manifestação. Bibliologia I 50 TEXTO 5 OBSERVAÇÕES ÚTEIS E PRÁTICAS Este Texto visa ajudar-nos no manuseio e estudo da Bíblia. Portanto, tenhamos sempre em mente o fato de que melhor proveito terá do estudo das Escrituras quem melhor souber manuseá-la. Os pontos abordados a seguir, se observados atentamente, ajudar-nos-ão a ter o aproveitamento que tanto desejamos no estudo das Escrituras. 1. Apontamentos individuais. Habitue-se a tomar notas de suas meditações na Palavra de Deus. A memória falha. Distribua seus apontamentos por assuntos previamente escolhidos e destacados uns dos outros. Use um caderno de anotações, pois, se não houver organização nos seus apontamentos, eles não lhe serão úteis. 2. Referências Bíblicas. O sistema mais simples e rápido para escrever referências bíblicas é o adotado pela Sociedade Bíblica do Brasil: duas letras, sem ponto, para cada livro da Bíblia (ver p. VIII). Entre o capítulo e o versículo põe-se apenas um ponto. No índice das Bíblias editadas pela Sociedade Bíblica do Brasil, há uma lista das abreviaturas dos livros. Veja, a seguir, alguns exemplos de referências por este sistema. a) 1 Jo 2.4 (Primeira Epístola de João, capítulo dois, versículo quatro); b) Jó 3.7,8 (Livro de Jó, capítulo três, versículos sete e oito); c) 1 Cr 6-10 (Primeiro Livro das Crônicas, capítulos seis a dez); d) 1 Pe 5.2-9 (Primeira Epístola de Pedro, capítulo cinco, versículos 2 a 9); e) Fp 1.23 (Epístola de Paulo aos Filipenses, capítulo um, versículo vinte e três); f) Fm v. 14 (Epístola de Paulo a Filemom, versículo quatorze); g) Ap 9 (Apocalipse de João, capítulo nove). 3. Texto, contexto, referência e inferência. Lição 2 - A Bíblia com o Livro 51 A diferença entre os quatro aspectos bíblicos acima assinalados é fundamental para a compreensão do estudo das Escrituras: a) Texto. Conjunto de palavras contidas numa passagem; b) Contexto. É a parte anterior e posterior ao texto em relevo. O contexto pode ser geral, imediato ou remoto. Pode ser um versículo, um capítulo ou um livro inteiro. c) Referência. É a conexão direta sobre determinado assunto. Além de indicar o livro, capítulo e versículo, a referência pode levar a outras indicações como: “a” – indica a parte inicial do versículo; exemplo: Rm 11.17a; “b” – indica a parte final do versículo; exemplo: Rm 11.16b; “ss” – indica os versículos que se seguem até o fim ou não do capítulo; exemplo: Rm 11.17ss; “qv” – significa que veja; recomendações para não se deixar de ler o texto indicado; provém da expressão latina quod vide = que veja; “cf” – significa compare, confirme, confronte; provém do latim confere; “i.e.” – significa isto é; provém do latim id est. As referências também podem ser verbais e reais. A primeira é um paralelismo de palavras; a segunda, de assuntos ou ideias. d) Inferência. É uma conexão indireta entre assuntos. É uma ilação ou dedução. 4. Siglas das diferentes versões em vernáculo. O uso dessas siglas poupa tempo e trabalho. – ARC = Almeida Revista e Corrigida. É a Bíblia de Almeida antiga, impressa inicialmente pela Imprensa Bíblica Brasileira; – ARA = Almeida Revista e Atualizada. É a Bíblia de Almeida, revisada e publicada pela Sociedade Bíblica do Brasil, completa, a partir de 1958; Bibliologia I 52 - ACF = Almeida Corrigida e Fiel. Tradução feita pela Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil, em 1994, usando como base a Almeida Revista e Corrigida, e com a característica de basear-se no Textus Receptus grego para o NT e no Texto Massorético hebraico para o AT (os mesmos textos usados por Almeida em sua tradução original). – FIG = Antonio Pereira de Figueiredo. Atualmente é impressa pela Sociedade Bíblica Britânica e Estran- geira, Londres; – SOARES = Matos Soares. Versão popular dos católicos brasileiros; – RHODEN = Hubert Rhoden. Versão particular desse ex-padre brasileiro; – CBSP = Centro Bíblico de São Paulo. Edição católica popular da Bíblia; – TRAD. BRAS. = Tradução Brasileira, 1917; 5. O tempo antes e depois de Cristo. A ordem cronológica dos fatos ocorridos antes e depois de Cristo é feita da seguinte maneira: – a.C. = Antes de Cristo, isto é, antes do nascimento de Cristo. – d.C. = Depois de Cristo, isto é, o tempo depois do nascimento de Cristo. Também aparece em algumas obras como “a.D.”, proveniente da expressão latina Anno Domini, isto é, ano do Senhor, em alusão ao nascimento de Cristo. 6. Manuseio do volume sagrado. Obtenha completo domínio do manuseio da Bíblia, a fim de encontrar com rapidez qualquer referência bíblica. Jesus fazia assim. Em Lucas 4.17 diz que Ele “achou o lugar onde estava escrito”. Ora, naquele tempo, isso era muito mais difícil do que hoje, com o avanço da indústria gráfica e dos recursos tecnológicos. Lição 2 - A Bíblia com o Livro 53EXERCÍCIOS Associe a coluna “A” à coluna “B”. Coluna “A” ___2.25 Abreviatura de 1 João capítulo 2, versículo 4. ___2.26 Abreviatura de Filemom, versículo 14. ___2.27 Conjunto de palavras contidas numa passagem. ___2.28 É a conexão direta sobre determinado assunto. ___2.29 É uma conexão indireta entre assuntos; é uma ilação ou dedução. ___2.30 As expressões a.C. e d.C. indicam o tempo em relação ao nascimento de Cristo. Coluna “B” A. Texto. B. Fm v. 14. C. Inferência. D. 1 Jo 2.4. E. Antes e depois. F. Referência. Assinale com “x” a alternativa correta. 2.31 Nomes mais comuns que a Bíblia dá a si mesma, isto é, nomes canônicos. ___a) Livro do Senhor e Palavra do Senhor. ___b) Palavra de Deus e Oráculos de Deus. ___c) Escrituras e Sagradas Escrituras. ___d) Todas as alternativas estão corretas. 2.32 Os livros do Antigo Testamento, conforme seu agrupamento por assuntos, são classificados como: Bibliologia I 54 ___a) História, Pentateuco e Profecia. ___b) Poesia, História e Geografia. ___c) Profecia, História e Poesia. ___d) Pentateuco, História, Poesia e Profecia. 2.33 Em o Novo Testamento, além do Livro da Revelação, ou Apoca- lipse, classificado como Profecia, encontramos os seguintes grupos: ___a) Biografia, História e Lei ___b) História e Epístolas. ___c) Epístolas, História e Profecia. ___d) Biografia, História e Epístolas. 2.34 A divisão da Bíblia em capítulos foi feita em 1250 d.C., pelo Cardeal ___a) Hugo de Saint-Cher. ___b) D. Jaime de Barros Câmara. ___c) Lavoisier. ___d) Nenhuma das alternativas está correta. 2.35 Além de indicar o livro, capítulo e versículo, é também a conexão direta sobre determinado assunto. ___a) Texto. ___b) Inferência. ___c) Referência. ___d) Contexto. REVISÃO DA LIÇÃO Associe a coluna “A” à coluna “B”. Coluna “A” ___2.36 Materiais com que eram feitos os livros antigos. ___2.37 Formato original dos livros da Bíblia. ___2.38 A Bíblia é “a revelação de Deus à humanidade”. ___2.39 Possui 66 livros escritos por 40 autores, em 16 séculos. Lição 2 - A Bíblia com o Livro 55___2.40 Do grego diatheke, significa aliança ou concerto. ___2.41 Lei, História, Poesia, Profecia. ___2.42 O tema central da Bíblia ___2.43 Com referência a Jesus, resumem os 66 livros da Bíblia. Coluna “B” A. Divisões do AT. B. Testamento. C. Rolos. D. Bíblia. E. Jesus. F. Definição canônica da Bíblia. G. Preparação,Manifestação, Explanação, Consumação. H. Papiro e pergaminho. Marque “C” para certo e “E” para errado. ___2.44 O Novo Testamento foi escrito em grego clássico, o dos eruditos. ___2.45 Biografia, História, Epístolas e Profecia são as divisões do Novo Testamento. ___2.46 Texto é o conjunto de palavras contidas numa passagem, e contexto é a parte anterior e posterior ao texto em relevo. ___2.47 Além de indicar o livro, capítulo e versículo, a referência é também a conexão direta sobre determinado assunto.