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PÚBLICA UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA OS EFEITOS DA POLÍTICA MONETÁRIA NA ECONOMIA AVA 2 Aluno: Lais do Prado Gomes Matrícula: 20211302395 Curso: Ciências Econômicas Disciplina: Economia do Setor Público RIO DE JANEIRO 2023 2 PÚBLICA 1. Enunciado Este trabalho visa desenvolver no aluno a capacidade de identificar quais os efeitos de uma política monetária na economia. A história econômica do Brasil foi caracterizada por ter sua taxa básica da economia baseada em valores elevados, fazendo com que, durantes anos, tivéssemos o posto de maior taxa básica de juros do mundo. O fato é que, no Brasil, a insegurança política e jurídica e a má gestão dos recursos públicos durante anos fizeram com que os investidores não acreditassem no governo. Dessa forma, o governo brasileiro tinha que pagar altas taxas de juros aos investidores. No momento atual, temos a taxa de juros básica mais baixa de nossa história, devido à implementação de reformas na economia e à inflação baixa. Com esse cenário de juros baixos, proporcionado pela política monetária atual, o que você espera para nossa economia? Procedimentos para elaboração do TD : • Compare a situação problematizadora, descrita anteriormente, com os temas atuais da economia. • Comente, em no máximo 8 linhas, sua opinião sobre o tema. • Descreva o que é uma política monetária. • Descreva o que é uma política monetária expansionista e o que é uma política monetária contracionista. • Descreva quais são os efeitos para economia de uma taxa de juros básica baixa. • Descreva quais os benefícios e quais os impactos negativos da política monetária atual no Brasil. 2. Desenvolvimento Taxa básica de juros e contexto atual brasileiro: De acordo com matéria do site UOL, “A expectativa para a taxa básica de juros no fim de deste ano continuou estável no Boletim Focus. No início do mês, o Copom decidiu manter a Selic em 13,75% ao ano pela sexta reunião seguida. A mediana para os juros básicos no fim de 2023 seguiu em 12,50% ao ano pela sexta semana consecutiva. Para o término de 2024, a expectativa também continuou em 10,00% pela 15ª vez. Há quatro semanas, as estimativas eram de 12,50% e 10,00%, nessa ordem.” Em 2020, a mesma taxa chegou a 1,9%, de acordo com a série histórica publicada no site do Banco Central. Na época, a economia mundial e a brasileira sofriam fortes impactos negativos devido a pandemia do covid-19. No entanto, também nesse ano o índice de preços aos consumidores (IPCA) também sofreu forte crescimento. De acordo com matéria publicada no site da USP: “Os alimentos terminaram 2020 perto de 20% mais caros do que no começo de 2019 e encerraram 2022 em torno de 40% maiores. O IPCA geral estava cerca de 7% mais alto no fim de 2020, 27% um ano depois e nesse nível permaneceu até o final de 2022.” Essa forte pressão inflacionária influenciou a decisão do governo de aumentar a taxa básica de juros. Ainda de acordo com a matéria da USP: “Como reação à alta generalizada de preços, a taxa Selic, que vinha em queda, começa a crescer em 2021 e continua acelerada em 2022. Nota- se que, no segundo trimestre de 2020, o Hiato - medida percentual da diferença entre o PIB 3 PÚBLICA observado e o PIB potencial, que representa o valor do PIB que poderia ser produzido usando toda a capacidade produtiva sem pressão inflacionária - fica bastante negativo devido à crise da covid-19, mas, durante 2021, há um forte aquecimento da economia com elevação do Hiato – face às injeções de renda assistencial e volta paulatina ao trabalho – que, ainda assim, permanece negativo. Esse aquecimento provoca tensão inflacionária. O Hiato aproxima-se de zero em 2022, tornando-se positivo. Nesse contexto, aumentos de demanda tendem a conduzir a significativos aumentos de inflação.” O objetivo do aumento da SELIC foi conter a escalada de inflação no país. De acordo com matéria do G1: “Em geral, juros mais altos desestimulam a economia pelo lado da demanda e suavizam a inflação. Como o crédito fica mais caro, a pessoa física tende a reduzir gastos. Já as empresas contraem os investimentos e geram menos empregos, o que também tira dinheiro de circulação”. E o efeito esperado tem sido atingido, pois a inflação dos últimos 12 meses cedeu para 3,94%, abaixo dos 5,79% de 2022 e bem abaixo do índice de 2021, de 10,06%. Com a pressão inflacionária tem arrefecido, a expectativa é de menor crescimento da taxa de juros. De acordo com a matéria do site UOL, o próprio Banco Central confirma a expectativa: “O Banco Central (BC) ainda repetiu que vai continuar vigilante, avaliando se a estratégia de manutenção da taxa Selic por período prolongado será capaz de assegurar a convergência da inflação à meta. Mas acrescentou que o cenário de retomada da alta de juros é menos provável, embora garanta que não hesitará em tomar esse caminho caso o processo de desinflação não ocorra como o esperado.” Política Monetária: A política monetária controla a quantidade de moeda em circulação no país. É uma política macroeconômica adotadas pelos governos com o objetivo de influenciar a atividade econômica e direcionar o comportamento dos agregados macroeconômicos (inflação, demanda, produção e emprego). Por meio dela o governo atua reduzindo ou aumentando a quantidade de dinheiro disponível à sociedade e que resulta em mudanças no comportamento desses agregados. Ela pode ser expansionista ou contracionista. Política monetária expansionista tem o principal objetivo de expandir a atividade econômica de um país, incentivando a expansão dos agregados macroeconômicos com a adoção de medidas para esse fim. Inicialmente, o Governo Federal, via Bacen, adota um ou vários mecanismos combinados com o objetivo de reduzir a taxa de juros do mercado (por exemplo, aumento da emissão de dinheiro, redução da taxa Selic, redução do depósito compulsório etc.). Isso resultará na redução da taxa de juros do dinheiro emprestado pelos bancos comerciais à sociedade, o que poderá resultar em um aumento na demanda agregada e, por conseguinte, em um aumento da produção e do emprego, pois mais pessoas procurarão bens e serviços na sociedade. Porém, por esse mesmo motivo, poderá ocorrer, em um curto prazo, um aumento da inflação em decorrência de um aumento geral de preços (se tal aumento da demanda não for atendido pelo aumento da oferta desses mesmos bens e serviços). Já a política econômica contracionista tem como principal objetivo conter a inflação pela contração da atividade econômica. Inicialmente, o Governo Federal, por meio do Bacen, adota um ou vários mecanismos combinados com o objetivo de aumentar a taxa de juros do mercado (por exemplo, a redução da quantidade de dinheiro, aumento da taxa Selic, aumento da taxa de 4 PÚBLICA redesconto etc.). Isso resultará na elevação da taxa de juros do dinheiro emprestado pelos bancos comerciais à sociedade, o que poderá resultar em uma redução na demanda agregada e, por consequência, na redução da produção e do emprego, pois menos pessoas procurarão bens e serviços na sociedade. Por esse mesmo motivo, poderá ocorrer, em um curto prazo, uma redução da inflação. No cenário de taxa de juros básica baixa, temos uma situação de política econômica expansionista que, como descrito anteriormente, resultará na redução da taxa de juros do dinheiro emprestado pelos bancos comerciais à sociedade. A consequência poderá ser um aumento da demanda agregada (maior procura por bens e serviços) e expansão da atividade econômica, podendo gerar aumento da produção e do emprego. No entanto, esse cenário também pode acarretar, no curto prazo, em aumento da inflação em decorrência de um aumento geral de preços (se o aumento da demanda não for atendido pelo aumento de oferta). Já a política monetária atual no Brasil, de cenário de elevadas taxas juros, é uma situação de políticaeconômica contracionista. Esse aumento da taxa de juros reduz à facilidade ao crédito, pois eleva a taxa de juros do dinheiro emprestado pelos bancos comerciais à sociedade. Essa ação resulta na contração da atividade econômica e redução da demanda agregada. No curto prazo, pode reduzir a pressão de preços e, então, haverá uma redução da inflação. No entanto, também é observada uma redução da produção e do emprego, pois menos pessoas procurarão bens e serviços na sociedade. REFERÊNCIAS FILHO, H., Economia do Setor Público – Disponível em: https://uva.instructure.com/courses/35249/modules/items/579252. Acesso em 18 de junho de 2023. Focus: projeção para Selic 2023 segue em 12,50%, fica em 10,00% para 2024 e em 9,00% para 2025 – Disponível em: https://economia.uol.com.br/noticias/estadao- conteudo/2023/05/29/focus-projecao-para-selic-2023-segue-em-1250-fica-em-1000-para- 2024-e-em-900-para- 2025.htm#:~:text=No%20in%C3%ADcio%20do%20m%C3%AAs%2C%20o,%2C00%25%2 0pela%2015%C2%AA%20vez.. Acesso em 19 de junho de 2023 Taxas de juros básicas – Histórico – Disponível em: https://www.bcb.gov.br/controleinflacao/historicotaxasjuros. Acesso em 19 de junho de 2023. BARROS, G., A polêmica sobre a taxa de juros no Brasil. Disponível em: https://www.cepea.esalq.usp.br/br/opiniao-cepea/a-polemica-sobre-a-taxa-de-juros-no- brasil.aspx. Acesso em 19 de junho de 2023 Entenda as consequências da alta da Selic, a taxa básica de juros – Disponível em: https://g1.globo.com/economia/noticia/2022/05/04/entenda-as-consequencias-da-alta-da-selic- a-taxa-basica-de-juros.ghtml. Acesso em 19 de junho de 2023. https://uva.instructure.com/courses/35249/modules/items/579252 https://economia.uol.com.br/noticias/estadao-conteudo/2023/05/29/focus-projecao-para-selic-2023-segue-em-1250-fica-em-1000-para-2024-e-em-900-para-2025.htm#:~:text=No%20in%C3%ADcio%20do%20m%C3%AAs%2C%20o,%2C00%25%20pela%2015%C2%AA%20vez. https://economia.uol.com.br/noticias/estadao-conteudo/2023/05/29/focus-projecao-para-selic-2023-segue-em-1250-fica-em-1000-para-2024-e-em-900-para-2025.htm#:~:text=No%20in%C3%ADcio%20do%20m%C3%AAs%2C%20o,%2C00%25%20pela%2015%C2%AA%20vez. https://economia.uol.com.br/noticias/estadao-conteudo/2023/05/29/focus-projecao-para-selic-2023-segue-em-1250-fica-em-1000-para-2024-e-em-900-para-2025.htm#:~:text=No%20in%C3%ADcio%20do%20m%C3%AAs%2C%20o,%2C00%25%20pela%2015%C2%AA%20vez. https://economia.uol.com.br/noticias/estadao-conteudo/2023/05/29/focus-projecao-para-selic-2023-segue-em-1250-fica-em-1000-para-2024-e-em-900-para-2025.htm#:~:text=No%20in%C3%ADcio%20do%20m%C3%AAs%2C%20o,%2C00%25%20pela%2015%C2%AA%20vez. https://economia.uol.com.br/noticias/estadao-conteudo/2023/05/29/focus-projecao-para-selic-2023-segue-em-1250-fica-em-1000-para-2024-e-em-900-para-2025.htm#:~:text=No%20in%C3%ADcio%20do%20m%C3%AAs%2C%20o,%2C00%25%20pela%2015%C2%AA%20vez. https://www.bcb.gov.br/controleinflacao/historicotaxasjuros https://www.cepea.esalq.usp.br/br/opiniao-cepea/a-polemica-sobre-a-taxa-de-juros-no-brasil.aspx https://www.cepea.esalq.usp.br/br/opiniao-cepea/a-polemica-sobre-a-taxa-de-juros-no-brasil.aspx https://g1.globo.com/economia/noticia/2022/05/04/entenda-as-consequencias-da-alta-da-selic-a-taxa-basica-de-juros.ghtml https://g1.globo.com/economia/noticia/2022/05/04/entenda-as-consequencias-da-alta-da-selic-a-taxa-basica-de-juros.ghtml
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