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8 Sistema genital feminino

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Resumo de histologia II - Ana Pich (ATM 251) 
Sistema genital feminino 
 
O sistema genital feminino é composto por: 
● Genital interna: 
○ Um par de ovários, onde estão os folículo ováricos que entram em                       
foliculogênese e liberar um ovócito, além de produzir hormônios sexuais                   
como estrogênio e progesterona; 
○ Um par de tubas, que começam em uma região fimbriada, depois há a                         
região fimbriada onde ocorre a fertilização e mais medialmente uma                   
região intramural; 
○ Um útero, que se abre, em seu óstio, no canal vaginal. 
● Genital externa:  
○ Vestíbulo com os grandes e pequenos lábios; 
○ Clitóris. 
 
 
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Ovários 
Mesovário é a área onde entram os vasos sanguíneos para a região central do ovário, a                               
qual é chamada de medular. 
A região onde estão folículos e corpos é chamada de região cortical. 
A região mais periférico e mais basófila e azulada é a túnica albugínea (tecido                           
conjuntivo denso não modelado). 
Revestindo o ovário externamente está o ​epitélio germinativo​. Em mulheres jovens,                     
ele é um ​epitélio cúbico simples​. Toda vez que a mulher ovocita, ela rompe a                             
albugínea e o epitélio e então forma um ​epitélio plano simples no lugar do cúbico                             
simples. Aos 35-40 anos, a mulher já não faz uma re-epitelização, ela faz uma cicatriz                             
fibrosa e somente a albugínea fica recobrindo o lugar. 
 
 
 
Nos corpos lúteos a granulosa está bem hipertrófica e rica em luteína. 
O sangue dentro do ​corpo lúteo caracteriza a passagem de corpo lúteo para corpo                           
rubro. 
Durante o processo de foliculogênese, a cada ciclo de 28 dias, de 8 a 12 folículos entram                                 
em evolução para amadurecer e ovocitar, porém só um deles ovocita, os restantes                         
entram em degeneração. 
Todos os corpos degenerativos ou atrésicos viram corpos brancos ou albicans​, que é                         
uma cicatriz fibrosa. 
A palavra corpo deve ser diretamente relacionada a uma estrutura onde o ovócito já foi                             
expelido ou perdido. O folículo relaciona-se ao corpo com o gameta ainda presente. 
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Os folículos primordiais são formados por epitélio plano simples ao redor de um                         
ovócito I (diplóide). Eles se formam durante a vida fetal na 16​a semana após a                             
fertilização. 
Os folículos 1​a são formados no período fetal, dentro da 18​a semana. Eles ficam                           
quiescentes até que a mulher chegue à puberdade, quando entram em foliculogênese. 
 
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O epitélio germinativo é assim         
chamado pois acreditava-se que       
eles produziam os gametas, mas         
hoje sabemos que os ovócitos         
são provenientes do endoderma       
do saco vitelino. 
O corpo lúteo ou corpo amarelo           
é formado após a foliculogênese         
já ter feito ovocitação. 
O folículo Graafiano já está         
pronto para a ovocitar, rasgando         
a albugínea e o ep. germinativo. 
 
 
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O folículo primordial possui uma camada de células planas formando a túnica                       
granulosa e um ovócito I. 
No folículo primário a camada granulosa atinge um epitélio cúbico simples ao redor de                           
um ovócito I. Há o início da formação da zona pelúcida, material de natureza                           
glicoproteica que vai ficar ao redor do ovócito. 
A partir de então há multiplicação das células da granulosa, forma-se a zona pelúcida e                             
começa a formar-se uma teca interna que irá produzir hormônios sexuais masculinos.                       
Haverá ainda a formação de uma teca externa. 
 
 
 
No folículo em desenvolvimento inicia-se o enchimento do folículo com líquido,                     
aparecem pequenas cavidades com líquido folicular (corpúsculos de Carl Exner que                     
acabam se unindo e formando um espaço maior chamado de ​antro folicular​,                       
formando o chamado de ​folículo antral​. 
 
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O antro folicular é uma cavidade em formato de meia lua pressionando as células da                             
granulosa para a periferia. Ao mesmo tempo em que inicia-se a formação do antro                           
folicular, inicia-se a formação do pedículo elevador ovocitário para sustentar o ovócito                       
com sua zona pelúcida e corona radiata. 
Forma-se a teca interna que vai produzir andrógenos fracos e a teca externa que é mais                               
fibrosa. 
O folículo de Graaf corresponde ao folículo maduro e é a fase em que ocorre a primeira                                 
meiose, transformando-se em ovócito II e formando o primeiro corpúsculo polar que                       
fica retido na zona pelúcida. 
Os andrógenos fracos produzidos na teca interna são conduzidos pelos vasos até a                         
granulosa, onde são aromatizados e unidos ao colesterol proveniente da dieta, virando                       
sobretudo estradiol ou estrógenos. Então, além de produzir estrogênio sob estímulo do                       
FSH e LH, a granulosa produz estrógenos modificando os andrógenos fracos produzidos                       
pela teca interna. 
 
 
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A teca externa forma um arranjo em cunha chamado cone tecal, o qual faz pressão                             
contra a albugínea e o epitélio germinativo. Isso causa uma pressão em ambos os lados                             
do pedículo elevador ovocitário até que o pedículo se solte e o ovócito e o corpúsculo                               
polar sejam ejetados em direção ao cone tecal (ovulação). O antro enche-se de sangue e                             
a granulosa hipertrofia-se e enche-se de luteína, formando o corpo hemorrágico. 
 
 
O corpo lúteo pode durar até o 28​o dia produzindo progesterona, o que mantém o útero                               
elevado ou pode durar até 12 semanas caso haja gravidez. Na 12​a semana a função de                               
produção de progesterona é assumida pela placenta. 
Ambos acabam virando uma cicatriz fibrosa (corpo albicans). 
O cone tecal forma um relevo na superfície externa do ovário chamado estigma ovárico. 
Até ocorrer a ovocitação, o folículo vai evoluindo sob                 
estímulo do LH e do FSH. Quando a ovocitação ocorre há                     
um pico de LH, porém não sabemos se esse pico é causa ou                         
consequência da ovocitação. 
Corpo degenerativo que vai entrar em atresia e virar um                   
corpo albicans. 
Uma mulher ovula cerca de 400 ovócitos durante a sua vida                     
reprodutiva. Durante um ciclo reprodutivo, um grupo de               
folículos começa o processo de maturação. Entretanto,             
somente 1 ou 2 folículos completam a foliculogênese e são                   
eventualmente ovulados. Os outros folículos sofrem, em             
qualquer momento do desenvolvimento, degeneração         
chamada atresia folicular. 
  
 
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A progesterona mantém o       
útero apto a sustentar uma         
gravidez. 
Os estrógenos possuem     
efeitos periféricos, atuando     
sobre a vagina aumentando       
seu pH e lubrificação para         
facilitar a cópula e ativação         
do espermatozóide.  
 
Quando não há sinalização de gravidez pelo fator precoce de gravidez ou por beta-HCG,                           
aumenta o fator de necrose tumoral, baixa a oxigenação nas células luteínicas e o corpo                             
lúteo entra em degeneração e formando uma cicatriz fibrosa. 
 
Formação do corpo lúteo (luteinização) 
Após a ovulação, a parede do folículo pré-ovulatório(camada de células granulosas murais) toma-se                           
dobrada e é transformada em corpo lúteo. Um pico de hormônio luteinizante (LH) correlaciona-se com a                               
luteinização. A luteinização inclui as seguintes mudanças:  
(1) O lúmen, previamente ocupado pelo antro folicular, é preenchido com fibrina, a qual, então, é                               
substituída por tecido conjuntivo e novos vasos sanguíneos, que penetraram pela membrana basal.  
(2) As células granulosas       
se apresentam volumo-     
sas e com gotículas lipídi-         
cas que se acumulam no         
citoplasma, tornando-as   
células grânuloluteínicas.  
(3) Os espaços entre as         
pregas camada de     
células granulosas são     
penetrados por células     
da teca interna, vasos       
sanguíneos e tecido     
conjuntivo. As células da       
teca interna também     
adquirem maior reserva     
de Lipídios e passam a se           
chamar células tecoluteí-     
nicas. 
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Função do corpo lúteo  
A função do corpo lúteo é regulada por duas gonadotrofinas: FSH e LH.  
 
 
O hormônio folículo-estimulante (FSH) estimula a produção de progesterona e estradiol pelas células                         
granuloluteínicas. O LH estimula a produção de progesterona e androstenediona pelas células da                         
tecoluteínicas. O hormônio androstenediona é translocado para as células granuloluteínicas para                     
aromatização em estradiol.  
Durante a gravidez, prolactina e lactogênio placentário sobrerregulam os efeitos do estradiol produzido                         
pelas células granuloluteinicas, aumentando a expressão dos receptores de estrógenos.  
O estradiol estimula as células granuloluteinicas a captar colesterol do sangue, o qual é armazenado em                               
gotículas lipídicas e transportado para a mitocôndria para a síntese de progesterona. 
 
Regressão do corpo lúteo (Luteólise)  
Se a fertilização não ocorre, o corpo lúteo sofre um processo de regressão chamado luteólise. A luteólise                                 
envolve uma sequência de morte celular programada (apoptose), sendo acionada pela prostaglandina                       
endometrial F2a. Ocorrem os seguintes eventos:  
(1) A redução do fluxo de           
sangue no corpo lúteo       
provoca declínio no oxigênio       
(hipóxia).  
(2) As células T atingem o           
corpo lúteo e produzem       
interferon-y, que, por sua vez,         
atua sobre o endotélio,       
permitindo a chegada dos       
macrófagos.  
(3) Os macrófagos produzem       
o ligante para o fator de           
necrose tumoral e tem início a           
cascata apoptótica. 
 
 
 
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Ações dos hormônios esteróides ovarianos 
Metabólicas: 
● Estrógenos (​fase pré-ovulatória​); 
○ Faz com que haja produção pelo fígado de proteínas plasmáticas ligantes                     
de vários hormônios (estradiol, testosterona, cortisol, progesterona,             
tiroxina e ligantes de ferro e cobre). 
○ Aumento HDL e VLDL e diminuição colesterol e LDL. 
● Progesterona (​fase pós-ovulatória​). 
○ Aumenta a temperatura basal corporal; 
○ Aumenta colesterol e diminui HDL. 
Extra-ovarianas: útero 
● Estrógenos (fase pré-ovulatória); 
○ Fase proliferativa uterina. 
■ Aumento na proliferação do endométrio; 
■ Aumento da secreção cervical (secreção mucosa elástica). 
● Progesterona (fase pós-ovulatória). 
○ Fase secretora uterina; 
■ Diminui a proliferação mas as glândulas tornam-se tortuosas e                 
secretoras (glicogênio);  
■ Há proliferação e enovelamento de vasos sanguíneos; 
■ Aumenta a secreção cervical (secreção mais fluida e aqüosa). 
 
Tubas uterinas 
As tubas possuem cílios que batem da região fimbriada em direção a região intramural                           
criando uma corrente em direção ao útero, a fertilização ocorre na ampola. 
Os espermatozóides nadam contra essa corrente em um processo de reotaxia, em um                         
processo de seleção da qualidade espermática. 
 
 
 
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A tuba é formada por uma mucosa extremamente pregueada, tanto na região                       
fimbriada, como na ampola e na intramural. 
Possui uma mucosa, uma túnica muscular e uma serosa formada por conjuntivo com                         
um mesotélio sobre ele. 
 
O ovócito possui a proteína ZP3 que atrai o espermatozóide, processo chamado                       
quimiotaxia. Ele possui enzimas que o mantém inativado no sistema genital masculino,                       
no sistema reprodutor feminino ele utiliza o atrito para remover essas enzimas.  
 
 
 
 
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Até o 14​o dia predominam os cílios no               
epitélio, a partir de então predominam as             
glândulas epiteliais, ricas em glicogênios e           
lipídios e que vão nutrir o concepto caso haja                 
fertilização. Esse epitélio responde ao LH e ao               
FSH. 
 
   
 
 
Na túnica muscular predomina o aspecto           
circular. Quando não há mais cílios a             
movimentação se dá pela contração dessa           
túnica muscular. 
A serosa é formada por tecido conjuntivo e               
uma camada de mesotélio. 
 
 
Útero 
O útero possui as mesmas camadas que as tubas uterinas, porém chamadas                       
endométrio​, ​miométrio e ​epimétrio ou ​perimétrio​. O miométrio responde a                   
ocitocina no parto para a expulsão do bebê. 
O ​ciclo endometrial​ possui três fases: 
● Fase menstrual (primeiro ao quinto dia); 
○ Diminuição de estrogênio e progesterona; 
○ Descamação da camada funcional com hemorragia. 
● Fase proliferativa (quinto ao décimo quarto dia); 
○ Influência dos estrógenos; 
○ Proliferação do estroma e desenvolvimento de glândulas endometriais. 
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● Fase secretora ou lútea (décimo quarto ao vigésimo oitavo dia). 
○ Influência da progesterona; 
○ Induz alterações secretoras no endométrio. 
O endométrio possui duas camadas: 
● Decídua funcional​: eleva-se a cada ciclo e é descamada como menstruação                     
caso não haja fecundação. 
○ Compacta: porção superior; 
○ Esponjosa: porção inferior. 
● Decídua basal​: nunca muda. 
A decídua basal é uma camada do             
endométrio que nunca muda. Quando         
começa a fase proliferativa há neoformação           
vascular e espiralização desses vasos, além           
de aumento das glândulas, que se           
hipertrofiam e enchem suas células com           
lipídeos e glicogênio. 
Nos vasos da base da decídua funcional há               
isquemia dos vasos quando cessa a vinda de               
progesterona e toda essa camada sofre           
necrose e descama como menstruação. 
O ciclo pode ser de 28 ou 33 dias. 
Estado ​pré-receptivo​: próximo à ovulação, as células epiteliais luminais são cobertas                     
com microvilos.  
Estado ​receptivo​: próximo à ovulação, as células epiteliais luminais são cobertas com                       
microvilos. Quando a janela de implantação é formada, as células epiteliais luminais                       
formam projeções lisas. 
 
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Canal vaginal 
O epitélio passa a ser ​plano estratificado não queratinizado ou escamoso​, não há                         
glândulas. Abundante tecido elástico e muscular. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Na porção interna do colo do útero há glândulas responsáveis pela lubrificação dessa                         
área. Quando elas intumescem, sobretudo as glândulas de Bartholin, elas viram cistos                       
de Naboth. 
 
 
 
Ações dos hormônios esteróides ovarianos: 
● Estrógenos (fase pré-ovulatória): 
○ Aumento da proliferação e corneificação (queratinização) do epitélio               
(células esfoliativas, acidófilas e núcleos picnóticos);  
○ Maior secreção cervical (secreção mucosa elástica). 
● Progesterona(fase pós-ovulatória). 
○ Diminuição de células corneificadas; 
○ Aumento da presença de leucócitos polimorfonucleares. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Uretra feminina 
Possui uma adventícia ou serosa, uma túnica muscular com músculo liso circular e um                           
epitélio que começa polimorfo e transforma-se em pseudoestratificado e estratificado. 
Distinta da masculina não é compartilhada com o sistema genital feminino, sendo mais                         
simples. Consiste num tubo retilíneo de paredes musculares, mais curta que os                       
ureteres. O lúmen em cortes transversais apresenta um formato de crescente e é                         
mantido fechado exceto durante a passagem da urina. 
A mucosa apresenta um epitélio estratificado ou pseudoestratificado cilíndrico, sendo                   
que, na região próxima a bexiga o epitélio é de transição, enquanto que, próximo ao                             
orifício uretral externo apresenta um epitélio estratificado pavimentoso não                 
queratinizado. A lâmina própria possui glândulas mucosas e consiste de um tecido                       
fibroelástico associado a um plexo venoso com veias de paredes finas. A túnica                         
muscular apresenta com disposição circular externa e longitudinal interna com músculo                     
liso na sua composição (sem apresentar um arranjo muito definido.) 
Circundando o orifício uretral externo ocorre o esfíncter da uretra, de natureza                       
voluntária e composto de fibras musculares estriadas esqueléticas.  
A ligação da uretra na região póstero-inferior com a vagina (parede anterior) é feita por                             
uma camada externa de tecido conjuntivo fibroso. 
 
 
 
 
 
 
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Glândula mamária 
É formada por uma glândulas túbulo-alveolares que convergem em vários ductos                     
lácteos e se abrem na aréola mamilar. 
 
 
Na glândula mamária não lactante         
predomina tecido conjuntivo denso não         
modelado colagenoso e tecido adiposo         
unilocular. 
Os lóbulos mamários possuem porções         
acinares e tubulares.  
No meio do conjuntivo há ductos           
lácteos ou galactóforos. 
 
 
 
Na glândula ativa esse conjuntivo e           
adiposo são substituídos por glândulas         
e por ductos excretores. 
 
 
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Cordão umbilical 
É formado por fora por um epitélio amniótico plano simples e por dentro por um                             
conjuntivo embrionário mucoso chamado de Wharton. 
Possui duas artérias de médio calibre que levam sangue venoso e uma veia de grande                             
calibre que leva sangue arterial ao coração do embrião. 
 
 
 
 
 
 
As veias são menos musculares e mais             
conjuntiva. 
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As células mais alongadas são fibroblastos e as               
com mais prolongamentos são células         
mesenquimais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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