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Declaração Universal dos Direitos Humanos, escrita em 1948, pela Organização das Nações Unidas.
Ainda segundo Hunt, foi o Iluminismo que materializou a noção de direitos básicos para todos, principalmente por meio de dois documentos que vamos analisar a partir de agora: a Declaração de Independência, dos Estados Unidos; e a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, escrita durante a Revolução Francesa.
Sobre o assunto, o filósofo Norberto Bobbio afirmou que esse período pode ser conhecido também como “era dos direitos”, pois foi naquele tempo que as ideias dos filósofos do Iluminismo inspiraram os liberais a lutarem contra os absolutistas, criando um “Estado de direito”, ou seja, um Estado que tinha sua organização determinada pelo uso das leis
Declaração de Independência dos Estados Unidos
Na época, os colonos viviam com uma relativa independência política e econômica até que foram convocados pela Inglaterra a se envolver numa guerra contra os franceses, a Guerra dos Sete Anos. Mesmo indo à batalha e garantindo a vitória inglesa no conflito, os americanos se viram, ao final da Guerra dos Sete Anos, obrigados a pagar dívidas inglesas e a obedecer a ordens autoritárias da metrópole.
Essa declaração americana anuncia que todos os homens são criados iguais por Deus e que recebem Dele direitos que não lhes deveriam ser retirados: a vida, a liberdade e a busca da felicidade. Caso não sejam respeitados pelo governo, o povo tem o direito e o dever de substituir o governante ou de mudar as regras da política até que possa ser possível desfrutar dos direitos com segurança.
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão
O descontentamento era dos franceses com o rei absolutista Luís XVI. 
Em 1789, com todas as classes reunidas, a Assembleia francesa aprovou a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão
Como confirmação, podemos indicar o primeiro direito da declaração francesa, que afirma que os homens não só nascem, como devem permanecer livres e iguais, ou seja, não é uma condição provisória que pode ser retirada em algum momento, mas inerente ao ser humano.
Declaração Universal de Direitos Humanos
Criou-se uma organização internacional neutra para substituir a Liga das Nações, a chamada Organização das Nações Unidas (ONU).
O objetivo desse novo órgão foi descrito na Carta das Nações Unidas, produzida e assinada na cidade de São Francisco, nos Estados Unidos, ainda no ano de 1945.
As nações que devem se observar e procurar juntas mediar as ações e decisões tomadas por todos, a fim de “preservar as gerações vindouras do flagelo da guerra” e reafirmar a “fé nos direitos fundamentais do homem e no valor da pessoa humana; na igualdade de direitos dos homens e das mulheres, assim como das nações, grandes e pequenas”. Também eram objetivos desse documento manter a justiça, o respeito, promover o progresso social, melhores condições de vida e a liberdade.
Para alcançar esses objetivos, três anos depois, em 1948, a ONU produziu a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Todos os seres humanos em um patamar de igualdade, a ideia de que todos fazemos parte de uma mesma família, a família humana. Essa ideia declara que não há diferença entre os seres humanos, pois todos os indivíduos são parentes e têm a mesma origem, trazendo um sentimento de afeto para reforçar que devemos respeitar o próximo e ter empatia por ele.
A Declaração das Nações Unidas de 1948 é o maior documento legal de direitos humanos produzido
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS HUMANOS
Universalidade
Isso significa dizer que eles devem estar disponíveis ao acesso de todos os membros da família humana igualmente, não podendo ser restringidos a ninguém.
(Vamos pensar no direito à liberdade: se em algum lugar do mundo for permitido que algum ser humano seja submetido a condições de trabalho escravo, isso significa que todos os outros seres humanos correm o mesmo risco. Se vale para um, vale para todos.)
Interdependência
 Um direito complementa o outro, a existência de um está condicionada à existência de todos os demais. Aqui entendemos que, nenhum direito é mais importante do que os demais.
Indivisibilidade
Significa que não pode haver uma divisão desses direitos em categorias. É preciso entender e respeitá-los como um todo, enxergando que os direitos individuais, políticos, sociais e econômicos interagem e não podem ser afastados uns dos outros. 
FUNDAMENTAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DE DIREITOS HUMANOS
Para que direitos como a limitação de poder e o princípio de igualdade se efetivassem como tratados ou leis, foi preciso construir uma grande argumentação teórica baseada em tradicionais correntes jurídicas filosóficas.
Os Direitos Humanos podem ser justificados por, pelo menos, três correntes filosóficas: jusnaturalista, positivista e moral.
Jusnaturalismo
O direito é visto como algo intrínseco e natural ao ser humano e às leis, como resultados desse pensamento, funcionando antes mesmo de serem legalizadas pelas constituições ou pelo Estado. Para compreensão do pensamento jusnatural temos o direito à vida.
Positivismo
A corrente jurídica do positivismo entende que os direitos não são elementos naturais numa sociedade. Eles seriam o resultado de discussões e entendimentos do Estado, que decide pela oficialização e pela legalização de uma certa norma.
Considerar apenas o que está previsto em lei implica numa redução de direitos.
Moralismo
A corrente moralista, como a jusnaturalista, defende que os direitos são normas que não precisam da sua oficialização em leis e constituições para ter validade; sua importância está diretamente relacionada às necessidades e aos valores da sociedade em que estão inseridos. Mas, diferentemente do jusnaturalismo, o direito moral não acontece naturalmente na sociedade, ele se baseia nas necessidades e nos valores específicos morais e éticos de um determinado grupo.
É importante lembrar que a Declaração Universal de Direitos Humanos e os demais tratados da ONU são declarações de intenção, ou seja, não são leis válidas por si só. Eles estão baseados nas teorias moral e jusnatural e precisam do esforço e das estruturas legais dos países inscritos nas Nações Unidas para que se positivem.
FUNDAMENTOS DO UNIVERSALISMO VERSUS MULTICULTURALISMO
Críticas ao universalismo
A partir dessa ideia, poderia ser criada a noção de que existe um grupo que é capaz de entender sozinho as necessidades de todo o mundo e que pode decidir por todos o que é necessário para se ter uma vida digna sem consultar aqueles que irão usufruir desse modo de vida.
Pensar a universalidade dos Direitos Humanos como uma prática imperialista é um ponto especificamente interessante, pois, segundo Hannah Arendt, foram justamente as políticas imperialistas praticadas pela Europa no final do século XIX que romperam os Direitos Humanos no passado e deram origem aos grandes conflitos do século XX. Assim, a universalidade acabou tornando-se um objetivo contraditório, pois, ao mesmo tempo em que procura garantir direitos a todos, acaba ocasionando sua própria ruptura.
É compromisso da nação fazer parte de tribunais internacionais que discutam tais direitos. Determinou-se, também, que a Defensoria Pública tem a função de promover e defender os direitos humanos em todo o país.
Os poderes Executivo e Legislativo precisam trabalhar juntos. Por exemplo, não basta que a Constituição determine que as pessoas tenham acesso gratuito à saúde, pois, se o poder Executivo não planejar uma estrutura de hospitais e médicos para o atendimento de todos esses direitos, a Constituição passa a ser mero documento de intenção.
Atualmente, com os direitos restabelecidos, retomamos o processo de consolidação dos Direitos Humanos e fazemos parte do Sistema Internacional de Proteção aos Direitos Humanos e do Sistema Interamericano de Direitos Humanos, que visa garantir a efetivação desses direitos em nível regional e dar apoio
aos cidadãos de país que se encontram desassistidos pelo Estado.
Possuímos compromisso ratificado com oito tratados internacionais da ONU:
Convenção sobre Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial;
Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos;
Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais;
Convenção sobre Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher;
Convenção contra a Tortura;
Convenção sobre os Direitos da Criança;
Convenção para a Proteção de Todas as Pessoas contra os Desaparecimentos Forçados;
Convenção sobre os Direitos de Pessoas com Deficiência
Uma vez que o Estado não atenda aos seus cidadãos temos ainda a possibilidade de acionar os sistemas internacionais de proteção dos Direitos Humanos. No caso do Brasil, podemos recorrer ao Sistema Interamericano de Direitos Humanos

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