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E-book_ Ranking de peças (1)

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Ranking de peças 
 
 
 
 
 
Penal 2ª Fase 35º Exame 
 
 
2ª FASE OAB | PENAL | 35º EXAME 
 
Ranking de peças 
 
 
SUMÁRIO 
 
Apelação ................................................................................................................... 4 
Memoriais ................................................................................................................ 13 
Recurso em sentido estrito contra decisão de pronúncia ........................................ 21 
Resposta à acusação .............................................................................................. 28 
Agravo em execução ............................................................................................... 34 
Contrarrazões de Recurso de Apelação ................................................................. 41 
Queixa-crime ........................................................................................................... 48 
Revisão criminal ...................................................................................................... 53 
Relaxamento de prisão ........................................................................................... 58 
Apelação do assistente de acusação no procedimento do júri ................................ 64 
Memoriais do júri ..................................................................................................... 75 
Recurso Ordinário Constitucional ............................................................................ 79 
Apelação no Tribunal do Júri ................................................................................... 84 
Defesa Preliminar – Funcionário Público ................................................................ 88 
Defesa Preliminar – Lei de Drogas .......................................................................... 91 
Embargos Infringentes ............................................................................................ 95 
Liberdade provisória .............................................................................................. 100 
Revogação de prisão preventiva ........................................................................... 105 
Razões de Apelação ............................................................................................. 109 
Contrarrazões de Agravo em Execução ................................................................ 124 
Contrarrazões de Recurso em Sentido Estrito ...................................................... 133 
Queixa-crime subsidiária ....................................................................................... 143 
Carta testemunhável ............................................................................................. 147 
Recurso Especial .................................................................................................. 159 
Contrarrazões de Apelação do Júri ....................................................................... 163 
Mandado de Segurança Criminal .......................................................................... 168 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Olá, aluno(a). Este material de apoio foi organizado com base nas aulas do curso preparatório para 
a 2ª Fase do 35º Exame da OAB e deve ser utilizado como um roteiro para as respectivas aulas. 
Além disso, recomenda-se que o aluno assista as aulas acompanhado da legislação pertinente. 
 
Bons estudos, Equipe Ceisc. 
Atualizado em junho de 2022. 
 
Apelação 
 
 OBSERVAÇÃO: 
 
A explicação teórica sobre Apelação está disponível no módulo “Curso Regular 2ª Fase 
Penal”, no “E-book: Aulas ao vivo”. 
 
PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL – XXX EXAME 
Recurso de apelação 
Enunciado 
Carlos, primário e de bons antecedentes, 45 anos, foi denunciado como incurso nas sanções 
penais dos artigos 302 da Lei nº 9.503/97, por duas vezes, e 303, do mesmo diploma legal, todos 
eles em concurso material, porque, de acordo com a denúncia, “no dia 08 de julho de 2017, em 
São Gonçalo, Rio de Janeiro, na direção de veículo automotor, com imprudência em razão do 
excesso de velocidade, colidiu com o veículo em que estavam Júlio e Mário, este com 9 anos, 
causando lesões que foram a causa eficiente da morte de ambos”. Consta, ainda, da inicial 
acusatória que, “em decorrência da mesma colisão, ficou lesionado Pedro, que passava pelo 
local com sua bicicleta e foi atingido pelo veículo em alta velocidade de Carlos”. 
As mortes de Júlio e Mário foram atestadas por auto de exame cadavérico, enquanto Pedro foi 
atendido em hospital público, de onde se retirou, sem ser notado, razão pela qual foi elaborado 
laudo indireto de corpo de delito com base no boletim de atendimento médico. Pedro nunca 
compareceu em sede policial para narrar o ocorrido e nem ao Instituto Médico Legal, apesar de 
testemunhas presenciais confirmarem as lesões sofridas. 
No curso da instrução, foram ouvidas testemunhas presenciais, não sendo Pedro localizado. Em 
seu interrogatório, Carlos negou estar em excesso de velocidade, esclarecendo que perdeu o 
controle do carro em razão de um buraco existente na pista. Foi acostado exame pericial 
realizado nos automóveis e no local, concluindo que, realmente, não houve excesso de 
velocidade por parte de Carlos e que havia o buraco mencionado na pista. O exame pericial, 
todavia, apontou que possivelmente haveria imperícia de Carlos na condução do automóvel, o 
que poderia ter contribuído para o resultado. 
Após manifestação das partes, o juiz em atuação perante a 3ª Vara Criminal da Comarca de São 
Gonçalo/RJ, em 10 de julho de 2019, julgou totalmente procedente a pretensão punitiva do 
Estado e, apesar de afastar o excesso de velocidade, afirmou ser necessária a condenação de 
Carlos em razão da imperícia do réu, conforme mencionado no exame pericial. 
No momento da dosimetria, fixou a pena base de cada um dos crimes no mínimo legal e, com 
relação à vítima Mário, na segunda fase, reconheceu a agravante prevista no Art. 61, inciso II, 
alínea h, do CP, pelo fato de ser criança, aumentando a pena base em 3 meses. Não havendo 
causas de aumento ou diminuição, reconhecido o concurso material, a pena final ficou 
acomodada em 04 anos e 09 meses de detenção. Não houve substituição da pena privativa de 
liberdade por restritiva de direitos em razão do quantum final, nos termos do Art. 44, inciso I, do 
CP, sendo fixado regime inicial fechado de cumprimento da pena, com fundamento na gravidade 
em concreto da conduta. O Ministério Público foi intimado e manteve-se inerte. 
A defesa técnica de Carlos foi intimada em 18 de setembro de 2019, quarta-feira, para adoção 
das medidas cabíveis. 
Considerando apenas as informações narradas, na condição de advogado(a) de Carlos, redija a 
peça jurídica cabível, diferente de “habeas corpus” e embargos de declaração, apresentando 
todas as teses jurídicas pertinentes. A peça deverá ser datada no último dia do prazo para 
interposição, considerando que de segunda a sexta-feira são dias úteis em todos os locais do 
país. (Valor: 5,00). 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 3ª VARA CRIMINAL DA 
COMARCA DE SÃO GONÇALO/RJ 
 
Processo nº... 
 
 
 
CARLOS, já qualificado nos autos, por meio de seu procurador infra-
assinado, conforme procuração em anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa 
Excelência, interpor o presente RECURSO DE APELAÇÃO, com base no artigo 593, inciso 
I, do Código de Processo Penal. 
Assim, requer seja recebido e processado o recurso, já com as razões 
inclusas, remetendo-se os autos ao Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro. 
 
Nestes termos, 
 Pede deferimento. 
 
Local..., 23 de setembro de 2019. 
Advogado... 
OAB... 
 
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 
 
Apelante: CARLOS 
Apelado: MINISTÉRIO PÚBLICO 
Processo nº... 
 
RAZÕES DE RECURSODE APELAÇÃO 
 
Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro 
Colenda Câmara Criminal 
 
I – DOS FATOS 
O réu foi denunciado pela prática do delito do artigo 302, por duas vezes, e 
artigo 303, ambos da Lei nº 9.503/97, na forma do artigo 69 do Código Penal. 
Foram ouvidas as testemunhas da acusação e interrogado o réu. A vítima 
Pedro não foi localizada para ser ouvida. 
O juiz proferiu a sentença condenando o réu a pena privativa de liberdade 
de 04 anos e 09 meses. 
 
II – DO DIREITO 
 
A) DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE 
O réu foi condenado por ter praticado lesão corporal culposa na direção de 
veículo automotor contra a vítima Pedro. Todavia, a vítima Pedro não realizou o exame de 
corpo de delito e não compareceu em sede policial para narrar o ocorrido, inexistindo 
manifestação quanto à representação, condição indispensável para o oferecimento da 
denúncia por parte do Ministério Público, conforme prevê o artigo 88 da Lei 9.099/95 e artigo 
291, §1º da Lei nº 9.503/97. 
Assim, como houve a decadência do direito da representação, já que 
passados mais de 06 meses desde a ciência da autoria do fato, incidiu a extinção da 
punibilidade de Carlos no que tange ao delito de lesão corporal culposa na condução de 
veículo automotor, com base no artigo 107, inciso IV do Código Penal OU artigo 38 do Código 
de Processo Penal. 
 
B) DA INEXISTÊNCIA DE IMPRUDÊNCIA 
O juiz apesar de afastar o excesso de velocidade, afirmou ser necessária a 
condenação de Carlos em razão da imperícia, conforme mencionado no exame pericial. 
Todavia, o Magistrado não poderia ter condenado o réu em razão da imperícia, pois o 
Ministério Público não narrou na denúncia este fato, violando o princípio da correlação. 
De outro lado, foi acostado exame pericial realizado nos automóveis e no 
local, concluindo que, realmente, não houve excesso de velocidade por parte de Carlos e 
que havia o buraco mencionado na pista. 
Assim, como não houve comprovação da imprudência e nem do excesso de 
velocidade, pugna-se pela absolvição de Carlos, com base no artigo 386, inciso VII do Código 
de Processo Penal. 
 
C) DA AGRAVANTE 
O juiz reconheceu a agravante prevista no artigo 61, inciso II, alínea “h” do 
Código Penal, pelo fato da vítima ser criança. Todavia, tal agravante somente pode ser 
aplicada aos crimes dolosos e, não ao crime culposo como é o caso, sob pena de 
configuração de responsabilidade penal objetiva. 
Além disso, não havia possibilidade de o réu saber que havia criança no 
veículo que estavam Júlio e Mário. 
Assim, requer seja afastada a agravante em razão da idade da vítima, 
prevista no artigo 61, inciso II, alínea “h”, do Código Penal. 
D) DO CONCURSO FORMAL 
O Juiz reconheceu o concurso material, ficando a pena acomodada em 04 
anos e 09 meses. Todavia, ocorreu concurso formal entre os delitos, já que com uma única 
conduta o réu causou mais de um resultado. 
Assim, requer seja afastado o concurso material de crimes, reconhecendo o 
concurso formal dos delitos, devendo ser usado, se mantida a condenação, o critério da 
exasperação da pena, com base no artigo 70 do Código Penal. 
 
E) DO REGIME CARCERÁRIO 
O Juiz fixou o regime inicial fechado de cumprimento de pena, com 
fundamento na gravidade em concreto da conduta. Todavia, nos termos do artigo 33, “caput”, 
do Código Penal não é possível fixar o regime inicial fechado ao agente condenado pela 
prática de crime punido unicamente com pena de detenção. 
Assim, requer o afastamento do regime fechado, aplicando-se o regime 
aberto ou semiaberto. 
 
F) DA SUBSTITUIÇÃO PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE POR RESTRITIVA DE 
DIREITOS 
O Juiz não substituiu a pena privativa de liberdade por restritiva de direitos 
em razão do quantum final, nos termos do artigo 44, inciso I, do Código Penal. Todavia, é 
cabível a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos, independente 
do quantum de pena aplicada, já que o limite do artigo 44, inciso I do Código Penal é aplicável 
exclusivamente aos crimes dolosos. 
Assim, requer a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de 
direitos. 
III DO PEDIDO 
 
Ante o exposto, requer seja CONHECIDO e PROVIDO o presente recurso, 
com a reforma da decisão, a fim de que: 
a) Seja declarada extinta a punibilidade de Carlos no que tange ao delito de lesão corporal 
culposa na condução de veículo automotor, com base no artigo 107, inciso IV, do Código 
Penal; 
b) Seja o réu absolvido, com base no artigo 386, inciso VII do Código de Processo Penal; 
c) Seja afastada a agravante em razão da idade da vítima, prevista no artigo 61, inciso II, 
alínea “h”, do Código Penal; 
d) Seja afastado o concurso material de crimes; 
e) Seja afastado o regime fechado, aplicando-se o regime aberto ou semiaberto; 
f) Seja realizada a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos. 
 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
 
Local..., 23 de setembro de 2019. 
Advogado... 
OAB... 
 
 
 
 
ITEM PONTUAÇÃO 
Petição de interposição 
1. Endereçamento: 3ª Vara Criminal da Comarca de São 
Gonçalo/RJ (0,10). 0,00/0,10 
2. Fundamento legal: Art. 593, inciso I, do CPP (0,10). 0,00/0,10 
Razões de recurso de apelação 
3. Endereçamento: Tribunal de Justiça do Estado do Rio de 
Janeiro (0,10). 0,00/0,10 
4. Extinção da punibilidade em relação ao crime de lesão 
corporal (0,15), em razão da decadência (0,20), nos termos 
do Art. 107, IV, do CP OU 38 do CPP (0,10). 
0,00/0,15/0,20/0,25/0,30/ 
0,35/0,45 
4.1. Não houve representação do ofendido (0,20), sendo 
que essa seria indispensável OU e o crime era de ação 
penal pública condicionada à representação (0,15), nos 
termos do Art. 291, §1º, do CTB OU do Art. 88 da Lei 
9.099/95 (0,10) 
0,00/0,15/0,20/0,25/0,30/ 
0,35/0,45 
5. Absolvição de Carlos em relação aos crimes de homicídio 
culposo (0,30), já que comprovado que não houve 
imprudência e nem excesso de velocidade (0,20). 
0,00/0,20/0,30/0,50 
5.1. Não poderia o magistrado ter condenado em razão de 
imperícia (0,15), já que esta não foi narrada na denúncia OU 
em razão da violação ao princípio da correlação (0,30). 
0,00/0,15/0,30/0,45 
6. Afastamento da agravante em razão da idade da vítima 
(0,30), já que tal agravante somente pode ser aplicada aos 
crimes dolosos OU não pode ser aplicada aos crimes 
culposos OU sob pena de configuração de responsabilidade 
penal objetiva (0,15). 
0,00/0,15/0,30/0,45 
7. Afastamento do concurso material de crimes (0,25), 
devendo ser reconhecido o concurso formal de delitos 
(0,20), nos termos do Art. 70 do CP (0,10) 
0,00/0,20/0,25/0,30/ 
0,35/0,45/0,55 
7.1. Com uma única ação o réu causou mais de um 
resultado (0,15). 0,00/0,15 
8. Afastamento do regime inicial fechado (0,30), tendo em 
vista que tal regime inicial não pode ser fixado aos crimes 
punidos exclusivamente com pena de detenção OU 
considerando a pena aplicada (0,15), nos termos do Art. 33 
do CP (0,10) 
0,00/0,15/0,25/0,30/ 
0,40/0,45/0,55 
9. Possível a substituição da pena privativa de liberdade por 
restritiva de direitos (0,30), pois o limite do quantum de pena 
do Art. 44, I, do CP é aplicável exclusivamente aos crimes 
dolosos OU porque não existe limite de pena quando o 
crime for de natureza culposa (0,25). 
0,00/0,25/0,30/0,55 
Pedidos 
10. Conhecimento (0,10) e provimento do recurso (0,30). 0,00/0,10/0,30/0,40 
11. Prazo: 23 de setembro de 2019 (0,10) 0,00/0,10 
Fechamento 
12. Local, data, advogado e OAB (0,10). 0,00/0,10 
 
Memoriais 
 
 OBSERVAÇÃO: 
 
A explicação teórica sobre Memoriais está disponível no módulo “Curso Regular 2ª Fase 
Penal”, no “E-book: Aulas ao vivo”. 
 
PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL – XXXII EXAME OAB 
Memoriais 
Enunciado 
Na madrugada do dia 1º de janeiro de 2020, Luiz, nascido em 24 de abril de 1948, estava em 
sua residência, em Porto Alegre, na companhia de seus três filhos e do irmão Igor, nascido em 
29 de novembrode 1965, que também morava há dois anos no mesmo imóvel. Em determinado 
momento, um dos filhos de Luiz acionou fogos de artifício, no quintal do imóvel, para comemorar 
a chegada do novo ano. Ocorre que as faíscas atingiram o telhado da casa, que começou a 
pegar fogo. Todos correram para sair pela única e pequena porta da casa, mas Luiz, em razão 
de sua idade e pela dificuldade de locomoção, acabou ficando por último na fila para saída da 
residência. Percebendo que o fogo estava dele se aproximando e que iria atingi-lo em segundos, 
Luiz desferiu um forte soco na cabeça do irmão, que estava em sua frente, conseguindo deixar 
o imóvel. Igor ficou caído por alguns momentos, mas conseguiu sair da casa da família, 
sangrando em razão do golpe recebido. 
Policiais chegaram ao local do ocorrido, sendo instaurado procedimento para investigar a autoria 
do crime de incêndio e outro procedimento para apurar o crime de lesão corporal. Luiz, 
verificando as consequências de seus atos, imediatamente levou o irmão para unidade de saúde 
e pagou pelo tratamento médico necessário. Igor compareceu em sede policial após ser intimado, 
narrando o ocorrido, apesar de destacar não ter interesse em ver o autor do fato responsabilizado 
criminalmente. 
Concluídas as investigações em relação ao crime de lesão, os autos foram encaminhados ao 
Ministério Público, que, com base no laudo prévio de lesão corporal de Igor atestando a 
existência de lesão de natureza leve na cabeça, ofereceu denúncia, perante a 5ª Vara Criminal 
de Porto Alegre/RS, órgão competente, em face de Luiz como incurso nas sanções penais do 
Art. 129, § 9º, do Código Penal. Deixou o órgão acusador de oferecer proposta de suspensão 
condicional do processo com fundamento no Art. 41 da Lei nº 11.340/06, que veda a aplicação 
dos institutos da Lei nº 9.099/95, tendo em vista que aquela lei (Lei nº 11.340/06) estabeleceu 
nova pena para o delito imputado. 
Após citação e apresentação de resposta à acusação, na qual Luiz demonstrou interesse na 
aplicação do Art. 89 da Lei nº 9.099/95, os fatos foram integralmente confirmados durante a 
instrução probatória. Igor confirmou a agressão, a ajuda posterior do irmão e o desinteresse em 
responsabilizá-lo. O réu permaneceu em silêncio durante seu interrogatório. Em seguida, foi 
acostado ao procedimento o laudo definitivo de lesão corporal da vítima atestando a existência 
de lesões de natureza leve, assim como a Folha de Antecedentes Criminais de Luiz, que 
registrava uma única condenação, com trânsito em julgado em 10 de dezembro de 2019, pela 
prática de contravenção penal. 
O Ministério Público apresentou a manifestação cabível requerendo a condenação do réu nos 
termos da denúncia, destacando, ainda, a incidência do Art. 61, inciso I, do CP. Em seguida, a 
defesa técnica de Luiz foi intimada, em 19 de janeiro de 2021, terça-feira, para apresentação da 
medida cabível. 
Considerando apenas as informações expostas, apresente, na condição de advogado(a) de Luiz, 
a peça jurídica cabível, diferente do “habeas corpus” e embargos de declaração, expondo todas 
as teses cabíveis de direito material e processual. A peça deverá ser datada no último dia do 
prazo para apresentação, devendo segunda a sexta-feira serem considerados dias úteis em todo 
o país. (Valor: 5,00) 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 5ª VARA CRIMINAL DA 
COMARCA DE PORTO ALEGRE/RS 
 
Processo nº 
 
LUIZ, já qualificado nos autos, por seu procurador infra-assinado, com 
procuração em anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar 
MEMORIAIS, com base no artigo 403 § 3º OU artigo 404, parágrafo único, ambos do Código 
de Processo Penal. 
 
I) DOS FATOS 
O réu foi denunciado pela prática do crime de lesão corporal previsto no 
artigo 129, § 9º, do Código Penal. 
Durante a audiência de instrução, foi ouvida a vítima, a qual confirmou a 
agressão, a ajuda posterior do irmão e o desinteresse em responsabilizá-lo. O réu 
permaneceu em silêncio durante o interrogatório. 
O Ministério Público requereu a condenação do réu nos termos da denúncia, 
destacando a incidência do artigo 61, inciso I, do Código Penal. 
A defesa foi intimada no dia 19 de janeiro de 2021. 
 
II) DO DIREITO 
A) DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE 
Ministério Público ofereceu denúncia contra o réu pela prática do delito 
previsto no artigo 129, § 9º, do Código Penal, perante a 5ª Vara Criminal da Comarca de 
Porto Alegre/RS, mesmo sem a manifestação de vontade da vítima. 
Todavia, conforme artigo 88 da Lei nº 9.099/95, o crime de lesão corporal 
leve é de ação penal pública condicionada à representação. No caso, a vítima demonstrou 
não ter interesse em ver o autor do fato responsabilizado criminalmente, não havendo, pois, 
representação para o oferecimento da denúncia, condição de procedibilidade da ação penal 
pública condicionada à representação. 
Logo, incidiu a extinção da punibilidade, já que entre a data do fato e pelo 
menos até a intimação para manifestação defensiva já teria passado mais de seis meses, 
nos termos do artigo 38 do Código de Processo Penal e artigo 107, inciso IV, do Código 
Penal, sem que tenha havido representação, ocorrendo, portanto, a decadência. 
Além disso, a falta de representação enseja a nulidade do processo, nos 
termos do artigo 564, inciso III, alínea “a”, ou inciso IV, do Código de Processo Penal. 
 
B) DA PROPOSTA DE SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO 
O Ministério Publico deixou de oferecer proposta de suspensão condicional 
do processo com fundamento no artigo 41 da Lei nº 11.340/06, que veda a aplicação dos 
institutos da Lei nº 9.099/95, tendo em vista que aquela lei (Lei nº 11.340/06) estabeleceu 
nova pena para o delito imputado. 
Todavia, o crime não foi praticado no contexto da violência doméstica e 
familiar contra a mulher, não sendo aplicável a previsão do artigo 41 da Lei nº 11.340/06 pelo 
fato da vítima ser homem. Logo, pugna-se pela nulidade decorrente do não oferecimento da 
proposta de suspensão condicional do processo. 
 
C) DO ESTADO DE NECESSIDADE 
O réu foi denunciado pela prática de lesão corporal leve empregada contra 
seu irmão. Todavia, a casa estava pegando fogo e, em razão de sua idade e pela dificuldade 
de locomoção, o réu acabou ficando por último na fila para a saída da residência. 
Logo, diante do perigo atual para a sua integridade física, o réu agiu em 
estado de necessidade, causa excludente de ilicitude, conforme artigo 24 e artigo 23, inciso 
I, ambos do Código Penal, pois utilizou meios disponíveis para se defender, não sendo 
razoável a exigência do sacrifício. 
Assim, diante do afastamento da ilicitude da conduta, pugna-se pelo 
reconhecimento do estado de necessidade, com a absolvição com base no artigo 386, inciso 
VI, do Código de Processo Penal. 
 
D) DA PENA BASE NO MÍNIMO LEGAL 
A pena-base deve ser fixada no mínimo legal, já que todas as circunstâncias 
judiciais previstas no artigo 59 do Código Penal são favoráveis. 
 
E) DA AGRAVANTE DA REINCIDÊNCIA 
O Ministério Público requereu a condenação do réu nos termos da denúncia, 
com a incidência do artigo 61, inciso I, do Código Penal, diante da condenação definitiva pela 
prática de contravenção anterior. 
Todavia, o réu foi condenado, com sentença transitada em julgado, pela 
prática de contravenção penal, não se enquadrando no contexto do artigo 63 do Código 
Penal, que prevê a reincidência quando o agente comete novo crime após o trânsito em 
julgado da sentença condenatória pela prática de crime anterior. 
Logo, deve ser afastada a agravante da reincidência, prevista no artigo 61, 
inciso I, do Código Penal. 
 
F) DA ATENUANTE DA IDADE 
O réu era maior de 70 anos na data da sentença, razão pela qual deve ser 
reconhecida a atenuante prevista no artigo 65, inciso I, do Código Penal. 
 
G) DA ATENUANTE DO ARTIGO 65, INCISO III, ALÍNEA “B”, DO CP 
O réu, verificandoas consequências de seus atos, imediatamente levou o 
irmão para unidade de saúde e pagou pelo tratamento médico necessário. Logo, o réu 
procurou, logo após o crime, evitar ou minorar as consequências de seus atos, levando a 
vítima para o hospital e pagando pelo seu tratamento. 
Assim, pugna-se pelo reconhecimento da atenuante do artigo 65, inciso III, 
alínea “b”, do Código Penal. 
 
H) DO REGIME ABERTO 
O réu foi denunciado pelo crime de lesão corporal leve qualificada, nos 
termos do artigo 129, § 9º, do Código Penal, que prevê pena de três meses a três anos. 
Logo, na hipótese de eventual condenação, a pena não será superior a quatro anos. 
Além disso, trata-se de crime apenado com detenção, não sendo possível a 
fixação de regime fechado, nos termos do artigo 33, “caput”, do Código Penal. 
Logo, o Magistrado deverá fixar o regime aberto para o início do 
cumprimento da pena, nos termos do artigo 33, § 2º, alínea “c”, do Código Penal. 
 
I) DA SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA 
Considerando a primariedade do réu e a pena a ser aplicada, que não será 
superior a dois anos, será cabível a concessão da suspensão condicional da pena, nos 
termos do artigo 77 do Código Penal
III) DO PEDIDO 
Ante o exposto, requer: 
a) A extinção da punibilidade, pela decadência, nos termos do artigo 107, inciso IV, do Código 
Penal; 
b) Nulidade do processo pela falta de representação, nos termos do artigo 564, III, “a”, e 
inciso IV, do Código de Processo Penal; 
c) Nulidade do processo pela falta de oferecimento de proposta de suspensão condicional 
do processo; 
d) Absolvição, na forma do artigo 386, inciso VI, do Código de Processo Penal; 
e) Aplicação da pena-base no mínimo legal; 
f) Reconhecimento das atenuantes do artigo 65, incisos I, e III, alínea “b”, do Código Penal; 
g) Fixação do regime aberto nos termos do artigo 33, § 2º, alínea “c”, do Código Penal; 
h) Concessão de suspensão condicional da pena. 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
 
Local..., 25 de janeiro de 2021. 
Advogado... 
 OAB... 
ITEM PONTUAÇÃO 
1. Endereçamento: 5ª Vara Criminal da Comarca de Porto 
Alegre/RS (0,10) 
0,00/0,10 
2. Fundamento legal: Art. 403, § 3º, do CPP ou Art. 404, parágrafo 
único do CPP (0,10) 
0,00/0,10 
PRELIMINARES 
3. Preliminarmente, extinção da punibilidade do agente OU nulidade 
em razão da ausência de representação (0,20), com reconhecimento 
da decadência (0,15), conforme o Art. 107, inciso IV, do CP OU 564, 
inciso III, alínea a, ou inciso IV, CPP (0,10) 
0,00/0,15/0,20/ 
0,25/0,30/0,35/ 
0,45 
3.1. O crime de lesão corporal leve do Art. 129, § 9º, do CP é de ação 
penal pública condicionada à representação (0,20), nos termos do 
Art. 88 da Lei nº 9.099/95 (0,10), e a vítima demonstrou não ter 
interesse em ver o autor do fato responsabilizado criminalmente 
(0,15) 
0,00/0,15/0,20/ 
0,25/0,30/0,35/ 
0,45 
4. Nulidade decorrente do não oferecimento de proposta de 
suspensão condicional do processo (0,30), tendo em vista que o 
crime não foi praticado no contexto da violência doméstica e familiar 
contra mulher ou tendo em vista não ser aplicável a previsão do Art. 
41 da Lei nº 11.340 pelo fato de a vítima ser homem (0,20). 
0,00/0,20/0,30/ 
0,50 
MÉRITO 
5. No mérito, reconhecimento do estado de necessidade (0,40), que 
é causa excludente da ilicitude (0,20), na forma do Art. 24 ou do Art. 
23, inciso I, ambos do CP (0,10) 
0,00/0,20/0,30/ 
0,40/0,50/0,60/ 
0,70 
5.1. Luiz agiu diante de perigo atual para sua integridade física 
(0,20), utilizando meios disponíveis, não sendo razoável a exigência 
do sacrifício (0,10) 
 
0,00/0,10/0,20/ 
0,30 
6. Aplicação da pena base no mínimo legal, já que circunstâncias do 
art. 59 do CP são favoráveis (0,10) 0,00/0,10 
7. Afastamento da agravante da reincidência OU afastamento da 
agravante do art. 61, I, do CP (0,20), tendo em vista que a 
condenação anterior se refere à contravenção ou tendo em vista que 
não ostenta condenação anterior definitiva pela prática de crime 
(0,10) 
 
0,00/0,10/0,20/ 
0,30 
8. Reconhecimento da atenuante prevista no Art. 65, inciso I, do CP 
(0,20), tendo em vista que o réu era maior de 70 anos na data da 
sentença (0,10) 
0,00/0,10/0,20/ 
0,30 
9. Reconhecimento da atenuante prevista no Art. 65, inciso III, alínea 
b, do CP (0,20), pois Luiz procurou reduzir as consequências de seus 
atos levando Igor para o hospital e pagando por seu tratamento 
(0,10) 
0,00/0,10/0,20/ 
0,30 
10. Fixação do regime aberto para início do cumprimento da pena 
(0,20), considerando a pena a ser aplicada ou considerando que o 
delito é punido apenas com pena de detenção (0,10) 
0,00/0,10/0,20/ 
0,30 
11. Requerimento de suspensão condicional da pena (0,20), nos 
termos do Art. 77 do CP (0,10) 
0,00/0,20/0,30 
Pedidos 
12. Preliminar de nulidade do processo OU reconhecimento da 
extinção da punibilidade OU decadência OU oferecimento de 
proposta de suspensão condicional do processo (0,10) 
0,00/0,10 
13. Absolvição (0,20), na forma do Art. 386, VI, do CPP (0,10) 0,00/0,20/0,30 
14. Aplicação da pena no mínimo legal OU reconhecimento das 
atenuantes (0,10) 
0,00/0,10 
15. Fixação do regime aberto OU concessão de suspensão 
condicional da pena (0,10) 
0,00/0,10 
Fechamento 
16. Data: 25 de janeiro de 2021 (0,10) 0,00/0,10 
17. Local, data, advogado e OAB (0,10) 0,00/0,10 
Recurso em sentido estrito contra decisão de pronúncia 
 
 OBSERVAÇÃO: 
 
A explicação teórica sobre Recurso em Sentido Estrito está disponível no módulo “Curso 
Regular 2ª Fase Penal”, no “E-book: Aulas ao vivo”. 
 
PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL – XXXIV EXAME OAB 
Recurso em sentido estrito contra decisão de pronúncia 
 
Enunciado 
Rodrigo foi denunciado pelo crime de homicídio simples consumado, com a causa de aumento 
prevista na primeira parte do Art. 121, § 4º, do CP, perante o Tribunal do Júri da Comarca de 
São Paulo. De acordo com o que consta na denúncia, no dia 26 de dezembro de 2019, em uma 
boate localizada na cidade de São Paulo, Rodrigo teria desferido um soco na barriga de João, 
além de ter lhe dado um empurrão, que fez com que a vítima caísse em cima da garrafa de vidro 
que segurava. O corte gerado foi a causa eficiente da morte de João, conforme consta do laudo 
acostado ao procedimento. Rodrigo teria sido encaminhado por seus amigos ao hospital após os 
fatos, pois se mostrava descontrolado, não tendo prestado socorro à vítima, por isso, sendo 
imputada a causa de aumento da primeira parte do Art. 121, § 4º, do CP. 
Diante da inicial acusatória, Rodrigo procurou seu (sua) advogado(a), narrando que, no dia dos 
fatos, câmeras de segurança registraram o momento em que uma pessoa desconhecida, de 
maneira furtiva, teria colocado substâncias entorpecentes em sua bebida, o que teria causado 
uma embriaguez completa. Rodrigo teria ficado descontrolado e, em razão disso, sem motivação, 
teria desferido um soco na barriga de João, empurrando-o em seguida apenas para que, dele, 
se afastasse, nem mesmo percebendo que a vítima estaria com uma garrafa de cerveja nas 
mãos. Destacou sequer saber por que quis lesionar João, mas assegurou que o resultado morte 
não foi pretendido e nem aceito pelo mesmo, que precisou, inclusive, ser submetido a tratamento 
psicológico em razão dos fatos. Apresentou laudo do hospital, elaborado logo após o ocorrido, 
constatando que estaria completamente embriagado em razão da ingestão daquela substância 
entorpecente que teria sido colocada em sua bebida, bem como que, naquele momento, era 
inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito dos fatos. 
Após recebimento da denúncia, citação e apresentação de defesa, foi designada audiência de 
instrução e julgamento, na primeira fase do procedimento do Tribunal do Júri, para oitiva das 
testemunhas de acusação e defesa, além do interrogatório do réu. Os policiais responsáveis 
pelas investigações e pela oitiva dos envolvidos, arroladoscomo testemunhas pelo Ministério 
Público, informaram ao magistrado que se atrasariam para o ato judicial, pois estavam em 
importante diligência. Não querendo fracionar a colheita da prova, o magistrado determinou a 
oitiva das testemunhas de defesa antes das de acusação, apesar do registro do inconformismo 
da defesa. Ao final, o réu foi interrogado. As provas colhidas indicaram que a versão apresentada 
por Rodrigo ao seu advogado era totalmente verdadeira. Considerando que foi constatado o 
desferimento do soco e do empurrão por parte de Rodrigo em João, após manifestação das 
partes, o juiz pronunciou o acusado nos termos da denúncia. Intimado, o Ministério Público se 
manteve inerte. Rodrigo e sua defesa técnica foram intimados da decisão em 05 de abril de 2021, 
segunda-feira. Considerando apenas as informações expostas, apresente, na condição de 
advogado(a) de Rodrigo, a peça jurídica cabível, diferente de habeas corpus e embargos de 
declaração, expondo todas as teses jurídicas de direito material e processual aplicáveis. A peça 
deverá ser datada do último dia do prazo para interposição, devendo ser considerado que 
segunda a sexta-feira são dias úteis em todo o país. (Valor: 5,00) 
 
 
 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DO 
TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA DE SÃO PAULO/SP 
 
Processo nº 
 
 
 
 
 
RODRIGO, já qualificado nos autos, por seu procurador infra-
assinado, com procuração em anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa 
Excelência, interpor o presente RECURSO EM SENTIDO ESTRITO, com base no artigo 581, 
inciso IV, do Código de Processo Penal. 
Nesse sentido, requer seja recebido o recurso e procedido o juízo de 
retratação, nos termos do artigo 589 do Código de Processo Penal. Se mantida a decisão, 
requer seja encaminhado o presente recurso, já com as razões inclusas, ao Tribunal de 
Justiça do Estado de São Paulo, para o devido processamento. 
 
Nestes termos, 
Pede deferimento 
 
Local..., 12 de abril de 2021. 
 
Advogado... 
OAB... 
 
 
 
 
 
 
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO 
Recorrente: RODRIGO 
Recorrido: MINISTÉRIO PÚBLICO 
 
Processo nº 
RAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO 
 
Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo 
Colenda Câmara Criminal 
 
I) DOS FATOS 
O Ministério Público denunciou o recorrente pelo crime de homicídio 
simples consumado, com a causa de aumento prevista na primeira parte do artigo 121, §4º, 
do Código Penal. 
Designada a audiência de instrução e julgamento para a oitiva das 
testemunhas de acusação e defesa, além do interrogatório do réu. 
Ao final, o réu foi interrogado. Encerrada a instrução, o Magistrado 
proferiu decisão pronunciando o réu nos termos da denúncia. 
A defesa foi intimada da decisão no dia 05 de abril de 2021, segunda-
feira. 
 
II) DO DIREITO 
 
A) DA NULIDADE DO PROCEDIMENTO 
Na audiência de instrução e julgamento o magistrado determinou a 
oitiva das testemunhas de defesa antes das de acusação, em virtude do atraso dos policiais 
arrolados pelo Ministério Público. Todavia, conforme dispõe artigo 411 do Código de 
Processo Penal, na audiência de instrução e julgamento deverão ser ouvidas as 
testemunhas de acusação e defesa, nesta ordem. 
 
A inversão da ordem de oitiva das testemunhas prejudicou o exercício da 
ampla defesa e contraditório, previsto no artigo 5º, inciso LV, da Constituição Federal. 
Logo, deve ser reconhecida a nulidade de todos os atos processuais 
praticados a partir da audiência, tendo em vista a inversão da ordem de inquirição de 
testemunhas. 
 
B) DA EMBRIAGUEZ COMPLETA E ACIDENTAL 
O recorrente foi denunciado pelo crime de homicídio simples consumado, 
com a causa de aumento prevista na primeira parte do artigo 121, §4º, do Código Penal, pois 
teria desferido um soco na barriga de João, além de ter lhe dado um empurrão, que fez com 
que a vítima caísse em cima da garrada de vidro que segurava. 
Todavia, conforme laudo hospitalar elaborado logo após o ocorrido, Rodrigo 
estava completamente embriagado, em razão de substância entorpecente que havia sido 
inserida em sua bebida sem que ele percebesse, de modo que não entendia o caráter ilícito 
dos fatos. 
Dessa forma, o recorrente deve ser isento de pena, em virtude da 
embriaguez completa, proveniente de caso fortuito, nos termos do artigo 28, §1º, do Código 
Penal, causa excludente de culpabilidade. Sendo assim, deve Rodrigo ser absolvido 
sumariamente, conforme artigo 415, inciso IV, do Código de Processo Penal. 
 
C) DA DESCLASSIFICAÇÃO 
Em que pese tenha ocorrido o resultado morte de João, o recorrente não 
pretendia esse resultado e que nem o aceitava. No caso, Rodrigo teve a intenção (ainda que 
afetada pela inimputabilidade momentânea) de praticar o crime de lesão corporal. Em relação 
a morte, vislumbra-se a ocorrência de culpa, de modo que o delito em tese praticado seria o 
de lesão corporal seguida de morte, previsto no artigo 129, § 3º, do Código Penal, o qual não 
é um crime doloso contra a vida. Dessa forma, caso não seja reconhecida a absolvição 
sumária, requer a desclassificação do crime imputado para o delito de lesão seguido de 
morte, na forma do artigo 419 do Código de Processo Penal, encaminhando-se os autos ao 
juízo singular. 
D) DO AFASTAMENTO DA CAUSA DE AUMENTO 
O réu foi pronunciado pelo crime de homicídio simples consumado, com a 
causa de aumento prevista na primeira parte do artigo 121, §4º, do Código Penal. 
Todavia, tal causa de aumento somente é aplicável ao crime de homicídio 
culposo, conforme se extrai da primeira parte do artigo 121, § 4º, do Código Penal. No caso, 
o delito imputado ao recorrente foi de homicídio doloso, sendo inaplicável a causa de 
aumento de pena. 
 
III) DO PEDIDO 
Ante o exposto, requer seja CONHECIDO e PROVIDO o presente recurso, 
com a reforma da decisão de 1º grau, para o fim de que: 
a) Seja reconhecida a nulidade dos atos praticados desde a audiência de instrução e 
julgamento; 
b) Seja o réu absolvido sumariamente, com fundamento no artigo 415, inciso IV, do Código 
de Processo Penal; 
c) Seja desclassificado o delito de homicídio simples consumado para o crime de lesão 
corporal seguida de morte, com a consequente remessa para o juízo comum, na forma do 
artigo 419 do Código de Processo Penal; 
d) Seja afastada a causa de aumento de pena, previsto no artigo 121, §4º, do Código Penal. 
 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
 
Local..., 12 de abril de 2021 
Advogado... 
OAB... 
 
 
 
ITEM PONTUAÇÃO 
Petição de interposição 
1. Endereçamento: Juízo do Tribunal do Júri da Comarca de São 
Paulo/SP (0,10) 
0,00/0,10 
2. Fundamento legal: Art. 581, inciso IV, do CPP (0,10) 0,00/0,10 
3. Requerimento do juízo de retratação ou exercício do efeito 
regressivo (0,30), nos termos do Art. 589 do CPP (0,10) 
0,00/0,30/0,40 
Razões de Recurso 
4. Endereçamento: Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo 
(0,10) 
0,00/0,10 
5. Preliminarmente, nulidade da pronúncia ou nulidade da 
instrução (0,30), por violação ao princípio da ampla defesa e 
contraditório ou devido processo legal (0,15), nos termos do Art. 
5º, inciso LIV ou LV, da CRFB/88 ou do Art. 564, inciso IV, do 
CPP (0,10) 
0,00/0,15/0,25/0,30/ 
0,40/0,45/0,55 
5.1. Houve inadequada inversão da ordem de oitiva das 
testemunhas ou as testemunhas de defesa foram ouvidas antes 
das testemunhas de acusação (0,30), em desrespeito à previsão 
do Art. 411 do CPP (0,10) 
0,00/0,30/0,40 
6. No mérito, pedido de absolvição sumária (0,30), diante da 
manifesta causa de isenção de pena ou excludente de 
culpabilidade (0,15), nos termos do Art. 415, inciso IV, do CPP 
(0,10) 
0,00/0,15/0,25/0,30/ 
0,40/0,45/0,55 
6.1. A imputabilidade penal restou afastada em razão da 
embriaguez (0,30), que foi completa, decorrente de caso fortuito 
ou força maior, e que tornou o réu inteiramente incapaz de 
entender o caráterilícito do fato (0,15), conforme o Art. 28, §1º, 
do CP (0,10) 
0,00/0,15/0,25/0,30/ 
0,40/0,45/0,55 
7. Subsidiariamente, desclassificação para crime não doloso 
contra a vida (0,30), nos termos do Art. 419 do CPP (0,10), pois 
Rodrigo pretendia desferir um soco na barriga da vítima e um 
empurrão, tendo apenas intenção de causar lesão, mas não o 
resultado morte ou houve dolo na lesão e culpa em relação ao 
resultado morte (0,25) 
0,00/0,25/0,30/ 
0,35/0,40/0,55/0,65 
7.1. Deveria Rodrigo responder, caso reconhecida a 
imputabilidade, pelo crime de lesão corporal seguida da morte 
(0,30), previsto no Art. 129, §3º, do CP (0,10) 
0,00/0,30/0,40 
8. Ainda de maneira subsidiária, afastamento da causa de 
aumento imputada na denúncia (0,30), tendo em vista que 
somente aplicável ao homicídio culposo ou tendo em vista que 
foi imputada a prática do crime de homicídio doloso (0,40) 
0,00/0,30/0,40/0,70 
Pedidos 
9. Conhecimento (0,10) e provimento do recurso (0,20) 0,00/0,10/0,20/0,30 
10. Prazo: 12 de abril de 2021 (0,10) 0,00/0,10 
Fechamento 
11. Local, data, advogado e OAB (0,10) 0,00/0,10 
 
Resposta à acusação 
 
 OBSERVAÇÃO: 
 
A explicação teórica sobre Resposta à acusação está disponível no módulo “Curso 
Regular 2ª Fase Penal”, no “E-book: Aulas ao vivo”. 
 
PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL – XXV EXAME OAB 
Resposta à Acusação 
Enunciado 
Patrick, nascido em 04/06/1960, tio de Natália, jovem de 18 anos, estava na varanda de sua casa 
em Araruama, em 05/03/2017, no interior do Estado do Rio de Janeiro, quando vê o namorado 
de sua sobrinha, Lauro, agredindo-a de maneira violenta, em razão de ciúmes. 
Verificando o risco que sua sobrinha corria com a agressão, Patrick gritou com Lauro, que não 
parou de agredi-la. Patrick não tinha outra forma de intervir, porque estava com uma perna 
enfaixada devido a um acidente de trânsito. 
Ao ver que as agressões não cessavam, foi até o interior de sua residência e pegou uma arma 
de fogo, de uso permitido, que mantinha no imóvel, devidamente registrada, tendo ele 
autorização para tanto. Com intenção de causar lesão corporal que garantisse a debilidade 
permanente de membro de Lauro, apertou o gatilho para efetuar disparo na direção de sua perna. 
Por circunstâncias alheias à vontade de Patrick, a arma não funcionou, mas o barulho da arma 
de fogo causou temor em Lauro, que empreendeu fuga e compareceu à Delegacia para narrar a 
conduta de Patrick. 
Após meses de investigações, com oitiva dos envolvidos e das testemunhas presenciais do fato, 
quais sejam, Natália, Maria e José, estes dois últimos sendo vizinhos que conversavam no portão 
da residência, o inquérito foi concluído, e o Ministério Público ofereceu denúncia, perante o juízo 
competente, em face de Patrick como incurso nas sanções penais do Art. 129, § 1º, inciso III, 
c/c. o Art. 14, inciso II, ambos do Código Penal. Juntamente com a denúncia, vieram as principais 
peças que constavam do inquérito, inclusive a Folha de Antecedentes Criminais, na qual 
constava outra anotação por ação penal em curso pela suposta prática do crime do Art. 168 do 
Código Penal, bem como o laudo de exame pericial na arma de Patrick apreendida, o qual 
concluiu pela total incapacidade de efetuar disparos. 
Em busca do cumprimento do mandado de citação, o oficial de justiça comparece à residência 
de Patrick e verifica que o imóvel se encontrava trancado. Apenas em razão desse único 
comparecimento no dia 26/02/2018, certifica que o réu estava se ocultando para não ser citado 
e realiza, no dia seguinte, citação por hora certa, juntando o resultado do mandado de citação e 
intimação para defesa aos autos no mesmo dia. Maria, vizinha que presenciou a conduta do 
oficial de justiça, se assusta e liga para o advogado de Patrick, informando o ocorrido e 
esclarecendo que ele se encontra trabalhando e ficará embarcado por 15 dias. O advogado entra 
em contato com Patrick por e-mail e este apenas consegue encaminhar uma procuração para 
adoção das medidas cabíveis, fazendo uma pequena síntese do ocorrido por escrito. 
Considerando a situação narrada, apresente, na qualidade do advogado de Patrick, a peça 
jurídica cabível, diferente do “habeas corpus”, apresentando todas as teses jurídicas de direito 
material e processual pertinentes. A peça deverá ser datada do último dia do prazo. (Valor: 5,00) 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DA 
COMARCA DE ARARUAMA/RJ 
 
Processo nº... 
 
 
 
PATRICK, já qualificado nos autos, por seu procurador infra-assinado, com 
procuração em anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência apresentar 
RESPOSTA À ACUSAÇÃO, com base nos artigos 396 e 396-A, ambos do Código de 
Processo Penal, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos: 
 
I) DOS FATOS 
No dia 05/03/2017, o réu Patrick viu Lauro, namorado de sua sobrinha, 
agredindo-a de maneira violenta, em razão de ciúmes. 
Após conclusão do Inquérito Policial, o Ministério Público ofereceu denúncia 
contra o réu como incurso nas sanções penais do artigo 129, § 1º, inciso III, c/c artigo 14, 
inciso II, ambos do Código Penal. 
Foi juntado laudo de exame pericial da arma apreendida, o qual concluiu pela 
total incapacidade de efetuar disparos. 
O oficial de justiça, considerando que o réu se ocultava para não ser citado, 
procedeu à citação por hora certa. 
 
II) DO DIREITO 
A) DA NULIDADE DA CITAÇÃO 
O oficial de justiça compareceu à residência do réu e, em razão do único 
comparecimento realizado no dia 26/02/2018, certificou que réu estava se ocultando para 
não ser citado, realizando, no dia seguinte, a citação por hora certa. 
 
Todavia, Patrick não estava se ocultando para ser citado, pois sua residência 
estava fechada porque ele estava trabalhando em embarcação e o oficial de justiça somente 
compareceu em uma oportunidade. 
Além disso, o oficial de justiça compareceu apenas uma vez na residência 
do réu, sendo necessário procurar o réu duas vezes sem o encontrar para efetivar a citação 
por hora certa, nos termos do artigo 362 do Código de Processo Penal c/c o artigo 252 do 
Código de Processo Civil. 
Assim, verifica-se a nulidade da citação, nos termos do artigo 564, inciso III, 
alínea “e”, do Código de Processo Penal. 
 
B) DO CRIME IMPOSSÍVEL 
O réu foi denunciado pela prática do crime de lesão corporal grave tentado. 
Todavia, a arma de fogo utilizada não era apta a efetuar disparos, conforme laudo pericial 
acostado. Logo, o meio utilizado era absolutamente ineficaz para produzir qualquer 
resultado. 
Nos termos do artigo 17 do Código Penal, não se pune a tentativa quando, 
por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível 
consumar-se o delito. Trata-se, portanto, de crime impossível. 
O reconhecimento do crime impossível gera a atipicidade da conduta e, 
consequentemente, cabível a absolvição sumária pelo fato evidentemente não constituir 
crime, com base no artigo 397, inciso III, do Código de Processo Penal. 
 
C) DA LEGÍTIMA DEFESA 
O réu foi acusado de ter agredido a vítima, sendo-lhe imputado o crime de 
lesão corporal grave tentado. Todavia, Patrick agiu amparado pela legítima defesa, prevista 
nos artigos 25 e 23, inciso II, ambos do Código Penal. 
No caso, o réu usou moderadamente dos meios que tinha à sua disposição, 
já que estava com a perna enfaixada devido a um acidente de trânsito, para repelir injusta 
agressão praticada contra a sua sobrinha. 
Além disso, Patrick não pretendia matar Lauro, mas apenas lesionar, 
buscando atingir a sua perna, para fazer cessar a agressão. 
Assim, diante da legítima defesa, requer a absolvição sumária, tendo em 
vista que há manifesta causa excludente da ilicitude, com fundamento no artigo 397, inciso 
I, do Código de Processo Penal. 
 
III) DO PEDIDO 
Ante o exposto, requer: 
a) Reconhecimento da nulidade do ato de citação, nos termos do artigo 564, inciso III, alínea 
“e”,do Código de Processo Penal; 
b) Absolvição sumária, com base no artigo 397, inciso I, do Código de Processo Penal. 
c) Absolvição sumária, com base no artigo 397, inciso III, do Código de Processo Penal. 
d) A produção de todas as provas admitidas em direito, principalmente prova testemunhal. 
 
ROL DE TESTEMUNHAS: 
1. Maria...; 
2. José...; 
3. Natália... 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
 
Local..., 09 de março de 2018. 
Advogado... 
OAB... 
 
 
 
 
 
ITEM PONTUAÇÃO 
1) Endereçamento: Vara Criminal da Comarca de Araruama/RJ 
(0,10). 
0,00/0,10 
2) Fundamento legal: Art. 396-A do Código de Processo Penal 
(0,10). 0,00/0,10 
3) Preliminarmente, deve ser requerido o reconhecimento da 
nulidade do ato de citação (0,40), nos termos do art. 564, inciso III, 
“e”, do CPP (0,10) 
0,00/0,40/0,50 
4) Patrick não estava se ocultando para ser citado e o oficial de 
justiça somente compareceu em uma oportunidade (0,15), não 
preenchendo os requisitos do Art. 362 do CPP (0,10). 
0,00/0,15/0,25 
Mérito 
5) Absolvição sumária, tendo em vista que a conduta narrada 
evidentemente não constitui crime (0,40). 0,00/0,40 
6) Não há que se falar em punição da tentativa, tendo em vista que 
houve crime impossível (0,70), previsto no Art. 17 do CP (0,10). 0,00/0,70/0,80 
7) A arma de fogo utilizada não era apta a efetuar disparos (0,30), 
logo houve absoluta ineficácia do meio utilizado (0,20). 0,00/0,20/0,30/0,50 
8) Absolvição sumária, tendo em vista que há manifesta causa 
excludente da ilicitude (0,40). 
0,00/0,40 
9) Patrick agiu amparado pela legítima defesa (0,70), prevista no 
Art. 25 do CP OU no Art. 23, II, do CP (0,10). 0,00/0,70/0,80 
10) Patrick utilizou dos meios necessários (0,10) para repelir injusta 
agressão atual (0,15). 0,00/0,10/0,15/0,25 
11) A conduta de Patrick visava resguardar direito de terceiro/sua 
sobrinha (0,10). 0,00/0,10 
Pedidos: 
12) Absolvição sumária (0,30), com fundamento no Art. 397, 
inciso I, do CPP (0,10) e no Art. 397, inciso III, do CPP (0,10). 0,00/0,30/0,40/0,50 
13) Rol de testemunhas (Maria, José e Natália) (0,10). 0,00/0,10 
14) Prazo: 09 de março de 2018 (0,10). 0,00/0,10 
Fechamento: 
15) Local, data, advogado e OAB (0,10). 0,00/0,10 
 
 
 
 
Agravo em execução 
 
 OBSERVAÇÃO: 
 
A explicação teórica sobre Agravo em execução está disponível no módulo “Curso 
Regular 2ª Fase Penal”, no “E-book: Aulas ao vivo”. 
 
PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL – XVI EXAME OAB 
Agravo em execução 
 
Enunciado 
Gilberto, quando primário, apesar de portador de maus antecedentes, praticou um crime de roubo 
simples, pois, quando tinha 20 anos de idade, subtraiu de Renata, mediante grave ameaça, um 
aparelho celular. Apesar de o crime restar consumado, o telefone celular foi recuperado pela 
vítima. Os fatos foram praticados em 12 de dezembro de 2011. Por tal conduta, foi Gilberto 
denunciado e CONDENADO como incurso nas sanções penais do Art. 157, “caput”, do Código 
Penal a uma pena privativa de liberdade de 04 anos e 06 meses de reclusão em regime inicial 
fechado e 12 dias multa, tendo a sentença transitada em julgado para ambas as partes em 11 
de setembro de 2013. Gilberto havia respondido ao processo em liberdade, mas, desde o dia 15 
de setembro de 2013, vem cumprindo a sanção penal que lhe foi aplicada regularmente, inclusive 
obtendo progressão de regime. Nunca foi punido pela prática de falta grave e preenchia os 
requisitos subjetivos para obtenção dos benefícios da execução penal. 
No dia 25 de fevereiro de 2015, você, advogado(a) de Gilberto, formulou pedido de obtenção de 
livramento condicional junto ao Juízo da Vara de Execução Penal da comarca do Rio de 
Janeiro/RJ, órgão efetivamente competente. O pedido, contudo, foi indeferido, apesar de, em 
tese, os requisitos subjetivos estarem preenchidos, sob os seguintes argumentos: a) o crime de 
roubo é crime hediondo, não tendo sido cumpridos, até o momento do requerimento, 2/3 da pena 
privativa de liberdade; b) ainda que não fosse hediondo, não estariam preenchidos os requisitos 
objetivos para o benefício, tendo em vista que Gilberto, por ser portador de maus antecedentes, 
deveria cumprir metade da pena imposta para obtenção do livramento condicional; c) 
indispensabilidade da realização de exame criminológico, tendo em vista que os crimes de roubo, 
de maneira abstrata, são extremamente graves e causam severos prejuízos para a sociedade. 
Você, advogado(a) de Gilberto, foi intimado dessa decisão em 23 de março de 2015, uma 
segunda-feira. 
Com base nas informações acima expostas e naquelas que podem ser inferidas do caso 
concreto, redija a peça cabível, excluída a possibilidade de “habeas corpus”, no último dia do 
prazo para sua interposição, sustentando todas as teses jurídicas pertinentes. (Valor: 5,00) 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DE EXECUÇÃO 
PENAL DA COMARCA DO RIO DE JANEIRO/RJ 
 
Processo nº... 
 
 
 
 
GILBERTO, já qualificado nos autos, por seu procurador infra-assinado, 
com procuração em anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, 
interpor o presente AGRAVO EM EXECUÇÃO, com base no artigo 197 da Lei de Execução 
Penal. 
Nesse sentido, requer seja recebido o recurso e procedido o juízo de 
retratação, nos termos do artigo 589 do Código de Processo Penal. Se mantida a decisão, 
requer seja encaminhado o recurso ao Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro. 
 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
 
Local..., 30 de março de 2015. 
 
Advogado... 
OAB... 
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 
 
Recorrente: GILBERTO 
Recorrido: MINISTÉRIO PÚBLICO 
Processo nº... 
 
RAZÕES DE AGRAVO EM EXECUÇÃO 
 
Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro 
Colenda Câmara Criminal 
 
 
I) DOS FATOS 
O agravante foi denunciado e condenado como incurso nas sanções penais 
do artigo 157, “caput”, do Código Penal, sendo-lhe aplicada pena privativa de liberdade de 
04 anos e 06 meses de reclusão em regime inicial fechado e 12 dias multa, tendo a sentença 
transitada em julgado para ambas as partes em 11 de setembro de 2013. 
O agravante formulou pedido de obtenção de livramento condicional junto 
ao Juízo da Vara de Execução Penal da comarca do Rio de Janeiro/RJ, que foi indeferido. 
 
II) DO DIREITO 
 
A) DO ROUBO NÃO SER CRIME HEDIONDO 
O Magistrado indeferiu o pedido de livramento condicional, sob o 
fundamento de que o crime de roubo é crime hediondo, não tendo sido cumpridos, até o 
momento do requerimento, 2/3 da pena privativa de liberdade. 
Todavia o crime de roubo simples não é hediondo, tendo em vista que não 
está previsto no rol trazido pelo Art. 1º da Lei nº 8.072/90. 
Assim, não há que se falar em cumprimento de 2/3 da pena para concessão 
do benefício, mas 1/3 da pena, já que o agravante não é reincidente, conforme prevê o 
artigo 83, inciso I, do Código Penal. 
 
B) DO PREENCHIMENTO DO REQUISITO OBJETIVO 
O Magistrado indeferiu o pedido de livramento condicional, argumentando, 
ainda, que não estariam preenchidos os requisitos objetivos para o benefício, tendo em 
vista que Gilberto, por ser portador de maus antecedentes, deveria cumprir metade da pena 
imposta para obtenção do livramento condicional. 
Todavia, a decisão do Magistrado fere o princípio da legalidade, uma vez 
que o artigo 83, inciso II, do Código Penal prevê que apenas o condenado reincidente na 
prática do crime doloso tem que cumprir mais de metade da pena aplicada para fazer jus 
ao livramento condicional. 
Logo, embora conste no artigo 83, inciso I, do Código Penal, que o 
condenado não reincidente e portador de bons antecedentes deve cumprir 1/3 da pena, 
essa fração deve ser aplicada também caso o acusado seja portador de maus 
antecedentes, além de não reincidente. 
Diante do exposto, deverá observar o requisito objetivo para o livramento 
condicional após cumprimento de 1/3 da pena. 
 
C) DA DESNECESSIDADEDO EXAME CRIMINOLÓGICO 
O Magistrado indeferiu o pedido de livramento condicional, porque 
considera indispensável a realização de exame criminológico, tendo em vista que os crimes 
de roubo, de maneira abstrata, são graves e 
causam severos prejuízos para a sociedade. 
Todavia, o exame criminológico não é obrigatório para fins de obtenção da 
progressão de regime ou do livramento condicional, bastando atestado de bom 
comportamento expedido pelo diretor do estabelecimento carcerário, nos termos do artigo 
112, §1º, da Lei nº 7.210/84. 
O simples fato de considerar o crime de roubo grave não justifica a 
realização do exame criminológico, devendo a decisão ser devidamente fundamentada 
considerando o caso concreto, nos termos da Súmula 439 do STJ. 
Além disso, o agravante nunca foi punido pela prática de falta grave dentro 
do estabelecimento prisional, de modo que desnecessária a realização do exame. 
 
III – DO PEDIDO 
 Ante o exposto, requer seja CONHECIDO e PROVIDO o presente recurso, com 
a reforma da decisão, a fim de que seja concedido o livramento condicional, com a 
consequente expedição do alvará de soltura, já que o recorrente preenche os requisitos. 
 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
 
Local..., 30 de março de 2015. 
 
Advogado... 
OAB... 
 
 
ITEM PONTUAÇÃO 
PETIÇÃO DE INTERPOSIÇÃO 
Item 1 - Endereçamento correto: Juízo da Vara de Execuções Penais do 
Rio de Janeiro/RJ (0,10). 0,00/0,10 
Item 2 – Fundamento legal: Art. 197 da Lei nº 7.210/84 (0,10) 0,00/0,10 
Item 3 - Pedido de retratação (0,30). 0,00/0,30 
RAZÕES DO RECURSO 
Item 4 – Endereçamento correto: Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro 
(0,10). 
0,00/0,10 
Item 5 – Desenvolvimento jurídico acerca da concessão do livramento 
condicional, pois a fundamentação trazida pelo magistrado é 
equivocada (0,40). 0,00/0,40 
Item 6 - Afastamento da hediondez do crime de roubo simples (0,50), 
pois este não está no rol dos crimes hediondos ou por violação ao 
princípio da taxatividade (0,20). 
0,00/0,20/ 
0,50/0,70 
Item 7.1 - O requisito objetivo para a concessão do livramento 
condicional de condenado não reincidente portador de maus 
antecedentes é de 1/3 e não de metade (0,50); 
0,00/0,50 
Item 7.2 - Aplicação do Art. 83, I, do CP (OU não aplicabilidade do Art. 
83, II, do CP) (0,20), diante do princípio da legalidade, que veda a 
aplicação de analogia in malam partem (OU aplicação da interpretação 
mais favorável ao apenado) (0,50). 
0,00/0,20/ 
0,50/0,70 
Item 8 – A realização do exame criminológico não é indispensável (0,50), 
porque a decisão que determina o exame criminológico deve ser 
devidamente fundamentada em fatores concretos (OU a mera gravidade 
em abstrato do delito não é suficiente para a exigência do exame 
criminológico) (0,40), conforme Súmula 439 do STJ (0,10). 
0,00/0,40/0,50/ 
0,60/0,90/1,00 
Item 9 – Dos Pedidos: Conhecimento e provimento do recurso OU 
concessão do livramento condicional (0,50); com a consequente 
expedição do alvará de soltura (0,20). 
0,00/0,20/ 
0,50/0,70 
Item 10 - Prazo: 30.03.2015 (0,30). 0,00/0,30 
Item 11 - Estrutura – duas petições (interposição e razões); aposição de 
local, data, assinatura e OAB (0,10). 
0,00/0,10
 
Contrarrazões de Recurso de Apelação 
 
 OBSERVAÇÃO: 
 
A explicação teórica sobre Contrarrazões de Apelação está disponível no módulo “Curso 
Regular 2ª Fase Penal”, no “E-book: Aulas ao vivo”. 
 
PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL – XIX EXAME OAB (Adaptada) 
Contrarrazões de apelação 
Enunciado 
No dia 24 de dezembro de 2020, na cidade do Rio de Janeiro, Rodrigo e um amigo não 
identificado foram para um bloco de rua que ocorria em razão do Natal, onde passaram a ingerir 
bebida alcoólica em comemoração ao evento festivo. Na volta para casa, ainda em companhia 
do amigo, já um pouco tonto em razão da quantidade de cerveja que havia bebido, subtraiu, 
mediante grave ameaça, os pertences de uma moça desconhecida que caminhava 
tranquilamente pela rua. A vítima era Maria, jovem de 24 anos que acabara de sair do médico e 
saber que estava grávida de um mês. Em razão dos fatos, Rodrigo foi denunciado pela prática 
de crime de roubo majorado, na forma do Art. 157, § 2º, incisos II e VII, do Código Penal. 
Durante a instrução, foi juntada a Folha de Antecedentes Criminais de Rodrigo, onde constavam 
anotações em relação a dois inquéritos policiais em que ele figurava como indiciado e três ações 
penais que respondia na condição de réu, apesar de em nenhuma delas haver sentença com 
trânsito em julgado. Foram, ainda, durante a Audiência de Instrução e Julgamento ouvidos a 
vítima e os policiais que encontraram Rodrigo, horas após o crime, na posse dos bens subtraídos. 
Durante seu interrogatório, Rodrigo permaneceu em silêncio. Ao final da instrução, após 
alegações finais, a pretensão punitiva do Estado foi julgada procedente, com Rodrigo sendo 
condenado a pena de 05 anos e 04 meses de reclusão, a ser cumprida em regime semiaberto, 
e 13 dias-multa. O juiz aplicou a pena-base no mínimo legal, além de não reconhecer qualquer 
agravante ou atenuante. Na terceira fase da aplicação da pena, reconheceu a majorante 
mencionada na denúncia e realizou um aumento de 1/3 da pena imposta. 
O Ministério Público foi intimado da sentença em 13 de setembro de 2021, uma segunda-feira, 
sendo terça-feira dia útil. Inconformado, o Ministério Público apresentou recurso de apelação 
perante o juízo de primeira instância, acompanhado das respectivas razões recursais, no dia 30 
de setembro de 2021, requerendo: 
i) O aumento da pena-base, tendo em vista a existência de diversas anotações na Folha de 
Antecedentes Criminais do acusado; 
ii) O reconhecimento das agravantes previstas no Art. 61, inciso II, alíneas ‘h’ e ‘l’, do Código 
Penal; 
iii) A majoração do quantum de aumento em razão das causas de aumentos previstas no Art. 
157, §2º, incisos II e VII, do Código Penal, exclusivamente pelo fato de serem duas as 
majorantes; 
iv) Fixação do regime inicial fechado de cumprimento de pena, pois o crime de roubo tem 
assombrado a população do Rio de Janeiro, causando uma situação de insegurança em toda a 
sociedade. 
A defesa não apresentou recurso. O magistrado, então, recebeu o recurso de apelação do 
Ministério Público e intimou, no dia 18 de outubro de 2021 (segunda-feira), sendo terça feira dia 
útil em todo o país, você, advogado(a) de Rodrigo, para apresentar a medida cabível. Com base 
nas informações expostas na situação hipotética e naquelas que podem ser inferidas do caso 
concreto, redija a peça cabível, excluída a possibilidade de “habeas corpus”, no último dia do 
prazo, sustentando todas as teses jurídicas pertinentes. (Valor: 5,00) 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA CRIMINAL DA 
COMARCA DO RIO DE JANEIRO/RJ 
 
Processo nº... 
 
 
 
 
RODRIGO, já qualificado nos autos, por seu procurador infra-assinado, com 
procuração em anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar 
as presentes CONTRARRAZÕES DE RECURSO DE APELAÇÃO, com base no artigo 600 
do Código de Processo Penal, requerendo sejam recebidas, com posterior remessa ao 
Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro. 
 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
 
Local..., 26 de outubro de 2021. 
 
Advogado... 
OAB... 
 
 
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 
 
Apelante: MINISTÉRIO PÚBLICO 
Apelado: RODRIGO 
 
CONTRARRAZÕES DE RECURSO DE APELAÇÃO 
 
Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro 
Colenda Câmara Criminal 
 
I) DOS FATOS 
O réu foi denunciado pela prática do crime de roubo majorado, na forma do 
artigo 157, §2º, inciso II e VII, do Código Penal. 
Ao final da instrução, o Magistrado proferiu sentença condenatória, 
aplicando a pena de 05 anos e 04 meses de reclusão, a ser cumprida em regime 
semiaberto, e 13 dias-multa. 
Inconformado, o Ministério Público interpôs recurso de apelação,acompanhado das respectivas razões recursais, no dia 30 de setembro de 2021. 
O Magistrado recebeu o recurso de apelação do Ministério Público e 
intimou a defesa para apresentar a medida cabível. 
 
II) DO DIREITO 
 
A) DA INTEMPESTIVIDADE DA APELAÇÃO 
O Ministério Público foi intimado da sentença no dia 13 de setembro de 
2021 e interpôs o recurso de apelação no dia 30 de setembro de 2021. Todavia, nos termos 
do artigo 593 do Código de Processo Penal, o prazo para interpor recurso de apelação é 
de 05 dias. 
Logo, considerando que entre a data da intimação da sentença e da 
interposição do recurso de apelação passaram mais de 05 dias, conclui-se que o recurso 
de apelação interposto pelo Ministério Público é intempestivo. 
Diante disso, o recurso de apelação não deve ser conhecido. 
 
B) DO AUMENTO DA PENA-BASE 
O Ministério Público postula o aumento da pena-base, tendo em vista a 
existência de diversas anotações na folha de antecedentes criminais do acusado. Todavia, 
nos termos da Súmula 444 do Superior Tribunal de Justiça, inquéritos policiais, ações 
penais em curso e condenações ainda não transitadas em julgado não autorizam o 
reconhecimento de circunstância judicial desfavorável como maus antecedentes, sob pena 
de violação do princípio da presunção de inocência, previsto no artigo 5º, inciso LVII, da 
Constituição Federal/88. 
Logo, não há maus antecedentes, devendo a pena-base ser mantida no 
mínimo legal. 
 
C) DA AGRAVANTE DA GRAVIDEZ 
O Ministério Público busca o reconhecimento da agravante pela prática de 
crime contra mulher grávida, prevista no artigo 61, inciso II, alínea “h”, do Código Penal. 
Todavia, o réu não tinha conhecimento de que a vítima estava grávida. A própria vítima 
recém tinha saído do médico e tomado conhecimento de que estava grávida de um mês, 
não sendo, portanto, possível verificar sinais visíveis de gravidez da vítima. 
Logo, não deve ser aplicada a agravante da gravidez, sob pena de 
responsabilidade objetiva, já que o réu, em relação a essa circunstância, não agiu com 
dolo ou culpa. 
D) DA AGRAVANTE DA EMBRIAGUEZ PREORDENADA 
O Ministério Público requer seja reconhecida a agravante da embriaguez 
preordenada, prevista no artigo 61, inciso II, alínea “l”, do Código Penal. Todavia, o réu não 
ingeriu bebida alcóolica com o objetivo de praticar crime ou para tomar coragem para 
cometer delito, uma vez que bebeu em comemoração durante evento festivo. 
Logo, não se trata de embriaguez preordenada, mas voluntária ou, até 
mesmo, culposa. Assim, não deve ser aplicada a agravante da embriaguez preordenada. 
 
E) DO AUMENTO DA PENA 
 O Ministério Público postulou a majoração do quantum de aumento em razão 
das causas de aumentos previstas no art. 157, §2º, incisos II e VII, do Código Penal, 
exclusivamente pelo fato de serem duas as majorantes. 
 Todavia, não é possível elevar ainda mais a pena, uma vez que a elevação 
da fração da pena exige motivação idônea, não sendo suficiente fundamentar o aumento 
apenas com base no número de majorantes, conforme a Súmula 443 do Superior Tribunal 
de Justiça. 
 Logo, deve ser mantida a majoração da pena. 
 
F) DO REGIME CARCERÁRIO 
O Ministério Público requer a fixação do regime inicial fechado de 
cumprimento de pena, pois o roubo tem assombrado a população do Rio de Janeiro, 
causando uma situação de insegurança em toda a sociedade. 
Todavia, nos termos das Súmulas 718 e 719 do Supremo Tribunal Federal, 
eventual gravidade em abstrato do delito não constitui motivação idônea para a fixação do 
regime mais severo do que a pena aplicada permitir. 
 
Além disso, o Magistrado fixou a pena-base no mínimo legal, sendo, 
portanto, vedada a fixação do regime mais severo do que a pena imposta permite, com 
base na gravidade em abstrato do delito, nos termos da Súmula 440 do Superior Tribunal 
de Justiça. 
Logo, considerando que o fato de roubo estar assombrando a população 
do Rio de Janeiro não constitui motivação idônea para fixação de regime carcerário mais 
severo, porque amparada na gravidade em abstrato de delito, deverá ser mantido o 
regime carcerário semiaberto fixado na sentença. 
 
III) DO PEDIDO 
 
Ante o exposto, requer não seja conhecido, e, no mérito, IMPROVIDO o 
recurso de apelação interposto, mantendo-se, por conseguinte, a decisão recorrida nos 
seus exatos termos. 
 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
 
Local..., 26 de outubro de 2021. 
 
Advogado... 
OAB... 
 
Queixa-crime 
 
 OBSERVAÇÃO: 
 
A explicação teórica sobre Queixa-crime está disponível no módulo “Curso Regular 2ª 
Fase Penal”, no “E-book: Aulas ao vivo”. 
 
PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL – XV EXAME OAB (Adaptada) 
Queixa-crime 
Enunciado 
Enrico, engenheiro de uma renomada empresa da construção civil, possui um perfil em uma das 
redes sociais existentes na Internet e o utiliza diariamente para entrar em contato com seus 
amigos, parentes e colegas de trabalho. Enrico utiliza constantemente as ferramentas da Internet 
para contatos profissionais e lazer, como o fazem milhares de pessoas no mundo 
contemporâneo. 
No dia 07/05/2021, Enrico comemora aniversário e planeja, para a ocasião, uma reunião à noite 
com parentes e amigos para festejar a data em uma famosa churrascaria da cidade de Niterói, 
no estado do Rio de Janeiro. Na manhã de seu aniversário, resolveu, então, enviar o convite por 
meio da rede social, publicando postagem alusiva à comemoração em seu perfil pessoal, para 
todos os seus contatos. 
Helena, vizinha e ex-namorada de Enrico, que também possui perfil na referida rede social e está 
adicionada nos contatos de seu ex, soube, assim, da festa e do motivo da comemoração. Então, 
de seu computador pessoal, instalado em sua residência, um prédio na praia de Icaraí, em 
Niterói, publicou na rede social uma mensagem no perfil pessoal de Enrico. 
Naquele momento, Helena, com o intuito de ofender o ex-namorado, publicou o seguinte 
comentário: “não sei o motivo da comemoração, já que Enrico não passa de um idiota, bêbado, 
irresponsável e sem vergonha!”, e, com o propósito de prejudicar Enrico perante seus colegas 
de trabalho e denegrir sua reputação acrescentou, ainda, “ele trabalha todo dia embriagado! No 
dia 10 do mês passado, ele cambaleava bêbado pelas ruas do Rio, inclusive, estava tão bêbado 
no horário do expediente que a empresa em que trabalha teve que chamar uma ambulância para 
socorrê-lo!”. 
Imediatamente, Enrico, que estava em seu apartamento e conectado à rede social por meio de 
seu tablet, recebeu a mensagem e visualizou a publicação com os comentários ofensivos de 
Helena em seu perfil pessoal. 
Enrico, mortificado, não sabia o que dizer aos amigos, em especial a Carlos, Miguel e Ramirez, 
que estavam ao seu lado naquele instante. Muito envergonhado, Enrico tentou disfarçar o 
constrangimento sofrido, mas perdeu todo o seu entusiasmo, e a festa comemorativa deixou de 
ser realizada. No dia seguinte, Enrico procurou a Delegacia de Polícia Especializada em 
Repressão aos Crimes de Informática e narrou os fatos à autoridade policial, entregando o 
conteúdo impresso da mensagem ofensiva e a página da rede social na Internet onde ela poderia 
ser visualizada. Passados cinco meses da data dos fatos, Enrico procurou seu escritório de 
advocacia e narrou os fatos acima. Você, na qualidade de advogado de Enrico, deve assisti-lo. 
Informa-se que a cidade de Niterói, no Estado do Rio de Janeiro, possui Varas Criminais e 
Juizados Especiais Criminais. 
Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso 
concreto acima, redija a peça cabível, excluindo a possibilidade de impetração de “habeas 
corpus”, sustentando, para tanto, as teses jurídicas pertinentes, datando-a no último dia do prazo. 
(Valor: 5,00 pontos) 
A peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar 
respaldo à pretensão.EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA CRIMINAL DA 
COMARCA DE NITERÓI/RJ 
 
 
 
 
 
 
 
ENRICO, nacionalidade..., estado civil..., engenheiro, RG..., CPF..., com 
endereço eletrônico..., residente e domiciliado na Rua...., por meio do seu procurador infra-
assinado, com procuração com poderes especiais, vem, respeitosamente, à presença de 
Vossa Excelência, ajuizar a presente QUEIXA-CRIME, com base nos artigos 30, 41 e 44, 
todos do Código de Processo Penal, e artigo 100, § 2º, do Código Penal, contra HELENA, 
nacionalidade..., estado civil..., profissão..., RG..., CPF..., com endereço eletrônico..., 
residente na Rua ..., pelos fatos a seguir expostos. 
 
I – DOS FATOS 
 
No dia 07 de maio de 2021, no prédio na praia de Icaraí, em Niterói, a 
querelada Helena difamou e injuriou o querelante, imputando-lhe fato ofensivo à sua 
reputação e ofendeu, ainda, sua dignidade e o decoro. 
Na ocasião, Helena, vizinha e ex-namorada de Enrico, que também possui 
perfil na referida rede social e está adicionada nos contatos do querelante, por meio do seu 
computador pessoal, instalado em sua residência, publicou no perfil pessoal de Enrico o 
seguinte comentário: “não sei o motivo da comemoração, já que Enrico não passa de um 
idiota, bêbado, irresponsável e sem vergonha”, e, com o propósito de prejudicar Enrico 
perante seus colegas de trabalho e denegrir sua reputação, acrescentou que “ele trabalha 
todo dia embriagado! No dia 10 do mês passado, ele cambaleava bêbado pelas ruas do 
Rio, inclusive, estava tão bêbado no horário do expediente que a empresa em que trabalha 
 
 
 
 teve que chamar uma ambulância para socorrê-lo!”. 
Helena, ao utilizar o seu computador pessoal para inserir as expressões 
injuriosas e difamantes, no perfil do querelante em sua rede social, usou meio que facilitou 
a divulgação da difamação e injúria, incorrendo na causa de aumento de pena, prevista no 
artigo 141, §2º, do Código Penal. 
 
II – DO DIREITO 
Ao afirmar que o querelante trabalha todo dia embriagado e que no dia 10 
de março, ele cambaleava bêbado pelas ruas do Rio, inclusive, estava tão bêbado no 
horário do expediente que a empresa em que trabalha teve que chamar uma ambulância 
para socorrê-lo, a querelada praticou o crime de difamação, previsto no artigo 139 do 
Código Penal. 
Ao afirmar que o querelante não passa de um idiota, bêbado, irresponsável 
e sem vergonha, a querelada praticou o crime de injúria, previsto no artigo 140 do Código 
Penal. 
Helena, ao utilizar o seu computador pessoal para inserir as expressões 
injuriosas e difamantes, no perfil do querelante em sua rede social, usou meio que facilitou 
a divulgação da difamação e injúria, por meio de rede mundial de computador, incidindo, 
por isso, a causa de aumento de pena prevista no artigo 141, §2º, do Código Penal. 
Helena praticou a injúria e a difamação no mesmo contexto, mediante única 
publicação, com desígnios autônomos, em concurso formal imperfeito de crimes, nos 
termos do artigo 70, 2ª parte, do Código Penal. 
III – DO PEDIDO 
Ante o exposto, o querelante requer: 
a) a designação de audiência de reconciliação, prevista no artigo 520 do 
Código de Processo Penal; 
b) o recebimento da queixa-crime; 
c) a citação da querelada; 
d) a procedência do pedido, com a consequente condenação da querelada 
pela prática dos crimes do artigo 139 e 140 c/c o artigo 141, §2º, e artigo 70, todos do 
Código Penal; 
e) a fixação do valor mínimo de indenizatório, nos termos do artigo 387, 
inciso IV, do Código de Processo Penal; 
f) a produção de provas, com a oitiva das testemunhas arroladas. 
 
ROL DE TESTEMUNHAS: 
1) CARLOS...; 
2) MIGUEL...; 
3) RAMIREZ... 
 
Local..., 6 de novembro de 2021. 
 
ADVOGADO... 
OAB... 
 
 
Revisão criminal 
 
 OBSERVAÇÃO: 
 
A explicação teórica sobre Revisão Criminal está disponível no módulo “Curso Regular 
2ª Fase Penal”, no “E-book: Aulas ao vivo”. 
 
PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL – X Exame da OAB 
Revisão criminal 
Enunciado 
Jane, no dia 18 de outubro de 2010, na cidade de Cuiabá – MT, subtraiu veículo automotor de 
propriedade de Gabriela. Tal subtração ocorreu no momento em que a vítima saltou do carro 
para buscar um pertence que havia esquecido em casa, deixando-o aberto e com a chave na 
ignição. Jane, ao ver tal situação, aproveitou-se e subtraiu o bem, com o intuito de revendê-lo no 
Paraguai. Imediatamente, a vítima chamou a polícia e esta empreendeu perseguição ininterrupta, 
tendo prendido Jane em flagrante somente no dia seguinte, exatamente quando esta tentava 
cruzar a fronteira para negociar a venda do bem, que estava guardado em local não revelado. 
Em 30 de outubro de 2010, a denúncia foi recebida. No curso do processo, as testemunhas 
arroladas afirmaram que a ré estava, realmente, negociando a venda do bem no país vizinho e 
que havia um comprador, terceiro de boa-fé arrolado como testemunha, o qual, em suas 
declarações, ratificou os fatos. Também ficou apurado que Jane possuía maus antecedentes e 
reincidente específica nesse tipo de crime, bem como que Gabriela havia morrido no dia seguinte 
à subtração, vítima de enfarte sofrido logo após os fatos, já que o veículo era essencial à sua 
subsistência. A ré confessou o crime em seu interrogatório. 
Ao cabo da instrução criminal, a ré foi condenada a cinco anos de reclusão no regime inicial 
fechado para cumprimento da pena privativa de liberdade, tendo sido levada em consideração a 
confissão, a reincidência específica, os maus antecedentes e as consequências do crime, quais 
sejam, a morte da vítima e os danos decorrentes da subtração de bem essencial à sua 
subsistência. A condenação transitou definitivamente em julgado, e a ré iniciou o cumprimento 
da pena em 10 de novembro de 2012. No dia 5 de março de 2013, você, já na condição de 
advogado(a) de Jane, recebe em seu escritório a mãe de Jane, acompanhada de Gabriel, único 
parente vivo da vítima, que se identificou como sendo filho desta. Ele informou que, no dia 27 de 
outubro de 2010, Jane, acolhendo os conselhos maternos, lhe telefonou, indicando o local onde 
o veículo estava escondido. O filho da vítima, nunca mencionado no processo, informou que no 
mesmo dia do telefonema, foi ao local e pegou o veículo de volta, sem nenhum embaraço, bem 
como que tal veículo estava em seu poder desde então. 
Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso 
concreto acima, redija a peça cabível, excluindo a possibilidade de impetração de “habeas 
corpus”, sustentando, para tanto, as teses jurídicas pertinentes. (Valor: 5,0) 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO 
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO MATO GROSSO 
 
 
 
 
 
JANE, nacionalidade..., profissão..., estado civil..., RG..., CPF..., com 
endereço eletrônico..., residente e domiciliado na Rua..., por seu procurador infra-assinado, 
com procuração em anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência ajuizar 
a presente REVISÃO CRIMINAL, com base no artigo 621, inciso I e III, do Código de 
Processo Penal, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos: 
 
I) DOS FATOS 
 
A requerente foi denunciada pela prática do crime de furto qualificado, 
ocorrido no dia 18 de outubro de 2010, consistente no veículo automotor de propriedade de 
Gabriela. 
Após o encerramento da instrução e oferecimento das alegações finais, o 
Magistrado proferiu decisão condenando a requerente a 05 anos de reclusão no regime 
fechado. 
Após o trânsito em julgado, o filho da vítima informou que, no dia 27 de 
outubro de 2010, Jane, acolhendo os conselhos maternos, lhe telefonou, indicando o local 
onde o veículo estava escondido. 
 
II) DO DIREITO 
 
A) DO ARREPENDIMENTO POSTERIOR 
 
A requerente foi denunciada pela prática do crime de furto qualificado, 
ocorrido no dia 18 de outubro de 2010, consistente

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