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REDES II – LONGA DISTÂNCIA E DE ALTO DESEMPENHO AULA 2 Prof. Gian Carlo Brustolin 2 CONVERSA INICIAL As redes ópticas de transmissão são, na atualidade, o mais fiel exemplo de redes de longa distância e alto desempenho. Com qualidade de serviço acima de todas as demais tecnologias cabeadas ou sem fio, as redes ópticas podem ser operadas em condições inóspitas, como em cabos submarinos, e por distâncias transcontinentais, em altíssimas taxas de transmissão. Consistem em redes normalmente de comutação pública, embora existam alguns exemplos de redes ópticas privadas, como a operada pelas universidades brasileiras, e modelos híbridos. Nesse modelo, companhias privadas locam fibras escuras de operadoras ou compartilham investimentos de iluminação de fibras. Assim, nesta aula, estudaremos as redes ópticas, não apenas os conceitos teóricos da comunicação óptica, mas também alguns aspectos práticos de engenharia de redes ópticas e de entrega de serviços. Iniciaremos por meio da introdução dos elementos de propagação óptica, dos componentes de rede e da modulação óptica. TEMA 1 – INTRODUÇÃO ÀS REDES ÓPTICAS E SUA EVOLUÇÃO Redes ópticas são soluções ótimas para a transmissão de alta capacidade por distâncias hipoteticamente ilimitadas. Sua capacidade elevada de transmissão, associada à imunidade a ruídos e intereferências eletromagnéticas, a tornaram o meio preferido também em transmissão de dados para médias distâncias, ou mesmo para enlaces locais de poucas centenas de metros (Keiser, 2014, p. 2). Originalmente, as infraestruturas de telecomunicações em fibras ópticas (FO) tinham um foco estrito em transmissão de dados entre pontos de presença de operadoras. Gradativamente, porém, surgiu uma infraestrutura flexível e hábil para a entrega de serviços de banda larga também na dimensão de distribuição de telecomunicações, alcançando os clientes finais diretamente. Pode-se, então, dividir a história das FOs em duas gerações. A primeira geração é composta de tecnologias voltadas à transmissão das altas hierarquias SONET e SDH, que constituem o core das redes públicas de telecomunicações. A segunda geração insere nas tecnologias de iluminação das fibras facilidades de roteamento e de tratamento inteligente de pacotes. 3 1.1 Redes ópticas de segunda geração Quando operamos com taxas altas de transmissão de dados, a eletrônica necessária para o chaveamento dos circuitos acaba se tornando cara, sobretudo se formos obrigados a realizar a conversão eletro-óptica a cada necessidade de extração ou inserção de conjuntos de dados. Dessa forma, foi necessário migrar parte do roteamento dos dados para a camada óptica. O empacotamento dos dados permite que somente aqueles endereçados a um nó sejam nele chaveados, ao passo que os demais não são tratados. Dessa forma, a eletrônica em um nó intermediário se torna mais econômica e capaz de tratar elevadas taxas de transmissão. Como já estudamos, sistemas multiplexados ópticos baseiam-se na divisão de comprimentos de onda para permitir o compartilhamento da FO. Associar o WDM ao roteamento dos pacotes facilita ainda mais essa simplificação eletrônica. Assim, criam-se lightpaths ou caminhos ópticos fim-a- fim, dedicando-se um comprimento de onda específico, como vemos na figura a seguir. Esse é o mote da segunda geração de redes ópticas de transmissão. Figura 1 – Lightpaths WDM Fonte: Ramaswami, 2010. Um comprimento de onda pode ser compartilhado por vários enlaces que tenham destinos semelhantes, assim como é possível que em um determinado nó seja comutado o comprimento de onda, inserindo o sinal em um novo 4 lightpath. Assim, os comprimentos de onda se comportam de forma semelhante a portadoras de rádio, apenas o nó destino demodulará determinada cor. Em um nó podemos ter OLTs (Optical Line Terminal, ou terminal de linha óptica), OADMs (Optical Add & Drop Multiplexers ou multiplexadores ópticos de inserção e extração) e OXCs (Optical Crossconnects ou interconetores ópticos). Nós de origem ou fim do feixe WDM são equipados com OLTs, que são capazes de modular, por comprimento de onda, sinais provenientes de várias FOs em uma única FO destino, bem como demodulam, no sentido inverso, um feixe composto em um único feixe óptico. Os nós intermediários operam OADMs que inserem ou extraem determinado comprimento de onda de/para um feixe composto. O OADM permite, entretanto, a passagem livre de todos os demais comprimentos de onda. As portas de saída dos sinais extraídos, bem como as de entrada dos sinais a serem inseridos, são ditas local ports (portas locais), ao passo que aquelas que operam o feixe composto recebem a designação de line ports. Quando, no nó intermediário, são necessárias operações de adição/extração de muitos comprimentos de onda simultaneamente (algumas dezenas ou centenas, por exemplo), o equipamento utilizado será o OXC. As redes ópticas de segunda geração, como verificamos acima, oferecem um verdadeiro serviço de roteamento, semelhante ao roteamento IP em muitos aspectos. Essa característica permite a teorização de uma camada óptica de rede. 1.2 Camada óptica de rede Originalmente, as camadas de rede foram descritas pelo modelo clássico OSI em oito camadas (layers, em inglês) distintas. Embora o modelo persista até hoje, como referencial para o entendimento das redes, o surgimento de múltiplos protocolos alterou parcialmente o modelo. O exemplo mais citado dessa evolução do modelo OSI é o próprio protocolo TCP/IP, que mescla os serviços das camadas de enlace e rede. Outra modificação ocorreu quando o protocolo IP passou a ser utilizado diretamente sobre canais de comunicação públicos. As hierarquias SDH, por exemplo, foram pensadas para que oferecessem os serviços das camadas física, enlace e rede do modelo OSI, entretanto, o IP a utiliza como o equivalente à camada física. 5 As redes ópticas de segunda geração inserem uma camada distinta à anterior, já complexa evolução do modelo OSI elementar. A assim denominada camada óptica implementa, além das facilidades das camadas OSI física e de enlace, outras similares ao roteamento no nível óptico, os já comentados lightpaths. Esse roteamento óptico, por ora, está disponível apenas para dados de alta densidade, mas pode atender transparentemente aos protocolos IP e SDH, ou oferecer um canal livre de vínculos a protocolos. Tal transparência respeitará apenas limites flexíveis, máximo e mínimo, de taxa de transmissão, mas o comprimento de onda estará disponível sob demanda para o usuário de forma independente do protocolo. Naturalmente, a implementação dessa facilidade demanda determinado tipo de rede óptica, na qual as regenerações do sinal ocorram sempre que possível no nível óptico. Explicaremos essa asserção a seguir. 1.3 Regeneração de sinal em redes ópticas A máxima distância de transmissão de um sinal em uma rede qualquer, óptica ou não, respeita certos limites determinados por parâmetros de degeneração do sinal. Quando alcança determinado grau de perturbação ou atenuação do sinal transmitido, o equipamento de recepção não mais será capaz de discernir o sinal original do ruído presente no sinal recebido. Todo equipamento de recepção é projetado para aceitar um nível mínimo de sinal, dito discriminação da recepção, assim como uma relação mínima entre esse sinal e o ruído presente nele, chamada relação sinal/ruído ou NSR. A distância limite, entretanto, pode ser ampliada se, no interior da rede, o sinal for regenerado. Nas redes ópticas, a regeneração normalmente ocorre no nível eletrônico, ou seja, o sinal óptico é convertido em elétrico para, então, sofrer a regeneração e ser reconvertido posteriormente. Esse processo insere certas limitações na transparência da rede, conforme a técnica de regeneraçãoutilizada. A técnica mais eficiente é dita 3R (Regenaration with Retiming and Reshaping), na qual o sinal é recuperado e amostrado no tempo novamente antes de ser retransmitido. A 3R torna a rede dependente de determinada taxa de transmissão, uma vez que a eletrônica de regeneração operará em apenas uma taxa. 6 Uma técnica alternativa é a 1R, substancialmente mais econômica. Nesta aproximação, o sinal óptico é apenas convertido em elétrico e reconvertido em óptico, sem outro tratamento. A eficiência desse processo na recuperação do sinal é naturalmente mais baixa que a 3R, uma vez que o sinal não é reamostrado. Quando o sinal não é reamostrado, os ruídos permanecerão compondo o sinal, apesar da recuperação da amplitude do sinal. Além dessa desvantagem de desempenho, a 1R é transparente à taxa de transmissão, mas sinais analógicos ou modulados por técnicas alternativas podem ser interpretados como ruídos. Finalmente, tecnologias de regeneração óptica sem reconversão elétrica são possíveis, conferindo à rede a transparência necessária para a implementação da camada óptica. As redes ópticas legadas não são dotadas de tal tecnologia e algum tempo será necessário até que ocorram as migrações. TEMA 2 – FÍSICA DA LUZ Iniciaremos, a seguir, um breve estudo das características de propagação óptica que servirá de alicerce para o entendimento das redes ópticas. 2.1 Onda eletromagnética Para descrever uma onda eletromagnética é necessário que entendamos os conceitos de campo elétrico e campo magnético. As experiências de Charles Coulumb demonstraram que duas cargas elétricas, Q1 e Q2, dispostas no vácuo, separadas pela distância r, exercem entre si uma força de atração F, que pode ser calculada como: 𝐹𝐹 = 𝑘𝑘 𝑄𝑄1 ∗ 𝑄𝑄2 𝑟𝑟2 Quando consideramos a presença de um terceiro corpo, excursionando entre as cargas, é possível supor que a força exercida sobre esse corpo seja a soma vetorial (ou direcional) das forças devidas à carga Q1 e Q2. A eventual adição de outras cargas não altera essa conclusão. Assim, se substituirmos as cargas Q1 ou Q2 por superfície composta de infinitas cargas próximas, não invalidaremos a hipótese (Hayt; Bruck, 2013, p. 27) e teremos o conceito do campo elétrico gerado pela superfície. Dessa forma, podemos imaginar linhas de força eletricamente carregadas partindo dessa superfície. 7 A essas linhas chamaremos, por simplicidade, de campo elétrico, denotado por E. O campo assim descrito será dito estacionário. O deslocamento de elétrons, gerando a corrente elétrica, pode também ser entendido como um efeito do campo elétrico. Quando manuseamos um ímã permanente, verificamos que ele exerce força sobre materiais ferro-metálicos, indicando, de forma similar ao que apresentamos sobre o campo elétrico, que há linhas de forças magnéticas partindo do ímã, constituindo o campo magnético, denotado por H. Se o campo magnético somente fosse gerado por meio de ímãs, teria pouca utilidade. Os professores Biot e Savat, em 1820, demonstraram que a corrente elétrica gera campo magnético no entorno do condutor (Hayt; Bruck, 2013, p. 180). Essa experiência criou uma conexão entre os campos magnéticos e os elétricos. Figura 2 – Campo magnético gerado pela circulação da corrente I Fonte: Brustolin, 2021, com base em Hayt; Bruck, 2013, p. 189. Faraday, posteriormente, ampliou a lei de Biot Savat para afirmar que sempre que houver um campo magnético variando no tempo, surgirá um campo elétrico induzido e vice-versa, indicando a inexistência desses campos isoladamente (Ribeiro, 2009, p. 68). A circulação de corrente elétrica, seja em um condutor elétrico ou a nível atômico, com a migração de nível de um elétron, gera um fenômeno eletromagnético chamado onda eletromagnética ou OEM. Costuma-se, por simplicidade, utilizar uma corrente senoidal como geradora da OEM, ou seja, uma corrente (i), que varia no tempo t, segundo a equação: 𝑖𝑖 = 𝐴𝐴 𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠 (𝑤𝑤𝑤𝑤) 8 Onde w é a velocidade angular, ou seja, a velocidade com que a corrente varia em radianos por segundo. Assim, em relação à frequência 𝑓𝑓: 𝑤𝑤 = 2𝜋𝜋 𝑓𝑓 A OEM gerada pela corrente elétrica terá a mesma frequência da variação dessa corrente. Os vetores (direção) dos campos elétrico (E) e magnético (H) serão ortogonais entre si e em relação à direção de propagação da OEM. Dessa forma, é correto imaginar que os campos E e H oscilarão senoidalmente, sincronamente em relação a 𝑖𝑖. Figura 3 – Campos e deslocamento da OEM Fonte: Brustolin, 2021, com base em Ribeiro, 2009, p. 69. Durante a propagação, a amplitude do campo elétrico e magnético sofrerão decréscimos em função da distância percorrida e do fator de perdas do meio, que pode ser entendido como a densidade do meio em relação à OEM. Dessa forma, a OEM será atenuada durante o percurso e essa atenuação dependerá da permeabilidade do meio em relação à passagem da onda. 2.2 Polarização da OEM Considerando que a OEM tem um ângulo de propagação dependente dos campos E e H, é justo supor que existem infinitos ângulos de inclinação desses campos em relação ao plano de propagação, embora, entre si, guardem a ortogonalidade. De fato, a luz natural, por exemplo, é composta por ondas que 9 mesmo em um único comprimento de onda ou cor possuem essa infinidade de ângulos. São relativamente bem conhecidos os polarizadores ópticos, a exemplo das lentes polarizadas de óculos, que permitem a passagem de poucos ângulos de campo. Esse subterfúgio bloqueia parte dos raios incidentes, reduzindo a intensidade da luz que atinge a retina. A luz emergente do polarizador será dita luz polarizada. Figura 4 – Polarização da OEM Fonte: Brustolin, 2021, com base em Keiser, 2014, p. 40. Existem materiais polarizadores e outros sensíveis à polarização que podem ter essa propriedade alterada. Os rotores de Faraday são exemplos de polarizadores cujo efeito depende do ângulo de incidência da luz. Esse fenômeno pode ter aplicação em isoladores ou filtros ópticos capazes de segregar determinados ângulos ou cores. 2.3 Velocidade de propagação da OEM Considerando que a própria luz comporta-se, para a maioria dos casos, como uma OEM, é de se esperar que a velocidade de propagação de uma OEM seja a mesma que a da luz. De fato, em meios especiais, hipotéticos, essa seria a realidade. Em meios reais, no quais as características do material não são 10 homogêneas, ocorrem variações de densidade do meio. Quando uma OEM colide com uma alteração de densidade do meio, parte será refletida e parte transmitida. A fração transmitida, ao evoluir pelo segmento mais denso do meio, sofrerá, além da atenuação, redução de velocidade. Além dessa eventual bipartição da energia da OEM, o ângulo de propagação em relação ao plano de incidência também sofre alteração. A figura 5 ilustra esse fenômeno, que é conhecido como lei de Snell. O ângulo de transmissão cresce conforme aumenta o ângulo de incidência, o que conduz à conclusão de que haverá um ângulo crítico que causará a reflexão de todo o feixe incidente. Essa constatação é de especial importância para que se possa transformar o vidro em um guia de confinamento da luz. Na troca de meios entre o ar e o vidro, por exemplo, o ângulo crítico será de 42,5º (Keiser, 2014, p. 38). Figura 5 – Alteração da direção de propagação por refração Fonte: Brustolin, 2021, com base em Keiser, 2014, p. 37. As equações de Maxwell demonstram que a atenuação do campo elétrico/magnético depende da frequência e dos parâmetros característicos de cada material. Frequências maiores sofrerão maior absorção, uma vez que agitam as moléculas do meio com maior intensidade (Hayt; Bruck, 2013, p. 288). A relação entre a velocidade de propagação de uma frequência no vácuo e em outro meio qualquer naturalmentemais denso é chamada de índice de refração N. O valor de N variará, então, com a frequência, posto que a velocidade de propagação das várias frequências em um mesmo meio varia. Dessa forma, ao propagarmos por um meio qualquer um feixe composto por várias frequências, o comportamento do feixe não será homogêneo durante a propagação. Pode-se observar o conjunto todo, do sinal composto de várias frequências, como propagando-se com uma velocidade média, dita velocidade de grupo. É fato que, 11 nesse cenário, em alguns momentos frações refletidas da onda podem ter uma influência destrutiva sobre a frente de onda transmitida, reduzindo a distância máxima percorrível ou inserindo distorções no sinal (Ribeiro, 2009, p. 69). 2.4 Comprimento de onda O comprimento de onda (λ) é a distância, na onda senoidal, entre dois pontos contíguos de mesmo valor angular, ou seja, a distância entre w e w+360º ou 2𝜋𝜋 radianos. Por esse motivo, o comprimento de onda estará relacionado com a frequência e com a velocidade de propagação da OEM. Se o meio for o vácuo, essa velocidade, como já comentamos, será a velocidade da luz (c). Dessa forma: 𝜆𝜆 = 𝑐𝑐 𝑓𝑓 Em meios heterogêneos, posto que a velocidade de propagação sofre variações, também o comprimento de onda variará, mesmo mantida a frequência constante. Como há uma relação linear inversa entre frequência e comprimento de onda, é de se esperar que exista uma relação entre a variação do índice de refração (N) de um meio e o valor de λ. O gráfico abaixo ilustra essa dependência para a sílica, que é o componente básico da maioria das FOs. Figura 6 – Relação entre N e λ para Si Fonte: Brustolin, 2021, com base em Ribeiro, 2009, p. 80. 12 2.5 Difração A difração de uma OEM é um fenômeno físico no qual a OEM, ao encontrar uma aresta ou orifício, tem um comportamento não corpuscular, ou seja, não se comporta como um corpo sólido. A OEM pode sofrer uma alteração no ângulo de propagação ou mesmo espalhar-se pelo meio em direções variáveis. Figura 7 – Difração Fonte: Brustolin, 2021, com base em Ribeiro, 2009, p. 94. O interessante sobre a difração é que o ângulo de difração contra anteparo anguloso (Ә, na figura 7) depende da frequência da onda incidente. Dessa forma, um anteparo pode ser usado para decompor um feixe de vários comprimentos de onda. 2.6 Guias de onda As OEMs, ao encontrarem um anteparo ou uma mudança de densidade entre dois meios, se comportam de quatro maneiras diferentes e eventualmente concomitantes. A onda pode ser absorvida, refletir, refratar ou difratar. Supondo que tenhamos construído um duto e lancemos, em seu interior, um feixe de OEM na faixa de frequência de micro-ondas (acima de uma dezena de GHz), se o material for metálico e o ângulo de lançamento do feixe for de pequena inclinação em relação ao eixo do duto, a onda, ao encontrar a parede do duto, refletirá totalmente, sem que parcela significativa da onda se perca por absorção ou refração. Esse fenômeno de dutagem da OEM é usado em GORs (guias de onda retangular) para conduzir a onda gerada no equipamento transdutor de rádio até 13 a antena, quando essa precisa localizar-se distante do equipamento, como no caso daquelas instaladas em torres. O mesmo princípio é utilizado quando lançamos um feixe de luz concentrado em um cilindro sólido de vidro. Se o ângulo de incidência for inferior a 42,5º em relação ao eixo longitudinal do cilindro, a luz permanecerá confinada no cilindro, propagando-se na direção longitudinal. Esse é o princípio da fibra óptica como guia de onda luminosa. Naturalmente, utilizar cilindros de vidro, que permitiriam a invasão de feixes luminosos externos, além da fragilidade mecânica, demonstra-se pouco prática. TEMA 3 – FIBRAS ÓPTICAS As primeiras FOs comerciais, ditas fibras de índice degrau, utilizavam dois cilindros de sílica coaxiais (de mesmo eixo): um cilindro menor dito núcleo (ou core, em inglês) com índice de refração Nn e um cilindro envolvente externo, dito casca (ou cladding), com índice Nc, de forma que Nn>Nc. A presença da casca, inicialmente desnecessária, cumpre funções de proteção do núcleo contra contaminantes externos, além de facultar a redução de perdas na superfície da camada nuclear, cujas imperfeições poderiam causar refração em direção ao meio externo. Após a casca, normalmente se deposita acrilato e resina silicônica, que amortecem esforços de cisalhamento, protegendo o conjunto. A fonte de luz escolhida nestas primeiras implementações foram LEDs (Light Emissor Diodes ou diodos emissores de luz) de alta qualidade e os comprimentos de onda (cores) precisaram ser determinados experimentalmente. Verificou-se que o infravermelho próximo continha os comprimentos de onda que melhor se propagavam na sílica, especialmente nas proximidades de 1.300 nm. Essas primeiras FOs permitem a propagação de vários feixes, originários da mesma fonte de luz, porém, com ângulos de inserção diferentes, permitindo caminhamentos distintos, ditos modos de propagação. Por esse motivo, foram chamadas de fibras multimodo. As experiências ópticas subsequentes demonstraram que diâmetros nucleares mais próximos ao comprimento de onda criavam guias ópticos com poucos modos de propagação e, quando o diâmetro se aproximou de 10 μm, apenas um modo permaneceu propagado na fibra. Essas fibras são chamadas monomodo. 14 3.1 Fibras multimodo As fibras multimodo (MMFs) foram as primeiras a estar comercialmente disponíveis, posto que, em função das dimensões mais avantajadas do núcleo (em relação às monomodo), têm fabricação mais fácil e econômica. Outro fator interessante nas fibras multimodo é que pelo fato de seu núcleo ser algumas vezes maior que o comprimento de onda, o comportamento da fibra pode ser emulado com uso estrito da óptica geométrica, ou seja, considerando a propagação da luz, no interior da fibra, como um feixe retilíneo. Com os conhecimentos já obtidos sobre a refração do feixe luminoso, é possível supor que, guardada a devida relação entre os índices de refração do núcleo (N1) e da casca (N2), se o feixe for lançado acima do ângulo crítico, a luz será guiada pela fibra como em um guia de ondas. Figura 8 – Feixe de luz em fibra óptica Fonte: Brustolin, 2021, Hayt; Bruck, 2013, p. 436. Esse ângulo entre a face da fibra e o raio proveniente da fonte luminosa, que permite a dutagem da luz, formará um cone de incidência. O seno da metade do ângulo sólido de abertura (∀) desse cone será dito abertura numérica da fibra (AN) e dependerá exclusivamente dos índices de refração, como segue: 15 Figura 9 – Abertura numérica da FO AN = √𝑁𝑁12 + 𝑁𝑁22 e ∀ = 2 ∗ sin−1 𝐴𝐴𝑁𝑁 Os modos de propagação sob essa visão geométrica serão definidos em função do ângulo de incidência (∀ /2). Tratamos dos modos de propagação como simplesmente a alternância de percurso entre raios, cujos ângulos de incidência, no plano perpendicular ao eixo da fibra, sejam diferentes. O conceito de modos de propagação é, de fato, um pouco mais amplo. Não só o ângulo, mas as direções dos campos elétrico e magnético, as fases e comprimentos de onda, podem também variar. Dessa forma podemos supor que, entre os ângulos aceitáveis de dutagem, existirão conjuntos de feixes com o mesmo ângulo de incidência, mas com características distintas. Com essa abordagem, é possível equacionar uma frente de onda perpendicular ao eixo da fibra que tenha a direção de propagação paralela a esse eixo. Tais frentes de onda serão os modos guiados da FO. À primeira vista, seriam possíveis infinitos modos de propagação em uma fibra multimodo, entretanto, há um limite para esse número. Se tomarmos o centro da fibra em um corte transversal qualquer, teremos a energia total transmitida nesse ponto como sendo a somatória dos diversos feixesdutados. Afirmamos anteriormente que os campos E e H têm comportamento senoidal. Se imaginarmos que mais de um trajeto é possível, como de fato o é, para fibras multimodo, os diversos feixes alcançarão esse corte transversal em um tempo t diferente. Dessa forma, o seno do ângulo será também diverso para cada feixe, tornando-se eventualmente negativo. A somatória da energia total receberá, assim, influências (ou interferências) construtivas e destrutivas. Esse efeito de 16 cancelamento fará com que alguns modos não se propaguem na FO em virtude da interferência destrutiva mútua. A impossibilidade de propagação de alguns modos é, entretanto, uma situação extrema que não tem consequências outras para a propagação do sinal além de certa perda de energia luminosa. As demais inferências intermodais criam, por outro lado, uma dispersão intermodal, distorcendo o sinal na recepção. Essa distorção, traduzida em embaralhamento (overlap) de bits adjacentes, dificulta o entendimento do sinal e estabelece um limite máximo de comprimento da fibra. Figura 10 – Interferência intersimbólica por dispersão modal O limite útil de comprimento de uma FO multimodo dependerá naturalmente da frequência ou taxa de transmissão do sinal, posto que taxas mais altas significam bits mais “próximos” e, portanto, mais sensíveis à interferência intersimbólica (IIS). Fibras multimodo degrau têm alcance máximo de aproximadamente 10 km, ou seja, após 10 km, a taxa de transmissão máxima cai para zero. Obviamente, para taxas mais altas, comprimentos além de uma centena de metros podem ser proibitivos. Soluções foram criadas, todavia, para permitir distâncias mais aceitáveis. A dopagem gradual da Si é a mais usada. Dopar a sílica significa inserir quantidades de impurezas controladas de forma a alterar, gradativamente, o índice de refração. Essa técnica dopa o centro da FO de forma a retardar o modo meridiano mais enfaticamente e, aos demais modos, de maneira mais suave. Como o feixe meridiano é mais rápido, a dopagem tem o efeito de reduzir a IIS, 17 permitindo alcances maiores. Naturalmente, são processos que encarecem a fabricação da FO, tornando a solução menos atrativa. 3.2 Fibras monomodo Comentamos, na análise geométrica que fizemos da propagação óptica, que o modo de propagação meridional coincidente com o eixo da fibra é mais rápido que os demais modos, uma vez que tem a trajetória mais curta entre origem e destino. Dessa observação surge a ideia de engenhar uma fibra que permita somente esse modo central de propagação, a fibra monomodo, ou SMF (Single Mode Fiber), é o resultado dessa demanda. As SMFs têm núcleo de diâmetro próximo ao comprimento de onda (geralmente de 8 a 12 * λ) de forma a, mesmo mecanicamente, restringir a abertura numérica para que apenas um modo, dito dominante, propague-se por toda a extensão da fibra. A diferença entre os índices de refração N1 e N2 é também menor (em torno de 2%), de forma que modos não meridionais sejam descartados no processo de refração parcial (Keiser, 2014, p. 67). Em SMFs, a região de concentração da energia óptica terá um diâmetro (dito MFD ou Modal Field Diameter) que poderá ser pouco superior à região de N1. A relação entre o raio do núcleo (região N1) e o comprimento de onda λ é dado por: 𝑟𝑟 ≤ 2,405 λ 2П √𝑁𝑁12 − 𝑁𝑁22 Dessa forma, é possível calcular qual a SMF ideal para o comprimento de onda principal de operação, bem como é possível estabelecer se determinada SMF poderá ser utilizada para dada operação. Considerando que a luz pode se comportar como uma OEM, a direção do campo elétrico E será ortogonal ao sentido de propagação, mas é possível, então, imaginar duas polaridades para a onda luminosa, uma com E vertical e outra na qual E é horizontal. Assim, é possível dizer que há mais de um modo de propagação em fibras monomodo. De fato, esses dois modos, em fibras ideais, propagam-se exatamente da mesma maneira e, por esse motivo, não ocasionam interferências. Pequenas impurezas no material construtivo ou mesmo irregularidades de geometria, entretanto, podem causar alterações em 18 um dos modos sem afetar o segundo. A esse fenômeno damos o nome de birrefringência. A birrefringência causará, em uma SMF, interferência no sinal recebido, da mesma forma que a dispersão modal o causava nas multimodos, porém, de forma substancialmente mais tênue. O resultado desta interferência será dito dispersão de polarização modal, ou PMD (Polarization-Mode Dispersion). No que se refere à dopagem, assim como nas MMFs, pode ser interessante inserir um índice gradual de refração no núcleo da fibra, de forma a limitar ainda mais a área ativa da fibra. Naturalmente, tal estratégia, além do custo construtivo, demandará acopladores ópticos de alta qualidade. TEMA 4 – MATERIAIS CONSTRUTIVOS Para que tenham plena aplicação comercial, as fibras ópticas devem apresentar determinadas características construtivas que permitam sua implantação e manutenção em condições típicas de operação. Assim, o material construtivo de uma FO deve, além da transparência óptica, ser capaz de apresentar certa flexibilidade mesmo para diâmetros pequenos. O material escolhido precisa, igualmente, ser capaz de apresentar índices de refração compatíveis com as necessárias diferenças entre núcleo e casca. 4.1 Fibras vítreas O material mais frequente e eficiente para fabricação de fibras ópticas é, sem dúvida, o vidro. O vidro comum é basicamente composto de dióxido de silício (SiO2), ou sílica, associado ao carbonato de sódio e cálcio. Esses componentes são vitrificados em temperaturas superiores a 1.500 ºC. A característica principal dos vidros, no entanto, não é propriamente sua composição química, mas sim sua estrutura física molecular, que permite o fenômeno da transição vítrea. Esse fenômeno, que ocorre com os vidros em alta temperatura, confere a eles consistência pastosa que permite sua modelagem facilitada. O puxamento da fibra, procedimento de fabricação no qual a pré-forma de vidro é tensionada, no sentido longitudinal, só é possível em função dessa redução de viscosidade com a elevação da temperatura. O vidro aquecido torna- se flexível e pode ser puxado, conservados cuidados especiais, de forma a compor um fio vítreo de espessura micrométrica. 19 Para a fabricação de fibras ópticas silicatas, são acrescentados à sílica alguns óxidos metálicos que conferirão as necessárias alterações de índices de refração. São bastante comuns fibras não silicatas, produzidas com base em dióxido de germânio, que têm melhor desempenho em λs mais baixos. O óxido de germânio também é utilizado como dopante da sílica em processos de fabricação por deposição de partículas de vidro gasoso no interior da pré-forma. Pentóxido de potássio é outro dopante comum para aumentar N. A dopagem da sílica com esses materiais resultam em uma FO de alta resistência, baixa expansão térmica e resistência a ataques químicos. Apesar de todo o esforço de fabricação, a fibra vítrea segue mecanicamente sensível e apresentará várias restrições de instalação e manutenção. O máximo raio de curvatura é a restrição mais importante, uma vez que a ultrapassagem desse limite eleva as perdas ópticas por refração parcial e, no limite, causa a quebra da fibra. Algumas dopagens com materiais fluorescentes podem ser encetadas para criar uma fibra óptica ativa. Dito de outra forma, aproveitando-se da característica de alguns materiais, que ao receberem uma carga eletromagnética, respondem com a produção de luz, a dopagem da FO pode tornar o efeito de atenuação inerente da propagação por longas distâncias nulo ou mesmo positivo, criando-se um amplificador óptico. 4.2 Fibras plásticas As fibras ópticas vítreas, embora bastante versáteis, não são capazes de suportar operações que exijam torções bruscas econstantes. A necessidade de entrega de altas velocidades em estações de trabalho ou em instalações residenciais fizeram surgir a demanda por fibras ópticas com características mecânicas mais flexíveis que aquelas possíveis nas vítreas. Fibras plásticas baseadas em polimetilmetacrilato, um polímero de excelentes propriedades ópticas, atendem a essas necessidades, acrescentando facilidades de conectorização ausentes nas vítreas. A sílica, embora apresente insuperáveis características que permitem a dutagem de sinais ópticos por distâncias continentais, tem várias restrições mecânicas. Entre essas restrições, inclui-se a conectorização. Conectores e terminadores ópticos para fibras vítreas são necessariamente peças de mecânica fina que exigem condições próprias de 20 limpeza e manutenção. Trataremos deste assunto em nosso próximo tema. Esses cuidados não poderiam ser tomados em implantações em ambientes não profissionais. As fibras plásticas, mesmo para operação em monomodo, são construídas com núcleos mais amplos, simplificando a conectorização e reduzindo a perda por curvatura. De forma a manter o controle sobre a IIS, fibras plásticas contam com índice de refração gradual do núcleo, permitindo, assim, taxas de transmissão de Gbps por algumas centenas de metros. TEMA 5 – DECIBEL Em sistemas de telecomunicações, os níveis de sinal de transmissão e recepção são, normalmente, bastante baixos. As variações imputadas em um feixe de OEM durante sua transmissão, principalmente via ar, são bastante significativas, atenuando o sinal, via de regra, dezenas ou centenas de vezes. A utilização de grandezas lineares para mensurar esses sinais e fenômenos se mostrou inapropriada. Como as variações se assemelham a curvas exponenciais, buscou-se o uso de escalas logarítmicas, e a escala utilizada para medições de nível sonoro revelou-se utilizável. O nível sonoro é medido em uma escala não linear (em Bels). A décima parte do Bel é chamada de decibel (dB) e guarda uma relação com a potência sonora em milésimos de Watts (miliwatts ou mW), como segue: P (dB) = 10*log P (mW) Dessa forma, se resolvermos a equação para 1 mW, teremos: PdB = 10 log 1 = 10 log 100 = 10 * 0; portanto. 1 mW = 0dBm Uma outra aplicação da mesma escala logarítmica é a relação entre duas potências. Supondo que tenhamos uma determinada potência de transmissão P1, em Watts, na saída do transceptor, ao medirmos a potência desse mesmo sinal em um ponto qualquer, obtemos P2 Watts. A relação logarítmica entre essas duas potências (R) será dada em dBs, por: 𝑅𝑅 = 10 log P2 P1 dB 21 Essa maneira de representar a relação, além de permitir uma redução da magnitude das grandezas envolvidas, transforma operações de multiplicação e divisão em somas e subtrações. Suponha que, em um rádio enlace, a potência na saída da antena de transmissão (PTx ) seja de 10mW e que a potência do sinal caia pela metade a cada quilómetro. Se o enlace possuir 6 km, para que se calcule a potência na recepção(PRx) será necessário realizarmos a seguinte divisão matemática: PRx = PTx / (2 ^ 6) = 0,010 / 64 = 1,56 * 10-4 W Se, por outro lado, tomarmos a relação de queda de metade da potência como sendo P1km / PTx = 2 e aplicarmos o logaritmo de ambos os lados: log (P1km / PTx) = log (2), logo log (P1km / PTx) = 0,3 e multiplicando ambos os lados por 10, teremos a relação de dB: 10 log (P1km / PTx) = 10* 0,3 = 3 dB A cada quilómetro, tem-se uma perda de 3 dB. Em 6 km, serão 18dB, como a potência de transmissão PTx é de 10 dBm, a potência Rx será: PTx = PTx - perda = 10dBm – 18 dB = -8dBm. O cálculo se torna mais simples e as unidades envolvidas mais palatáveis, evitando as potenciações. 22 FINALIZANDO Nesta aula, introduzimos a fibra óptica como solução de transmissão para redes de longa distância e alto desempenho. Apresentamos conceitos importantes sobre transmissão óptica, principiando por algumas características físicas das ondas luminosas que permitiram nossa compreensão da viabilidade das fibras ópticas como guias dessas ondas com as características necessárias para as redes de longa distância. Apresentamos, igualmente, rudimentos de fabricação e materiais construtivos que subsidiarão a compreensão das restrições de operação a serem apresentadas nas próximas aulas, bem como as facilidades de recuperação ou reforço de sinais, sem a necessidade de conversão óptico-elétrica. Esses conceitos precisam ser aprofundados com o uso da literatura indicada, uma vez que são o fundamento da aplicação da tecnologia óptica em redes de alto desempenho. 23 REFERÊNCIAS KEISER, G. K. Comunicações por Fibras Ópticas. Porto Alegre: Grupo A, 2014. Disponível em: <https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580553987/>. Acesso em: 25 jun. 2021. RIBEIRO, J. R. J. A. Comunicações Ópticas. Editora Saraiva, 2009. Disponível em: <https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788536521930/>. Acesso em: 25 jun. 2021. REGO, R. R. A. Eletromagnetismo Básico. São Paulo: Grupo GEN, 2010. Disponível em: <https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978-85-216- 2668-8/>. Acesso em: 25 jun. 2021. HAYT, W.; BRUCK, J. A. Eletromagnetismo. Porto Alegre: Grupo A, 2013. Disponível em: <https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580551549/>. Acesso em: 25 jun. 2021. RAMASWAMI, R.; SIVARAJAN, K.; SASAKI, G. Optical networks: a practical perspective. 3. ed. Morgan Kaufmann, 2010. Conversa inicial As redes ópticas de transmissão são, na atualidade, o mais fiel exemplo de redes de longa distância e alto desempenho. Com qualidade de serviço acima de todas as demais tecnologias cabeadas ou sem fio, as redes ópticas podem ser operadas em condições ... Assim, nesta aula, estudaremos as redes ópticas, não apenas os conceitos teóricos da comunicação óptica, mas também alguns aspectos práticos de engenharia de redes ópticas e de entrega de serviços. Iniciaremos por meio da introdução dos elementos de p... FINALIZANDO Nesta aula, introduzimos a fibra óptica como solução de transmissão para redes de longa distância e alto desempenho. Apresentamos conceitos importantes sobre transmissão óptica, principiando por algumas características físicas das ondas luminosas que ... Apresentamos, igualmente, rudimentos de fabricação e materiais construtivos que subsidiarão a compreensão das restrições de operação a serem apresentadas nas próximas aulas, bem como as facilidades de recuperação ou reforço de sinais, sem a necessidad... REFERÊNCIAS
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