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livro microbiologia clinica

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Prévia do material em texto

Indaial – 2021
Microbiologia
clínica
Profª. Gheniffer Fornari
Prof. João Frederico Musial
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2021
Elaboração:
Profª. Gheniffer Fornari
Prof. João Frederico Musial
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
F727m
Fornari, Gheniffer
Microbiologia clínica. / Gheniffer Fornari; João Frederico Musial. – 
Indaial: UNIASSELVI, 2021.
190 p.; il.
ISBN 978-65-5663-640-5
ISBN Digital 978-65-5663-639-9
1. Bacteriologia clínica. - Brasil. I. Musial, João Frederico. II. Centro 
Universitário Leonardo da Vinci.
CDD 610
apresentação
Olá acadêmico, seja bem-vindo à disciplina de Microbiologia Clínica. Inicia-
remos os estudos deste livro, que está dividido em três unidades, com o objetivo de 
apresentar sobre as bactérias de interesse clínico e de como é realizado o diagnóstico.
Com o passar dos anos, tem aumentado o número de casos de bactérias 
multirresistentes e, dessa forma, o profissional biomédico deve estar atento às atu-
alizações deste grupo, bem como estar pronto para a realização do diagnóstico e 
avaliação de testes de sensibilidade para auxiliar no tratamento dessas doenças. 
Você deve se perguntar: como as bactérias conseguem se tornar resis-
tentes? Isso é algo que iremos abordar ao longo deste livro.
Procuramos aliar os conceitos básicos da bacteriologia clínica com as 
formas de diagnósticos e as novas informações obtidas por pesquisas científi-
cas. Assim, as fundamentações teóricas e práticas sobre a base da bacteriologia 
e os avanços tecnológicos na área serão cruciais para um diagnóstico preciso. 
Você deve se perguntar: por que devo estudar as bactérias? Pois bem, 
antes de explicarmos a importância desse estudo, vamos compreender o que 
contempla essa disciplina. 
Este livro foi dividido em três unidades, a primeira traz uma breve intro-
dução sobre os microrganismos, descrevendo a classificação e como as bactérias 
têm a capacidade de causar doença no hospedeiro. Na segunda unidade, descre-
vemos sobre como é um laboratório de bacteriologia clínica, trazendo as princi-
pais técnicas direcionadas para a identificação, bem como conhecer as principais 
bactérias e seus aspectos fisiopatológicos. Para finalizar, na unidade três descreve-
mos as principais micobactérias e seu diagnóstico diferencial, e também aborda-
mos sobre os antibióticos e os testes de suscetibilidade a antimicrobianos. 
Esperamos que este livro possa auxiliá-lo na compreensão desse gru-
po de microrganismos, entendendo desde as suas funções básicas de sobre-
vivência até o seu diagnóstico ao causar patologias, bem como a capacidade 
destes em desenvolver resistências a antibióticos. 
Dessa forma, queremos que você se sinta preparado para suas fu-
turas atividades profissionais como biomédico na habilitação de patologia 
clínica, bem como realizar diagnósticos precisos para auxiliar na conduta 
terapêutica adequada para os pacientes.
Bons estudos!
Profª. Gheniffer Fornari
Prof. João Frederico Musial
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novi-
dades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagra-
mação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui 
para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilida-
de de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assun-
to em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela 
um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro 
que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você 
terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complemen-
tares, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
LEMBRETE
suMário
UNIDADE 1 — SERES MICROSCÓPICOS: UMA VISÃO GERAL ............................................ 1
TÓPICO 1 — INTRODUÇÃO À BACTERIOLOGIA CLÍNICA ................................................... 3
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3
2 AFINAL, OS MICRORGANISMOS SÃO BONS OU MAUS? ................................................... 3
2.1 CLASSIFICAÇÃO ........................................................................................................................... 6
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 12
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 13
TÓPICO 2 — RELAÇÃO BACTÉRIA X HOSPEDEIRO ............................................................... 15
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 15
2 MICROBIOMA .................................................................................................................................. 16
3 DOENÇAS INFECCIOSAS: COMO SURGIRAM? .................................................................... 17
3.1 PREDISPOSIÇÃO E SEUS FATORES ........................................................................................ 20
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 22
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 23
TÓPICO 3 — MECANISMOS DE PATOGENICIDADE .............................................................. 25
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 25
2 AFINAL, COMO UM MICRORGANISMO INFECTA UM HOSPEDEIRO? ....................... 25
2.1 PELE E VIA PARENTERAL ........................................................................................................ 26
2.2 QUANTIDADE DE MICRORGANISMOS ............................................................................... 27
2.3 ADERÊNCIA ................................................................................................................................. 27
2.4 CÁPSULAS .................................................................................................................................... 29
2.5 ENZIMAS BACTERIANAS ......................................................................................................... 30
2.6PLASMÍDEOS ............................................................................................................................... 31
RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 33
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 34
TÓPICO 4 — PATOGÊNESE BACTERIANA ................................................................................. 37
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 37
2 INVASÃO E PATOGÊNESE ........................................................................................................... 37
2.1 UTILIZANDO OS NUTRIENTES DO HOSPEDEIRO ............................................................ 38
2.2 DANOS NO LOCAL DA INVASÃO ......................................................................................... 39
2.3 TOXINAS BACTERIANAS ......................................................................................................... 40
2.4 INDUZINDO REAÇÕES DE HIPERSENSIBILIDADE ........................................................... 41
RESUMO DO TÓPICO 4..................................................................................................................... 43
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 44
TÓPICO 5 — RESPOSTA IMUNE CONTRA BACTÉRIAS ......................................................... 47
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 47
2 MECANISMOS DE SOBREVIVÊNCIA DA BACTÉRIA NO HOSPEDEIRO ...................... 47
2.1 RESPOSTA IMUNOLÓGICA DO HOSPEDEIRO ................................................................... 49
RESUMO DO TÓPICO 5..................................................................................................................... 51
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 53
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 55
UNIDADE 2 — LABORATÓRIO DE MICROBIOLOGIA CLÍNICA ........................................ 57
TÓPICO 1 — ESTRUTURA E BIOSSEGURANÇA NO LABORATÓRIO 
 DE MICROBIOLOGIA CLÍNICA ............................................................................ 59
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 59
2 ESTRUTURA BÁSICA E CLASSIFICAÇÃO DE RISCO NA MICROBIOLOGIA 
 CLÍNICA .............................................................................................................................................. 59
2.1 CABINES DE SEGURANÇA BIOLÓGICA ............................................................................... 65
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 69
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 70
TÓPICO 2 — COLETA, TRANSPORTE E CONSERVAÇÃO DE AMOSTRAS 
 EM MICROBIOLOGIA CLÍNICA ........................................................................... 73
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 73
2 COLETA E TRANSPORTE DE MATERIAIS BIOLÓGICOS ................................................... 73
3 INSTRUÇÕES PARA COLETA: LESÕES, ABSCESSOS E EXSUDATOS ............................. 76
4 INSTRUÇÕES PARA COLETA: MATERIAL GENITAL ........................................................... 77
5 INSTRUÇÕES PARA COLETA: FEZES ........................................................................................ 78
6 INSTRUÇÕES PARA COLETA: URINA ....................................................................................... 78
7 INSTRUÇÕES PARA COLETA: ESCARRO ................................................................................. 80
8 INSTRUÇÕES PARA COLETA: HEMOCULTURAS ................................................................. 81
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 83
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 84
TÓPICO 3 — PROCEDIMENTOS LABORATORIAIS NA MICROBIOLOGIA 
 CLÍNICA ....................................................................................................................... 87
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 87
2 IDENTIFICAÇÃO E PROCESSAMENTO DAS AMOSTRAS ................................................ 88
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 100
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 101
TÓPICO 4 — PRINCIPAIS BACTÉRIAS GRAM-POSITIVAS E GRAM-NEGATIVAS 
 DE IMPORTÂNCIA MÉDICA: ISOLAMENTO E IDENTIFICAÇÃO .......... 103
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 103
2 COCOS GRAM-POSITIVOS ....................................................................................................... 103
2.1 IMPORTÂNCIA CLÍNICA ........................................................................................................ 105
2.2 ISOLAMENTO E IDENTIFICAÇÃO ....................................................................................... 111
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 114
3 BACILOS GRAM-NEGATIVOS FERMENTADORES - ENTEROBACTERIACEAE ......... 117
3.1 CARACTERÍSTICAS DA FAMÍLIA ENTEROBACTERIACEAE ......................................... 117
3.2 IMPORTÂNCIA CLÍNICA ........................................................................................................ 119
3.2.1 Escherichia coli ..................................................................................................................... 119
3.2.2 Klebisiella pneumoniae ......................................................................................................... 122
3.2.3 Proteusmirabilis ................................................................................................................... 123
3.2.4 Salmonella spp. .................................................................................................................... 124
3.2.5 Shigella spp. .......................................................................................................................... 126
3.3 ISOLAMENTO E IDENTIFICAÇÃO ....................................................................................... 127
4 BACILOS GRAM-NEGATIVOS NÃO FERMENTADORES .................................................. 131
4.1 IMPORTÂNCIA CLÍNICA ........................................................................................................ 131
4.1.1 Pseudomonas aeruginosa ...................................................................................................... 131
4.1.2 Burkholderiacepacia ..............................................................................................................133
4.1.3 Stenotrophomonas maltophilia ............................................................................................. 134
4.2 ISOLAMENTO E IDENTIFICAÇÃO ....................................................................................... 135
RESUMO DO TÓPICO 4................................................................................................................... 137
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 139
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 141
UNIDADE 3 — MICOBACTÉRIAS, ANTIBIÓTICOS E TESTES DE 
 SUSCETIBILIDADE A ANTIMICROBIANOS ............................................... 143
TÓPICO 1 — MICOBACTÉRIAS .................................................................................................... 145
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 145
2 IMPORTÂNCIA CLÍNICA DAS MICOBACTÉRIAS .............................................................. 145
3 IDENTIFICAÇÃO E ISOLAMENTO DAS MICOBACTÉRIAS ............................................ 146
3.1 BACILOSCOPIA DE ESCARRO ............................................................................................... 147
3.2 CULTURA PARA MICOBACTÉRIAS ..................................................................................... 148
3.3 TESTE MOLECULAR RÁPIDO PARA TUBERCULOSE...................................................... 149
RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 151
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 152
TÓPICO 2 — TESTES DE SENSIBILIDADE A ANTIMICROBIANOS (TSA) 
 E ANTIBIÓTICOS ..................................................................................................... 155
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 155
2 PRINCÍPIOS PARA A REALIZAÇÃO DO TSA ........................................................................ 155
2.1 AMOSTRA .................................................................................................................................. 157
2.2 MÉTODOS .................................................................................................................................. 157
3 TESTE POR DIFUSÃO EM ÁGAR: MÉTODO DE KIRBY-BAUER ..................................... 158
3.1 PROCEDIMENTO ...................................................................................................................... 158
3.2 INTERPRETAÇÕES DOS RESULTADOS .............................................................................. 159
4 DILUIÇÃO OU CONCENTRAÇÃO INIBITÓRIA MÍNIMA (CIM): 
 MÉTODO QUANTITATIVO ....................................................................................................... 160
5 TESTE DE GRADIENTE DE CONCENTRAÇÃO (E-TESTE®) ............................................. 161
6 MICRODILUIÇÃO EM ÁGAR .................................................................................................... 162
7 MICRODILUIÇÃO EM CALDO ................................................................................................. 163
8 DETERMINAÇÃO DA CIM (AUTOMATIZADO) .................................................................. 164
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 166
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 167
TÓPICO 3 — NOÇÕES GERAIS SOBRE A AÇÃO DOS ANTIMICROBIANOS ................ 169
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 169
2 PRINCIPAIS ANTIMICROBIANOS DE USO CLÍNICO ....................................................... 170
2.1 PENICILINAS ............................................................................................................................. 171
2.2 AMINOGLICOSÍDEOS .............................................................................................................. 175
2.3 MACROLÍDEOS ......................................................................................................................... 175
2.4 QUILONONAS ........................................................................................................................... 177
2.5 SULFONAMIDAS ...................................................................................................................... 178
2.6 GLICOPEPTÍDIOS ...................................................................................................................... 178
2.7 LICOSAMIDAS ........................................................................................................................... 179
2.8 CLORANFENICOL .................................................................................................................... 180
2.9 TETRACICLINAS ....................................................................................................................... 180
2.10 IMIDAZÓLICOS ...................................................................................................................... 181
2.11 POLIMIXINAS .......................................................................................................................... 182
2.12 OXAZOLIDINONAS ............................................................................................................... 182
2.13 ESTREPTOGRAMINAS ........................................................................................................... 182
2.14 GLICILCICLINAS ..................................................................................................................... 182
2.15 LIPOPEPTÍDEOS TRICÍCLICOS ............................................................................................ 183
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 184
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 186
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 187
1
UNIDADE 1 — 
SERES MICROSCÓPICOS: UMA 
VISÃO GERAL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Ao fim do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• apresentar uma breve introdução sobre os microrganismos;
• estabelecer a relação dos efeitos positivos e negativos da ação dos 
microrganismos;
• descrever a classificação das bactérias de importância clínica;
• determinar a relação bactéria x hospedeiro;
• compreender os mecanismos de patogenicidade envolvidos no 
processo da doença;
• demonstrar como as bactérias agem para causar danos em seu 
hospedeiro e relacionar como é realizada a resposta do hospedei-
ro frente a bactéria.
2
PLANOS DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em cinco tópicos. No decorrer da 
unidade, você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o 
conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – INTRODUÇÃO À BACTERIOLOGIA CLÍNICA
TÓPICO 2 – RELAÇÃO BACTÉRIA X HOSPEDEIRO
TÓPICO 3 – MECANISMOS DE PATOGENICIDADE
TÓPICO 4 – PATOGÊNESE BACTERIANA
TÓPICO 5 – RESPOSTA IMUNE CONTRA AS BACTÉRIAS
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos 
em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá 
melhoras informações.
CHAMADA
3
TÓPICO 1 — 
UNIDADE 1
INTRODUÇÃO À BACTERIOLOGIA 
CLÍNICA
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, vamos dar início a mais uma etapa do curso de Biome-
dicina, aprofundando o conhecimento nas disciplinas clínicas. A microbiologia 
clínica é uma área incrível que nos auxilia nos mais amplos aspectos patológicos. 
O entendimento neste âmbito é de extrema relevância quando se trata de diag-
nósticos robustos e interpretações corretas.
Na rotina laboratorial, é comum enfrentarmos dificuldades ao establecer 
quais testes serão utilizados para uma determinada situação. No que diz à bacte-
riologia, essa complexidade também é habitual, entretanto, consegue-se contor-
nar tal circunstância através de uma compreensão plena da disciplina. 
Você já deve ter se perguntado: Quando eu estiver trabalhando e receber uma 
amostra, como devo semear? Qual meio utilizar? Como devo realizar a interpretação 
dos meus resultados? Essas são perguntas que serão respondidas ao longo das uni-
dades deste livro, que foi escrito pensando em como podemos ajudá-lo a enfrentar 
tais situações em sua rotina laboratorial. Então vamos começar nossos estudos!
2 AFINAL, OS MICRORGANISMOS SÃO BONS OU MAUS?
Os microrganismos estão presentes em nosso cotidiano. Estão em todos os 
ambientes, inclusive no nosso corpo. Por isso, a frase: “não estamos sozinhos” faz 
tanto sentido, pois estes seres microscópicos estão em todos os lugares. Estima-
se que existam cerca de 10 milhões de bactérias e, destas, apenas uma ou duas 
centenas são patogênicas, sendo que mais de 50% das patogênicas não foram 
cultivadas em laboratório ainda (TORTORA et al., 2017; MURRAY, 2018).
UNIDADE 1 — SERES MICROSCÓPICOS: UMA VISÃO GERAL
4
 Acadêmico, lembra-se da diferença de tamanho dos microrganismos visto na 
disciplina de microbiologia? A imagem abaixo nos mostra que as bactérias têm o tamanho 
similar ao da organela celular chamada mitocôndria, sendo maiores que os vírus e menores 
que a célula humana visto que é capaz de infectá-la.
DICAS
FONTE: <https://bit.ly/3vEcQHj>. Acesso em: 18 jan. 2021.
Estes seres microscópicos são divididos em quatro grandes grupos: bacté-
rias, fungos, vírus e parasitos. O intuito deste livro é aprofundar o conhecimento 
sobre as bactérias. 
Certamente você já deve ter ouvido falar sobre as bactérias multirresis-
tentes e que em um futuro próximo poderemos não ter medicamentos eficientes 
para combatê-las. Apesar disso, também temos um lado positivo desse grande 
grupo de microrganismos. Muitas bactérias são utilizadas em grande escala em 
processos biotecnológicos, como na produção de alimentos (queijos, pães, iogur-
tes), bebidas (cervejas e vinhos), também são utilizadas como ingredientes para a 
indústria alimentícia (fermento biológico), solventes orgânicos (etanol, acetona), 
antibióticos (penicilina, cefalosporina), vacinas, enzimas bioinseticidas, entre ou-
tros. Portanto, ao analisarmos os exemplos, é evidente os benefícios da sua utili-
zação no nosso dia a dia (TORTORA, 2017; MURRAY, 2018).
Além disso, tais seres estão presentes no microbioma do nosso corpo e 
são essenciais para nossa saúde. O fato é que a superfície da nossa pele, nariz, 
boca e trato gastrointestinal são altamente colonizados por diferentes microrga-
nismos, inclusive por bactérias (Figura 1). Elas fazem parte do nosso microbioma, 
TÓPICO 1 — INTRODUÇÃO À BACTERIOLOGIA CLÍNICA
5
ou microbiota normal. Componentes da nossa microbiota são fundamentais para 
a maturação do nosso sistema imunológico por realizarem importantes funções 
metabólicas, como a digestão dos alimentos, por exemplo; e se não um dos mais 
importantes, pela manutenção do equilíbrio desses ambientes, impedindo a inva-
são de seres patogênicos (TORTORA, 2017; MURRAY, 2018).
FIGURA 1 – BACTÉRIAS BOAS E RUINS
FONTE: <https://shutr.bz/3xJRUAK>. Acesso em: 15 jan. 2021.
Ambientes colonizados devem estar em perfeita harmonia, como exem-
plo, na região urogenital feminina, onde a quantidade de bactérias e leveduras 
devem estar em equilibrio. Os Bacilos de Doderlein são bacilos normais da vagina, 
eles são protetores e se alimentam de glicogênio, que é produzido pelas células 
vaginais, estimuladas pelos hormônios femininos. Esses bacilos produzem ácido 
lático, que mantém o pH da vagina ácido, evitando assima proliferação de bacté-
rias causadoras de doença.
Caso ocorra um desequilíbrio na quantidadede de algum deles, o hospe-
deiro estará suscetível a infecções causadas por bactérias patogênicas e também 
por leveduras, como as do gênero Candida, que fazem parte do microbioma, mas 
que em situações de desarmonia, podem desencadear um processo patológico 
denominado candidíase (TORTORA, 2017; MURRAY, 2018).
UNIDADE 1 — SERES MICROSCÓPICOS: UMA VISÃO GERAL
6
O desequilíbrio do microbioma pode ocorrer por diversas formas, desde 
lesões de pele até o uso contínuo de antibióticos. As bactérias que fazem parte 
do microbioma também podem se tornar patogênicas caso surjam em ambientes 
que em condições normais são estéreis, como na cavidade abdominal, em tecidos, 
nos pulmões e no trato urinário. Nestas situações, as doenças são denominadas 
como infecções endógenas, ou seja, o microrganismo presente no hospedeiro foi 
responsável pelo surgimento da doença. Eles também podem causar infecções 
exógenas, ou seja, introduzidos pelo meio externo. Para finalizar, temos também 
as infecções nosocomiais, que são aquelas adquiridas em ambientes hospitala-
res. Sabe-se que uma pequena parcela das bactérias presentes no ambiente são 
patogênicas, porém, algumas infecções mais graves são causadas por bactérias 
exógenas (TORTORA, 2017; MURRAY, 2018).
2.1 CLASSIFICAÇÃO
Antes de falarmos sobre a classificação, é muito importante ressaltar as 
características gerais das bactérias (Figura 2). Estes microrganismos são seres 
procariontes, ou seja, são unicelulares simples, não possuem membrana nuclear, 
mitocôndrias, complexo de Golgi e nem retículo endoplasmático. Sua reprodução 
ocorre de forma assexuada por divisão binária. Suas principais formas são cocos 
que podem se agrupar em arranjos como em pares diplococos, em forma de cachos 
de uva, como os estafilococos, ou em cadeia, como os estreptococos. Já os bacilos 
podem se agrupar aos pares, formando os diplobacilos. Outras formas conhecidas 
são as bactérias flageladas, os vibrios e espiroquetas (TORTORA, 2017).
FIGURA 2 – MORFOLOGIA BACTERIANA
FONTE: <https://bit.ly/3vG1W41>. Acesso em: 17 jan. 2021.
TÓPICO 1 — INTRODUÇÃO À BACTERIOLOGIA CLÍNICA
7
Para a caracterização e classificação deste grupo, faz-se necessária a utilização 
de técnicas de coloração, na qual duas técnicas são as mais utilizadas: a Coloração 
de Gram e a Coloração de Ziehl-Neelsen. A técnica de Gram foi desenvolvida pelo 
patologista Hans Christian Joachim Gram, em 1884, e é utilizada até os dias atuais pelos 
laboratórios clínicos e de pesquisa. Através dela é possível diferenciar dois principais 
grupos de bactérias, as Gram positivas e as Gram negativas. Essa diferenciação e 
coloração é possível a partir da diferença existente entre as paredes celulares das 
bactérias, sendo seu componente estrutural o diferencial (TORTORA, 2017).
A técnica é baseada em 3 passos (Figura 3):
• Coloração com violeta de cristal (um corante solúvel em água, roxo).
• A fixação com Lugol (reter o cristal violeta).
• A descoloração (utilizando etanol/acetona).
• A contra-coloração (utilizando corante Safranina ou fucsina, vermelho).
A primeira etapa é a fixação da bactéria na lâmina, para isso, é adicionado 
uma gota de solução fisiológica a 0,85% em uma lâmina, em seguida, com um 
auxilio de uma alça bacteriológica (alça de platina), é retirado um pouco de bac-
téria da placa em cultivo e misturado à solução. Em seguida, a lâmina deve ser 
passada na chama várias vezes até a solução estar seca, pronta para a etapa de 
coloração (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001).
O primeiro corante utilizado é o cristal violeta, a lâmina deve ser coberta 
pelocorante por 1 minuto, após o tempo, a lâmina deve ser lavada com agua cor-
rente. O cristal violeta tem afinidade pelos peptidioglicanos que estão presentes 
na parede celular das bactérias e é por este motivo que as bactérias Gram positi-
vas ficam fortemente coradas de roxo, pois estas possuem uma espessa camada 
de peptidioglicanos em sua parede. 
O segundo corante utilizado é o lugol, que também deve ser mantido por um 
minuto. A função do lugol é reter o cristal violeta, que já está aderido à parede bacteria-
na, ou seja, ele é um fixador. Em seguida, a lâmina deve ser lavada em água corrente. 
O próximo passo é a descoloração realizada com alcool etilico (99,5º GL), 
nesta etapa, o álcool deve ser colocado na lâmina várias vezes até que o corante 
não se desprenda mais do esfregaço. Algo muito interessante é que tanto as Gram 
positivas quanto as Gram negativas ficarão roxas, no entanto, como as Gram ne-
gativas possuem menor quantidade de peptidioglicano nesta etapa da descolo-
ração, elas perdem a coloração roxa e ficam novamente descoradas até a última 
etapa, na qual utiliza a Safranina, ou fucsina. 
Este último corante (Safranina ou fucsina) deve ser adicionado à lâmina e deixa-
do agir por 30 segundos apenas. Após esta etapa, a lâmina deve ser lavada novamente em 
àgua corrente e deixada secar naturalmente para posterior observação no microscópio. 
Lembrando que as lâminas devem ser observadas na objetiva de 100x e adicionada uma 
gota de óleo de imersão para clarificar as amostras (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001).
UNIDADE 1 — SERES MICROSCÓPICOS: UMA VISÃO GERAL
8
FIGURA 3 – COLORAÇÃO DE GRAM
FONTE: <https://bit.ly/2RpqO1a>. Acesso em: 18 jan. 2021.
O que permite a diferenciação entre Gram positivas (Gram +) e Gram ne-
gativas (Gram -) é a permeabilidade na parede das bactérias (Figura 4). As bac-
térias Gram positivas retêm o cristal violeta devido à espessa parede de pepti-
doglicanos (polímero constituído por açúcares e aminoácidos que originam uma 
espécie de malha na região exterior à membrana celular das bactérias) e por esta 
razão as bactérias deste grupo coram de roxo (TORTORA, 2017). 
FIGURA 4 – DIFERENÇA ENTRE GRAM + E GRAM -
FONTE: <https://bit.ly/2RpqO1a>. Acesso em: 18 jan. 2021.
TÓPICO 1 — INTRODUÇÃO À BACTERIOLOGIA CLÍNICA
9
Já as bactérias que fazem parte do grupo Gram negativo, possuem uma 
fina camada de peptidioglicano e, por este motivo, não conseguem reter o cristal 
violeta durante o processo de descoloração, assim, ao serem coradas pela safranina, 
ficarão coradas de vermelho. O quadro abaixo mostra as principais bactérias que 
compõem os grupos das Gram positivas e Gram negativas (TORTORA, 2017).
FIGURA 5 – BACTÉRIAS GRAM+ E GRAM -
FONTE: O autor (2021)
No entanto, nem todas as bactérias coram adequadamente pelo método 
de Gram. O método de Ziehl-Neelsen (Figura 6), proposto por Franz Ziehl e apri-
morado por Friedrich Neelsen, ainda no século XIX, foi fundamental para clas-
sificar as bactérias por uma nova abordagem, como as álcool-ácido-resistentes 
(AAR) e as não álcool-ácido-resistentes. 
Este método de coloração é utilizado na detecção de BAAR (bacilos álco-
ol-ácidos-resistentes), que são um grupo de bactérias que possuem uma alta con-
centração de ácidos micólicos. Esses ácidos possuem propriedades hidrofóbicas, 
sendo necessária a utilização de técnicas especiais para sua identificação. Essa 
hidrofobicidade dificulta a coloração por corantes aquosos. Um importante gru-
po de bactérias classificadas como álcool-ácido-resistentes, são as micobactérias, 
que se apresentam na forma de bacilos curvos ou retos, nesse grupo destacam-se 
os agentes causais de duas importantes doenças: a Mycobacterium tuberculosis (Tu-
berculose) e a Mycobacterium leprae (Lepra) (TORTORA, 2017).
UNIDADE 1 — SERES MICROSCÓPICOS: UMA VISÃO GERAL
10
FIGURA 6 – COLORAÇÃO ZIEHL-NEELSEN
FONTE: <https://bit.ly/3gWMyfu>. Acesso em: 18 jan. 2021.
No entanto, algumas bactérias não coram através das técnicas descritas 
acima e, por este motivo, sua classificação é baseada no seu formato, ou através 
de características específicas, como seu crescimento no interior de células hospe-
deiras, ou em células cultivadas em laboratório (TORTORA, 2017). 
A tabela a seguir mostra algumas bacterias que foram classificadas de 
acordo com os critérios descritos acima.
TABELA 1 – EXCEÇÕES BACTERIANAS
FONTE: O autor (2021)
TÓPICO 1 — INTRODUÇÃO À BACTERIOLOGIA CLÍNICA
11
Acadêmico, para aprimorar seu conhecimento, realize a leitura dos textos: 
Bactérias - Conheça a importância e as várias utilidades das bactérias 
Link: https://bit.ly/2PM4hem
Vírus e bactérias: os verdadeiros donos do mundo
Link: https://super.abril.com.br/ciencia/donos-do-mundo/
DICAS
12
Neste tópico, você aprendeu que:
RESUMO DO TÓPICO 1
• A maioria dos microrganismos é benéfica e apenas uma pequena parcela é 
considerada patogênica.
• Os microrganismos endógenos podem causar doenças quando inseridos em 
ambientes estéreis do nosso corpo, no entanto, a maioria deste grupo não pos-
sui características de virulência necessárias para causar doenças.
• A maioria dos microrganismos exógenos com os quais temos contato não provo-
ca nenhum dano, mas alguns podem provocar doenças de importância clínica. 
• O que determina se um microrganismo pode ou não provocar uma doença 
são algumas características, como fatores de virulência.
• Nem todas as bactérias se enquadram na classificação de Gram ou BAAR.
• As bactérias são observadas por microscopia óptica e também são classifi-
cadas de acordo com o seu formato, podendo ser cocos, bacilos, espirilos, 
vibrios e espiroquetas.
13
1 (UFRJ, 2012) Durante a coloração de Gram, um técnico laboratorial em mi-
crobiologia inverteu a ordem das etapas e submeteu a amostra à solução de 
álcool a 95% antes de tratar a amostra com lugol. Com base na morfologia 
de procariotos e a finalidade desse método de coloração, a opção que con-
tém a consequência da distração do profissional é:
a) ( ) o álcool pode ser adicionado em qualquer etapa da coloração de Gram;
b) ( ) o lugol funciona como descorante, retirando o excesso de cristal violeta;
c) ( ) as bactérias Gram-negativas não serão coradas pelo lugol;
d) ( ) o lugol não faz nenhuma diferença na coloração de Gram;
e) ( ) as bactérias Gram-positivas serão descoradas pela ação do álcool.
2 (NUCEPE, 2017, FMS - Bioquímico Plantonista) Sobre a Coloração de Ziehl-
-Neelsen marque a alternativa INCORRETA.
a) ( ) Através desta coloração, podemos visualizar as micobactérias, que pos-
suem na sua parede celularuma grande concentração de lipídios, devi-
do à presença de ceras e ácidos graxos (ácidos micólicos), o que dificulta 
a sua visualização através das colorações tradicionais.
b) ( ) Bactérias álcool ácido resistentes (BAAR): coram-se em vermelho e as 
bactérias não álcool ácido resistentes (BNAAR): coram-se em azul.
c) ( ) A função da Fucsina de Ziehl é corar tanto as BAAR quanto as BNAAR 
em vermelho.
d) ( ) Quando se utiliza Álcool-ácido clorídrico a fucsina se fixa nos lipídeos 
complexos das BNAAR e não abandona a célula, que permanece ver-
melha. Já as BAAR a fucsina não se fixa nos componentes da parede 
celular após utilização do álcool-ácido clorídrico e abandona a célula, 
que permanece sem corante em seu interior.
e) ( ) Quando se utiliza por fim o azul-de-metileno, as BAAR não são afetadas e 
permanecem vermelhas, e as BNAAR adquirem o corante, tornando-se azuis.
3 (UFRN, 2015) As bactérias possuem uma espessa parede celular que mantém a 
integridade da célula e determina sua forma característica. Em relação às dife-
renças entre as bactérias gram-positivas e as gram-negativas, é correto afirmar:
a) ( ) A parede celular de ambas bactérias gram-positivas e gram-negativas 
possui uma camada interna constituída por lipopolissacarídeos.
b) ( ) A parede celular das bactérias gram-positivas não possui peptidoglica-
no na sua constituição, somente as bactérias gram-negativasa possuem.
c) ( ) A parede celular das bactérias gram-positivas possui uma camada in-
terna constituída por lipopolissacarídeos.
d) ( ) A parede celular das bactérias gram-positivas possui uma quantidade 
muito maior de peptidoglicano do que as gram-negativas.
AUTOATIVIDADE
14
4 (UFPR, Biomédico, 2017) Sobre a técnica de coloração de Gram e as caracte-
rísticas da parede celular bacteriana, considere as seguintes afirmativas:
I- A parede celular das bactérias consideradas Gram positivas é mais delga-
da, permitindo a entrada do corante na célula bacteriana.
II- As bactérias Gram positivas apresentam coloração vermelha ao final da 
técnica.
III- A parede celular das bactérias consideradas Gram negativas é composta 
por lipopolissacarídeos, fosfolipídios, lipoproteínas e uma fina camada de 
peptidoglicano.
IV- As bactérias consideradas Gram negativas apresentam coloração rósea (se 
usada fucsina) ao final da técnica.
Assinale a alternativa correta:
a) ( ) Somente afirmativa II é verdadeira.
b) ( ) Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras.
c) ( ) Somente as afirmativas I, II e III são verdadeiras.
d) ( ) Somente as afirmativas I, III e IV são verdadeiras.
e) ( ) Todas estão corretas.
5 (CESPE/UnB - SESA/ES/2013) Analise a imagem abaixo:
A categoria das bactérias presentes na imagem acima em função de sua forma é:
a) ( ) espiroqueta.
b) ( ) coco.
c) ( ) espirilo.
d) ( ) vibrião.
e) ( ) bacilo.
15
TÓPICO 2 — 
UNIDADE 1
RELAÇÃO BACTÉRIA X 
HOSPEDEIRO
1 INTRODUÇÃO
Agora, acadêmico, como você já tem o conhecimento a respeito das 
características básicas das bactérias, podemos começar a discorrer da parte 
que envolve a interação entrebactéria e hospedeiro, ou seja, como ela é capaz 
de ultrapassar nossas barreiras imunológicas e causar uma doença. Como 
mencionado anteriormente, nosso corpo deve manter-se em equilíbrio, no entanto, 
quando este equilíbrio é afetado por fatores intrínsecos ou extrínsecos, ocorre o 
surgimento do processo patológico. Por isso, discutiremos aqui alguns termos 
importantes para que você obtenha conhecimento a respeito destas interações.
Para iniciarmos, é importante dar significado a alguns termos:
• Patologia: é o estudo das doenças.
• Patogênese: é maneira pela qual a doença se desenvolve.
• Infecção: invasão e colonização de microrganismos patogênicos.
• Doença: processo que altera o estado de saúde.
Sabendo diferenciar os termos acima, fica mais fácil compreender algu-
mas situações. Tomemos como exemplo: uma infecção pode existir na ausência 
de uma doença detectável e isso pode ser observada com o vírus HIV. Um indi-
víduo pode estar infectado por ele sem necessariamente desenvolver os sintomas 
clínicos, ou seja, a doença (AIDS). Um determinado grupo de bactérias pode estar 
presente em grandes quantidades em um órgão específicos, causando dano, no 
entanto, quando seu habitat muda, pode resultar em uma infecção, como é o caso 
da bactéria Escherichia coli. No nosso intestino, temos grandes quantidades desta 
bactéria, mas se ela entre em contato com outro sistema do corpo humano, como 
no trato urogenital, pode ocasionar uma infecção urinária.
Em vista disso, para compreendermos melhor tais interações, faz-se neces-
sário estudar o papel dos microrganismos em nosso corpo, desde a composição do 
nosso microbioma até os processos patológicos que podem ser desencandeados.
16
UNIDADE 1 — SERES MICROSCÓPICOS: UMA VISÃO GERAL
2 MICROBIOMA
Nosso microbioma é formado a partir do nosso nascimento. No momento do 
parto ocorre o primeiro contato do bebê com o mundo externo e por isso os tipos de 
parto influenciam nesta colonização. No parto cesariano, como o bebê é retirado via 
abdomen, o primeiro contato será com a pele da mãe, portanto, a população bacteria-
na será composta pelos gêneros Staphylococcus, Corynebacterium e Propoonibacterium. 
Já no parto normal, o contato acontece via vaginal, que é composto por uma micro-
biota própria, por isso, a população bacteriana neste bebê será a maior parte com-
posta por Lactobacillus. Com a respiração, introdução alimentar, o fato de gatinhar e 
andar, vamos adquirindo o nosso microbioma ao longo da vida (Figura 7).
 Estes microrganismos irão permanecer em nosso corpo durante nossa 
existência, alguns irão desempenhar o seu papel protetor, já outros em situações 
desfavoráveis, podem levar ao início de um processo patológico. Um corpo hu-
mano possui aproximadamente 1x1013 células e ainda abriga aproximadamen-
te 1x1014 células bacterianas. Portanto, nosso corpo possui 10 vezes mais células 
bacterianas do que células humanas. Muitos são os fatores que determinam a 
população de microrganismos, sendo eles: nutrientes, fatores químicos e físicos, 
as defesas do hospedeiro e fatores mecânicos (MADIGAN et al., 2016).
FIGURA 7 – DISTRIBUIÇÃO DE BACTÉRIAS NO CORPO
FONTE: <https://glo.bo/3vCRY3i>. Acesso em: 18 jan. 2021.
Uma vez formada a população da microbiota, o hospedeiro pode se bene-
ficiar, pois esta população pode impedir o crescimento de microrganismos com 
potencial patogênico, impedindo, assim, o surgimento de uma infecção; a esse 
fenômeno dá-se o nome de antagonismo microbiano. Já a interação entre o mi-
crobioma normal e o hospedeiro é denominada simbiose, na qual pelo menos 
um deles é dependente do outro. Na relação simbiótica do tipo comensalismo, 
TÓPICO 2 — RELAÇÃO BACTÉRIA X HOSPEDEIRO
17
FIGURA 8 – ROBERT KOCH
FONTE: <https://bit.ly/33dNbcu>. Acesso em: 15 jan. 2021.
um dos organismos é beneficiado enquanto o outro não possui vantagens nem 
prejuízos. Já no mutualismo, ambos os organismos são beneficiados e, no caso do 
parasitismo, um organismo obtém nutrientes à custa de outro. 
Muitas bactérias causadoras de doenças são classificadas como parasitas. 
Para finalizar, no amensalismo, um organismo libera substâncias tóxicas que inibem 
o crescimento ou a reprodução de outros organismos.Temos como exemplo, a ação 
de antibióticos como a penicilina frente às bactérias. Ainda existe um outro grupo 
com relevância clínica que são os microrganismos oportunistas. Eles podem fazer 
parte do microbioma normal, no entanto, sob determinadas condições, podem ma-
nifestar uma doença. A Escherichia coli, já mencionada acima, faz parte da microbiota 
intestinal, mas ao mudar de sítio, pode causar uma doença (MADIGAN et al., 2016).
3 DOENÇAS INFECCIOSAS: COMO SURGIRAM?
Algumas doenças como tuberculose e pólio possuem suas etiologias conheci-
das, conquanto, isso não ocorre com todas as doenças, como é o caso de muitos tipos 
de câncer. Vale ressaltar que nem toda doença é provocada por microrganismos, como 
ocorre com a Anemia Falciforme, que é uma doença genética (TORTORA et al., 2017).
Todavia, para determinar a etiologia de uma doença não podemos deixar de 
citar o postulado de Koch, que é utilizado em pesquisas até os dias atuais. Koch foi 
um médico alemão que, em 1877 (Figura 8), publicou um artigo descrevendo como o 
antraz, agente causal de uma doença em bovinos, poderia também acometer humanos.
Através de seu postulado, Koch determinou que a bactéria Bacillus anthra-
cis estava presente no sangue de bovinos doentes e que ela não era encontrada 
em animais saudáveis. Entretanto, somente tendo esta informaçãonão era o su-
ficiente para determinar o agente etiológico da doença. Por isso ele coletou uma 
amostra de sangue de um animal doente e injetou em um animal saudável, que 
veio a óbito. Ele repetiu o experimento várias vezes, obtendo sempre os mesmos 
18
UNIDADE 1 — SERES MICROSCÓPICOS: UMA VISÃO GERAL
resultados. Para finalizar, ele cultivou a amostra em meios de cultura e assim ob-
teve o crescimento da bactéria, comprovando o agente causal da afecção (Figura 
9). Através deste postulado, Koch pode determinar que (MADIGAN et al., 2016):
• O mesmo patógeno deve estar presente em todos os casos da doença.
• O patógeno deve ser isolado do hospedeiro doente e cultivado em cultura pura.
• O patógeno obtido da cultura pura deve causara doença quando inoculado 
em um animal de laboratório suscetível e saudável.
• O patógeno deve ser isolado do animal inoculado e deve ser necessariamente 
o organismo original.
Cabe ressaltar que alguns microrganismos não crescem em meios de cultura 
e, nestas situações, faz-se necessário a utilização de outros métodos que possam 
comprovar a origem da doença. Nesses casos, a avaliação de sinais e sintomas 
dos pacientes juntamente com a análise de exames laboratoriais complementares 
(hemograma, VHS, proteína C reativa, dosagem de anticorpos) auxiliam no 
diagnóstico e na conduta terapêutica adequados (MADIGAN et al., 2016).
Como mencionado, as doenças não são causadas apenas por microrganismos 
e por este motivo estas devem ser classificadas. A doença acontece quando há 
alterações dos sistemas e das suas funções, com isso, o paciente começa a apresentar 
sinais e sintomas que demonstram que algo de errado está acontecendo em seu 
corpo. Lembrando que os sintomas se enquadram em tudo aquilo que o paciente 
relata que está sentindo, já os sinais podem ser observados pelo médico através de 
uma anamnese. Através desta junção de sinais, sintomas e exames laboratoriais, 
podemos chegar a um diagnóstico confiável (MADIGAN et al., 2016).
TÓPICO 2 — RELAÇÃO BACTÉRIA X HOSPEDEIRO
19
FIGURA 9 – POSTULADO DE KOCH
FONTE: <https://slideplayer.com.br/slide/359711/>. Acesso em: 15 jan. 2021.
Alguns termos são de extrema importância para um amplo entendimen-
to, vejamos:
Doença comunicável: é aquela em que uma pessoa infectada transmite 
um agente infeccioso, de forma direta ou indireta. Ex: gripe.
Doenças contagiosas: são facilmente transmissíveis e com rápida dissemi-
nação. Ex: catapora.
Doença não comunicável: não é disseminada de um hospedeiro para o 
outro. Ex: tétano.
Doença esporádica: é aquela que ocorre ocasionalmente. Ex: febre tifoide 
nos Estados Unidos.
Doença endêmica: é aquela que está presente constantemente em uma 
determinada população. Ex: a dengue em algumas regiões do Brasil.
Doença epidêmica: quando há um aumento relativo de casos de uma do-
ença, não delimitando uma região especifica. Ex: a gripe suína em 2009 teve cará-
ter epidêmico no inicio.
Doença pandêmica: é uma determinada doença com aumento significati-
vo de casos em vários países e continentes. Ex: coronavírus (COVID-19).
20
UNIDADE 1 — SERES MICROSCÓPICOS: UMA VISÃO GERAL
Para que uma doença se instale em um indivíduo, é necessário que ocorra 
um passo a passo do processo. Primeiro, deve-se ter um reservatório, ou seja, 
uma fonte da infecção. Em seguida, o patógeno entrará em contato com um hos-
pedeiro suscetível, seja ele por contato direto, indireto ou por meio de vetores. 
Após a transmissão, o microrganismo deve se instalar em uma determinada re-
gião e iniciar o seu processo de multiplicação. Posteriormente, os danos irão se 
iniciar nas células do hospedeiro, este processo é denominado patogênese. 
O grau destes danos dependerá da virulência do microrganismo e também da 
resposta imune do hospedeiro frente à doença e é por este motivo que se faz necessário 
compreender a interação entre ambos, para que possamos ter a noção de como nosso cor-
po responderá frente a uma invasão. Caso ele não consiga responder de forma efetiva os 
mecanismos utilizados pelo patógeno para driblar o sistema imunológico e desencadear 
a doença propriamente dita, precisam ser entendidos (MADIGAN et al., 2016).
3.1 PREDISPOSIÇÃO E SEUS FATORES
Para que a doença possa acontecer em um hospedeiro, é necessário que ele 
apresente fatores predisponentes, ou seja, estes fatores fazem com que o corpo se 
torne mais suscetível ou não a uma doença. O sexo, por exemplo, pode ser um fator 
predisponente: as mulheres tendem a ter mais casos recorrentes de infecção uriná-
ria do que os homens, justamente por conta da anatomia do sistema geniturinário 
feminino, que possui uma proximidade entre o ânus e a vagina, facilitando, assim, a 
invasão dos microrganismos, o que pode gerar uma infecção (MADIGAN et al.,2016).
Os aspectos genéticos do hospedeiro também são importantes fatores de-
terminantes na instalação e evolução de uma doença. A Talassemia é caracteriza-
da por ser um distúrbio sanguíneo em que ocorre a redução das proteínas que 
carregam oxigênio. Em casos leves, o paciente não precisa de tratamento, já nos 
casos graves, estes devem realizar transfusões constantes ou de transplante de 
células-tronco (MADIGAN et al.,2016).
As condições climáticas também possuem um significativo efeito sobre 
determinadas doenças. Nos períodos de inverno, doenças respiratórias têm alta 
incidência, isso se deve a alguns fatores, como o aumento da umidade relativa do 
ar, a diminuição da temperatura, aumento da incidência da poluição ambiental, 
além de que durante esses períodos, as pessoas têm o hábito de permanecer em 
ambientes muito fechados e com pouca ventilação. 
Tudo isso possívelmente favorece a circulação de microrganismos cau-
sadores de doenças respiratórias. Fatores como nutrição, idade, meio ambiente, 
estilo de vida, ocupação laboral, doenças preexistentes e longos tratamentos (qui-
mioterapia) também são condições que possuem uma grande atuação na evolu-
ção e desfecho de muitas patologias (MADIGAN et al., 2016).
TÓPICO 2 — RELAÇÃO BACTÉRIA X HOSPEDEIRO
21
Entenda a relação entre a microbiota intestinal e a obesidade em: 
Link 1: https://bit.ly/3nSIluH
Link 2: https://bit.ly/3nSIluH
INTERESSA
NTE
Acadêmico, leia o artigo abaixo sobre alterações da microbiota em paciente 
no pós-operatório que fizeram uso de probióticos, em: https://bit.ly/3vHidWs
DICAS
22
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• As bactérias estão presentes em todos os lugares, inclusive no nosso corpo e 
que estas têm um papel fundamental de proteção, mas que em um momento 
de desequilíbrio da microbiota, podem desencadear processos infecciosos.
• Também discutimos sobre as relações simbióticas; entre elas temos o comen-
salismo, o mutualismo, o parasitismo e o amensalismo. Além disso, ainda co-
mentamos a respeito dos microrganismos oportunistas que são aqueles que 
podem fazer parte do microbioma, mas também podem provocar doenças 
devido aos desequilíbrios nos sítios de colonização.
• Destacamos também a importância de saber o agente causal da doença e do 
Postulado de Koch e seus quatro passos:
O O mesmo patógeno deve estar presente em todos os casos da doença.
O O patógeno deve ser isolado do hospedeiro doente e cultivado em cultura pura.
O O patógeno obtido da cultura pura deve causar a doença quando inocula-
do em um animal de laboratório suscetível e saudável.
O O patógeno deve ser isolado do animal inoculado e deve ser, necessaria-
mente, o organismo original.
• O postulado é utilizado até o dias de hoje, auxiliando na determinação do agente 
etiológico da doença. Todavia, nem todos os microrganismos são cultiváveis em 
meios de cultura e, portanto, deve-se analisar sinais e sintomas do hospedeiro, 
além da utilização de outras técnicas que possam auxiliar na elucidação da afecção. 
Por este motivo, as doenças seguem uma classificação. Para que uma doença se 
instale em um indivíduo é necessário que ocorra um passo a passo do processo:
1º deve-se ter um reservatório, ou seja, uma fonte da infecção;
2º o patógeno entrará em contato com um hospedeiro suscetível;
3º após a transmissão, o microrganismo deve se instalar em uma determina-
da região e iniciar o seu processo de multiplicação;
4º os danos irão iniciar no hospedeiro e a este processo denomina-se patogênese.
• A importância dos fatores de predisposição para que uma determinada doen-
ça ocorra, como sexo, idade, nutrição do hospedeiro, ambiente, clima, enfim, 
enquadrando os fatores intrínsecos e extrinsecos que também podem estar 
envolvidos no processo. 
23
1 Leia o texto 
Na vida intrauterina, o intestino é um ambiente livre de germes. Basta virmos 
ao mundo, no entanto, para que ele seja povoado por um número de bacté-
rias maior queo de células existentes no corpo inteiro. Os microrganismos 
que vivem no trato gastrointestinal estabelecem relações comunitárias que in-
terferem nas múltiplas funções fisiológicas. Diversas publicações levantaram 
a hipótese de que esse microbioma intestinal estaria relacionado com o da 
obesidade. Vanessa Ridaura e colaboradores da Universidade de Washing-
ton acabam de demonstrar que o microbioma de pessoas obesas ou magras é 
capaz de induzir obesidade ou magreza em ratos, e que bactérias intestinais 
de doadores magros podem invadir, colonizar o intestino e emagrecer ratos 
obesos, alimentados com uma dieta favorável. No estudo foram escolhidos 
quatro pares de irmãs gêmeas discordantes, nos quais uma era magra(Mg) e a 
outra obesa(ob). Amostras de fezes de cada participante foram transplantadas 
para o intestino de ratos criados em ambiente livre de germes. A interação 
com a dieta foi clara: bactérias intestinais dos ratos(Mg) só colonizaram ade-
quadamente e emagreceram os ratos (ob), quando estes foram alimentados 
com dietas ricas em fibras e pobres em gordura [...]. 
Fonte: Obesidade e bactérias, de D. Varella. Carta Capital, out. 2013. Disponível em: <https://
bit.ly/3ukmej4>.
Analisando o texto, verifica-se que se trata de um tipo de relação ecológica 
denominada de:
a) ( ) Comensalismo.
b) ( ) Parasitismo.
c) ( ) Protocooperação.
d) ( ) Amensalismo.
e) ( ) Epifitismo.
2 (Prefeitura de Lagoa Santa-MG, 2019) A sequência de procedimentos utiliza-
dos para se estabelecer a relação causal entre um microrganismo é uma do-
ença é conhecida por Postulados de Koch (Robert Koch, 1881). Inicialmente, 
a sequência foi utilizada para patógenos humanos, e foi adaptada posterior-
mente para a área fitopatológica. Com base nos Postulados de Koch, assinale 
a alternativa que apresenta a sequência correta desses procedimentos.
a) ( ) A Associação constante patógeno-hospedeiro; isolamento do patógeno; rei-
solamento do patógeno; inoculação do patógeno; e reprodução dossintomas.
b) ( ) Isolamento do patógeno; associação constante patógeno-hospedeiro; reiso-
lamento do patógeno; inoculação do patógeno; e reprodução dossintomas.
AUTOATIVIDADE
24
c) ( ) Associação constante patógeno-hospedeiro; isolamento do patógeno; inocu-
lação do patógeno e reprodução dos sintomas; e reisolamento do patógeno.
d) ( ) Isolamento do patógeno; inoculação do patógeno e reprodução dos sintomas; 
associação constante patógeno-hospedeiro; e reisolamento do patógeno.
3 Alexander Fleming foi um médico inglês que se destacou por um feito muito 
importante: a descoberta da penicilina. Essa substância, que foi descoberta ao 
acaso, é produzida por um fungo e é capaz de matar bactérias. Surgiu aí o pri-
meiro antibiótico da história da humanidade, o qual até hoje é utilizado para o 
tratamento de algumas doenças bacterianas, tais como a sífilis. A relação esta-
belecida entre o fungo produtor da penicilina e a bactéria é um caso de:
a) ( ) canibalismo.
b) ( ) comensalismo.
c) ( ) amensalismo.
d) ( ) parasitismo.
e) ( ) colônia.
4 A respeito das doenças, relacione as colunas e assinale a sequência CORRETA:
1 Doença comunicável
2 Doenças contagiosas
3 Doença não comunicável
4 Doença esporádica
5 Doença endêmica
6 Doença epidêmica
7 Doença pandêmico
( ) Gripe
( ) Tétano
( ) Catapora
( ) Coronavírus
( ) Dengue
( ) Febre tifóide 
( ) Ebola
a) ( ) 1, 2, 3, 4, 5, 6,e 7.
b) ( ) 1, 3, 2, 7, 5, 4 e 6.
c) ( ) 2, 3, 7, 5, 4, 1 e 6.
d) ( ) 2, 1, 3, 5, 4, 7 e 6.
e) ( ) 2, 5, 1, 3, 7, 4 e 6.
25
TÓPICO 3 — 
UNIDADE 1
MECANISMOS DE PATOGENICIDADE
1 INTRODUÇÃO
Após discutirmos a respeito da doença e como ela ocorre, vamos abordar 
agora os mecanismos que os microrganismos possuem e que os auxiliam no pro-
cesso da instalação da mazela. É importante ressaltar que a intenção de um parasito 
não é matar seu hospedeiro, mas sabemos que os sintomas que estes podem desen-
cadear em um corpo podem ser graves e podem sim evoluir para tal desfecho. 
Lembrando que muitos dos fatores de patogenicidade e virulência ainda 
não estão totalmente elucidados e esclarecer como estes mecanismos são ativados 
pode nos ajudar na produção de novos fármacos e também no aprimoramento de 
técnicas de diagnóstico. 
Neste tópico, iremos abordar os mecanismos presentes nos microrganis-
mos e como eles são capazes de ultrapassar nossas barreiras para efetivamente 
causarem a doença.
2 AFINAL, COMO UM MICRORGANISMO INFECTA UM 
HOSPEDEIRO?
Antes de discutirmos a respeito de como nossas barreiras são invadidas, 
é importante descrever a diferença entre patogenicidade x virulência. Patogeni-
cidade é a capacidade de um organismo causar doença, ou seja, é a forma que ele 
consegue ultrapassar as barreiras de defesas para causar um dano. Já a virulência 
seria o grau da patogenicidade, isto é, o quanto este microrganismo pode causar 
dano ao hospedeiro (TORTORA et al., 2017).
É muito importante sabermos como estes patógenos podem invadir nosso 
corpo. Sabe-se que entre as primeiras etapas do decurso está a quebra de barrei-
ras ou portas de entrada, que incluem a pele e as mucosas. É importante ressaltar 
que quando uma bactéria consegue ultrapassar a barreira inicial com sucesso, é 
denominada de infecção e que esta pode ou não progredir para uma doença. 
Certos tipos de microrganismos têm acesso ao hospedeiro por meio das 
mucosas, seja ela do trato respiratório, ou gastrointestinal, ou urogenital, ou con-
juntiva. Mas como isso seria possível?
26
UNIDADE 1 — SERES MICROSCÓPICOS: UMA VISÃO GERAL
Suponhamos que um jovem rapaz esteja parado em uma avenida, espe-
rando para atravessar a faixa de pedestres. Durante esse tempo, um carro em alta 
velocidade passa bem próximo e, no mesmo intante, ele sente que algo entrou em 
seu olho. Ao chegar em casa, lava várias vezes o olho, mas sem sucesso. O objeto 
continua no mesmo lugar. No decorrer dos dias, seu olho fica inchado e com uma 
secreção que saí constantemente (conjuntivite). Ele resolve ir até o hospital e, ao 
ser examinado pelo médico, é detectado que o grão de areia tinha se instalado 
atrás da sua ocular, provocando uma leve lesão na córnea. Passado alguns dias, 
tal situação é resolvida. Através do relato, fica fácil compreender como é fácil ul-
trapassar uma barreira do corpo humano: provavelmente o grão de areia, acom-
panhado de bactérias, entrou no olho e provocou a doença.
Dessa forma, tal situação também pode ocorrer em nosso sistema gas-
trointestinal. As chamadas intoxicações alimentares são um exemplo. Ao entrar-
mos em contato com alimentos contaminados, estes terão a capacidade de causar 
desequilíbrio no microbioma, provocando danos intestinais. Nos próximos itens, 
iremos abordar sobre nossas barreiras, ou as chamadas portas de entrada.
2.1 PELE E VIA PARENTERAL
A pele é o maior órgão do corpo humano. Com sua integridade mantida, 
é muito difícil que ocorra algum tipo de invasão. Todavia, existem alguns pa-
tógenos que conseguem penetrar na pele mesmo ela estando íntegra, como é o 
caso das larvas do ancilóstomo, que é o causador de uma doença conhecida como 
Ancilostomose, ou Ancilostomíase (MADIGAN et al., 2016). 
No geral, infecções causadas por bactérias ou fungos precisam ter uma aber-
tura da pele para se instalar e, muitas vezes, estes microrganismos estão presentes 
de forma concomitante em uma lesão. No caso dos fungos, temos algumas doenças 
que denominamos de doenças de implantação, como é o caso da Cromoblastomi-
cose, uma doença fúngica que ocorre apenas quando o indivíduo sofre uma lesão 
inicial, estando associadas a espinhos de plantas e lascas de madeira. 
Já em relação às doenças bacterianas, dois gêneros destacam-se por sua im-
portância médica no rol das infecções humanas: os Staphylococcus e os Streptococcus. 
Algumas espécies de tais bactérias fazem parte da microbiota da pele, mas em situ-
ações de quebra de barreiras, sejam elas causadas por cortes ou danos gerais, como 
arranhões ou queimaduras,podem provocar infecções (MADIGAN et al., 2016). 
Quando os microrganismos se depositam diretamente em tecidos ou em 
membranas mucosas, é denominado via parenteral; perfurações, cirurgias e ede-
mas podem desencadear nesta via. Bactérias que causam tétano e gangrena podem 
ser transmitidas por esta via. No caso do tétano, por exemplo, as bactérias podem 
ser introduzidos nos ferimentos através de perfurantes (como pregos) (FIOCRUZ, 
2018). Ao entrarem no ferimento, as bactérias se multiplicam e produzem duas to-
TÓPICO 3 — MECANISMOS DE PATOGENICIDADE
27
xinas: a tetanolisina e a tetanopasmina, esta última é uma neurotoxina que quando 
disseminada pelo sistema circulatório causa as manifestações clínicas da doença, 
induzindo a contraturas musculares intensas (MARTINS, 2006).
Vale ressaltar que o fato de um microrganismo entrar em nosso corpo não 
é um veridito para que a doença se desenvolva. A ocorrência da doença depende 
de muitos fatores, a porta de entrada é apenas um deles.
2.2 QUANTIDADE DE MICRORGANISMOS
Ao iniciarem uma invasão em um hospedeiro suscetível, a quantidade de 
microrganismos agressores também é um elemento decisivo para a instalação da 
doença. Seguidamente, o sistema imunológico é ativado e uma resposta efeciente 
e adequada é produzida, eliminando alguns destes que entraram. No entanto, 
se o número de patógenos for elevado e obteverem sucesso em sua entrada, será 
então possível driblar o sistema imunológico e, com isso, maiores serão as chances 
da doença se alojar (MADIGAN et al., 2016). 
2.3 ADERÊNCIA
Além das portas de entrada, os microrganismos possuem algumas es-
truturas que facilitam a sua invasão. Praticamente, todos os microrganismos 
possuem um mecanismo de adesão aos tecidos dos hospedeiro e para a maioria 
dos patógenos, esta capacidade é denominada aderência ou adesão. Este recurso 
ocorre porque o microrganismo tem a capacidade de se ligar a moléculas presen-
tes nas superfícies celulares de seus hospedeiros. 
Os estudos até o momento têm demonstrado que estas adesinas são cons-
tituídas de glicoproteínas e lipoproteínas. As adesinas podem ter variações em 
suas estruturas, como também diferentes receptores, podendo ser encontradas 
em diferentes células do hospedeiro. As adesinas podem estar localizadas no gli-
cocálice ou em outras estruturas de superfície dos microrganismos, como pili, 
fímbrias e flagelos (TORTORA et al., 2017).
As bactérias têm a capacidade de se ligarem em massa, produzindo deno-
minada biofilmes (Figura 11). Os biofilmes são considerados uma comunidade 
bacteriana envoltas por substâncias, principalmente açucares, produzidos pelas 
próprias bacterias envolvidas que conferem proteção contra a falta de nutrientes, 
uso de antibióticos e agentes químicos (HIGA, 2018).
A formação de um biofilme é composta por 5 passos (Figura 11); no pri-
meiro passo as bactérias precisam aderir a uma superfície; no segundo passam a 
secretar substâncias que serão responsáveis pela manutenção do biofilme; no ter-
ceiro e quarto passo ocorre a formação de microcolônias que serão responsáveis 
28
UNIDADE 1 — SERES MICROSCÓPICOS: UMA VISÃO GERAL
por criar a forma do biofilme; e o quinto e último passo, é quando o ambiente se 
torna desfavorável e o biofilme se desloca em forma de agrefados celulares para 
a formação de um novo biofilme (HIGA, 2018).
Um exemplo de produção de adesão e de biofilmes é a ação Streptococcus 
mutans nos dentes, levando ao aparecimento de cáries. Após a adesão em uma 
superfície, as bactérias conseguem se multiplicar e secretar o glicocálice, que au-
xilia ainda mais na ligação de outras bactérias à superfície, ou a ligação de umas 
as outras, formando, assim, o biofilme. Por isso, o processo mecânico de escovar 
os dentes é tão importante (GRANER, 2005).
FIGURA 11 – FORMAÇÃO DO BIOFILME
FONTE: <https://bit.ly/3h28A0m> Acesso em: 16 fev. 2021.
Vale ressaltar que quando um biofilme é formado, não necessariamente 
teremos nesta biomassa apenas um tipo de microrganismo, o que pode levar à 
resistência a antibióticos e a desinfetantes. Estima-se que em cerca de 65% das 
infecções bacterianas em humanos, os biofilmes estejam presentes.
Outro exemplo do processo de adesão e formação de biofilmes ocorre 
no intestino através da Escherichia coli enteropatogênica. Esta bactéria é o agente 
causal da diarreia, que acomente principalmente crianças menores de dois anos. 
Esta doença pode ser de moderada a grave e tem sido associada a uma alta taxa 
de mortalidade (cerca de 10% a 40% dos casos), principalmente em países em 
desenvolvimento. O quadro diarreico é acompanhado principalmente de febre e 
vômito (FARFÁN-GARCIA et al., 2016).
Sua patogênese (Figura 12) ocorre devido à adesão mediada por flagelos e 
por pili tipo IV, como demonstrado na figura abaixo. Isso possibilita que as bactérias 
se liguem umas as outras, formando microcolônias. Após a adesão, ocorre o processo 
de translocação de sinais intracelulares, através dos quais várias proteínas entram no 
enterócito (células intestinais), causando danos, o que desencadeia uma alteração da 
TÓPICO 3 — MECANISMOS DE PATOGENICIDADE
29
FIGURA 12 – PATOGÊNESE E. coli ENTEROPATOGÊNICA
FONTE: <https://scielo.conicyt.cl/pdf/rci/v33n4/art09.pdf>. Acesso em: 15 jan. 2021.
atividade fisiológica normal do enterócito devido ao aumento de secreção de eletró-
litos pelas células no espaço extracelular, aumentando, assim, a permeabilidade das 
junções intra e intercelular e, consequentemente, provocando uma alteração estrutu-
ral. Assim, perde-se a capacidade de absorção e os solutos acumulam-se no lúmen 
intestinal, provocando a diarreia aquosa (FARFÁN-GARCIA et al., 2016).
2.4 CÁPSULAS
Algumas bactérias possuem a capacidade de produzir substâncias deno-
minadas cápsula, ou glicocálice (Figura 13). Esta estrutura fica envolta da parede 
celular cuja principal função é impedir que a bactéria seja fagocitada pelas células 
de defesa do hospedeiro. As estruturas químicas que compõem a cápsula parecem 
impedir que a célula fagocítica consiga se ligar à bactéria. Entretanto, o hospedei-
ro pode produzir anticorpos contra a cápsula e, se estes estiverem presentes no 
momento que a bactéria encapsulada entrar, ela então poderá ser facilmente fago-
citada. Exemplos de bactérias que possuem cápsula em sua estrutura são o Strepto-
coccus pneumoniae e a Klebsiella pneumoniae, ambas agentes causais da pneumonia.
30
UNIDADE 1 — SERES MICROSCÓPICOS: UMA VISÃO GERAL
FIGURA 13 – ESTRUTURA CÉLULA BACTERIANA
FONTE: <http://www.ecl-lab.com/contribute_images/Ecoli_EN.jpg>. Acesso em: 15 jan. 2021.
2.5 ENZIMAS BACTERIANAS
As bactérias podem possuir outros componentes que as tornam mais vi-
rulentas, como é o caso do pili, das fímbrias e das cápsulas, além de enzimas e 
toxinas que podem ser produzidas para auxiliar na invasão e instalação.
Dentre as enzimas bacterianas, têm-se as coagulases, que posuem a ca-
pacidade de coagular o fibrinogênio do sangue. Algumas bactérias do gênero 
Staphylococcus produzem esta enzima. As cinases são enzimas que degradam a 
fibrina e digerem coágulos. Uma das cinases mais conhecida é a fibrinolisina, 
que é produzida por algumas bactérias do gênero Streptococcus. 
A dissolução do coágulo promovido pela fibrinolisina é um mecanismo 
de disseminação utilizado pelas bactérias que a possuem. Outra enzima também 
produzida pelo gênero Staphylococcus é a hialuronidase, que tem a capacidade de 
hidrolisar ácido hialurônico, um tipo de polissacarídeo que tem a função de unir 
as células do corpo. Sabe-se que esta enzima pode estar envolvida na necrose de 
ferimentos, auxiliando na dispersão das bactérias a partir do sítio inicial de infec-
ção (MADIGAN et al., 2016; TORTORA, et al., 2017).
Outra enzima conhecida é a colagenase, produzida por diversas espécies 
do gênero Clostridium. Acredita-se que sua função é a disseminação da gangrena 
gasosa, quebrando proteínas de colágeno que formam os tecidos conectivos. As 
proteases IgA têm a capacidadede destruir anticorpos IgA, os responsáveis por 
não permitir a aderência das bactérias nas células do hospedeiro. Agentes causais 
da gonorréia e da meningite produzem este tipo de enzima (MADIGAN et al., 
2016; TORTORA, et al., 2017).
TÓPICO 3 — MECANISMOS DE PATOGENICIDADE
31
FIGURA 14 – PLASMÍDIO BACTERIANO
FONTE: <https://www.infoescola.com/reino-monera/plasmideo/>. Acesso em: 15 jan. 2021.
2.6 PLASMÍDEOS
São pequenas moléculas de DNA circular que não são conectadas ao cro-
mossomo bacteriano e que possuem a capacidade de replicação independente do 
DNA cromossomal (Figura 14). Uma mesma bactéria pode possuir mais de um 
plasmídeo e pode transferir seu(s) plasmídeo(s) para uma outra. Seu DNA não 
possui informações essenciais, e sim informações adicionais, que podem garantir 
a sobrevivência da bactéria que a possui, dando a ela uma vantagem seletiva. 
Existem vários tipos de plasmídeos, cada um com sua respectiva função. Os plas-
mídeos R são responsáveis pela resistência de algumas bactérias frente a alguns 
antibióticos. Por terem este tipo de capacidade, podem carregar também fatores 
de patogenicidade de uma bactéria (PEREITA et al., 2015; TORTORA et al., 2017).
Em um estudo realizado por Pereira e colaboradores (2015), no qual foi 
avaliado a presença de enterobactérias e Staphylococcus aureus em um setor de 
dietética de um hospital público brasileiro, foi feito também a determinação do 
perfil de resistência a antibióticos e a presença de DNA plasmidial nos isolados. 
Os resultados encontrados foram alarmantes, 62% apresentaram resistência para 
pelo menos um dos antibióticos testados e em 74% foram detectados a presença 
de DNA plasmidial. Estes resultados mostram o risco de veiculação de bactérias 
resistentes a antibióticos e com a presença de plasmídeos na sua grande maioria, 
que consequentemente podem aumentar os casos de infecções persistentes no 
ambiente hospitalar e falha do tratamento.
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UNIDADE 1 — SERES MICROSCÓPICOS: UMA VISÃO GERAL
Assista o vídeo para entender melhor sobre a formação do biofilme, em: ht-
tps://bit.ly/3efujA4
INTERESSA
NTE
Para aprimorar seu conhecimento sobre bactérias super-resistentes, leia: 
Link 1: https://escolakids.uol.com.br/ciencias/superbacterias.htm 
Link 2: http://bioemfoco.com.br/noticia/bacterias-mais-resistentes-mundo/
DICAS
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RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• Patogenicidade é a capacidade de um organismo causar doença, a forma que 
ele consegue ultrapassar as barreiras de defesas para causar o dano. 
• Já a virulência seria o grau da patogenicidade, ou seja, o quanto este micror-
ganismo pode causar dano no hospedeiro.
• A pele, por exemplo, é o maior órgão do corpo humano, isto é, nossa maior 
barreira. 
• As bactérias apenas causam um dano neste tecido caso ocorra uma quebra da 
sua integridade. 
• Dois gêneros bacterianos estão vinculados a este tipo de infecção, os Staphylo-
coccus e os Streptococcus. 
• Estas bactérias fazem parte da microbiota da pele, no entanto, em situações 
como cortes e queimaduras, podem provocar infecções.
• Outra forma de quebra de barreira, é a deposição de microrganismos em per-
furações, cirurgias e edemas. Este tipo de infecção se dá pela via parenteral. 
• Bactérias que causam tétano e gangrena podem ser transmitidas através desta via.
• Um microrganismo por si só não garante que um processo infeccioso possa 
ocorrer. 
• Além das portas de entrada, o número de microrganismos, mecanismos de ade-
são, a formação de biofilmes, produção de cápsulas, a produção de enzimas (co-
agulases, cinases, hialuronidase) e a presença de plasmídeos, contribuem para o 
aumento da patogenicidade e automaticamente da virulência destas bactérias.
• Uma bactéria patogênica e altamente virulenta pode causar muitos proble-
mas, e o principal deles é a resistência a antibióticos. 
• O grande desafio da atualidade é elucidar os mecanismos envolvidos na pa-
togênese das principais infecções e assim criar novas e eficientes formas de 
tratamento e diagnóstico, reduzindo assim, a mortalidade e o número de pes-
soas que são acometidas por infecções bacterianas.
34
1 (Enade, 2014) Um processo infeccioso ocorre quando um microrganismo 
invade um hospedeiro, contorna suas barreiras de defesa e multiplica-se 
nos tecidos do organismo. Quando a infecção prejudica a homeostase do 
hospedeiro, lesando suas funçoes vitais, ocorre a doença.
PELCZAR Jr, M. J.; CHAN, A. C. S.; KRIEG,, N. R. Microbiologia conceitos e aplicações. São 
Paulo, 2008.
A patogenicidade, a virulência, a propriedade de o microrganismo ser ou 
não oportunista, entre outras características, são aspectos que apresentam 
reflexos diretos em relação às questões de biossegurança e procedimentos de 
diagnóstico, pesquisa e cultivo em laboratório.
Considerando as informações apresentadas, avalie as afirmações a seguir.
I- A capacidade ou habilidade que um microrganismo tem de causar do-
ença é denominada virulência, e o grau dessa capacidade é designado 
patogenicidade. A patogenicidade e a virulência são constituídas por um 
conjunto de fenômenos e características complexas que envolvem tanto 
propriedades do microrganismo como a habilidade do hospedeiro em re-
sistir ao processo infeccioso.
II- Um microrganismo patogênico oportunista, também denominado patogê-
nico primário, geralmente compõe a microbiota normal do hospedeiro e 
não costuma causar infecções em pessoas saudáveis; contudo, podem de-
senvolver-se naqueles indivíduos cujos fatores de resistência estão compro-
metidos, por exemplo, por outra doença, exaustão física ou subnutrição.
III- As propriedades e características dos microrganismos envolvidas na habi-
lidade de causar doença e seus graus denominam-se fatores de virulência, 
dos quais são exemplos a capacidade proliferativa, a produção de toxinas, 
a presença de cápsula, de pelos, de lipopolissacarídeos, de proteínas de 
membrana e de enzimas para penetração no tecido conjuntivo.
IV- A manipulação de microrganismos deve seguir requisitos de contenção ese-
gurança conforme o nível de biossegurança, que representa o grau de prote-
ção proporcionado ao pessoal do laboratório, ao ambiente e à comunidade. 
É correto o que se afirma em:
a) ( ) I, apenas.
b) ( ) II e IV, apenas.
c) ( ) III e IV, apenas.
d) ( ) I, II e III, apenas.
e) ( ) I, II, III e IV.
AUTOATIVIDADE
35
2 (CONSULPLAN, 2016, Prefeitura de Cascavel-PR - Bioquímico) Algumas 
bactérias produzem glicocálice que formam cápsulas em torno de suas pa-
redes celulares. Isso leva a um aumento de sua virulência, porque:
a) ( ) É, a cápsula, uma endotoxina.
b) ( ) Destrói os tecidos do hospedeiro.
c) ( ) Aumenta a resistência à fagocitose.
d) ( ) Reduz o reconhecimento pelos anticorpos.
e) ( ) Reduz a aderência da bactéria à célula hospedeira.
3 A formação do biofilme dental ocorre sobre a superfície dentária por meio de 
interações entre microrganismos e o dente, e de interações dos microrganismos 
entre si. O biofilme dental se forma associado à superfície do dente, que é um 
material duro e não-descamativo, que está imerso em um ambiente líquido, a 
saliva. Essa formação de biofilme acontece em estágios. Assinale a alternativa 
que indica o primeiro estágio do processo de formação do biofilme.
a) ( ) Adesão bacteriana associada à superfície do dente.
b) ( ) Formação da película adquirida.
c) ( ) Adsorção de novas bactérias.
d) ( ) Multiplicação de bactérias aderidas.
e) ( ) Formação de biofilme maduro e complexo.
4 (PUC-RJ, 2007) Um grupo de pessoas deu entrada em um Hospital, após 
ingerirem um bolo de aniversário comprado em estabelecimento comercial. 
O diagnóstico foi intoxicação por uma bactéria do gênero Salmonella. Mar-
que a alternativa que indica a descrição correta de uma bactéria.
a) ( ) Um organismo macroscópico, unicelular, eucarionte.
b) ( ) Um organismo microscópico, unicelular, procarionte.
c) ( ) Um organismo microscópico, unicelular, eucarionte.
d) ( ) Um organismo macroscópico,

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