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Trilha Ecológica do Lajedo da Serra Verde - ESEC Seridó

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Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade 
Estação Ecológica do Seridó – Serra Negra do Norte/RN 
Br 427 Km 128 –caixa postal 103- CEP 59.300-000 – Caicó/RN 
TRILHA ECOLÓGICA DO LAJEDO DA SERRA VERDE 
 
 
Autores: George Stephenson Batista 
Yandra Camilla Medeiros Gomes 
Geraldo Serafim de Araújo 
Robson Claudio Mariz 
 
 
 
A P R E S E N T A Ç Ã O 
 
 
 
 
 A trilha tem um percurso de 1.040 metros até o lajedo da serra verde onde serão 
apresentadas vinte espécies da flora local. A identificação das espécies se dará 
através da medição com GPS em metros percorridos entre as árvores da 
selecionadas. O lajedo é um imenso bloco de granito com aproximadamente 
8.000 metros². 
 
RECOMENDAÇÕES E ADVERTÊNCIAS 
 
 
• O percurso da trilha é de 1.040 metros, são 20 espécies, ao todo, 
identificadas; 
• É recomendável o uso de botas, tênis com meias grossas e calças compridas 
para se proteger de um eventual encontro com animais peçonhentos; 
• Não coloque as mãos dentro de buracos de árvores nem de cupinzeiros; 
• Não mexa nas colmeias das abelhas e marimbondos; 
• A coleta de animal ou vegetal, material vivo ou morto, só deve ser feita com 
máquina fotográfica; 
• É proibido fumar ou acender fogo; 
• Descartar qualquer tipo de material no mato é sinal de má educação. Guarde 
seu lixo e coloque na lixeira mais próxima; 
• Binóculos, máquina fotográfica e lupa, tornariam sua caminhada mais 
proveitosa. 
 
. Ponto 0 - Imburana (Commiphora leptophloeos), família das Burseráceas. 
Árvore com altura média de 4m, com ramos providos de espinhos.Tronco 
tortuoso, liso avermelhado com escamação. Folhas imparipenadas, com leve 
cheiro de resina quando maceradas. Flores isoladas ou reunidas em pequenos 
grupos. Fruto cápsula drupácea. 
Usos: A madeira é empregada na confecção de esculturas e de utensílios 
caseiros. 
 
. 111 metros – Mofumbo ( Combretum leprosum), família das Combretaceae, 
arbusto lenhoso, ramificado, escandente, 2-4m de altura; caule e ramos 
acinzentados; folhas coriáceas; inflorescências em panículas; fruto quadrangular, 
alado, indeiscente com uma semente. 
Uso medicinal: O infuso, decocto ou xarope da raiz é utilizado no tratamento de 
tosses e coqueluches. As folhas flores frutos casca e entrecasca do caule é 
medicamento como antitérmico e calmante. 
 
. 196 metros - Angico (Anadenanthera colubrina var.cebil), família das 
Leg.Mimosoideae 
Árvore de caule reto, com até 20m de altura; casca vermelha, grossa, muito 
rugosa e fendida; flores brancas; frutos vagem achatada com até 30cm de 
comprimento. 
Uso Forrageiro: As folhas são tóxicas ao gado, quando murchas, fenadas ou 
secas, constituem boa forragem. 
Uso Medicinal: O caule exsuda goma-resina altamente béquica; as cascas em 
infusão, maceração e tintura, são hemostáticas, depurativas e adstringentes. 
. 351 metros - Jurema-branca ( Piptadenia stipulaceae), família das 
Leguminosae-Mimosoideae. 
Árvore de pequeno a médio porte, com caule espinhoso, muito rústico, vegetando 
bem em todo tipo de solo; as flores são amarelo-esverdeadas; fruto vagem de 
tamanho médio e numeroso. 
Uso Medicinal: As cascas são sedativas, narcóticas e adstringentes. 
Uso Forrageiro: As folhas são consumidas pelo gado no período seco e tem um 
bom valor proteico. 
. 430 metros - Jurema-preta (Mimosa tenuiflora),família das Leguminosae-
Mimisoideae. 
Árvore de pequeno porte podendo alcançar até 4m de altura. O caule é retorcido, 
enrugado, espinhoso e de casca quase negra; as flores são amarelo-esverdeadas 
ou brancas; frutos vagens, pequenas e numerosas. 
OBS: As propriedades são idênticas as da Jurema-branca. 
 
. 436 metros - Catingueira (Caesalpinia pyramidalis), família das Leguminosae-
Caesalpinoideae. 
Árvore de 4 metros ou mais de altura; flores amarelas e aromáticas; frutos em 
vagem achatada deiscente e de cor marrom escura. 
Uso Forrageiro: Nas primeiras manifestações de umidade, a catingueira é a 
primeira espécie a enramar, então o gado procura as suas folhinhas com avidez, 
para pouco depois despreza-las pelo cheiro desagradável que adquirem... 
Fenadas perdem esse cheiro e constituem boa forragem 
Uso Medicinal: As folhas, flores e cascas, são usadas no tratamento das 
infecções catarrais e nas diarreias. A raspa da entrecasca é aplicada para lavar os 
olhos em caso de inflamação. 
 
. 522 metros – Pereiro ( Aspidosperma pyrifolium), família das Apocynáceas. 
Árvore rústica de porte pequeno a mediano, de casca lisa e acinzentada. 
Uso ornamental: excelente para ornamentação urbana. 
 
. 668 metros - Marmeleiro ( Croton sonderianus), família das Euphorbiaceas. 
Arbusto ou pequena árvore. Flores aromáticas; frutos capsulados pequenos com 
três sementes. 
Uso Medicinal: A infusão da casca e raiz é aplicada contra hemorragias uterinas 
e diarreias. Indicado nas cardialgias, cura de úlceras, feridas e dores estomacais. 
Extrato benzênico de sua madeira mostrou-se ativo contra Staphylococcus 
áureos. 
. 738 metros - Cardeiro ( Cereus jamacaru), família das Cactáceas. 
É um Cacto que pode atingir alguns metros de altura, o tronco ramifica-se 
abundantemente; as ramificações são providas de espinhos grandes; as flores 
são enormes, de coloração branca; os frutos são grandes, vermelhos, com polpa 
branca, provida de muitas sementes comestíveis, embora insípidas. É espontâneo 
nas terras semiáridas e, extremamente secas da Paraíba e do Rio Grande do 
Norte. 
Uso Forrageiro: Os artículos, queimados os espinhos ou retirados com uma faca 
é uma ótima forragem para o gado no período seco. 
Uso Medicinal: O suco dos ramos é utilizado em uso interno no tratamento de 
problemas do pulmão, escorbuto e infecções da pele. Em uso externo é 
empregado contra úlceras. A infusão ou decocto de suas raízes é usado no 
tratamento de problemas renais, principalmente para cálculos nos rins. 
. 1002 metros – Xique-xique (Pilosocereus gounellei), família das Cactaceae.. 
Cacto de 0,8-1,5m de altura, com espinhos rígidos; flores de antese noturna; fruto 
tipo baga; deiscente; purpúreo; polpa mucilaginosa purpúrea 
Uso forrageiro: os ramos queimados para retirar os espinhos são muito utilizados 
na alimentação do gado no período de estiagem. 
 
. 1010 metros – enxerto/erva-de-passarinho (Phorodendron spp.), família das 
Santalaceae. 
Hemiparasita do mofumbo, onde retira sais minerais e água da planta hospedeira. 
. 1010 metros – cumaru (Amburana cearenses), família das Leguminosae-
Papilionoideae. 
Uso medicinal: o banho das cascas é aplicado em dores reumáticas, e passado 
no rosto para aliviar sinusite e gripe. As cascas e sementes têm efeitos peitorais, 
antiespasmódicas, emenagogas, sendo usadas em forma de cozimento, de 
xarope ou de maceração com aguardente, contra afecções pulmonares, tosses, 
asma, bronquite, coqueluche. 
. 1017 metros – maniçoba ( Manihot pseudoglaziovii), família das 
Euphorbiaceae. 
Árvore em torno de 7 metros de altura, de tronco roxo denegrido, ramificado a 
partir do último terço e látex branco que contem borracha. 
Utilidade: folhas e extremidades verdes dos ramos fenados são ótima forragem 
para o bovino, caprinos e ovinos. A planta serve para ornamentação de ruas e 
jardins. 
.1019 metros – pinhão ( Jatropha molíssima) – família das Euphorbiaceae. 
Pequena árvore ou arbusto, de 1 a 3 metros de altura, com caule ereto, liso, 
pouco ramificado, casca verde-cúprea, desprendendo-se em lâminas finas. 
Uso medicinal: O leite (látex) da planta tem excelente efeito cicatrizante e 
hemostático. Raízes diuréticas. Óleo da semente é usado como purgativo violento 
na medicina caseira. 
.1022 metros – Pau- D`arco ( Tabebuia impetiginosa), família das Bignoniaceae. 
Árvore de 10-15 metros de altura, tronco reto e cilíndrico, copa bem aberta. 
Uso medicinal: a infusão das cascas tem aplicação medicinal no combate à 
sarna. O produto do cozimento de sua casca é adstringente e mucilaginoso, útil 
contra úlceras sifilíticas e também utilizadas como anticancerígeno. 
.1026 metros– ameixa ( Ximenia americana), família das Olacaceae. 
Árvore pequena ou arbusto espinhoso, de 3-4 metros de altura, de casca 
avermelhada a cinzenta, fina pouco rugosa a lisa. 
Uso medicinal: usa-se a casca como adstringente, quer em banhos prolongados 
nas menstruações excessivas, quer em cozimento na lavagem de feridas. 
. 1035 – macambira-de-lajedo (Encholirium spectabilis), família das 
Bromeliaceae. 
Planta raquítica, enfezada e muito agressiva, apresenta as folhas rígidas, 
retorcidas, coloridas verde-cinza, com espinhos marginais em forma de virgula ou 
unha de gato. Vegeta entre as pedras, nos lajedos ou encostas das serras. Da 
macambira se utiliza o escapo floral para fabrico de tampas de garrafa e cabo de 
vassoura. É o principal substrato de nidificação da mamangava. 
. 1043 metros – pau-pedra (Luetzelburgia auriculata), família das Leguminosae-
Papilionaideae. 
Árvore de médio porte, com casca marrom-acinzentada, lisa a rugosa. 
Importância cultural: Espécie de múltiplos usos (madeira, apícola, 
sombreamento e ornamental), que deveria ser usada para restauração florestal 
em áreas degradadas. 
 
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 
 
 
 
Correa, M.P. – Dicionário das Plantas úteis do Brasil e das exóticas cultivadas. 
Braga, Pimentel – Plantas do Nordeste principalmente do Ceará. 
Gomes, Pimentel, Forragens fartas na seca. 
Duque, Guimarães, O Nordeste e as Lavouras xerófilas. 
Guia Rural – Plantar. 
IBGE, Vol.2 Reg.NE, Rio de Janeiro, 1977. 
Univ.Aberta do Nordeste, nº 12 – Ecologia Caatinga. 
Medeiros, Cecília Gonçalves de; Flora Medicinal do Seridó/RN. 
Lorenzi, Harri/.F.J.Abreu Matos – Plantas Medicinais do Brasil.

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