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DEONTOLOGIA E LEGISLAÇÃO Lisiane Mezzomo Identificação interna do documento Controle sanitário do comércio de medicamentos Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Identificar os requisitos gerais para o controle sanitário do comércio de medicamentos. � Desenvolver o processo de licenciamento para o comércio de medicamentos. � Reconhecer os processos de fiscalização do estabelecimento. Introdução O controle sanitário do comércio de substâncias, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos no Brasil teve início com a publicação da Lei nº. 5.991, de 17 de dezembro de 1973, alterada posteriormente pelo Decreto nº. 74.170, de 10 de junho de 1974. Essas leis determinam que apenas poderão ser entregues à dispensação substâncias, medicamen- tos, insumos farmacêuticos e correlatos que obedeçam aos padrões de qualidade oficialmente reconhecidos. Nesse contexto, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), como parte da cadeia reguladora do fornecimento de medicamentos, tem o dever de cumprir os requisitos estabelecidos pela legislação e normatizar o comércio de medicamentos, desde o licenciamento até a fiscalização dos estabelecimentos. Neste capítulo, você vai ler sobre os requisitos necessários ao controle sanitário e comércio de medicamentos. Além disso, você vai ler sobre o processo de licenciamento para a comercialização de medicamentos e os processos de fiscalização dos estabelecimentos que comercializam esses produtos. Identificação interna do documento Requisitos gerais para o controle sanitário do comércio de medicamentos O conceito de vigilância sanitária engloba o conjunto de ações capazes de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de solucionar os problemas sanitários decorrentes da produção e circulação de bens e serviços de saúde. Somado a isso, a Anvisa — criada pela Lei nº. 9.782, de 26 de janeiro de 1999 — tem por finalidade promover a proteção da saúde da população, por intermédio do controle sanitário da produção e da comercialização de produtos e serviços submetidos à vigilância sanitária (BRASIL, 1999). Assim, o controle sanitário pela vigilância sanitária exerce papel funda- mental na ação regulatória sobre produtos e insumos terapêuticos de saúde, por meio de sua ação normativa e fiscalizatória sobre os medicamentos e de sua permanente avaliação e prevenção do risco à saúde. A publicação da Lei nº. 5.991/1973 (BRASIL, 1973), regulamentada pelo Decreto nº. 74.170/1974, estabeleceu que podem ser dispensadas substâncias, medicamentos e insumos farmacêuticos que obedecem aos padrões de qualidade oficialmente reconhecidos, garantindo a segurança e a eficácia dos produtos dispensados à população. Assim, as ações de controle sanitário exercidas pela vigilância sanitária — como a regulação do processo de licenciamento para o comércio de medicamentos e a fiscalização subsequente — controlam o comércio desses produtos ao mesmo tempo que protegem a saúde da população. A Lei nº. 6.360 (BRASIL, 1976), de 23 de setembro de 1976, dispõe sobre a vigilância sanitária a que ficam sujeitos os medicamentos, as substâncias, os insumos farmacêuticos e correlatos, os cosméticos, os saneantes e outros produtos. Ela determinou que as ações de vigilância sanitária abrangem os produtos dispensados de registro, os correlatos e incluem os estabelecimentos de fabricação, distribuição, armazenamento e venda, bem como os veículos destinados ao transporte dos produtos. Os seguintes conceitos de estabelecimentos farmacêuticos foram determinados pela legislação. � Dispensário de medicamentos — setor de fornecimento de medicamentos indus- trializados, privativo de pequena unidade hospitalar ou equivalente. � Drogaria — estabelecimento de dispensação e comércio de substâncias, medi- camentos, insumos farmacêuticos e correlatos, em suas embalagens originais. Controle sanitário do comércio de medicamentos2 Identificação interna do documento Com a publicação do Decreto nº. 74.170/1974 (BRASIL, 1974), ficou esta- belecido que, no País, a dispensação de medicamentos é restrita a farmácias, drogarias, postos de medicamentos e unidade volante. Entretanto, o comércio de substâncias, medicamentos e insumos farmacêuticos é privativo dos se- guintes estabelecimentos: � estabelecimentos ou locais de comércio especializados; � unidades congêneres do serviço público civil e militar; � unidades similares, privativas de instituições particulares, hospitalares ou de qualquer outra natureza, inclusive as de caráter filantrópico ou beneficente, sem fins lucrativos; � estabelecimentos não especializados, autorizados à comercialização de determinados produtos. Esses estabelecimentos estão submetidos ao controle sanitário do comér- cio de substâncias, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos pela vigilância sanitária. A Lei nº. 9.782/1999 (BRASIL, 1999) definiu o Sistema Nacional de Vi- gilância Sanitária (SNVS) e criou a Anvisa. Essa normativa determinou que uma das competências da Anvisa é autorizar o funcionamento de empresas de fabricação, distribuição e importação dos produtos e de comercialização de medicamentos. Essa lei também estabeleceu a finalidade institucional da Anvisa, que é promover a proteção da saúde da população, por intermédio do controle sanitário da produção e da comercialização de produtos e serviços submetidos à vigilância sanitária, inclusive dos ambientes, dos processos, dos insumos e das tecnologias a eles relacionados. � Estabelecimento — unidade da empresa destinada ao comércio de substâncias, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos. � Farmácia — local de manipulação de fórmulas magistrais e oficinais de comércio de substâncias, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos, incluindo o de dispensação e o de atendimento privativo de unidade hospitalar ou de qualquer outra assistência médica. � Posto de medicamentos e unidade volante — estabelecimentos destinados exclusivamente à venda de medicamentos industrializados em suas embala- gens originais e constantes de relação elaborada pelo órgão sanitário federal, publicada na imprensa oficial para atendimento da localidade desprovida de farmácia ou drogaria. 3Controle sanitário do comércio de medicamentos Identificação interna do documento Entre outras finalidades, também determinou que a Anvisa estabelece normas, propõe, acompanha e executa as políticas, as diretrizes e as ações de vigilância sanitária. Entre elas, estão: � os medicamentos de uso humano, suas substâncias ativas e demais insumos, processos e tecnologias são submetidos ao controle e à fis- calização sanitária pela Anvisa; � não podem ser entregues ao consumo ou expostos à venda substâncias, medicamentos e insumos farmacêuticos correlatos que não tenham sido licenciados ou registrados. Como exemplo, veja algumas ações sujeitas à regulação publicadas pelo Decreto nº. 74.170/1974 a seguir (BRASIL, 1974). � É permitido às farmácias e drogarias exercerem o comércio de de- terminados correlatos, como aparelhos e acessórios usados para fins terapêuticos ou de correção estética, produtos utilizados para fins diag- nósticos e analíticos, de higiene pessoal ou de ambiente, entre outros. � É facultado à farmácia ou drogaria manter serviço de atendimento ao público para aplicação de injeções a cargo técnico habilitado; para isso, o estabelecimento deverá ter local privativo, equipamento e acessórios apropriados e cumprir os preceitos sanitários pertinentes. � É permitido aos hotéis e estabelecimentos similares, para atendimento exclusivo de seus usuários, dispor de medicamentos isentos de prescrição. � Todo estabelecimento de dispensação de medicamentos deverá dispor, em local visível e de fácil acesso, de lista de medicamentos correspondentes às denominações genéricas e os seus correspondentes de nome e/ou marca. � É permitida a outros estabelecimentos, que não farmáciae drogaria, a venda de produtos ou correlatos, não enquadrados no conceito de substância, medicamento ou insumo farmacêutico e que independam de prescrição médica. � A farmácia, a drogaria, os setores de dispensação dos hospitais públicos e privados, demais unidades de saúde, distribuidores de medicamentos, casas de saúde, centros de saúde, clínicas de repouso e similares que dis- pensem, distribuam ou manipulem medicamentos sob controle especial ou sujeitos à prescrição médica terão, obrigatoriamente, a assistência de farmacêutico responsável durante todo o horário de funcionamento. � Todos os estabelecimentos de dispensação de medicamentos são obri- gados a fixar, de modo visível, no principal local de atendimento ao Controle sanitário do comércio de medicamentos4 Identificação interna do documento público, e de maneira permanente, uma placa padronizada indicando o nome do estabelecimento, o nome do farmacêutico responsável, o número de seu registro no Conselho Regional de Farmácia (CRF), o seu horário de trabalho no estabelecimento, bem como os números dos telefones do órgão de vigilância sanitária e do CRF, para receberem reclamações ou sugestões sobre infrações à lei. A Anvisa também participa do controle do comércio de medicamentos no processo de concessão de patentes de medicamentos no Brasil. Atualmente a Anvisa se dedica à avaliação da patente de interesse das políticas públicas de acesso a medicamento, conforme preconiza a legislação brasileira e o modelo de sistema de saúde adotado no Brasil. A regulação do mercado de medicamentos no País ocorreu por meio da Lei nº. 10.742, de 6 de outubro de 2003, que foi regulamentada pelo Decreto nº. 4.766, de 26 de junho de 2003. A Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), órgão responsável pela regulação econômica do mercado de medicamentos no Brasil, estabelece os limites para preços de medicamentos, adota regras que estimulam a concorrência no setor, monitora a comercialização e aplica penalidades quando suas regras são descumpridas. Antes que um medicamento possa ser comercializado no País, é preciso obter o registro sanitário na Anvisa e a autorização de preço máximo pela CMED, que é divulgado no site da Anvisa. Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados A Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº. 27 (BRASIL, 2007), de 30 de março de 2007, instituiu o Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC) no âmbito do SNVS. O sistema é constituído por ins- trumentos informatizados de captura e tratamento de dados, disponibilizados via internet, sobre produção, circulação, comércio e uso de substâncias ou medicamentos sujeitos a controle especial. O SNGPC sistema monitora as movimentações de entrada (compras e transferências) e saída (vendas, transformações, transferências e perdas) de medicamentos comercializados em farmácias e drogarias privadas do País. 5Controle sanitário do comércio de medicamentos Identificação interna do documento As farmácias e drogarias de natureza pública e os estabelecimentos de aten- dimento privativo de unidade hospitalar estão dispensados do monitoramento por meio desse sistema. Entre os medicamentos sujeitos a controle pelo SNGPC, estão: � medicamentos regulados pela Portaria nº. 344, de 12 de maio de 1998, também chamados de medicamentos de controle especial, de acordo com a Lei nº. 5.991/1973, como entorpecentes e psicotrópicos; � medicamentos antimicrobianos regulados pela RDC nº. 20, de 5 de maio de 2011. O sistema substituiu, de forma gradual, entre 2007 e 2008, a escrituração tradicional (anteriormente manual, por meio do livro de registros, segundo modelo oficial, ou informatizada, obrigatória desde a publicação da Lei nº. 5.991/1973), em que as informações ficavam apenas na farmácia ou drogaria, pela escrituração obrigatoriamente eletrônica, com transmissão dos dados para a Anvisa. Veja, a seguir, os principais objetivos do SNGPC (BRASIL, 2007). � Aprimorar as ações de vigilância sanitária com vistas ao aperfeiço- amento do controle e fiscalização das substâncias e medicamentos sujeitos a controle especial. � Obter dados e informações, em seus diversos detalhamentos, acerca do comércio e uso de substâncias e medicamentos sujeitos a controle especial para subsidiar a formulação de políticas públicas de saúde e fortalecer a atuação estratégica das ações de fiscalização e controle no âmbito do SNVS, em busca de maior agilidade e resolutividade na solução dos problemas sanitários. � Disponibilizar dados e informações capazes de contribuir para a exe- cução das ações de vigilância sanitária em busca do fortalecimento da descentralização e da promoção do uso racional de medicamentos sujeitos a controle especial. � Otimizar as ações de controle sobre os procedimentos de escrituração em drogarias e farmácias, relacionados com a movimentação de substâncias ou medicamentos sujeitos a controle especial, de modo a contribuir para maior disponibilidade do responsável técnico do estabelecimento para as atividades voltadas para a atenção farmacêutica, em busca da qualificação da assistência farmacêutica no País. Controle sanitário do comércio de medicamentos6 Identificação interna do documento Assim, o monitoramento dos hábitos de prescrição e consumo desses medicamentos no País possibilita contribuir com as decisões regulatórias e ações educativas de saúde pública, bem como promover o uso racional dos medicamentos que podem causar dependência física e/ou psíquica. A RDC nº. 20/2011 da Anvisa é uma normativa que dispõe sobre o controle de antimicrobianos. Com a sua publicação, a dispensação dessa classe de medica- mentos em farmácias e drogarias públicas e privadas passou a ser controlada mediante a retenção da segunda via da receita. Essa medida adotada pela Anvisa objetivou conter o uso indevido, especialmente por automedicação, ocasionando como consequência o aumento da resistência microbiana, o que provoca sérios problemas à saúde pública. Para alertar sobre esse problema, o Instituto Oswaldo Cruz/Fundação Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) criou uma cartilha que esclarece as causas, consequências e principais formas de prevenir o processo de resistência. Ela está disponível no link a seguir. https://goo.gl/fWJz5w Processo de licenciamento para o comércio de medicamentos A Anvisa regulamenta um conjunto de ações de vigilância sanitária que abrange diversos elementos de estruturação para o funcionamento dos estabe- lecimentos que comercializam medicamentos. Cabe à Anvisa, de acordo com a Lei nº. 9.782/1999 (BRASIL, 1999), autorizar o funcionamento de empresas de fabricação, distribuição e comercialização de medicamentos, bem como cancelar a autorização de funcionamento e a autorização especial (AE) de funcionamento de empresas, em caso de violação da legislação pertinente ou de risco iminente à saúde. A Anvisa concede a autorização de funcionamento de empresas (AFE) para fabricantes, distribuidores, transportadores e importadores. Além disso, tem a competência de cancelar a autorização de funcionamento de estabe- lecimentos, bem como o registro de produtos sujeitos à vigilância sanitária. 7Controle sanitário do comércio de medicamentos Identificação interna do documento A AFE é uma permissão para que a empresa possa comercializar medicamentos industrializados, incluindo os sujeitos a controle especial, presentes na Portaria nº. 344/1998. Para o recebimento da AFE, o estabelecimento deve comprovar os requisitos técnicos e administrativos específicos, conforme estabelecido na RDC nº. 17/2013, que dispõe sobre os critérios para peticionamento de AFE e de AE de farmácias e drogarias. A empresa que não tiver a autorização de funcionamento da Anvisa cometerá infração sanitária e estará sujeita à pena de advertência, interdição, cancelamento de autorização e de licença e/ou multa, de acordo com os termos da Lei nº. 6.437/1977. De acordo com a Lei nº.5.991/1973 (BRASIL, 1073), posteriormente complementada pelo Decreto nº. 74.170/1974 (BRASIL, 1974), somente as empresas e os estabelecimentos licenciados pela Anvisa podem exercer o comércio, a dispensação, a representação ou distribuição, a importação ou exportação de substâncias, os medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos. É obrigatória a obtenção de AE concedida pela Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde (SVS/MS) para extrair, produzir, fabricar, beneficiar, distribuir, transportar, preparar, manipular, fracionar, importar, exportar, transformar, embalar e reembalar, para qualquer fim, as substâncias sujeitas a controle especial reguladas pela Portaria nº. 344/1998 e suas atuali- zações ou os medicamentos que as contenham (BRASIL, 1998). A AE é a licença concedida pela SVS/MS a empresas, instituições e órgãos para o exercício de atividades de extração, produção, transformação, fabricação, fraciona- mento, manipulação, embalagem, distribuição, transporte, reembalagem, importação e exportação das substâncias sujeitas a controle especial, bem como os medicamentos que as contenham. Controle sanitário do comércio de medicamentos8 Identificação interna do documento O pedido da licença para o funcionamento dos estabelecimentos à Anvisa deve ser feito pelo representante da empresa ao dirigente do órgão sanitário e instruído com: � prova de constituição da empresa; � prova de relação contratual entre a empresa e seu farmacêutico res- ponsável técnico; � prova de habilitação legal do responsável técnico, expedida pelo CRF. O licenciamento de farmácias e drogarias inclui a observância dos seguintes critérios: � localização conveniente, sob o aspecto sanitário; � instalações independentes e equipamentos que satisfaçam aos requisitos técnicos adequados; � assistência do farmacêutico responsável durante todo o horário de funcionamento. O Decreto nº. 74.170/1974 complementa a Lei nº. 5.991/1973 e determina que a licença para o funcionamento de farmácias e drogarias deverá acompanhar a petição, a planta e/ou o projeto do estabelecimento, assinado por profissional habilitado. O licenciamento de postos de medicamentos deve ocorrer em localidades desprovidas de farmácias e drogarias. Os requisitos para o licenciamento incluem a observância dos seguintes critérios: � rápido acesso para obtenção dos medicamentos, eliminando as dificul- dades causadas pela distância em que se encontre o estabelecimento farmacêutico mais próximo; � local destinado ao posto com condições de assegurar as propriedades dos produtos; 9Controle sanitário do comércio de medicamentos Identificação interna do documento � responsável pelo estabelecimento com capacidade mínima necessária para promover a dispensação dos produtos; � medicamentos comercializados devem ser unicamente os industrializa- dos, em suas embalagens originais, e constar em relação elaborada pelo Serviço Nacional de Fiscalização da Medicina e Farmácia e publicada no Diário Oficial da União. O licenciamento de unidade volante ocorre nas regiões mais interiorizadas, de escassa densidade demográfica e de povoação esparsa desprovidas de farmácia, drogaria e posto de medicamentos. Pode ser necessário licenciar a unidade vo- lante para a dispensação de medicamentos. A unidade volante é definida como a que realiza atendimento por meio de qualquer meio de transporte, seja aéreo, rodoviário, marítimo, lacustre ou fluvial, em veículos automotores, embarcações ou aeronaves que possuam condições adequadas à guarda dos medicamentos. Nesses casos, a licença será concedida a título precário, prevalecendo apenas enquanto a região percorrida pela unidade volante licenciada não dis- ponha de estabelecimento fixo de farmácia ou drogaria. Para que ocorra o seu licenciamento, a autoridade sanitária estabelece o itinerário a ser percorrido, que deverá ser observado, sob pena de cancelamento da licença. A licença para o funcionamento desses estabelecimentos listados é válida por um ano e será revalidada por períodos iguais e sucessivos, sendo que a revalidação deverá ser requerida até 120 dias antes do término de sua vigência. A revalidação somente será concedida após a verificação do cumprimento das condições sanitárias exigidas para o licenciamento do estabelecimento, por meio de inspeção. Além do controle dos estabelecimentos que comercializam medicamentos, cabe à Anvisa regulamentar, controlar e fiscalizar os medicamentos de uso humano, suas substâncias ativas e demais insumos, processos e tecnologias, por serem considerados os produtos que envolvam risco à saúde pública, de acordo com a Lei nº. 9.782/1999 (BRASIL, 1999). É competência da Anvisa as atividades de registro, atualização e revalidação de produtos, incluindo os medicamentos. Essas atribuições têm como diretriz a Lei nº. 5.991/1973 (BRASIL, 1973), que determina que medicamento é todo produto farmacêutico, tecnicamente obtido ou elaborado, com finalidade profilática, curativa, paliativa ou para fins de diagnóstico. Assim, o primeiro passo para que os produtos que pos- suem alegações terapêuticas sejam comercializados no País é o registro na Anvisa. Para que o novo medicamento seja registrado, sua qualidade, eficácia e segurança devem ser comprovadas por meio de estudos clínicos realizados de acordo com padrões de evidência científica. Controle sanitário do comércio de medicamentos10 Identificação interna do documento O registro do medicamento na Anvisa valida os dados de qualidade, eficácia e segurança e as respectivas responsabilidades da empresa fornecedora do medicamento, além de monitorar a pós-comercialização, com as ações de farmacovigilância e os estudos clínicos fase IV, que são pesquisas realizadas após o medicamento ser comercializado, visando garantir a segurança e eficácia dos medicamentos comercializados. Outras ações e competências da Anvisa foram normatizadas pela Me- dida Provisória nº. 2.190-34 (BRASIL, 2001), de 23 de agosto de 2001, que estabeleceu que, além de autorizar a comercialização de medicamentos, a Anvisa deve monitorar a evolução dos preços de medicamentos, controlar, fiscalizar e acompanhar, sob aspectos da legislação sanitária, a propaganda e publicidade dos medicamentos, além de definir os locais de entrada e saída de entorpecentes, psicotrópicos e precursores no País. Farmacovigilância A Organização Mundial da Saúde (OMS) define farmacovigilância como “[...] a ciência e atividades relativas à identificação, avaliação, compreensão e prevenção de efeitos adversos ou quaisquer problemas relacionados ao uso de medicamentos” (BRASIL, 1998). As ações de farmacovigilância identificam possíveis problemas relacionados ao uso de medicamentos a fim de prevenir ou minimizar eventuais danos à saúde dos indivíduos. Essas ações exercem o controle do comércio dos medicamentos, pois detectam problemas relacionados com o seu uso e, dessa forma, contribuem para a avaliação dos seus benefícios, danos, efetividade e riscos. Embora os estudos clínicos realizados na fase anterior ao registro dos medicamentos sigam os padrões internacionais de qualidade e retratem o seu perfil de maneira satisfatória, eles possuem certas limitações, especialmente no que se refere ao conhecimento sobre a segurança do produto. Isso porque, durante esses estudos, existe uma limitação no número de participantes alo- cados para tais estudos e o tempo de exposição dos indivíduos ao tratamento. Além disso, alguns grupos populacionais — como crianças, gestantes e idosos — são excluídos desses estudos devido a questões éticas. Após a comercia- lização do medicamento e a sua utilização por uma grande quantidade de indivíduos, eventos raros e eventos decorrentes de uma exposição em longo prazo passam a ocorrer. 11Controle sanitário do comércio de medicamentos Identificação interna do documento Cabe à farmacovigilância identificar, avaliar e monitorar a ocorrência dos eventos adversos relacionadosao uso dos medicamentos comercializa- dos, com o objetivo de garantir que os benefícios relacionados ao uso desses produtos sejam maiores do que os riscos por eles causados. Além disso, os eventos adversos — causados por desvios da qualidade de medicamentos, inefetividade terapêutica, erros de medicação, uso de medicamentos para indicações não aprovadas no registro, uso abusivo, intoxicações e interações medicamentosas — também estão no foco das ações de farmacovigilância. Essas ações visam garantir a segurança e a eficácia dos medicamentos e proteger a saúde da população. Atualmente as notificações relacionadas à farmacovigilância devem ser encaminhas por meio do sistema eletrônico de notificação do SNVS, defi- nido pela Resolução nº. 4 (BRASIL, 2009), de 10 de fevereiro de 2009, que dispõe sobre as normas de farmacovigilância para os detentores de registro de medicamentos de uso humano. As licenças poderão ser suspensas, cassadas ou canceladas no interesse da saúde pública, a qualquer tempo, assegurado o direito de defesa em processo administrativo, instaurado pelo órgão sanitário. O estabelecimento de dispensação que deixar de funcionar por mais de 120 dias terá sua licença cancelada, que ocorrerá após vistoria realizada pela Anvisa. Processos de fiscalização do estabelecimento Um segundo conjunto de ações se refere ao controle sanitário exercido por meio de inspeção sanitária, monitoramento de qualidade de produtos, inves- tigação de surtos e controle de doenças. Esse conjunto de responsabilidades e compromissos compõe os planos de ação de vigilância sanitária. Portanto, a responsabilidade pelo controle e fiscalização de medicamen- tos no Brasil é competência do SNVS, por meio da Anvisa. Suas ações de regulação e fiscalização sanitária são voltadas para a proteção e promoção da saúde da população. Nesse contexto, a Lei nº. 5.991/1973 (BRASIL, 1973), regulamentada pelo Decreto nº. 74.170/1974 (BRASIL, 1974), estabeleceu que compete ao órgão sanitário dos Estados e do Distrito Federal a fiscalização dos estabele- Controle sanitário do comércio de medicamentos12 Identificação interna do documento cimentos com a finalidade da verificação das condições do licenciamento e funcionamento. Assim, os estabelecimentos que comercializam substâncias, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos serão fiscalizados pelo órgão sanitário competente: a Anvisa. Nesse sentido, destacamos que a fis- calização nos estabelecimentos obedece aos mesmos preceitos fixados para o controle sanitário, portanto, o funcionamento dessas empresas depende de autorização da Anvisa, concedida mediante a solicitação de cadastramento de suas atividades, do pagamento da respectiva taxa de fiscalização de vigilância sanitária e de outros requisitos. O Decreto nº. 8.077 (BRASIL, 2013), de 14 de agosto de 2013, regulamentou as condições para o funcionamento de empresas sujeitas ao licenciamento sanitário, bem como o registro, controle e monitoramento. Assim, cabe aos agentes a serviço da vigilância sanitária, em suas atividades de controle e monitoramento, a fiscalização dos estabelecimentos. Esses agentes devem ter livre acesso aos locais onde se processem as atividades sujeitas ao controle sanitário, bem como aos documentos e dados relacionados. Essas ações de fiscalização da vigilância sanitária ocorrem em caráter permanente e são caracterizadas como atividades de rotina dos órgãos de saúde. Entre as ações dos fiscais da vigilância sanitária regulamentadas por esse decreto, estão: � realizar inspeções de rotina e apuração de infrações sanitárias; � coletar as amostras necessárias às análises de controle ou fiscal; � verificar o atendimento das condições de saúde e higiene exigidas aos empregados; � verificar a procedência e as condições sanitárias dos produtos; � interditar, parcial ou totalmente, os estabelecimentos bem como lotes dos produtos, em virtude de descumprimento da legislação sanitária aplicável; � determinar e fiscalizar a imediata inutilização dos produtos cuja adulteração ou deterioração seja flagrante e apreender ou interditar o restante do lote. Após a fiscalização, na hipótese de ser apurada qualquer infração, os responsáveis ficarão sujeitos às sanções previstas na legislação penal e admi- nistrativa. Constatada a irregularidade, será lavrado auto de infração e serão aplicadas as disposições constantes do Art 2º da Lei 6437 (BRASIL, 1977), de 20 de agosto de 1977, que dispõe sobre as infrações às normas relativas à saúde e respectivas penalidades. De acordo com essa lei, as penalidades a serem impostas são: 13Controle sanitário do comércio de medicamentos Identificação interna do documento � I - advertência; � II - multa; � III - apreensão de produto; � IV - inutilização de produto; � V - interdição de produto; � VI - suspensão de vendas e/ou fabricação de produto; � VII - cancelamento de registro de produto; � VIII - interdição parcial ou total do estabelecimento; � IX - proibição de propaganda (Redação dada pela Lei nº 9.695. de 1998); � X - cancelamento de autorização para funcionamento da empresa (Re- dação dada pela Lei nº 9.695, de 1998); � XI - cancelamento do alvará de licenciamento de estabelecimento (Re- dação dada pela Lei nº 9.695, de 1998); � XI-A - intervenção no estabelecimento que receba recursos públicos de qualquer esfera (Incluído pela Lei nº 9.695, de 1998); � XII - imposição de mensagem retificadora (Incluído pela Medida Pro- visória nº 2.190-34, de 2001); � XIII - suspensão de propaganda e publicidade (Incluído pela Medida Provisória nº 2.190-34, de 2001). Assim, a legislação determina que periodicamente ocorra a colheita de amostras de produtos e materiais para averiguação. A autoridade fiscali- zadora (vigilância sanitária) — como medida preventiva, nos casos em que houver alguma suspeita de alteração ou fraude — pode interditar o esto- que existente no local, até o prazo máximo de 60 dias. Após esse período, o estoque ficará automaticamente liberado, exceto se houver notificação em contrário. Para análise fiscal, serão colhidas amostras, que serão colocadas em quatro invólucros, lavrando a autoridade fiscalizadora o auto de apreensão, em quatro vias, o qual será assinado pelo autuante, pelo representante legal da empresa, pelo possuidor ou detentor do produto ou por seu substituto legal. Na ausência ou recusa destes, por duas testemunhas, especificando no auto a natureza e outras características do material apreendido. O número de amostras será limitado à quantidade necessária e suficiente às análises e aos exames. Dos quatro invólucros, tornados individualmente invioláveis e convenien- temente autenticados, no ato de apreensão: � o primeiro ficará em poder do detentor do produto, com a primeira via do respectivo auto para efeito de recursos; Controle sanitário do comércio de medicamentos14 Identificação interna do documento � o segundo será remetido ao fabricante com a segunda via do auto para defesa, em caso de contraprova; � o terceiro será enviado, no prazo máximo de 5 dias, ao laboratório oficial, com a terceira via do auto de apreensão para a análise fiscal; � o quarto ficará em poder da autoridade fiscalizadora, que será respon- sável pela integridade e conservação da amostra. O laboratório oficial terá o prazo de 30 dias para efetuar a análise e os exames. Quando se tratar de amostras de produtos perecíveis, a análise deverá ser feita de imediato. O prazo previsto poderá ser prorrogado por razões técnicas devidamente justificadas. Se houver interdição do estoque, a autoridade fiscalizadora lavrará o auto de interdição, que assinará com o representante legal da empresa e o possuidor ou detentor do produto ou seu substituto legal; na ausência ou recusa destes, por duas testemunhas, especificado no auto a natureza e demais características do produto interditado e o motivo da interdição. O produto interditado não poderá ser consumido, comercializado,desviado, alterado ou substituído, sob pena de ser apreendido. Concluída a análise fiscal, o laboratório oficial remeterá imediatamente o laudo respectivo à autoridade fiscalizadora competente, que procederá de acordo com sua conclusão. Se o resultado da análise fiscal não comprovar alteração do produto, este será desde logo liberado. Se comprovada a alteração, falsificação, adulteração ou fraude, será lavrado, de imediato, auto de infração e notificada a empresa para início do processo. O indiciado terá o prazo de 10 dias, contados da notificação, para apresentar defesa escrita ou contestar o resultado da análise, requerendo, na segunda hipótese, perícia de contraprova. Se o notificado não apresentar defesa ou contestação ao resultado da análise, o laudo será considerado definitivo e será proferida a decisão pela autoridade sanitária competente. Ainda, a Lei nº. 13.021 (BRASIL, 2014), de 8 de agosto de 2014 — que regulamenta o exercício e a fiscalização das atividades farmacêuticas, além de determinar a presença de farmacêutico durante todo o horário de funcionamento do estabelecimento — veda ao fiscal farmacêutico exercer outras atividades profissionais de farmacêutico, ser responsável técnico ou proprietário ou participar da sociedade em estabelecimentos farmacêuticos. Assim, a Anvisa estabelece essas normas de boas práticas, que devem ser ado- tadas pelos estabelecimentos que trabalhem com medicamentos de modo a garantir a segurança, qualidade e eficácia dos produtos disponibilizados à população. 15Controle sanitário do comércio de medicamentos Identificação interna do documento BRASIL. Decreto nº. 74.170, de 10 de junho de 1974. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 11 jun. 1974. Disponível em: <http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1970-1979/ decreto-74170-10-junho-1974-422602-norma-pe.html>. Acesso em: 18 dez. 2018. BRASIL. Lei nº.6.437 , de 20 de agosto de 1977. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 20 ago. 1977. Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6437.ht m#art40>. Acesso em: 20 jun. 2023. BRASIL. Lei nº. 9.695, de 20 de agosto de 1998. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 20 ago. 1998. Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9695.ht m#art2>. Acesso em: 20 jun. 2023. BRASIL. Lei nº. 5.991, de 17 de dezembro de 1973. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 19 dez. 1973. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L5991.htm>. Acesso em: 18 dez. 2018. BRASIL. Lei nº. 6.360, de 23 de setembro de 1976. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 24 set. 1976. Disponível em: <http://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/1970-1979/lei- 6360-23-setembro-1976-357079-norma-pl.html>. Acesso em: 18 dez. 2018. BRASIL. Lei nº. 9.782, de 26 de janeiro de 1999. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 27 jan. 1999. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9782.htm>. Acesso em: 18 dez. 2018. BRASIL. Lei nº. 13.021, de 8 de agosto de 2014. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 11 ago. 2014. Disponível em: <http://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/2014/lei-13021- 8-agosto-2014-779151-norma-pl.html>. Acesso em: 13 dez. 2018. BRASIL. Medida provisória nº. 2.190-34, de 23 de agosto de 2001. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 24 ago. 2001. Disponível em: <http://www2.camara.leg.br/legin/fed/med- pro/2001/medidaprovisoria-2190-34-23-agosto-2001-389648-publicacaooriginal-1-pe. html>. Acesso em: 18 dez. 2018. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução nº. 4, de 10 de fevereiro de 2009. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 12 fev. 2009. Disponível em: <http://portal.anvisa.gov.br/documents/33880/2568070/res0004_10_02_2009. pdf/05f05642-1cae-4a60-9485-5ff63cfb22af>. Acesso em: 18 dez. 2018. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução de Diretoria Colegiada nº. 27, de 30 de março de 2007. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 2 abr. 2007. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/sngpc/Documentos2012/RDC%20 27%202007.pdf?id=26280&word=>. Acesso em: 18 dez. 2018. Controle sanitário do comércio de medicamentos16 Identificação interna do documento http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/mpv%202.190-34-2001?OpenDocument BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Portaria nº. 344, de 12 de maio de 1998. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 19 mai. 1998. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/svs/1998/prt0344_12_05_1998_rep.html>. Acesso em: 18 dez. 2018. Leituras recomendadas BRASIL. Decreto nº. 79.094, de 5 de janeiro de 1977. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 7 jan. 1977. Disponível em: <http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1970-1979/ decreto-79094-5-janeiro-1977-428252-norma-pe.html>. Acesso em: 18 dez. 2018. BRASIL. Lei nº. 8.080, de 19 de setembro de 1990. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 20 set. 1990. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8080.htm>. Acesso em: 13 dez. 2018. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução de Diretoria Colegiada nº. 76, de 31 de outubro de 2007. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 27 nov. 2007. Disponível em: <http://www.ceivap.org.br/ligislacao/Resolucoes-CNRH/ Resolucao-CNRH%2076.pdf>. Acesso em: 18 dez. 2018. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos controlados: passo a passo. Anvisa, Brasília, DF, [2018]. Dispo- nível em: <http://www.anvisa.gov.br/sngpc/passo_passo.htm>. Acesso em: 18 dez. 2018. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Medicamentos. Anvisa, Brasília, DF, [2018]. Disponível em: <http://portal.anvisa.gov.br/medicamentos>. Acesso em: 18 dez. 2018. ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE. Boas práticas de farmacovigilância para as Américas. Washington D.C.: OPAS, 2011. Disponível em: <http://apps.who.int/medi- cinedocs/documents/s18625pt/s18625pt.pdf>. Acesso em: 18 dez. 2018. 17Controle sanitário do comércio de medicamentos Identificação interna do documento Identificação interna do documento Conteúdo: Identificação interna do documento Identificação interna do documento Identificação interna do documento Nome do arquivo: C13_Controle_sanitario_comercio_medicamentos_FINAL_202307181 512359719336.pdf Data de vinculação à solicitação: 18/07/2023 15:12 Aplicativo: 675848 art69
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