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Aula 08 - Padrão Resposta da Peça 03 (Memoriais)

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6
FACULDADE DE TEOLOGIA, FILOSOFIA E CIENCIAS HUMANAS GAMALIEL – FATEFIG
CENTRO EDUCACIONAL E CULTURAL DA AMAZONIA – CECAM
Recredenciada pela Portaria Ministerial n° 905 de 06 de julho de 2012
Rua UM, s/n, bairro Jardim MARILUCY CEP: 68459-490 Tucuruí-Pará Fone: (94) 3787-1010
	DISCIPLINA:
	Prática Penal Simulada
	TURMAS:
	DI8T 27 / DI8N 28
	DOCENTE:
	Rodrigo Moreira Melo
	DATA:
	07/11/2023
	AULA 08 
	Peça prática (padrão resposta)
CASO CONCRETO
JÚLIO, nascido em 02 de abril de 1990, é filho de Tina, empregada doméstica que trabalha na residência da família Melo. Ao tomar conhecimento, por meio de sua mãe, que os donos da residência estariam viajando para comemorar a virada de ano, vai até o local, no dia 02 de janeiro de 2010, e subtrai o veículo automotor dos patrões de sua genitora, pois queria fazer um passeio com sua namorada.
Desde o início, contudo, pretende apenas utilizar o carro para fazer um passeio pelo quarteirão e, depois, após encher o tanque de gasolina novamente, devolvê-lo no mesmo local de onde o subtraiu, evitando ser descoberto pelos proprietários. Ocorre que, quando foi concluir seu plano, já na entrada da garagem para devolver o automóvel no mesmo lugar em que o havia subtraído, foi surpreendido por policiais militares, que, sem ingressar na residência, perguntaram sobre a propriedade do bem.
Ao analisarem as câmeras de segurança da residência, fornecidas pelo próprio Júlio, perceberam os agentes da lei que ele havia retirado o carro sem autorização do verdadeiro proprietário. Foi, então, Júlio denunciado pela prática do crime de furto simples, destacando o Ministério Público que deixava de oferecer proposta de suspensão condicional do processo por não estarem preenchidos os requisitos do Art. 89 da Lei nº 9.099/95, tendo em vista que Júlio responde a outra ação penal pela prática do crime de porte de arma de fogo.
EM 18 DE MARÇO DE 2010, A DENÚNCIA FOI RECEBIDA PELO JUÍZO COMPETENTE, qual seja, da 1ª Vara Criminal da Comarca de Belém/PA. Os fatos acima descritos são integralmente confirmados durante a instrução, sendo certo que Júlio respondeu ao processo em liberdade.
O juiz determinou, alegando celeridade ao caso, no início, o interrogatório do acusado, mesmo não concordando, foi interrogado, confessando que, de fato, UTILIZOU O VEÍCULO SEM AUTORIZAÇÃO, MAS QUE SUA INTENÇÃO ERA DEVOLVÊ-LO, TANTO QUE FOI PRESO QUANDO INGRESSAVA NA GARAGEM DOS PROPRIETÁRIOS DO AUTOMÓVEL. Após, foram ouvidos os policiais militares como testemunhas de acusação, 
Após, foi juntada a Folha de Antecedentes Criminais de Júlio, que ostentava apenas aquele processo pelo porte de arma de fogo, que não tivera proferida sentença até o momento, o laudo de avaliação indireta do automóvel e o vídeo da câmera de segurança da residência. O Ministério Público, em sua manifestação derradeira, requereu a condenação nos termos da denúncia. A defesa de Júlio é intimada em 17 de julho de 2015, sexta feira.
Com base nas informações acima expostas e naquelas que podem ser inferidas do caso concreto, redija a peça cabível, excluída a possibilidade de habeas corpus, no último dia do prazo para interposição, sustentando todas as teses jurídicas pertinentes.
 
PADRÃO RESPOSTA
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CRMINAL DA COMARCA DE BELÉM – PARÁ.
JÚLIO, já qualificado nos autos do processo-crime n...., que lhe move a Justiça Pública, por seu advogado que esta subscreve, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, apresentar MEMORIAIS ESCRITOS, com fulcro no art. 403, §3º, do Código Processo Penal, pelas razão de fato e direito a seguir exposto: 
I – DOS FATOS
Narra a denúncia que no dia 02.01.2010, Júlio, então com 20 anos de idade, subtraiu veículo automotor dos patrões de sua genitora, motivo pela qual foi denunciado pela prática de furto simples (art. 155 do CP). 
A denúncia foi recebida no dia 18 de março de 2010. 
Durante a audiência de instrução, foram ouvidos, em primeiro lugar, o acusado, que mesmo não concordando, foi interrogado, em seguida foram ouvidos os policiais militares como testemunhas de acusação. 
A defesa foi intimada em 17 de julho de 2015. 
II – DO DIREITO
II.1 – DAS PRELIMINARES (Da nulidade pela inversão de ordem de inquirição)
Dispõe o art. 400 do Código de Processo Penal, primeiramente, ouve-se o ofendido, depois, as testemunhas de acusação, após, as testemunhas de defesa e, por fim, proceder-se-á ao interrogatório do réu.
No caso dos autos, houve a inversão da ordem de inquirição, pois o juiz determinou, alegando celeridade ao caso, no início da instrução, o interrogatório do acusado que mesmo não concordando, foi interrogado, e após, foram ouvidos os policiais militares como testemunhas de acusação.
Logo, trata-se de nulidade, pois não houve a concordância do réu, razão pela requer-se seja anulado o processo a partir da audiência de instrução e julgamento nos termos do art. 564, inciso IV do Código de Processo Penal. 
II.2 – DAS PRELIMINARES (Da prescrição da pretensão punitiva)
O crime imputado ao réu foi de furto simples, previsto no art. 155, “Caput” do Código Penal, com pena máxima cominada em 04 anos. Logo, conforme o art. 109, IV, do Código Penal, o prazo prescricional seria de 08 (oito) anos.
Por sua vez, o Júlio à data do fato era menor de 21 anos de idade, já que nasceu em 02.04.1990 e os fatos foram praticados em 02.01.2010. Assim, nas esteiras do art. 115 do Código Penal, o prazo prescricional é reduzido pela metade, ou seja, no caso, será de 04 (quatro) anos.
Considerando que a denúncia foi recebida em 18.03.2010 e até pelo menos 17.07.2015 não há publicação de eventual sentença condenatória, conclui-se que incidiu no caso a prescrição da pretensão punitiva em abstrato, já que entre o recebimento da denúncia até o dia 17.07.2015 já passaram cinco anos.
Logo, deve ser declarada extinta a punibilidade do réu, com base no artigo 107, inciso IV, do Código Penal. 
III - DO MÉRITO 
III.1 - Da ausência de dolo
O réu foi acusado de ter subtraído o veículo automotor dos patrões de sua genitora. Todavia, o réu não tinha a intenção de subtrair par si o veículo. Pretendia apenas utilizar o veículo e devolvê-lo no mesmo lugar em que retirou, tanto que encheu o tanque de gasolina e foi preso quando ingressava na garagem dos proprietários do automóvel. 
Logo, o réu não tinha a dolo de se apossar do veículo de forma definitiva, tanto que estava devolvendo o veículo no mesmo local que pegou e nas mesmas condições, caracterizando, no caso, furto de uso, causa de exclusão da tipicidade. 
Portanto, deve o réu ser absolvido, com base no artigo 386, inciso III, do Código de Processo Penal. 
IV - DAS SUBSIDIARIEDADES 
IV.1 - Da atenuante da menoridade
O réu era menor de 21 anos na data dos fatos. Logo, incide a atenuante da menoridade relativa, prevista no artigo 65, inciso I, do Código Penal. 
IV.2 - Da atenuante da confissão
Ao ser interrogado, o réu confessou ter utilizado o veículo sem autorização. Logo, incide a atenuante da confissão espontânea, prevista no artigo 65, inciso III, alínea “d”, do Código Penal.
IV.3. - Do afastamento dos maus antecedentes
Foi juntado folha de antecedentes criminais contendo a informação de que o réu reponde outro processo pelo porte ilegal de arma. Todavia, nos termos da súmula 444 do STJ, não é possível utilizar ações penais em curso e inquéritos policiais para elevar a pena base. 
Além disso, considerar outro processo em curso pelo porte ilegal de arma como maus antecedentes viola o princípio da presunção de inocência, previsto no artigo 5.º, inciso LVII, da Constituição Federal.
Logo, requer seja afastada a hipóteses de considerar o réu com maus antecedentes e, por consequente, seja fixada a pena-base no mínimo legal. 
IV.4 - Do regime carcerário
O crime de furto simples tem pena máxima de 04 anos. Logo, na hipóteses de eventual condenação, o Magistrado deverá fixar o regime carcerários aberto, nos termos no artigo 33, §2.º, alínea “c”, do Código Penal, já que é primário e as circunstancias judiciassão favoráveis. 
 IV.4 - Da substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos 
Além disso, considerando que o crime de furto se trata de delito praticado sem violência ou grave a ameaça, bem como que eventual pena não será superior a 04 anos, cabe, no caso, a substituição da pena privativa de liberdade em restritiva de direitos, nos termos no artigo 44, do Código Penal. 
V – DO PEDIDO
Diante do exposto, requer:
a) Seja anulado o processo a partir da audiência de instrução e julgamento nos termos do art. 564, inciso IV do Código de Processo Penal;
b) Seja declarada extinta a punibilidade do réu, com base no artigo 107, inciso IV, do Código Penal; 
c) A absolvição, com base no artigo 386, inciso III, do Código de Processo Penal;
d) E em caso de eventual condenação, seja reconhecida a atenuante da menoridade e da confissão espontânea, bem como, seja afastada a hipóteses de considerar o réu com maus antecedentes e fixada a pena-base no mínimo legal;
e) Seja fixado, o regime carcerário aberto para o início de cumprimento da pena; 
f) E por fim, seja substituída a pena privativa de liberdade por restritiva de direitos.
Termos em que, 
pede deferimento.
Belém, Pará, 24 de julho de 2015.
Advogado
OAB
“O temor do Senhor é o princípio da sabedoria”, Provérbios 9.10

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