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PRÁTICAS FORMATIVAS EM EXTENSÃO Professora Me. Daniele Moraes Cecílio Soares Professora Esp. Daniela Sikorski Professora Esp. Valéria Cristina da Costa GRADUAÇÃO Unicesumar C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; SOARES, Daniele Moraes Cecílio; SIKORSKI, Daniela; COSTA, Valéria Cristina da. Práticas Formativas em Extensão. Daniele Moraes Cecílio So- ares; Daniela Sikorski; Valéria Cristina da Costa. Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017. Reimpressão - 2018 162 p. “Graduação - EaD”. 1. Ensino. 2. Pesquisa . 3. Extensão 4. EaD. I. Título. ISBN 978-85-459-0875-3 CDD - 22 ed. 378. CIP - NBR 12899 - AACR/2 Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828 Impresso por: Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de EAD Willian Victor Kendrick de Matos Silva Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi NEAD - Núcleo de Educação a Distância Direção Operacional de Ensino Kátia Coelho Direção de Planejamento de Ensino Fabrício Lazilha Direção de Operações Chrystiano Mincoff Direção de Mercado Hilton Pereira Direção de Polos Próprios James Prestes Direção de Desenvolvimento Dayane Almeida Direção de Relacionamento Alessandra Baron Head de Produção de Conteúdos Rodolfo Encinas de Encarnação Pinelli Gerência de Produção de Conteúdos Gabriel Araújo Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila de Almeida Toledo Supervisão de Projetos Especiais Daniel F. Hey Coordenador de Conteúdo Maria Cristina Araújo de Brito Cunha Designer Educacional Nayara G. Valenciano Bárbara Neves Iconografia Isabela Soares Silva Projeto Gráfico Jaime de Marchi Junior José Jhonny Coelho Arte Capa Arthur Cantareli Silva Editoração Arthur Cantarelli Sivla Qualidade Textual Helen Braga do Prado Érica Fernanda Ortega Ilustração Marta Kakitani Viver e trabalhar em uma sociedade global é um grande desafio para todos os cidadãos. A busca por tecnologia, informação, conhecimento de qualidade, novas habilidades para liderança e so- lução de problemas com eficiência tornou-se uma questão de sobrevivência no mundo do trabalho. Cada um de nós tem uma grande responsabilida- de: as escolhas que fizermos por nós e pelos nos- sos farão grande diferença no futuro. Com essa visão, o Centro Universitário Cesumar assume o compromisso de democratizar o conhe- cimento por meio de alta tecnologia e contribuir para o futuro dos brasileiros. No cumprimento de sua missão – “promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária” –, o Centro Universi- tário Cesumar busca a integração do ensino-pes- quisa-extensão com as demandas institucionais e sociais; a realização de uma prática acadêmica que contribua para o desenvolvimento da consci- ência social e política e, por fim, a democratização do conhecimento acadêmico com a articulação e a integração com a sociedade. Diante disso, o Centro Universitário Cesumar al- meja ser reconhecido como uma instituição uni- versitária de referência regional e nacional pela qualidade e compromisso do corpo docente; aquisição de competências institucionais para o desenvolvimento de linhas de pesquisa; con- solidação da extensão universitária; qualidade da oferta dos ensinos presencial e a distância; bem-estar e satisfação da comunidade interna; qualidade da gestão acadêmica e administrati- va; compromisso social de inclusão; processos de cooperação e parceria com o mundo do trabalho, como também pelo compromisso e relaciona- mento permanente com os egressos, incentivan- do a educação continuada. Pró-Reitor de Ensino de EAD Diretoria de Graduação e Pós-graduação Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está iniciando um processo de transformação, pois quando investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou profissional, nos transformamos e, consequentemente, transformamos também a sociedade na qual estamos inseridos. De que forma o fazemos? Criando oportu- nidades e/ou estabelecendo mudanças capazes de alcançar um nível de desenvolvimento compatível com os desafios que surgem no mundo contemporâneo. O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens se educam juntos, na transformação do mundo”. Os materiais produzidos oferecem linguagem dialógica e encontram-se integrados à proposta pedagógica, con- tribuindo no processo educacional, complementando sua formação profissional, desenvolvendo competên- cias e habilidades, e aplicando conceitos teóricos em situação de realidade, de maneira a inseri-lo no mercado de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como principal objetivo “provocar uma aproximação entre você e o conteúdo”, desta forma possibilita o desenvolvimento da autonomia em busca dos conhecimentos necessá- rios para a sua formação pessoal e profissional. Portanto, nossa distância nesse processo de cresci- mento e construção do conhecimento deve ser apenas geográfica. Utilize os diversos recursos pedagógicos que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita. Ou seja, acesse regularmente o AVA – Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos fóruns e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe das discussões. Além dis- so, lembre-se que existe uma equipe de professores e tutores que se encontra disponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de aprendiza- gem, possibilitando-lhe trilhar com tranquilidade e segurança sua trajetória acadêmica. A U TO R A S Professora Me. Daniele Moraes Cecílio Soares Mestre em Serviço Social pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná – Unioeste (2016). Especialista em Gestão e Planejamento de Programas e Projetos Sociais pelo Centro Universitário de Maringá – Unicesumar (2013). Bacharel em Serviço Social pelo Centro Universitário de Maringá - Unicesumar (2011). Em 2014 iniciou como professora mediadora no Curso de Serviço Social do Núcleo de Educação a Distância – NEAD Unicesumar e atualmente é professora formadora do referido curso de graduação. Conferir mais detalhes em: <http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/ visualizacv.do?id=K4477762U1>. Professora Esp. Daniela Sikorski Especialista em Políticas Sociais e Gestão de Serviços Sociais pela Universidade Estadual de Londrina (UEL/2005). Graduada em Serviço Social pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG/2001). Especialização em andamento em MBA Gestão de Pessoas pelo Centro Universitário Cesumar (Unicesumar). Docente e Supervisora Acadêmica da Unicesumar, autora de livros e materiais pedagógicos do Curso de Serviço Social. Gestora de Pessoas e Relacionamento no Hospital Gastroclínica de Londrina. Experiência na área de Serviço Social Educacional, Serviço Social Organizacional, Terceiro Setor, Responsabilidade Social, Gestão de Voluntariado, Qualidade e Acreditação Hospitalar. Conferir mais detalhes em : <http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/ visualizacv.do?id=K4243572E7>. Professora Esp. Valéria Cristina da Costa Possui graduação em Serviço Social pela Universidade Estadual de Londrina (1998) MBA em RH - UNICESUMAR. Tem experiência na área de supervisão de benefícios sociais, gestão de responsabilidade social e na gestão da política pública de Assistência Social. Atualmente, professora da UNICESUMAR - Maringá do curso de Serviço Social - EAD, coordenadora de estágio pela mesma instituição. Conferir mais detalhes em: <http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/ visualizacv.do?id=K4328770P1>. SEJA BEM-VINDO(A)! Caro(a) aluno(a), é com imensa satisfação que nós, professoras Daniela, Daniele e Valéria, trazemos para o debate a importância das “Práticas Formativas em Extensão”, conteúdo que emerge, na contemporaneidade, como fundamental para a formação acadêmica,profissional e cidadã. Na Unidade I aborda-se a função da universidade tripé: ensino - pesquisa - extensão, em que são trabalhados estes conceitos e sua relação indissociável no processo de ensino e aprendizagem. A Unidade II apresenta a extensão universitária: o papel da extensão universitária para a formação acadêmica, suas competências, articulações, viabilidade, contribuições e pos- sibilidades. A Unidade III refere-se à relevância da interdisciplinaridade no trabalho comunitário, estendendo como o desenvolvimento de ações interdisciplinares, colaboram na inter- face dos conhecimentos específicos de cada área para a resolutividade efetiva em prol da qualidade de vida aos indivíduos atendidos, bem como a retribuição da academia junto à comunidade de seu entorno, em que esta troca entre conhecimentos e saberes populares complementam o aprendizado in locu. Na Unidade IV discute-se a extensão universitária e o estágio supervisionado em Ser- viço Social, uma vez que é de extrema importância conhecer os aspectos históricos e a relação com ensino e a pesquisa na construção da profissão, para compreender e refletir teoricamente sobre o projeto extensionista para o processo de formação. Na Unidade V elegeu-se o debate sobre a experiência da extensão universitária no Nú- cleo de Prática Jurídicas da Unicesumar: um estudo de caso, para apresentar os projetos de extensão universitária desenvolvidos pelo Serviço Social na perspectiva interdisci- plinar. Esse momento da formação acadêmica e profissional de cada um seja contemplado com o aprendizado da relação indissociável entre o ensino-pesquisa-extensão. Bons estudos e até mais! APRESENTAÇÃO PRÁTICAS FORMATIVAS EM EXTENSÃO SUMÁRIO 09 UNIDADE I A FUNÇÃO DA UNIVERSIDADE – TRIPÉ: ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO 15 Introdução 16 A Universidade no Mundo 21 A Universidade no Brasil 27 Tripé: Ensino – Pesquisa – Extensão 41 Considerações Finais 47 Referências 50 Gabarito UNIDADE II EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA: O PAPEL DA EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA PARA A FORMAÇÃO ACADÊMICA 53 Introdução 54 Revisando o Conceito de Extensão Universitária 63 Plano Nacional de Extensão – (2000) 64 As Ações de Extensão 70 Considerações Finais 77 Referências 79 Gabarito SUMÁRIO 10 UNIDADE III A RELEVÂNCIA DA INTER-DISCIPLINARIDADE NO TRABALHO COMUNITÁRIO 83 Introdução 84 Conceituando Interdisciplinaridade 89 O Trabalho Comunitário na Universidade 95 Como se Organiza o Desenvolvimento Comunitário 101 A Interdisciplinaridade e a Extensão Universitária no Serviço Social 104 Considerações Finais 109 Referências 112 Gabarito UNIDADE IV A EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA E O ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM SERVIÇO SOCIAL 115 Introdução 116 Extensão Universitária: Aspectos Históricos, Propostas e Relevância para Formação Profissional 120 A Extensão e o Projeto Ético-Político Profissional 123 A Extensão Enquanto Espaço para o Desenvolvimento do Estágio Supervisionado SUMÁRIO 11 127 Considerações Finais 132 Referências 135 Gabarito UNIDADE V A EXPERIÊNCIA DA EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA NO NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICAS DA UNI-CESUMAR: UM ESTUDO DE CASO 139 Introdução 140 O Núcleo de Prática Jurídicas da Unicesumar e o Atendimento Sócio-Jurídico 145 A Mediação de Conflitos nas Relações Familiares e Escolares 150 Considerações Sobre a Contribuição do Serviço Social na Extensão Universitária 153 Considerações Finais 160 Referências 161 Gabarito 162 Conclusão U N ID A D E I Professora Esp. Daniela Sikorski A FUNÇÃO DA UNIVERSIDADE – TRIPÉ: ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO Objetivos de Aprendizagem ■ Proporcionar ao acadêmico a história do Ensino Superior e Universidade nos principais países do mundo. ■ Proporcionar ao acadêmico o conhecimento acerca do surgimento das Universidades Brasileira. ■ Refletir acerca do Papel da Universidade e a necessidade da compreensão acerca do tripé: Ensino – Pesquisa – Extensão. Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: ■ A universidade no mundo ■ Universidade no Brasil ■ Tripé: Ensino – Pesquisa – Extensão INTRODUÇÃO Seja bem-vindo(a) a esta nova etapa da sua formação profissional. A cada dia você se aproxima mais do seu sonho, que será realizado graças ao seu empenho e desempenho! Nesta unidade de estudo, veremos mais a fundo o universo da formação superior, a universidade, qual a sua função, qual o seu papel junto às pessoas e a sociedade, como foi a sua formação e desenvolvimento em vários países do mundo até chegarmos ao Brasil. Tenha em mente que estando na universidade, fazendo um curso superior, você também está auxiliando na construção desta universidade. Estar na universidade é fazer história, a sua e a da Instituição onde você está! Ao mesmo tempo em que você a influencia, é também influenciada por ela, você já pensou nisso? Já pensou que a sua presença também influencia o espaço e his- tória da Universidade, neste caso a Unicesumar? Essa influência independe se o ensino é à distância ou presencial, pois a sala de aula ultrapassa os muros da instituição. A Universidade deve contemplar as experiências, vivências, discussões, reflexões na (re)construção de saberes, deve estimular e exercitar a criticidade, buscando cada vez mais profissionais aptos e capacitados a atuar na sociedade, pois toda profissão está e deve estar a serviço da sociedade e suas necessidades, pois nenhuma profissão existe por acaso. Veremos, nesta unidade, o ensino, a pesquisa e extensão e o que eles signifi- cam na formação profissional, a relevância deste tripé na formação profissional e na construção de saberes, pois não existe formação sem o ensino, não existe ensino sem pesquisa, não existe pesquisa e ensino sem a extensão. Esse tripé possibilita o encontro dos diferentes conhecimentos, na constru- ção de conhecimentos atualizados, que dão seguimento da vida em sociedade, em seus aspectos sociais, culturais, políticos, econômicos etc. Sendo assim, boa leitura e bons estudos! Introdução Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 15 A FUNÇÃO DA UNIVERSIDADE – TRIPÉ: ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E16 A UNIVERSIDADE NO MUNDO Iniciamos toda nossa discussão e reflexão com o seguinte pensamento: não existe teoria sem prática e prática sem teoria, ambas precisam ser experienciadas, sen- tidas, vividas e refletidas para que ganhem sentido e se tornem ação profissional. Definir Universidade é procurar entender que, além da compreensão do conhecimento científico e técnico, devemos compreender todo o contexto no qual ela é formada e existe. Envolve cultura, interesses que dizem respeito ao futuro de toda uma nação, envolve socialização e formação técnica. A universidade, assim como todas as instituições educacionais estão para preparar o ser humano para que este assuma seu papel ocupacional e profissio- nal. Todo ser humano é um transmissor da cultura da sociedade, provocando mudanças e restabelecendo novas formas de relacionar-se entre seus pares. Para iniciarmos nossos estudos vamos conhecer um pouco mais sobre a tra- jetória histórica das Universidades no mundo: [...] na Antiguidade Clássica, o Ocidente, principalmente na Grécia e em Roma, já dispunha de escolas tidas como de alto nível, para formar especialistas de classificação refinada em medicina, filosofia, retórica, direito. Discípulos se reuniam em torno de um mestre, cuja considerá- vel bagagem de conhecimentos era zelosamente transmitida. Aos discí- pulos cabia aprender do mestre, espelho e modelo de aperfeiçoamento. A Universidade no Mundo Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 1998 . 17 Cada mestre conduzia sua escola, fazia escola. Tinha-se, pois nesses tempos, uma comunidade de discípulos gravitando em torno de um mestre, de uma cabeça de escola (LUCKESI et al., 2003, p. 30). Esse processo de “ensino superior”, apontado na citação anterior, sofreu uma interrupção entre os séculos V e X, devido às invasões bárbaras, sendo que no final da Idade Média nasce oficialmente (para efeitos históricos) a “Universidade”, de forma mais estruturada e formal. A Igreja Católica desse tempo é responsável pela unificação do ensino superior em um só órgão, a ‘universidade’. Isto ocorre como resultante de todo um esforço da Igreja no sentido de fundamentar a sua ação política e religiosa, enquanto preparava seus quadros, o clero especifi- camente (LUCKESI, et al., 2003, p. 30-31). Nesse contexto, a Igreja Católica imprime uma forte influência religiosa, […] que, naquelas circunstâncias, gerava o dogmatismo, a imposição de verdades, tão a gosto dos ambientes autoritários ainda nos nossos dias; as universidades não ficam ilesas do ambiente dogmático. Por ou- tro lado, é nesses tempos que nasce e se cultiva, nas escolas universitá- rias, o hábito das discussões abertas, dos debates públicos, das disputas como elementos integrantes do currículo e especificidade de certas dis- ciplinas. É claro que tais debates sempre aconteciam sob a vigilância de um professor que, além de ponderador, garantia a ortodoxia das ideias e eventuais conclusões (LUCKESI, et al., 2003, p. 31). A partir da citação anterior, percebe-se que os conhecimentos produzidos giram em torno da verdade da fé e religião, na qual a Filosofia e seus pensadores se fazem muito presentes, como Aristóteles e Platão. Tais pensadores ainda exer- cem muita influência nos dias atuais, contribuindo para a sistematização lógica, séria e rigorosa do conhecimento científico. Passamos assim para a questão do Ensino Superior, suas escolas e Universidades na Idade Moderna (XVII), onde [...] notamos, nesses tempos, uma considerável diversificação do co- nhecimento humano e uma fragmentação dos órgãos de transmissão do saber. [...] Nessa fase a universidade se caracteriza pelas ações dog- máticas, ditadas, como verdades incontestáveis, de cátedras. Os dog- mas eram impostos – ensinados – através de teses autoritariamente demonstrativas. Tais teses, se contestadas, geravam ira das autoridades A FUNÇÃO DA UNIVERSIDADE – TRIPÉ: ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E18 e das instituições guardiães da ortodoxia, o que implicava sempre em penas que variavam de acordo com a gravidade da contestação, como a fogueira, prisão, afastamento das funções, perda da cátedra, excomu- nhão, index, etc. (LUCKESI, et al., 2003, p. 32). As “cátedras” apontadas na citação acima, referem-se ao que, hoje, chamamos de disciplinas. Já nesse ponto podemos propor um questionamento e uma refle- xão a partir do seguinte ponto: o que hoje podemos verificar como diferente das universidades da Idade Média? Passando para o século XVIII vemos a chegada, o surgimento dos chamados enciclopedistas, também ligado ao que foi denominado movimento iluminista, que vem para questionar o tipo de saber transmitido de forma imposta. Já no século seguinte (XIX), [...] com a nascente industrialização, o responsável pelo ‘golpe’ à uni- versidade medieval e pela entronização da universidade napoleônica – na França – caracterizada pela progressiva perda do sentido unitário da alta cultura e a crescente aquisição do caráter profissional, profis- sionalizante, na linha do espírito positivista, pragmático e utilitarista do Iluminismo. A universidade napoleônica, além de surgir em função de necessidades profissionais, estrutura-se fragmentada em escolas su- periores, cada uma das quais isoladas em seus objetivos práticos (LU- CKESI, et al., 2003, p. 32). Com o advento da universidade napoleônica, na França, busca-se trazer, para o centro da formação do ensino superior, a questão da pesquisa. Aqui e acolá, ainda hoje, sofremos resquícios dessa época: o ensino autoritá- rio, onde o professor assume a postura de quem detém o critério de verdade e o aluno simplesmente repete o professor e os livros de texto ou manuais; a arraigada dificuldade para o livre debate das ideias, etc. (Cipriano Luckesi) A Universidade no Mundo Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 19 Nesse momento de transformação do surgimento de novos espaços e ideias, quando novos propósitos vêm à tona, no que diz respeito ao papel da Universidade, teve, em 1810, o surgimento da Universidade de Berlim, conforme podemos verificar a seguir: [...] o marco dessa transformação ocorre em 1810, quando da criação da Universidade de Berlim (Alemanha), por Humboldt. A universida- de moderna, enquanto centro de pesquisa, é, portanto, uma criação alemã, preocupando-se em preparar o homem para descobrir, formular e ensinar ciência, levando em conta as transformações da época (LU- CKESI, et al., 2003, p. 33). Jaspers, um autor e pensador da época, ao reafirmar e dar sentido à Universidade de Berlim, relata que: [...] ensinar... é participar do processo de pesquisa. Só o homem vol- tado para a pesquisa pode realmente ensinar; do contrário, ele reduz seu trabalho a transmitir um pensamento inerte, mesmo sendo peda- gogicamente ordenado, no lugar de comunicar a vida do pensamento (JASPERS apud FÁVERO, 1975, p. 20). Verificamos, assim, à preocupação e entendimento de que a Instituição forma- dora deve ir além do mero repasse de conteúdo e que a formação e a educação é uma via de mão dupla. No que diz respeito a criação das universidades no mundo, no século XII, temos também os países da Europa, como Inglaterra, França, Itália - a Europa é tida como um dos expoentes e precursores do Ensino Superior no Mundo. Logo, a partir dos séculos XIX-XX as IES (Instituições de Ensino Superior) estariam e estavam disseminadas por todos os continentes. Em 1851, na Irlanda, foi criada a Universidade de Dublin, tendo como seu fundador o Cardeal Newmam, que aspirava difundir o pensamento de que a universidade deve ser o centro da criação e difusão do saber (cf. LUCKESI, et al., 2003, p. 33). Sendo assim, quanto à criação das Universidades da Europa, observamos que: [...] que nesse esforço de construção [...] uma busca pela livre autono- mia universitária, como condição indispensável para questionar, inves- tigar, propor soluções de problemas levantados pela atividade humana. A sociedade como um todo cabia suscitar e manter um clima de li- berdade, como garantia de uma ação racional de crítica, de autonomia A FUNÇÃO DA UNIVERSIDADE – TRIPÉ: ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E20 cultural da nação, condições necessárias a um povo que buscava ter identidade e autodeterminação social e política (LUCKESI, et al., 2003, p. 33). A busca pela criação e implantação de uma universidade que proporcionasse a formação de um cidadão autônomo e crítico não é uma ideia recente; esse enten- dimento atravessa séculos. Contudo, a sua prática ainda enfrenta desafios, ainda temos resquícios de uma formação depositária. A seguir você poderá observar, no quadro esquemático, as características das principais Universidades, ao longo da história, percebendo que em todos os períodos contou-se com estudiosos e pensadores que buscavam uma educação que fosse além dos ensinamentos formais e científicos: Quadro 1 - Características das principais Universidades no Mundo Idade Média Universidade como órgão de elaboração do pensamento da época, identificada com sua cultura, centro de debates e dis- cussões e a exigência de seriedade, rigor e lógica na demons- tração das verdades. O surgimento daUniversidade do debate, porém com a devida vigilância da ortodoxia na produção intelectual. Renascença A Universidade era compreendida como guardiã e defensora das verdades definidas e estáticas, porém depois percebe que o conhecimento só evolui se é passível de crise, de questiona- mento. Universidade Alemã Entendimento da Universidade como Centro de Pesquisa. Universidade de Dublin A Universidade deveria ter uma dimensão de criação e difusão do saber e da cultura. Fonte: adaptado de Luckesi et al. (2003, p. 38). A Universidade no Brasil Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 21 A UNIVERSIDADE NO BRASIL Muitos estudos já foram publicados acerca do surgimento das Universidade no Brasil, muitas abordagens, reflexões e interpretações foram realizadas sobre essa temática. Nesse momento, trazemos para você algumas informações relevantes acerca da história da educação superior no Brasil a partir de literaturas estudadas, a fim de contribuir com a proposta deste material, com um olhar crítico e informativo. Depois de passear, brevemente, pelo entendimento e surgimento das insti- tuições de Ensino Superior em alguns países, vamos compreender como se deu a história desse processo educacional no Brasil, afinal, hoje voce faz parte desta construção. Nossa história foi um pouco diferente, pois, [...] os primeiros sinais da instituição universitária brasileira aparecem com a marca europeia da universidade napoleônica: são vários cursos profissionalizantes em instituições isoladas e nível superior. Na década de trinta nasce, com Anísio Teixeira, a ideia de uma universidade cen A FUNÇÃO DA UNIVERSIDADE – TRIPÉ: ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E22 tro livre de debate de ideias tomam corpo e ressurgem esperanças de uma universidade nova, livre, criadora, encarnada e crítica (LUCKESI, et al., 2003, p. 38). De acordo com Junior e Bittar (1999), no Brasil, as primeiras ações de educação foram iniciadas em 1549, com a chegada dos Jesuítas, uma ação com objetivo de civilizar os “nativos” que habitavam o Brasil, bem como integrar os índios aos “padrões europeus” da época. No entanto, apesar desse interesse em “civilizar” os nativos que aqui se encontravam as prioridades da metrópole lusitana sempre foram fiscalizar e defender a colônia, arrancando dela todas as riquezas pos- síveis. E, desse modo, se não fosse por interesse das ordens religiosas em “educar” os aborígines que aqui se encontravam, nada em matéria de ensino teria sido realizada no Brasil Colônia (RAUBER e COSTA, 2009, p. 244). Contudo, Não podemos deixar de reconhecer que os portugueses trouxeram um padrão de educação próprio da Europa, o que não quer dizer que as populações que por aqui viviam já não possuíam características pró- prias de se fazer educação [...]. Quando os jesuítas chegaram por aqui eles não trouxeram somente a moral, os costumes e a religiosidade eu- ropéia; trouxeram também o método pedagógico (RAUBER, 2008, p. 52-53). Ao observarmos a história da educação no Brasil, vamos percebendo que esta parte desde a ideia de “doutrinar” os índios que aqui moravam, passando pelo modelo europeu de formação profissional, até que chegássemos ao modelo que temos hoje. Esta é uma construção que levou muitos anos e, se observarmos atenta- mente o Quadro 2, veremos que a criação das Universidades no Brasil seguiram num ritmo mais lento do que em outros países, sendo que algumas delas deixa- ram de existir, ou mudaram sua configuração, considerando a questão política do nosso país: A Universidade no Brasil Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 23 Quadro 2 - As primeiras Universidades no Brasil Ano de Criação 1808 Faculdade de Medicina da Bahia. 1854 Faculdades de Direito de São Paulo e Recife. 1874 Escola Militar e Escola Politécnica do Rio de Janeiro. 1876 Escola de Engenharia de Ouro Preto (Minas Gerais). 1892 Universidade do Paraná. 1909 Escola Universitária Livre de Manaus. Escola de Aprendizes Artífices. 1914 Escola de Farmácia e Odontologia de Alfenas. 1927 Universidade de Minas Gerais. 1933 Escola Paulista de Medicina. 1934 Universidades de São Paulo. Faculdade Federal de Direito. Instituto Ciências e Letras de Cuiabá. 1943 Universidade Rural do Brasil. 1947 Universidade do Rio Grande do Sul. 1948 Universidade Estadual Rural de Minas Gerais 1953 Faculdade de Filosofia de São Luís do Maranhão. Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro. 1955 Universidade da Paraíba. 1958 Universidade do Rio Grande do Norte. 1960 Universidade Federal de São Paulo. Universidade Federal Rural do Rio Grande do Sul. 1971 Centro Universitário do Acre. Fonte: adaptado de MEC ([2017], on-line)1. Algumas das Universidades brasileiras surgiram ao longo da Primeira República, porém algumas delas não se mantiveram ativas por muito tempo, como por exemplo: A FUNÇÃO DA UNIVERSIDADE – TRIPÉ: ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E24 ■ A Universidade de Manaus, criada em 1909 sofreu com a falta de acadê- micos e recursos; ■ A Universidade São Paulo (1911), que era particular e foi a primeira uni- versidade a realizar projetos de extensão. Porém encerrou suas atividades no ano de 1917, devido as suas críticas a outras escolas e seus profissionais, o governo cria suas instituições e restringe a ação de alguns profissionais, reconhecendo apenas aqueles formados por instituições governamentais; ■ A Universidade do Paraná (1982), em Curitiba, encerrou suas atividades em 1915, pois de acordo com a Reforma Carlos Maximiliano não se con- cedia equiparação de universidades em capitais com menos de 1 milhão de habitantes. ■ Contudo, temos também Universidades criadas na Primeira República que perduraram, como: ■ Universidade do Rio de Janeiro, criada em 1920; ■ Universidade de Minas Gerais, criada em 1927; ■ Universidade do Rio Grande do Sul, criada em 1928. O Ministério da Educação (MEC) foi criado em 1930 com o nome de Minis- tério da Educação e Saúde Pública, o qual desenvolvia atividades relaciona- das à saúde, esporte e meio ambiente e os assuntos pertinentes à educação eram tratados pelo Departamento Nacional do Ensino, ligado ao ministério da Justiça. Até então, as influências positivistas na educação brasileira fa- voreciam um modo de funcionamento administrativo descentralizado e de (ao menos relativa) liberdade de ensino. Em 1931, foi promulgado o Decreto 19.851, denominado de Estatuto das Universidades Brasileiras, a partir da centralização político-administrativa do ensino superior. Até 1953, foi o Mi- nistério da Educação e Saúde, e com autonomia dada área da saúde, surge o Ministério e Cultura, com sigla MEC. Fonte: adaptado de Arroyo (2010, p. 24). A Universidade no Brasil Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 25 A Educação Superior no Brasil também refletiu e ainda reflete a realidade sócio-econômico-cultural do país, pois, ao observarmos o seu surgimento e desenvolvimento ao longo dos anos, podemos constatar desde a vontade de ins- truir e desenvolver o povo trazido pelos jesuítas (mesmo com forte viés religioso) até a repressão junto a pensadores e professores na época da ditadura militar. As bases universitárias, insatisfeitas com as tomadas de posição e com as decisões autoritárias, a exemplo da lei 5.540-68 (Lei da Reforma Uni- versitária), cujos efeitos, hoje, são nada animadores, mantém acesa a esperança de que seja revitalizado o processo de transformação da uni- versidadebrasileira, ao lado do sistema educacional, ao tempo em que estuda para descobrir como interferir nos rumos da educação nacional. É, então, na perspectiva de participar e interferir que a universidade é, urgentemente, a abandonar seu papel tradicional de receptora e trans- missora de uma cultura técnico-científica importante, com o rótulo de ‘desinteressada’, e assumir a luta pela conquista de uma cultura, de um saber comprometido com os interesses educacionais (LUCKESI et al., 2003, p. 36). A universidade deve ter como objetivos transmitir o conhecimento estabelecido, bem como criar novos conhecimentos. Para tanto, existem vários agentes nesse processo: professores, acadêmicos e funcionários da instituição de ensino; todos, de uma forma ou de outra, produzem conhecimentos. Essa interação entre os agentes do processo podem se valer das mais variadas metodologias, a fim de que juntos cheguem ao objetivo exposto anteriormente, para que este não se perca. Sendo a Universidade uma instituição central da sociedade, a qual está radicalmente interligada às transformações contemporâneas, não é possível explicá-la, tendo por base uma única ideia, pois apresenta determinada pluralidade e complexidade no que diz respeito aos fenô- menos humanos e ao conhecimento produzido, disseminado e modi- ficado nesse contexto (DIAS SOBRINHO, 2005 apud ARAÚJO, 2014, p. 16). Logo, ressaltamos que quando pensamos o processo da instauração do ensino superior em nosso país devemos lembrar que este também faz parte do movi- mento contraditório que contempla a nossa sociedade. Lembrando, ainda, que esta construção trouxe consigo modelos adotados de outros países, por exemplo: Alemanha e Inglaterra, as quais traziam consigo a concepção de que a educa- ção superior possuía funções que englobavam a transmissão da cultura, saberes A FUNÇÃO DA UNIVERSIDADE – TRIPÉ: ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E26 acumulados historicamente advindo das relações humanas, ensino de profissões e aprendizagem e criação de novos conhecimentos. Hoje, [...] as universidades públicas brasileiras são instituições criadas para atender às necessidades do país. Estão distribuídas em todo o territó- rio nacional e em toda a sua existência sempre estiveram associadas ao desenvolvimento econômico, social, cultural e político da nação, constituindo-se em espaços privilegiados para a produção e acumula- ção do conhecimento e a formação de profissionais cidadãos (BRASIL, 2000/2001, on-line)2. E você já parou para pensar quais as transformações que a universidade tem proporcionado a sua vida? Quais conhecimentos adquiriu? Como você avalia seu senso crítico? Consegue, neste momento da sua formação, perceber quan- tos novos conhecimentos você organizou e articulou? Uma coisa deve ficar clara: a universidade está posta na sociedade, sobretudo, para formar cidadãos melhores e conscientes, profissionais que se coloquem à serviço da sociedade a partir da especificidade da sua profissão, visa formar pro- fissionais éticos, competentes e comprometidos. Por fim, como você se percebe neste processo? Lembrando que a formação superior é uma via de mão dupla, na qual eu aprendo e também ensino, todos são fortalecidos nesta construção, e isso independe se a sua instituição forma- dora é pública ou privada, se você faz parte do ensino presencial ou a distância; hoje o universo do conhecimento e formação superior transpõe muros e bar- reiras espaciais. Tripé: Ensino – Pesquisa – Extensão Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 27 TRIPÉ: ENSINO – PESQUISA – EXTENSÃO O eixo fundamental da Universidade, no Brasil, é constituído por um tripé for- mado pelo Ensino, a Pesquisa e a Extensão. Esse tripé é previsto na Legislação que norteia as atividades universitárias. De acordo com a Constituição Federal do Brasil de 1988, em seu artigo 207, “[...] as universidades [...] obedecerão ao princípio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão (BRASIL, 1988).” Essas funções devem ser contempla- das e praticadas pelas universidades brasileiras de forma igualitária e equiparada, caso contrário estarão em desacordo com o que rege a Constituição Federal. “A indissociabilidade é um princípio orientador da qualidade da produção universi- tária, porque afirma como necessária a tridimensionalidade do fazer universitário autônomo, competente e ético” (MOITA; ANDRADE, 2009, p. 269). Para que realmente ocorra a indissociabilidade é necessário que a universi- dade tenha clareza da sua função e seu papel consolidado ao longo da história brasileira, ou seja, longos 200 anos. Este tripé (Ensino-Pesquisa-Extensão) deve constituir-se enquanto forma de proporcionar um diálogo interdisciplinar entre seus agentes, em que os obje- tivos devem seguir na busca por relacionar saberes, conhecimentos, atingindo, A FUNÇÃO DA UNIVERSIDADE – TRIPÉ: ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E28 assim, o objetivo da Universidade. Ospina (1990, p. 31) afirma que “as funções seriam formar ou ensinar, investigar ou pesquisar e servir ou exercer a ativi- dade de extensão”. A partir dessa premissa, podemos entender que o ensino universitário engloba não só a transmissão do conhecimento em sala de aula, mas a pesquisa, que pode ser pura ou aplicada e a objetivação da pesquisa aplicada, por meio da extensão. Faz-se necessário compreender que é preciso ir além da ideia de que o espaço e a função da universidade deve transcender a mera transmissão ou depósito de conhecimento; deve-se, assim, buscar a construção de saberes ligados às reais necessidades cotidianas. De acordo com Mora-Osejo e Borda (2004, p. 720 apud MOITA; ANDRADE, 2009, p. 271), “[...] precisa-se de universidades participativas, comprometidas com o bem comum, em especial com as urgências das comunidades de base [...], de modo a favorecer a substituição de definições discriminatórias entre o aca- dêmico e o popular”. O que realmente significa cada item desse tripé? Vamos verificar cada um deles: O ENSINO Quando falamos em Ensino, temos consciência de que o termo nos é muito fami- liar, pois nos remete às instituições escolares (formais e não formais), das quais já fizemos e fazemos parte ao longo de nossa vida. Certamente a compreensão de ensino está bem ligada à concepção de alguém que ensina X alguém que aprende, numa relação unilateral de aprendizagem. Compreender o conceito de ensino vai além dessa via de mão única, em que um ensina e outro aprende, num processo de transferência. De acordo com Paulo Freire (1993, p. 9), em seu livro Política e Educação, “Ninguém educa nin- guém, como tampouco ninguém se educa a si mesmo: os homens se educam em comunhão, mediatizados pelo mundo”. Nessa perspectiva compreendemos o processo de ensino-aprendizagem. Ensino é o termo bastante familiar para as instituições escolares, organizações não-es- colares, movimentos sociais emergentes e os mais diversos segmentos sociais. Palavra familiar quando entendida como mera transmissão e reprodução de conhecimentos e subsequente recepção por parte do aprendiz. Ensinar não se caracteriza com o simples ato de tranferir conhecimentos por aqueles que sabem àqueles que não sabem; a palavra ensino não chega a ter esse sentido para a totalidade dos que participam da vida escolar e dos segmentos sociais. É indispensável, pois, repensar o conceito de ensino a �m de adequá-lo ao momento histórico presente (com vistas ao futuro próximo) e fazer com que as atividades didáticas escolarizadas se voltem para o desenvolvimento das formas superiores de pensamento, de ação e que possam resultar para o educando numa sólida formação política e cientí�ca a respeito do mundo da natureza edo mundo da cultura. Para se obter qualidade no ensino, necessitam-se selecionar procedimentos didáticos que promovam o aprendizado crítico de conteúdos, habilidades, hábitos e valores. A insistência nessa concepção reside no fato de o desenvolvimento social alcançado por nossa sociedade exigir da educação universitária um caráter cientí�co. Isso sifni�ca que os conteúdos programáticos tenham correspondência concreta com os avanços das ciências, a �m de garantir ao futuro pro�ssional a assimilação crítica do conhecimento atualizado, isto é, assimilá-lo historicamente. Essa concepção de ensino e respectivos métodos de trabalho pedagógico ofere- cem, certamente, elementos concretos para a construção de alternativas para a junção dialética entre o ensino, a pesquisa e a extensão. Tripé: Ensino – Pesquisa – Extensão Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 29 A partir desta concepção, vamos agora compreender o que se entende por ensino, enquanto parte do tripé: Ensino-Pesquisa-Extensão, componentes que integram o papel da universidade em nosso país. Quadro 3 - Compreendendo o ensino enquanto componente do tripé Fonte: as autoras. Ainda sobre o Ensino na discussão acerca da indissociabilidade entre Pesquisa- Ensino-Extensão, vale observar a seguinte colocação, encontrada no Plano Nacional de Extensão Universitária (2000/2001, on-line)²: [...] quanto ao ensino, discute-se e aprofunda-se um novo conceito de sala de aula, que não se limite ao espaço físico da dimensão tradicional, mas compreenda todos os espaços, dentro e fora da universidade, em A Pesquisa é produto natural do amadurecimento do ensino. É o aprofundamento do conhecimento já existente, nascido da busca por soluções, da busca pelo novo, do gosto pela investigação, pela descober- ta. Em síntese, a pesquisa é, na verdade, um excelente exercício de maturidade cientí�co-sociocultural. Pesquisar signi�ca, efetivamente, participar de um novo universo qualitativo, constantemente transofrmado e quantitativamente enriquecido pelos novos conhecimentos que se vão somando ao longo desse processo. A Pesquisa é a atividade que dá sustentação ao ensino universitário, o que signi�ca dizer, literal- mente, que não existe universidade sem pesquisa. A Pesquisa assume interesse especial à possibilidade de produção de conhecimento na interface universi- dade/comunidade, priorizando as metodologias participativas e favorecendo o diálogo entre categorias utilizadas por pesquisados e pesquisadores, visando à criação e recriação de conhecimentos possibilitado- res de transformações sociais, em que a questão central será identi�car o que deve ser pesquisado e para quais �ns e interesses se buscam novos conhecimentos. Essa concepção de ensino e respectivos métodos de trabalho pedagógico oferecem, certamente, elementos concretos para a construção de alternativas para a junção dialética entre o ensino, a pesquisa e a extensão. A FUNÇÃO DA UNIVERSIDADE – TRIPÉ: ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E30 que se realiza o processo histórico-social com suas múltiplas determi- nações, passando a expressar um conteúdo multi, inter e transdiscipli- nar, como exigência decorrente da própria prática. A PESQUISA Quanto à Pesquisa, enquanto um dos elementos do tripé Ensino-Pesquisa- Extensão, é importante que você saiba que [...] o primeiro compromisso da pesquisa universitária é com a gera- ção de conhecimento novo e com a transmissão desse conhecimento às salas de aula, o que só é possível com a detenção de saber próprio e a qualificação científica progressiva de seus professores (MARTINS FILHO, 1997, on-line)3. Ainda sobre a pesquisa, é importante observarmos no Quadro 4: Quadro 4 - Compreendendo a pesquisa enquanto componente do tripé Fonte: as autoras. Tripé: Ensino – Pesquisa – Extensão Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 31 Ao estudarmos e nos aproximarmos da tríade, Ensino–Pesquisa-Extensão, vemos que o termo Pesquisa é muito mais reconhecido que a discussão acerca do ensino, contudo, a pesquisa não é um elemento consideravelmente proposto e promo- vido pela maioria das IES. A pesquisa, tanto a básica quanto a aplicada, necessita, ao lado do en- sino e da extensão, constituir-se como uma atividade progressivamente constante nos meios acadêmicos e nas atividades de difusão de conhe- cimentos e de intervenção em problemas efetivos da sociedade. Essas atividades, conforme o caso, são realizadas não só nos meios acadêmi- cos mas também nos meios não-acadêmicos. Assim, por exemplo, o contato interativo com problemas específicos da sociedade pode pro- vocar nos pesquisadores a necessidade de transformarem os resultados de suas investigações em ações cognitivas e práticas (cognição-prá- tica-cognição) que possam auxiliar a comunidade a resolver os seus problemas. Esse contato interativo tem, ainda, despertado em muitos pesquisadores, inquietações que os auxiliam na definição de temas e problemas concretos de pesquisa (PLANO NACIONAL DE EXTEN- SÃO UNIVERSITÁRIA, 2000/2001, on-line)2. A EXTENSÃO O conceito de extensão foi formulado em comum acordo durante o Fórum Nacional de Pró-Reitores de Extensão das Universidades Públicas Brasileiras, realizado no ano de 1987, no qual chegou ao entendimento de que a extensão é o “[…] processo educativo, cultural e científico que articula o ensino e a pesquisa de forma indissociável e viabiliza a relação transformadora entre a universidade e a sociedade” (PLANO NACIONAL DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA, 2000- 2001, on-line)2. Ainda sobre as conceituações realizadas durante este Fórum, entendeu-se que: A FUNÇÃO DA UNIVERSIDADE – TRIPÉ: ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E32 Quadro 5 - Conceituação de Extensão Universitária - Fórum Nacional de Pró Reitores (1987) Fonte: adaptado de Plano Nacional de Extensão Universitária (2000/2001, on-line)2. Veremos mais sobre a extensão na próxima unidade. INDISSOCIABILIDADE: O ENSINO – A PESQUISA - A EXTENSÃO Retomamos o artigo 207 da Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 1988), no qual diz: “as universidades gozam de autonomia didático- -científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial, e obedecerão ao princípio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão”, para apresen- tarmos brevemente a articulação entre o Ensino-Pesquisa-Extensão, a qual damos o nome de princípio da indissociabilidade: Tripé: Ensino – Pesquisa – Extensão Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 33 [...] o princípio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão reflete um conceito de qualidade do trabalho acadêmico que favorece a aproximação entre universidade e sociedade, a auto-reflexão crítica, a emancipação teórica e prática dos estudantes e o significado social do trabalho acadêmico. A concretização deste princípio supõe a realiza- ção de projetos coletivos de trabalho que se referenciem na avaliação institucional, no planejamento das ações institucionais e na avaliação que leve em conta o interesse da maioria da sociedade (ANDES, 2003 p. 18 on-line). A partir do exposto, na citação anterior, ressaltamos que o fato do princípio estar presente e explícito na lei não garante que o mesmo aconteça na prática das universidades. Ao se afirmar que a extensão é parte indispensável do pensar e fazer universitários assume-se uma luta pela institucionalização dessas ativi- dades, tanto do ponto de vista administrativo como acadêmico, o que implica a adoção de medidas e procedimentos que redirecionama pró- pria política das universidades. Ao reafirmar o compromisso social da universidade como forma de inserção nas ações de promoção e garan- tia dos valores democráticos, de igualdade e desenvolvimento social, a extensão se coloca como prática acadêmica que objetiva interligar a universidade, em suas atividades de ensino e pesquisa, com as deman- das da sociedade. O Plano Nacional de Educação (PNE), através da Lei 10.172, de 09 de janeiro de 2001, aponta, em suas diretrizes, que a educação superior tem como núcleos estratégicos as Universidades e estas devem atender às diferentes demandas e funções, inclusive aquelas vinculadas ao ensi- no, à extensão e à pesquisa atribuídas pela Constituição. (PLANO NA- CIONAL DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA, 2000-2001, on-line)². Voltamos a dizer que somente a presença das leis não garantem a indissociabilidade. E como podemos compreender a relação, articulação e complementaridade dos elementos deste tripé na Universidade? Vejamos no Quadro 6. A FUNÇÃO DA UNIVERSIDADE – TRIPÉ: ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E34 Quadro 6 - Pesquisa, ensino e extensão RELAÇÃO ENSINO E EXTENSÃO: Na reflexão e entendimento da relação ensino e extensão se percebe o discente como protagonista de sua formação tanto no que diz respeito às competências necessárias para atuação profissional (formação técnica) quanto no processo de reconhecer-se como agente de transformação social e garantia de direitos e deveres (formação cidadã). Dessa maneira, emerge um novo conceito de ‘sala de aula’, que não mais se limita ao espaço físico tradicional de ensino-aprendizagem. ‘Sala de aula’ são todos os espaços, dentro e fora da Universidade, em que se apreende e se (re)constrói o processo histórico-social em suas múltiplas determi- nações e facetas. O eixo pedagógico clássico “estudante - professor” é substituído pelo eixo “estu- dante – professor - comunidade”. O estudante, assim como a comunidade com a qual se desenvolve a ação de Extensão, deixa de ser mero receptáculo de um conhecimento validado pelo professor para se tornar participante do processo. RELAÇÃO PESQUISA E ENSINO: A indissociabilidade ensino, extensão e pesquisa, promovem, no âmbito da pes- quisa e do ensino, possibilidades de melhorar a trajetória acadêmica do discente e do docente para que os mesmos se envolvam na formação do profissional, garantindo a efetividade de todas as funções da Universidade. RELAÇÃO EXTENSÃO E PESQUISA: Esta relação proporciona a articulação entre Universidade e outros setores da sociedade, visando à produção de conhecimento. A extensão utiliza, principal- mente, as metodologias participativas no formato investigação-ação, as quais promovem métodos de análise que consideram o diálogo e a participação dos atores sociais. Diante da relação extensão e pesquisa, a Política Nacional de Ex- tensão defende o desenvolvimento de dois processos da vida acadêmica. O primeiro refere-se à incorporação de estudantes de pós-graduação em ações extensionistas. Essa importante forma de produção do conhecimento – a Ex- tensão Universitária – pode e deve ser incorporada aos programas de mestrado, doutorado ou especialização, o que pode levar à qualificação tanto das ações extensionistas quanto da própria pós-graduação. O segundo desenvolvimento, que aqui se defende, é a produção acadêmica a partir das atividades de Extensão, seja no formato de teses, dissertações, livros ou capítulos de livros, artigos em periódicos e cartilhas, seja no formato de apre- sentações em eventos, filmes ou outros produtos artísticos e culturais. Tripé: Ensino – Pesquisa – Extensão Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 35 Vertente do Ensino Quando prepara ou executa uma aula, o docente deve se questionar acerca do conhecimento fundamental que o es- tudante, na área de conhecimento que está sendo trabalhada, precisa para dar conta da episteme e da profissão. ESTAS AÇÕES SE DÃO DE FORMA CONCOMITANTE. Vertente da Pesquisa É preciso fazer a pergunta ao estudante sobre como ajudar esse estudante a aprender o método de construção desse conhecimento. Vertente da Extensão Ajudar o estudante a compreender com que interesse o conhecimento foi pro- duzido e socializado, bem como a sua relevância social e ética. Fonte: adaptado de Moita e Andrade (2009). A intenção da indissociabilidade do tripé está ligada à formação integral do acadê- mico, enquanto ser em formação. Devem ser aplicadas e vivenciadas nas atividades realizadas dentro e fora da sala de aula, nas atividades extras e curriculares. Essa indissociabilidade “[…] é um princípio orientador da qualidade da pro- dução universitária, pois afirma como é necessária a tridimensionalidade do fazer universitário autônomo, competente e ético” (MOITA; ANDRADE, 2009, p. 269). Destarte, observando todo material apresentado nesta unidade de estudo, vamos concluindo e refletindo que: [...] diante do sistema educacional, como um todo, a universidade pode ser definida como uma rede de conversações acadêmicas e científicas que se entrecruzam nas atividades/práticas de produção e socializa- ção do conhecimento (ANDRADE, 2003 apud BEDIM, 2006, p. 12). Instituída no sistema social do País como subsistema, reproduz o modo geral das relações sociais, justificando sua importante função educativa e promovendo atividades de produção e socialização do conhecimento. No entanto, nem sempre as redes de conversação existentes na univer- sidade legitimam ou refletem as redes que se apresentam na sociedade. Dessa forma, a universidade passa a ser, potencialmente, um foco pri- mordial de mudanças estruturais da sociedade (BEDIM, 2006, p. 12). A FUNÇÃO DA UNIVERSIDADE – TRIPÉ: ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E36 Como podemos compreender a Educação na Constituição Federal de 1988? De acordo com a CF 1988 em seu Capítulo III - da Educação, da Cultura e do Desporto, Seção Da Educação: Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho (BRASIL, 1988). E o que são as universidades? Para, enfim, respondermos a esta pergunta, encer- ramos com a apresentação do que nos apresenta a Lei de diretrizes e bases (Lei 9394/96): Art. 52º. As universidades são instituições pluridisciplinares de formação dos quadros profissionais de nível superior, de pesquisa, de extensão e de domínio e cultivo do saber humano, que se caracterizam por: Criação da LDB A primeira LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional foi promul- gada em 1961, que foi palco de outros importantes acontecimentos para a universidade brasileira. Um deles foi a fundação da Universidade de Brasí- lia (UnB), concebida por Darcy Ribeiro e Anísio Teixeira, que se fundava nos princípios de autonomia e de democracia interna. A UnB constituiu-se num projeto arrojado para o momento, incorporando muitas ideias que susten- taram os projetos da USP e da UDF, exercendo forte influência na constru- ção de uma ideia de universidade no Brasil. Mantém o compromisso com a formação das elites dirigentes, sem referir-se ao caráter seletivo e, portanto, excludente da universidade brasileira. O processo que gerou um novo para- digma para a universidade brasileira ocorreu no início da década de 1960, a partir do movimento deflagrado por estudantes universitários [...]. Este movimento, com base nas teses elaboradas por Álvaro Vieira Pinto (1986), reorienta as discussões sobre a universidade ao colocar como questões fun- damentais as perguntas: para quem e para que serve a universidade?Fonte: adaptado de Mazzilli (2011, p. 210-211). Tripé: Ensino – Pesquisa – Extensão Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 37 I - produção intelectual institucionalizada mediante o estudo sistemá- tico dos temas e problemas mais relevantes, tanto do ponto de vista científico e cultural, quanto regional e nacional; II - um terço do corpo docente, pelo menos, com titulação acadêmica de mestrado ou doutorado; III - um terço do corpo docente em regime de tempo integral. Parágrafo único. É facultada a criação de universidades especializadas por campo do saber. Art. 53º. No exercício de sua autonomia, são asseguradas às universi- dades, sem prejuízo de outras, as seguintes atribuições: I - criar, organizar e extinguir, em sua sede, cursos e programas de edu- cação superior previstos nesta Lei, obedecendo às normas gerais da União e, quando for o caso, do respectivo sistema de ensino; II - fixar os currículos dos seus cursos e programas, observadas as dire- trizes gerais pertinentes; III - estabelecer planos, programas e projetos de pesquisa científica, produção artística e atividades de extensão; IV - fixar o número de vagas de acordo com a capacidade institucional e as exigências do seu meio; V - elaborar e reformar os seus estatutos e regimentos em consonância com as normas gerais atinentes; VI - conferir graus, diplomas e outros títulos; VII - firmar contratos, acordos e convênios; VIII - aprovar e executar planos, programas e projetos de investimen- tos referentes a obras, serviços e aquisições em geral, bem como admi- nistrar rendimentos conforme dispositivos institucionais; IX - administrar os rendimentos e deles dispor na forma prevista no ato de constituição, nas leis e nos respectivos estatutos; X - receber subvenções, doações, heranças, legados e cooperação finan- ceira resultante de convênios com entidades públicas e privadas. Parágrafo único. Para garantir a autonomia didático-científica das uni- versidades, caberá aos seus colegiados de ensino e pesquisa decidir, dentro dos recursos orçamentários disponíveis, sobre: A FUNÇÃO DA UNIVERSIDADE – TRIPÉ: ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E38 I - criação, expansão, modificação e extinção de cursos; II - ampliação e diminuição de vagas; III - elaboração da programação dos cursos; IV - programação das pesquisas e das atividades de extensão; V - contratação e dispensa de professores; VI - planos de carreira docente. Art. 54º. As universidades mantidas pelo Poder Público gozarão, na forma da lei, de estatuto jurídico especial para atender às peculiarida- des de sua estrutura, organização e financiamento pelo Poder Público, assim como dos seus planos de carreira e do regime jurídico do seu pessoal. § 1º. No exercício da sua autonomia, além das atribuições asseguradas pelo artigo anterior, as universidades públicas poderão: I - propor o seu quadro de pessoal docente, técnico e administrativo, assim como um plano de cargos e salários, atendidas as normas gerais pertinentes e os recursos disponíveis; II - elaborar o regulamento de seu pessoal em conformidade com as normas gerais concernentes; III - aprovar e executar planos, programas e projetos de investimentos referentes a obras, serviços e aquisições em geral, de acordo com os recursos alocados pelo respectivo Poder mantenedor; IV - elaborar seus orçamentos anuais e plurianuais; V - adotar regime financeiro e contábil que atenda às suas peculiarida- des de organização e funcionamento; VI - realizar operações de crédito ou de financiamento, com aprova- ção do Poder competente, para aquisição de bens imóveis, instalações e equipamentos; VII - efetuar transferências, quitações e tomar outras providências de ordem orçamentária, financeira e patrimonial necessárias ao seu bom desempenho. § 2º. Atribuições de autonomia universitária poderão ser estendidas a instituições que comprovem alta qualificação para o ensino ou para a pesquisa, com base em avaliação realizada pelo Poder Público. Tripé: Ensino – Pesquisa – Extensão Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 39 A partir da leitura da lei citada, podemos dizer também que a universidade deve estar inserida na sociedade, assim como a sociedade deve estar inserida na universidade. Esta compreensão resume as atribuições das responsabilidades previstas em lei, bem como reforça a necessidade do Ensino-Pesquisa-Extensão serem compre- endidos e sobretudo praticados como núcleos indissociáveis e como princípios orientadores na/da formação acadêmica. Outra vantagem decorrente da articulação entre ensino, pesquisa e ex- tensão é o reconhecimento dos limites e peculiaridades de cada uma dessas três atividades. Nem toda pesquisa consiste em extensão, pois o conhecimento produzido pode ser encarcerado no debate teórico ou ser desenvolvido com objetivos que não sejam aqueles das populações que participaram na investigação. Já a extensão, caso seja orientada pela concepção da superioridade do saber científico em relação aos saberes produzidos pelos grupos atendidos, também pode incorrer no erro de fechar os olhos para esses últimos saberes e manter a separação entre o que Visvanathan (2004) chamou, por um lado, de ciência; e, por outro, de mundivisões alternativas (MOITA; ANDRADE, 2009, p. 273). Logo, a Universidade pode ser compreendida como uma instituição de ensino superior que compreende um conjunto de faculdades ou escolas superiores des- tinadas à especialização profissional e científica. Devendo ofertar atividades de ensino, de pesquisa e de extensão, que são serviços de atendimento à comuni- dade, nas diversas áreas do saber. Com base no exposto até o momento, cabe aqui um questionamento: a ati- vidade Extensionista é meramente assistencialista? A FUNÇÃO DA UNIVERSIDADE – TRIPÉ: ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E40 Como se ingressa em uma universidade? Você lembra de como foi o processo seletivo para você iniciar o curso de Serviço Social? Vamos ver a seguir alguma das maneiras do ingresso em uma universidade? Quadro 7 - Formas de ingressar no Ensino Superior no Brasil Para se ingressar em uma universidade é necessário concluir os estudos básicos (níveis fundamental e médio) e ser aprovado no processo seletivo do instituto de sua escolha. As regras desse processo podem variar de acordo com a instituição, mas geral- mente ele é realizado na forma de uma prova para avaliação dos conhecimentos gerais do indivíduo, sendo essa prova chamada de vestibular e as vagas preen- chidas de acordo com a colocação no mesmo. Outro critério classificatório é a nota pela qualidade dos estudos oferecidos que é avaliado pelo MEC (Ministério da Educação e Ciência) por meio de vários critérios. A principal função de uma universidade é compartilhar os conhecimentos necessários para o desenvolvimento de um novo profissional e para o abas- tecimento do mercado de trabalho sendo que este indivíduo deve ser for- mado de maneira eficiente para que saiba lidar com a extensão de suas ativi- dades e assim manter esse conhecimento em bom uso. [...] Outra função da universidade, porém, não menos importante, é a atualização dos conheci- mentos através dos projetos de pesquisa. Esses projetos têm por finalidade a gerar novos conhecimentos através de estudos e testes realizados sobre hipóteses levantadas das observações feitas nos conhecimentos anteriores, mas que ainda não foram testados para serem dadas como verdadeiras. Uma vez provada esta hipótese ela se torna um novo conhecimentos a ser partilhado nas salas de aula das universidades.Fonte: Que Conceito ([2017], on-line)4. Considerações Finais Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 41 Geralmente as maiores notas classificatórias do MEC são das universidades pú- blicas que, infelizmente, contam hoje com pouquíssimas vagas por curso e uma procura muito grande todos os anos fazendo sua seleção cada vez mais rigorosa e, cujos alunos, aptos a estudar, geralmente, vieram de escolas básicas privadas com excelente base de formação. Fonte: Que Conceito ([2017], on-line)4. E como podemos classificar as Universidades? No Brasil, as universidades são classificadas de duas maneiras distintas: [...] a primeira e mais simples de ser explicada é pela origem de seu dinheiro que pode ser público, e o órgão mantenedor é o gover- no e os alunos não necessitam pagar nada pela educação recebida. A segunda é privada onde os mantenedores são empresários ou institu- tos e a educação fornecida vem entre outras coisas com um custo men- sal que se não é pago desabilita a estudante do direito de permanecer estudando nela (QUE CONCEITO [2017], on-line)4. Enfim, caro(a) aluno(a), vimos um pouco da classificação das universidades, a forma de ingresso e o tripé Ensino, Pesquisa e Extensão, explicando-os e enten- dendo suas principais características. CONSIDERAÇÕES FINAIS A nossa caminhada rumo a reta final do curso já iniciou e, pelo o que você pode perceber, estamos ampliando nossos horizontes. Estamos caminhando por territórios que, a princípio, pode parecer que não possui relação com o serviço social. Porém, não podemos esquecer que o processo de formação profissional inicia com escolha de um curso específico, seguido de um vestibular e, por fim, o curso das disciplinas propriamente ditas. A partir desse processo de duração do curso, fazemos parte ativamente do tripé Ensino, Pesquisa e Extensão. A FUNÇÃO DA UNIVERSIDADE – TRIPÉ: ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E42 Participamos de aulas ao vivo, aulas conceituais, leituras, seminários, tra- balhos, fóruns, congressos, oficinas, projetos, pesquisas de iniciação científica, estágios obrigatórios e não obrigatórios, enfim, uma gama de propostas que exigem dedicação e envolvimento que fazem parte da construção da formação específica profissional. Precisamos rever nosso conceito acerca da Universidade, pois atualmente, ela já não é, e não deve ser compreendida como um espaço de transferência de saber, mas sim um espaço de troca e construção de saberes. A educação deposi- tária deve ser evitada. Não podemos compreender a formação profissional como um “banco”, onde se entra e sacamos informações somente. É necessário ter em mente que construímos a universidade diariamente, você, eu e todos os colaboradores fazemos parte desta construção e esta edifi- cação é inacabada, não tem fim, pois este espaço se renova permanentemente. O ensino, a pesquisa e a extensão fazem parte desse processo em diferentes momentos e se você se permitir entendê-los e vivenciá-los, com certeza saberá a contribuição que cada profissão tem na vida em sociedade. Sendo assim, compreenda que este momento formativo profissional é ape- nas a porta de entrada para a construção de um mundo melhor e que você tem sua parcela de participação, por isso, nunca deixe de aprender! 43 1. Analise o conceito a seguir: “...produto natural do amadurecimento do ensino. É o aprofundamento do conhe- cimento já existente, nascido da busca por soluções, da busca pelo novo, do gosto pela investigação, pela descoberta. Em síntese,[...] é, na verdade, um excelente exer- cício de maturidade científico-sociocultural” (SLEUTJES, 1999). Assinale a alternativa que correspondente ao conceito: a) Extensão Universitária. b) Pesquisa. c) Universidade. d) Ensino. e) Monografia. 2. Sobre a Extensão Universitária, analise as afirmativas a seguir: I. A primeira menção legal referente à Extensão Universitária tem data em 11 de abril de 1931, com base no Estatuto das Universidades Brasileiras, Decreto Lei nº 19.851, o qual dispõe sobre a Reforma do Ensino Superior da República. II. A Lei nº 5.540 de 1968, determina que “as universidades e a instituições de ensi- no superior deverão estender à comunidade suas atividades de ensino e o resul- tado da pesquisa, por meio de cursos e serviços especiais”. III. Entender a Extensão apenas como promoção de cursos ou apenas como presta- ção de serviços é restringi-la a um nível que a impede de alcançar sua dimensão acadêmica. Dificilmente nestas atividades realizadas de forma isolada, existe ar- ticulação com as demais atividades acadêmicas: o Ensino e a Pesquisa. IV. Extensão é processo educativo, cultural e científico que articula o ensino e a pes- quisa de forma indissociável e viabiliza a relação transformadora entre a univer- sidade e a sociedade. Assinale a alternativa correta: a) Apenas I e II estão corretas. b) Apenas II e III estão corretas. c) Apenas I está correta. d) Apenas II, III e IV estão corretas. e) Todas as alternativas estão corretas. 44 3. Julgue as afirmativas em Verdadeiro (V) ou Falso (F): ( ) Na reflexão entendimento da relação ensino e extensão, se percebe o discen- te, como protagonista de sua formação, tanto no que diz respeito às competências necessárias para atuação profissional (formação técnica) quanto no processo de re- conhecer-se como agente de transformação social e garantia de direitos e deveres (formação cidadã). ( ) A indissociabilidade ensino, extensão e pesquisa, promovem, no âmbito da pesquisa e do ensino, possibilidades de melhorar a trajetória acadêmica do discente e do docente, para que os mesmos se envolvam na formação do profissional, garan- tindo a efetividade de todas as funções da Universidade. ( ) A relação extensão e pesquisa proporciona a articulação entre Universidade e outros setores da sociedade, visando à produção de conhecimento. A extensão uti- liza, principalmente, as metodologias participativas no formato investigação-ação, as quais promovem métodos de análise que consideram o diálogo e a participação dos atores sociais. Assinale a alternativa correta: a) V; V; F. b) F; F; V. c) V; F; V. d) F; F; F. e) V; V; V. 4. Vimos, ao longo desta unidade, que as universidades gozam de autonomia didá- tico-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial, e obedecerão ao princípio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão. Relate, a seguir, o que significa neste contexto a indissociabilidade entre ensino-pesquisa-extensão: 5. De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases (Lei 9394/96), como são conceituadas as universidades? 45 REFORMAS DA EDUCAÇÃO SUPERIOR NO BRASIL PÓS-85: DESAFIOS À EXTENSÃO E À AUTONOMIA UNIVERSITÁRIAS Os anos 80, no Brasil, foram marcados por um movimento em direção a socialização do poder político, que, no âmbito da Educação, possibilitou o debate - quer na sociedade política quer na civil - sobre projetos diferenciados de reestruturação da política educa- cional. Apesar do intenso debate em torno de propostas sobre a reestruturação da universi- dade, tanto por parte do Governo quanto por parte do movimento docente, através da Associação Nacional de Docentes do Ensino Superior (ANDES) e dos dirigentes universi- tários, através do Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras (CRUB), a extensão universitária, per se, não se constituiu em tema prioritário nos primeiros anos da década de 80. Isso pode ser imputado, com relação ao Governo - praticamente omisso quanto à questão da extensão universitária - à crise de hegemonia existente na época, crise esta que impedia a utilização dessas atividades enquanto mecanismo ideológico de fortale- cimento do poder notadamente enfraquecido. A chamada “Nova República”(mar/85 a jan/90) foi o resultado de uma combinação de pressões populares “de baixo” e de operações transformistas “pelo alto”, ou seja, uma “revolução restauração” na concepção gramsciana. Contudo não se pode deixar de re- conhecer que houve um encaminhamento político diferente daqueles ocorridos em pe- ríodos anteriores da História do Brasil, como a Revolução de 1930 e o Governo Militar de 1964. É fundamental ter claro que esse Governo se diferenciava dos anteriores, por ser ne- cessariamente mais permeável à pressão social organizada; impedido pela sua própria composição de opor-se diretamente àquela pressão, lançou mão fartamente do recur- so às “Comissões de Alto Nível”, cujo objetivo fundamental era contornar a mobilização social direta, tentando esvaziar a representatividade das entidades da sociedade civil, deslocando assim o embate político, próprio de uma sociedade democrática, para o ter- reno “técnico” dos “especialistas” cuja “representatividade” era conferida pelo próprio go- verno e não pelos segmentos organizados da sociedade a quem se tentava minimizar. No campo educacional e, especificamente, no ensino superior, esse período caracteri- zou-se pelo aparecimento de várias propostas de reestruturação da universidade ela- boradas pelo Governo, (Comissão Nacional para Reformulação da Educação Superior, Programa Nova Universidade e Grupo Executivo para a Reformulação da Educação Su- perior) com forte apelo social, preenchendo uma lacuna na área de extensão universitá- ria sentida nos primeiros anos da década de 80. Fonte: Tavares (2017, 5. p)3. MATERIAL COMPLEMENTAR Construção Conceitual da Extensão Universitária na América Latina Dóris Santos de Faria Editora: EDU - UNB Sinopse: o livro “Contribuições para a Construção Conceitual da Extensão universitária na América Latina” reúne uma série de 11 artigos publicados pelos principais estudiosos brasileiros sobre o assunto. Identifi ca-se claramente que a conceituação de extensão universitária encontra-se em momento que deverá anteceder profunda reformulação, dado que quase todos os autores identifi cam as insufi ciências atuais, o que repercute na própria prática da extensão pelas universidades latino-americanas. Questionam- se as concepções de “tripé ensino-pesquisa-extensão” e sua (suposta) “indissociabilidade” da relação (“mão- dupla”) entre universidade e sociedade. Na web você encontra várias Revistas on-line, que abordam a temática da extensão universitária. Sugiro a leitura da Revista Brasileira de Extensão Universitária. Disponível em: <https://periodicos.uff s.edu.br/index.php/RBEU/index>. REFERÊNCIAS ARAÚJO, Carolina Morais. Implicações dos projetos de extensão universitária para a formação do professor de educação física. 2014. 88f. dissertação de mes- trado Disponível em: <http://bdtd.uftm.edu.br/bitstream/tede/322/5/Dissert%20 Carolina%20M%20Araujo.pdf>. Acesso em: 09 mai. 2017. ARROYO, Daniela Piccolo. A meta-avaliação e a extensão universitária: um estudo de caso. 2010. 173f. Dissertação Mestrado Área Avaliação Institucional – Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC). Campinas, 2010. BEDIM, Juçara Gonçalves Lima. Uma proposta de metodologias participativas na extensão universitária: o ensino de idiomas como uma vertente instrumental. 2006. 307f. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade Federal do Rio de Janeiro. Faculdade de Educação / Rio de Janeiro: UFRJ, 2006. Disponível em: <http://www. educacao.ufrj.br/ppge/teses/jucarabedim.pdf>. Acesso em: 09 mai. 2017. BRASIL. Decreto-lei n. 19.851, de 11 de abril de 1931. Dispõe que o ensino supe- rior no Brasil obedecerá, de preferência, ao sistema universitário, podendo ainda ser ministrado em institutos isolados, e que a organização técnica e administrativa das universidades é instituida no presente decreto, regendo-se os institutos isolados pelos respectivos regulamentos, observados os dispositivos do seguinte Estatuto das Universidades Brasileiras. 1931. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/decreto/1930-1949/d19851.htm>. Acesso em: 09 mai. 2017. ______. Lei n. 5.540 de 28 de novembro de 1968. Fixa normas de organização e funcionamento do ensino superior e sua articulação com a escola média, e dá ou- tras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5540. htm>. Acesso em: 09 mai. 2017. ______. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 09 mai. 2017. ______. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/ L9394.htm>. Acesso em: 09 mai. 2017. ANDES-SN. Proposta do Andes-SN para a Universidade Brasileira. Caderno Andes. n. 2. 3. ed. atualizada e revisada, out. 2003 Brasília: ANES-SN, 2003. Disponível em: <http://www.adur-rj.org.br/4poli/documentos/caderno2_andes.pdf. Acesso em: 09 mai. 2017. DIAS SOBRINHO, José. Educação superior, globalização e democratização. Qual uni- versidade? Revista Brasileira de Educação. São Paulo, n. 28, p. 164-173, jan./abr. 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbedu/n28/a14n28.pdf>. Acesso em: 09 mai. 2017. FÁVERO, Maria de Lourdes. Reflexões sobre universidade na sociedade atual, Revis- ta de Cultura Vozes, Rio de Janeiro, v. 6, p. 20. 1975. 47 REFERÊNCIAS FREIRE, Paulo. Política e Educação. São Paulo: Cortez, 1993. JUNIOR, Amarilio Ferreira; BITTAR, Marisa. Educação jesuítica e crianças negras no Brasil colonial. 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