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Cultivo organico da couve

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1. Cultivo orgânico da Couve-de-Folha 
A couve-de-folha – Brassica oleracea var. acephala – é a brássica que mais 
se assemelha à ancestral couve silvestre. 
1.1. Característica da planta: apresenta caule ereto, as folhas são 
distribuídas ao redor do caule em forma de roseta e não forma cabeça. As folhas 
apresentam limbo bem desenvolvido, arredondado, com pecíolo longo e 
nervuras bem destacadas. A planta emite folhas de forma contínua. Há 
crescimento de brotos laterais que pode ser utilizado na propagação. 
(A) 
 
 
(B) 
 
(C) 
Figura1. Planta de couve-de-folha (A), tipo de caule(B) e folhas (C). 
 
2. Clima e época de plantio 
A couve é cultura típica de outro-iverno, sendo bem adaptada ao frio 
intenso e resistente à geada. No Brasil, raramente produz pendão floral, embora 
seja planta bienal (ciclo maior que um ano). Apresenta certa tolerância ao calor, 
permanecendo produtiva durante vários meses. A época de plantio se estende 
ao logo do ano, em diversas regiões. 
Limbo foliar 
Nervura Principal 
Nervuras secundárias 
Pecíolo 
3. Cultivares 
As cultivares de folhas lisas e os antigos clones, propagados 
vegetativamente, são preferidos geralmente. Esses clones são chamados, de 
tipo “Manteiga”. Há cerca de uma dezena deles, que apresentam ampla variação 
em suas características. Assim, há aqueles com folhas verde-claras e nervuras 
de mesma coloração e outros, com folhas verde-escuras e nervuras roxas. A 
razão para continuarem a ser cultivados é que produzem folhas mais macias, 
com melhor sabor e aspecto, sendo de maior valor comercial. 
 
 
(A) 
 
(B) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
(C) 
Figura 2. Couve-de-folha do tipo Manteiga com nervuras roxas (A), folhas 
roxas (B) e folhas verde clara (C). 
 
4. MANEJO DA COUVE 
4.1. Escolha do local 
O local para instalação do cultivo, preferivelmente deve ser plano, de fácil 
acesso, e com solo de boa fertilidade. O solo deve ser bem drenado e protegido 
de ventos, com o uso de quebra-ventos. 
 
4.2. Tipo de solo 
O solo é um ORGANISMO VIVO e complexo que abriga uma diversidade 
enorme de microrganismos, vegetais e restos culturais para o crescimento 
adequado das plantas, não servindo apenas como suporte para o seu 
desenvolvimento, mas como um imenso reservatório de matéria orgânica e 
de minerais. 
Um manejo correto do solo proporciona saúde e vigor às plantas, uma vez 
que essas estarão menos susceptíveis a pragas e doenças, além disso, um 
bom manejo está associado à conservação da água e do meio ambiente. 
A cultura da couve-de-folha é rústica, rem relação às demais brássicas, 
inclusive quando à exigências nutricionais. Os solos argilosos, com pH 5,5 a 
6,5, são mais favoráveis. Em relação a exigência nutricional, no geral 
necessita de 40 kg ha-1 de Nitrogênio, 100 a 200 kg ha-1 de fósforo e 50 a 70 
kg ha-1 de Potássio. O boro pode utilizado na adubação quando o solo 
apresenta baixo teor desse nutriente. 
 
4.3. Preparo do solo 
Como manter a fertilidade, a biodiversidade e a qualidade física do solo? 
- Revolver o mínimo possível o solo; 
- Manter a matéria orgânica; 
- Manter o solo coberto o máximo de tempo 
- Possível, de preferência durante o ano todo; 
- Corrigir a acidez; 
- Fazer a adubação; 
- Incluir a rotação de culturas; 
- Minimizar a compactação; 
- Não queimar; 
 -Não retirar resíduos; 
- Não usar agrotóxicos; 
- Fazer consorciações; 
- Manter a biodiversidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Khatounian (2001) 
Figura 3. Esquema de manejo do solo 
 
4.4. Preparo do solo com mínimo impacto 
Essa técnica visa reduzir os impactos ocasionados no solo pela agricultura. 
Quais são as vantagens? 
- Proteção direta contra o impacto da chuva sob o 
solo; 
- Auxílio contra a erosão; 
- Aumento da água armazenada no solo; 
- Dificulta o nascimento das plantas espontâneas; 
- Reduz o aquecimento excessivo do solo e evita a emissão de gases do efeito 
estufa (CO2); 
- Melhora a estrutura do solo; 
- Aumenta os teores de matéria orgânica>> 
reciclagem de nutrientes; 
- Retém umidade; 
- Manutenção da vida no solo; 
 Menores gastos com irrigação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 4. Plantio direto da cultura da couve-de-folha 
 
4.5. Calagem 
A calagem é uma prática que consiste na aplicação de CALCÁRIO 
diretamente no solo, servindo para diminuir a acidez contida na maior parte dos 
solos brasileiros e é permitida na agricultura orgânica. A acidez atrapalha o 
crescimento das plantas e está ligada com a ocorrência de elementos como o 
alumínio (Al) e do manganês (Mn), que quando encontrados em grandes 
quantidades são tóxicos. 
Quando feita de forma correta, a calagem traz diversos 
benefícios: 
- Eleva o pH; 
- Diminui os efeitos tóxicos do alumínio, manganês e ferro; 
- Fornece cálcio e magnésio para as plantas; 
- Melhora a eficiência da adubação; 
- Estimula o crescimento das raízes; 
- Aumenta a disponibilidade de fósforo; 
- Melhora as propriedades físicas e químicas; 
- Melhora a atividade biológica. 
ATENÇÃO! 
A recomendação de calagem deve ser feita de acordo com as análises de solo 
obtidas e pode ser feita em qualquer época do ano. Devendo ser realizada 3 
meses antes do plantio, aplicado de forma uniforme e incorporado ao solo. Para 
mais informações, procure métodos aplicados na região. 
4.6. Adubação orgânica 
A adubação orgânica melhora as características físicas, químicas e biológicas 
do solo, pois eleva os níveis de matéria orgânica no ambiente. Neste tipo de 
adubação são utilizados estercos animais, compostos orgânicos e outras fontes 
nutricionais de alta qualidade que são fundamentais para uma boa produção das 
suas olerícolas. 
Quando obtidos de fontes confiáveis ou produzidos da forma correta aumentam 
a produtividade, deixando suas plantas mais vigorosas e resistentes contra o 
ataque de pragas e doenças. 
 
4.7. Adubação verde 
 
A adubação verde é uma prática viável que utiliza plantas melhoradoras do 
solo e evita a utilização de fertilizantes e defensivos agrícolas, para que este 
esteja sempre preparado para nutrir sua horta. Essa técnica protege o solo 
contra erosão e radiação solar, aumenta os níveis de matéria orgânica, produz 
grande quantidade de massa verde em um curto espaço de tempo, recupera 
solos com baixa fertilidade, fornece nitrogênio obtido da fixação biológica pelo 
uso de leguminosas, pode ser utilizada na alimentação animal, entre outros. 
As espécies que podem ser utilizada na adubação verde são: crotalária, 
feijão-de-porco, mucuna-preta, feijão-guandu entre outras. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
(A) (B) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
(C) 
 
 
(D) 
 
Figura 5. Espécies que podem ser utilizadas na adubação verde. Mucuna-
preta (A), Feijão-guandu (B), Crotalária (C) e Feijão-de-porco (D). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 6. Uso de Rolo-faca para o manejo da adubação verde. 
 
4.8. Implantação da cultura 
Diferentemente das demais brássicas, a couve-de folha tem sido 
propagada vegetativamente pelo plantio dos rebentos laterais que se 
desenvolvem no caule. Os rebentos devem ser previamente enraizados em um 
viveiro – canteiro com leito argiloso e de alta fertilidade – plantando-se no 
espaçamento de 15 x 15 cm. 
Ao atingirem cerca de 15 cm de altura, essas mudas vegetativas são 
transplantadas com torrão, para o canteiro definitivo. O espaçamento de 100 x 
50 cm tem sio utilizado em plantios, objetivando-se uma cultura de longa duração 
e alta produtividade. 
Há vantagens em transplantar as mudas para canteiros bem preparados, 
estreitos, comportando uma única fileira de plantas. Para culturas de menor 
permanência, pode-se plantar a 50 x 50 cm. 
Nos atuais híbridos, propagados por semente, a técnica para a implantação 
da cultura é a mesma utilizada para couve-flor e outra brássicas. 
 
 
(A) 
(B) 
Figura. 7. Mudas de Couve-de-folha produzida em bandejas (A) e brotos laterais 
da couve quepode ser utilizados para produção de mudas (B). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
(A) 
 
(B) 
 
Figura 8. Adubação dos sulcos para o plantio de couve-de-folha (A) e plantio no 
campo (B). 
 
5. Tratos culturais 
 
5.1. Uso de quebra-ventos 
É importante a utilização de quebra-ventos na cultura da couve. Isto 
porque a mão de obra e o material utilizado para tutoramento, em geral o bambu, 
são escassos e dispendiosos. Recomenda-se a implantação de faixas de 
proteção com bananeiras, pupunheiras e outros palmitos, os quais, além de 
impedir ou minimizar a passagem de ventos, proporcionam uma renda extra ao 
produtor. Outras plantas, como palmeiras ornamentais diversas e guandu, 
podem ser utilizadas como quebra-ventos, devendo-se evitar o plantio de 
espécies da mesma família botânica da couve. 
 
5.2. Irrigação 
O produtor deve estar sempre atento às condições climáticas e 
necessidade hídrica da cultura. A falta de água (déficit hídrico) provoca o 
murchamento das plantas e, juntamente com a insolação, podem acarretar 
queimaduras nas folhas e nos brotos, causando a morte da couve. Por outro 
lado, o excesso de umidade, pode causar podridão das raízes e favorecer a 
incidência de doenças. 
Em relação à irrigação da cultura, deve-se levar em consideração fatores 
como: período de cultivo no ano, ciclo da cultura, tipo de solo, declividade do 
terreno, capacidade de drenagem e/ou retenção de água e insolação diária. 
Normalmente, o produtor se baseia nas condições de temperatura e de 
precipitação, bem como, nas condições do seu solo para essa prática 
agronômica. Por isso, a reposição da água evapotranspirada deve ser feita 
diariamente, caso não chova. Recomenda-se utilizar a cobertura morta 
(mulching) para diminuição das perdas de água do solo. 
Na escolha do sistema de irrigação, devem ser levados em conta a 
disponibilidade e o custo dos equipamentos e da mão de obra para cada local e 
região de cultivo. 
 
5.2.1. Aspersão tradicional 
 
A aspersão é o método de irrigação que aplica água simulando a chuva, ou 
seja, a água é aplicada sobre as plantas e a superfície do solo na forma de gotas. 
As principais vantagens são a durabilidade do equipamento (normalmente canos 
de PVC) e a facilidade de deslocamento e instalação em outros locais da 
propriedade. 
A irrigação por aspersão pode se constituir, também, em uma prática 
auxiliar na redução do número de pulgões e lagartas, pragas que incidem nas 
folhas da couve. Como limitação, o sistema de aspersão favorece a incidência 
de doenças da parte aérea e pode, inclusive, levar a perdas significativas de 
água por evaporação, principalmente em dias quentes e pela ação do vento. 
 
 
 
 
 
 
Figura 9. Irrigação com sistema por aspersão. 
 
5.2.2. Gotejamento 
Este sistema se caracteriza por aplicar pequenos volumes de água, na 
forma de gotas, com alta frequência em regiões próximas às raízes das plantas, 
molhando uma fração da superfície do solo, reduzindo as perdas e apresentando 
altos valores de eficiência de aplicação de água, quando comparada aos sistemas 
de aspersão e sulcos. Uma limitação do gotejamento é o tratamento inadequado 
da água de irrigação, o que vai gerar problemas de obstrução dos emissores e 
outras consequências operacionais, como aumento do tempo para limpeza do 
equipamento ou para substituição dos gotejadores, aumento dos custos de 
manutenção e de operação da irrigação. Outra limitação é a menor durabilidade 
dos equipamentos de gotejo em relação ao sistema de aspersão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Foto: Waldir Aparecido Marouelli 
Fonte: Marouelli, Melo e Braga (2017). 
Figura 10. Irrigação com o uso de sistema por gotejamento. 
5.2.3. Microaspersão 
O sistema de irrigação por microaspersão apresenta os mesmos 
componentes do gotejamento, com exceção dos emissores utilizados. Os 
microaspersores apresentam vazões superiores aos gotejadores e molham 
áreas maiores do solo, na forma circular. Uma das vantagens da microaspersão 
é a facilidade de distribuição da água na superfície do solo. Comparado ao 
sistema de gotejamento oferece menos riscos de entupimento. Normalmente, 
exige mínima filtração e menos manutenção que os outros sistemas. Como 
limitação da microaspersão cita-se a possibilidade da incidência de doenças da 
parte aérea, pois permite o molhamento de parte do caule da planta, e mesmo 
das folhas, em culturas de porte baixo, como a couve. Este sistema pode 
também ser vulnerável a ventos fortes e altas taxas de evaporação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 11. Irrigação de hortaliças com sistema de microaspersão. 
 
5.3. Cobertura do solo 
A cobertura do solo pode ser realizada com o uso de casca de arroz, hastes 
de cereais ou capim seco. É um trato cultural praticado por alguns olericultores. 
As vantagens da cobertura morta para uma cultura exigente em água e que 
produz durante vários meses são: retenção e manutenção da umidade do solo, 
redução da temperatura do solo a auxílio no controle de plantas espontâneas. 
O uso de palha de arroz na cobertura do solo tem sido relatado com uma 
importante medida para o controle de pulgão, umas das principais pragas da 
cultura. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 12. Uso de cobertura morta do solo na cultura da couve-de-folha 
 
5.4. Desbrota 
Durante o longo período de colheita, faz-se a desbrota – retirada de rebentos 
laterais – bem como eliminação de folhas velhas. Procedendo dessa forma, 
estimula-se a formação de novas folhas na haste principal. 
 
5.5. Capação 
Quando as plantas se apresentarem exageradamente altas e a cultura 
deixar de ser rentável, corta-se o broto apical quebrando-se dominância sobre 
as gemas laterais. Assim, promove-se a formação de numerosos rebentos 
laterais, que serão utilizados como mudas ao se renovar a cultura. Observa-se 
que as cultivares híbridas não apresentam brotação lateral. 
 
5.6. Manejo de plantas espontâneas 
 
O controle de plantas espontâneas deve ser realizado por meio de capina 
superficial, de modo a simplesmente roçar as plantas daninhas. Este cuidado 
tem o objetivo de evitar os danos nas raízes, que possibilitariam a entrada de 
doenças bacterianas. 
A utilização de cobertura morta (mulching) auxilia no controle das plantas 
espontâneas, e também melhora a retenção de água no solo. Portanto, a mão 
de obra utilizada na coleta e distribuição da cobertura morta deve ser 
considerada como um investimento, cujo retorno será obtido devido ao melhor 
controle da umidade do solo, com menor necessidade de irrigação e redução no 
número de capinas. 
 
5.7. Rotação e consorciação de culturas 
A rotação de culturas consiste em um sistema de manejo onde se 
alternam culturas de diferentes espécies e famílias botânicas, proporcionando os 
seguintes benefícios: diminuição de diferentes patógenos presentes no solo, 
redução na compactação do solo, melhor cobertura vegetal e reciclagem de 
nutrientes. De maneira geral, não se recomenda repetir em todos os anos as 
rotações envolvendo as mesmas espécies, mesmo de famílias diferentes. 
Considera-se que nas hortas familiares existe maior facilidade em se adotar a 
rotação de culturas em relação às hortas de maior tamanho (acima de 5 a 10 ha, 
por exemplo) as quais possuem equipamentos de plantio e de colheita 
específicos para poucas culturas e também mão de obra mais especializada. As 
hortas de maior porte têm seus produtos comercializados em maior escala, o 
que também pode dificultar a produção de maior número de outras hortaliças. 
Porém, mesmo nesses cultivos em grandes áreas é possível a adoção e a 
implantação do sistema sustentável de rotação de culturas. Recomenda-se a 
rotação da couve com milho, alface, salsa, cebolinha, coentro, feijão-vagem, 
pepino, pimentão e tomate. 
A consorciação de culturas é uma técnica agronômica de alta 
sustentabilidade, onde são instaladas e desenvolvidas duas ou mais culturasem 
uma mesma área, por um mesmo período. Proporciona diversos benefícios, 
como o melhor controle das plantas daninhas, maior aproveitamento da água e 
dos fertilizantes pelas plantas. No Instituto Agronômico (IAC), de Campinas (SP), 
foi realizado um experimento de consorciação da couve de folha com a alface. 
Foram obtidas boas produções de ambas as hortaliças e qualidade dos produtos 
colhidos. Verificou-se também que o consórcio couve e alface proporcionou 
melhor retorno econômico quando se comparou com o cultivo solteiro de cada 
uma dessas espécies hortícolas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Trani et al. (2015) 
Figura 13. Consorciação da couve de folha com a alface. IAC- Fazenda Santa 
Elisa, Campinas (SP), 2005. Foto: Sebastião Wilson Tivelli. 
 
6. Controle fitossanitário 
A cultura pode apresentar os mesmos problemas focalizados em couve-
flor, porém são mais comuns os ataques de pulgões e lagartas. 
O controle pode ser realizado por meio da consorciação de culturas, 
rotação de culturas e uso de inseticidas naturais. O uso de Bacillus Thuringiensis 
é eficiente no controle de lagartas. 
 
7. Colheita 
colheita das folhas inicia-se de dois a três meses após o transplante das 
mudas. O crescimento das plantas é favorecido se o produtor retardar o início da 
primeira colheita. Com o maior desenvolvimento da parte aérea e do sistema 
radicular é possível aumentar o ciclo da cultura, possibilitando escalonar as 
colheitas por períodos mais longos. Nas operações de colheita, o produtor deve 
retirar os brotos “ladrões” que surgem nas axilas das folhas, os quais podem ser 
utilizados para formação de mudas. 
A colheita é realizada a cada 7-10 dias em uma mesma planta, sendo 
retiradas as folhas bem desenvolvidas e que estejam no tamanho exigido pelo 
mercado (20-30 cm de comprimento). Estas devem ser colhidas puxando seus 
pecíolos (talos) para baixo, com o objetivo de destacá-los junto ao ponto de 
inserção com o caule. 
Em seguida à colheita, as folhas de couve são juntadas em maços com 8 
a 12 unidades. Esse procedimento pode ser realizado diretamente no campo ou 
em um barracão de beneficiamento. Os maços são mantidos em água, para não 
murcharem, até a comercialização. 
A produtividade média da couve é de 3 a 5 kg de folhas por planta, durante 
o ciclo de 6 a 8 meses. 
A comercialização é feita na forma de maços de aproximadamente 400 g 
ou no sistema de semi-processamento, onde as folhas são picadas, higienizadas 
e acondicionadas em bandejas, o que agrega maior valor ao produto. É frequente 
a comercialização em maços diretamente nas hortas, principalmente urbanas e 
periurbanas. 
O consumo se dá in natura na forma de saladas, refogados e ainda em 
pratos mais requintados, como farofas e charutos, em que as folhas de couve 
substituem as folhas de videira. 
Para a a comercialização in natura de folhas de couve, estas são 
amarradas em maços com fitas plásticas, acondicionadas em engradados de 
madeira e transportadas até os pontos de comercialização. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Foto: Paulino Fernandes 
Fonte: revista Globo rural (2014) 
Figura 13. Colheita de couve-de-folha. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
(A) 
 
 
 
 
 
 
 
 
(B) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
(C) 
 
(D) 
Fonte: Trani et al. (2015). 
 
Figura 15. Folhas de couve amarradas em maços (a) e acondicionadas em 
engradados de madeira (b,c). Galpão de produtor de Campinas (SP), 2014. 
Fotos: Angélica Prela-Pantano. E Acondicionamento de folhas de couve 
amarradas em maços, em engradados de madeira, na CEASA de Ribeirão Preto 
(SP), 2014. Fotos: Sally Ferreira Blat. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6. Referências Bibliográficas 
 
ANACLETO, A.; CABRAL, A.C.F.B.; FRANCO, L.S. Manual de Horticultura 
Orgânica: do produtor ao consumidor. Paranaguá, 2017.97 f. 
 
FILGUEIRA, F.A.R. Novo manual de olericultura: agrotecnologia moderna na 
produção e comercialização de hortaliças. 3ª edição. Viçosa: UFV.2012. 418p. 
 
MAROUELLI, W.A.; MELO, R.A.C.; BRAGA, M.B. Irrigação no cultivo de 
brássicas. Brasília: Embrapa Hortaliças, 2017. 25 p. (Embrapa Hortaliças. 
Circular técnica, 158). 
 
 
 
TRANI, P. E.; TIVELLI, S. W.; BLAT, S. F.; PRELA-PANTANO, A.; TEIXEIRA, É. 
P.; ARAÚJO, H. S.; FELTRAN, J. C.; PASSOS, F. A.; FIGUEIREDO, G. J. B.; 
NOVO, M. C. S. S. Couve de folha: do plantio à pós-colheita. Campinas: 
Instituto Agronômico, 2015. 36p.

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