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1 5 - Comunicação e Linguagem - MIOLO

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Andressa da Costa Farias
2014
paginas_iniciais.indd 1 26/03/14 02:18
Copyright © 2014, Instituto Federal de Santa Catarina - IFSC. 
2ª Edição adaptada ao novo projeto gráfico e instrucional do 
Departamento de Educação a Distância - EaD - IFSC.
Esta obra está licenciada nos termos da Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual
4.0 Brasil, podendo a OBRA ser remixada, adaptada e servir para criação de obras derivadas, desde que com fins
não comerciais, que seja atribuído crédito ao autor e que as obras derivadas sejam licenciadas sob a mesma licença.
paginas_iniciais.indd 2 26/03/14 02:18
Departamento de Educação a Distância
Créditos do Livro
FICHA TÉCNICA E INSTITUCIONAL 
[ Reitoria ]
Maria Clara Kaschny Schneider
[ Pró-Reitoria ]
Daniela de Carvalho Carrelas
[ Chefia do Departamento de Educação a Distância - EaD/IFSC ]
Paulo Roberto Weigmann
[ Coordenação do Curso Superior de Tecnologia em Gestão Pública ]
Giovani Cavalheiro Nogueira
[ Coordenação - Produção de Materiais Didáticos - EaD/IFSC ] 
Ana Karina Corêa
[ Projeto Gráfico e Instrucional - Livros didáticos - EaD/IFSC ] 
Aline Pimentel 
Carla Peres Souza
Daniela Viviani
Elisa Conceição da Silva Rosa
Sabrina Bleicher
EDIÇÃO 2014
[ Conteúdo ]
Andressa da Costa Farias
[ Design Gráfico ] 
Anelise Thaler
[ Design Instrucional ] 
Luiziane Silva Rosa
[ Capa e Editoração Eletrônica ]
Elisa Conceição da Silva Rosa
Sabrina Bleicher
Anelise Thaler
[ Revisão Gramatical ] 
Sandra Beatriz Koelling
[ Fotografias ] 
Adriana Viviani
Daniela Viviani
[ Infográficos ] 
Anelise Thaler
[ Tratamento de imagens ] 
Anelise Thaler
[ Imagens ] 
Stock.XCHNG
<http://www.sxc.hu/>
Shutterstock
iStockphoto
<https://www.istockphoto.com/>
Iconfinder
<https://www.iconfinder.com/>
Gettyimages
<gettyimages.com/>
paginas_iniciais.indd 3 26/03/14 02:18
Prezado estudante, 
Seja bem-vindo!
O Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), preocupado em 
transpor distâncias físicas e geográficas, percebe e trata a 
Educação a Distância como uma possibilidade de inclusão. No 
IFSC são oferecidos diferentes cursos na modalidade a distância, 
ampliando o acesso de estudantes catarinenses, como de 
outros estados brasileiros, à educação em todos os seus níveis, 
possibilitando a disseminação do conhecimento por meio de seus 
campus e polos de apoio presencial conveniados. 
Os materiais didáticos desenvolvidos para a EaD foram pensados 
para que você, caro aluno, consiga acompanhar seu curso 
contando com recursos de apoio a seus estudos, tais como 
videoaulas, ambiente virtual de ensino aprendizagem e livro 
didático. A intenção dos projetos gráfico e instrucional é manter 
uma identidade única, inovadora, em consonância com os avanços 
tecnológicos atuais, integrando os vários meios disponibilizados e 
revelando a intencionalidade da instituição.
Bom estudo e sucesso! 
Equipe de Produção dos Projetos Gráfico e 
Instrucional Departamento EaD/IFSC
paginas_iniciais.indd 4 26/03/14 02:18
Sumário
Comunicação 
e Linguagem
1. Comunicação e Linguagem 07
2. Técnicas de comunicação e linguagem 21
3. Língua padrão na comunicação oral e escrita 39
4. A correspondência oficial 53
5. A oralidade na comunicação em público 65
Considerações Finais 00
Sobre o autore 75
Referências 76
paginas_iniciais.indd 5 26/03/14 02:18
A Unidade Curricular de 
Comunicação e Linguagem
Prezado(a) estudante,
É grande a satisfação de compartilharmos juntos o estudo e 
análise sobre comunicação e linguagem. Nossa comunicação é 
estabelecida a partir de agora, por exemplo, na leitura que você faz 
desta página. Percebeu? Você está utilizando a capacidade de ler 
em uma língua num determinado idioma – o português brasileiro. 
Muitos dos primeiros contatos pessoais e profissionais começam 
assim: através da leitura de algo escrito e atualmente, e com mais 
frequência, através de um contexto digital como correio eletrônico 
ou rede social. A leitura e a capacidade de escrita de impressos 
exigem uma análise e conscientização de quanto é primordial 
saber comunicar uma mensagem de forma correta ao destinatário 
almejado. 
Teremos 5 unidades nas quais estudaremos o conceito e as 
técnicas de comunicação e linguagem; como a língua padrão é 
materializada na comunicação oral e escrita; a apresentação da 
estrutura e de dicas importantes na configuração da linguagem 
adequada para textos que circulam na correspondência oficial. 
E por fim, como utilizar a linguagem oral para fazer apresentações 
em público. Todos os tópicos abordados foram selecionados com 
o propósito de oferecer a você subsídios para melhor utilizar a 
linguagem e para comunicar de forma cada vez mais eficiente. 
Acredito que tais conhecimentos são atributos importantes para o 
crescimento pessoal e profissional. 
Desejo um excelente curso! 
paginas_iniciais.indd 6 26/03/14 02:18
Comunicação
e Linguagem
 COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM UNIDADE 1
Nesta unidade inicial abordaremos como o conceito de linguagem e de 
comunicação foi concebido. Aqui você conhecerá o primeiro esquema 
de comunicação materializado pelo linguista Roman Jakobson. Além 
disso, iremos entender melhor como a comunicação verbal e não verbal 
está presente no nosso cotidiano e a importância de tais conceitos e 
aprendizado em um ambiente profissional. 
Andressa da Costa Fariasr
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Conceito de Comunicação
 e de Linguagem 
Os conceitos de comunicação e linguagem são de extrema relevância 
para entendermos o funcionamento da língua que utilizamos como 
meio de interação social com os demais sujeitos. Conforme Barros 
(2010), a partir do século XX, o exame do conceito de comunicação 
entrou nos estudos linguísticos a partir de Saussure. Esse teórico 
afirmou que a língua é fundamentalmente um instrumento de 
comunicação. E a comunicação só pode ser materializada através 
da linguagem.
A linguagem engloba todos os fatores que fazem com que os 
sujeitos consigam estabelecer um vínculo através, por exemplo 
de uma mensagem, uma interação para realizar as mais diversas 
funções sociais: comprar, casar, assinar contratos, fazer palestras, 
dar depoimentos, entre outros. Podemos enfatizar que a linguagem 
pode ser representada de diversas maneiras. Há a linguagem 
corporal, há a linguagem visual, há a linguagem artística, musical, 
etc. 
Segundo Koch (2003), a linguagem é a capacidade do ser humano 
se expressar através de um conjunto de signos. Os signos podem 
constituir a representação da linguagem sonora, pictória, verbal. 
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Comunicação e Linguagem 9
A língua é uma das manifestações de linguagem utilizadas pelos 
seres humanos. Só existe língua a partir da existência de uma 
sociedade, pois é pelas interações sociais que a língua se manifesta.
Ela é a expressão de um meio social onde os membros interagem 
entre si. Logo, a língua é uma das representações de linguagem 
utilizada entre os sujeitos sociais. A materialização da língua se 
dá através de um idioma (língua portuguesa, inglesa, francesa, 
espanhola) e pode ser manifestada na forma oral (através da fala) 
e na forma verbal escrita (através das palavras, frases, enunciados 
em registro escrito).
A linguagem segue algum tipo de convencionalidade já pré-
estabelecida pelos membros de uma sociedade e (que) sempre 
estará situada em determinado tempo e espaço. E por isso as 
línguas e as representações de linguagem mudam com o decorrer 
do tempo. Prova disso são as mudanças de vocábulos/termos 
ao longo da história que ora são criados, outros acrescentados, 
enquanto alguns entram em desuso. 
Conforme Cagliari (2006), a linguagem é um fato social que sobrevive 
a partir das convenções sociais admitidas para ela. E, como a língua 
é uma das manifestações da linguagem, o falante nativo usa a língua 
conforme regras próprias do seu dialeto, da comunidade linguística 
em que está inserido. As pessoas só se entendem porque falamcom seus pares de forma semelhante. Para que a comunicação 
possa ser estabelecida é necessário seguir algumas regras próprias 
da língua em uso no ato da interação. 
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Ao considerar alguém como falante nativo de uma língua, pode-
se dizer que este sujeito dispõe de um vocabulário e de regras 
gramaticais. O vocabulário é o repertório linguístico que uma 
pessoa precisa para se comunicar diante de seus pares ou de um 
contexto social específico. Deste modo, podemos considerar que 
com o passar do tempo, e com o aumento do grau de escolarização, 
leituras e experiências pessoais, o número de palavras e expressões 
conhecidas tende a aumentar também. No entanto, todas as 
pessoas utilizam do vocabulário já conhecido para se comunicarem 
e se não conhecem alguma palavra ou expressão geralmente 
buscam conhecer. 
A comunicação é uma área de conhecimento que pode ser discutida 
muito mais pelo viés da teoria da informação do que propriamente 
pelos estudos linguísticos. Segundo Barros (2010), a comunicação 
tem como principal objetivo a transmissão de uma mensagem 
eficiente eliminando os efeitos indesejáveis dos ruídos. Os ruídos 
podem ser entendidos como tudo aquilo que intervém no processo 
e percurso da comunicação como barulhos, problemas no canal 
de comunicação, desinteresse, desatenção, crenças que não são 
compartilhadas bem como cultura diferente que pode interferir 
no entendimento da mensagem, diferenças sociais ou de idade, 
indisposições pessoais, falta de conhecimento do assunto ou do 
código, entre outros.
A COMUNICAÇÃO se dá de forma eficiente quando expressa 
de maneira CLARA, OBJETIVA, direta aquilo que se propõe 
como mensagem. Pode ser entendida como transferência de 
MENSAGENS. Há comunicação na transmissão de uma mensagem 
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Comunicação e Linguagem 11
de um emissor a um receptor através de um código que pode ser 
verbal ou escrito. 
As leituras visuais do comportamento humano também comunicam 
algo para o outro. A personalidade é refletida na comunicação 
pessoal de cada sujeito na forma como se expressa linguisticamente, 
como se comporta, gesticula, olha ou se veste. Por isso é importante 
observar tais fatores para que num momento de comunicação 
possa expressar de maneira clara aquilo que se propõe comunicar. 
Diferenças de fala e atitudes e/ou comportamento podem fazer 
com que o que se planejou comunicar não seja entendido de forma 
satisfatória. 
Roman Jakobson (1969) apresentou um modelo ou esquema de 
comunicação que é tomado como base das discussões sobre 
comunicação. Apresentaremos a seguir seu esquema.
Roman Jakobson
(1896-1982) foi um linguista russo e teórico da comunicação. 
Tornou-se um dos maiores linguistas do século XX. Pioneiro da 
análise estrutura da linguagem, poesia e arte. Criador, entre outros 
termos e conceitos, das funções da linguagem. Estudioso das 
obras de Edgar Allan Poe, Fernando Pessoa e Bertolt Brecht. 
A comunicação advém da necessidade de interação e envio de uma 
determinada mensagem para outro. O esquema de comunicação 
proposto por Roman Jakobson se sistematiza da seguinte maneira:
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A comunicação só se processa adequadamente se a mensagem 
recebida for decodificada pelo receptor. Neste sentido, deve haver 
uma eliminação de ruídos e ambos (emissor e receptor) devem 
compartilhar o mesmo código e o mesmo contexto para a mensagem 
ser compreendida. O emissor deve codificar a mensagem, ou seja, 
transformar num código conhecido para que o receptor decodifique 
a mensagem, ou seja, entenda. Posteriormente, o emissor terá o 
feedback, ou seja, saberá se o receptor captou ou não a mensagem 
através da reação deste. Assim, resumidamente vemos que a 
comunicação entre dois interlocutores se dá através da linguagem 
manifestada em um código. Esta linguagem pode ser verbal e 
não verbal. Passamos ao estudo de cada uma relacionando suas 
características e peculiaridades.
Linguagem verbal e não-verbal
Antes de adentrarmos este tópico, leia o poema seguinte:
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Comunicação e Linguagem 13
Poema
A leitura é muito mais
do que decifrar palavras.
Quem quiser parar pra ver
pode até se surpreender:
vai ler nas folhas do chão,
se é outono ou se é verão;
nas ondas soltas do mar,
se é hora de navegar;
e no jeito da pessoa,
se trabalha ou se é à-toa;
na cara do lutador,
quando está sentindo dor;
vai ler na casa de alguém
o gosto que o dono tem;
e no pêlo do cachorro,
se é melhor gritar socorro;
e na cinza da fumaça,
o tamanho da desgraça;
e no tom que sopra o vento,
se corre o barco ou vai lento;
também na cor da fruta,
e no cheiro da comida,
e no ronco do motor,
e nos dentes do cavalo,
e na pele da pessoa,
e no brilho do sorriso,
vai ler nas nuvens do céu,
vai ler na palma da mão,
vai ler até nas estrelas
e no som do coração.
Uma arte que dá medo
é a de ler um olhar,
pois os olhos têm segredos
difíceis de decifrar.
 Ricardo Azevedo (2006)
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A mensagem principal do poema demonstra que a leitura de 
mundo é realizada constantemente através de nossos sentidos: da 
visão, do tato, do olfato. E contribui para a realização deste ato: a 
emoção, a cultura, os julgamentos prévios realizados, entre tantas 
outras situações. Logo, não há leitura apenas da palavra escrita. 
Há leitura na imagem, nos gestos, nas situações vividas. Assim, o 
código de comunicação pode ser a palavra escrita ou falada. O uso 
da palavra faz parte da linguagem verbal escrita ou oral. A palavra 
se manifesta na forma verbal escrita quando nos deparamos com 
leitura ou escrita dos impressos nos mais variados gêneros: jornais, 
revistas, panfletos, aviso, circular, edital entre outros gêneros. E na 
forma verbal oral quando falamos com alguém para fazermos um 
pedido, uma solicitação, uma declaração, um enumerado de fatos, 
quando contamos algo, quando utilizamos a voz como instrumento 
de comunicação.
Mas, a comunicação também pode se dar através da linguagem 
não verbal. Neste caso, o código utilizado advém de símbolos 
gráficos ou sinais. Estes símbolos podem ser, por exemplo, sinais 
de trânsito, placas, desenhos e cor (bandeiras), gestos, postura 
corporal, configuração facial. Para leitura da linguagem não verbal 
é necessário conhecer as analogias relacionadas a cada símbolo. 
Por exemplo, se no trânsito o semáforo mostra o sinal vermelho 
para o condutor, este deve saber que deve parar o carro. Já no 
futebol, ademais de todas as regras imbuídas, sabe-se a qual país 
pertence um jogador pelo seu uniforme que advém da convenção 
das cores da bandeira de seu país. A linguagem não verbal é 
extremamente importante e muito utilizada até mesmo em reações 
ou manifestações comportamentais. 
Há algumas leituras da linguagem não verbal que são universais 
no mundo, ou seja, que o significado é compartilhado mesmo 
por aqueles que falam idiomas diferentes. A manifestação de um 
sorriso espontâneo, por exemplo, bem como um pranto de choro 
tem geralmente os mesmos significados em diferentes culturas. É 
a manifestação da alegria e satisfação no caso de um sorriso e da 
dor ou angústia no caso do choro humano. Você percebe o quanto 
é relevante a linguagem não verbal? 
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Comunicação e Linguagem 15
Por isso, a apresentação pessoal e expressão corporal são muito 
importantes, sobretudo nas nossas relações profissionais. É fácil 
uma leitura da linguagem não verbal emitida pelo nosso corpo. 
Dá para avaliar as emoções através da expressão facial e/ou 
fisionômica. A expressão do olhar transmite de forma direta e fácil 
de perceber as emoções. Aliás, o movimento dos olhos possui um 
papel relevante na comunicação. Olhar fixamente pode demonstrar 
interesse ou provocação dependendo do contexto. Assim como 
desviar o olhar pode ser entendido como falta de interesse ou 
submissão. 
O corpo tambémé um veículo de comunicação não verbal através 
da postura, do balanço da cabeça, da forma com que os braços 
e pernas se movimentam (cruzar os braços, cruzar as pernas), do 
modo com que nos vestimos. O contexto pode indicar estado de 
interesse, relaxamento, desatenção, atenção redobrada, cuidado 
com o corpo ou desleixo. Por isso, é importante ter atenção na 
forma de apresentação pessoal e expressão facial e corporal para 
ajudar a passar a “imagem” ou mensagem adequada dependendo 
do contexto social ou profissional que se está inserido. É preciso 
ter consciência de qual mensagem você emite para os outros 
quando em contexto profissional. O que comunicamos pode nos 
ajudar ou nos atrapalhar em relação ao contexto trabalhista. Ajudar 
a termos melhores condições ou oportunidades (cargos, salários, 
posicionamento) ou nos atrapalhar caso estejamos comunicando 
mal (aparentando pouco cuidado em relação a higiene pessoal, por 
exemplo).
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A comunicação e a linguagem nas relações 
profissionais
As relações profissionais são pautadas pela comunicação 
manifestada através da linguagem. A linguagem utilizada nas 
interações se constitui da linguagem oral verbal e verbal escrita. 
Para comunicar bem uma mensagem e demonstrar credibilidade 
nas interações é importantíssimo que tanto uma quanto a outra 
tenha algumas características comuns como: objetividade, 
clareza, coerência, concisão, utilização adequada da gramática, 
vocabulário adequado. A qualidade na comunicação e nas 
interações profissionais marca o sucesso de uma corporação e/ou 
empresa. Há diversos problemas gerados se a comunicação não 
se faz de maneira eficiente. Há perda de tempo e de dinheiro. Um 
profissional competente e dedicado sabe utilizar a linguagem de 
maneira correta e precisa. E muitas vezes este é o motivo dele ser 
“disputado” no mercado corporativo. 
Tal profissional precisa saber utilizar de forma eficiente a linguagem 
verbal oral e também, e sobretudo, a verbal escrita. Vale lembrar que 
atualmente a linguagem verbal escrita é geralmente utilizada a partir 
da publicação digital através da ampla gama de aparato tecnológico 
disponível para a comunicação: computadores, celulares, netbook, 
tablets, entre outros equipamentos. Utilizar da linguagem escrita é 
uma constante nas empresas e corporações públicas. Até porque a 
linguagem oral não garante que a mensagem seja fidedigna. Muitas 
vezes ocorre falta de clareza da informação principal. Segue um 
exemplo disso:
É conhecida a história do oficial que solicitou a reunião de 
todos os soldados no pátio do quartel para assistirem à 
passagem do cometa Halley e que só conseguiu que todos 
se reunissem no refeitório para participarem de um show de 
Bill Halley. Isso porque nenhum dos emissores se preocupou 
em verificar de que modo a mensagem estava sendo 
compreendida e repassada aos demais destinatários. (GOLD, 
2010, p.4)
Conforme Gold (2010), a comunicação empresarial ou corporativa 
deve ter como princípio fundamental gerar uma resposta objetiva 
àquilo que é transmitido. Propiciar uma ação. Partindo de tal 
colocação e sabendo que na comunicação corporativa prevalece 
o texto verbal escrito. Deste modo, ao redigir um texto e enviar, 
ele deve gerar uma resposta rápida. Isso mostra que o texto foi 
eficaz; caso contrário o texto deve ser reelaborado e reescrito, pois 
provavelmente não foi compreendido de forma clara pelo receptor. 
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Ainda segundo Gold (2010), um texto mal escrito gera uma série de 
problemas como: desmotivação para leitura, privilégio da troca oral 
de informações, falta de credibilidade, retrabalho, conflitos internos 
constantes, ineficiência para novos negócios e acordos, mais ou 
menos como podemos ver na tirinha de Dilbert 
Infelizmente, para resolver os problemas de comunicação de uma 
empresa não basta simplesmente se isolar e “enfiar a cabeça” em 
um buraco. Procedendo desta forma, a empresa ou instituição 
pública e todo o resto tende ao fracasso e insucesso. É preciso 
urgentemente que as mensagens e documentos gerados no 
meio comunicativo sejam eficientes e claros. Caso contrário, 
geram muitos problemas tais como: a desmotivação para leitura 
que ocorre quando o receptor da mensagem não lê o texto todo, 
apenas uma parte para ver ou tentar decifrar do que se trata. Outro 
problema é privilegiar a troca oral de informações, uma vez que 
a fala pode ser mal interpretada gerando confusão de informação 
e imprecisão na mensagem principal. Além destes fatores uma 
mensagem mal elaborada, ambígua ou obscura compromete a 
credibilidade de uma área ou toda a empresa e/ou corporação diante 
de seus clientes internos ou externos. Documentos mal elaborados 
ou mal escritos também geram uma perda de tempo imensa, pois 
fazem com que tanto emissores quanto receptores da mensagem 
precisem refazer o que querem comunicar. E mais grave ainda, 
a falta de clareza na comunicação tende a gerar interpretações 
equivocadas, o que pode gerar desagregação da equipe ou mal 
estar profissional entre alguns membros. E, por fim, a ineficiência 
nas mensagens gera também perda de oportunidades de novos 
contatos, outros negócios, associações, etc. 
É importante, então, apresentarmos algumas características do 
texto bem elaborado na comunicação e linguagem das relações 
[ Saiba mais sobre a tirinha 
acessando: http://dilbertbrasil.
blogspot.com.br/ ]
REFLITA SOBRE A PRÁTICA
[ ATIVIDADE ]
Reflita sobre a mensagem principal da 
tirinha de Dilbert e discuta com seus 
pares através dos encontros presenciais 
no polo ou do fórum no AVEA.
lo_cap01_COM_LING.indd 17 26/03/14 02:19
profissionais para que se tire o máximo de proveito ao comunicar 
algo ou fazer algum pedido importante. Segundo Gold (2010), 
são tais CONCISÃO, OBJETIVIDADE, CLAREZA, COERÊNCIA, 
LINGUAGEM ADEQUADA E USO CORRETO DA GRAMÁTICA. 
Vamos elencar a seguir de forma direta o que significa cada uma 
das características citadas em relação à elaboração de um texto. 
Deve-se seguir tais orientações:
• Expressar o máximo de informações sem repetições ou 
excesso de ideias. Para isso é preciso saber com precisão 
as informações realmente relevantes e o significado das 
palavras e expressões que serão utilizadas. Isso é fazer o 
texto ser conciso. 
• Expressar as ideias com objetividade ao destinatário é saber 
expor as ideias principais do texto, retirando informações 
supérfluas que podem fazer o leitor perder o foco. Para isso, 
antes de enviar qualquer mensagem ou texto é necessário 
revisá-lo.
• A clareza da mensagem está na mente do emissor, mas 
precisa chegar da mesma forma ao receptor. Para tal, ao 
redigir um texto é preciso verificar se há falhas ou lacunas 
de sentido que podem dificultar o entendimento daquilo que 
se pretende comunicar. Geralmente enunciados mal escritos 
geram ambiguidade. Duplo sentido. É preciso evitar!
• Para um texto ser coerente é preciso que haja conexão 
entre as ideias apresentadas. A conexão de sentido entre 
as palavras depende do significado de cada uma. É preciso 
saber escolher adequadamente o vocabulário a ser utilizado. 
• A adequação da linguagem deve levar em conta o público-
alvo da mensagem e o assunto a ser tratado. Atualmente, 
a maioria das correspondências corporativas se utiliza de 
e-mails (correio eletrônico) ou redes sociais profissionais. 
Mesmo nestes ambientes é necessário que haja um cuidado 
na elaboração da mensagem para que a credibilidade de 
quem envia e de quem recebe não seja alterada. 
• E por fim, mas não menos importante, é necessário saber 
usar corretamente a gramática na elaboração dos enunciados 
das mensagens e documentos. Erros ortográficos, de 
concordância, crase, vírgula, acentuação comprometem a 
imagem do emissor e da corporação a qual faz parte. Todo 
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Comunicação e Linguagem 19
cuidado é pouco. Por isso, o ideal é jamais enviar qualquer 
mensagem sem que tenhapassado por uma revisão prévia. 
Leia a seguir trechos (GOLD, 2010, p.10) que são difíceis de serem 
interpretados, pois estão mal escritos. Veja como a autora explica 
a necessidade de reescrita: 
“Cachorro faz mal à moça !” (1)
“Vou mandar-lhe um porco pelo meu irmão, que está bem gordo.” 
(2)
“Pedro e Paulo vão se separar.” (3)
As explicações são as seguintes:
Em (1) o que faz mal à moça a ingestão de sanduíche cachorro-
quente. E em (2) presume-se que quem esteja gordo seja o porco e 
em (3) salienta-se que Pedro e Paulo estão se separando cada um 
das suas respectivas mulheres.
Agora que você sabe o que cada enunciado deveria expressar. 
A IMPORTÂNCIA DA 
COMUNICAÇÃO NAS 
RELAÇÕES PROFISSIONAIS
[ LEITURA COMPLEMENTAR ]
http://www.youtube.com/
watch?v=ZjY3mVKr8sI 
O vídeo discute a ética na comunicação 
e as relações profissionais.
lo_cap01_COM_LING.indd 19 26/03/14 02:19
Diante de tudo que foi apresentado nesta unidade inicial, creio 
que foi possível você perceber o quanto a linguagem e as formas 
de comunicação afetam diretamente a nossa vida pessoal e 
profissional. O melhor é que saibamos sempre nos comunicarmos 
de forma mais clara e objetiva possível, pois mensagem eficiente 
é aquela que produz o efeito que gostaríamos no nosso receptor. 
Isso facilita nosso desempenho enquanto profissionais e enquanto 
pessoas. Imaginem quantos desenganos poderiam ser evitados 
se as pessoas conseguissem se comunicar de forma eficiente? 
Os tópicos abordados nesta primeira etapa serviram também de 
sensibilização para os conceitos de comunicação, linguagem verbal, 
não verbal, oral entre outras. Espero que você tenha aproveitado 
bastante o aprendizado proposto aqui. E siga em frente.
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Técnicas de 
comunicação e 
linguagem
 COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM UNIDADE 2
Nesta segunda etapa de curso relacionada às técnicas de comunicação 
e linguagem abordaremos a comunicação no seu sentido mais amplo. 
Estudaremos como se deu a fixação das palavras nos artefatos 
midiáticos: vídeos, televisão, jornais, revistas, internet, etc. Para isso, 
vamos abordar o surgimento da escrita, a sistematização do alfabeto, as 
formas de comunicação no ambiente corporativo e o que as funções da 
comunicação vêm a contribuir em tal área. Além disso, vamos explorar 
os níveis de linguagem bem como a aplicação da coesão e coerência 
nos textos verbais escritos. Vamos começar? 
Andressa da Costa Fariasr
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Formas de 
Comunicação
Conforme estudamos anteriormente, há diversas formas de 
comunicação relacionadas aos sentidos humanos: visão, tato, 
paladar, olfato e audição. A comunicação pode ser materializada 
através, então, dos artefatos midiáticos relacionados à capacidade 
humana de ver, sentir, tocar, ouvir as informações. Assim, muitas 
mensagens são transmitidas ao público em geral por meio de 
jornais, revistas, televisão, rádio, outdoors, panfletos. Geralmente 
se diz que tais instrumentos são suportes de comunicação para 
uma infinidade de textos verbais orais e escritos: editorial, anúncios, 
novelas, debates, telejornalismo, etc. Para chegar a este patamar de 
comunicação, a humanidade passou por diversas fases anteriores 
que culminaram no aparecimento da escrita e na sistematização do 
alfabeto. Essa descoberta foi extremamente importante e relevante 
para a comunicação e o desenvolvimento da linguagem. Faremos 
uma breve imersão histórica do surgimento da escrita, da palavra, 
tão importante para a comunicação.
Na pré-história o homem sinalizava a sua comunicação através 
de desenhos feitos nas cavernas. Esse tipo de representação 
se chamava pintura rupestre. Através dela era possível trocar 
mensagens, expressar ideias e desejos. Mas a escrita propriamente 
[ Há quem afirme que a história da 
humanidade se divide em antes e a 
partir da escrita. A escrita surge com 
a necessidade de o homem registrar 
os contos orais, os mitos, as histórias, 
as descobertas, as conquistas de 
território e as conquistas materiais.]
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dita surgiu na Mesopotâmia, por volta de 4000 a.C., através dos 
sumérios, que desenvolveram a escrita cuneiforme.
Para fixar o que estava escrito, usavam-se placas de argila como 
suporte.
Na mesma época, os egípcios antigos também desenvolveram a 
escrita. Existiam duas formas dela: a demótica e a hieroglífica.
Foi a partir do desenvolvimento do alfabeto que a escrita começou 
a ser sistematizada. Foram diversos os instrumentos usados para 
fixar a escrita. Podemos citar a pedra, o tijolo, cacos de cerâmica, 
o ferro, o osso, o vidro, o bronze, uma variedade de outros metais, 
madeira, casca de árvores, folhas de palmeira, tela, seda, peles 
de animais, o tecido e, mais recentemente, os editores de textos 
digitais que são impressos através do papel ou visualizados pela 
tela digital. Atualmente há de se considerar, então, como formas 
de comunicação as interações digitais através do uso de editores 
de texto, redes sociais, mensagens de celulares, correio-eletrônico, 
etc.
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No âmbito corporativo, as formas de comunicação são duas: 
comunicação interna e externa. Empresas e instituições sérias e 
comprometidas procuram passar informações de forma objetiva 
sobre seus produtos aos clientes através da comunicação externa. 
Procuram ser eficientes com o desenvolvimento do trabalho 
através da boa comunicação interna entre seus colaboradores. 
Conceitualmente, as formas de comunicação corporativa podem 
ser descritas como: 
Comunicação interna é o que se verifica entre a organização 
e seu pessoal. Comunicação externa é aquela que abrange 
consumidores, clientes, fornecedores, acionistas e o público 
amplamente afetado por jornal, revista, rádio, televisão, 
agência de notícias, etc.
(BAHIA, 1995, p.16)
No mundo corporativo as duas formas de comunicação são 
primordiais. Uma vez que o gestor da empresa ou da instituição 
deve saber ou ter conhecimento prévio da opinião dos seus 
colaboradores sobre o que produzem ou sobre aquilo que fazem, 
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tal opinião certamente reflete no mundo exterior, influenciando 
muitos fatores. Influenciando, inclusive, a comunicação externa.
Agora que exploramos um pouco as formas de comunicação num 
sentido geral e no contexto corporativo, vamos apresentar a seguir 
as funções da comunicação para que você entenda como este 
processo se dá na prática.
Funções da comunicação
A comunicação no âmbito organizacional tem basicamente quatro 
funções. Conforme Robbins (2009) são: controle, motivação, 
informação e expressão emocional.
Vamos discorrer brevemente sobre cada uma. A comunicação 
também pode funcionar para CONTROLAR o comportamento 
daqueles que participam de uma equipe ou estão organizando um 
projeto. O primeiro tipo de controle está relacionado à hierarquia 
de autoridade. Os membros precisam confiar naqueles que estão 
no comando ou gestão do projeto bem como seguir as orientações 
formais repassadas para sistematizar o trabalho em grupo em 
prol de um objetivo específico. Pode-se citar, por exemplo, neste 
processo a necessidade da equipe comunicar aos superiores o 
andamento do projeto, o que já foi realizado, o que falta realizar, 
os próximos passos, o cumprimento de atividades, horários e 
atribuições acordadas entre os sujeitos, etc. 
Há de se considerar também a comunicação informal como controle 
de comportamento. Geralmente isso acontece quando membros 
de uma equipe assediam outro membro que produz demais ou que 
produz de menos destoando do grupo como um todo. 
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A segunda função da comunicação é aquela que gera MOTIVAÇÃO. 
A motivação é o esclarecimento para cada sujeito da equipe, o que 
deve ser realizado, como deve ser realizado, o que se está fazendo 
de melhorna realização do trabalho e o que pode ser feito ainda 
para melhorar o desempenho de cada um se estiver abaixo daquilo 
que é esperado. O uso efetivo da comunicação nesta função é 
primordial, pois uma pessoa desmotivada é capaz de gerar diversos 
problemas no ambiente de trabalho.
Para manter a equipe motivada é primordial que a gestão sistematize 
de forma clara e objetiva as metas a serem atingidas e estimule 
seus colaboradores a materializar tal realização.
Outra função da comunicação é o fornecimento de INFORMAÇÃO. 
Fator importante para tomada de decisão. Todos os sujeitos 
envolvidos numa relação de trabalho precisam a todo instante 
tomar pequenas ou grandes decisões que afetam ou afetarão o 
andamento do processo produtivo e organizacional. Para tal, 
precisam estar constantemente informados. Atualmente o uso de 
meios tecnológicos como acesso à internet e dispositivos móveis 
(celulares, tablets) entre outros facilitaram o processo de consulta 
e informação, mas a organização ou empresa propriamente dita 
deve estar constantemente repassando informações e orientações 
atualizadas aos colaboradores. 
Outra função da comunicação é a possibilidade de EXPRESSÃO 
EMOCIONAL dos sentimentos para a satisfação pessoal e das 
necessidades sociais. A rede de participantes de uma equipe de 
projeto tem seus membros como fonte básica de interação social. 
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É primordial que os sujeitos dentro de tal contexto consigam 
demonstrar seus sentimentos como frustrações, satisfação, empatia, 
entre outros. Para complementar as funções desempenhadas pela 
comunicação, é importante atentar para algumas dicas que podem 
potencializar a interação social de um grupo de trabalho. São 
atitudes simples, mas que produzem um grande efeito nas relações 
profissionais. A partir de Gevaerd (2010, p.22), citaremos algumas:
• Olhar as pessoas nos olhos;
• Saber expressar-se oralmente bem, sem gaguejar, nem falar 
muito rápido;
• Não falar alto ou baixo demais;
• Gesticular sem tocar o outro;
• Adequar o que diz conforme a pessoa, o lugar e a hora;
• Não ser íntimo nem indiscreto;
• Conter o impulso de falar mal de alguém;
• Não interromper quem está falando;
• Ouvir o outro com atenção;
• Dizer apenas o necessário, evitando intimidades;
• Falar delicadamente e com educação, mesmo com pessoas 
mal-educadas.
Para potencializar as funções da comunicação no ambiente de 
trabalho é pertinente o conhecimento sobre os níveis de linguagem, 
nosso próximo assunto.
Níveis de linguagem
Os níveis de linguagem correspondem ao uso que fizemos da língua 
em situação comunicativa num âmbito de interação ou de escrita. O 
uso da língua está sempre condicionado a um contexto e situação. 
A língua falada, por exemplo, é mais espontânea do que a língua 
escrita. Na fala não conseguimos monitorar a todo o tempo o nosso 
vocabulário, a concordância (verbal, nominal), o plural das palavras. 
Ao falarmos evocamos algumas marcas próprias vinculadas a 
[ Usar frequentemente expressões 
como: faça o favor, pois não, 
obrigado, com licença, tenha a 
bondade, desculpe, disponha, não 
há de quê.]
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nossa origem (lugar), ao tempo (época em que estamos vivendo), 
ao grupo que pertencemos, ao interagirmos deixamos “escapar” 
marcas próprias do sotaque (região de onde viemos), entre outros 
fatores. Na língua escrita, a norma que a rege é a GRAMÁTICA e 
por isso é possível revisar o texto escrito eliminando possíveis erros 
ortográficos, de concordância, plural, entres outros. 
Em relação aos modos de usar a língua, os níveis de linguagem 
vêm demonstrar que a linguagem verbal oral é condicionada a 
fatores como escolaridade do indivíduo, idade, região, situação 
financeira, entre outros. E que não é correto taxarmos como “certo” 
ou “errado” o modo como um sujeito se expressa. É necessário 
reconhecer algumas especificidades da língua e da linguagem 
que podem ser analisadas como adequadas ou não adequadas. 
O bom desempenho social e profissional pressupõe o domínio e 
reconhecimento da língua a partir da mais ampla possibilidade de 
registro e variação. 
Os níveis de linguagem são basicamente: popular ou coloquial, 
culta ou padrão, gíria, e regional.
• Linguagem coloquial ou popular é aquela linguagem 
espontânea, não monitorada. Muitas vezes apresenta 
vícios de linguagem, inadequações na pronúncia de 
algumas palavras, ambiguidade, cacofonia, pleonasmo. 
Esses problemas serão analisados posteriormente neste 
material. Tem como principal característica a oralidade e o 
uso popular da língua. Está presente em diversas situações 
de interação: conversa entre amigos, entre parentes, entre 
casais, entre grupos específicos, etc. 
• Linguagem culta ou padrão é a linguagem oficial que 
rege a vida em sociedade. Está presente nos impressos 
como livros, jornais, revistas, documentos. E por isso é 
tão importante ser ensinada e entendida por todos como 
fator de cidadania. Geralmente quanto maior o grau de 
instrução de um indivíduo ou grupo mais se utilizará a 
língua oficial de forma correta. É a linguagem presente 
em aulas, congressos, seminários, palestras, discursos, 
comunicações científicas, noticiários, etc. 
• Gíria Independente da localização geográfica, o conjunto 
de termos utilizado por um grupo específico pode ser 
caracterizado como gíria. Podemos citar uma infinidade 
de gírias vinculadas a pessoas que são consideradas 
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Técnicas de Comunicação e Linguagem 29
pertencentes a uma determinada comunidade pessoal, 
profissional, estilo, etc.
GIRIAS DE GRUPO
[ LEITURA COMPLEMENTAR ]
http://linguagemcontemporanea.
wordpress.com/category/girias/girias-
de-grupo/
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• Linguagem regional a linguagem regional corresponde ao 
modo como determinados grupos se expressam a partir da 
região onde vivem. Há certas palavras e expressões que são 
próprias do lugar a que os indivíduos fazem parte. O Brasil 
como um país de tamanho continental possui uma infinidade 
de falares regionais vinculados aos estados. Assim podemos 
dizer que há diversos falares: nordestino, gaúcho, mineiro, 
fluminense, amazônico, catarinense etc.
Ex: gaúcho não xinga, gaúcho “bota os cachorros”
Ex: gaúcho não se queixa, gaúcho “chora as pitangas”
Ex: QUÉS FILHO? VAI DÁ COMO Ô DI! - Expressão usada para 
dizer que se uma pessoa quer determinada coisa tem que batalhar 
por ela.
Ex: QUERENÇA - Desejo, vontade.
É extremamente importante o reconhecimento dos níveis de 
linguagem para que possamos nos desvincular de preconceitos em 
relação ao uso da língua. Precisamos entender que a linguagem 
muda constantemente e está condicionada a diversos fatores já 
citados anteriormente.
GURI DE URUGUAIANA, 
VÍDEOS FALARES 
REGIONAIS E CHICO BENTO 
[ LEITURA COMPLEMENTAR ]
Guri de Uruguaiana http://www.jairkobe.
com.br/ Guri de Uruguaiana na seleção 
Brasileira http://www.youtube.com/
watch?v=E966Rfekixk 
Este endereço eletrônico bem como o 
vídeo complementa o que queremos 
expor como exemplo dos falares 
regionais. O “Guri de Uruguaiana” é 
um personagem folclórico criado pelo 
artista Jair Kobe para evidenciar a fala 
e o regionalismo do Rio Grande do Sul, 
sobretudo, do gaúcho do interior. 
Vídeos falares regionais 
Dona Bilica fala com a atriz Vanderleia 
Will http://www.youtube.com/
watch?v=1A5AZFf4r9U 
Este vídeo explora através da 
personagem “Dona Bilica” o falar e os 
costumes do nativo da ilha de Santa 
Catarina. A atriz Vanderleia Will resgata 
o modo peculiar da fala e do jeito 
“mane”. O interessante nesta exibição 
é se dar conta do quanto há uma 
diversidade linguística grande num 
mesmo país, numa mesma região como 
o sul brasileiro, por exemplo, quando 
pensamos no exemplo já citado do Guri 
de Uruguaiana. 
Chico Bento
http://pt.wikipedia.org/wiki/Chico_Bento 
O interior do Brasil expressa de forma 
costumeiraa fala caipira. E tal fala 
é retratada em publicação impressa 
e digital através das tirinhas do 
personagem “Chico Bento” nas tiras 
da Turma da Mônica, de Mauricio de 
Sousa.
Pertencemos a grupos específicos na sociedade e invariavelmente 
evocamos, por vezes, nosso sotaque, gírias, expressões próprias 
do lugar de origem, falamos de maneira coloquial com as pessoas 
próximas, etc. No entanto, é relevante que saibamos que há uma 
valorização maior no âmbito profissional se utilizarmos a língua 
padrão de forma correta, pois é através da linguagem oficial que 
é organizada institucionalmente a vida em sociedade. E é por isso 
que vamos abordar alguns vícios de linguagem que devemos evitar.
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Técnicas de Comunicação e Linguagem 31
REFLITA SOBRE A PRÁTICA
[ ATIVIDADE ]
Reflita sobre a mensagem principal da 
tirinha de Dilbert e discuta com seus 
pares através dos encontros presenciais 
no polo ou do fórum no AVEA.
Vícios de linguagem
Agora que você conhece os níveis de linguagem convém conhecer 
os vícios para que você os evite tanto na fala quanto na escrita. Ao 
pronunciar e empregar corretamente palavras e expressões você 
está agregando valor ao seu desempenho pessoal e social. Vamos 
citar os mais comuns:
• Ambiguidade: expressões de duplo sentido.
Ex: O funcionário falou com o chefe dentro de sua casa. 
• (Dentro da casa do funcionário ou do chefe?)
• Pleonasmo: redundância da informação.
Ex: O balão subiu para cima.
Ex: Desceu lá embaixo para buscar comida.
• Solecismo: inadequação na estrutura sintática da frase. 
Observe:
Ex: “Fazem três anos que recomecei a estudar.” (Faz três anos que 
recomecei a estudar).
Ex: “Me empresta seu livro, por favor”. (Empresta-me seu livro, por 
favor).
Significados de algumas expressões que muitas vezes confundem 
na realização da fala ou escrita.
• Ao encontro: ideias que são compartilhadas.
Ex: Minhas ideias vão ao encontro das tuas.
• De encontro: ideias contrárias.
Ex: Não nos entendíamos, minhas ideias iam de encontro as dele.
• Em nível: é preciso evitar a expressão “a nível de”
• Meio: um pouco # Meia: metade.
Ex: Estava meio preocupada com as provas que se aproximavam.
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• Tomou meia taça de vinho durante a noite.
• A: tempo futuro. Há: tempo passado ou decorrido.
Ex: Há anos não o vejo. 
Ex: O avião sairá daqui a dez minutos. 
Há também alguns vícios que são cometidos exclusivamente na 
escrita. Profissionalmente eles atrapalham bastante. Convém 
SEMPRE evitar. Vamos mostrar alguns: verbosidade, chavão, 
jargão técnico, coloquialismo excessivo. 
Verbosidade
Segundo Gold (2010), a verbosidade ocorre quando uma mensagem 
é estruturada de maneira complexa quando poderia ser escrita de 
maneira simples. O rebuscamento da mensagem deve ser evitado, 
pois gera confusão e, muitas vezes, faz com que o destinatário não 
responda por não entender o que foi escrito. 
Ex:
Solicitamos o pagamento das mensalidades nas datas aprazadas 
no dito carnê, colaborando destarte para a manutenção precípua 
deste sodalício na orientação e assistência de seus associados 
(GOLD, 2010, p.19)
Observe como deve ficar a mensagem abaixo para ser compreendida 
corretamente:
Solicitamos o pagamento das mensalidades até as datas de 
vencimento indicadas no carnê. (GOLD,2010, p.20)
Chavão
O chavão constitui uma palavra ou expressão antiquada. O 
significado foi desgastado pelo uso abusivo ao longo do tempo. 
Muitos chavões possuem erros gramaticais ou semânticos. Deve-
se evitar bastante usar este tipo de expressão em correspondência 
oficial ou mesmo em mensagens vinculadas no trabalho. Conforme 
Gold (2010, p.25) dá para citar diversos exemplos de chavões. São 
tais:
“Vimos, através desta, solicitar...”
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Técnicas de Comunicação e Linguagem 33
A IMPORTÂNCIA DA 
COMUNICAÇÃO NAS 
RELAÇÕES PROFISSIONAIS
[ LEITURA COMPLEMENTAR ]
http://www.youtube.com/
watch?v=ZjY3mVKr8sI 
O vídeo discute a ética na comunicação 
e as relações profissionais.
• Palavra “através significa atravessar, fazer travessia.”
“Venho, pela presente, solicitar...”
• Ausente não se solicita nada, logo a expressão pela presente 
é redundante e dispensável. 
“Acusamos o recebimento de...”
• A expressão acusar confere ao texto um tom pesado, além de 
ser antiquada. O ideal é trocar por “informar”, “comunicar”.
“Sem mais para o momento”
• É uma expressão bastante usada em fechamentos textuais. 
Indica rudeza e deve, por isso, ser evitada. Só deve ser 
usada se a intenção for esta mesma como em cartas de 
cobranças/similares.
Jargão técnico
O nome jargão técnico é conhecido pela maneira específica de 
determinados grupos para se comunicar. Há jargão técnico na 
comunicação de advogados, economistas, analistas de sistemas, 
engenheiros, e outros profissionais. Essa linguagem específica deve 
ser evitada quando a mensagem se dirigir a um número ampliado 
de destinatários que não compartilham do conhecimento na área 
de especialidade dos grupos em questão. 
Apresentamos como exemplo termos jurídicos e como podem 
ser expressos numa linguagem mais ampla:
Sucumbência - ser vencido, ceder. 
Usucapião - direito de posse de algum bem móvel ou imóvel.
Estelionato - crime de ordem econômica, obter vantagem ilícita.
 
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Coloquialismo
A linguagem coloquial é extremamente simples, geralmente usada 
quando nos comunicamos com familiares ou pessoas muito 
próximas. Por isso, deve ser evitada em contextos e ambientes 
profissionais. O coloquialismo gera falta de credibilidade da 
informação, ruído quanto à responsabilidade das ações, criação de 
uma imagem negativa em relação ao emissor da mensagem e a 
instituição a qual faz parte.
Ex: Em contextos de envio de e-mail, baseados em Gold (2010):
Você reparou o quanto a mensagem soa informal demais para quem 
está trabalhando com responsabilidades, instituições, pessoas, 
equipes? Nem sequer foram assinadas! Pense em como deveriam 
ser reescritos tais e-mails para que a mensagem ficasse mais 
profissional. A seguir vamos apresentar também tópicos de coesão 
e coerência para que o texto elaborado seja ainda mais eficiente.
Andrade,
Falei com o pessoal....o projeto vai ser 
aprovado... mas a decisão para valer só deve 
rolar semana que vem...
Luana,
Você já reservou as passagens pra sexta-feira? 
Fale com a Ana porque ela deve saber quantas 
são.
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Técnicas de Comunicação e Linguagem 35
Coesão e coerência
Para apresentarmos coesão e coerência aplicada aos textos vamos 
trabalhar com os conceitos e explicações fornecidos a partir de Gold 
(2010) e Koch (2008). Para tal, antes é necessário e interessante que 
saibamos identificar os principais conectivos e seus significados. 
Eles são fundamentais para o encadeamento do texto.
Koch (2008) apresenta de forma didática a explicação sobre coesão 
textual expondo como exemplo o texto “Os urubus e sabiás, de 
Rubem Alves”. Leia e observe os conectores presentes bem como 
o significado do texto como um todo.
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“Tudo aconteceu numa terra distante, no tempo em que os 
bichos falavam. (2) Os urubus, aves por natureza becadas, mas 
sem grandes dotes para o canto, decidiram que, mesmo contra a 
natureza eles haveriam de se tornar grandes cantores. (3) E para 
isto fundaram escolas e importaram professores, gargarejaram 
dó-ré-mi-fá, mandaram imprimir diplomas, e fizeram competições 
entre si, para ver quais deles seriam os mais importantes e teriam 
a permissão para mandar nos outros. (4) Foi assim que eles 
organizaram concursos e se deram nomes pomposos, e o sonho 
de cada urubuzinho, instrutor em início de carreira, era se tornar 
um respeitável urubu titular, a quem todos chamam de Vossa 
Excelência. (5) Tudo ia muito bem até que a doce tranquilidade da 
hierarquia dos urubus foi estremecida. (6) A florestafoi invadida por 
bandos de pintassilgos tagarelas, que brincavam com os canários 
e faziam serenatas para os sabiás. (7) Os velhos urubus entortaram 
o bico, o rancor encrespou a testa, e eles convocaram pintassilgos, 
sabiás e canários para um inquérito.
(8) Onde estão os documentos dos seus concursos? (9) E as pobres 
aves se olharam perplexas, porque nunca haviam imaginado que 
tais coisas houvessem. (10) Não haviam passado por escolas de 
canto, porque o canto nascera com elas. (11) E nunca apresentaram 
um diploma para provar que sabiam cantar, mas cantavam 
simplesmente...
(12) Não, assim não pode ser. Cantar sem a titulação devida é um 
desrespeito à ordem.
(13) E os urubus, em uníssono, expulsaram da floresta os passarinhos 
que cantavam sem alvarás...
MORAL: Em terra de urubus diplomados não se houve canto de 
sabiá.”
 “Estórias de quem gosta de ensinar — O fim dos Vestibulares”, 
editora Ars Poetica — São Paulo, 1995, pág. 81.
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Técnicas de Comunicação e Linguagem 37
[ Gold (2011) cita como características 
da coerência a conexão entre as 
palavras, a conexão entre as orações e 
entre os parágrafos ].
Texto INCOERENTE:
“Ressaltamos a responsabilidade que envolve 
o relacionamento entre profissional e paciente. 
Já fragilizados pela própria natureza do 
atendimento.” (GOLD, 2010, p.100)
É possível notar que os parágrafos foram numerados e que 
os conectores foram grifados em negrito. Essas palavras são 
relevantes, pois através delas o texto vai ganhando forma e unidade 
de sentido. E é isso que denominamos coesão textual. Koch (2008) 
demonstra que tais palavras servem como mecanismos cuja função 
é determinar relações de sentido entre enunciados ou partes de 
enunciados. Se necessário releia o texto. Vejamos algumas:
• Oposição (mas, em (2) e (11); mesmo, em (2));
• Finalidade (para, em (3) e (11));
• Consequência (foi assim que, em (4));
• Localização temporal (até que, em (5));
• Explicação (porque, em (9) e (10));
• Adição de ideias (e, em (11)).
O ideal é que a coerência também esteja sempre presente num 
texto. Um texto coerente é aquele que faz sentido. Aquele que não 
se contradiz.
Apresentaremos alguns exemplos de correspondências com 
mensagens curtas e enviadas através de correio eletrônico que são 
incoerentes.
• Em contextos de instituições de atendimento à saúde:
Conforme GOLD (2010), é o relacionamento entre o profissional 
e paciente que é delicado e não o atendimento do profissional. 
E quem está fragilizado é o paciente, pois está doente e não o 
atendimento. Apesar de que o atendimento pode contribuir para 
a fragilidade do paciente. A autora sugere que o texto fique assim:
• Em outros contextos:
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Texto COERENTE:
“Ressaltamos a delicadeza que envolve o 
relacionamento entre profissional e paciente, 
pois este já vem fragilizado pela própria 
condição.” (GOLD, 2010, p.100)
Observe agora como o uso correto dos conectores pode ajudar 
o texto a ficar coerente e estabelecer uma relação de sentido 
desejada. Veja:
 “Na verdade, a televisão é um passatempo mortificante, pois, além 
de proporcionar às famílias alguns momentos de distração, reduz-
lhe o tempo que poderiam dedicar à conversa.”
Reescrito:
“Na verdade, a televisão é um passatempo mortificante, pois, 
embora proporcione às famílias alguns momentos de distração, 
reduz-lhe o tempo que poderiam dedicar à conversa.”
Nesse trecho, dá para notar o quanto a troca de conectivos facilitou 
o melhor entendimento da proposta da mensagem. O texto ficou 
mais coerente. Fique atento a tais detalhes quando redigir um texto 
e pense na relação das palavras e no encadeamento das ideias. Se 
necessário, consulte frequentemente a lista dos conectores e os 
respectivos significados.
Acreditamos que ao final desta unidade você seja capaz de 
reconhecer um texto incoerente bem como saber escrever um texto 
claro e objetivo quando solicitado. E também seja capaz de valorizar 
o processo histórico primordial de que passou a humanidade com 
o surgimento e sistematização da escrita através do alfabeto. 
Além disso, você deve estar mais sensível às manifestações da 
linguagem a partir dos contextos de interação que cada indivíduo 
se envolve, ou seja, que tenha aproveitado bem o estudo dos níveis 
de linguagem. E por fim, que a apresentação e a aplicação das 
formas de comunicação bem como as funções da comunicação 
no âmbito profissional sejam aplicáveis no seu dia a dia enquanto 
pessoa e profissional. 
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Língua padrão 
na comunicação 
oral e escrita 
 COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM UNIDADE 3
Nesta unidade abordaremos a língua padrão na comunicação oral 
e escrita através do estudo da variação linguística, do novo acordo 
ortográfico e de alguns tópicos de gramática tais como: concordância 
nominal, concordância verbal, homônimos e parônimos. Espero que 
você faça um excelente aproveitamento de tais tópicos, pois são 
geralmente os que mais geram dúvidas ao redigir algo seja no suporte 
de impressão em papel ou digital. O domínio e conhecimento destes 
detalhes da língua padrão oferecem subsídios a você desenvolver sua 
capacidade de comunicação da forma mais eficiente possível, o que vai 
gerar resultados satisfatórios em sua vida. Acredite! Bom estudo.
Andressa da Costa Fariasr
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A variação linguística
É fato que as línguas variam. Há uma variação de línguas no mundo, 
por exemplo, na forma dos mais diversos idiomas: português, 
inglês, italiano, francês, chinês, etc. No Brasil não é diferente, 
mesmo a língua oficial sendo o português. Conforme Beline (2010), 
em alguns estados brasileiros como o Rio Grande do Sul há, por 
exemplo, comunidades indígenas que ainda preservam a língua de 
origem- o caingangue. 
Além disso, a fala do português brasileiro sofre bastante variação de 
sotaque e pronúncia de algumas palavras e expressões. Há regiões 
em que algumas vogais são pronunciadas de forma mais aberta, 
outras regiões de forma mais fechada. É o caso da palavra “tia”, “dia”, 
“nós” entre outras que dependendo da cidade têm a pronúncia bem 
variada. Outras variações na linguagem se relacionam diretamente 
ao fator social dos falantes, ao acesso aos níveis mais elevados 
de escolaridade, à faixa etária (uma criança certamente falará de 
modo diferente de um adulto ou idoso), ao sexo (há determinadas 
palavras que são mais comumente empregadas por mulheres, 
outras por homens), ao grupo profissional. Diversos profissionais 
fazem uso de termos específicos que são incompreendidos pelo 
público ou população em geral. Porém, apesar desta infinita 
variedade de pronúncia e da fala dos usuários da língua portuguesa 
a unidade linguística é mantida através da escrita e por isso todos 
se entendem de uma forma ou outra.
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Língua Padrão na Comunicação Oral e Escrita 41
Língua Portuguesa 
A língua portuguesa é a língua oficial de diversos países tais como: 
Portugal, Brasil, Angola, Macau, Cabo Verde, Moçambique, Guiné-
Bissau e São Tomé e Príncipe. Ocupa a 10º posição em número 
de falantes já que há 220 milhões de pessoas aproximadamente 
que fazem uso deste idioma. O modo de falar de uma pessoa 
permite saber a região ou lugar do qual ela vem, bem como até 
mesmo a classe social que pertence. E para explicar esta variação 
é importante fazer um breve resgate histórico de como surgiu a 
língua portuguesa.
O nosso idioma vem do latim que era falado na região da Itália 
desde dez séculos antes de Cristo. A variedade de língua utilizada 
nessa literatura se chama latim clássico. O latim falado pelo povo 
era denominado latim vulgar. A origem da língua portuguesa vem do 
latim vulgar que era a língua falada pelos conquistadores romanos, 
aqueles que colonizaram a península ibérica. Tal conquista se deu 
no ano de 197 antes de Cristo. 
lo_cap03_COM_LING.indd 41 26/03/14 02:22A variação linguística não está presente apenas nos registros de fala, 
ela também pode ser notada através do registro escrito. A principal 
variação escrita se dá em decorrência da passagem do tempo. A 
língua vai adquirindo novas palavras, outras entram em desuso e a 
grafia também pode ser modificada. É o que ocorre e ocorreu com 
a língua portuguesa advinda do latim. Muitas palavras mudaram a 
forma, houve uma mudança linguística. A seguir apresentaremos 
alguns exemplos retirados de Lemle (1988) de como as palavras da 
língua latina mudaram com o passar das gerações, até chegar ao 
que nós conhecemos e usamos atualmente:
[ Além destas, a autora apresenta 
a variação linguística possível para 
falantes do português brasileiro 
contrastando a representação do 
saber de muitos brasileiros com a 
convenção ortográfica oficial.] 
Crube clube 
Afrição aflição
Amô amor 
Dento dentro 
Pobrema problema 
A língua escrita tem um valor muito grande na sociedade, a 
escolarização é primordial para que todos os falantes tenham acesso 
à ortografia oficial, ou seja, a língua considerada padrão. Desse 
modo, serão cidadãos em sua forma plena. E assim, por exemplo, 
terão melhores condições de inserção social e de decifrar o código 
escrito presente nos mais variados documentos que circulam em 
sociedade: ofícios, memorandos, escrituras, cardápios, contratos, 
livros, etc. O domínio da língua escrita e falada no modo oficial dá 
ao indivíduo maiores condições de leitura do mundo e de decisão 
frente aos desafios que a vida constantemente impõe. 
A padronização da língua escrita no nosso país foi e é muito 
importante para que brasileiros de norte a sul consigam se entender 
e estabelecer uma comunicação eficiente. Isso não seria possível 
se o registro escrito tivesse variação da ordem da fala já que na 
fala há variação de sotaque. A escrita deve ser neutra quanto à 
pronúncia. Mesmo que um falante tenha um sotaque nordestino, 
carioca, caipira deve escrever conforme a convenção ortográfica do 
seu idioma para que todos os falantes da língua possam entender 
a escrita e fazer a leitura da mensagem. 
Atualmente a formação continuada no âmbito profissional é 
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Língua Padrão na Comunicação Oral e Escrita 43
extremamente relevante justamente por isso. A língua, a linguagem 
devem ser tópicos sempre revisitados para que os sujeitos estejam 
melhor preparados para o desafio das múltiplas linguagens vigentes 
na contemporaneidade (visual, sonora, digital).
Escolarização 
É papel da escolarização e também dos 
indivíduos o aprendizado da língua oficial 
vigente, da vontade de ampliação do 
vocabulário da língua (através da leitura!), 
a sintaxe, a ortografia do português 
convencional escrito, Desse modo, as 
portas do mundo intelectual, do mundo 
do trabalho, do vasto mundo do saber se 
abrem.
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Novo Acordo Ortográfico 
E para deixar ainda mais uniforme a língua portuguesa em relação 
à escrita foi realizado um acordo ortográfico entre as comunidades 
de países da língua portuguesa a partir de 2009, o qual foi chamado 
novo acordo ortográfico.
• O novo acordo prevê para o alfabeto 26 letras. Foram 
incorporadas as letras K, W, Y. Assim, o alfabeto passa a 
ser constituído da seguinte forma: A B C D E F G H I J K L 
M N O P Q R S T U V W X Y e Z. 
• O trema caiu de todas as palavras. Ele não existirá mais. 
Assim, palavras como: lingüiça, tranqüilo, lingüística, 
bilíngüe, freqüentar, cinqüenta agora se escrevem assim: 
linguiça, tranquilo, linguística, bilíngue, frequentar, 
cinquenta, etc.
• Não se usa mais acento nos Ditongos abertos “ei”, “oi”. 
quando estiverem na penúltima sílaba. 
• Ex.: He-roi-co, ji-boi-a, as-sem-blei-a, i-dei-a. Só são 
acentuados as letras das últimas sílabas. Tais como: céu, 
chapéu, herói, dói.
• Não se acentuam mais as vogais dobradas “EE” e “OO”. 
Ex.: Creem , veem, veem, releem, voo, perdoo.
O novo acordo ortográfico nasceu da intenção de integrar a 
ortografia oficial vigente de países que tem a língua portuguesa 
como língua oficial. Vivenciamos no momento um período de 
transição do estabelecimento do acordo que iniciou em janeiro de 
2009 e será finalizado em dezembro de 2015. A partir de 2016, o 
novo acordo ortográfico passa a vigorar como ortografia oficial de 
países como: Brasil, Portugal, Timor Leste, Angola, Moçambique, 
Cabo Verte, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe
[ Não vamos estudar aqui detalhes 
do novo acordo, mas é importante 
saber algumas regras básicas que 
foram estabelecidas das quais 
vamos citamos rapidamente ]
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Língua Padrão na Comunicação Oral e Escrita 45
A concordância nominal
Para um texto estar bem escrito é necessário observar as regras 
de concordância tanto nominal quanto verbal. Como o próprio 
nome diz “concordância” se refere a concordar, estar de acordo, 
combinar o termo a que se refere ao que está sendo declarado. 
Michaelis (2011, p.505) apresenta o conceito de concordância 
nominal da seguinte maneira:
PESQUISE MAIS DETALHES 
SOBRE O NOVO ACORDO 
ORTOGRÁFICO 
[ LEITURA COMPLEMENTAR ]
Site da Academia Brasileira de Letras:
http://www.academia.org.br/
abl_e4w/media/O%20Acordo%20
Ortogr%C3%A1fico%20da%20
L%C3%ADngua%20Portuguesa_
anexoI%20e%20II.pdf 
O endereço eletrônico da Academia 
Brasileira de Letras oferece um documento 
em PDF que pode ser baixado para seu 
computador e que possui inúmeras dicas 
e orientações a respeito do Novo Acordo 
Ortográfico para uso e consulta. Aproveite !
Livro:
Bechara, Evanildo. O que muda com o 
Novo Acordo Ortográfico. São Paulo: Nova 
Fronteira, 2008.
Este livro tem alguma considerações 
importantes no que tange as principais 
mudanças advindas do Novo Acordo 
Ortográfico. O texto é fluente e a leitura 
atraente. Vale a pena o investimento !
Vídeo:
Seminário Brasil, brasis: ABL e os acordos 
ortográficos.
http://www.youtube.com/watch?v=Q3xT_
zTS7og
O vídeo aborda autoridades linguística 
discutindo e analisando o Novo Acordo 
Ortográfico, as funções e os propósitos. É 
interessante assistir!
Classes Gramaticais
Site Uol Educação:
http://educacao.uol.com.br/disciplinas/
portugues/classes-gramaticais-variaveis-
substantivo-verbo-adjetivo-artigo-numeral-
e-pronomes.htm 
Portal da Língua Portuguesa:
http://www.soportugues.com.br/
Michaelis. Português Gramática Prática. 
São Paulo: Editora Melhoramentos, 2011.
Determinantes
Os determinantes (artigo, pronome, numeral e adjetivo) 
devem concordar com o substantivo a que se referem 
em gênero e número. Exemplos: As encomendas 
chegaram. Sendo que no destaque “As” é o artigo 
feminino plural e “encomendas” é o substantivo feminino 
plural, concordando assim em número e gênero. 
Importante observar que:
• Adjetivo anteposto (A) concorda em gênero e número 
com o substantivo (S) mais próximo.
Ex: Marcos comprou bons livros e revistas na livraria.
 A S
Ex: Temos alto respeito e veneração pela cultura de cada estado 
brasileiro.
 A S
• Adjetivo posposto (A) concorda em gênero e número com 
o substantivo (S) mais próximo ou também admite ir para 
o plural, prevalecendo o masculino se forem de gêneros 
diferentes.
Ex: Ele comprou um manual e uma revista ilustrada.
 S A (SINGULAR)
Ex: Ele comprou um manual e uma revista ilustrados.
 S A 
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Atenção para os casos especiais!!!! 
a) ANEXO, INCLUSO, MESMO, PRÓPRIO, SÓ, EXTRA, LESO, 
OBRIGADO, QUITE, NENHUM e JUNTO.
Seguem a regra geral concordando com o substantivo.
Exemplos:
 Segue anexa a carta ao diretor.
 Foram inclusos os relatórios da semana no balanço mensal 
de faturamento.
 Ela disse: muito obrigada!
 Eles próprios copiaram a resposta.
 Estamos quites.
 Estou quite com a obrigação militar.ATENÇÃO !!!
Expressão EM ANEXO, A OLHOS VISTOS, ALERTA, HAJA VISTA, 
MENOS, DE MODO QUE, EXCETO, PSEUDO, SALVO não varia.
Ex: Seguem anexas as imagens.
Segue em anexo as imagens.
Os policiais estão alerta.
Os funcionários estão emagrecendo a olhos vistos.
Todos foram convocados exceto os que fizeram hora-extra.
Receberão aumento salarial haja vista o bom desempenho no mês.
Todos vestirão branco salvo aqueles que trabalham na limpeza.
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Língua Padrão na Comunicação Oral e Escrita 47
Algumas expressões merecem destaque também. É o caso de:
b) ARO, BARATO, BASTANTE
Variam quando adjetivos e não variam quando forem advérbios.
Ex.: Juntei bastantes coisas. (Adjetivos=muitas)
Ex.: As roupas estavam bastante caras. (Advérbio=muito)
c) É BOM, É NECESSÁRIO, É PROIBIDO.
Quando adjetivo é sempre invariável, mas quando o sujeito vier 
acompanhado de um determinante haverá concordância.
Ex: Pimenta é bom para o tempero. (adjetivo)
Esta pimenta é boa para o tempero (determinante=esta concordando 
com boa)
É proibido entrada. // Entrada é proibido.
A entrada é proibida. (determinante = A)
d) MEIO
É invariável (advérbio), mas se equivaler à palavra METADE há 
variação.
Ex.: Ana estava meio nervosa.
Ela tomou meia taça de vinho.
ÚLTIMA DICA
Quando SÓ equivaler a SOMENTE, não 
varia.
Ex.: Os funcionários só precisam de 
treinamento. 
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É preciso atenção para não errar na hora da escrita na língua 
padrão. Por isso, precisamos treinar bastante. Façamos exercícios. 
Há diversos sites e links com exercícios propostos de concordância 
nominal na internet. Muitos dispõem inclusive de gabaritos. Vejamos 
o que há proposto como atividade no ambiente virtual do nosso 
curso. Aproveite. Treine bastante! Passamos posteriormente ao 
estudo da concordância verbal.
A concordância verbal
A definição do próprio nome diz a “concordância verbal” consiste 
na concordância do verbo com o sujeito do enunciado em número 
e pessoa. Esta é a regra geral! Se você não está lembrando como 
identificar o sujeito numa frase é necessário revisar.
Vamos a alguns exemplos:
O aluno atrasado chegou de mansinho na aula. (sujeito no singular, 
verbo 3ªp.s)
S V
Os funcionários estão em greve! (sujeito no plural, verbo 3ªp.p)
S V
Passamos agora para alguns casos especiais que merecem 
atenção:
a) Os verbos HAVER E FAZER são sempre IMPESSOAIS.
Devem ficar na 3ª pessoa do singular.
HAVER (= existir)
Ex.: Há momentos inesquecíveis na vida.
Ex.: Pode haver momentos inesquecíveis na vida.
O verbo FAZER indicando TEMPO também é sempre IMPESSOAL.
Ex.: Faz meses que voltei estudar.
Ex.: Deve fazer uns dois anos que não voltei à instituição para pegar 
o livro.
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Língua Padrão na Comunicação Oral e Escrita 49
b) O verbo SER quando indicar quantidade ficará no SINGULAR.
Ex.: Dez mil reais é muito por uma palestra.
Quando o verbo SER indicar tempo (data) concorda com o numeral 
ou palavra a que se refere.
Ex.: Hoje são doze de maio.
Ex.: Hoje é dia doze de maio.
c) VERBOS ACOMPANHADOS DA PARTÍCULA SE (VERBO + SE)
O verbo concorda com o sujeito se o verbo for transitivo direto.
Ex.: Aluga-se apartamento.
Ex.: Alugam-se apartamentos.
• Se o esquema for VERBO + SE+ preposição, o verbo deve 
ficar no singular.
Ex.: Precisa-se de estagiários. (preposição)
Ex.: Não se trata de benefícios extras em horário não comercial. 
(preposição)
d) Quando aparecer o pronome QUE o verbo concorda com o 
antecedente; e com o pronome QUEM o verbo concorda com o 
antecedente ou fica na 3º p.s.
Ex.: Somos nós que faremos a palestra.
Ex.: Somos nós quem iremos ao parque.
e) O verbo sempre concorda com os pronomes indefinidos (algum 
de, nenhum, muitos, etc).
Ex.: Quantos de nós gostamos de estudar?
Ex.: Algum dos presentes quer sentar? 
Ex.: Alguns dos presentes querem sentar?
Ex.: Qual de nós falará em público?
f) Nas expressões “mais de um/ mais de dois/ mais de três, etc” o 
verbo concorda com o numeral.
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Ex.: Mais de um aluno gabaritou a prova.
Ex.: Mais de duas pessoas compareceram para retirar as notas.
MAS,
Expressões coletivas partitivas como “a maioria de”, o verbo pode 
ficar tanto no singular como no plural.
Ex.: A maior parte dos alunos protestou a nota da avaliação.
Ex.: A maior parte dos alunos protestaram a nota da prova.
C) g) O verbo fica no SINGULAR quando há a expressão “um 
milhão, um bilhão...”
Ex.: Pagou um milhão de reais para morar à beira mar. 
Ex.: Um bilhão de reais foi gasto à toa.
MAS, quando tal expressão vier acompanhada de outro valor o 
verbo vai para o plural.
Ex.: Um bilhão e meio de reais foram gastos à toa.
Ex.: Em expressões que empregam números fracionários ou 
porcentagem, o verbo concorda com o número.
Ex.: Oitenta por cento dos candidatos foram aprovados.
Ex.: Um terço dos candidatos chegou atrasado para a prova.
H) h) Quando aparece pronome de tratamento, o verbo deve ficar 
na 3ª pessoa do singular.
Ex.: Vossa Excelência chegou para a reunião.
Vossas Excelências pediram silêncio na sala.
Homônimos e parônimos
Algumas palavras têm muita semelhança de pronúncia e de escrita, 
no entanto, na maioria das vezes possuem significados diferentes. 
Podemos chamar de parônimos as palavras com escrita e pronúncia 
parecidas, mas com significado diferente. É o caso, por exemplo, 
de “amoral” e “imoral”. 
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Língua Padrão na Comunicação Oral e Escrita 51
E, chamamos de homônimos as palavras com escrita ou pronúncias 
iguais, com significados diferentes. É o caso, por exemplo, de 
“caçado”, “cassado”.
Por isso, é importante saber escrever corretamente e entender 
cada uma delas para que não haja confusão na comunicação 
oral e, sobretudo, na comunicação escrita. Veja alguns exemplos 
apresentados em (GOLD, 2010, p.15):
Dirigiu-se ao bebedor para matar a sede. Qual o equívoco?
A palavra “bebedor”. Para a frase ficar com sentido correto deveria 
ser escrita assim:
Dirigiu-se ao bebedouro para matar a sede.
Eles tiveram uma ótima estadia em Recife. Qual o equívoco?
A palavra estadia. O correto seria:
Eles tiveram uma ótima estada em Recife.
Elaboramos uma tabela a partir de Gold (2010) com alguns dos 
principais parônimos e homônimos e seu significado correspondente 
para que não haja equívocos na sua atuação profissional e pessoal:
Ao final desta unidade, espero que você seja capaz de entender que a língua 
portuguesa tem diversos processo de variação dos mais diversos âmbitos e que a 
adequação da linguagem vai depender do contexto e do propósito de comunicação. 
E que o domínio da língua padrão na comunicação oral e na comunicação escrita é 
de suma importância para o exercício da cidadania e para elevar a sua valorização no 
contexto profissional. Assim, espero que o estudo da concordância nominal, verbal, 
dos homônimos e parônimos tenha sido aproveitado e que você consiga aplicar de 
forma satisfatória quando você necessitar escrever ou falar de acordo com a língua 
padrão. E nada melhor para aplicar tais conhecimentos do que na correspondência 
oficial. Vamos a ela.
INFO ESCOLA 
[ SAIBA MAIS ]
Saiba mais sobre o assunto consultando 
o site InfoEscola através do seguinte 
endereço:
http://www.infoescola.com/portugues/
paronimos-e-homonimos/
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Amoral Sem moral 
Imoral Contrário à moral 
Comprimento Extensão, tamanho 
Cumprimento Saudação 
Descrição Falar sobre algo ou alguém 
Descriminar Inocentar 
Discrição Ato de ser discreto (a) 
Emergir Mostar-se, vir a tona 
Imergir Mergulhar 
Retificar Corrigir 
Ratificar Confirmar 
Taxar Estabelecer preço ou valor 
Tachar Censurar 
Conserto Reparo 
Concerto Apresentação musical 
Cessão Ato de ceder 
Sessão Reunião 
Seção ou secção Corte, repartição 
Censo RecenseamentoSenso Juízo 
Conjetura hipótese 
Conjuntura Situação, circunstância 
Deferir Conceder 
Diferir Adiar 
Homônimos e Parônimos
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A correspondência 
oficial
 COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM UNIDADE 4
Agora que você já estudou alguns itens importantes para a escrita na língua padrão de forma 
satisfatória, nada melhor que aplicar tais conhecimentos procurando redigir documentos da esfera 
oficial. Para tal, vamos apresentar a estrutura e a linguagem adequada para a escrita de alguns 
documentos que circulam no âmbito profissional tais como: ata, aviso ou comunicação interna, 
circular, convocação, declaração, recibo, requerimento e procuração.
Andressa da Costa Fariasr
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A linguagem nas 
correspondências
As instituições em geral tanto públicas quanto privadas precisam 
utilizar a correspondência oficial como forma de comunicação entre 
setores da própria instituição e para entrar em contato com o meio 
externo. Antigamente tudo era realizado na forma de impresso 
papel, hoje com o advento da tecnologia podemos afirmar que a 
maior parte dos documentos circula via impresso eletrônico através 
de editores de texto e por correio eletrônico (e-mail). Mesmo assim, 
os documentos devem seguir uma norma padrão de formato e uma 
linguagem coerente, clara e objetiva. Vamos abordar o formato de 
alguns documentos que fazem parte do dia a dia administrativo de 
repartições. Iremos apresentar a seguir os seguintes documentos: 
ata, aviso ou comunicação interna, circular, convocação, declaração, 
recibo, requerimento e procuração.
Correspondência oficial faz parte do cotidiano profissional de 
diversas pessoas
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A correspondência Oficial 55
Redigindo documentos 
administrativos 
Os documentos administrativos fazem parte do dia a dia profissional 
de diversos setores tanto públicos quanto privados. Saber escrever 
corretamente bem como identificar a estrutura adequada de cada 
documento é de suma importância para agregar valor e eficiência 
ao desempenho profissional. A seguir apresentaremos a estrutura e 
a função de cada documento a partir do que apresenta Gold (2010) 
para tais textos.
Ata
Basicamente a Ata é um documento de registro. É um texto em que 
há um relato de tudo que se passou em uma reunião, convenção 
ou assembleia. O principal objetivo é expressar as ocorrências de 
forma clara e precisa. É um documento que exige atenção ao ser 
elaborado, pois deve expressar com a maior fidelidade e clareza 
possível as informações geradas por vários emissores. A redação 
da ata geralmente ocorre no momento da reunião ou instantes após 
ela finalizar. Os principais elementos de uma ata são:
• Dia, mês, ano e hora da reunião;
• Local da reunião;
• Relação e identificação das pessoas presentes;
• Ordem do dia ou pauta;
• Identificação do presidente (s) ou secretário (s);
• Fecho.
Em caso de erro emprega-se a partícula “digo”. E se o erro for 
notado após a redação de toda a ata, emprega-se “em tempo” 
ao texto. Atualmente há uma tendência à modernização das atas 
para que fiquem mais fáceis de serem compreendidas. No entanto, 
apresentaremos primeiro a estrutura de uma ata tradicional e 
posteriormente o exemplo de uma ata moderna.
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ATA DE REUNIÃO DE DIRETORIA
Aos dez dias do mês de março de 2013, às 15 horas, na sede 
da Rua das Gaivotas, n.54- Indaial-SC, reuniu-se a Diretoria 
da Macedo Téxtil Ltda S.A, estando presentes todos os seus 
membros, conforme infra-assinados, sob a presidência do Sr. Aldo 
de Medeiros, que convidou a mim, Joana França, para secretária. 
Assim reunidos, os senhores diretores, depois de comentar os 
relatórios da Consultoria Mecca sobre a necessidade de melhorias 
no Atendimento ao Cliente, deliberaram sobre a liberação de 
verbas para o treinamento da qualidade profissional daquele 
setor. Ficou resolvido também que cada Diretor efetuará uma 
previsão orçamentária sobre sua disponibilidade financeira para tal 
treinamento e o assunto será discutido na próxima reunião semanal 
de diretoria. Nada mais havendo a tratar, foi encerrada a reunião, 
lavrando-se a presente Ata, que, lida e achada conforme, vai ser 
assinada por todos os presentes. Indaial, 10 de março de 2013.
(Ata tradicional)
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A correspondência Oficial 57
ATA DE REUNIÃO DE DIRETORIA
Data: 10/03/2013
Hora:15 horas
Local: Rua das Gaivotas, n.54- Indaial-SC
Pauta:
• Análise do relatório da Consultoria Mecca
• Deliberação sobre a liberação de verbas para o treinamento do Setor 
de Atendimento ao Cliente
Presentes:
Presidente- Sr. Aldo de Medeiros
Diretora Administrativa- Sra. Joana França
Diretor de Produção e Comercialização- Sr. Adriano Torres
Diretora Financeira- Sra. Mariele Costa
Considerações:
• Há necessidade real de melhoria no Atendimento ao Cliente
• Há necessidade de verbas para realização de treinamentos.
Deliberações:
• Cada Diretor efetuará previsão orçamentária sobre sua 
disponibilidade financeira para realizar treinamentos que visem à 
melhoria no Atendimento ao Cliente.
• As verbas disponíveis para os treinamentos e um cronograma 
de treinamento serão discutidos na próxima reunião semanal da 
Diretoria.
Indaial, 10 de março de 2013.
Assinatura dos presentes: 
XXXXXX
XXXXXXX (Ata modernizada)
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Aviso ou comunicação interna
O aviso é um comunicado formal que serve para ordenar, prevenir, 
noticiar, convidar, cientificar. As características básicas são: texto 
breve e linguagem clara. Ele pode ter características diferentes se 
numa empresa privada ou na administração pública. Veja exemplos:
Aviso na empresa privada:
AVISO
O Departamento de Pessoal informa que os brindes de Natal de 
todos os funcionários estarão disponíveis a partir do dia 20 de 
dezembro, na recepção.
Aviso na administração pública:
Aviso nº 45/SCT-PR
Brasília, 27 de fevereiro de 1991.
A Sua Excelência o Senhor
[Nome e cargo]
Assunto: Seminário sobre uso de energia no setor público.
Senhor Ministro,
Convido Vossa Excelência a participar da sessão de abertura do 
Primeiro Seminário Regional sobre o Uso Eficiente de Energia no 
Setor Público, a ser realizado em 05 de março próximo, às 9 horas, 
no auditório da Escola Nacional de Administração Pública- ENAP, 
localizada no Setor de Áreas Isoladas Sul, nesta capital.
O Seminário mencionado incluiu-se nas atividades do Programa 
Nacional das Comissões Internas de Conservação de Energia em 
Órgão Públicos, instituído pelo Decreto nº 99.656, de 26 de outubro 
de 1990.
Atenciosamente,
[nome do signatário]
[cargo do signatário]
(GOLD,2010, p.186)
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A correspondência Oficial 59
Deve-se deixar 5 cm de espaço na borda superior acima do início 
do Aviso e do número do mesmo. Também deve-se deixar 2,5 cm 
de parágrafo no texto do aviso. A borda direita do documento será 
de 1,5 cm e a esquerda 3 cm. 
Circular
A circular é uma comunicação que pode ser realizada através 
do formato carta, e-mail, ofício ou manifesto que é redigida para 
várias pessoas de um mesmo órgão ou entidade. Mas, neste tipo 
de documento o receptor deve ter a impressão de que o texto foi 
redigido especialmente para ele. Em alguns casos há possibilidade 
de colocar o nome do destinatário de maneira explícita no vocativo.
Convocação
A convocação é uma espécie de convite em que se espera que os 
convidados não deixem de ir ao evento ou reunião marcada. Não 
tem uma finalidade de cunho social e sim de cunho administrativo. 
Exemplo:
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ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA
CONVOCAÇÃO
Convocamos os funcionários do setor administrativo a participarem 
da ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA que será realizada em 
21 de outubro de 2013, às 16 horas, no auditório de eventos, na Av. 
Doze de Junho, 456, C02, nesta cidade,

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