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Relatorio Psicologico Aladin PDF

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1 
 
 
RELATÓRIOPSICOLÓGICO 
1 - IDENTIFICAÇÃO 
Paciente: Alan de Oliveira Lopes 
Filiação: Maria Oliveira Lopes 
Idade: 18 anos Naturalidade: Porto Alegre/RS 
Escolaridade: Fundamental Incompleto 
Solicitante: Sistema prisional 
Finalidade: Apresentar o percurso do acompanhamento psicológico de Alan de Oliveira 
Lopes 
 
 
2 - DESCRIÇÃO DA DEMANDA 
No presente documento objetiva-se apresentar o processo do acompanhamento 
psicológico de Alan de Oliveira Lopes, o qual teve o primeiro contato solicitado pelo 
sistema prisional, após a ocorrência de alguns furtos durante sua adolescência 
Nesse viés, o trabalho e o acompanhamento psicoterapêutico compreendem os 
fenômenos psíquicos e sociais do desenvolvimento no período da adolescencia e início 
da vida adulta junto sua própria formação subjetiva e relacional. Acontecimentos 
familiares durante a infância trouxeram efeitos desorganizadores ao núcleo familiar junto 
ao contexto social menos favorecido. 
 
3 - PROCEDIMENTOS 
No que tange ao processo de investigação psicológica os métodos e técnicas 
utilizados foram escuta e observações clínicas. 
2 
 
A entrevista foi realizada com Alan, que iniciou relatando sobre sua infância qual 
vivenciou situações desconfortáveis que geraram sofrimento para si, citando o fato de não 
ter conhecido seu genitor, tendo suporte familiar apenas composto por sua mãe e avó, 
seguiu falando sobre seu meio social o caracterizando-o como menos favorável. Segundo 
Alan, todos pertencentes daquele meio social inclinam-se para a prática de atos 
criminosos, dando como exemplo o furto. 
Alan ressalta sobre a condição financeira da família, tida como pobre, apontando 
as necessidades e desejos não supridos, justificando assim suas motivações ao cometer 
atos criminosos de furto. 
Sobre sua adolescência, Alan passou boa parte oscilando entre medidas 
socioeducativas repreensivas correspondentes a suas infrações e a prática das tais, 
esclarecendo sua persistência ao desejo de realizar mudança no contexto social qual a 
família vive. 
Contudo Alan apresentou marcas físicas provocadas por automutilações, que diz 
ocorrer sempre após a realização de seus atos errôneos, explicando que seria a maneira 
que encontrou para se autopunir. 
 
 
 
4 - ANÁLISE 
Diante dos relatos exteriorizados por Alan, pode-se se observar a construção de 
um sofrimento psíquico desde início de sua infância caracterizado pela negligencia, o 
deixando vulnerável as influencias trazidas pelo contexto social menos favorável ao qual 
pertence, sendo induzido a realização de atos errôneos e infratores. 
 Na literatura psicanalítica, segundo Winnicott1 as relações do indivíduo são 
afetadas pelos cuidados iniciais, caso esses cuidados sofram falhas contínuas o bebê 
3 
 
poderá vir sofrer com patologias futuras, especialmente as que tange os relacionamentos 
entre o eu e o mundo. Sendo assim, prejudica toda linha do desenvolvimento psíquico, 
emocional, social, cultural e físico1. 
No caso de Alan, seu vínculo paternal foi inexistente, não conhecendo seu genitor 
deixando seu suporte familiar abalado, contando apenas com a figura materna de sua mãe 
e avó que se deu como insuficiente para o abster do sofrimento psíquico que 
posteriormente durante a adolescência desencadearam comportamentos negativos sendo 
visível as alterações de sua sensopercepção, afetividade e personalidade. Segundo Piaget 
o adolescente é descrevido em uma fase em que há um egocentrismo característico no 
qual muitas vezes atribui a si o papel central na modificação do mundo vinculado à 
sensação de que tudo sabe. Diz ainda que esta é uma fase do desenvolvimento na qual 
estão fortemente presentes o pensamento hipotético-dedutivo, as críticas aos sistemas 
sociais, às regras de conduta e aos valores morais dos pais, sendo comum a necessidade 
de oposição a tudo e a qualquer autoridade; além da necessidade de ser responsável pela 
conquista da sua autonomia, o que significa ter o próprio dinheiro para fazer o que bem 
entender; e a descoberta de que tempo e morte são irreversíveis, o que acaba levando ao 
imediatismo, típico de um comportamento carregado de impulsividade.2 
Seguindo desse ponto podemos enquadrar Alan em um estado de delinquência que 
de acordo com o manual DSM-II-R, representa como transtorno antissocial de 
personalidade o diagnóstico que melhor tipifica a caracterização dos indivíduos cujos 
comportamentos são predominantemente desviantes, como ações impulsivas, agressivas, 
mentiras, furtos, descarga emocional e auto mutilação com intuito de punição, seguimos 
então abordando esse fenômeno apontando para uma série de fatores relacionados à 
pobreza, exclusão social, ausência da função paterna e ausência da mãe que acabou 
constituindo um contexto de vulnerabilidade, o levando durante adolescência à 
 
1 WINNICOTT, D. W. Bebês e suas mães. Tradução de Breno Longhi. São Paulo: Ubu, 2020. 
2 PIAGET, J. O Desenvolvimento do Pensamento: Equilibração das Estruturas Cognitivas. Lisboa: Dom 
Quixote, 1977. [L 'Equilibration des Structures Cognitives, 1977] 
4 
 
delinquência. Nessa condição, desassistido dos direitos fundamentais inerentes à pessoa 
humana, que possibilitaram seu desenvolvimento em condições de liberdade, sendo suas 
ações errôneas envolvidas no seu contexto social uma alternativa ou o único espaço no 
qual pode se reconhecer e adquirir sua própria identidade. 
 
 
 
5 - CONCLUSÃO 
Conforme os dados e informações apresentados no presente documento, fica 
entendido que os desvios de comportamentos e sofrimento psíquico estão relacionados à 
estrutura familiar, levando em consideração que a socialização depende tanto de 
condições objetivas, quanto de condições subjetivas de desenvolvimento biopsicossocial, 
o paciente deve-se manter em estado reabilitação psicossocial, continuando com as 
sessões para o processo de estudo diagnóstico. 
Contudo, este documento tem validade por trinta dias, a fim de construir uma 
hipótese diagnóstica frente ao caso. 
Este documento é extrajudicial com caráter sigiloso, a/o autora/autor não se 
responsabiliza pelo uso do relatório por parte da pessoa, grupo ou instituição, após a 
entrega do documento em entrevista devolutiva. 
 
Jaciara/MT, 17 de Novembro de 2023. 
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